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Livro Indicadores de qualidade e softwares em nutrição

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INDICADORES DE QUALIDADE 
E SOFTWARES EM NUTRIÇÃO
W
BA
07
05
_v
1.
0
22 
Dayse Kellen de Sousa Santos
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2019
Indicadores de qualidade e softwares em nutrição
1ª edição
33 3
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor
Helena Dória Ribeiro de Andrade Previato
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Santos, Dayse Kellen de Sousa
S237i Indicadores de qualidade e softwares em nutrição/ Dayse 
 Kellen de Sousa Santos, – Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019.
110 p.
 
ISBN 978-85-522-1627-8
 
1. Nutrição. 2. Qualidade. I. Santos, Dayse Kellen de
Sousa. Título. 
CDD 613
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
44 
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Princípios epidemiológicos de indicadores 
do processo saúde-doença 6
Indicadores de saúde em nutrição ambulatorial 25
Indicadores de qualidade nas terapias enteral e parenteral 43
Epidemiologia nutricional 55
Gestão de cuidados nutricionais 73
Organização de banco de dados em nutrição clínica e hospitalar 89
Principais softwares em nutrição clínica 100
INDICADORES DE QUALIDADE 
E SOFTWARES EM NUTRIÇÃO
55 5
Apresentação da disciplina
Prezado aluno, na disciplina Indicadores de Qualidade e Softwares 
em Nutrição, você aprenderá sobre a importância e os objetivos dos 
indicadores de qualidade em nutrição clínica e sobre as principais 
plataformas dos softwares disponíveis para uso do nutricionista 
atualmente. Os objetivos dos conteúdos apresentados são proporcionar 
a você o conhecimento dos diferentes indicadores de qualidade que 
poderão ser utilizados na nutrição clínica, ambulatorial e hospitalar, 
bem como os mais utilizados e atuais dentre eles.
O processo de globalização da nossa sociedade trouxe, além de 
mudanças no estilo de vida, muitos avanços no campo da nutrição 
clínica, trazendo, assim, benefícios para o atendimento nutricional, 
beneficiando não somente o paciente, mas o profissional também, 
que agora possui auxilio para cálculos de dietas e banco de dados com 
informações da composição nutricional de alimentos, entre outros.
Dentre os avanços tecnológicos abordados, podemos citar também 
a utilização de softwares e organização de banco de dados em 
nutrição clínica e a abordagem sobre as plataformas dos principais 
softwares utilizados em nutrição clínica. Convido você para participar 
desse estudo que, com certeza, será muito produtivo e contribuirá 
para o seu crescimento profissional, tornando-o mais competitivo ao 
mercado atual. 
Bons estudos! 
666 
Princípios epidemiológicos 
de indicadores do processo 
saúde-doença
Autora: Dayse Kellen de Sousa Santos
Objetivos
• Conhecer os princípios epidemiológicos que 
envolvem o processo saúde-doença.
• Compreender os indicadores do processo 
saúde-doença.
• Conhecer as características dos indicadores 
do processo saúde-doença.
77 7
1. Princípios epidemiológicos
A epidemiologia estuda os diferentes fatores que geram a ocorrência e 
o alastramento de doenças, bem como os meios necessários para sua 
prevenção. É definida como o estudo da frequência, da distribuição e 
dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em 
populações específicas e a aplicação desses estudos no controle dos 
problemas de saúde (LAST, 1998). Ainda, poderá ser definida de maneira 
simples, como o estudo das doenças nas populações.
A epidemiologia permite o conhecimento de informações necessárias 
às decisões que deverão ser tomadas para direcionar as ações rumo à 
saúde de uma determinada população em um período de tempo, frente 
a uma determinada patologia. Podemos citar como a empregabilidade 
e a importância da epidemiologia, por exemplo, a ocorrência de 
microcefalia em demanda exacerbada ocorrida em 2015, quando a 
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco notificou e solicitou apoio 
do Ministério da Saúde para complementar as investigações iniciais de 
26 casos de microcefalia recebidas de diversos serviços de saúde nas 
semanas anteriores à notificação (BRASIL, 2016). 
Então, verificou-se que as crianças nascidas com essa patologia tiveram 
suas mães infectadas pelo Zika Vírus durante a gestação em uma região 
tropical do Brasil. Desse modo, a epidemiologia atua investigando o agente 
causador da doença, seus mecanismos de interação com o ser humano, 
a fisiopatologia da doença, as consequências da interação entre o agente 
causador e o indivíduo, e quais as taxas, ou seja, números de pessoas 
afetadas com aquela patologia e/ou que vieram a óbito por sua ocorrência. 
Bem como quais as ações em saúde que deverão ser adotadas para 
evitar novos casos. Dessa maneira, foram elaboradas as orientações do 
Ministério da Saúde para os casos de microcefalia relacionados ao Zika 
Vírus. Em 2016, o Ministério da Saúde criou o Protocolo de Vigilância 
e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema 
Nervoso Central (SNC).
88 
Para instruir a população e os profissionais de saúde frente a 
determinadas patologias, são necessários dados, informações e 
indicadores conforme descrito abaixo:
• Dados: são os valores ainda não trabalhados.
• Informações: são a tradução dos dados após serem trabalhados. 
Trata-se da relação dos dados com as ocorrências. 
• Indicadores: são associações de informações que permitem 
comparar os níveis de saúde entre diferentes populações no 
decorrer de um período (MORAES, 1994).
Figura 1 – Dinâmica do ciclo de geração de 
indicadores, dados, informações e ações em saúde
Fonte: adaptada de Moraes (1994). 
Na coleta de dados, é necessário perceber quais deverão 
prioritariamente ser tabulados e analisados frente ao que se pretende 
propor de intervenção. Deve-se fazer a cobertura mais abrangente 
possível do problema de saúde investigado. É, ainda, necessário 
considerar que há casos sintomáticos e assintomáticos, sendo que casos 
sintomáticos poderão ser uma quantidade inferior à que se apresenta 
ao serviço de saúde para tratamento, e poderá haver uma quantidade 
ainda inferior que será diagnosticada assertivamente, e desta, poderá 
ser que uma quantidade inferior seja notificada.
99 9
Desse modo, o que será coletado como diagnóstico informado poderá 
ser inferior ao que realmente está ocorrendo na população. Sendo 
assim, são definidas como subnotificações os casos não notificados, e 
como sub-registro, os casos não registrados.
Os levantamentos de dados podem ser ocasionais, contínuos ou 
periódicos (BERQUÓ et al., 1981), como descrito a seguir:
• Levantamento de dados contínuos: quando os dados são 
registrados conforme sua ocorrência, por exemplo, óbitos 
e nascimentos.
• Levantamento de dados periódicos: é quando, periodicamente, 
se coleta determinado dado, por exemplo, a cada dez anos, 
a cada dois anos.• Levantamento de dados ocasionais: não apresentam 
periodicidade definida.
O Sistema Único de Saúde do Brasil conta com sistemas de informações 
específicos, gerenciados pelo próprio Ministério da Saúde, dentre eles: 
• Sistema de informação sobre mortalidade (SIM).
• Sistema de informação sobre nascidos vivos (SINASC).
• Sistema de informação sobre agravos de notificação 
obrigatória (SINAN).
• Sistema de informação sobre serviços e atendimento 
ambulatoriais (SIA).
• Sistema de informação sobre internações hospitalares (SIH).
• Sistema de informação sobre a atenção básica (SISAB). 
(BRASIL, 2011).
1010 
No Brasil, atualmente há dois modelos de assistência em saúde, que 
são denominados modelo médico assistencial hospitalocêntrico e o 
modelo sanitarista.
O modelo médico assistencial hospitalocêntrico se caracteriza pelo foco 
no biologicismo e na medicalização dos agravos de saúde, ou seja, na 
medicina curativa (FOUCAULT, 2008). Enquanto o modelo sanitarista 
enaltece a importância das condições de vida da população, sendo estas 
condições o fator determinante para os agravos de saúde, deste modo, 
é preferivel a prevenção da saúde do que unicamente o enfrentamento 
das doenças. Para isso são criados programas e campanhas visando 
atender às necessidades de saúde coletiva (PAIM, 2008).
Tabela 1 – Modelos de atenção no Brasil e suas características
Modelo Sujeito Objeto Meios de trabalho
Formas de 
organização
Sanitarista Sanitarista e auxiliares
Modelos de 
transmissão e
fatores de risco
Tecnologia sanitária 
(educação em 
saúde, imunização, 
controle 
de vetores)
Campanhas 
sanitárias, 
programas 
especiais e sistemas 
de vigilância
Médico-
assistencial Médico Doenças e doentes Tecnologia médica 
Sistemas de 
vigilância 
Rede de serviços de 
saúde e hospitais
Fonte: adaptada de Teixeira e Vilasbôas (2016). 
Na assistência em saúde do modelo sanitarista, são incluídos programas 
como, por exemplo, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde 
(PACS) e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) – conhecido antigamente 
como Programa Saúde da Família (PSF) (TEIXEIRA; VILASBÔAS, 2014).
1111 11
A atuação da epidemiologia se fundamenta nas causas das doenças e 
seu enfrentamento, sendo que as causas podem ser explicadas por três 
modelos explicativos da ocorrência das doenças, são eles: (1) o modelo 
ecológico, (2) a rede de causas e (3) o modelo sistêmico.
1. O modelo ecológico defende que, caso a interação entre o 
homem e o meio ambiente não ocorra de maneira equilibrada, 
ocorre um desequilíbrio que resultará em doenças.
2. A rede de causas defende que a doença acontece devido a 
múltiplas causas. 
3. O modelo sistêmico defende que o adoecimento envolve todas as 
dimensões do indivíduo, desde uma explicação biológica quanto 
uma explicação social, conforme explana Medronho et al. (2008).
Figura 2 – Proposta de Medronho et al. sobre o modelo sistêmico, 
frente à causa das doenças
Fonte: adaptada de Medronho et al. (2008).
1212 
Figura 3 – Modelo sistêmico para diarreias e desnutrição
Fonte: Rouquayrol e Filho (2003). 
Considerando o modelo sistêmico na explicação da causa das doenças, 
passou-se a perceber os determinantes sociais de saúde (DSS), 
compreendendo-se, assim, que as doenças não ocorrem simplesmente 
ao acaso, mas que o meio e as condições em que o indivíduo vive 
contribuem para o seu adoecimento.
Em 1986, realizou-se no Brasil a VIII Conferência Nacional de 
Saúde, em que se definiu saúde como resultante das condições de 
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, 
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a 
serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas 
de organização social da produção, as quais podem gerar grandes 
desigualdades nos níveis de vida (FIGUEIREDO, 2011). 
Dentre os aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento, 
podem ser citados a violência, o desemprego, o subemprego, a falta de 
saneamento básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade 
1313 13
de acesso à educação, fome, urbanização desordenada, falta de 
qualidade do ar e da água. Esses são fatores que devem ser analisados 
e considerados quando se busca perceber a vulnerabilidade de uma 
comunidade a fim de promover saúde (FIGUEIREDO, 2011). 
A Comissão Nacional de Determinantes Sociais de Saúde (BRASIL, 1986) 
define os DSS como os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-
raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de 
problemas de saúde e seus fatores de risco na população. 
Considerando esses determinantes, fica claro que diversos índices, 
entre eles o de morbimortalidade, estão relacionados às classes 
socioeconômicas, de modo que as pessoas de menor nível social 
apresentam piores condições de saúde. Cabe ao indivíduo, como ser 
social, entender essas definições e então estabelecer sua visão de 
saúde frente aos determinantes sociais que o cerca. Além de que, 
empoderado desse entendimento, o sujeito poderá, então, requerer 
promoção de saúde como uma das estratégias de produção de saúde, 
ou seja, como um modo de pensar e de operar articulado às demais 
políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, 
que contribui na construção de ações que possibilitam responder às 
necessidades sociais em saúde (BRASIL, 2006).
1.1 Epidemias, pandemias, endemias e surtos
Define-se como endemia a presença habitual de uma doença em 
determinada área geográfica (GORDIS, 2010). Já epidemia é definida 
como a ocorrência excessiva de casos esperados de uma determinada 
doença em determinado período e área geográfica.
Se as condições proporcionarem a propagação de agentes infecciosos 
no ambiente e se associarem a pessoas vulneráveis a determinado 
adoecimento, então ocorrerá uma pandemia. Essa terminologia 
refere-se a uma epidemia de grandes magnitude geográfica 
(CARVALHO; PINHO; GARCIA, 2017).
1414 
O surto é definido pela ocorrência de uma epidemia restrita a um 
espaço geográfico limitado, onde os casos estão correlacionados, 
acometendo uma área pequena em termos geográficos ou uma 
população institucionalizada, como, respectivamente, bairros ou asilos 
(CARVALHO; PINHO; GARCIA, 2017).
Figura 4 – Etapas de investigação de epidemia ou surto
Fonte: adaptada de Brasil (2009). 
É necessário lembrar que os casos de doenças definidas como 
autóctones apresentam essa terminologia por serem originados no 
mesmo local em que ocorreram. Já os casos alóctones são importados 
de outras localidades. Por exemplo, uma pessoa infectada pelo vírus 
H1N1 adquirido na Itália vem para o Brasil e aqui é diagnosticada, então 
será notificado ao sistema de saúde e definido como um caso alóctone.
1.2 Indicadores de saúde
Os indicadores de saúde objetivam expor a situação de saúde dos 
indivíduos e das populações. A vigilância da situação de saúde 
desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/
município/território por meio de estudos e análises que traduzam 
o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando 
questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde 
mais abrangente e adequado (BRASIL, 2010).
1515 15
A qualidade de um indicador pode ser aferida por sua validade e 
confiabilidade, sendo a validade a capacidade de medir o que se pretende, 
e a confiabilidade, a capacidade de reproduzir os mesmos resultados 
quando aplicados em condições similares (MEDRONHO et al., 2008).
Na validade de um indicador, devem ser determinadas sua 
sensibilidade e especificidade. Sensibilidade é a capacidade de 
identificar o que está sendo analisado e outros aspectos, enquanto 
especificidade é a capacidade de identificar somente o que está sendo 
analisado (CARVALHO; PINHO; GARCIA, 2017). Outras características 
dos indicadores são:
• Custo-efetividade: característica que um indicador expressa 
quando seus resultados justificam o tempo e o recurso que lhe 
foram empregados. 
• Mensurabilidade: capacidade de um indicadorde saúde se 
basear em dados de fácil acesso.
• Relevância: capacidade de um indicador se saúde atender às 
prioridades em saúde.
Entre os exemplos de indicadores sociais, econômicos e demográficos, 
podemos citar as avaliações do estado nutricional e as taxas de 
mortalidade.
As medidas a serem utilizadas para avaliar o nível de saúde de 
um povo deve permitir comparação entre diferentes populações 
simultaneamente para então se obter os resultados dos determinantes 
e condicionantes do estado de saúde (LAURENTI et al., 2005).
Os indicadores podem ser agrupados em três categorias, a saber: 
(1) os que traduzem diretamente a saúde, (2) os que refletem as 
condições do meio e (3) os que avaliam os recursos materiais e 
humanos relacionados às atividades de saúde. A Tabela 2 expõe as 
diferentes características desses indicadores.
1616 
Os indicadores socioeconômicos, por exemplo, avaliam a distribuição 
dos fatores que determinam o estado de saúde conforme o perfil 
econômico e social de um determinado povo, residente em uma 
determinada área, enquanto que os indicadores demográficos indicam 
as características da área demográfica analisada.
Tabela 2 – Tipos de agrupamento de indicadores
Indicadores que traduzem 
diretamente a saúde
Indicadores que 
se referem às 
condições do meio
Indicadores que 
avaliam os recursos 
materiais e humanos 
Razão de mortalidade 
proporcional, coeficiente geral 
de mortalidade, esperança 
de vida ao nascer, coeficiente 
de mortalidade infantil e 
coeficiente de mortalidade 
por doenças transmissíveis. 
Índice de abastecimento 
de água, rede de 
esgotos, contaminações 
ambientais por poluentes.
Índices relativos à rede 
de unidades de saúde 
para a atenção básica, 
profissionais de saúde 
e leitos hospitalares.
Fonte: adaptada de Laurenti et al. (2005). 
A Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa) preconiza 
o agrupamento de indicadores em seis subconjuntos temáticos: 
demográficos, socioeconômicos, mortalidade, morbidade e fatores 
de risco, recursos e cobertura (RIPSA, 2008). Sendo que a produção 
dos indicadores é realizada pela instituição que é responsável pelo 
fornecimento dos dados brutos junto ao Datasus, que é o sistema 
de informações do Sistema Único de Saúde, responsável por coleta, 
processamento e disseminação de informações relacionadas à saúde.
As matrizes de dados se caracterizam por sua denominação, 
conceituação, método de cálculo, categorias de análise e fontes de 
dados (RIPSA, 2008). O subconjunto que abrange os indicadores 
de mortalidade compreende as medidas de morbidades que são 
importantes para estabelecimento dos indicadores de saúde frente aos 
dados epidemiológicos das populações. Infelizmente, é um dado difícil 
de ser avaliado devido a subnotificações e, para sua mensuração, são 
necessárias medidas de prevalência e incidência.
1717 17
A incidência permite inferir o risco coletivo de adoecer, ou seja, alta 
incidência significa alto risco de adoecer (CARVALHO; PINHO; GARCIA, 
2017). Em outras palavras, ela mensura a ocorrência do surgimento de 
novos casos de uma doença e pode ser obtida pela equação: 
A prevalência representa a proporção de indivíduos de uma população 
que é acometida por uma determinada doença, e isso inclui tanto os 
preexistentes quanto os casos novos. Pode ser definida pela equação: 
A “constante” utilizada nessas fórmulas são valores fixos que facilitam a 
interpretação dos dados. Geralmente são: 10, 100, 1.000, sendo que os 
dados serão expostos da seguinte maneira: 
“A prevalência da doença X na comunidade Y é de 1,36 indivíduos a 
cada 100 moradores, ou seja, na comunidade de 100 moradores, a 
prevalência é de 1,36 indivíduo doente com a doença X.” Com base 
nesses conceitos entendemos que:
Prevalência = incidência x duração da doença
O conhecimento do número de nascidos vivos é imprescindível para a 
saúde pública, pois permite estabelecer inúmeros indicadores, como, 
por exemplo, os coeficientes de mortalidade materno-infantil, entre 
outros (BRASIL, 2009).
ASSIMILE
As medidas de mortalidade podem ser definidas por vários 
indicadores, são eles (BRASIL, 2009):
1818 
• Coeficiente de mortalidade geral.
• Coeficiente de mortalidade infantil.
• Coeficiente de mortalidade neonatal precoce.
• Coeficiente de mortalidade neonatal tardia.
• Coeficiente de mortalidade pós-natal.
• Coeficiente de mortalidade materna.
• Coeficientes de mortalidade específicos.
A taxa de mortalidade infantil é um indicador muito utilizado para 
averiguar as condições de vida de um povo, pois é considerada 
modificável com ações efetivas do sistema de saúde. 
No Brasil, os registros dos óbitos infantis são realizados no sistema 
de informação sobre mortalidade (SIM). A taxa de mortalidade é 
considerada alta quando há 50 óbitos por mil ou mais nascidos vivos; é 
considerada mortalidade infantil moderada quando há de 20 a 49 óbitos 
por mil ou mais nascidos vivos; e considera-se mortalidade infantil baixa 
quando há menos de 20 óbitos por mil ou mais nascidos vivos.
Se a criança morrer com idade menor que 27 dias de vida, deverá ser 
considerada mortalidade neonatal, no entanto, se a criança morrer na 
idade entre 28 a 364 dias de vida será considerada mortalidade pós-
neonatal, sendo que o indicador de mortalidade pós-neonatal reflete 
o desenvolvimento socioeconômico e a infraestrutura ambiental, que 
condicionam a desnutrição infantil e as infecções a ela associadas 
(CARVALHO; PINHO; GARCIA, 2017).
1919 19
A mortalidade perinatal é um indicador que explicita o risco de óbito na 
primeira semana de vida ou o nascimento fetal sem sinais vitais. Pode 
ser expresso pela seguinte fórmula:
Quanto à cronologia, podemos definir a mortalidade, conforme 
a Tabela 3.
Tabela 3 – Características da definição da 
mortalidade materna com base cronológica
Mortalidade Características 
Mortalidade 
infantil perinatal
Morte fetal entre 22 semanas de idade 
gestacional e 7 dias de nascido.
Mortalidade 
infantil precoce
Óbito fetal no período do 
nascimento até 7 dias de nascido.
Mortalidade 
infantil tardia
Óbito fetal no período de 7 dias após 
o nascimento até 28 dias de nascido.
Mortalidade infantil 
pós- neonatal
Óbito infantil no período de 28 dias após 
o nascimento até 365 dias de nascido.
Mortalidade 
infantil neonatal
Inclui a morte infantil do nascimento 
até 28 dias de nascido.
Mortalidade infantil Compreende a morte infantil do nascimento até 364 dias de nascido.
Fonte: Brasil (2009, p. 15).
A mortalidade materna é caracterizada pela morte da mãe ocorrida 
até 42 dias após o término da gestação, devendo ser a causa de morte 
atribuída a gestação, parto e/ou puerpério frente ao número de nascidos 
vivos. Esse indicador reflete a atenção à saúde da mulher e relaciona-se 
à inadequada assistência pré-natal, de parto e puerpério.
2020 
PARA SABER MAIS
Os indicadores de morbidade e mortalidade são 
importantíssimos, porém também há outros indicadores 
que devem ser considerados no planejamento, 
monitoramento e na avaliação da situação de saúde, 
como, por exemplo, os indicadores relacionados a 
nutrição e crescimento, demográficos, socioeconômicos, 
relacionados à saúde ambiental e os relacionados aos 
serviços de saúde (PINHO, 2015). 
Mortalidade por causas específicas refere-se a óbitos com causas 
definidas e permite inferir condições de vida de uma população, dentre 
os quais se citam causas socioeconômicas, demográficas e de acesso a 
serviços de saúde com adequada qualidade (RIPSA, 2008).
TEORIA EM PRÁTICA
Você trabalha como nutricionista clínico e atualmente está 
gerenciando o setor de vigilância epidemiológica de sua 
cidade, no interior do Nordeste. Ao ter acesso aos veículos 
de notícias, você verifica que a mídia da sua cidade expõe 
em “grande número” as reportagens sobre indivíduos 
mortos com dengue, você, então, comunica ao setor de 
vigilância epidemiológica em saúde que verifiquem a 
prevalência de casos de dengue.
Considerando que a populaçãoda sua cidade se refere a 
20 mil pessoas e que foram registrados 200 casos de 
dengue, qual seria a prevalência de indivíduos com 
dengue na sua cidade?
2121 21
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a um 
indicador de mortalidade: 
a. Coeficiente de mortalidade geral.
b. Coeficiente de mortalidade neonatal precoce.
c. Coeficiente de mortalidade neonatal tardia.
d. Coeficiente de mortalidade pós-natal.
e. Coeficiente de mortalidade pós-natal tardio.
2. Considerando os conceitos de prevalência e incidência, 
qual é a medida que apresenta a proporção de 
indivíduos acometidos por determinada patologia e 
que se assemelha a uma fotografia do momento atual 
de saúde frente a uma determinada doença, em uma 
determinada população em um determinado período?
a. Prevalência.
b. Incidência.
c. Prevalência e Incidência.
d. Coeficiente de mortalidade geral.
e. Coeficiente de mortalidade neonatal precoce.
3. A Rede Interagencial de Informações para a Saúde 
(Ripsa) preconiza o uso de alguns agrupamentos de 
indicadores, exceto: 
2222 
a. Indicadores demográficos.
b. Indicadores socioeconômicos.
c. Indicadores de cobertura.
d. Indicadores situacionais. 
e. Indicadores de fatores de risco/fatores de proteção.
Referências bibliográficas
BERQUÓ, E. S.; SOUZA, J. M. P. de; GOTLIEB, S. L. D. Bioestatística. São Paulo, 
EPU,1981.
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em Saúde – Parte 1. 
Brasília: CONASS, 2011. 320 p. Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, 5, I.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da 
Saúde. Distritos sanitários: concepção e organização do conceito de saúde e do 
processo saúde-doença. Brasília: Ministério da Saúde, 1986. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Diretrizes nacionais 
da vigilância em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Política nacional 
de promoção da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 60 p. Série B. Textos 
Básicos de Saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento 
de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à 
ocorrência de microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC) 
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2424 
Gabarito
Questão 1 – Resposta E 
Resolução: Dentre as alternativas apresentadas, todas 
correspondem a um indicador de mortalidade, exceto o coeficiente 
de mortalidade pós-natal tardio. 
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 2 – Resposta A
Resolução: Prevalência considera tanto os casos antigos quanto os 
casos novos. Lembre-se de que prevalência representa tantos casos 
novos quanto casos preexistentes.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 3 – Resposta D
Resolução: Lembre-se de que os indicadores de fatores de risco/
fatores de proteção incluem a prevalência do aleitamento materno 
como sendo fator de risco ou de proteção para determinadas 
doenças e, portanto, a prevalência de aleitamento materno faz 
parte dos indicadores dos fatores de risco/fatores de proteção.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
2525 25
Indicadores de saúde em 
nutrição ambulatorial
Autora: Dayse Kellen de Sousa Santos
Objetivos
• Conhecer os principais indicadores de saúde 
que são relevantes no âmbito da nutrição clínica 
ambulatorial.
• Compreender os indicadores de saúde que são 
abordados pela Rede Interagencial de Informações 
para a Saúde.
• Compreender a relevância e implicações dos 
indicadores de saúde na prática clínica ambulatorial.
2626 
1. Epidemiologia clínica
A epidemiologia clínica consiste na aplicabilidade dos conceitos 
epidemiológicos na prática clínica diária. Assim, é possível conhecer os 
tratamentos efetivos que deverão ser preconizados e os tratamentos 
ineficientes que deverão ser abandonados, bem como se essas práticas 
estão sendo realizadas ou invertidas. O objetivo da epidemiologia clínica 
é auxiliar na tomada de decisão do profissional em saúde.
Os temas centrais da epidemiologia clínica são: 
• Definições de normalidadee de anormalidade. 
• Acurácia dos testes diagnósticos.
• História natural e prognósticos das doenças. 
• Efetividade do tratamento. 
• Prevenção na prática clínica.
Normalidade e anormalidade consistem em definir na consulta 
ambulatorial o que participa do nível de normalidade e do nível de 
anormalidade, baseando-se em sinais e sintomas do paciente somado 
aos seus sinais clínicos. Conforme Bonita, Beaglehole e Kjellström 
(2010), o paciente poderá, dentro das definições de normalidade e de 
anormalidade, ser classificado como:
• Normal como comum: é a classificação que define em normal 
os valores que ocorrem com alta frequência. Um exemplo claro 
são os percentis, em que 95% acima da faixa são considerados 
normais enquanto os outros 5% abaixo da faixa são 
considerados anormais.
• Anormalidade associada com doença: é a classificação em que 
há um ponto de corte para o qual se enquadram os pacientes 
doentes em detrimento dos saudáveis, abrangendo os conceitos 
2727 27
de sensibilidade e especificidade. A sensibilidade é a capacidade 
de identificar os indivíduos doentes, e a especificidade é a 
capacidade de identificar não doentes.
• Anormal como tratável: é a classificação que abrange os 
indivíduos que serão definidos como doentes que, no entanto, 
terão tratamento, pois haverá avanços assistenciais disponíveis 
para o seu diagnóstico e tratamento.
Os testes envolvidos no diagnóstico do paciente devem apresentar 
acurácia avaliada por sua sensibilidade e especificidade, ou seja, pela 
sua capacidade de identificar os pacientes realmente doentes, tanto 
quanto identificar os pacientes saudáveis, respectivamente.
A história natural e prognósticos das doenças consistem no estado 
em que o paciente se encontra e no relato que ele irá expor sobre a 
instalação da doença e dos sintomas, além do que poderá ser verificado 
por exames clínicos e laboratoriais e que definirá o prognóstico baseado 
no desfecho de pacientes com a mesma doença em questão. Sendo 
assim, a informação epidemiológica é necessária para proporcionar 
informações sobre prognóstico e desfecho (BONITA; BEAGLEHOLE; 
KJELLSTRÖM, 2010, p. 138). 
A efetividade do tratamento pode ser caracterizada pela eficiência em 
um tratamento empregado frente a determinada patologia, em que se 
verificou a resolução da doença instalada.
ASSIMILE
A prevenção na prática clínica se refere a ações que o 
profissional de saúde deve ter para auxiliar na adesão de 
práticas de saúde por parte de seus pacientes. Desse modo, 
a prevenção na prática clínica pode incluir, por exemplo, 
2828 
o incentivo à adesão aos programas de imunização, o 
acompanhamento do g anho de peso do recém-nascido 
e o uso de curvas de padrão de crescimento 
(BONITA; BEAGLEHOLE; KJELLSTRÖM, 2010).
2. Segurança alimentar e nutricional
Em 2010, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 
(Consea) produziu um material nomeado A segurança alimentar e 
nutricional e o direito humano à alimentação adequada no Brasil – 
Indicadores e monitoramento da constituição de 1988 aos dias atuais. 
Tal material aborda os principais indicadores que englobam saúde e 
nutrição no âmbito da produção de alimentos, sua disponibilidade e o 
reflexo dessa distribuição. Esse documento aborda os seguintes temas:
• Produção e disponibilidade de alimentos. 
• Renda e despesas com alimentação. 
• Acesso a alimentação adequada.
• Saúde e acesso a serviços de saúde.
• Educação.
A seguir, vamos conhecer alguns indicadores que devem ser 
considerados no atendimento clínico do nutricionista.
2.1 Produção e disponibilidade de alimentos
• Produção de alimentos: este indicador refere-se a extensão, em 
metragem, de áreasplantada no Brasil, bem como o consumo de 
agrotóxicos e agricultura familiar.
2929 29
• Disponibilidade interna dos alimentos para consumo humano: 
este indicador refere-se ao abastecimento do mercado 
doméstico, armazenamento e estoques em quantidades 
adequadas e suficientes.
• Volume comercializado de frutas e hortaliças por produto: este 
indicador refere-se às concentrações geográficas expressivas para 
algumas frutas e hortaliças por regiões brasileiras.
2.2 Renda e despesa das famílias com alimentação
• Rendimento domiciliar per capita: este indicador refere-se 
ao nível do rendimento per capita, por região, bem como as 
desigualdades que envolvem os diferentes tipos de raça.
• Nível da ocupação das pessoas de 10 anos ou mais de 
idade: este indicador refere-se às atividades ocupacionais 
desenvolvidas no mercado de trabalho por pessoas com 10 anos 
ou mais, e seu rendimento real médio.
• Desigualdade de renda: este indicador refere-se à 
concentração de renda.
• Percentual de gastos das famílias com alimentação: este 
indicador refere-se a quanto do salário é investido na 
alimentação, considerando as diferentes raças, renda média e 
preço de alguns grupos alimentares.
2.3 Acesso à alimentação adequada
• Percentual de macronutrientes no total de calorias na alimentação 
domiciliar: este indicador refere-se aos valores ingeridos de 
macronutrientes, incluindo gorduras em seus diferentes tipos.
3030 
• Disponibilidade de alimentos no domicílio: este indicador refere-
se a quais tipos de alimento estão fazendo parte do cardápio 
brasileiro, se mais processados ou in natura, tipos de carnes e 
frutas, verduras e legumes, bem como a relação dos tipos de 
consumo alimentares com a renda.
• Percentual de domicílios com insegurança alimentar no total 
de domicílios, por tipo de insegurança alimentar: este indicador 
refere-se aos domicílios nos quais não se tem acesso adequado 
à alimentação, que podem ser subdivididos em insegurança 
alimentar leve, moderada ou grave.
2.4 Saúde e acesso aos serviços de saúde
• Índices antropométricos para todas as etapas do curso da vida: 
este indicador refere-se aos níveis de desnutrição e obesidade 
conforme renda, idade, sexo, raça e etnia.
• Baixo peso ao nascer: este indicador refere-se ao peso de 
nascimento em relação a diferentes regiões, raça e etnia.
• Prevalência do aleitamento materno: este indicador refere-se à 
proporção de crianças em aleitamento materno, em diferentes 
regiões, bem como a introdução de leite não materno.
• Acesso ao pré-natal: este indicador refere-se ao percentual de 
gestantes que realizam pré-natal nas diferentes regiões do país e 
conforme as raças e etnias.
• Taxa de mortalidade infantil: este indicador refere-se aos números 
de recém-nascidos mortos até 1 ano de idade, bem como suas 
causas, avaliando, inclusive, sua etnia.
• Prevalência da anemia ferropriva: este indicador refere-se aos 
números de crianças com anemia por deficiência de ferro, ou 
mulheres em idade fértil, considerando as raças e etnias.
3131 31
• Monitoramento da fortificação das farinhas de trigo e de milho 
com ferro e ácido fólico: este indicador avalia a adequação da 
fortificação das farinhas de trigo, com ferro e ácido fólico, conforme 
preconizado pelo Ministério da Saúde e sendo esse monitoramento 
realizado pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
• Prevalência da hipovitaminose A: este indicador refere-se à 
ocorrência de hipovitaminose A nas diferentes regiões do Brasil.
• Monitoramento do teor de iodo no sal: este indicador avalia a 
adequação ao estabelecido na legislação.
• Alimento seguro: este indicador avalia se os alimentos estão 
com quantidade permissivas de agrotóxicos, antimicrobianos e 
antiparasitários ou se apresentam-se superior ao permitido.
• Saneamento básico: este indicador engloba o número de 
residências que recebem rede de abastecimento de água, esgoto e 
coleta de lixo, considerando as diferentes regiões do país.
2.5 Educação
• Anos de estudo: este indicador engloba o tempo de estudos 
realizados por diferentes sexos, raças e região.
• Analfabetismo: este indicador engloba a ausência de estudo 
formal realizado por diferentes sexos, raças, renda e região.
• Frequência à escola: este indicador engloba o registro de matrícula 
e frequênciaescolar considerando a idade.
O quadro abaixo faz parte do documento A segurança alimentar e 
nutricional e o direito humano à alimentação adequada no Brasil – 
Indicadores e monitoramento da constituição de 1988 aos dias atuais e 
expõe o estado nutricional de adolescentes e adultos em 2008-2009, no 
Brasil, com as respectivas fontes de coleta de dados.
3232 
Quadro 1 – Indicadores de saúde do Estado nutricional dos adolescentes 
e adultos, por região
Dimensão/ 
indicador Brasil
Região 
Norte
Região 
Nor-
deste
Região 
Centro- 
Oeste
Região 
Sudeste
Região 
Sul
Fonte/ 
ano
Estado nutricional de adolescentes – 10 até 19 anos
% de 
adoles-
centes com 
excesso 
de peso
Homens Homens Homens Homens Homens Homens Min. 
Saúde/
SISVAN e 
IBGE – POF 
-2008-2009
21,5 % 18,5% 15,9% 23,3% 24,4% 26,9%
Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres
19,4% 16,6% 17,1% 20,0% 20,8% 22,0%
Estado nutricional de Adultos – 20 ou mais
% de 
adultos 
com 
excesso 
de peso
Homens Homens Homens Homens Homens Homens
Min. Saúde 
/ SISVAN e 
IBGE – POF 
-2008-2009
50,1% 47,7% 42,9% 51,0% 52,4% 56,8%
Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres
48,0% 46,7% 46,0% 45,6% 48,5% 51,6%
% de 
adultos 
com 
obesidade
Homens Homens Homens Homens Homens Homens
12,5% 10,6% 9,9% 13,3% 13,0% 15,9%
Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres
16,9% 15,2% 15,2% 16,3% 17,5% 19,6%
Fonte: adaptada de Consea (2010).
O Quadro abaixo expõe alguns dos indicadores referentes a saúde 
e nutrição no Brasil, por região, com as respectivas fontes de 
coleta de dados.
Quadro 2 – Diversos Indicadores de saúde do Brasil, por região
Dimensão/ 
indicador Brasil
Região 
Norte
Região 
Nordeste
Região 
Centro- 
Oeste
Região 
Sudeste
Região 
Sul
Fonte/ 
ano
Baixo peso ao 
nascer (total) 8,20% 7,01% 7,47% 7,64% 9,17% 8,71%
Min. Saúde/
Sist.Inf de 
Nascidos 
Vivos – 2007
Baixo peso ao 
nascer a termo 4,50% 4,82% 4,43% 3,73% 4,62% 4,23%
Min. Saúde/
Sist.Inf de 
Nascidos 
Vivos – 2007
3333 33
Prevalência do 
aleitamento 
materno aos 6 
meses (indepen-
dente da criança 
estar recebendo 
outros líquidos)
78,00% 88,00% 77,00% 82,00% 73,00% 72,00%
Min. Saúde/
Pesq. Nac. De 
Aleitamen-
to Materno 
nas capitais 
Brasileiras e 
distrito fe-
deral – 2008
Prevalência do 
aleitamento ma-
terno exclusivo
9,00% 10,00% 8,00% 9,00 9,00% 10,00%
Min. Saúde/
Pesq. Nac. De 
Aleitamen-
to Materno 
nas capitais 
Brasileiras e 
distrito fe-
deral – 2008
Proporção 
de nascidos 
vivos com 7 ou 
mais consultas 
pré-natais
56,60% 31,57% 40,58% 62,48 69,90% 72,20%
Min. Saúde/
Sist.Inf de 
Nascidos 
Vivos – 2007
Taxa de morta-
lidade infantil 
(número de 
óbitos de meno-
res de 1 ano de 
idade, por mil 
nascidos vivos.)
20,70% 22,75% 29,76% 17,06 15,03% 13,34%
Min. Saúde/
Sist.Inf de 
Nascidos 
Vivos e Sist. 
De Inf. So-
bre Mortali-
dade – 2006
Prevalência 
da hipovita-
minose A em 
crianças < 5 anos
17,40% 10,70% 19,00% 11,80% 21,60% 9,90%
Min. Saúde/
Pesquisa Na-
cional sobre 
demografia e 
Saúde – 2006
Fonte: adaptada de Consea (2010).
O Quadro abaixo expõe os índices antropométricos de crianças com 
idade inferior a 5 anos de idade, no Brasil, por região, com as respectivas 
fontes de coleta de dados.
3434 
Quadro 3 – Indicadores antropométricos para crianças com idade 
inferior a 5 anos de idade, por região brasileira
Dimensão/ 
indicador Brasil
Região 
Norte
Região 
Nordeste
Região 
Centro- 
Oeste
Região 
Sudeste
Região 
Sul
Fonte/ 
ano
Índices antropométricos para todas as etapas do curso da vida
% de crianças < 
5 anos com 
baixo peso 
para idade
1,80% 3,30% 2,20% 1,60% 1,40% 1,90%
Min. Saúde / 
Pesquisa 
Nacional 
sobre 
demografia e 
saúde – 2006
% de crianças 
< 5 anos com 
déficit estrutu-
ral para idade
6,70% 14,70% 5,80% 5,50% 5,60% 8,50%
% de crianças 
< 5 anos com 
excesso de peso 
para idade
7,20% 6,20% 7,00% 7,50% 7,00% 9,40%
Fonte: adaptada de Consea (2010).
3. Indicadores
A Rede Interagencial de Informação para a Saúde (Ripsa), em 2008, 
elaborou um material nomeado Indicadores básicos para a saúde no 
Brasil, no qual abordou os indicadores predefinidos em categorias, a saber: 
demográficos, socioeconômicos, mortalidade, morbidade e fatores 
de risco, recursos e cobertura (RIPSA, 2008), sendo que a produção 
dos indicadores é realizada pela instituição que é responsável pelo 
fornecimento dos dados brutos junto ao Datasus.
3.1 Indicadores demográficos
Estes incluem: a população total, razão de sexos, taxa de crescimento 
da população, grau de urbanização, proporção de menores de 5 anos 
de idade na população, proporção de idosos na população, índice de 
envelhecimento, razão de dependência, taxa de fecundidade total, 
taxa específica de fecundidade, taxa bruta de natalidade, mortalidade 
3535 35
proporcional por idade, mortalidade proporcional por idade em 
menores de 1 ano de idade, taxa bruta de mortalidade, esperança de 
vida ao nascer e esperança de vida aos 60 anos de idade.
3.2 Indicadores de cobertura 
Incluem cobertura de planos de saúde, cobertura de redes de 
abastecimento de água, coleta de lixo e esgoto. Os indicadores 
socioeconômicos são os que incluem a taxa de analfabetismo, níveis de 
escolaridade, Produto Interno Bruto (PIB) per capita, razão de renda, 
proporção de pobres, taxa de desemprego e taxa de trabalho infantil.
3.3 Indicadores de mortalidade
Podemos citar a taxa de mortalidade infantil, neonatal precoce, neonatal 
tardia, pós-neonatal, perinatal, taxa de mortalidade em menores de 
5 anos, razão de mortalidade materna, mortalidade proporcional por 
grupos de causas, proporcional por causas mal definidas, proporcional 
por doença diarreica aguda em menores de 5 anos de idade, 
proporcional por infecção respiratória aguda em menores de 5 anos 
de idade. Os indicadores de taxa de mortalidade específica englobam 
as neoplasias malignas, acidentes do trabalho, diabetes mellitus, aids, 
afecções originadas no período perinatal e doenças transmissíveis.
3.4 Indicadores de morbidade e fatores de risco
Dentre outros, incluem: os indicadores de taxa de incidência de aids, 
taxa de incidência de dengue, taxa de incidência de neoplasias malignas, 
taxa de prevalência de diabetes mellitus, proporção de internações 
hospitalares (SUS) por grupos de causas, taxa de prevalência de 
pacientes em diálise (SUS), proporção de nascidos vivos de baixo peso ao 
nascer, taxa de prevalência de déficit ponderal para a idade em crianças 
menores de 5 anos de idade, taxa de prevalência de aleitamento 
materno, aleitamento materno exclusivo, taxa de prevalência de excesso 
de peso, de atividade física insuficiente, de hipertensão arterial.
3636 
3.5 Indicadores de recursos
Incluem, dentre outros, o número de profissionais de saúde por 
habitante, despesa familiar com saúde como proporção da renda 
familiar e número de concluintes de cursos de graduação em saúde.
4. Sistemas de informação
É necessário esclarecer que as informações que são disponibilizadas 
para uso na epidemiologia são alimentadas em banco de dados pelos 
sistemas de informação do Ministério da Saúde, como Sistema de 
Informações de Agravos de Notificação (Sinan), Sistema de Informações 
Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), e sistemas de informações para a 
gestão do trabalho em saúde.
Outros sistemas de informações de entidades públicas também 
são fornecedores de dados, dentre eles, podemos citar o Sistema 
Único de Benefícios da Previdência Social (SUB), Cadastro Nacional 
de Informações Sociais (CNIS) e Sistema Integrado de Administração 
Financeira do Governo Federal (SIAFI).
Aos censos originados no Sistema Estatístico Nacional, realizados pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são fontes de dados 
importantes em nível nacional, mas que também são interessantes na 
prática clínica para o conhecimento da região sociodemográfica na qual 
está inserido o atendimento nutricional. 
Os dados disponibilizados pelo IBGE também sãointeressantes para 
compreensão dos contextos sociais nos quais se pretende atuar em nível 
ambulatorial. O IBGE realizará pesquisas como a Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (PNAD), Pesquisa de Assistência Médico-sanitária 
(AMS), Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e Pesquisa de Orçamentos 
Familiares (POF), que sabemos estarem relacionadas diretamente ao 
acesso à alimentação (POF, 2011). 
A figura abaixo expõe a prevalência da desnutrição infantil em alguns 
estados do Brasil em 1989, e permite a percepção das diferenças 
3737 37
socioeconômicas, relacionadas às questões sociais nas regiões norte e 
sul do país. Conforme a figura, podemos assimilar quais áreas da região 
norte e nordeste do país, em 1989, poderiam ser comparadas com áreas 
da África, onde havia altos índices de desnutrição.
Figura 1 – Prevalência da desnutrição infantil (BRASIL, 1989), 
referente ao percentual de crianças com altura < -2 Z.
Fonte: PNSN (1989), in Monteiro 1995.
A tabela abaixo expõe dados da POF, de 2008-2009, e confirma ainda a 
relação renda, alimentação e baixo peso/desnutrição.
Tabela 1 – Prevalência de déficit de altura nas crianças menores 
de 5 anos de idade, com base na distribuição de referência relativa 
a crianças de famílias com rendimento total e variação patrimonial 
mensal de mais de um salário mínimo per capita, segundo as classes 
de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar per capita – 
Brasil – período 2008-2009
Classes de rendimento total e 
variação patrimonial mensal familiar 
per capita (salários mínimos)
Prevalência de déficit de altura 
nas crianças menores de 
5 anos de idade (%)
Até 1/4 8,2
Mais de 1/4 a 1/2 6,8
Mais de 1/2 a 1 6,2
Mais de 1 a 2 5,2
Mais de 2 a 53,8 3,8
Mais de 5 3,1
Fonte: BRASIL. IBGE, POF 2008-2009.
3838 
Outros censos e pesquisas também são fornecedores de dados que 
compõem o banco de informações no qual se baseiam os indicadores, 
dentre eles, a Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS), 
estimativa da incidência de neoplasias malignas, inquérito de 
prevalência de aleitamento materno, inquérito de prevalência de 
diabetes mellitus e inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e 
morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis.
Prezado aluno, neste tema, nós tomamos conhecimento sobre quais 
são os indicadores nos quais devemos atentar para o atendimento 
nutricional no ambulatório, dentre eles, os dados antropométricos, de 
alimentação e comorbidade merecem especial atenção por parte do 
nutricionista ambulatorial, a fim de oferecer um atendimento efetivo ao 
paciente, compreendendo-o como um ser completo que interage com o 
meio no qual vive, sofrendo interferências deste.
TEORIA EM PRÁTICA
Você é nutricionista clínico no ambulatório de sua 
cidade, no interior do Pará, região amazônica, e recebe o 
paciente J. K. L., 56 anos, diabético, hipertenso, referindo 
ser encaminhado ao nutricionista, pois, após ser 
diagnosticado com dengue, perdeu muito peso. Relata 
que “tem muita gente aqui com dengue, e por isso as 
pessoas estão emagrecendo aqui na cidade”. Ao avaliar 
o encaminhamento médico, você verifica: “Encaminho 
ao nutricionista deste ambulatório o paciente, J. K. L., 
56 anos. Paciente apresenta redução ponderal de 10 kg 
após estar internado por 5 dias”. Verificando os exames 
laboratoriais, você identifica HDL de 96 mg/dl. Ao coletar o 
recordatório alimentar do paciente, ele refere o consumo 
de uma sardinha assada no jantar e almoço, pois seu 
3939 39
vizinho é pescador ribeirinho e traz para ele esse alimento, 
o qual ele ingere diariamente. Frente a essa realidade, 
quais indicadores de saúde você deverá considerar no 
atendimento ambulatorial desse paciente?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Qual seria o melhor indicador que você poderia 
preferir utilizar para verificar a incidência de dengue 
no seu município? 
a. Taxa de incidência de aids.
b. Taxa de incidência de neoplasias malignas.
c. Taxa de incidência de dengue.
d. Taxa de prevalência de diabete mellitus.
e. Taxa de incidência de doenças relacionadas 
ao trabalho.
2. Considerando que os tratamentos realizados pelos 
profissionais de saúde visam a resolubilidade das 
doenças, assinale as palavras que melhor preenchem 
as lacunas da afirmativa abaixo:
A __________ do tratamento pode ser caracterizada 
pela _________ de um tratamento empregado frente 
a determinada ____________, em que se verificou a 
___________ da doença outrora instalada.
4040 
a. Efetividade; eficiência; patologia; alteração.
b. Efetividade; eficiência; patologia; resolução. 
c. Eficiência; eficiência; patologia; alteração.
d. Eficiência; deficiência; patologia; alteração.
e. Eficiência; dificuldade; patologia; alteração.
3. A prevenção na prática clínica se refere a ações que o 
profissional de saúde deve ter para auxiliar na adesão 
de práticas de saúde por parte de seus pacientes. 
Fazem parte da prevenção na prática clínica as ações 
listadas abaixo, exceto: 
a. Incentivo à adesão aos programas de imunização.
b. Incentivo à adesão ao acompanhamento do ganho 
de peso do recém-nascido. 
c. Incentivo e o uso de curvas de padrão de crescimento 
preconizadas pelo Ministério da Saúde.
d. Orientações de práticas que promovem o adoecimento.
e. Orientações de incentivo ao aleitamento materno.
Referências bibliográficas
BONITA, R; BEAGLEHOLE, R; KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia básica. Tradução e 
revisão científica Juraci A. Cesar. 2.ed. São Paulo: Santos, 2010.
BRASIL. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). 
A segurança alimentar e nutricional e o direito humano à alimentação 
adequada no Brasil. Indicadores e Monitoramento – da Constituição de 1988 aos 
dias atuais. Brasília: Consea, 2010.
4141 41
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística – IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Trabalho e 
Rendimento. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo 
alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011.150 p. Disponível em: https://
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45419.pdf. Acesso em: 26 ago. 2019.
MONTEIRO, C. A. A dimensão da pobreza, da fome e da desnutrição no Brasil. 
Estud. av., São Paulo, v. 9, n. 24, p. 195-207, ago. 1995. Disponível em: http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000200009&lng=en&nr
m=iso. Acesso em: 26 ago. 2019. 
MONTEIRO C. A. et al. Causas e declínio da desnutrição infantil no Brasil, 1996-2007. 
Revista de Saúde Pública, São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de 
Saúde Pública, 2005, v. 43, n. 1, p. 35-43, 2009.
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição – Pnsn – Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística – Ibge – (1989). In MONTEIRO, C. A. A dimensão da pobreza, da fome 
e da desnutrição no Brasil. Estud. av., São Paulo, v. 9, n. 24, p. 195-207, ago. 1995. 
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40141995000200009&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 27 fev. 2019. 
PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIO. IBGE, 2007. Disponível em: 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/59/pnad_2007_v28_br.pdf. 
Acesso em 27 fev. 2020.
REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÃO PARA A SAÚDE – RIPSA. Indicadores 
básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2. ed. Brasília: Organização 
Pan-Americana da Saúde, 2008. 349 p.: il.
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Resolução: taxa de incidência de dengue. Lembre-se de que as 
taxas de incidência de dengue são indicadores que norteiam as 
ações em saúde frente a essa patologia.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 2 – Resposta B
Resolução: a efetividade do tratamento pode ser caracterizada 
pela eficiência em um tratamento empregado frente a 
determinada patologia, em que se verificou a resolução da 
doença outrora instalada.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45419.pdfhttps://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45419.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000200009&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000200009&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000200009&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000200009&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000200009&lng=en&nrm=iso
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/59/pnad_2007_v28_br.pdf
4242 
Questão 3 – Resposta D 
Resolução: A prevenção na prática clínica pode incluir, por 
exemplo, o incentivo à adesão aos programas de imunização, o 
acompanhamento do ganho de peso do recém-nascido e o uso 
de curvas de padrão de crescimento, aleitamento materno, entre 
outros; Deste modo orientações de práticas que promovem o 
adoecimento, não fazem parte da prevenção na prática clínica.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
4343 43
Indicadores de qualidade nas 
terapias enteral e parenteral
Autora: Dayse Kellen de Sousa Santos
Objetivos
• Conhecer os indicadores de qualidade 
nas terapias enteral e parenteral.
• Compreender a importância dos indicadores de 
qualidade nas terapias enteral e parenteral.
• Assimilar os fatores necessários à implantação 
do uso de indicadores de qualidade nas terapias 
enteral e parenteral.
4444 
1. Indicadores de qualidade nas terapias enteral e 
parenteral
A terapia nutricional (TN) pode ser definida como um conjunto de 
métodos terapêuticos que objetivam a recuperação e/ou manutenção 
dos parâmetros nutricionais por meio da nutrição parenteral e/
ou enteral (PELTZ apud SÁ; MARSCHALL, 2015). A TN é amplamente 
utilizada no meio hospitalar. 
Devemos considerar que a TN previne e combate a desnutrição, 
podendo, inclusive, melhorar os parâmetros resultantes de complicações 
pós-operatórias, porém a TN poderá apresentar complicações e por isso 
deverá ser monitorada e avaliada continuamente (BARKER et al. apud 
SÁ; MARSCHALL, 2015), sendo que essa avaliação e esse monitoramento 
poderão ser realizados por meio de indicadores que expressarão a 
qualidade dos atendimentos que incluem a terapia nutricional e enteral. 
A qualidade de um atendimento em saúde refere-se a um atendimento 
efetivo que seja resolutivo e satisfatório do ponto de vista do paciente 
(OPAS, 1992). A verificação da qualidade da assistência em saúde almeja 
garantir uma assistência com o menor número de deficiências possível, 
utilizando, para isso, protocolos que organizam as ações da equipe 
envolvida no processo de geração de saúde, bem como fornecendo a 
esta equipe os conhecimentos científicos atuais (BRASIL, 2006). 
Na avaliação da qualidade de um serviço, o uso de indicadores é 
preconizado, porém, para sua utilização, é necessário que se adotem 
procedimentos para uma gestão efetiva (ABNPE; ABRAN, 2011). Dentre 
esses procedimentos, devemos citar:
• Construção e padronização de manuais de boas práticas: os 
manuais de boas práticas irão definir os procedimentos-padrão 
que deverão ser adotados para a realização das atividades 
referentes a nutrição enteral e parenteral.
4545 45
• Construção e domínio dos registros: os registros permitirão a 
melhor visualização das atividades realizadas pela equipe de saúde.
• Ações de prevenção e de correção: ações de prevenção deverão 
ser adotadas para evitar a ocorrência de fatores que possam 
desfavorecer a qualidade da terapia oferecida ao paciente, 
enquanto as ações de correção deverão ocorrer sempre que 
houver resultados desfavoráveis.
• Revisões e adaptações dos processos e objetivos do serviço 
de terapia nutricional: deverá haver adaptações e revisões dos 
processos já utilizados e dos objetivos dos serviços implantados.
Cada instituição apresenta um perfil especifico dos seus pacientes, e o 
perfil desses pacientes norteia as ações de avaliação de qualidade do 
serviço oferecido a este público, bem como os tipos de indicadores que 
serão preferidos. Alguns critérios deverão ser adotados para selecionar 
os indicadores que deveremos preferir utilizar. Dentre os critérios, 
devemos considerar (ABNPE; ABRAN, 2011):
• As necessidades conforme os aspectos da população avaliada. 
• A política da instituição. 
• O impacto da patologia analisada frente à saúde da população.
• Evidências científicas que exponham a necessidade daquele 
indicador.
As necessidades de saúde da população estudada deverão ser avaliadas, 
de modo que os indicadores analisados sejam relevantes a ela. Para isso, 
deve pesar o impacto da patologia analisada frente à saúde da população.
É interessante ressaltar que os indicadores que se pretendem utilizar 
permitam comparação com outas populações/instituições de vários níveis, 
tanto locais quanto regionais ou nacionais e até mesmo internacionais.
4646 
No âmbito da avaliação de qualidade da nutrição enteral e parenteral, 
alguns indicadores são amplamente utilizados. O quadro abaixo expõe 
alguns deles.
Quadro 1 – Exemplos de indicadores comumente utilizados
INDICADORES GERAIS
Porcentagem de avaliação nutricional nas primeiras 24 horas de internação
Número de pacientes com avaliação nutricional x 100/ número de internações
Prevalência de pacientes com déficit ou em risco nutricional
Número de pacientes com déficit ou em risco nutricional 
x 100 / número de pacientes internados
Porcentagem de pacientes com tempo de jejum inadequado 
antes do início da TN (maior que 72 horas)
Número de pacientes em jejum por período maior que 48 
horas x 100 / número de pacientes candidatos à TN
INDICADORES DE EFETIVIDADE
Porcentagem de pacientes em TN com estimativa do 
gasto energético e necessidades proteicas
Número de pacientes em TN com medida do gasto energético 
x 100 / número total de pacientes em TN
Porcentagem de pacientes em TN em catabolismo proteico
Número de pacientes em TN com diminuição da circunferência muscular do braço 
maior que 20% no período de sete dias x 100 / número total de pacientes em TN
Porcentagem de pacientes com volume de nutrição parenteral 
(NP) infundido maior que 70% do prescrito
Número de pacientes com volume de infusão da NP maior que 
70% x 100 / número total de pacientes recebendo NP
Porcentagem de pacientes com volume de nutrição enteral 
(NE) infundido maior que 70% do prescrito
Número de pacientes com volume de infusão da NE maior que 
70% x 100 / número total de pacientes recebendo NE
INDICADORES DE RESULTADOS
Incidência de diarreia
Número de pacientes com diarreia recebendo NE x 100 
/ número total de pacientes recebendo NE
Índice de infecção do cateter venoso central em pacientes sob TN parenteral
Número de ocorrência de infecção de cateter venoso central em pacientes sob 
TNP x 1000 / número de pacientes-dia com cateter venoso central para TNP
Incidência de perda de SNE em pacientes em TN enteral (saída inadvertida e obstrução)
Número de perdas de SNE x 100 / número de pacientes com sonda nasoentérica/dia
Fonte: adaptado de ABNPE e Abran (2011).
4747 47
PARA SABER MAIS
Em 2014, os autores Sá e Marshall, na publicação 
“Indicadores de qualidade em terapia nutricional como 
ferramenta para avaliação da assistência nutricional em 
pacientes hospitalizados”, abordaram os indicadores de 
qualidade em terapia nutricional (IQTN), por meio de 
uma revisão crítica de estudos sobre a aplicabilidade 
dos indicadores de qualidade para avaliação da TN. 
Os autores concluíram que há viabilidade na utilização 
de IQTN e evolução progressiva da eficácia dos métodos 
de qualidade na assistência nutricional a partir da sua 
empregabilidade (SÁ; MARSHALL, 2014). Esse estudo foi 
publicado no periódico científico Comunicação em Ciências 
da Saúde, que está sob a responsabilidade da Secretaria 
de Estado de Saúde do Distrito Federal, por meio da 
Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde 
(BVS, 2019). Nessa publicação, eles abordaram oestudo de 
Waitzberg, Mateos e Verotti em 2008, que elencou os dez 
IQTN considerados mais úteis, práticos, de fácil execução 
(simplicidade) e de baixo custo, que estão listados no 
Quadro 2, em ordem de importância.
Quadro 2 – Dez indicadores de qualidade em 
terapia nutricional (IQTN) considerados mais úteis, 
práticos, de fácil execução (simplicidade) e de baixo custo
Colocação Indicador
1º Frequência de realização de triagem nutricional em pacientes hospitalizados
2º Frequência de diarreia em pacientes em terapia nutricional enteral (TNE)
3º Frequência de saída inadvertida de sonda de nutrição em pacientes em terapia nutricional enteral (TNE)
4848 
4º Frequência de obstrução de sonda de nutrição em pacientes em terapia nutricional enteral (TNE)
5º Frequência de jejum digestório por mais de 24 horas em pacientes em terapia nutricional enteral (TNE) ou oral (TNO)
6º Frequência de pacientes com disfunção da glicemia em terapia nutricional enteral e parenteral (TNE e TNP)
7º Frequência de medida ou estimativa do gasto energético e necessidades proteicas em pacientes em terapia nutricional
8º Frequência de infecção por cateter venoso central (CVC) em pacientes em terapia nutricional parenteral (TNP)
9º Frequência de conformidade de indicação da terapia nutricional enteral (TNE)
10º Frequência de aplicação de avaliação subjetiva global (ASG) em pacientes em terapia nutricional (TN).
Fonte: Waitzberg et al. apud Sá e Marschall (2014).
ASSIMILE
É imprescindível, que exista um guia de boas práticas 
padrão que seja adotado pela equipe de saúde que 
atua diretamente junto ao paciente e, portanto, é 
responsável direto pelos resultados de saúde, o que 
reflete nos indicadores. De posse do manual de boas 
práticas, deve-se elaborar e disponibilizar à equipe 
as fichas de registro dos indicadores para que sejam 
preenchidas por profissionais previamente definidos. 
Também é importante citar que os profissionais de 
contato direto com o paciente deverão ser conhecedores 
das planilhas de registros dos dados que alimentarão 
os bancos de dados, bem como dos seus resultados, 
pois assim compreenderão o que está sendo avaliado 
e, consequentemente, frente aos resultados, serão 
conscientizados das necessidades de determinadas ações 
em saúde, quer sejam de prevenção ou de correção.
4949 49
Sobre as instruções para implantação de indicadores em terapia 
nutricional, devemos considerar que, nas instituições de saúde, é 
necessário que se implantem os indicadores que se pretendem 
utilizar, sendo que o banco de dados para o levantamento destes 
deverão ser estruturados com as informações componentes de tal 
indicador. Esse banco deverá ser alimentado de forma confiável por 
profissionais da própria instituição.
Como resultado das implicações dos indicadores, devemos lançar metas, 
não só para desafiar a equipe, mas também para melhorar os padrões 
de saúde da instituição na qual se atua e até mesmo em nível local, 
regional, estadual, nacional e, por vezes, até internacional.
Os dados que deverão alimentar o banco de informações deverão, 
prioritariamente, ser coletados em períodos preestabelecidos e 
repetitivos, para se ter um melhor controle da situação atual do 
estabelecimento no qual se atua. Além de que essas informações, em 
períodos regulares, se aplicam para nortear as ações em saúde da 
equipe atuante.
Todo o material de implantação dos indicadores e o material de 
controle e de ações em saúde norteada pelos resultados dos 
indicadores deverão ser periodicamente ajustados, renovados, 
atualizados e revisados, lembrando que toda a equipe participante do 
levantamento dos indicadores deverá ser treinada, seja o pessoal de 
contato direto com o paciente, seja os coletadores de dados, ou seja, os 
alimentadores dos bancos.
Os profissionais que estarão envolvidos na elaboração dos indicadores 
de qualidade em terapia nutricional deverão considerar que, na 
elaboração destes, alguns itens serão componentes básicos, como: 
nome, objetivo, cálculo, definição de numerador e denominador, 
método, responsável, frequência, meta e referencial comparativo 
(ISOSAKI, 2015).
5050 
Quadro 3 – Exemplo de indicador de qualidade em terapia nutricional
Indicador Taxa de realização de anamnese alimentar inicial
Objetivo Identificar a frequência de realização de anamnese alimentar inicial em pacientes hospitalizados
Fórmula de cálculo (Nº de pacientes com anamnese alimentar em até 72 h de internação / nº total de internações no mês) x 100
Importância
A anamnese alimentar é uma importante 
ferramenta utilizada para o diagnóstico nutricional 
e o estabelecimento do plano terapêutico. Tem 
como objetivos avaliar a adequação quantitativa 
e qualitativa da ingestão alimentar às demandas 
nutricionais do paciente, direcionando para a 
introdução de terapia nutricional quando necessária
Unidade utilizada 
na fórmula Porcentagem
Numerador Nº de pacientes com anamnese alimentar inicial realizada em até 72 h de internação
Denominador Nº total de internações realizadas no mês na unidade
Fontes dos dados
Prontuário do paciente
Observação: serão computados a partir da data da 
anamnese alimentar inicial (registrada em prontuário), 
utilizando como ferramenta relatórios, sistemas 
informatizados e/ou impressos próprios da instituição
Periodicidade Mensal
Responsável 
pela informação Nutricionista
Meta ≥ 75%
Referencial comparativo Hospitais com características similares
Fonte: adaptado de Ilsi Brasil (2017, p. 12).
Os critérios a serem adotados para elaboração e avaliação de 
indicadores de qualidade de saúde nos serviços de terapia nutricional 
devem expor suas normas de maneira clara e objetiva. Um exemplo 
de indicador de qualidade em terapia nutricional poderá ser verificado 
abaixo. Esta produção faz parte da série de publicações da International 
Life Sciences Institute Brasil (Ilsi): Força-tarefa nutrição da criança (2017).
5151 51
TEORIA EM PRÁTICA
Após um longo processo seletivo, você assume a chefia do 
setor de nutrição enteral do hospital no qual trabalha há 
mais de dez anos. Então você resolve implantar indicadores 
de qualidade em terapia nutricional neste hospital. Quais 
os critérios que deverão ser adotados para selecionar os 
indicadores que você deverá preferir utilizar?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Assinale a sequência que melhor completa as lacunas: 
Os ____________ que estarão envolvidos na elaboração 
_____________ em terapia nutricional deverão considerar 
que, na elaboração destes, alguns itens serão 
______________, como por exemplo métodos e objetivos. 
a. Componentes básicos; dos profissionais; indicadores 
de qualidade.
b. Profissionais; dos indicadores de qualidade; 
componentes básicos.
c. Componentes básicos; dos nutricionistas; indicadores 
de qualidade.
d. Nutricionistas; dos indicadores de qualidade; 
componentes básicos.
e. Indicadores de qualidade; profissional; 
componentes básicos.
5252 
2. A terapia nutricional (TN) pode ser definida como um 
conjunto de métodos terapêuticos que objetivam: 
a. A recuperação da saúde de indivíduos saudáveis.
b. A manutenção da saúde de indivíduos saudáveis.
c. A recuperação e/ou manutenção dos parâmetros 
nutricionais.
d. A recuperação e/ou manutenção da saúde de 
indivíduos saudáveis.
e. A recuperação e/ou manutenção somente dos 
parâmetros antropométricos.
3. Como exemplo de indicador de qualidade em nutrição 
enteral e parenteral comumente utilizado, podemos citar 
os listados abaixo, exceto:
a. Porcentagem de avaliação nutricional nas primeiras 24 
horas de internação.
b. Incidência de aleitamento materno.
c. Frequência de jejum digestório por mais de 24 horas 
em pacientes em terapia nutricional enteral (TNE) ou 
oral (TNO).
d. Frequência de realização de triagem nutricional em 
pacientes hospitalizados.
e. Frequência de obstrução de sonda de nutrição em 
pacientes em terapia nutricional enteral (TNE).
5353 53
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Avaliação paramelhoria da qualidade da estratégia 
saúde da família: documento técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
Biblioteca Virtual em saúde. Ministério da Saúde. Disponível em: http://pesquisa.
bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-23435. Acesso em: 6 ago. 2019.
DONABEDIAN, A. Evaluación de la calidad de la atención médica. In: WHITE, K. 
L; FRANK, J. E. D. S. Investigaciones sobre servicios de salud: una antología. 
Washington: OPAS, 1992. p. 382-404.
INTERNATIONAL LIFE SCIENCES INSTITUTE DO BRASIL – ILSI. Indicadores de 
qualidade em terapia nutricional pediátrica. ILSI Brasil: força-tarefa nutrição da 
criança. v. 2. São Paulo: Ilsi, 2017. (Série de publicações; v. 2).
ISOSAKI, M. Indicadores: conceitos, importância e aplicabilidade em nutrição 
hospitalar. In: ISOSAKI, M; GANDOLFO, A. S; JORGE, A. L; EVAZIAN, D; CASTANHEIRA, 
F. A; BITTAR, O. J. N. Indicadores de nutrição hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2015. 
SÁ, J. S. M. de; MARSCHALL, N. G. Indicadores de qualidade em terapia nutricional 
como ferramenta de monitoramento da assistência nutricional no paciente 
cirúrgico. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 2, n. 30, p. 100-105, 2015.
SÁ, J. S. M. de; MARSCHALL, N. G. Indicadores de qualidade em terapia nutricional 
como ferramenta para avaliação da assistência nutricional em pacientes 
hospitalizados. Comunicação em Ciências Saúde, v. 2, n. 25, p. 127-140, 2014.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL – SBNPE; 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTROLOGIA – Abran. Terapia nutricional: 
indicadores de qualidade. Projeto Diretrizes. São Paulo: 2011. Disponível em: 
https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_indicadores_de_
qualidade.pdf. Acesso em: 27 fev. 2020.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: lembre-se de que os componentes básicos que estarão 
envolvidos na elaboração dos indicadores de qualidade são, por 
exemplo, métodos e objetivos deste indicador.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 2 – Resposta C
Resolução: a recuperação e/ou manutenção dos parâmetros 
nutricionais são objetivos da terapia nutricional.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
http://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-23435
http://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-23435
https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_indicadores_de_qualidade.pdf
https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_indicadores_de_qualidade.pdf
5454 
Questão 3 – Resposta B
Resolução: a Incidência de aleitamento materno é um indicador de 
saúde, porém não é um indicador de qualidade em nutrição enteral 
e parenteral.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
5555 55
Epidemiologia nutricional
Autora: Dayse Kellen de Sousa Santos
Objetivos
• Compreender os parâmetros da epidemiologia 
no âmbito da nutrição.
• Conhecer as doenças prevalentes atualmente e suas 
justificativas frente à epidemiologia nutricional.
• Conhecer as doenças prevalentes nas 
décadas passadas e suas justificativas frente à 
epidemiologia nutricional.
5656 
1. Epidemiologia aplicada à nutrição
A epidemiologia estuda os diferentes fatores que geram a ocorrência e 
o alastramento de doenças, bem como os meios necessários para sua 
prevenção. Define-se como o estudo da frequência, da distribuição e 
dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em 
específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos 
problemas de saúde (LAST, 1988). Poderá, ainda, ser definida de maneira 
simples, como o estudo das doenças nas populações.
A partir dos dados epidemiológicos é que serão definidos os indicadores, 
que permitirão nortear as ações em saúde que deverão ser adotadas 
a fim de fornecer um atendimento de qualidade, assertivo e resolutivo 
para o paciente. 
As informações geram os indicadores em saúde que norteiam as ações 
em saúde, frente a elas, serão obtidos os dados, que serão revisados, 
analisados e, posteriormente, nortearão nova coleta de informações.
Figura 1 – Dinâmica do ciclo de geração de 
indicadores, dados, informações e ações em saúde
Fonte: adaptada de Moraes (1994). 
Os padrões de morbimortalidade do povo brasileiro passaram por 
transições que podem ser classificadas em demográfica, nutricional e 
epidemiológica (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007). 
5757 57
A transição demográfica se refere ao maior número de pessoas com 60 
anos em detrimento ao número de nascimentos, ou pessoas com pouca 
idade, enquanto a transição nutricional pode ser caracterizada pelo 
aumento do número de indivíduos com índice de massa corporal acima 
do máximo adequado para sua altura. Desse modo, são classificadas 
em obesidade ou sobrepeso, sendo que o excesso de peso pode estar 
associado a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que refletem 
nos padrões de morbimortalidade atuais. 
O índice de massa corporal (IMC) é estabelecido pela razão entre peso 
e altura e pode ser definido pela fórmula: kg/m². O IMC deverá ser 
classificado conforme preconiza a OMS (2000).
Tabela 1 – Classificação do IMC
IMC (kg/m2) Classificação
< 16 Magreza grau III
16 a 16,9 Magreza grau II
17 a 18,4 Magreza grau I
18,5 a 24,9 Eutrofia
25 a 29,9 Pré-obeso
30 a 34,9 Obesidade grau I
35 a 39,9 Obesidade grau II
≥40 Obesidade grau III
Fonte: adaptada de OMS (2000).
Estudos epidemiológicos têm sido realizados para identificar fatores 
etiológicos que possam reduzir ou atenuar a carga produzida pelo 
envelhecimento da população, pelas alterações nutricionais e pela 
presença de DCNT (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007, p. 213).
A imagem abaixo expõe a evolução temporal da prevalência de 
obesidade (IMC > ou igual a 30 kg/m²) no nordeste e no sudeste do Brasil 
(em 1975, 1989 e 1996).
5858 
Figura 2 – Evolução temporal da prevalência de obesidade (IMC > ou 
igual a 30 kg/m²) no nordeste e no sudeste do Brasil (1975, 1989 e 1996)
Fonte: Batista e Rissin (2003).
Devemos refletir também sobre o fato de que a população urbana 
moderna teve ampla influência da indústria alimentar sobre o seu 
padrão de consumo de alimentos. Essa influência ocorreu devido ao 
desenvolvimento acelerado das redes de comercialização de alimentos, 
como, por exemplo, as redes fast-foods, além de que a globalização 
impõe a incorporação de hábitos e produtos de modo a substituir os 
alimentos que outrora eram presentes na alimentação habitual das 
populações. Esse fenômeno reflete intensamente sobre a dieta habitual 
dos indivíduos e, consequentemente, nos processos de alimentação e 
saúde (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007, p. 182).
A transição epidemiológica, neste contexto, se configura como a 
diminuição de mortes por doenças infecciosas, como malária ou 
sarampo, entre outras, em detrimento do aumento dos óbitos por 
DCNT, como as cardiovasculares, neoplasias, diabetes mellitus e 
doenças respiratórias crônicas. Frente a essa realidade, deve-se 
minimizar as consequências negativas da transição epidemiológica, 
transição demográfica e nutricional. A intervenção das ações de saúde 
deve se basear nos fatores que podem ser modificáveis. No conjunto de 
fatores que podem ser modificáveis, cita-se o perfil alimentar adotado. 
5959 59
Devemos considerar que o padrão alimentar é caracterizado como 
“o conjunto ou grupos de alimentos consumidos por uma dada 
população” (GARCIA, 1999). 
Para o melhor conhecimento desses grupos alimentares, poderemos 
utilizar os inquéritos de investigação do consumo alimentar, sendo 
destes o mais utilizado o questionário de frequência de consumo 
alimentar (QFA), por permitir agrupamento de grupos alimentares e o 
conhecimento de sua frequência de consumo.
O questionário de frequência alimentar (QFA) é amplamente utilizado 
em estudos prospectivos internacionais e nacionais. É considerado 
o mais prático e informativo método de avaliação dietética e de 
fundamental importância em estudos epidemiológicos que relacionam 
a dieta com a presença de doenças crônicas não transmissíveis(FISBERG; MARTINI; SLATER, 2005).
No Quadro 1, podemos ver o modelo de questionário qualitativo 
de frequência de consumo alimentar para alimentos ricos em ferro 
que poderia, por exemplo, ser utilizado no atendimento a gestantes, 
considerando a importância desse micronutriente na gestação.
Quadro 1 – Modelo de questionário qualitativo de 
frequência de consumo alimentar para alimentos ricos em ferro, 
que poderá ser utilizado para avaliar populações
Frequência de consumo
Alimento 1 x/dia 2 a 4x/sem 1x/sem 1 a 3x/mês < 1x/mês Nunca
Carne de aves
Carne suína
Carne Bovina
Brócolis
Rúcula
Feijão
Fígado bovino
Coração bovino
Fonte: elaborado pela autora.
6060 
ASSIMILE
O QFA é o modelo mais utilizado nas pesquisas 
epidemiológicas, pois pode ser elaborado conforme 
o objetivo específico, por exemplo, se o objetivo for 
perceber a carência da ingestão de algum nutriente, o 
QFA pode ser elaborado com alimentos fontes daquele 
nutriente. O QFA poderá ser elaborado com alimentos 
comumente consumidos pela população estudada 
(FISBERG; MARTINI; SLATER, 2005).
No Quadro 2, há o modelo de questionário semiquantitativo, em que se 
expõem também as quantidades consumidas além da frequência.
Quadro 2 – Modelo de questionário semiquantitativo 
de frequência de consumo alimentar 
Frequência de consumo
Alimento 1 x/dia 2 a 4x/sem 1x/sem 1 a 3x/mês < 1x/mês Nunca
Maçã 
(1 unidade)
Bolo 
(1 fatia)
Biscoito 
(6 unidades)
Café 
(1 xícara de café)
Fonte: elaborado pela autora.
Avaliar a qualidade refere-se à avaliação da composição da alimentação 
do indivíduo, ou seja, sua composição nutricional, enquanto que a 
avaliação quantitativa se refere a quantidade de porções, volume, 
tamanho, unidades dos alimentos ingeridos. O período referente às 
informações que o pesquisador deseja coletar pode variar conforme o 
profissional julgar necessário, podendo ser dos três últimos meses ou 
até mesmo do último ano. 
6161 61
No entanto, é preciso considerar que nesse tipo de inquérito, quando 
aplicado por um período retrospectivo muito distante, há uma 
inclinação para erros devido às falhas de memória que o paciente 
possa apresentar, ou cansaço do paciente no ato de responder. Além 
de que, em casos de patologias recentes, há uma possibilidade de que 
o hábito alimentar do paciente esteja alterado devido às mudanças 
que já tenham sido aplicadas para melhorar o padrão alimentar, o que 
resultará em um questionário não fidedigno.
Posteriormente, os dados são agrupados para que sejam analisados 
estatisticamente para a geração dos dados que serão utilizados. 
Os avanços tecnológicos trouxeram consigo muitas mudanças no 
padrão alimentar do brasileiro, que, na realidade, é um reflexo das 
mudanças ocorridas nos hábitos de vida.
A epidemiologia nutricional compreende os fatores nutricionais que 
se relacionam a alimentação e doenças ocorridas relacionadas a ela, 
como, por exemplo, no século XX, havia a predominância da desnutrição, 
como resultado, obtinham-se crianças com déficits de crescimento, 
aprendizagem e as demais consequências da desnutrição. Enquanto, 
atualmente, há maior inclinação da predominância de estado nutricional 
de sobrepeso entre as crianças, o que traz consigo as implicações como 
diabetes melittus e hipertensão arterial (FERREIRA; AYDOS, 2010).
PARA SABER MAIS
O Estudo Nacional de Despesas Familiares (Endef), realizado 
nos anos de 1974 e 1975, juntamente com a Pesquisa 
Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), realizada em 1989, 
e a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), 
realizada entre 1995 e 1996, permitiram o conhecimento da 
diminuição na prevalência de desnutrição em crianças com 
idade inferior a 5 anos (BATISTA; RISSIN, 2003).
6262 
É necessário compreendermos que o estado de desnutrição infantil ou 
obesidade eram reflexos, dentre outros fatores, do estado econômico 
que havia no Brasil, com má distribuição de renda e dificuldades de 
acesso aos alimentos.
Frente à epidemiologia anteriormente expressa, o governo do Brasil 
adotou políticas públicas de melhor acesso aos alimentos, fornecimento 
de alimentos aos escolares e trabalhadores, distribuição de renda, entre 
outras, solucionando, assim, o grande problema outrora nominado 
desnutrição infantil, que além de presente no Brasil, apresentava-se 
como prevalente em países subdesenvolvidos, contribuindo, assim, 
para essa característica no país.
Juntamente com a diminuição da desnutrição, iniciou-se um novo padrão 
alimentar que, influenciado pela sociedade, contribuiu para um consumo 
inadequado de quantidades e tipos de alimentos e, desse modo, o perfil 
antropométrico do brasileiro se inclinou para a obesidade.
Para a obtenção dos dados que permitiram conhecer o perfil 
antropométrico prevalente no Brasil, foram usadas técnicas de avaliação 
nutricional. Para avaliar nutricionalmente a população, devem-se utilizar 
métodos padronizados que permitem replicação e, caso necessário, a 
comparação entre diferentes estudos e localidades em nível regional, 
nacional ou até mesmo internacional.
Dentre os indicadores que poderão expor a realidade epidemiológica 
nutricional populacional, podemos incluir:
• Aferição do consumo alimentar.
• Avaliação nutricional.
• Antropometria.
• Exames bioquímicos.
• Variáveis relacionadas ao estilo de vida que exercem influência 
sobre as condições de saúde e nutrição.
6363 63
• Prática de atividade física.
• Avaliação nutricional de gestantes.
• Avaliação nutricional de crianças menores de 5 anos.
• Utilização dos indicadores de peso para idade, altura para idade e 
IMC para idade, de indivíduos de 0 a 19 anos.
• Taxa de aleitamento materno.
Temos também os indicadores demográficos, entre os quais podemos 
citar a taxa de mortalidade infantil, esperança de vida ao nascer e 
principais causas de morbidade e mortalidade de um país. Tanto 
em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, 
a amamentação se configura como fator protetor para as doenças 
infecciosas do trato gastrointestinal e respiratório, porém, também é 
eficaz contra doenças crônicas, como obesidade (BALABAN; SILVA, 2004). 
Desse modo, a prevalência do aleitamento materno é um indicador 
importante para avaliar os níveis de saúde de uma população, pois as 
baixas taxas de aleitamento materno exclusivo poderão se relacionar a 
carências nutricionais na primeira infância. É interessante citar, inclusive, 
que os valores de vitamina A presentes no leite humano podem ser 
classificados como indicador fiel do estado nutricional de vitamina A de 
uma população (WHO, 1996). 
É necessário lembrar que as carências nutricionais ainda estão 
presentes no Brasil, dentre as mais comuns, cita-se a carência por ferro 
e a carência de vitamina A, o que levou o governo a adotar políticas para 
conter a expansão dessas carências.
A anemia por deficiência de ferro é considerada um grave problema de 
saúde pública no Brasil. No mundo, é considerada a carência nutricional 
de maior magnitude, acometendo principalmente crianças e gestantes 
(WHO, 2008). Frente a esse agravante, o Ministério da Saúde do Brasil 
criou o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (BRASIL, 2005), 
6464 
que preconizava a administração profilática de sulfato ferroso após a 
20ª semana de gestação. Em 2013, esse manual foi atualizado (BRASIL, 
2013b) e, a partir de então, preconizou-se que a suplementação deveria 
ocorrer para todas as gestantes em acompanhamento pré-natal, 
independentemente da idade gestacional, e devendo permanecer até o 
terceiro mês pós-parto.
O uso da suplementação preconizada pelo Ministério da Saúde inclui 
40 mg de ferro elementar e 400 µg de ácido fólico diariamente até o 
final da gestação, devendo ser estendido até o terceiro mês pós-parto 
e até o terceiro mês pós-aborto (BRASIL, 2013b). Essas condutas estão 
conforme as recomendações oficiais da Organização Mundial da Saúde 
(WHO, 2012), da Sociedade Brasileira de Pediatria (2013) para prevenção e 
controle da deficiência de ferro,e da Federação Brasileira das Associações 
de Ginecologia e Obstetrícia (2012), para prevenção da ocorrência de 
defeitos do tubo neural. 
A recomendação (WHO, 2001) de suplementação de ferro para o 
tratamento da anemia ferropriva é de 120 mg de ferro elementar/
dia por três meses para adultos, e para crianças menores de 2 anos, a 
dosagem deverá ser de 3 mg de ferro/kg/dia, não devendo ultrapassar 
60 mg/dia. Dentre os indicadores séricos de anemia, podemos citar os 
que abrangem a dosagem sérica de hemoglobina e ferritina.
Alguns indicadores irão caracterizar situações de insegurança alimentar 
e nutricional e condicionam risco de doenças carenciais, como, por 
exemplo, a anemia ferropriva, dentre esses indicadores, citam-se 
(OLIVEIRA, 2010):
• Baixa renda familiar per capita.
• Baixa escolaridade (principalmente materna).
• Maior número de filhos.
• Elevada densidade de morador por cômodo.
6565 65
• Precárias condições de acesso a serviços públicos. 
• Consumo alimentar inadequado (quantitativamente e 
qualitativamente).
A imagem abaixo expõe o trânsito nutricional de alguns problemas 
nutricionais no Brasil, entre as décadas de 1970 a 2000, em que se percebe 
a queda do número de bócio e do déficit estatural (BATISTA; RISSIN, 2003).
Em um panorama histórico entre 1970 a 2000, podemos compreender 
que a desnutrição infantil, verificada pela relação altura/idade, declinou 
em 72%; em adultos, reduziu 49% na população rural e 52,7% no meio 
urbano (MONTEIRO; BENÍCIO; FREITAS, 1997). No entanto, a obesidade 
em adultos triplicou no Nordeste e duplicou no Sudeste, com indícios de 
início de redução entre os indivíduos de maior renda (BATISTA; RISSIN, 
2003). As carências nutricionais apresentaram redução, no entanto, a 
anemia apresentou aumento (SANTOS, 2002). 
Figura 3 – Trânsito nutricional de alguns problemas nutricionais 
no Brasil, entre as décadas de 1970 a 2000
Fonte: Batista e Rissin (2003).
Em 2005, o Ministério da Saúde desenvolveu o Programa Nacional de 
Suplementação de Vitamina A, que visava o desenvolvimento de ações 
de prevenção da deficiência de vitamina A (DVA) em áreas consideradas 
6666 
de risco. Posteriormente, o programa foi estendido para todo o país. No 
Brasil, a DVA era considerada um problema de saúde pública, sobretudo 
na Região Nordeste, porém, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde 
da Criança e da Mulher (PNDS-2006) verificou que as crianças menores 
de 5 anos e as mulheres em idade fértil de todas as regiões brasileiras 
são também acometidas por essa deficiência (BRASIL, 2013a).
O Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação 
de Vitamina A (BRASIL, 2013a) preconiza a suplementação de vitamina 
A em crianças e puérperas baseado nas orientações da OMS, que 
recomenda a administração de suplementos de vitamina A para 
prevenir a carência, a xeroftalmia e a cegueira de origem nutricional em 
crianças de 6 a 59 meses (BRASIL, 2013a, p. 8).
Essas orientações consideram as evidências de que a suplementação 
com vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade reduz em 24% 
o risco global de morte, em 28% o risco de morte por diarreia, e reduz 
em 45% o risco de morte por todas as causas em crianças HIV positivo 
(BRASIL, 2013a, p. 8). Inicialmente, devem-se considerar os sintomas 
clínico-oculares da deficiência de vitamina A como indicadores fiéis no 
diagnóstico da hipovitaminose A. (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007, p. 334).
A avaliação epidemiológica nutricional que envolve a saúde das 
gestantes também apresenta-se como indicadora do acesso aos 
serviços de saúde de uma população. Abaixo estão listados alguns dos 
indicadores antropométricos para avaliação do estado nutricional de 
gestantes (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007, p. 31):
• Peso pré-gestacional.
• Estatura.
• Perímetro do braço.
• IMC pré-gestacional.
• Adequação peso/estatura.
• Ganho ponderal.
6767 67
TEORIA EM PRÁTICA
Você é nutricionista clínico no ambulatório de sua cidade, 
no interior no estado do Ceará, e no atendimento do 
primeiro dia da semana você recebe a paciente, J. M. L., 
sexo feminino, 21 anos, gestante, idade gestacional de 
12 semanas, com índice de massa corporal pré-gestacional 
de obesidade. Ao realizar avaliação nutricional, percebe-se o 
ganho ponderal gestacional exagerado.
Ao verificar no sistema de diagnóstico laboratorial, ao qual 
você tem acesso, você visualiza que a paciente apresenta 
hemoglobina em valores inferiores ao esperado. No ato da 
consulta, a paciente apresenta o encaminhamento médico 
com os seguintes dizeres:
“Encaminho para o acompanhamento nutricional, J. M. L., 
sexo feminino, 21 anos, gestante, idade gestacional de 
12 semanas, anêmica”. 
Como você associaria a epidemiologia nutricional atual 
do Brasil com o perfil dessa paciente?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A transição nutricional pode ser caracterizada por: 
a. Aumento do número de indivíduos com índice de 
massa corporal acima do máximo adequado para 
sua altura, desse modo, não são classificadas em 
obesidade ou sobrepeso, sendo que esse estado 
nutricional se relaciona a doenças crônicas não 
transmissíveis (DCNT).
6868 
b. Aumento do número de indivíduos com índice de 
massa corporal acima do máximo adequado para sua 
altura, desse modo, são classificadas em obesidade 
ou sobrepeso, sendo que esse estado nutricional traz 
consigo doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) 
que refletem nos padrões de morbimortalidade atuais 
e no coeficiente de mortalidade geral.
c. Diminuição do número de indivíduos com índice 
de massa corporal acima do máximo adequado 
para sua altura, desse modo, são classificadas em 
obesidade ou sobrepeso, sendo que esse estado 
nutricional traz consigo doenças crônicas não 
transmissíveis (DCNT) que refletem nos padrões de 
morbimortalidade atuais.
d. Diminuição do número de indivíduos com índice de 
massa corporal acima do máximo adequado para 
sua altura, desse modo, são classificadas em baixo 
peso, sendo que esse estado nutricional traz consigo 
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que 
refletem nos padrões de morbimortalidade atuais.
e. Aumento do número de indivíduos com índice de 
massa corporal acima do máximo adequado para sua 
altura, desse modo, são classificadas em sobrepeso 
ou eutrofia, e este estado nutricional traz consigo 
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que 
refletem nos padrões de morbimortalidade atuais.
2. Programa Nacional de Suplementação de ________, 
do Ministério da Saúde, __________ que gestantes 
estejam suplementadas, independentemente da idade 
gestacional e devendo permanecer até_________________. 
6969 69
Qual a sequência que melhor preenche as lacunas?
a. Ferro; preconiza; o terceiro mês pós-parto ou 
pós aborto.
b. Ferro; não preconiza; o terceiro mês pós-parto ou 
pós aborto.
c. Ferro; preconiza; o segundo mês pós-parto. 
d. Vitamina A; preconiza; o terceiro mês pós-parto. 
e. Vitamina A; preconiza; o terceiro mês pós-parto 
ou pós aborto.
3. Devemos considerar que a população urbana moderna 
teve ampla influência da indústria alimentar sobre o 
seu padrão de consumo de alimentos. Essa influência 
ocorreu devido a alguns fatores, exceto: 
a. Ao desenvolvimento acelerado das redes de 
comercialização de alimentos.
b. Ao desenvolvimento acelerado das redes de fast-foods.
c. À imposição de hábitos e produtos pela mídia que 
visa lucros financeiros.
d. À substituição dos alimentos saudáveis.
e. À estagnação das indústrias alimentares e da 
tecnologia de alimentos.
7070 
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. The World Health Report 2000. Obesity – 
preventing and managing the Global Epidemic II Series. Genebra: WHO, 2000.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B 
Resolução: Amento do número de indivíduos com índice de massa 
corporal acima do máximo adequado para sua altura. Desse modo, 
são classificadas em obesidade ou sobrepeso, sendo que esse 
estado nutricional traz consigo doenças crônicas não transmissíveis 
(DCNT) que refletem nos padrões de morbimortalidade atuais e no 
ceficiente de mortalidade geral.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-38292010000200011&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-38292010000200011&lng=en&nrm=iso
7272 
Questão 2 – Resposta A
Resolução: lembre-se de que o Manual de suplementação de ferro 
orienta suplementação para gestantes e mulheres que sofreram 
perda fetal.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 3 – Resolução E 
Resposta: lembre-se de que a tecnologia de alimentos permite o 
conhecimento de técnicas de armazenamento prolongado, o que 
contribui para o consumo de alimentos em conserva.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
7373 73
Gestão de cuidados nutricionais
Autora: Dayse Kellen de Sousa Santos
Objetivos
• Conhecer os principais desafios do nutricionista 
gestor de cuidados nutricionais.
• Conhecer os indicadores de qualidade em 
assistência de nutrição.
• Conhecer a função do gestor de cuidados 
nutricionais.
7474 
1. O nutricionista como gestor de cuidados 
nutricionais
Para que seja oferecido um atendimento resolutivo e efetivo ao 
paciente, é necessário um atendimento integral. Desse modo, a 
assistência integral deverá ser composta por vários profissionais, dentre 
os quais cita-se o nutricionista.
O envolvimento de vários profissionais no cuidado do paciente permite 
troca de conhecimento e o envolvimento entre profissionais que se 
comunicam entre si estabelece um relacionamento colaborativo e 
articulado, no qual se verifica que vários profissionais de saúde são 
necessários para as resoluções do estado de saúde do paciente, tanto 
em nível ambulatorial quanto hospitalar.
Nas equipes multiprofissionais, o nutricionista é fundamental e enfrenta, 
diariamente, as limitações referentes ao número de pacientes sob os 
seus cuidados e o tempo disponível para atendê-los integralmente. Uma 
complexa organização da atuação desse profissional é prevista e pode 
ser organizada por meio de sistematizações do cuidado de nutrição 
(ASBRAN, 2014).
Dentre os profissionais que prestam assistência em saúde, está o 
nutricionista, e também é responsabilidade dele atuar tanto em 
âmbito hospitalar quanto ambulatorial, prezando pela qualidade do 
atendimento oferecido.
Atualmente, os serviços oferecidos pela saúde no Brasil têm passado por 
transformações e avanços tecnológicos que exigem do gestor constante 
atualização e dinamismo.
A gestão realizada pelo nutricionista deverá englobar atividades como 
coordenação da equipe sob o seu comando, assistência nutricional 
aos pacientes em leito ou em atendimento em ambulatório e clínica, 
levantamento de informações e dados para o estabelecimento dos 
7575 75
indicadores dos serviços oferecidos,geração de balanços e controle 
financeiro. Atividades que envolvem o aumento da produtividade também 
poderão estar sob o comando do gestor da assistência nutricional. 
A atuação do gestor irá promover impactos sobre os custos e a qualidade 
do serviço prestado e refletirá na satisfação do paciente atendido.
Para efetividade do cuidado de nutrição, é preciso que haja articulação 
entre a gestão do serviço de nutrição, nutrição clínica, e a produção e a 
distribuição da alimentação da unidade de alimentação e nutrição (UAN) 
(ASBRAN, 2014).
PARA SABER MAIS
Para uma melhor estruturação do atendimento nutricional, 
é imprescindível que o gestor em nutrição conheça a Política 
Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP), estabelecida pela 
Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, 
que preconiza em suas diretrizes, no capítulo II, artigo 6º 
(BRASIL, 2017):
1. Garantia de universalidade de acesso, equidade e integralidade 
na atenção hospitalar.
2. Regionalização da atenção hospitalar com abrangência territorial 
e populacional em consonância com as pactuações regionais.
3. Continuidade do cuidado por meio da articulação do hospital 
com os demais pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde.
4. Modelo de atenção centrado no cuidado ao usuário de forma 
multiprofissional e interdisciplinar.
5. Acesso regulado de acordo com o estabelecido na Política 
Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS).
6. Atenção humanizada em consonância com a Política Nacional de 
Humanização.
7676 
7. Gestão de tecnologia em saúde de acordo com a Política 
Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS.
8. Garantia da qualidade da atenção hospitalar e segurança 
do paciente.
9. Garantia da efetividade dos serviços com racionalização da 
utilização dos recursos, respeitando as especificidades regionais.
10. Financiamento tripartite pactuado entre as três esferas 
de gestão.
11. Garantia da atenção à saúde indígena organizada de acordo com 
as necessidades regionais, respeitando-se as especificidades 
socioculturais e direitos estabelecidos na legislação com 
correspondentes alternativas de financiamento específico de 
acordo com pactuação com subsistema de saúde indígena.
12. Transparência e eficiência na aplicação de recursos.
13. Participação e controle social no processo de planejamento e 
avaliação.
14. Monitoramento e avaliação.
Com base nessas diretrizes, o gestor entenderá que 
sua gestão deverá focar no atendimento resolutivo e de 
qualidade, oferecendo sempre ao paciente segurança e 
boas práticas em saúde.
A triagem de risco nutricional deverá ser realizada a fim de captar 
precocemente os pacientes que necessitem de intervenção urgente. 
Dentre os instrumentos utilizados, pode-se citar a miniavaliação 
nutricional (GUIGOZ; LAUQUE; VELLAS, 2002) e a avaliação subjetiva 
global (DETSKY,1987), sendo que a população atendida poderá ser 
avaliada por instrumentos específicos, como no caso de crianças ou 
idosos, em que poderão ser utilizados instrumentos diferenciados. 
É fundamental que a equipe seja treinada para o conhecimento da 
7777 77
importância da triagem nutricional e sua aplicação, para assim conseguir 
identificar a relação da doença apresentada pelo paciente e sua relação 
como impacto nutricional.
A história nutricional global poderá ser abordada pelos inquéritos 
alimentares, como recordatório alimentar de 24h e questionário de 
frequência de consumo alimentar, sendo que nestes deverá haver 
espaço para o preenchimento de informações que fornecerão dados 
para serem avaliados pelos indicadores do método dietético. Entre eles, 
cita-se o local de compra de alimentos, frequência da realização das 
refeições, local onde são realizadas as refeições e/ou comprados os 
produtos alimentares, hábitos alimentares atuais e histórico, forma de 
preparo dos alimentos, entre outros (ASBRAN, 2014).
Os dados referentes a triagem nutricional, avaliação antropométrica, 
avaliação da composição corporal, avaliação bioquímica, sinais físicos, 
avaliação imunológica, avaliação do consumo alimentar do paciente e 
os cálculos da ingestão alimentar do paciente deverão ser lançados e 
avaliados a partir do banco de dados a ser utilizado pela gerência dos 
serviços de nutrição. O armazenamento das informações em meio digital 
é fundamental, pois os avanços tecnológicos disponíveis proporcionam 
mais agilidade na interpretação das informações.
Tabela 1 – Atividades a serem desenvolvidas pelos nutricionistas 
em nível ambulatorial e hospitalar, que devem ser incentivadas, 
monitoradas e avaliadas pelo gestor de nutrição
Atividade a ser realizada pelo 
nutricionista e monitorada 
pelo gestor de nutrição
Objetivo pretendido
Triagem nutricional
Permite a classificação da urgência de 
atendimento do paciente frente à relação 
da patologia com o estado nutricional.
Avaliação antropométrica
Permite o conhecimento das informações como 
peso, altura e índice de massa corporal, poderá ser 
realizada com balança, estadiômetro (SISVAN, 2011).
7878 
Composição corporal
Permite conhecer a massa gorda e magra 
do paciente e poderá ser realizado por 
bioimpedância, tomografia computadorizada e 
ultrassonografia, entre outros (KAMIMURA, 2014).
Avaliação bioquímica
Permite a avaliação nutricional a partir da verificação 
dos exames bioquímicos apresentados pelo paciente, 
como, por exemplo, hemograma, albumina, pré-
albumina, transferrina, proteína transportadora de 
retinol, glicose plasmática entre outros (COSTA, 2015).
Avaliação imunológica 
relacionada a aspectos 
nutricionais
É realizada a partir da avaliação da resposta 
imunológica do indivíduo. Dentre os testes mais 
comuns estão a contagem dos linfócitos totais e 
os testes de hipersensibilidade cutânea retardada 
em resposta a vários antígenos (CUPPARI, 2005).
Avaliação de sinais físicos
Os sinais físicos deverão ser avaliados, pois permitem 
a investigação de desnutrição energético-proteica e 
carências específicas de nutrientes, sendo que todo o 
corpo do indivíduo deverá ser avaliado, como unhas, 
pele, glândulas, boca, entre outros (CUPPARI, 2005).
Avaliação do consumo alimentar
Permite conhecer o histórico alimentar do paciente 
e a sua alimentação atual, por meio de inquéritos 
alimentares, como recordatório alimentar de 24h e 
inquérito de consumo alimentar. Essa investigação 
permite conhecer o tipo e a quantidade de ingestão 
de micronutrientes pelo paciente (FISBERG, 2005).
Fonte: elaborada pela autora.
Essas informações deverão ser realizadas pela equipe de nutricionistas 
e incentivadas, acompanhadas, monitoradas e avaliadas pelo gestor da 
assistência nutricional.
ASSIMILE
É responsabilidade do nutricionista realizar a avaliação 
nutricional, e esta permitirá o diagnóstico nutricional. 
Também é responsabilidade do nutricionista a conduta 
profissional adequada para contribuir com a resolução 
clínica do problema nutricional identificado.
7979 79
O gestor de cuidados nutricionais deverá identificar o 
diagnóstico nutricional e acompanhar sua evolução, seja 
diariamente ou por dados posteriormente gerados. 
Pois assim também será possível saber se o atendimento 
nutricional foi de qualidade suficiente para participar da 
solução dos problemas de saúde do indivíduo.
São exemplos de diagnóstico de nutrição:
• Sobrepeso/desnutrição/obesidade/baixo peso, etc.
• Ingestão insuficiente de fibras.
• Ingestão excessiva de carboidratos. 
• Peso excessivo para idade.
• Ingestão calórica inadequada.
Além dos diagnósticos de sobrepeso ou desnutrição, os 
diagnósticos de nutrição devem incluir características 
anormais da ingestão de nutrientes específicos, da condição 
clínica/bioquímica e dos comportamentos alimentares 
(ASBRAN, 2014).
Para classificar quais os pacientes que precisam de cuidado nutricional 
complexo ou mais simples, poderemos utilizar os níveis de assistência 
em nutrição. Trata-se de um instrumento de trabalho sistematizado 
e de fácil compreensão que permite à equipe multiprofissionalo 
conhecimento de dados nutricionais do paciente, compreensão da 
atuação do nutricionista e a importância das condutas dietoterápicas 
(ASBRAN, 2014). 
Em 1994, Maculevicius, Fornasari e Baxter propuseram a organização 
em grupos das ações desejáveis para o atendimento nutricional 
conforme os critérios para a classificação dos níveis definidos como 
primário, secundário e terciário.
8080 
Tabela 2 – Critérios para classificação dos 
níveis de assistência de nutrição
CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA DE NUTRIÇÃO
Nível Descrição
Primário
Pacientes cuja doença de base ou problema 
não exija cuidados dietoterápicos específicos 
(pneumonia, gripe, conjuntivite, varicela). 
Pacientes que não apresentam risco nutricional.
Secundário
Pacientes cuja doença de base ou problema 
não exija cuidados dietoterápicos específicos, 
porém apresentam riscos nutricionais 
(Por exemplo, idoso com pneumonia). 
Pacientes cuja doença de base exija cuidados 
dietoterápicos, mas não apresentam risco 
nutricional (disfagia, diabetes, alergia à 
proteína do leite de vaca, hipertensão).
Terciário
Pacientes cuja doença de base exija 
cuidados dietoterápicos especializados 
(prematuridade, baixo peso ao nascer, 
erros inatos do metabolismo). 
Pacientes que apresentam risco nutricional.
Fonte: Maculevicius, Fornasari e Baxter (1994).
Os níveis de assistência em nutrição poderão ser utilizados para 
definir a frequência da visita do nutricionista ao paciente, bem 
como o tipo de atendimento e, por isso, o conhecimento dos níveis 
de assistência em nutrição poderá ser uma ferramenta de auxílio 
ao profissional na gestão dos cuidados nutricionais, tanto em nível 
ambulatorial quanto hospitalar.
É importante referir que o cálculo do número de nutricionistas 
necessários para atender a um hospital considera o número de 
pacientes por nível de assistência de nutrição, devendo essa assistência 
ser de 12h diárias contínuas, conforme a Resolução nº 380/2005 do 
Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). A tabela abaixo mostra 
o plano de atendimento de nutrição a pacientes internados e 
ambulatoriais segundo o nível de assistência de nutrição.
8181 81
Tabela 3 – Plano de atendimento de nutrição a pacientes internados e 
ambulatoriais segundo o nível de assistência de nutrição
Nível primário de assistência em nutrição
Ações propostas 
em nível 
hospitalar/ 
internação
Visita admissional em 24 horas 
Avaliação do estado nutricional e diagnóstico de nutrição 
Verificação da prescrição médica 
Planejamento dietético após análise da prescrição médica 
Registro do atendimento em prontuário
Retorno em até 1 semana (7 dias) 
Aferição de peso a cada 15 dias
Ações propostas 
em nível 
ambulatorial
Orientação nutricional sobre alimentação saudável
Registro do atendimento em prontuário 
Alta da nutrição
Nível secundário de assistência em nutrição
Ações propostas 
em nível 
hospitalar/ 
internação
Visita admissional em 24 horas 
Avaliação do estado nutricional e diagnóstico 
de nutrição a cada 10 dias
Verificação da prescrição médica 
Planejamento dietético após análise da prescrição médica
Evolução clínica e nutricional
Orientação nutricional durante a internação 
Orientação nutricional na alta hospitalar
Registro do atendimento em prontuário 
Retorno em até 96 horas (4 dias)
Ações propostas 
em nível 
ambulatorial
Anamnese e elaboração do diagnóstico de nutrição
Orientação nutricional com base no diagnóstico de nutrição
Registro do atendimento em prontuário 
Programação do retorno ou alta da nutrição
Nível terciário de assistência em nutrição
Ações propostas 
em nível 
hospitalar/ 
internação
Visita admissional em 24 horas
Visita diária 
Avaliação do estado nutricional e diagnóstico de nutrição a cada 7 dias 
Verificação da prescrição médica 
Planejamento dietético após análise da prescrição médica 
Evolução clínica e nutricional 
Orientação nutricional durante a internação 
Orientação nutricional na alta hospitalar 
Registro do atendimento em prontuário 
Retorno em até 72 horas (3 dias)
8282 
Ações propostas 
em nível 
ambulatorial
Anamnese e elaboração do(s) diagnóstico(s) de nutrição
Orientação com base no(s) diagnóstico(s) de nutrição 
Encaminhamento para atendimento em grupo 
(de nutrição e/ou multiprofissional) ou individual 
de acordo com os critérios estabelecidos
Acompanhamento de acordo com a evolução, verificação 
das dúvidas junto ao paciente e reforço das orientações 
Registro do atendimento em prontuário
Programação do retorno ou alta da nutrição
Fonte: Maculevicius, Fornasari e Baxter (1994).
A classificação em níveis permite uma melhor percepção da 
complexidade de cada paciente e também resulta em priorizar os 
pacientes mais graves. Dentre as limitações da aplicabilidade dos 
níveis de assistência em nutrição, podemos citar o fato de que, se 
aplicados incorretamente, poderá haver uma classificação errônea do 
estado clínico do paciente frente à sua necessidade nutricional com 
consequente piora do quadro clínico ou má assistência.
A classificação dos níveis de assistência em nutrição deverá estar 
disponível nos protocolos de atendimento do nutricionista e de outros 
profissionais para que seja percebida a complexidade dos atendimentos 
do nutricionista frente à equipe multiprofissional, bem como as 
atividades que deverão ser realizadas (ASBRAN, 2014).
A classificação em níveis de assistência em nutrição contribui para 
um melhor gerenciamento do serviço oferecido pela equipe de 
nutricionistas dos hospitais e ambulatórios. Dentre os seus objetivos, 
citam-se a padronização dos procedimentos, otimização de tempo e 
melhor qualidade da assistência nutricional (ASBRAN, 2014).
Para o acompanhamento do gerenciamento do gestor de nutrição, é 
necessária a avaliação dos indicadores. Os indicadores de qualidade 
deverão ser implementados para auxiliar na avaliação da assistência 
nutricional prestada; os indicadores exigem que sejam realizadas a 
coleta dos dados e sua análise, de modo a obter a realidade situacional 
da assistência nutricional prestada.
8383 83
As ações de saúde deverão ser voltadas para prevenção e 
enfrentamento das dificuldades encontradas frente à assistência 
nutricional que está sendo prestada.
Tabela 4 – Indicadores de qualidade em assistência de nutrição
Âmbito hospitalar
Geral 
Porcentagem de triagem de risco nutricional 
nas primeiras 24 horas de internação. 
Porcentagem de avaliação do estado nutricional nas primeiras 
48 horas nos pacientes com nível de 
assistência secundário e terciário.
Porcentagem de pacientes (terciários) com registro 
de acompanhamento nutricional diário. 
Porcentagem de pacientes com tempo de jejum antes do 
início do procedimento cirúrgico maior do que 4 horas. 
Porcentagem de pacientes hemodinamicamente 
estáveis com tempo de jejum maior do que 72 horas 
antes do início da terapia nutricional.
Efetividade
Porcentagem média de adequação da ingestão 
energética maior do que 80% do prescrito.
Porcentagem média de adequação da ingestão 
proteica maior do que 80% do prescrito.
Porcentagem de pacientes com estimativa de 
gasto energético e necessidade proteica.
Porcentagem de pacientes com perda de peso 
maior do que 10% durante a internação.
Resultado
Porcentagem de eventos adversos na distribuição das 
refeições (temperatura inadequada dos alimentos, 
presença de vetores, resto e ingestão inadequados, falha 
na distribuição das refeições, insatisfação do cliente).
Porcentagem de pacientes com plano de cuidado de nutrição.
Âmbito ambulatorial com registro em prontuário
Geral
Porcentagem de triagem de risco nutricional 
na primeira consulta ambulatorial.
Porcentagem de avaliação do estado nutricional 
seriada nas reavaliações ambulatoriais.
Porcentagem de pacientes com risco nutricional ou 
desnutrição em terapia nutricional enteral ou oral.
8484 
Efetividade
Porcentagem média de adequação da ingestão 
energética maior do que 80% do prescrito.
Porcentagem média de adequação da ingestão 
proteicamaior do que 80% do prescrito.
Porcentagem de pacientes com estimativa de gasto energético 
e necessidade proteica registrada em prontuário.
Porcentagem de pacientes com perda de peso maior 
do que 10% durante o seguimento ambulatorial.
Resultado 
Relação agendados/atendidos. 
Percentual de pacientes com encaminhamento para a 
rede básica após alta do seguimento ambulatorial.
Fonte: Associação Brasileira de Nutrição (2014, p. 52).
Portanto, frente aos conhecimentos adquiridos, nós compreendemos 
que o nutricionista que gerencia os serviços nutricionais no ambulatório 
ou hospital deverá se atentar para quais atividades a serem 
desenvolvidas por sua equipe, bem como acompanhá-las, monitorá-
las e avaliá-las, lembrando-se de utilizar os indicadores de qualidade 
nesse processo.
TEORIA EM PRÁTICA
Você é nutricionista em sua cidade natal e após um longo 
processo seletivo, você foi selecionado para ser o gestor 
dos cuidados nutricionais desse hospital. Na primeira 
semana em seu novo cargo, o diretor clínico do hospital 
lhe informa que irá selecionar alguns prontuários para 
conhecer as atividades realizadas pelos nutricionistas 
sob sua gestão. Mas, antes disso, ele realiza uma reunião 
com o corpo clínico do hospital e, nela, ele o questiona 
sobre quais são as atividades realizadas por sua equipe. 
O que você responderia?
8585 85
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. O plano de atendimento de nutrição a pacientes 
internados e ambulatoriais, segundo o nível de 
assistência de nutrição, propõe algumas ações em 
nível hospitalar. Exceto:
a. Visita admissional em 24 horas.
b. Avaliação do estado nutricional e diagnóstico 
de nutrição.
c. Verificação da prescrição médica.
d. Planejamento dietético após análise da 
prescrição médica.
e. Aferição de peso a cada 7 dias.
2. A classificação em níveis de assistência em nutrição 
contribui para um melhor gerenciamento do 
serviço oferecido pela equipe de nutricionistas dos 
hospitais e ambulatórios. Os itens listados abaixo são 
objetivos da classificação em níveis de assistência em 
nutrição, exceto:
a. Padronização dos procedimentos.
b. Otimização de tempo. 
c. Melhor qualidade da assistência nutricional.
d. Piora da qualidade do serviço oferecido.
e. Melhor gerenciamento do serviço oferecido.
8686 
3. O gestor de cuidados nutricionais deverá identificar 
___________ e __________, seja diariamente ou por 
dados, posteriormente gerados, pois assim também 
_____________________ para participar da solução dos 
problemas de saúde do indivíduo. 
Assinale a alternativa que melhor complete as colunas: 
a. O diagnóstico nutricional; acompanhar sua evolução; 
poderá conhecer se o atendimento nutricional foi de 
qualidade suficiente.
b. O diagnóstico médico; acompanhar sua evolução; 
poderá conhecer se o atendimento nutricional foi de 
qualidade suficiente. 
c. O diagnóstico nutricional; acompanhar sua evolução; 
não poderá conhecer se o atendimento nutricional foi 
de qualidade suficiente.
d. O diagnóstico médico; acompanhar sua evolução; não 
poderá conhecer se o atendimento nutricional foi de 
qualidade suficiente.
e. O diagnóstico nutricional; não deverá acompanhar 
sua evolução; poderá conhecer se o atendimento 
nutricional foi de qualidade suficiente.
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO (ASBRAN); FIDELIZ, M. S. P. (Org.). Manual 
orientativo: sistematização do cuidado de nutrição. São Paulo: Associação 
Brasileira de Nutrição, 2014.
8787 87
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos 
em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e 
Nutricional – SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 76 p.
BRASIL. Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017. Consolidação 
das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde. 
Capitulo II. Artigo 6º. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2017/prc0002_03_10_2017.html. Acesso em: 21 ago. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN). Resolução CFN nº 380/2005. 
Brasília: CFN, 2005. Disponível em: http://crn1.org.br/images/pdf/res380.pdf. 
Acesso em: 27 fev. 2020.
COSTA, M. J. C. et al. Interpretação de importância em nutrição sobre hemograma. 
In: COSTA, M. J. C. et al. Interpretação de exame bioquímico para o 
nutricionista. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2015. Cap.6.
CUPPARI, L. Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. 2. ed. São Paulo: 
Manole, 2005.
DETSKY, A. S; MCLAUGHLIN, J. R; BAKER, J. P; JOHNSTON, N; WHITTAKER, S; 
MENDELSON, R. A. et al. What is subjective global assessment of nutritional status? 
JPEN J Parenter Enteral Nutr., v. 11, n. 1, p. 8-13, 1987.
FISBERG, R. M.; SLATER, B.; MARCHIONI, D. M. L.; MARTINI, L. A. Inquéritos 
alimentares: métodos e bases científicos. São Paulo: Manole, 2005. Cap. 1. p. 26.
GUIGOZ, Y; LAUQUE, S; VELLAS, B. J. Identifying the elderly at risk for malnutrition. 
The Mini Nutritional Assessment. Clin Geriatr Med., v. 18, n. 4, p. 737-757, 2002.
KAMIMURA, M. A.; BAXMANN, A.; SAMPAIO, L. R.; CUPPARI, L. Avaliação nutricional. 
In: CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. São Paulo: Manole, 2014. p.71.
MACULEVICIUS, J.; FORNASARI, M. L. L.; BAXTER, Y. C. Níveis de assistência em 
nutrição. Rev Hosp Clin Fac Med Univ São Paulo., v. 2, n. 49, p. 79-81, mar./
abr. 1994.
Gabarito
Questão 1 – Resposta E 
Resolução: o plano de atendimento de nutrição a pacientes 
internados e ambulatoriais, segundo o nível de assistência de 
nutrição, propõe a aferição de peso a cada 15 dias.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html
http://crn1.org.br/images/pdf/res380.pdf
8888 
Questão 2 – Resposta D 
Resolução: a classificação em níveis de assistência em nutrição 
contribui para um melhor gerenciamento do serviço oferecido 
pela equipe de nutricionistas dos hospitais e ambulatórios. Dentre 
os seus objetivos, citam-se a padronização dos procedimentos, 
otimização de tempo e melhor qualidade da assistência nutricional.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 3 – Resposta A
Resolução: o gestor de cuidados nutricionais deverá identificar 
o diagnóstico nutricional e acompanhar sua evolução, seja 
diariamente ou por dados posteriormente gerados. Pois assim 
também será possível saber se o atendimento nutricional foi de 
qualidade suficiente para participar da solução dos problemas de 
saúde do indivíduo.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
8989 89
Organização de banco de dados 
em nutrição clínica e hospitalar
Autora: Dayse Kellen de Sousa Santos
Objetivos
• Compreender a importância de organizar 
informações em banco de dados.
• Compreender a importância do uso de banco de 
dados na prática ambulatorial, hospitalar e clínica.
• Compreender a relevância do armazenamento de 
informações em banco de dados na avaliação de 
indicadores de qualidade.
9090 
1. Informação em saúde
Atualmente, existe uma necessidade urgente de informatização dos 
serviços de saúde e a gestão de dados e informações nos serviços de 
nutrição fazem parte disso. Desse modo, abordaremos como tornar 
mais dinâmica e possível a organização de banco de dados em nutrição 
clínica e hospitalar.
Devido ao fato dos serviços de saúde em nutrição se encontrarem, em 
sua maioria, no serviço público de saúde, há uma limitação quanto ao 
uso da informatização na gestão da assistência nutricional. Isso se deve 
a fatores como a limitação de recursos disponibilizados aos hospitais e 
ambulatórios públicos de saúde, e à distribuição desses recursos, que, 
por vezes, priorizam fatores emergenciais.
No entanto, é preciso considerarmos que o uso de dados e informações 
permitem o conhecimento dos serviços prestados, bem como da qualidade 
oferecida ao paciente. Dessemodo, existe a possibilidade de melhora 
dos indicadores encontrados, pois os benefícios proporcionados pela 
informatização possibilitam as instituições de saúde tomarem decisões 
fundamentadas e precisas no que se refere às estratégias de gestão da 
assistência ao paciente (HAYRINEN et al. apud SALIMON; EVADIA, 2011).
A análise crítica dos indicadores gerados pelo sistema permitirá a 
elaboração de relatórios nos quais os dados deverão ser comparados às 
metas estabelecidas.
No relato de experiência realizado por Salimon e Evazian (2012, p. 230), 
publicado no Journal of Health Informatics, percebeu-se que a informática na 
gestão de indicadores de assistência nutricional permitiu melhorias, como:
• Banco de dados sem erros operacionais.
• Própria autoria de dados. 
• Análises em diferentes períodos.
9191 91
• Análise por equipe multiprofissional e médicos. 
• Rapidez quando em auditoria. 
• Agilidade no manuseio de dados. 
• Otimização de armazenamento, pois não necessitará de 
armazenamento físico.
A informação em saúde é um instrumento de apoio para a gestão e a 
avaliação da assistência ao paciente (SALIMON; EVAZIAN, 2012). 
Os profissionais que alimentarão o banco de dados devem ser treinados 
para que, ao manipular a plataforma, saibam utilizar de maneira 
completa seus recursos e, assim, evitar os erros de operacionalização, 
enquanto os nutricionistas atuantes deverão coletar os dados para 
serem colocados no banco de informações e deverão estar cientes 
da importância das informações coletadas. Nesse contexto, o uso de 
computadores visa diminuir a ocorrência de erros e manutenção do 
padrão da qualidade (SALIMON; EVAZIAN, 2012).
A autoria dos dados é um fator muito interessante, pois permitirá que 
eles possam ser utilizados como bases para pesquisas científicas e 
consequente produções e publicações, trazendo maior visibilidade para 
a instituição na qual os dados foram coletados.
Ter um banco de dados permitirá também que diferentes especialidades 
médicas possam visualizá-lo e auxiliar na sua interpretação. Isso poderá 
ocorrer em diferentes períodos, o que permitirá a associação de dados 
nutricionais com diferentes estados patológicos.
A equipe multiprofissional poderá utilizar o banco de dados para realizar 
análises que lhe sejam pertinentes e fornecer ao banco de dados 
informações complementares, se o gestor julgar interessante, além de 
poder se utilizar dele para orientar suas ações.
O time de auditoria poderá solicitar as informações dos bancos de 
dados para avaliar os processos realizados pela equipe e as informações 
9292 
digitais poderão facilitar esse processo. A informatização de dados 
permite maior facilidade, rapidez de acesso e manuseio de dados, 
além de proporcionar geração de espaço, pois as informações trarão 
economia de papel e também de espaço.
As contribuições da informatização para a gestão de indicadores se 
relacionam a coleta, armazenamento, recuperação e análise crítica de 
dados (FERREIRA et al. apud SALIMON; EVADIA, 2011; LABBADIA et al. 
apud SALIMON; EVADIA, 2011). Outra vantagem dos bancos de dados é a 
melhor organização na rotina diária do profissional nutricionista.
Para a coleta dos dados que alimentarão o banco a ser utilizado, 
deveremos orientar a equipe em relação aos cuidados, como a 
participação em treinamentos e a importância de um ambiente de 
privacidade e ausência de interrupções para execução adequada 
da coleta de dados. Além disso, a equipe também deverá preferir 
utilizar linguagem clara e objetiva, evitando o uso de terminologias 
técnicas e médicas complexas no momento da entrevista (ASBRAN, 
2014). Lembrando que aqueles dados serão interpretados por um 
profissional e, portanto, a confiabilidade do método está fundamentada 
nas habilidades de comunicação e na relação interpessoal entre o 
entrevistado e o entrevistador (ASBRAN, 2014, p. 21).
Um sistema informatizado em saúde também permite melhor 
utilização de dados e, consequentemente, possibilita a classificação do 
atendimento por níveis de assistência nutricional.
ASSIMILE
Dentre os dados que poderão ser avaliados e 
acompanhados pelo gestor de nutrição, poderemos citar:
• Os dados referentes à triagem nutricional.
• Avaliação antropométrica.
9393 93
• Avaliação da composição corporal.
• Avaliação bioquímica, sinais físicos.
• Avaliação imunológica. 
• Avaliação do consumo alimentar do paciente. 
• Cálculos da ingestão alimentar do paciente, entre outros.
Os dados deverão ser lançados pela equipe de nutricionistas atuantes 
no ambulatório, hospital e clínica, e deverá ser avaliado pela gerência 
dos serviços de nutrição, lembrando que o armazenamento das 
informações em meio digital é essencial, pois os avanços tecnológicos 
disponíveis proporcionam mais agilidade na interpretação das 
informações.
PARA SABER MAIS
Maculevicius, Fornasari e Baxter (apud SALIMON; EVADIA, 
2011), em 1994, propuseram a organização em grupos das 
ações desejáveis para o atendimento nutricional conforme 
os critérios para a classificação dos níveis definidos como 
primário, secundário e terciário.
Os níveis de assistência em nutrição poderão ser utilizados 
para definir a frequência da visita do nutricionista ao 
paciente, permitindo a geração de datas das próximas 
avaliações nutricionais, bem como o tipo de atendimento 
conforme a classificação (primário, secundário e terciário). 
Por isso, o conhecimento dos níveis de assistência 
em nutrição poderá ser uma ferramenta de auxílio ao 
profissional na gestão dos cuidados nutricionais, tanto em 
nível ambulatorial quanto hospitalar.
9494 
Os níveis de assistência em nutrição poderão ser utilizados no 
atendimento hospitalar, sendo a informatização um auxiliador na 
classificação de prioridades de atendimentos. Os dados dos pacientes 
poderão estar organizados por ordem de prioridade de atendimentos, 
porém também poderão ser disponibilizados por ordem alfabética 
ou etária. 
É importante lembrar que a informatização dos serviços de nutrição 
clínica, ambulatorial e hospitalar permite não somente a utilização de 
banco de dados, mas também a execução de atividades pelo nutricionista 
que outrora eram executadas manualmente o que poderia levar a ações 
incorretas e maior demanda de tempo, como, por exemplo, a assistência 
nutricional desde a admissão dos pacientes à alta hospitalar, além da 
prescrição dietética, entre outros (SALIMON; EVADIA, 2011, p. 231).
A ingestão alimentar dos pacientes também poderá ser avaliada 
por meio das informações que ele fornece, para a coleta dessas 
informações, podemos utilizar o recordatório de 24h, registro alimentar 
de 72h e questionário de frequência alimentar. 
A ingestão alimentar dos pacientes, posteriormente, será calculada e 
se conhecerá o consumo real e consumo ideal, gerados por programas 
computacionais, que permitem (ASBRAN, 2014):
• Agrupamento de alimentos. 
• Sistema de equivalência. 
• Banco de dados da composição nutricional dos alimentos.
Um exemplo de banco de dados com a composição nutricional de 
alimentos é a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (UNICAMP, 
2011). Anteriormente, realizava-se a análise manual desse material 
por meio de tabelas impressas. No entanto, atualmente, é possível ter 
essa tabela em programas e softwares, o que permite economia de 
tempo, maior agilidade e facilidade na análise dos dados de informação 
9595 95
nutricional dos alimentos. Além disso, os sistemas computadorizados 
contendo banco de dados servem para compilações mais precisas, 
detalhadas e rápidas (ASBRAN, 2014). 
Também é possível que, em um mesmo programa ou software, se 
tenham bases de dados de composição nutricional diferentes, ou seja, a 
TACO (UNICAMP, 2011) e/ou a tabela de equivalentes, medidas caseiras e 
composição química dos alimentos (PACHECO, 2006), entre outras, o que 
permitirá uma melhor análise por parte do profissional nutricionista.
Após serem estimadas as quantidades consumidas pelos pacientes, é 
possível quesejam realizadas, com auxílio de programas e softwares, as 
comparações a partir de (ASBRAN, 2014, p. 26):
• Agrupamento de alimentos.
• Índices de avaliação da qualidade da dieta.
• Referência de nutrientes para indivíduos saudáveis. 
• Diretrizes para doenças ou condições específicas.
Os bancos de dados permitem também que sejam armazenadas as 
informações de evolução nutricional dos pacientes, seja os dados 
alimentares ou antropométricos, sendo válido também lembrar dos 
prontuários eletrônicos que permitem as anotações profissionais para 
posterior utilização. O sistema de informatização também poderá 
permitir a prescrição dietética, pois apresenta bases de dados de 
composição de alimentos, o que otimiza a técnica do cálculo de dieta.
Uma função de marketing muito válida disponível em programas de 
nutrição clínica é que, após baixar o aplicativo do programa, o paciente 
tem a liberação de algumas informações. Por vezes, em seu e-mail 
ou próprio celular, de modo que ele seja alertado sobre seu estado 
nutricional, ou mesmo lhe faça o lembrete de quais alimentos consumir, 
o horário de consumi-los e até mesmo do consumo de água em horários 
predefinidos pelo profissional nutricionista.
9696 
É sabido que a tecnologia avança a cada dia, sendo necessário 
seu uso pelos profissionais de saúde. Porém, há na outra vertente 
muitos desafios que deverão ser superados, como, por exemplo, a 
disponibilização de recursos de informática no dia a dia do profissional, 
bem como os treinamentos apropriados, lembrando que a otimização 
dos serviços oferecidos pela equipe de saúde reflete na qualidade 
do serviço prestado, e o maior beneficiado será o paciente que terá 
satisfação e um melhor acompanhamento.
Prezado aluno, aprendemos sobre a importância do uso de banco 
de dados na prática ambulatorial, hospitalar e clínica, bem como 
sua relevância na avaliação de indicadores de qualidade e análise de 
consumo alimentar com bases de dados pré-armazenadas, como, por 
exemplo, a TACO (UNICAMP, 2011).
TEORIA EM PRÁTICA
Você trabalha como nutricionista clínico e atualmente está 
gerenciando o setor de vigilância epidemiológica de sua 
cidade, no interior de um estado no sul do país.
Ao ter acesso aos veículos de notícias regionais, você 
verifica que a mídia expõe um “grande número” de 
reportagens sobre alimentação enteral, principalmente 
após a morte do filho de um político popular da cidade, por 
infecção gastrointestinal, que teve início por contaminação 
da dieta ofertada por sonda.
Dentre as notícias às quais você teve acesso, você 
encontrou as seguintes manchetes: 
“Filho de político morre após falta de fiscalização na dieta 
oferecida em hospital.”
“Ausência de atendimento nutricional em hospital fez filho de 
político morrer no sul do país.”
9797 97
“Nutricionistas não prestaram fiscalização na alimentação que 
passava por sonda para filho de político que morreu.”
“Filho de político famoso morre por bactéria detectada em 
dieta da sonda nasoenteral.” 
Explique a importância dos sistemas de informação e usos 
tecnológicos frente a essa situação.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. É preciso considerarmos que _____________ e 
informações permitem ______________, bem como da 
qualidade oferecida ao paciente e, desse modo, há 
possibilidade de melhora dos _______________.
Assinale a alternativa que melhor completa as 
lacunas da frase: 
a. O uso de dados; o conhecimento dos serviços 
prestados; indicadores encontrados. 
b. O uso de dados; o desconhecimento dos serviços 
prestados; indicadores encontrados. 
c. O desuso de dados; o conhecimento dos serviços 
prestados; indicadores encontrados.
d. O desuso de dados; o desconhecimento dos serviços 
prestados; indicadores encontrados.
e. O desuso de dados; o desconhecimento dos serviços 
prestados; serviços prestados.
9898 
2. O uso da informática na gestão de assistência 
nutricional poderá permitir melhorias dentre as 
listadas abaixo, exceto:
a. Agilidade no manuseio de dados.
b. Análise de dados por parte da equipe 
multiprofissional.
c. Análise de dados por parte da equipe médica.
d. Agilidade no gerenciamento das informações quanto 
em processos de auditoria.
e. Armazenamento físico de dados em armários com 
ampla utilização de espaço.
3. As contribuições da informatização para a gestão de 
indicadores de saúde relacionam-se à:
a. Coleta e não ao armazenamento.
b. Coleta e não a recuperação de dados.
c. Coleta, armazenamento, recuperação e análise 
crítica de dados.
d. Coleta e armazenamento, porém, não a recuperação e 
análise crítica de dados.
e. Coleta e armazenamento, porém, não se referem a 
recuperação e à análise crítica de dados.
9999 99
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO (ASBRAN); FIDELIZ, M. S. P. (Org.). Manual 
orientativo: sistematização do cuidado de nutrição. São Paulo: ASBRAN, 2014.
PACHECO, M. Tabela de equivalentes, medidas caseiras e composição química 
dos alimentos. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. 654 p.
SALIMON, C. C.; EVAZIAN, D. Informática na gestão de indicadores de assistência 
nutricional. J. Health Inform., v. 4, n. especial – SIIENF 2012, p. 230-233, dez. 2012.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP. Tabela Brasileira de 
Composição de Alimentos – TACO. 4. ed. rev. e ampl. Campinas: UNICAMP/NEPA, 
2011. 161 p. Disponível em: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/
taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf. Acesso em: 28 ago. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta A 
Resolução: lembre-se de que, por meio de dados, é possível 
conhecer a qualidade dos serviços oferecidos pela equipe 
de nutrição.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 2 – Resposta E 
Resolução: lembre-se de que a informatização dos serviços de 
saúde permite armazenamento de dados em meio digital, o que 
proporciona economia de espaços.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 3 – Resposta C 
Resolução: lembre-se de que a agilidade na análise crítica de 
dados é uma contribuição da informatização para a gestão de 
indicadores de saúde.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf
100100100 
Principais softwares em 
nutrição clínica
Autora: Dayse Kellen de Sousa Santos
Objetivos
• Conhecer as principais funções disponibilizadas 
por softwares disponíveis no Brasil.
• Compreender a importância de organizar 
informações em banco de dados.
• Conhecer softwares disponíveis internacionalmente 
para auxílio na avaliação antropométrica infantil.
101101 101
1. Benefícios do uso de software
Um estilo de vida saudável é composto por vários fatores, como uma 
nutrição adequada (LUNN, 2007), que é fundamental para colaboração 
da manutenção, recuperação e promoção da saúde e qualidade de vida, 
sendo o profissional nutricionista participante desse processo.
Dentre as atuações do nutricionista, citamos as atividades em 
âmbito hospitalar, clínico, ambulatorial, home care, em Unidades 
de Alimentação e Nutrição (UAN’s), entre outras. As competências 
desses profissionais englobam a prestação de serviços em assistência 
nutricional com qualidade e agilidade, sendo a tecnologia uma 
parceira nesse campo. 
O mercado atual exige que haja avanços tecnológicos na área da saúde 
e manuseio de dados, dentre os quais podemos citar a utilização de 
prontuários eletrônicos e armazenamento de dados.
Os dados que são coletados pelo trabalho diário do nutricionista 
poderão ser lançados pela equipe de nutricionistas atuantes no 
ambulatório, hospital e clínica, e deverão ser lançados pela gerência 
dos serviços de nutrição, lembrando que o armazenamento das 
informações em meio digital é fundamental, pois os avanços 
tecnológicos disponíveis proporcionam mais agilidade na 
interpretação das informações.
No relato de experiência realizado por Salimon eEvazian (2012, p. 230), 
publicado no Journal of Health Informatics, é abordado o uso da 
informática na gestão de indicadores de assistência nutricional, 
e esse uso poderá permitir melhorias como:
• Própria autoria de dados. 
• Análises em diferentes períodos.
102102 
• Análise por equipe multiprofissional e médica.
• Rapidez quando em auditoria.
• Banco de dados sem erros operacionais.
• Agilidade no manuseio de dados. 
• Otimização de armazenamento, pois não necessitará de 
armazenamento físico.
Ressaltando, assim, a importância de se utilizarem os meios tecnológicos 
para o armazenamento e a análise de dados. Para que sejam utilizados 
softwares, é necessário que eles tenham como base bancos de dados 
com as informações da composição nutricional dos alimentos que serão 
calculados, dentre elas:
• Nome do alimento. 
• Modo em que se apresenta (cru, cozido, frito ou assado).
• Quantidade de carboidrato. 
• Quantidade de lipídios.
• Quantidade de proteínas. 
• Quantidade de fibras. 
• Quantidade de micronutrientes como ferro, cálcio, vitamina E, 
vitamina A, entre outros.
Um exemplo de banco de dados da composição nutricional de alimentos 
que pode compor softwares e programas é a Tabela Brasileira de 
Composição de Alimentos – TACO (UNICAMP, 2011).
103103 103
Tabela 1 – Composição de alimentos por 100 gramas de parte 
comestível: centesimal, minerais, vitaminas e colesterol
Fonte: Unicamp (2011).
Tabela 2 – Composição de alimentos por 100 gramas de parte 
comestível: ácidos graxos
Fonte: Unicamp (2011).
Antes realizava-se a análise manual desse material por meio de tabelas 
impressas, porém, atualmente, é possível que se tenham tabelas de 
composição nutricional de alimentos em programas e softwares, o que 
permite economia de tempo e maior facilidade. Além disso, os sistemas 
computadorizados contendo banco de dados servem para compilações 
mais precisas, detalhadas e rápidas (ASBRAN, 2014). 
104104 
É também possível que, em um mesmo programa ou software, se 
tenham bases de dados de composição nutricional diferentes, ou seja, 
a TACO e/ou a tabela de equivalentes, medidas caseiras e composição 
química dos alimentos (PACHECO, 2006), entre outras, o que permitirá 
uma melhor análise por parte do profissional nutricionista.
Figura 1 – Profissional nutricionista calculando manualmente 
a composição nutricional do consumo alimentar ingerido 
pelo paciente e as dietas que iria prescrever
Fonte: lovelyday12/iStock.com.
Os programas expõem as informações em gramatura ou em medidas 
caseiras para os cálculos de recordatório alimentar de 24h, e até 
mesmo para a prescrição dietética, as tabelas, que estão na base de 
dados dos softwares, auxiliam na prescrição dietética e no cálculo 
de ingestão alimentar do paciente, o que permite que se realize o 
comparativo entre o consumido “usualmente” e o que deverá ser 
consumido na nova prescrição dietética que se adéque ao paciente, 
conforme a sua conduta nutricional.
É comum alguns dos programas brasileiros oferecerem gratuitamente 
treinamento aos seus usuários para auxiliá-los no manuseio da 
plataforma. Além disso, alguns programas, apesar de cobrarem custos 
financeiros por sua utilização, podem também oferecer ao paciente 
“testes gratuitos”, que disponibilizam alguns recursos gratuitos para 
105105 105
que os profissionais usuários possam testar e conhecer. Apesar de 
algumas funções do software estarem limitadas somente aos usuários 
profissionais pagantes, o “teste grátis” é muito válido, pois permite o 
manuseio, a utilização e o conhecimento da plataforma.
Os softwares de nutrição clínica que estão disponíveis no mercado 
também permitirão o cadastro dos pacientes avaliados, chat de 
conversa entre o usuário profissional e o usuário paciente. A criação de 
site é uma ferramenta que também auxilia no marketing empresarial, 
sendo que alguns programas permitem que haja geração desse tipo de 
recurso, com auxílio do próprio programa. Agendamento de pacientes 
e controle financeiro são outras vantagens disponíveis nos sistemas 
disponíveis no mercado atual.
Uma função de marketing muito válida, disponível em programas de 
nutrição clínica, é que, após baixar o aplicativo do programa, o paciente 
tem a liberação de algumas informações, por vezes, em seu e-mail 
ou próprio celular, de modo que ele seja alertado sobre seu estado 
nutricional, ou mesmo lhe faça o lembrete de quais alimentos consumir 
no horário de consumi-los, e até mesmo do consumo de água em 
horários predefinidos pelo profissional que o acompanha.
PARA SABER MAIS
Alguns softwares de nutrição clínica disponíveis atualmente 
permitem que sejam gerados lembretes aos pacientes. 
Esse recurso é muito interessante nos casos em que o 
paciente é resistente ao tratamento instituído, pois os 
avisos o lembrarão frequentemente do acompanhamento 
nutricional que está realizando. Além disso, os lembretes 
também proporcionam melhor marketing ao nutricionista e 
que seja criado um vínculo entre o profissional e o paciente.
106106 
Os lembretes poderão conter informações como horário 
das refeições e, após a prescrição dietética, o nutricionista 
poderá ativar o programa para lembrar o usuário paciente, 
em todos os horários das refeições, sobre quais alimentos 
que deverá consumir naquele horário. Além disso, poderá 
também lembrar o paciente nos horários em que ele deverá 
consumir água, o que é de fundamental importância para o 
paciente com constipação crônica ou idoso. Esses lembretes 
deverão ser previamente cadastrados, autorizados e 
acionados pelo nutricionista.
2. Softwares usados em nutrição
Alguns softwares para utilização em nutrição clínica permitem a 
plotagem gráfica de dados da evolução do paciente, o que torna mais 
didática a interpretação das informações da consulta nutricional, e assim 
o próprio paciente poderá acompanhar seus resultados, sendo, desse 
modo, encorajado.
Em âmbito internacional, podemos citar o Software AnthroPlus, que 
é um instrumento muito válido na avaliação nutricional de crianças 
e adolescentes e tem seu uso orientado por algumas faculdades de 
ciências médicas.
A utilização do AnthroPlus software também é incentivada pela WHO, e 
o programa pode ser baixado no site da Organização Mundial de Saúde, 
que traz o passo a passo para que possa ser baixado.
O WHO AnthroPlus é um software que auxilia na utilização das 
curvas de crescimento de referência da WHO (WHO, 2006), como, por 
exemplo, peso por idade (P/I) e índice de massa corporal para Idade 
(IMC/I). O software é disponível inicialmente em inglês, mas poderá 
107107 107
ser utilizado também em francês, espanhol e russo. É solicitado que, 
antes de baixar o software, seja realizada a leitura do contrato de 
licença e do manual de utilização. O software WHO AnthroPlus oferece 
recursos como: calculadora antropométrica, avaliação individual e 
levantamento nutricional.
Figura 2 – Capa do manual do programa internacional WHO AnthroPlus 
de auxílio a avaliação nutricional de crianças
Fonte: https://www.who.int/growthref/tools/who_anthroplus_manual.pdf. 
Acesso em: 6 set. 2019.
É sabido que a tecnologia avança a cada dia, sendo necessário 
seu uso pelos profissionais de saúde. Porém, há na outra vertente 
muitos desafios que deverão ser superados, como, por exemplo, a 
disponibilização de recursos de informática no dia a dia do profissional, 
bem como os treinamentos apropriados, lembrando sempre que, 
com a otimização dos serviços oferecidos pela equipe de saúde, é 
favorecida a qualidade do serviço prestado e o maior beneficiado será 
o paciente, que terá satisfação.
108108 
ASSIMILE
Atualmente, com os avanços tecnológicos, é comum os 
pacientes se apresentarem ao consultório referindo a 
utilização de aplicativos de internet, mensagens, e-mails 
e plataformas virtuais que proporcionam distribuição 
de informações sobre saúde e alimentação. No entanto, 
é comum que haja informações de origem duvidosa 
circulantes em alguns meios decomunicação, e ninguém 
melhor que o nutricionista para esclarecer ao seu paciente 
a veracidade das informações de nutrição que poderão 
auxiliar na dietoterapia empregada àquele paciente.
Desse modo, aplicativos que permitem comunicação entre 
o nutricionista e o paciente por sistema de mensagens 
são interessantes, pois contribuem para que o paciente se 
sinta assistido de diversas formas, além de proporcionar 
marketing profissional.
Por isso, após analisar o perfil do paciente atendido, 
será possível escolher o melhor programa que poderá 
ser utilizado e, nesses casos, deverá ser considerado se 
o programa:
• Disponibiliza no e-mail e/ou celular/tablet para o 
paciente as informações que possam ser interessantes 
referente à consulta.
• O programa permite que o paciente receba e envie 
mensagens ao seu nutricionista.
• O programa permite a distribuição de notícias atuais ao 
paciente, seja por meio de site profissional ou do sistema 
de mensagens.
• O programa proporciona maior criação de vínculo entre 
o nutricionista e o paciente.
109109 109
Diante do que foi apresentado, entendemos os diferentes recursos 
disponibilizados pelos softwares atuais disponíveis no mercado nacional 
e internacional, bem como a importância deles na prática clínica, bem 
como os benefícios para o paciente.
TEORIA EM PRÁTICA
Você é nutricionista clínico no ambulatório de sua cidade, 
no interior no Paraná, e recebe o paciente J. F. L., 58 anos, 
diabético, hipertenso, referindo ser encaminhado ao 
nutricionista pois necessita de acompanhamento, porque 
“sozinho não consegue”.
O paciente lhe apresenta a carta de acompanhamento 
médico com os seguintes dizeres:
“Ao nutricionista, encaminho o paciente J. F. L., 58 anos.
Glicemia de jejum de 389 mg/dl.
Pressão arterial de 150/90 mmHg.
Paciente poliqueixoso, resistente ao tratamento 
medicamentoso e dietoterapia.
Dr.: F.C.T. – Endocrinologista”
Ao iniciar a anamnese, o paciente refere ser muito 
“esquecido” e que não consegue seguir dieta porque, 
quando vai ao mercado, não lembra quais os alimentos “que 
o nutricionista passou”, e às vezes perde a dieta prescrita.
Você questiona se o paciente utiliza celular, ele refere 
que sim, questiona se ele utiliza aplicativos de 
mensagens, ele também responde que sim, e que, às 
vezes, passa um tempo significativo da tarde assistindo 
a vídeos e compartilhando mensagens nesses aplicativos 
de conversação.
110110 
Você, profissional nutricionista, tem disponível atualmente 
vários softwares de nutrição com diferentes recursos. O que 
você consideraria relevante para escolher o programa que 
utilizaria na consulta com esse paciente?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Assinale a alternativa que não corresponde a um 
benefício do uso de softwares em nutrição clínica: 
a. Agilidade na interpretação das informações.
b. Agilidade na prescrição dietoterápica.
c. Retardo na prescrição dietética.
d. Maior satisfação do paciente que acompanha o 
mercado tecnológico.
e. Agilidade no cálculo da ingestão alimentar 
do paciente.
2. A tecnologia avança a cada dia, sendo necessário seu 
uso pelos profissionais de saúde, porém, há na outra 
vertente muitos desafios, como a_______________, bem 
como os_____________, lembrando sempre que, com 
a otimização dos serviços oferecidos pela equipe 
de saúde, é favorecida a _____________ e o maior 
beneficiado será o paciente, que terá satisfação.
Assinale as palavras que melhor completam as lacunas:
111111 111
a. Disponibilização de recursos de informática no dia 
a dia do profissional; treinamentos apropriados; 
qualidade do serviço prestado. 
b. Indisponibilidade de recursos de informações no 
dia a dia do profissional; treinamentos apropriados; 
qualidade do serviço prestado. 
c. Indisponibilidade de recursos de informações no 
dia a dia do profissional; treinamentos apropriados; 
deficiência do serviço prestado. 
d. Indisponibilidade de recursos de informações no 
dia a dia do profissional; treinamentos apropriados; 
ausência de qualidade do serviço prestado.
e. Indisponibilidade de recursos de informações no 
dia a dia do profissional; ausência de treinamentos 
apropriados; ausência de qualidade do 
serviço prestado.
3. Os programas disponíveis para uso em nutrição clínica 
permitem a utilização de banco de dados que já contém 
a composição nutricional de alimentos. Dentre estas 
informações, citam-se as listadas abaixo, exceto:
a. Gramatura dos alimentos para auxiliar nos cálculos.
b. Medidas caseiras dos alimentos para auxiliar 
nos cálculos.
c. Quantidade de ferro presente nos alimentos.
d. Quantidade de vitamina A presente nos alimentos.
e. Somente macronutrientes para auxiliar nos cálculos.
112112 
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO (ASBRAN); FIDELIZ, M. S. P. (Org.). Manual 
orientativo: sistematização do cuidado de nutrição. São Paulo: Asbran, 2014.
LUNN, J. Nutrição e envelhecimento saudável. Nutrição em Pauta, São Paulo, n. 85, 
p. 5-9, 2007.
PACHECO, M. Tabela de equivalentes, medidas caseiras e composição química 
dos alimentos. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. 654 p.
SALIMON, C. C.; EVAZIAN, D. Informática na gestão de indicadores de assistência 
nutricional. J. Health Inform., v. 4, n. especial – SIIENF 2012, p. 230-233, dez. 2012.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP. Tabela brasileira de 
composição de alimentos – TACO. 4. ed. rev. e ampl. Campinas: UNICAMP/NEPA, 
2011. 161 p. Disponível em: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/
taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf. Acesso em: 28 ago. 2019.
WHO AnthroPlus for Personal Computers. Manual WHO Antroplus. Disponível em: 
https://www.who.int/growthref/tools/who_anthroplus_manual.pdf. Acesso em: 6 
set. 2019.
WHO AnthroPlus software. Disponível em: https://www.who.int/growthref/tools/en/. 
Acesso em: 6 set. 2019.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO child growth standards: Length/height-for-
age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for-height and body mass index-for-
age. Methods and development. WHO (nonserial publication). Genebra, Switzerland: 
WHO, 2006. 
Gabarito
Questão 1 – Resposta C 
Resolução: retardo na prescrição dietética não corresponde a um 
benefício do uso de software em nutrição clínica. Lembre-se de 
que há vários benefícios pelo uso da tecnologia na prática clínica 
do nutricionista.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
Questão 2 – Resposta A 
Resolução: lembre-se de que os avanços tecnológicos beneficiam 
tanto o profissional quanto o paciente.
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf
https://www.who.int/growthref/tools/who_anthroplus_manual.pdf
https://www.who.int/growthref/tools/en/
113113 113
Questão 3 – Resposta E 
Resolução: as tabelas utilizadas como banco de dados fornecem 
informações da composição nutricional completa, e não somente 
de macronutrientes. Lembre-se de que as tabelas utilizadas 
como banco de dados fornecem informações da composição 
nutricional completa. 
Feedback de reforço: retome a leitura e tente novamente!
114114 
	Apresentação da disciplina 
	Princípios epidemiológicos de indicadores do processo saúde-doença 
	Objetivos 
	1. Princípios epidemiológicos 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Indicadores de saúde em nutrição ambulatorial 
	Objetivos 
	1. Epidemiologia clínica 
	2. Segurança alimentar e nutricional 
	3. Indicadores 
	4. Sistemas de informação 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Indicadores de qualidade nas terapias enteral e parenteral 
	Objetivos
	1. Indicadores de qualidade nas terapias enteral e parenteral 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Epidemiologia nutricional 
	Objetivos 
	1. Epidemiologia aplicada à nutrição 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	GabaritoGestão de cuidados nutricionais 
	Objetivos 
	1. O nutricionista como gestor de cuidados nutricionais 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Organização de banco de dados em nutrição clínica e hospitalar 
	Objetivos 
	1. Informação em saúde 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Principais softwares em nutrição clínica 
	Objetivos 
	1. Benefícios do uso de software 
	2. Softwares usados em nutrição 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito

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