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Direito Administrativo Direito Administrativo Improbidade Administrativa (Lei 14.230/21) Inclui: • Gráficos Estatísticos: 1. Disciplinas + cobradas 2. Tópicos + cobrados 3. Subtópicos + cobrados 4. Bancas • Edital Bizurado • Conteúdos Esquematizados • QR Code (áudio e vídeo) • Questões Comentadas Direito Administrativo Grande concurseiro(a), seja bem-vindo(a)! O QSimulados é uma plataforma com conteúdo exclusivo, inédito e completo, onde você encontra tudo para finalmente chegar COMPETITIVO e SEGURO nos concursos nos quais almeja aprovação. Você encontra as ferramentas necessárias, que REALMENTE PRECISA para garantir um estudo de qualidade e se preparar para diversos concursos, em diversas carreiras. Conheça nossa plataforma, seja nosso assinante e estaremos juntos até a sua aprovação! Acesse https://www.qsimulados.com/planos https://www.qsimulados.com/planos Direito Administrativo NOVA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei 14.230/21) SUMÁRIO 1. Direito Administrativo: tópicos mais cobrados .................................................................................... 5 2. Improbidade Administrativa: subtópicos mais cobrados .................................................................... 6 3. Improbidade Administrativa: cobrança por banca ............................................................................... 7 4. Condutas dolosas x culposas ............................................................................................................. 10 5. Novos atos caracterizadores de improbidade .................................................................................... 14 6. Novas sanções ..................................................................................................................................... 19 7. Prescrição e novos aspectos processuais e procedimentais ........................................................... 23 8. Quando comparativo com as principais alterações ........................................................................... 33 Direito Administrativo Inicialmente, gostaríamos de apresentar um novo conceito de estudos para você que irá começar do zero ou já estuda, mas ainda não foi aprovado(a) no concurso dos seus sonhos. Nossa equipe é composta de professores(as) que também são concurseiros(as), profissionais super atualizados e comprometidos em compartilhar experiência e conteúdos diferenciados. Nossa missão será fornecer o melhor conjunto a você, trabalhando dentro da sua realidade, levando-se em consideração o pouco tempo que a maioria dos concurseiros(as) possuem para se sentar e estudar. Por este motivo, iremos compartilhar conteúdo direcionado, com abordagem dos assuntos relevantes para sua prova, em conjunto com a estratégia mais avançada para memorização da atualidade, na medida certa e suficiente. Grande guerreiro(a), a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) sofreu profundas alterações, com a sanção da Lei 14.230/21. Novidades afetas ao dolo, prescrição, sanções, procedimentos etc. mudaram por completo as disposições anteriores, sendo imprescindível que você, concurseiro(a), conheça as principais alterações. Preparamos com muito carinho um material objetivo e completo sobre as principais mudanças, com quadros comparativos, destacamento dos pontos, questões inéditas para você praticar etc. Trouxemos, ainda, alguns importantes entendimentos jurisprudenciais, relacionados aos atos de improbidade, tudo para o seu estudo ficar completo. Concurseiro(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de candidato(as) aprovados(as), bem como em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos como as disciplinas são cobradas para as provas de Concursos. No total, analisamos 82.746 questões. Vamos às disciplinas de direito mais cobradas para Concursos: Concurseiro(a), repare que a disciplina Direito Administrativo é a mais cobrada na maioria dos concursos. Seguida pela disciplina de Direito Constitucional. Somadas ambas ultrapassam 50% das cobranças em certames. Daí a importância de dar ênfase ao que será abordado na sua prova e com isso garantir sua aprovação! 31% 22%8% 8% 7% 7% 5% 4%3% 5% Concursos no Geral (todas as carreiras): Disciplinas mais cobradas Direito Administrativo Direito Constitucional Direito Civil Direito Penal Legislação Extravagante Direito Tributário Direito Processual Penal Direito Ambiental Direito Processual Civil Outros (Humanos, Empresarial, Internacional). Direito Administrativo A representação gráfica objetiva evidenciar o que deve ser estudado com maior relevância. Mas isso não quer dizer deixar de estudar as demais disciplinas. Apenas aplicar atenção proporcionalmente à importância do assunto no contexto geral. Temos na ilustração grande parte das disciplinas com relevância mediana, mas que no somatório final representam metade do conteúdo cobrado em provas. Veja que a fatia “outros” do gráfico compõe 5% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, estude também Direitos Humanos, Empresarial e Internacional Público e Privado. 1. Direito Administrativo: tópicos mais cobrados Candidato(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de concurseiros(as) aprovados(as), bem como em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. Nossa meta é abordar, de forma estratégica, os pontos mais incidentes nas provas, destacando o que você precisa realmente estudar para obter sua aprovação. Inicialmente, focaremos na disciplina de Direito Administrativo, conferindo os tópicos que mais caem. Não é segredo que esta disciplina é cobrada em toda prova. No total, analisamos 47.827 questões: Guerreiro(a), repare que o tópico Licitações é o que mais cai. Além disso, veja que a fatia “outros” do gráfico compõe 12% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, estude também PAD e Poderes Administrativos. 24% 20% 11% 10% 8% 8% 7% 12% Direito Administrativo: Tópicos mais cobrados Licitações Agentes Públicos Organização da Administração Pública Atos Administrativos Improbidade Administrativa Contratos Administrativos Regime Jurídico Administrativo Outros (PAD; Poderes Administrativos) Direito Administrativo 2. Improbidade Administrativa: subtópicos mais cobrados Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos os principais subtópicos dentro do tópico Improbidade Administrativa. Os subtópicos Atos de Improbidade Administrativas e suas funções abarcam exatamente 59% das questões. Veja como seu estudo precisa ser estratégico! Não perca tempo estudando de forma passiva e catedrática, mas otimize ao aprofundar e revisar aquilo que mais cai! Neste material já mastigamos tudo para você! Todos os subtópicos mais cobrados são exaustivamente debatidos pela doutrina e compõem este material. Estudando por nossos quadros esquemáticos, bizus e questões selecionadas você vai arrematar esses temas “clássicos”, que não possuem muitas surpresas. Solidifique seu conhecimento e garanta pontos nessas questões que são basilares! Concurseiro(a), repare que a fatia Demais disposições da Lei 8.429/92 e Disposições gerais da Improbidade Administrativa do gráfico compõe 41% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, não deixe de estudar esses subtópicos. Na próxima página, já faremos uma breve explicitação dospontos expostos no gráfico acima no EDITAL BIZURADO. Como assim? Então, analisando centenas de editais e de provas, descobrimos que os editais dos concursos são extensos propositalmente. Isso mesmo! Observe que os editais são gigantes, cheio de informações de conteúdos ligados às respectivas disciplinas, mas, na verdade, as bancas de concurso concentram as cobranças nas provas em pontos específicos. Destarte, fica claro que é um artifício para confundir os(as) candidatos(as), para fazer com que ele sinta a necessidade de estudar tudo de tudo. Por este motivo, passamos a “bizurar o edital” para os(as) concurseiros(as), mapeando o que realmente será cobrado na prova, ajudando e direcionando seus estudos para que possa aprofundar e dominar os assuntos que sejam necessários e suficientes na sua aprovação. 59%21% 20% Improbidade Administrativa: Subtópicos mais cobrados Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções Demais disposições da Lei 8.429/92 Disposições gerais da Improbidade Administrativa Direito Administrativo 3. Improbidade Administrativa: cobrança por banca Concurseiro(a), para montar este material sobre Improbidade Administrativa, analisamos 4.002 provas de concursos e 3.340 questões. Boa parte dos estudantes, 87,9%, acertam questões sobre o tema, enquanto 12,1% erram. A CESPE/CEBRASPE é a banca que mais aborda o tema, seguida pela FCC, QUADRIX, VUNESP e FGV. 42% 26% 15% 10% 7% Improbidade Administrativa: Cobrança por banca CESPE/CEBRASPE FCC QUADRIX VUNESP FGV Direito Administrativo DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO TÓPICO NOVA LEI DE IMPROBIDADE (Lei 14.230/21) SUBTÓPICOS Condutas dolosas e culposas Novos atos caracterizadores de improbidade Novas sanções Prescrição e novos aspectos processuais e procedimentais MAPA Professor, a caracterização de improbidade prescinde do dolo? Se liga, combatente! Agora, de acordo com o art. 1º, §1º e o art. 17-C, §1º, Lei 8.429/92, com a alteração promovida pela Lei 14.230/21, será ato de improbidade apenas a conduta dolosa. Assim, a resposta à pergunta é negativa, pois é imprescindível o dolo para que uma conduta seja considerada como improbidade administrativa. Mas o que é o dolo? Concursando(a), a própria lei responde essa pergunta no art. 1º, §2º: é a vontade livre e consciente de enriquecer ilicitamente, lesar o erário ou violar princípio administrativo, não bastando a voluntariedade do agente. Fique atento(a) pois, anteriormente, o ato de “lesão ao erário” poderia ser punido mediante mera culpa. Agora, todas as condutas (enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação de princípios administrativos) dependem de dolo do agente para que seja caracterizada a improbidade administrativa Professor, um particular pode praticar ato de improbidade? Se liga, guerreiro(a)! Caso um terceiro induza ou concorra dolosamente para a prática do ato ímprobo, a lei será aplicada em seu desfavor. Ademais, em regra, os sócios, cotistas etc. de uma pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de improbidade imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, participarem ou se beneficiarem diretamente. Professor, as alterações trouxeram novas condutas ímprobas? Combatente, dentre as novas hipóteses de improbidade, destaca-se o nepotismo, inclusive o chamado “nepotismo cruzado”, até o terceiro grau, para cargos de confiança e a promoção pessoal de agentes públicos em atos, programas, obras, serviços ou campanhas dos órgãos públicos. Ademais, deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação, não é mais um ato de improbidade administrativa, pois o inciso IX do art. 11, Lei 8.429/92 foi revogado! O ato de “lesão ao erário” possui nova característica? Sim! Guerreiro(a), afirma o art. 10, §1º, Lei 8.429/92 que, a simples perda patrimonial decorrente da atividade econômica, não caracterizará o ato como ímprobo, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa finalidade. Professor, todas as condutas ímprobas podem ensejar a perda do cargo público? Combatente, as sanções por atos de improbidade sofreram alterações profundas, com a edição da Lei 14.230/21. E agora, o ato de “atentar contra princípios da Direito Administrativo administração” não enseja perda do cargo ou suspensão dos direitos políticos, na forma da nova redação do art. 12, III, Lei 8.429/92. Aplica-se o princípio da bagatela para os atos de improbidade? Atenção, concurseiro(a)! O art. 12, §5º, Lei 8.429/92, agora prevê expressamente essa possibilidade! Quando o ato praticado for de menor ofensa aos bens jurídicos protegidos pela lei, a sanção vai se limitar à aplicação de multa, podendo o agente, ainda, ser compelido a ressarcir o prejuízo e perder eventuais valores obtidos com a conduta ímproba. Professor, qual o prazo prescricional da ação por ato de improbidade? Concurseiro(a), se ligue nesse tema quente! A Lei 14.230/21 trouxe um prazo prescricional único para as ações por atos de improbidade, a saber, 8 (oito) anos. E esse prazo é contado a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessar a permanência. E quem é o titular para o ajuizamento de uma ação de improbidade? Combatente, anteriormente, qualquer pessoa jurídica poderia ajuizar uma ação. Todavia, o art. 7º, Lei 8.429/92, trazido pela Lei 14.230/21, afirma que, agora, o único titular das ações de improbidade é o Ministério Público. Mas não confunda bife à milanesa com bife ali na mesa, guerreiro(a)! Apesar de a atribuição para o ajuizamento da ação ser exclusiva do MP, a atribuição para investigar e apurar, administrativamente, a prática de um ato de improbidade, é de todas as pessoas jurídicas envolvidas. Inclusive, e na forma do art. 14, Lei 8.429/92, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente, com vistas à apuração da prática de ato de improbidade. 10 | Página Direito Administrativo 4. Condutas dolosas x culposas Guerreiro(a), na redação anterior, a Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) afirmava que unicamente as condutas previstas no art. 9º (improbidade que gera enriquecimento ilícito) e art. 11 (improbidade que viola princípios administrativos) eram penalizadas se presente o elemento subjetivo (dolo). Essa era, inclusive, a orientação adotada pelo STJ1. Agora isso mudou! As alterações promovidas pela Lei 14.230/21, determinam que todas as condutas previstas na Lei 8.429/92 (art. 9º, art. 10 e art. 11) dependem, para a sua caracterização, da demonstração do dolo do agente. Assim, não se esqueça: a mera ilegalidade na conduta, isoladamente considerada, não tem o condão de caracterizar o ato como de improbidade administrativa, na forma do art. 17-C, §1º, Lei 8.429/92. Concursando(a), a Lei 14.230/21 trouxe também a necessidade de caracterização de um especial fim de agir, para que o agente possa ser punido por improbidade. Assim, além da comprovação do dolo (elemento subjetivo), haverá ato ímprobo apenas se ficar comprovado, na conduta funcional do agente público, o fim de obter proveito ou benefício indevido (especial fim de agir) para si ou para outra pessoa ou entidade, na forma do art. 11, §§1º e 2º, Lei 8.429/92. Mas professor, se o agente cometer uma irregularidade, mas não houver comprovação do dolo, ele ficará impune? Cuidado, combatente! Como você percebeu, a ação judicial que visa punir um agente em razão da prática de um ato de improbidade apenas terá êxito se ficar comprovado o dolo e o especial fim de agir na conduta do agente. Todavia, na forma do art. 17, §16, Lei 8.429/92, a qualquer momento, se o magistrado identificar a existência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a serem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivoda demanda (por exemplo, quando não comprovado o dolo) ele poderá, em decisão motivada, converter a ação de improbidade administrativa em ação civil pública (Lei 7.347/85). Futuro(a) aprovado(a), confira essas importantes alterações na Lei de Improbidade: NOVIDADE LEGISLATIVA ANTES DA LEI 14.230/21 DEPOIS DA LEI 14.230/21 Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal §1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. 1 STJ. REsp 875.163/RS. 1ª Turma. Rel. Min Denise Arruda, julgado em 19/05/ 2009. 11 | Página Direito Administrativo ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Sem correspondência §2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. Sem correspondência § 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. Sem correspondência § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador. Sem correspondência § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Sem correspondência § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos no §5º deste artigo. Sem correspondência §7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Sem correspondência §8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. §1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de improbidade que venha 12 | Página Direito Administrativo a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. Concurseiro(a), se ligue nas alterações promovidas nas três condutas ímprobas: NOVIDADE LEGISLATIVA ANTES DA LEI 14.230/21 DEPOIS DA LEI 14.230/21 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: Preciso que ouça a orientação do professor para não errar esse assunto na prova. Ele irá chamar sua atenção para as pegadinhas mais usuais utilizadas pelas bancas. Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. §1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (...) Art. 11. §1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade. 13 | Página Direito Administrativo §2º Aplica-se o disposto no §1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa instituídos por lei. (...) Art. 17-C. §1º A ilegalidadesem a presença de dolo que a qualifique não configura ato de improbidade. 1. (QSimulados – 2021 – Questão Inédita) De acordo com a nova redação da Lei de Improbidade Administrativa, o rol das condutas que violam os princípios da Administração Pública pode ser considerado exemplificativo. Certo ou Errado 2. (QSimulados – 2021 - Questão Inédita) Situação hipotética: Arnaldo, servidor público, foi acusado de ter praticado um ato de improbidade administrativa, na modalidade enriquecimento ilícito. Assertiva: Nessa situação, a condenação de Arnaldo dependerá, apenas, da comprovação do elemento subjetivo, a saber, o dolo, sendo prescindível qualquer comprovação quanto a um especial fim de agir. Certo ou Errado 3. (QSimulados – 2021 – Questão Inédita) Na Lei de Improbidade Administrativa não está prevista, em qualquer hipótese, a pena de demissão do agente público. Certo ou Errado 1. COMENTÁRIO: candidato(a), se ligue na “pegadinha”! Na redação anterior do art.11, Lei 8.429/92, que traz a conduta de “atentar contra os princípios da administração”, havia a expressão “e notadamente”, antes da apresentação do rol de condutas. Assim, entendia-se que se tratava de um rol meramente exemplificativo. Todavia, a nova redação do art. 11, Lei 8.429/92, trazida pela Lei 14.230/21, parece ter limitado o rol de condutas, tornando-o taxativo. Isso porque, agora, antes de apresentar os incisos, o art. 11, Lei 8.429/92, substituiu a expressão “e notadamente” pela frase “caracterizada por uma das seguintes condutas”. O item está errado. 2. COMENTÁRIO: grande guerreiro(a), fique atento(a)! Além da comprovação do dolo (elemento subjetivo), haverá ato ímprobo apenas se ficar comprovado, na conduta do agente público, o fim de obter proveito ou benefício indevido (especial fim de agir) para si ou para outra pessoa ou entidade, na forma do art. 11, §§1º e 2º, Lei 8.429/92. Assim, para que Arnaldo seja punido por um ato de improbidade, será imprescindível a comprovação do especial fim de agir, além da comprovação do dolo na sua conduta. O item está errado. 3. COMENTÁRIO: concursando(a), existe esta possibilidade na Lei de Improbidade! Trata-se da disposição do art. 13, §3º, Lei 8.429/92 pois, se o agente público se recusar a prestar declaração de bens dentro do prazo determinado, ou ainda, se prestar declaração falsa, ele será apenado com demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. O item está errado. 14 | Página Direito Administrativo 5. Novos atos caracterizadores de improbidade Professor, a concessão irregular de benefício tributário ainda é ato de improbidade? Concurseiro(a), se ligue nesse tema quente! Na redação anterior da Lei 8.429/92 (art. 10-A), considerava- se como conduta ímproba própria, a ação ou omissão que objetivasse conceder, aplicar ou manter benefício afeto ao ISS (Imposto sobre Serviços), em desconformidade com os ditames da LC 116/03, legislação que cuida deste tributo municipal. Esse artigo foi revogado! Ah Professor, então não há mais improbidade referente a esta conduta? Cuidado, combatente! A concessão, manutenção ou aplicação de benefício tributário de maneira ilegal, afeto ao ISS, continua sendo ato de improbidade. Todavia, não será uma conduta ímproba isolada, ou seja, própria! Agora, essa conduta pode caracterizar um ato de lesão ao erário, conforme o rol do art. 10, XXII, Lei 8.429/92. Mas qual a diferença? Se liga no “pulo do gato”, guerreiro(a)! Em primeiro lugar, essa conduta apenas poderá ser caracterizada como ímproba se comprovado o dolo do agente que concedeu o benefício, bem como o especial fim de agir caracterizado no fim de obter proveito ou benefício indevido, tudo de acordo com o art. 1º, §1º, art. 11, §§1º e 2º e art. 17-C, §1º, trazidos pela Lei 14.230/21. Ademais, é necessária a comprovação de que ocorreu perda patrimonial com a referida concessão, manutenção ou aplicação do benefício fiscal em contrariedade à LC 116/03, conforme a nova redação do art. 10, caput, Lei 8.429/92. Guerreiro(a), agora, para que um atentado contra os princípios da Administração Pública seja considerado improbidade (art. 11, Lei 8.429/92), exige-se a comprovação de que ocorreu um dano relevante. Isso porque, a Lei 14.230/21, acrescentou o §1º ao art. 11, afirmando que somente haverá improbidade administrativa, nas violações aos princípios administrativos, quando for comprovada uma lesividade relevante ao bem jurídico tutelado. Ademais, é imprescindível que haja indicação das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas, tudo conforme o art. 11, §3º, Lei 8.429/92. Professor, o que é nepotismo? Concursando(a), trata-se da conduta do agente público que aloca “protegidos” sob sua tutela, através do preenchimento de cargos de confiança. Dentre os princípios que são violados por esta conduta, estão principalmente os da impessoalidade e da moralidade. Dada a importância do tema, o STF editou Súmula específica: Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. E o nepotismo é um ato de improbidade? Grande guerreiro(a), a Lei 14.230/21 trouxe uma disposição expressa, no art. 11, XI, Lei 8.429/92, afirmando que o nepotismo caracteriza ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração. Contudo, há uma importantíssima ressalva, pois, o art. 11, §5º, Lei 8.429/92, informa que não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sendo imprescindível a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente. 15 | Página Direito Administrativo Concurseiro(a), não se esqueça que, a conduta de deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação, não é mais um ato de improbidade administrativa, pois o inciso IX do art. 11, Lei 8429/92 foi revogado! Querido(a) concurseiro(a), se ligue nas alterações referentes às condutas consideradas ímprobas: NOVIDADE LEGISLATIVA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO ANTES DA LEI 14.230/21 DEPOIS DA LEI 14.230/21 Art. 9º, IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; Art. 9º, IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou de terceiros contratados por essas entidades; Art. 9º, VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; Art. 9º, VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei; Art. 9º, VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública,bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; Art. 9º, VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução; LESÃO AO ERÁRIO ANTES DA LEI 14.230/21 DEPOIS DA LEI 14.230/21 Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva; 16 | Página Direito Administrativo X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; XX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; Sem correspondência. XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. VIOLAÇÃO A PRINCÍPIO ADMINISTRATIVO ANTES DA LEI 14.230/21 DEPOIS DA LEI 14.230/21 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado; IV - negar publicidade aos atos oficiais; IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei; V - frustrar a licitude de concurso público; V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades; Sem correspondência. XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; 17 | Página Direito Administrativo Sem correspondência. XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos. Preciso que ouça a orientação do professor para não errar esse assunto na prova. Ele irá chamar sua atenção para as pegadinhas mais usuais utilizadas pelas bancas. Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...) XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (...) Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (...) V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. §1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade. §2º Aplica-se o dispostono §1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa instituídos por lei. §3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. §4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. §5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores de 18 | Página Direito Administrativo mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente. (...) LC 116/03 (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). §1º O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar. §2º É nula a lei ou o ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as disposições relativas à alíquota mínima previstas neste artigo no caso de serviço prestado a tomador ou intermediário localizado em Município diverso daquele onde está localizado o prestador do serviço. §3º A nulidade a que se refere o §2º deste artigo gera, para o prestador do serviço, perante o Município ou o Distrito Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o direito à restituição do valor efetivamente pago do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza calculado sob a égide da lei nula. 4. (QSimulados – 2021 – Questão Inédita) Na forma das alterações trazidas pela Lei 14.230/21 sobre a Lei de Improbidade Administrativa, é correto afirmar que, a sanção de suspensão de direitos políticos será aplicada até um limite de 15 anos. Certo ou errado 5. (QSimulados – 2021 – Questão Inédita) Situação hipotética: Hudson praticou ato de improbidade administrativa que resultou em enriquecimento ilícito, no período em que era Deputado Estadual. Após os trâmites processuais, houve a efetiva condenação, com o trânsito em julgado. Ocorre que, no momento da sentença, Hudson não mais ocupava o cargo de Deputado, tendo em vista o encerramento do seu mandato. Agora, Hudson está ocupando o cargo público de Fiscal de Tributos, pois havia sido aprovado em um concurso municipal. Assertiva: Pelas regras da Lei de Improbidade, em regra, a condenação sofrida por Hudson irá resultar na perda do cargo que ocupa hoje, isto, de Fiscal de Tributos Municipal. Certo ou errado 6. (QSimulados – 2021 – Questão Inédita) As sanções impostas quando alguém pratica um ato ímprobo, poderão ser revisadas pelo STJ, em sede de Recurso Especial. Todavia, essa revisão poderá operar-se unicamente quando violados os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Certo ou Errado 4. COMENTÁRIO: concurseiro(a), se ligue na “pegadinha”! Na forma do art. 18-A, parágrafo único, Lei 8.429/92, a suspensão de direitos políticos, bem como a proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou creditícios do poder público, são sanções limitadas ao prazo de 20 (vinte) anos. O item está errado. 5. COMENTÁRIO: olho aberto para esse tema quente, concurseiro(a)! Agora, há expressa disposição na Lei 8.429/92, em seu art. 12, §1º, no sentido de que a penalidade de perda da função pública atingirá apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente detinha na época do cometimento da infração. Mas se liga na exceção, combatente! Pode o juiz, excepcionalmente, e quando o ato ímprobo praticado for o de enriquecimento ilícito, estender essa sanção a vínculo diverso, consideradas as circunstâncias 19 | Página Direito Administrativo do caso e a gravidade da infração. O item está errado. 6. COMENTÁRIO: guerreiro(a), é muito importante você conhecer este entendimento jurisprudencial! Conforme noticiado no Informativo nº 549, o STJ2 entende que a revisão das penalidades por ato de improbidade, quando da análise de um Recurso Especial, ocorre apenas quando violados os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. O item está certo. 6. Novas sanções Combatente, em todas as modalidades de improbidade, caso ocorra dano patrimonial, deverá haver o ressarcimento integral por parte do agente causador, na forma do caput do art. 12, Lei 8.4.29/92. Ademais, o responsável por um ato de improbidade estará sujeito às seguintes cominações: 1) Enriquecimento ilícito: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos. 2) Lesão ao erário: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos. 3) Violação de princípios administrativos: pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos. Combatente, o STF3 decidiu, ainda no ano de 2021, mas em período anterior à publicação da nova lei de Improbidade, que a sanção de suspensão dos direitos políticos não se aplicaria aos atos culposos causadores de prejuízo aos cofres públicos. Ademais, afirmou que a mesma penalidade não seria aplicável aos atos de improbidade resultantes de violação a princípio administrativo, com o rol trazido pelo art. 11, Lei 8.429/92. Note-se, então, que as alterações promovidas pela Lei 14.230/21, e que retiraram essa sanção do rol de penalidades quanto ao ato supra mencionando, demonstra que a novidade legislativa andou no mesmo entendimento do Supremo. Concursando(a), na forma do art. 12, §1º, Lei 8.429/92, a perda da função pública (para atos de enriquecimento ilícito e lesão ao erário), envolverá apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder público quando do cometimento da infração. Todavia, quando houver enriquecimento ilícito, poderá o juiz estender para outros vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. 2 STJ. EREsp nº 1.215.121/RS. 1ª Seção. Relatoria: Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Info 549, julgado em 14/08/2014. 3 STF. ADI nº 6678 MC/DF. Rel. Min Gilmar Mendes, julgado em 1º/10/2021. 20 | Página Direito Administrativo Professor, quando as sanções por ato de improbidade poderão ser executadas? Se liga, concurseiro(a)! Agora, há disposiçãoexpressa, trazida pela Lei 14.230/21, no sentido de que as sanções somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Trata-se da determinação do art. 12, §9º, Lei 8.429/92. Além disso, na contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, será considerado retroativamente o intervalo de tempo entre a eventual decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença, na forma do art. 12, §10, Lei 14.230/21. Grande guerreiro(a), confira em nosso quadro as principais informações sobre as penalidades: ATOS ENRIQUECIMENTO ILÍCITO LESÃO AO ERÁRIO ATENTAR CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SANÇÕES Perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio Sim Se houver, sim Não há previsão Perda da função Sim Sim Não há previsão Ressarcimento do dano Se houver, sim Sim Não há previsão Suspensão dos direitos políticos Até 14 anos Até 12 anos Não há previsão Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais ou creditícios Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos Multa Valor do acréscimo patrimonial Valor do dano Até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente Atenção: as sanções serão executadas apenas após o trânsito em julgado da sentença. Atenção: no caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso. Exemplos: frustrar licitude de licitação de forma a acarretar efetiva perda patrimonial é ato de lesão ao erário; perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública é ato de enriquecimento ilícito; frustrar o caráter concorrencial de concurso público é ato que atenta contra os princípios administrativos. Preciso que ouça a orientação do professor para não errar esse assunto na prova. Ele irá chamar sua atenção para as pegadinhas mais usuais utilizadas pelas bancas. 21 | Página Direito Administrativo Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. § 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade. § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades. § 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, conforme disposto no § 3º deste artigo § 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso, nos termos do caput deste artigo § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos fatos. § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem § 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. 22 | Página Direito Administrativo § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se- á retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória. (...) Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (...) IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ou cumulativa: a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; c) a extensão do dano causado; d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; g) os antecedentes do agente; V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das sanções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais indevidas; VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objetivos que justifiquem a imposição da sanção. 7. (QSimulados – 2021 – Questão Inédita) Quanto às penalidades por ato de improbidade, o agente público que violar um princípio administrativo (art. 11, Lei 8.429/92) estará sujeito, entre outras sanções, à pena de:a) Suspensão dos seus direitos políticos e perda do seu cargo público por até 5 anos. b) Pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida. c) Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos. d) Pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o valor da remuneração percebida. e) Perda da função pública e suspensão dos direitos políticos por até 14 (catorze) anos. 7. COMENTÁRIOS: a) A alternativa está incorreta. Atenção, guerreiro(a). Na forma do art. 12, III, Lei 8.429/92, o ato de “atentar contra os princípios da administração pública”, com as hipóteses trazidas pelo art. 11 da Lei, não tem como uma das suas sanções a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos. b) A alternativa está correta. Combatente, essa é a nova disposição do art. 12, III, Lei 8.429/92. c) A alternativa está incorreta. Concursando(a), o art. 12, III, Lei 8.429/92 afirma que a citada proibição, agora, é de 4 (quatro) anos. 23 | Página Direito Administrativo d) A alternativa está incorreta. Grande guerreiro(a), a multa civil é de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida, na forma do art. 12, III, Lei 8.429/92. e) A alternativa está incorreta. Concurseiro(a), da leitura do art. 12, III, Lei 8.429/92 depreende-se que, “atentar contra os princípios da administração pública” (art. 11) não traz como penalidade a perda da função pública ou a suspensão dos direitos políticos. A alternativa “b” é a correta. 7. Prescrição e novos aspectos processuais e procedimentais Professor, qual o prazo prescricional para a ação por ato de improbidade? Concursando(a), olho vivo nesse tema quente! Anteriormente, o prazo prescricional variava de acordo com o agente público que tinha praticado o ato. Todavia, a Lei 14.230/21 alterou essa lógica, trazendo um prazo único: a ação para a aplicação das sanções prescreverá em 8 (oito) anos. E quando se inicia a contagem deste prazo? Concursando(a), o prazo é contado a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. Professor, aplica-se a prescrição intercorrente nas ações judiciais por ato de improbidade? Concurseiro(a), a prescrição intercorrente ocorre após o início de uma ação judicial, isto é, no seu curso. Trata-se do "vencimento" do prazo, quanto à possibilidade de se condenar um agente por um ato de improbidade. Se o prazo for ultrapassado, o processo é arquivado. Exemplo: depois de ajuizada a ação, a sentença demora mais do que oito anos para ser prolatada. Nesse caso, aplicando-se a prescrição intercorrente, a pretensão sancionatória estaria fulminada pela prescrição. Combatente, o novo art. 23, §8º, Lei 8.429/92, afirma que deverá ser reconhecida a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora (de ofício ou a requerimento da parte interessada) quando, entre os marcos interruptivos da prescrição, venha a transcorrer o prazo de 4 anos. Exemplo: Marcos cometeu ato de improbidade em 01/01/2022, e a ação judicial referente foi ajuizada em 01/01/2023. Até 02/01/2027, ainda não havia sido prolatada a sentença. Nesse caso, ocorreu a prescrição intercorrente, pois, de acordo com o art. 23, §5º, Lei 8.429/92, uma vez interrompido, o prazo prescricional recomeçará a correr do dia da interrupção pela metade do prazo previsto (8 anos). Professor, como o STF se posiciona quanto à prescrição nos atos de improbidade? Concursando(a), apesar da determinação legal de que a ação por ato de improbidade irá prescrever em 8 (oito) anos, o STF4, conforme noticiado no Informativo nº 910, afirma que, em casos de atos dolosos de improbidade administrativa causadores de prejuízo aos cofres públicos, não haverá a aplicação do lapso temporal, isto é, os atos serão imprescritíveis. Ademais, o STJ editou enunciado em sua Súmula afirmando que são imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos de perseguição política, com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar. Trata-se do Enunciado nº 647, da Súmula do STJ. Mas há hipótese de prescrição nas ações de ressarcimento de danos provocados à Administração? Grande guerreiro(a), afirma o STF que será prescritível a ação de reparação de danos em prejuízo do Poder Público, quando estes danos forem oriundos de um ilícito civil, a exemplo de um acidente de trânsito. 4 STF. RE nº 852.475/SP. Plenário. Rel. Min. Alexandre de Moraes. Info 910. Tema 897, julgado em 08/08/2018. 24 | Página Direito Administrativo Ademais, o STF5, conforme noticiado no Informativo nº 983, afirmou que é prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário, fundada em decisão do Tribunal de Contas. Isso porque, a análise feita pela Corte de Contas não é subjetiva, ou seja, não se verifica se ocorreu ato doloso de improbidade, havendo, apenas, análise da regularidade na aplicação de valores. Professor, quais são as medidas cautelares previstas na Lei de Improbidade? Se ligue, combatente! A redação anterior da Lei 8.429/92 previa três medidas de natureza cautelar: indisponibilidade dos bens; sequestro; afastamento do agente público. Mas o artigo que tratava do sequestro foi revogado, subsistindo a indisponibilidade de bens (art. 16, Lei 8.429/92) e o afastamento do agente público pelo prazo de 90 dias6, prorrogáveis uma vez (art. 20, §2º, Lei 8.429/92). Mas o que precisa ser observado na indisponibilidade de bens? Guerreiro(a), se ligue nesses requisitos específicos: 1) Pode ser formulada em caráter antecedente ou incidente. 2) Limita-se aos atos de enriquecimento ilícito (art. 9º, lei 8.429/92). 3) É imprescindível a demonstração de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, sendo necessário, ainda, que o julgador se convença da probabilidade da ocorrência dos atos 4) Em regra, o réu deve ser previamente ouvido, no prazo de 5 dias. Todavia, a indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida, não podendo haver mera presunção de urgência. 5) Se houver mais de um réu na ação, a soma dos valores indisponíveis não poderá superar o montante indicado como causador do dano ao erário ou enriquecimento ilícito. 6) A indisponibilidade de bens de pessoa jurídica, depende da instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 7) Da decisão cabe agravo de instrumento. 8) O bloqueio de conta bancária é a ultima ratio. Antes, o juiz deve priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais preciosos. 9) É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários-mínimos em caderneta de poupança, aplicações financeiras ou conta corrente. Professor, é correto afirmar que a ação judicial por ato de improbidade é uma ação civil? Não! Concursando, a Lei 14.230/21 afirmou expressamente no art. 17-D (acrescentado à Lei 8.429/92) que a ação que apura um ato de improbidade não é uma ação civil. Trata-se de ação repressiva, de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de caráter pessoal. Mas professor, qual a importância dessa afirmação? Guerreiro(a), o legislador quis separar as hipóteses de utilização da ação por ato de improbidade, das hipóteses de utilização da ação civil pública (ACP), prevista na Lei 7.347/85. Assim, é proibida a utilização da ação de improbidade para controle de legalidade de políticas públicas, proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, de bens e direitos de valor artístico etc. A ACP tem característicasespecíficas, e a doutrina7 aponta que ela “destina-se, precipuamente, à tutela de interesses difusos e coletivos, categorias jurídicas novas, concebidas pela dogmática jurídica de modo a permitir a defesa coletiva, em juízo, de certos direitos, de contornos até então imprecisos, a que a doutrina 5 STF. RE nº 636.886. Plenário. Rel. Min. Alexandre de Moraes. Info 983. Tema 899, julgado em 20/04/2020. 6 O STJ possui jurisprudência pacífica, que ratifica esse prazo máximo: Jurisprudência em Teses. Direito Administrativo. Edição n° 40. Improbidade Administrativa II. Tese nº 6: “O afastamento cautelar do agente público de seu cargo, previsto no parágrafo único, do art. 20, da Lei n. 8.429/92, é medida excepcional que pode perdurar por até 180 dias”. 7 MEDINA, Paulo Roberto de Gouveia. Direito Processual Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 117. 25 | Página Direito Administrativo italiana costuma atribuir a qualificação de interesses acidentalmente protegidos ou direitos reflexos. Referem-se tais interesses a pretensões comuns de grupos sociais complexos, cujos protagonistas ligam- se entre si por circunstâncias de fato”. Concursando(a), anote os aspectos processuais que não são aplicáveis às ações judiciais de improbidade, na forma do art. 17, §19, Lei 8.429/92: 1) Presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia. 2) Ônus da prova ao réu (art. 373, §§ 1º e 2º, CPC). 3) Ajuizamento de mais de uma ação de improbidade pelo mesmo fato 4) Reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito. Qual o local competente para o julgamento da ação por ato de improbidade? Atenção, futuro(a) aprovado(a)! A jurisprudência do STJ8 determinou que o local para o ajuizamento da ação civil por ato de improbidade administrativa, deve ser o local do dano provocado pelo agente. Não se esqueça que não há foro por prerrogativa de função nas hipóteses de ação por ato de improbidade. E o STF9 ratifica o posicionamento quanto à impossibilidade de aplicação do foro por prerrogativa de função. Ademais, a Lei 14.230/21 acrescentou o art. 17, §4º-A à Lei 8.429/92, informando sobre a possibilidade de a ação ser ajuizada, ainda, no foro da pessoa jurídica prejudicada. Professor, a absolvição do acusado na esfera penal repercute na ação de improbidade? Concurseiro(a), atenção para este tema quente! A lei 14.230/21 trouxe a improcedibilidade da ação de improbidade, quando o agente acusado tiver sido absolvido na esfera criminal por decisão colegiada pelos mesmos fatos, como se depreende do art. 21, §4º, Lei 8.429/92. Isso significa dizer que, agora, não há que se aplicar o entendimento de que a eventual absolvição criminal fundada em ausência de material probatório, não repercute na instância administrativa sancionadora. Professor, quando as esferas criminal e administrativa estarão vinculadas? Grande guerreiro(a), a absolvição criminal junto na ação judicial penal que discuta os mesmos fatos, quando confirmada por decisão colegiada, vai obstar (impedir) o trâmite da ação judicial de improbidade, comunicando-se todos os fundamentos da absolvição, que podem ser: 1) Inexistência do fato. 2) Não há prova da existência do fato. 3) O fato não é infração penal. 4) Comprovação de que o réu não concorreu para a infração penal. 5) Não há prova de que o réu não concorreu para a infração penal. 6) Há circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena. 7) Não há prova suficiente para a condenação do agente. 8 STJ. Resp nº 1.447.388/SP. 2ª Turma. Relatoria: Min. Herman Benjamin, julgado em 12/02/2015. 9 STF. Pet nº 3240/DF. Plenário. Rel Min. Luis Roberto Barroso, julgado em 10/05/2018. 26 | Página Direito Administrativo Combatente, veja em nosso quadro um importante instrumento da lei de improbidade: ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL CELEBRADO PELO MP RESULTADOS REQUISITOS OBSERVAÇÕES Integral ressarcimento do dano. Oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação. Considera-se a personalidade do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato, bem como as vantagens da rápida solução do caso. Reversão, à pessoa jurídica lesada, da vantagem indevida obtida. Aprovação, em até 60 (sessenta) dias, do órgão do MP competente para apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação. Para a apuração do valor a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente (em 90 dias). Homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação. O acordo pode ocorrer na investigação do ilícito, no curso da ação de improbidade ou na execução da sentença. Em caso de descumprimento do acordo, o agente fica proibido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados do conhecimento pelo MP do efetivo descumprimento. Concursando(a), confira a alteração do prazo prescricional: NOVIDADE LEGISLATIVA PRESCRIÇÃO ANTES DA LEI 14.230/21 DEPOIS DA LEI 14.230/21 Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. Grande guerreiro(a), nosso quadro vai te ajudar a entender as mais relevantes mudanças: NOVIDADE LEGISLATIVA PROCEDIMENTO E PROCESSO ANTES DA LEI 14.230/21 DEPOIS DA LEI 14.230/21 Art. 14, § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. Art. 14, § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente. 27 | Página Direito Administrativo Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito. Art. 16, § 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. Art. 16, § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei. Art. 16, § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. §2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que serefere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada. § 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. § 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. § 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. § 6º A petição inicial observará o seguinte: I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamentada II - será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). § 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). §11 Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. § 11 Em qualquer momento do processo, verificada a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improcedente. 28 | Página Direito Administrativo Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito policial. Preciso que ouça a orientação do professor para não errar esse assunto na prova. Ele irá chamar sua atenção para as pegadinhas mais usuais utilizadas pelas bancas. Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida. § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito. § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo. § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual. § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) § 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do 29 | Página Direito Administrativo dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita § 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo. § 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo,