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03273FUNDAMENTOS DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 1. A Constituição da República, a partir do seu Título II, passa a disciplinar o tema dos chamados direitos fundamentais. Trata-se de um conjunto de direitos humanos expressamente incorporados na Constituição que não podem ser violados pelo Estado ou por outros sujeitos particulares. É uma característica dos direitos fundamentais apontada pela literatura jurídica a: Renunciabilidade. Limitabilidade. Prescritibilidade. Reserva de jurisdição. Alineabilidade. Data Resp.: 11/08/2022 15:04:18 Explicação: Dentre as alternativas, somente a limitabilidade caracteriza os direitos fundamentais, pois significa que tais direitos não são absolutos, mas admitem certa relativização quando presente algum conflito com outro direito da mesma espécie. Como visto, o próprio direito à intimidade é relativizado quando autorizada a interceptação telefônica pelo magistrado. Os direitos fundamentais são inalienáveis, imprescritíveis e irrenunciáveis. A reserva de jurisdição não guarda relação com o tema. 2. A interceptação telefônica representa uma restrição ao sigilo das comunicações e ao direito à privacidade que, como se sabe, não são absolutos. Sobre as questões probatórias envolvendo a interceptação telefônica, assinale a alternativa correta. O Ministério Público possui legitimidade para determinar a interceptação. É dispensável a autorização do juiz, havendo fundada suspeita da autoridade policial. O encontro fortuito de prova advindo da interceptação, apesar de ter ocorrido mediante abuso de autoridade policial, não gera a nulidade da prova, dado o interesse público envolvido na elucidação do crime. Os Tribunais têm admitido o aproveitamento de provas obtidas mediante interceptação telefônica judicialmente autorizada em outro processo. Somente a autoridade policial pode requerer a interceptação. Data Resp.: 11/08/2022 15:05:04 Explicação: A serendipidade é aplicada nos casos em que, numa investigação travada pela autoridade policial, há descoberta casual de provas relacionadas a outra infração penal que não estavam, a priori, na linha normal de investigação. Isto é amplamente reconhecido pelos tribunais pátrios. A interceptação só pode ocorre mediante autorização do juiz. O abuso da autoridade policial para conseguir determinada prova implica em sua nulidade. https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp 3. Para que possa ocorrer a deflagração de uma interceptação telefônica, exige-se o cumprimento de determinados requisitos. Analise os itens abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta corretamente requisitos necessários a serem preenchidos. I. Justificativa de que o procedimento é indispensável. II. Robusto indicativo de materialidade e autoria de infração penal. III. Instauração de Inquérito Policial. IV. Requerimento das autoridades competentes ou determinação, de ofício, pelo magistrado. V. Obediência aos princípios processuais elencados na Constituição Federal. Apenas os itens I, IV e V estão corretos. Apenas os itens III, IV e V estão corretos. Apenas os itens I, II, IV e V estão corretos. Apenas os itens II, III e IV estão corretos. Apenas os itens II, III e V estão corretos. Data Resp.: 11/08/2022 15:06:05 Explicação: Segundo o art. 1º da Lei nº 9.296/96, que reproduz o inciso XII do art. 5º da Constituição Federal, a interceptação telefônica pode ocorrer tanto na investigação criminal quanto durante a instrução processual penal. Considerando que o art. 4º, parágrafo único, do Código de Processo Penal autoriza outras formas de investigação que passam ao largo da instauração do Inquérito Policial, a deflagração do inquérito não é um pressuposto indispensável para a interceptação telefônica. 03274ASPECTOS PECULIARES DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 4. Banca: NC-UFPR. Órgão: Polícia Civil do Estado do Paraná. Prova: Investigador de Polícia/Papiloscopista. Ano: 2021 - ADAPTADA Segundo a Lei 9.296/1996, o pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. Sobre as interceptações telefônicas, na forma estabelecida referida lei, com alterações posteriores, assinale a alternativa correta. A inutilização de gravação que não interessa à prova da investigação pode ser realizada de ofício pela autoridade policial. A interceptação telefônica pode ser decretada por qualquer juiz, por se tratar de providência de urgência. A captação ambiental feita por um dos interlocutores não possui qualquer validade jurídica caso não tenha sido previamente informada à autoridade policial ou ao Ministério Público. A lei permite, em circunstâncias excepcionais, que o requerimento de interceptação telefônica seja apresentado verbalmente. A interceptação telefônica depende de requerimento da autoridade policial ou do representante do Ministério Público, não comportando decretação de ofício. Data Resp.: 11/08/2022 15:08:19 Explicação: https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp A possibilidade de o pedido de interceptação telefônica ser apresentado, excepcionalmente, de forma verbal, está prevista no art. 4º, §1º, da Lei nº 9.296/93, podendo o juiz admiti-lo desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da gravação. A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento. A interceptação telefônica só pode ser decretada pelo juiz competente da ação principal. 5. A Lei Federal nº 13.964/2019, noticiada pela classe política e pela mídia como ¿Pacote Anticrime¿, foi promulgada com a intenção de aperfeiçoar a legislação penal e processual penal no Brasil. Marque a alternativa que diga respeito a uma alteração feita na Lei das Interceptações Telefônicas que adveio do referido Pacote Anticrime. Regulamentação da captação ambiental de sinais eletromagnéticos. A prerrogativa de requisição de serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público para os procedimentos de interceptação. Determinação do prazo máximo de quarenta e oito horas para que o juiz decida sobre o pedido de interceptação telefônica. A Lei nº 13.964/2019 não alterou substancialmente os dispositivos da Lei nº 9.296/96. A necessidade da interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrer em autos apartados. 6. VUNESP - 2021 - TJ-GO - Titular de Serviços de Notas e de Registros ¿ Provimento ¿ adaptada. A Lei nº 9.296/1996 tem como objeto a interceptação de comunicações telefônicas de qualquer natureza. No que concerne à interceptação telefônica regulamentada pela referida lei, é correto afirmar que: é admitida para qualquer crime. ao juiz não cabe decidir qual a forma de execução da diligência, cabendo à autoridade policial tal decisão técnica. excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente. o juiz não pode determiná-la de ofício. é legalmente admitidaainda que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis. Data Resp.: 11/08/2022 15:06:54 Explicação: Previsão expressa do art. 4º, §1º, da Lei nº 9.296/93. Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Não será admitida a interceptação de https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp comunicações telefônicas quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis, nem quando o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 02563LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE ECONÔMICA 7. (VUNESP - TJ/RO - Juiz de Direito Substituto - 2019 - ADAPTADA) O crime de organização criminosa, bem como as regras de seu processamento e julgamento estão previstos na Lei n.º 12.850/2013. Acerca do tema, assinale a alternativa correta: A ação controlada, consistente no retardamento da intervenção policial à atividade praticada por organização criminosa, poderá ser adotada, de ofício, pela Autoridade Policial, sem necessidade de prévia comunicação à Autoridade Judicial. O acesso a dados cadastrais de investigados, tais como endereço, qualificação e filiação, quando solicitados a administradoras de cartão de crédito e provedores de internet, dependem de autorização judicial. A efetiva prática de infrações penais não é necessária para a configuração do crime. A interceptação telefônica, uma vez autorizada pela Autoridade Judicial, em se tratando de crime praticado por organização criminosa, poderá ser automaticamente renovada, pela Autoridade Policial. Determinado o depoimento do investigado, é assegurado ao defensor acesso aos autos, com antecedência mínima de 3 (três) dias, desde que o feito não seja sigiloso. Data Resp.: 19/09/2022 13:54:59 Explicação: O crime de organização criminosa é formal, por isso basta que exista a união estável e permanente, dispensando a prática efetiva de crime. Com base no art. 5° da lei, a decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito). Determinado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação). O meio de obtenção de prova relacionado à infiltração de agentes está disciplinado no art. 10 e seguintes da Lei 12.850/13. O Art. 8, §1º, da Lei n. 12.850 prevê que o retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 8. (FGV - OAB - IV Exame - 2011 - ADAPTADA) A Lei 7.492/86 define os Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Acerca do procedimento previsto para tais crimes, é correto afirmar que: Quando a denúncia não foi intentada no prazo legal, dar-se-á o arquivamento das peças de informações recebidas. A ação penal será sempre promovida perante a Justiça Federal. Os órgãos dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, sempre que julgarem necessário, poderá requisitar, a qualquer autoridade, informação, documento ou diligência relativa à prova dos crimes previstos na Lei 7.492/86. Compete ao Ministério Público Estadual o oferecimento da denúncia para o processamento dos crimes previstos nessa lei. https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp Nos crimes previstos nessa lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe que, por meio de confissão espontânea, revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá sua pena reduzida de 1 (um) a 2/5 (dois quintos). Data Resp.: 19/09/2022 13:55:16 Explicação: Os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional são delitos de ação penal pública incondicionada, que deverá ser promovida pelo MPF em razão do princípio da obrigatoriedade. O art. 25. § 2º, da Lei n.º 7.842, diz que nos crimes previstos em tal Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. Doutro lado, o art. 26 prevê que a ação penal, em tais crimes, será promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça Federal. O art. 29 prevê que o órgão do Ministério Público Federal, sempre que julgar necessário, poderá requisitar a qualquer autoridade, informação, documento ou diligência, relativa à prova dos crimes previstos em tal lei. Quando a denúncia não foi intentada no prazo legal, o ofendido poderá representar ao Procurador-Geral da República para que este a ofereça, designe outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou determine o arquivamento das peças de informações recebidas (art. 27). 02369CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA, FÉ PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 9. (2018 - Câmara de Salvador - BA - Analista Legislativo Municipal - ADAPTADA) Caio, funcionário da ouvidoria de determinado órgão público, no exercício de suas funções, é surpreendido por João, totalmente insatisfeito com a demora em seu atendimento. Quando chega a sua vez de ser atendido, João passa a afirmar, na frente de diversas pessoas, que Caio é um "incompetente", que "certamente teria retardo mental" e que explicaria suas necessidades "com bastante calma para que até uma pessoa como Caio pudesse entender". Caio, então, sentindo-se humilhado, informa o fato a Policiais Militares que faziam a segurança em frente ao órgão em que exercia suas funções. Considerando apenas as informações narradas, a conduta de João, de acordo com as previsões do Código Penal, configura: desacato. desobediência. corrupção ativa. resistência. atipicidade. Data Resp.: 19/09/2022 13:55:42 Explicação: No caso, as falas do autor visaram a humilhar, literalmente desacatar um funcionário público, em virtude do exercício desta função. Vale lembrar que o dispositivo do art. 331 do CP visa resguardar o respeito (e prestígio) da função pública, assegurando, o regular andamento das atividades administrativas, exatamente o que parece estar sendo violado no caso narrado. As demais alternativas não se aplicam. https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp 10. (2018 - DPE-SC - Técnico Administrativo) O crime contra a Administração Pública de apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio, chama-se: Peculato. Concussão. Tráfico de influência. Prevaricação. Corrupção Passiva. Data Resp.: 19/09/2022 13:55:36 Explicação: A questão exige o teor do Art. 316,CP, crime de peculato, segundo o qual "Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa". As demais alternativas não se aplicam. https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_ensineme.asp