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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AC-0478 - ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA 
NOTAS DE AULAS 
 
 
 
 
 
 
 
Carlos Alberto Nascimento Souto Júnior 
Patrik Luiz Pastori 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA, CEARÁ 
2019 
1 
Sumário 
 
1 - MIP (Manejo Integrado de Pragas) .......................................... 3 
2 - Controle químico................................................................... 3 
3 - Resistência de insetos-praga à inseticidas ............................... 12 
4 - Controle físico ..................................................................... 15 
5 - Controle mecânico ............................................................... 15 
6 - Controle alternativo (aos produtos químicos de síntese) ........... 15 
7 – Controle legislativo .............................................................. 15 
8 - Controle por comportamento ................................................. 18 
9 - Controle biológico ................................................................ 21 
10 - Controle genético ............................................................... 23 
11 - Controle cultural ................................................................ 25 
12 - Resistência de plantas à artrópodes-praga ............................ 26 
13 - Glossário ........................................................................... 31 
14 – Guias para aulas práticas .................................................... 33 
15 – Referências bibliográficas ................................................... 44 
 
Observação: Não há intenção de modificar conceitos ou termos 
entomológicos visto que o material tem única e exclusiva função 
de facilitar o acompanhamento de aulas da disciplina AC0478 
(ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA) ofertada aos estudantes do Curso 
de Agronomia da Universidade Federal do Ceará. 
 
2 
1 - MIP – MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 
 
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) procura favorecer os fatores que 
causam mortalidade dos artrópodes-praga, por meio do uso de diversas 
táticas/técnicas de controle possíveis, tendo sempre em vista parâmetros 
econômicos, ecológicos e sociais. Essa proposta é baseada em quatro 
principais componentes: 1) Avaliação do agroecossistema; 2) Tomada de 
decisão; 3) Estratégias de controle e; 4) Táticas ou técnicas de controle. O 
principal objetivo é manter o nível populacional dos artrópodes-praga em 
uma condição abaixo do nível de dano econômico (NDE). 
 
Injúria: é o ataque em si da praga. 
Dano: quando o ataque representa perda mensurável e pode ser direto 
(parte comercializável) ou indireto (danifica outras estruturas). 
 
Componentes do MIP: 
Avaliação do agroecossistema: Identificação dos artrópodes-praga e 
inimigos naturais (amostragem), avaliação das condições ambientais, 
econômicas, fitotécnicas e culturais, além da sustentabilidade. 
Tomada de decisão: Basicamente decidir pela intervenção na população 
(controle ou não) e definir qual tática será utilizada. 
I. Nível de Equilíbrio (NE): densidade populacional de um determinado 
artrópode durante um longo período de tempo, na ausência de 
mudanças drásticas no ambiente e que geralmente não causa dano. 
II. Nível de Controle (NC): densidade populacional de um determinado 
artrópode-praga na qual medidas de controle devem ser tomadas 
para evitar que populações crescentes atinjam o nível de dano 
econômico. 
III. Nível de Dano Econômico (NDE): menor densidade populacional de 
um determinado artrópode-praga, cujo dano que irá causar é igual ao 
custo do seu controle. 
• Tipos de pragas: sem importância econômica, ocasionais, perenes ou 
severas. 
Estratégias de controle: “Atacar” a densidade populacional do artrópode-
praga; “Prevenir” ou “esconder” a planta para suportar o ataque. 
3 
Táticas e/ou técnicas de controle: utilizar, isoladamente ou em conjunto, as 
ferramentas para se controlar a densidade populacional do artrópode-
praga. 
 
2 - CONTROLE QUÍMICO 
 
O controle químico é a utilização/aplicação de substâncias de natureza 
química que visa combater níveis elevados de infestação de artrópodes-
praga. Necessita maior conhecimento técnico na sua utilização, visando 
assim maior eficiência e menor impacto. 
 
Grupos: Inseticidas, acaricidas, entre outros. 
 
Nomenclatura: Nome comum/ nome comercial / nome químico 
Ex.: Clopirifós / Lorsban 480 BR / O,O–diethyl–O –3,5,6 –Trichlord-
2-pyridilphosphorothiade 
 
Formulação: é a forma em que o produto é comercializado, formado por 
três partes: 
Ingrediente ativo: Substância que confere eficácia ao produto formulado. 
Inertes: Substâncias não reativas com os demais componentes da mistura. 
Adjuvantes: substâncias que melhoram o desempenho dos produtos 
formulados. 
 
Classificação dos defensivos agrícolas: 
• Penetração nos insetos: contato, ingestão ou fumigação. 
• Associação com a planta: deposição superficial, profundidade, 
translaminar e sistêmico. 
• Quanto a persistência: 
� Curta: 90 dias. 
� Média: 91 – 180 dias. 
� Longa: 180+ dias. 
• Deslocamento no ambiente durante sua meia-vida: 
� Pequeno: até 20 cm. 
� Médio: 21-60 cm. 
� Grande: 60+ cm. 
 
4 
• Quanto a duração do efeito do tratamento: 
� Efeito residual: Ingrediente ativo aplicado em um determinado 
local, permanece em dosagens letais para um organismo-alvo 
por um tempo prolongado (semanas ou meses). 
� Efeito knockdown: Logo que é aplicado, o efeito é imediato sobre 
o organismo que se quer combater. 
� Tolerância: Concentração máxima de resíduos de um 
determinado defensivo agrícola que é permitida em um alimento 
por ocasião da colheita ao consumo. 
� Período de carência ou intervalo de segurança: É o intervalo de 
tempo necessário desde a aplicação do produto até sua colheita. 
• Quanto a toxicidade aos seres humanos: 
� Toxicidade aguda: manifestação rápida de sintomas após o 
contato com o defensivo agrícola. 
� Toxicidade crônica: manifestações de sintomas à longo prazo e, 
geralmente requer maior número de vezes de exposição ao 
defensivo agrícola. 
De acordo com publicação oficial da ANVISA (2019), houve 
reclassificação toxicológica dos defensivos agrícolas já registrados no Brasil. 
Tal medida adota parâmetros de classificação toxicologia de defensivos 
agrícolas com base nos padrões do Sistema Globalmente Harmonizado de 
Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), fazendo com a que 
a classificação brasileira esteja de acordo com países da União Europeia e 
Ásia. 
5 
 
 
6 
• Quanto ao risco ambiental: 
CLASSE POTENCIAL DE PERICULOSIDADE AMBIENTAL 
I Produto ALTAMENTE PERIGOSO ao meio ambiente 
II Produto MUITO PERIGOSO ao meio ambiente 
III Produto PERIGOSO ao meio ambiente 
IV Produto POUCO PERIGOSO ao meio ambiente 
 
Modo de ação dos inseticidas: 
� Neurotóxicos 
� Atuam na transmissão sináptica 
I. Inibidores da enzima acetilcolinesterase 
Organofosforados e carbamatos 
Efeito: inibem a enzima acetilcolinesterase, resultando no 
acúmulo da mesma na fenda sináptica, causando 
hiperexcitabilidade do sistema nervoso central (SNC), devido 
a transmissão contínua e descontrolada de impulsos nervosos 
(Efeito “EXCITANTE”) 
Sintomas: tremores, convulsões, colapso do SNC e morte. 
II. Atuam nos receptores de acetilcolina 
Neonicotinoides e nicotina 
Efeito: imitam a acetilcolina e competem com ela pelos seus 
receptores nicotinérgicos (Efeito “EXCITANTE”) 
Sintomas: hiperexcitabilidade do SNC, transmissão contínua 
de impulsos nervosos, tremores, convulsões, colapso do SNC 
e morte. 
III. Moduladores de receptores de acetilcolina 
Spinosad 
Efeito: liga-se ao receptor nicotinérgico de acetilcolina, 
potencializando o efeito de transmissão do impulso nervoso e 
dificultando a atuação da acetilcolinesterase (Efeito 
“EXCITANTE”) 
Sintomas: hiperexcitabilidade do SNC, transmissão contínua 
de impulsos nervosos,tremores, convulsões, colapso do SNC 
e morte. 
IV. Antagonistas de acetilcolina 
Cartap, Bensultape e Tiociclam 
Efeito: impedem a transmissão dos impulsos nervosos (Efeito 
“CALMANTE”) 
7 
Sintoma: paralisia no inseto. 
V. Inseticidas que atuam nos receptores do GABA 
a) Antagonistas dos canais Cl- mediados por GABA 
Ciclodienos e Fenilpirezóis 
Efeito: Hiperexcitabilidade, tremor, convulsão, colapso do 
SNC, morte (Efeito “EXCITANTE”) 
b) Agonista dos canais de Cl- mediados por GABA 
Avermectinas e Milbemicinas 
Efeito: Paralisia (Efeito “CALMANTE”) 
VI. Agonista da octopamina 
Amitraz 
Efeito: estimula o inseto à manter um voo contínuo, levando-
o à exaustão (morte) ou ainda ficando assim vulnerável ao 
ataque de inimigos naturais (Efeito “EXCITANTE”) 
 
� Atuam na transmissão axônica 
I. Moduladores de canais de sódio 
Piretróides e Veratridine 
Efeito: prolongam ou impedem o fechamento normal dos 
canais de sódio após a transmissão do impulso nervoso. 
Ocorre assim fluxo excessivo de Na+ para o interior da célula 
nervosa (Efeito “EXCITANTE”) 
Sintomas: efeito knockdown, hiperexcitabilidade e perda da 
capacidade de locomoção. 
II. Bloqueadores de canais de sódio 
Oxadiazinas e Metaflumizone 
Efeito: mantém os canais de Na+ fechados, bloqueando o 
fluxo normal de íons Na+ para o interior da célula nervosa, 
impedindo a transmissão do impulso nervoso (Efeito 
“CALMANTE”) 
Sintoma: paralisia. 
 
� Reguladores do crescimento dos artrópodes (insetos e ácaros) 
I. Inibidores da síntese de quitina 
Lufenuron, Benzoilfeniluréias e Thiodiazinas 
Efeito: interferência na síntese de quitina. 
8 
Sintoma: a cutícula recém-formada não suporta a pressão da 
hemolinfa e a tração muscular e acaba rompendo, 
ocasionando a morte. 
II. Agonista do hormônio juvenil 
Metoprene, Fenoxicarb e Piriproxifen 
Efeito: assemelham-se estruturalmente ao hormônio juvenil 
do inseto, imitando sua ação, interferindo em processos 
fisiológicos vitais, como a ecdise e reprodução (ação 
esterelizante e ovicida) 
Obs.: antagonistas do hormônio juvenil, apesar de 
sintetizados, não vem sendo utilizados. 
III. Agonistas da ecdisona e ecdisteróides 
Diacilhidrazinas 
Efeito: competem com a ecdisona pelo seu receptor na 
membrana de células epidérmicas, ligando-se a este receptor 
Sintoma: A larva é induzida à muda prematura, sendo letal. 
 
� Inibidores do metabolismo energético 
I. Inibidores da síntese de ATP 
Pyrroles 
Efeito: inibem a síntese de ATP por meio de desacoplamento 
de H+ da mitocôndria (cadeira transportadora de elétrons). 
Tal fato ocorre, devido ao grupo químico liberar os H+ 
contidos no espaço intermembranar, da mitocôndria, fazendo 
com que esses H+ saiam da organela, não gerando força 
próton motriz, impedindo que ocorra a síntese de ATP 
Sintomas: células ficam exauridas de ATP, não possuindo 
energia metabólica, o que causa morte celular e, 
consequentemente, do organismo. 
Dinitrofenóis e Organoestânicos 
Efeito: inibem a fosforilação oxidativa. O transporte de 
elétrons não é afetado, mas não há a formação de ATP 
Sintomas: células ficam exauridas de ATP, não possuindo 
energia metabólica, o que causa morte celular e, 
consequentemente, do organismo. 
II. Inibidores do transporte de elétrons 
Rotenona, Fenazaquin, Piridaben e Fenpiroximate 
9 
Efeito: atuam como inibidores da enzima NADH-
oxidoredutase, logo, quando o NADH chega na matriz 
mitocondrial, como a enzima responsável pela quebra da 
ligação do hidrogênio presente na estrutura no NADH está 
inibida, não há a liberação do mesmo para o espaço 
intermembranas, impossibilitando a transferência de elétrons 
para a coenzima Q e não criando o gradiente eletroquímico 
para a síntese de ATP 
Sintoma: morte celular por falta de energia metabólica. 
III. Inibidores de ATPase 
Propargite e Diafenturion 
Efeito: interferem na respiração celular inibindo a enzima 
ATPase 
Sintoma: morte celular por falta de energia metabólica. 
 
� Ação tóxica no sistema digestivo 
I. Bacillus thuringiensis (Bt) (afeta especialmente Lepidoptera) 
Efeito: após ingestão, ocorre solubilização do produto e este 
será conduzido pelo trato digestivo, até chegar no intestino 
médio do inseto (mesêntero). Nessa região, o Bt entra em 
ação por produzir esporos que liberarão uma proteína tóxica, 
conhecida como proteínas Cry ou delta-endotoxina, que ao se 
ligar com as paredes do mesêntero, causam sua ruptura, 
levando o inseto a morte. 
 
� Outros sítios 
I. Bloqueadores seletivos de alimentação 
Pymetrozine e Flonicamide 
II. Inibidores da síntese de lipídios 
Derivados de ácido tetrônico 
III. Inibidores do crescimento de ácaros 
Hexythiazox e Clorentezine 
IV. Moduladores de receptores da rianodina 
Diamidas 
Ao ser absorvida, as diamidas se direcionam para as fibras 
musculares, se ligando aos receptores de rianodina. Esses 
receptores controlam a liberação de cálcio intracelular e, esse 
10 
cálcio se encontra armazenado no retículo sarcoplasmático e 
tem papel fundamental na contração muscular 
Efeito: provoca esgotamento de Ca+ da célula muscular 
Sintomas: “espasmos musculares”, paralisia e consequente 
morte. 
 
Possíveis vantagens do controle químico: facilidade de aquisição e 
armazenamento por longos períodos; efeito imediato; pode reverter 
quadros de grandes infestações (populações) da praga. 
Possíveis desvantagens do controle químico: magnificação biológica, 
não seletividade, desenvolvimento de resistência, ocorrência de resíduos e, 
possibilidades de intoxicação humana e de outros organismos. 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
2 – SELETIVIDADE DE INSETICIDAS À INIMIGOS NATURAIS 
 
É a capacidade de um determinado grupo químico, de atuar no alvo 
específico, sem prejudicar os inimigos naturais presentes no ambiente de 
aplicação do defensivo agrícola. 
 
Tipos de seletividade: 
• Biológica: ação de um defensivo sobre determinados grupos ou 
estágios distintos. 
Ex.: Thiodiazinas atuam em Hemiptera; Metoprene atua em estágios 
juvenis. 
• Fisiológica: ação diferenciada do grupo químico sobre organismos 
diferentes. 
Ex.: Bt atua especialmente sobre Lepidoptera, porém não atua no trato 
digestivo humano. 
• Ecológica: risco de o organismo entrar em contato com o produto. 
Ex.: formulação diferentes, associação do produto com a planta, 
persistência, forma de aplicação. 
 
3 - RESISTÊNCIA DE ARTRÓPODES-PRAGA À INSETICIDAS 
 
Resistência versus Tolerância 
Tolerância: é a habilidade natural de uma espécie em tolerar um 
determinado produto químico ou alteração temporária do ambiente. 
Envolve comparação entre espécies diferentes. 
Resistência: característica pré-adaptativa, intraespecífica, associada à 
genética do indivíduo. Envolve comparação entre indivíduos da mesma 
espécie, ou seja, dentro da mesma população. 
Frequência de resistência: de maneira geral, é a quantidade (número, 
percentual) de indivíduos resistentes em uma dada população. 
Frequência crítica de resistência: é quando a frequência de resistência 
que se torna um problema econômico. 
 
Mecanismos de resistência dos artrópodes à inseticidas 
• Fisiológicos: Ex.: produção de uma cutícula mais espessa, 
dificultando a entrada do produto. 
13 
• Comportamentais: Ex.: reconhecimento do produto aplicado na 
área e migração para outra área livre de defensivos agrícolas. 
• Bioquímicos: Ex.: redução na sensibilidade do sítio de ação do 
defensivo e destoxificação metabólica do ingrediente ativo. 
 
Tipos de resistência 
• Cruzada: um único mecanismo de resistência confere resistência a 
dois ou mais compostos químicos (geralmente relacionados). 
• Múltipla: pelo menos dois diferentes mecanismos de resistência 
coexistem e conferem resistência a dois ou mais compostos químicos 
(produtos geralmente não relacionados). 
 
Fatores que afetam a evolução da resistência 
• Fatoresgenéticos 
� Número de alelos resistentes, frequência e intensidade da 
resistência, dominância do alelo de resistência, aptidão dos 
indivíduos resistentes. 
• Fatores bioecológicos 
� Número de gerações por ano, taxa de reprodução, modo de 
reprodução, mobilidade, hábitos alimentares, presença de refúgio da 
população suscetível. 
• Fatores operacionais 
� Características do composto químico, grupo químico, persistência, 
seletividade, formulação, características de aplicação. 
 
Obs.: O Manejo de Resistência a Inseticidas (MRI) tem por objetivo 
primário promover a rotação de princípios ativos (grupos químicos distintos) 
nas aplicações de defensivos agrícolas, visando evitar o surgimento de 
resistência a um produto especifico, aumentando a eficiência dos produtos 
que se encontram disponíveis no mercado. 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
4 - CONTROLE FÍSICO 
 
• Utiliza-se de fatores físicos como: temperatura, umidade relativa, 
insolação, fotoperíodo, radiação eletromagnética (radiação gama). 
Vantagens: não poluem, não há desenvolvimento de resistência. 
Desvantagens: limitado a algumas pragas e ambientes. 
 
5 - CONTROLE MECÂNICO 
 
• Remoção manual de insetos, trituração, coleta e, exclusão pelo uso 
de barreiras. 
Vantagens: não poluem, não há desenvolvimento de resistência, 
seletivos. 
Desvantagens: limitado a espécies e a ambientes, alto uso de mão-de-
obra, custo elevado. 
 
6 - CONTROLE ALTERNATIVO (AOS PRODUTOS QUÍMICOS DE SÍNTESE) 
 
• Utilização de substâncias como: inseticidas botânicos, sabão, 
detergente, óleos minerais, inseticidas inorgânicos, pós inertes, 
extratos de plantas. 
Vantagens: baixo custo, facilidade de acesso aos defensivos, baixa 
tecnologia. 
Desvantagens: eficiência nem sempre comprovada, podem ser mal 
aplicados ou utilizados, falta de equipamentos de aplicação específicos, 
falta de interesse público-político. 
 
7 – CONTROLE LEGISLATIVO 
 
• É determinado por Leis, Decretos e Portarias. Interfere diretamente 
nos demais tipos de controle pois regulamenta a maioria deles como 
por exemplo, o registro de defensivos agrícolas, a obrigatoriedade de 
controle de determinada praga, os períodos de “vazio sanitário”, 
entre outros. Além de tratar da prevenção da entrada de pragas 
advindas de outros países. 
 
 
16 
� Praga Quarentenária 
I. A1 ausente: praga que tem importância econômica potencial, porém 
não se encontra presente no local/região/país. 
II. A2 presente: praga que possui importância econômica potencial que 
se encontra presente no país, porém oficialmente controlada. 
� Praga não quarentenária regulamentada – é uma praga cuja 
presença em plantas ou partes para seu cultivo afeta o uso 
pretendido pois pode provocar um impacto econômico inaceitável 
e é então regulamentada dentro do território do país importador. 
 
Vantagens: evita entrada de novas pragas, sua propagação e 
dispersão, racionalizam a produção e o uso de defensivos agrícolas. 
Desvantagens: lentidão na tomada de decisão, aplicação deficiente das 
Leis, Portarias e Decretos, falta de espírito comunitário, falta de 
especialistas, falta de equipamentos adequados, falta de participação 
político-social, fiscalização deficiente. 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
8 - CONTROLE POR COMPORTAMENTO 
 
• Baseia-se na atração ou na repelência dos artrópodes utilizando 
estímulos físicos, químicos, mecânicos e alimentares. 
� Repelentes: físico (palha de arroz); mecânico (pós e grânulos, 
texturas, cerdas, espinhos ou pubescências); químico (extratos de 
plantas: citronela, sesquiterpenos, curcubitacina). 
� Atraentes: físicos (luminosos, coloridos e sonoros); alimentares 
(frutas maduras trituradas, proteína hidrolisada, açúcares); químico 
(Semioquímicos). 
 
� Semioquímicos 
I. Aleloquímicos: substâncias químicas utilizadas para 
comunicação entre organismos de espécies diferentes. 
a) Cairomônios: substâncias produzidas pela presa e 
percebidas pelo predador (favorece o receptor) 
Ex.: percepção de hidrocarbonetos por vespas parasitoides 
que são liberados pelas mariposas no momento da 
oviposição. 
b) Alomônios: defesa da própria espécie (favorece espécie 
emissora) 
Ex.: Veneno de vespas e formigas, substâncias repelentes 
de plantas. 
c) Sinomônios: ambas as espécies são favorecidas 
Ex.: Formigas e pulgões, plantas e polinizadores. 
II. Feromônios: substâncias químicas ou misturas que são 
utilizadas para comunicação entre organismos da mesma 
espécie. 
a) Sexual: atração entre macho e fêmea ou vice-versa 
Ex.: Bombicol= Bombykol (feromônio liberado pela 
mariposa do bicho-da-seda para atrair parceiros). 
b) Alarme: aproximação de predador natural 
Ex.: Pulgões alertando a presença de parasitoides ou de 
predadores como as joaninhas. 
c) Trilha e oviposição: demarcação de locais específicos 
Ex.: Trilhas de formigas-saúvas Atta spp., demarcação de 
oviposição nos frutos por moscas-das-frutas. 
19 
d) Agregação: manutenção de indivíduos em grupo 
Ex.: Feromônio de rainhas de cupins, de abelhas, entre 
outras. 
 
• Disrupção sexual/Confusão sexual: a aplicação de feromônio 
interfere ou impede a localização entre parceiros, desorientando o 
sexo que recebe a informação. 
• Atrai e mata: essa técnica consiste em utilizar em conjunto, uma 
armadilha contendo feromônio sexual, para atrair insetos, e algum 
defensivo, que irá atuar ao entrar em contato com o indivíduo atraído 
pela armadilha, causando sua morte. 
 
Vantagens: não poluem, podem ser integrados, conferem estabilidade 
ao ecossistema, são seletivos. 
Desvantagens: Exigem conhecimento profundo do inseto (biologia, 
fisiologia e comportamento). 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
9 - CONTROLE BIOLÓGICO 
 
• É a supressão de determinado artrópode-praga mediante utilização 
de inimigos naturais. 
 
� Tipos de controle biológico 
� Natural (conservação): são considerados os inimigos naturais 
presentes no ambiente e tomadas ações para preservar e tornar 
esse ambiente o mais favorável possível para a atuação dos 
inimigos naturais. 
� Clássico (introdução): ocorre a importação e a distribuição 
(liberação) de inimigos naturais exóticos, visando o controle de 
uma artrópode-praga exótico ou até mesmo nativo. 
� Aplicado (multiplicação): ocorre liberação inundativa (grande 
quantidade) de inimigos naturais, após produção massal em 
laboratório. 
 
� Tipos de inimigos naturais 
� Predadores: geralmente são maiores que suas presas, possuem 
pouca dependência de presas específicas, são adaptados para 
predar os organismos-alvo, se alimentam de vários indivíduos 
para completar seu ciclo de vida, não são tão eficientes em 
localizar sua presa. 
Ex.: Joaninhas, bixo-lixeiro e ácaros predadores. 
� Parasitoides: geralmente são menores que seus hospedeiros, 
larvas se desenvolvem dentro ou fora do hospedeiro, necessitam 
de apenas um hospedeiro para completar seu ciclo de vida, tem 
alta dependência para com o hospedeiro e alta eficiência em 
localizar os hospedeiros. 
Ex.: Trichogramma spp., Cotesia flavipes, Tetraschicus spp. 
� Tipo de parasitoides 
I. Primário: espécie se desenvolve sobre hospedeiros não 
parasitados. 
II. Hiperparasitoide: parasitoide que se desenvolve dentro de 
outro parasitoide. 
III. Endoparasitoide: parasitoide que se desenvolve dentro do 
corpo do hospedeiro. 
22 
IV. Ectoparasitoides: parasitoides que se desenvolvem fora do 
corpo do hospedeiro. 
V. Parasitismo múltiplo: várias espécies de parasitoides ocorrem 
dentro ou sobre um único hospedeiro. 
VI. Superparasitismo: vários indivíduos de uma espécie de 
parasitoide podem se desenvolver em um hospedeiro. 
VII. Coinobionte: permitem que o hospedeiro cresça após o 
parasitismo. 
VIII. Idiobionte: matam seus hospedeiros antes da emergência e 
se desenvolvem em hospedeiros mortosou parasitados. 
� Patógenos ou entomopatógenos: causam doenças em insetos. 
I. Bactérias: invadem hospedeiros, geralmente por via oral. 
Ex.: Bt (Bacillus thuringiensis) 
Características da infecção: perda de apetite, odor de 
putrefação, tegumento flácido, coloração preta. 
II. Vírus: invadem por ingestão, espiráculos e outras aberturas. 
Características da infecção: Corpo flácido e oleoso, lagartas 
geralmente fica dependuradas pelas pernas abdominais. 
III. Fungos: invadem via oral ou por contato. 
Características da infecção: Corpo duro e mumificado. 
IV. Nematoides: geralmente possuem simbiose com bactérias 
que causam a morte do indivíduo. 
 
Vantagens: Procuram seus hospedeiros ou presas, não deixam 
resíduos, tendem a se intensificar, não causam desequilíbrio, não há 
desenvolvimento de resistência, com condições favoráveis podem ser 
permanentes pois auto-perpetuam. 
Desvantagens: inexistência de política pública nacional, inimigos 
naturais são afetados por condições climáticas e biológicas, nem todas as 
pragas possuem um inimigo natural altamente eficiente, questão cultural, 
exige qualificação técnica e cientifica, poucas empresas atuantes no 
mercado, não possui efeito knockdown. 
 
23 
10 - CONTROLE GENÉTICO 
 
• Interfere na capacidade reprodutiva do inseto sem matá-lo 
diretamente. 
� Técnicas 
� Promoção da esterilidade: promove a esterelidade dos machos 
por (aspermia – mutações letais dominantes no esperma). Podem 
ser usados: radiação, agentes químicos, induzida por translocação 
ou por hibridização. 
Requisitos: tecnologia para criação massal dos insetos a serem 
tratados; insetos liberados devem se dispersar com facilidade, 
misturando-se na população silvestre; não deve afetar a 
compatibilidade sexual; fêmeas preferencialmente devem copular uma 
única vez na vida. 
 
Vantagens: não poluem, ação duradoura, podem ser integrados com 
outros métodos, pode ter ação definitiva (radicação). 
Desvantagens: certas características biológicas do inseto, 
conhecimentos refinados sobre a biologia, fisiologia, ecologia e 
comportamento do inseto; exigem tempo e recursos financeiros. 
 
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11 - CONTROLE CULTURAL 
 
• Não atuam diretamente sobre os artrópodes-praga mas sim consiste 
em modificar o ambiente ou a própria planta para dificultar a 
incidência desses na cultura, exigindo assim um planejamento 
prévio. 
� Ferramentas: 
I. Distribuição espacial dos cultivos – Localização da cultura 
em determinada região, espaçamento entre plantas. 
II. Distribuição temporal – rotação de culturas ao longo do 
tempo na mesma área. 
III. Incorporação de restos culturais – altera níveis de 
umidade e fertilidade do solo. 
IV. Pousio – período sem cultivo. 
V. Rompimento da sincronia entre inseto fitófago e planta 
– variações na época de plantio. 
VI. Época da colheita – exige conhecimento da fenologia da 
planta. 
VII. Diversificação de cultivos e de habitat’s – consórcio, 
culturas em faixas, plantio intercalar, policultivos. 
VIII. Uso de barreiras vegetais ou cercas vivas. 
IX. Preparo do solo – utilização de implementos agrícolas para 
revolvimento e destruição de pupas no solo. 
X. Manejo da água. 
XI. Medidas sanitárias – eliminar restos culturais. 
XII. Destruição das fontes de infestação - Poda – eliminação 
de focos da praga, sincronismo entre período de frutificação. 
XIII. Destruição das fontes de infestação - Prática da 
capação ou desponta – eliminação do broto terminal das 
plantas, para evitar a incidência ou eliminar focos de ataque, 
comumente utilizado em plantas de crescimento 
indeterminado como, por exemplo, o tomate. 
XIV. Densidade de plantio das culturas. 
XV. Manejo nutricional das plantas. 
 
Vantagens: não poluem, podem ser integrados com outros métodos, 
promovem estabilidade ao agroecossistema. 
26 
Desvantagens: exigem planejamento prévio, podem limitar operações 
agrícolas, exigem conhecimento sobre o inseto, podem elevar o custo de 
produção. 
 
11.1 - RESISTÊNCIA DE PLANTAS À ARTRÓPODES-PRAGA 
 
Interações inseto-planta 
� Monófagos: se alimentam de um espectro de plantas hospedeiras 
que se limita a uma ou poucas espécies, geralmente do mesmo 
gênero botânico. Ex.: Broca-da-raiz-do-algodoeiro. 
� Oligófagos: se alimentam de um espectro de plantas hospedeiras 
que se limitam a alguns gêneros botânicos geralmente da mesma 
família. Ex.: Bicudo-do-algodoeiro. 
� Polífagos: se alimentam de várias plantas hospedeiras atingindo 
várias famílias botânicas. Ex.: Mosca-branca. 
 
Variedade resistente 
• Consiste em um conjunto de características genéticas que conferem 
à determinadas plantas a capacidade de serem menos danificadas 
pelo ataque de um artrópode-praga, sob as mesmas condições, ou 
seja, a resistência é comparativa e relativa pois uma 
espécie/variedade só é considerada resistente quando comparada a 
outra espécie/variedade sob as mesmas condições de ataque de 
determinado artrópode-praga. 
 
Graus de resistência 
I. Imunidade – variedade não sofre injúrias. 
II. Alta Resistência – variedade sofre pequena injúria. 
III. Resistência Moderada – variedade sofre injúria média. 
IV. Suscetibilidade – variedade sofre injúria igual a média 
sofrida. 
V. Alta Suscetibilidade – variedade sofre injúria maior que a 
média. 
 
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Pseudo-resistência 
• Em determinadas condições, uma variedade sofre pouco dano, 
embora não seja resistente. 
Causas 
� Escape: variedade ou planta não é infestada, por mero acaso. 
� Evasão do hospedeiro: fase de maior suscetibilidade coincide com a 
baixa densidade populacional da praga. 
� Resistência induzida: manifestação temporária da resistência 
resultante de condições ambientais ou de fertilidade dos solos que 
favoreceram a planta. 
 
Tipos de resistência 
I. Antixenose ou não-preferência: a planta é menos 
utilizada para alimentação, oviposição ou abrigo. 
� Estímulo para localização ou não da planta 
(atração/repelência). 
� Estímulos para interrupção ou não da movimentação 
(arrestante/repelente ou estimulante de locomoção). 
� Estímulos para início ou não da alimentação 
(iniciante/supressor). 
� Estímulos para manutenção ou não da alimentação 
(estimulante/deterrente). 
II. Antibiose: ocasiona mortalidade das larvas, ninfas ou 
pupas. Causa redução de peso e tamanho de indivíduos e 
pode ocasionar ocorrência de adultos deformados ou pupas 
defeituosas. 
Ex.: plantas com toxinas, presença de inibidores de crescimento 
ou de reprodução. 
III. Tolerância: não afeta o inseto. Ocorre a regeneração de 
tecidos, compensando as injúrias causadas. Emissão de 
novos perfilhos, plantas mais vigorosas, elevado número de 
folhas e de frutos. 
Ex.: Tolerância de algumas gramíneas (Andropógon, marandu 
e estrela) a ataque de cigarrinha-das-pastagens (Deois 
flavopicta). 
 
28 
Causas de resistência 
� Física: radiação refletida pelas plantas: cores (altera 
comportamento, desenvolvimento e reprodução). Ex.: ‘repelência’ 
provocada pelo repolho-roxo. 
� Química: Atuam no comportamento e metabolismo, impropriedades 
nutricionais e composições bioquímicas. Ex.: efeito aleloquímico da 
azadiractina nos insetos (causa má formação). 
� Morfológica 
� Tipos de epiderme: tecidos rígidos (maior quantidade de 
lignina, ceras, sílicas e dureza). 
� Dimensão ou formato e disposição das estruturas na 
planta. Ex.: Bráctea frego (disposição ocasiona menor ataque 
de bicudo e o alto número de tricomas diminui o número de 
ovos depositados). 
 
Fatores que influenciam a manifestação da resistência 
� Fatores da planta: idade, parte infestada, infestação anterior por 
doenças ou outras pragas, enxertia, nutrição. 
� Fatores do inseto: fase, idade, espécie, raça, biótipo, 
condicionamento pré-imaginal, tamanho da população. 
� Fatores ambientais: umidade, temperatura, fotoperíodo, 
nutrientes. 
 
Vantagens:facilidade de utilização, “sem custos” adicionais para o 
produtor, persistência, harmonia com o ambiente, compatibilidade com 
outros métodos. 
Desvantagens: Tempo para a obtenção de uma variedade, a variedade 
resistente nem sempre é mais produtiva, resiste a uma ou poucas espécies 
de insetos, pragas podem se adaptar a variedade, podem afetar o terceiro 
nível trófico. 
 
• Plantas transgênicas: organismos com genes oriundos de outro 
organismo (genes exógenos) que podem conferir resistência. Ex.: 
milho Bt. 
� Área/Zona de refúgio: é uma estratégia para manter populações 
do artrópode-praga suscetíveis pela manutenção de uma pequena 
parcela da área de produção com variedades silvestres ou sem 
29 
tecnologia transgênica, assim, diminuindo a pressão de seleção 
sobre os artrópodes-praga e fazendo que ocorra cruzamento entre 
populações que venham a desenvolver resistência com populações 
suscetíveis. 
 
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12 – TERMOS IMPORTANTES 
 
Bioacumulação: é o acúmulo de resíduos de determinada substância 
liberada/aplicada no ambiente, que são acumulados, principalmente, na 
reserva de gordura de organismos sendo prejudiciais para a saúde do 
mesmo. 
Efeito residual: tempo em que o produto químico ou biológico 
mantém seu princípio ativo funcional, protegendo o local em que foi 
aplicado. 
Persistência: é o tempo em que o princípio ativo do defensivo agrícola 
começa a degradar, logo, reduzindo ou perdendo seu efeito. 
DL50 (Dose Letal) ou LD50 (Lethal Dose): é a dose letal de uma 
determinada substância que irá matar 50% dos indivíduos tratados com 
essa substância (geralmente determinada para ratos albinos). Geralmente 
é expressa em mg da substância/Kg de massa do indivíduo. 
CL50 (Concentração Letal) ou LC50 (Lethal Concentration): é a 
concentração letal, administrada via aérea (inalação), que irá matar 50% 
dos indivíduos tratados com essa substância (geralmente determinada para 
ratos albinos). Geralmente expressa em mg de substância/L ou em ppm. 
Toxicidade aguda: poder letal de uma substância ou composto 
natural/sintético, que possui efeito rápido no organismo. 
Toxicidade crônica: toxicidade cumulativa de uma substância, seja 
ela natural ou sintética, que pode causar problemas a longo prazo no 
indivíduo. 
Ingestão diária aceitável: é a quantidade de uma substância que 
pode ser ingerida diariamente na alimentação, de forma continuada e 
indefinida, sem danos à saúde humana, expressa em mg/Kg p.c. Essa 
quantidade deve ter como base, informações toxicológicas disponíveis na 
época da avaliação, com a finalidade de se ter um dado sempre atualizado. 
Período de carência ou intervalo de segurança: período que 
compreende o número de dias desde a última aplicação do defensivo até a 
colheita. 
Intervalo de reentrada: é o número de dias entre a última aplicação 
e a reentrada de pessoas no local, sem a necessidade de utilização de EPI’s 
e sem o risco de contaminação. 
Resíduo: substância ou mistura de substâncias remanescentes ou 
existentes em alimentos ou no ambiente decorrente do uso ou da presença 
32 
de defensivos agrícolas e afins, inclusive quaisquer derivados específicos, 
tais como produtos de conversão e de degradação, metabólitos, produtos 
de reação e impurezas, consideradas tóxicas e ambientalmente 
importantes. 
Efeito de choque (Knockdown): é o efeito imediato do defensivo no 
organismo, causando sua imediata derrubada, tornando-o imóvel e 
ocasionalmente, podendo levar a rápida morte do indivíduo. 
Formulação: é a forma como um ingrediente ativo é misturado com 
substâncias coadjuvantes (adjuvantes), em concentrações adequadas, 
visando um produto final que seja dispersado de maneira eficiente, em 
determinadas condições técnicas de aplicação visando eficiência na sua 
finalidade biológica e que mantenha suas propriedades físico-químicas 
durante o armazenamento e o transporte. 
Ingrediente ativo: é o grupo químico presente na formulação, 
responsável pelo efeito toxicológico no organismo do inseto. 
Adjuvantes: são substâncias ou compostos que são adicionados em 
uma formulação, com a finalidade de aumentar sua eficiência ou conferir 
uma modificação na propriedade da solução e minimizar possíveis 
problemas na aplicação. 
Produto técnico: porção física do ingrediente ativo que pode ser 
determinado em laboratório, constituído por uma alta concentração do 
ingrediente ativo e uma parte de impurezas. 
Nome comum: nome proposto pelo fabricante para o ingrediente 
ativo, no qual deve ser ratificado pela União internacional da Química Pura 
e Aplicada (IUPAC) ou pela Sociedade Americana de Química (ACS). 
Metabolismo: é a capacidade do grupo químico ser metabolizado pelo 
organismo via ação de enzimas. 
Degradação: é a quebra do ingrediente ativo de um defensivo agrícola 
por um determinado fator, seja ele biológico (enzimas), físico (temperatura, 
luz) ou químico (reações de oxidação). 
 
33 
13 – GUIAS PARA AULAS PRÁTICAS 
 
Nessa sessão se encontram guias contendo algumas pragas e culturas 
que elas atacam. Para melhor aproveitamento, é recomendada a utilização 
das apresentações disponibilizadas para visualização das pragas e dos 
danos causados nas culturas. 
Para Lepidoptera e Diptera, o aparelho bucal considerado nos guias foi 
do estágio larval. 
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14 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CRANSTON, P. S.; GULLAN, P. J. Insetos: Fundamentos da 
Entomologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2017. 912p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; 
BATISTA, G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; 
ALVES, S. B.; VENDRAMIN, J. D.; MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; 
OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. 
GARRIDO, L. R.; SÔNEGO, O. R. Uvas viníferas para processamento em 
regiões de clima temperado. 2003. Disponível em: 
<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/Uva
sViniferasRegioesClimaTemperado/agrotoxi.htm>. Acesso em: 11 jul. 
2019. 
MIELE, P. R. Diretrizes e exigências referentes à autorização de 
registros, renovação de registro e extensão de uso de produtos 
agrotóxicos e afins. 1991. Disponível em: 
<http://celepar07web.pr.gov.br/agrotoxicos/legislacao/port03.asp>. 
Acesso em: 7 ago. 2019. 
ORMOND, J. G. P. Glossário de termos usados em atividades 
agropecuárias, florestais e ciências ambientais. 3. ed. Rio de 
Janeiro: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2006. 
316p. 
QUEIROZ, A. A.; MARTINS, J. A. S.; CUNHA, J. P. A. R. Adjuvantes e 
qualidade da água na aplicação de agrotóxicos. 2008. Disponível 
em: 
<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:KP1rUFUo
GCsJ:www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/download/6
923/4587/0+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 21 jul. 
2019. 
TOLEDO, M. C. F. Limites de consumo consciente. Gramado: 4º. 
Simpósio de Segurança Alimentar, 2012. 40 slides, color.

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