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CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO BRASILEIRO Andressa Martins - 257069- 4º Semestre Beatriz Fernandes Silva - 256336 - 4º Semestre Camila da Silva Santos - 215444- 3º Semestre Giovana de Cássia Fideles ID 254663- 3º Semestre Mislene Fernandes Santo 221298- 3º Semestre Vânia Lúcia F S Barroso - 259062 - 3º Semestre DEPENDÊNCIA QUIMICA – DROGAS PSICOLOGIA E SAÚDE Francisca Edinete Nogueira de Sousa São Paulo, 14 Outubro de 2021 2021 Introdução O intuito desse trabalho é entender o processo que leva um indivíduo a se tornar um dependente químico, falaremos das drogas ilícitas em questão. O Objetivo desta pesquisa é entender a problemática desde o primeiro acesso a estas drogas, os transtornos causados à saúde física, mental, tratamentos e relatos de profissionais que dão apoio na parte psicológica dos usuários e de sua família. As drogas ilícitas não podem ser vendidas ou comercializadas, em alguns países algumas drogas são permitidas, fazendo parte da cultura daquela região. O maior fator de proibição dessas drogas, deve-se ao fato de causarem muitos transtornos para a vida do usuário, como depressão, perturbações, que afetam o sistema nervoso central. • O que são drogas? Drogas são substancias químicas que alteram algumas funções biológicas e não são produzidas naturalmente em nosso corpo. Algumas drogas são conhecidas como psicotrópicas por atingirem diretamente o cérebro, deprimindo, estimulando ou perturbando suas funções • Quais são as drogas ilícitas? Maconha- Cocaína- Crack- Ecstasy- LSD- Inalante- Heroína- Barbitúricos- Morfina- Skank- Chá de Cogumelo- Anfetaminas- Clorofórmio- Ópio e outras. Entre as drogas, podemos incluir as bebidas alcoólicas e o cigarro, porém não são considerados ilícitos, por serem legalizados e comercializados livremente na nossa sociedade, a única restrição é a venda para maiores de 18 anos. Essas drogas entram de forma ilegal no país através do tráfico, por ser proibida a comercialização acontece de forma clandestina sem autorização legal, o que causa violência de uma forma geral. O tráfico de drogas no Brasil, é considerado crime com pena de prisão e multa. A produção, organização e separação da droga desde a produção inicial até chegar ao consumidor final acontece de forma agressiva e submissa ao que tange a segurança de quem compra diretamente dos fornecedores/traficantes. O comercio de drogas, é responsável por muitas mortes no Brasil e no mundo. O risco de ser morto por um traficante em caso de dívida não paga, é enorme. Policiais também perdem suas vidas no combate ao crime das drogas, na tentativa de eliminarem os pontos de vendas. Além do vicio que estas drogas podem causar, outros sintomas extremamente prejudiciais ao corpo humano são diagnosticados, como: arritmia cardíaca, trombose, AVC, necrose cerebral, insuficiência renal e cardíaca, depressão, disforia, alterações nas funções motoras, perda de memória, disfunções no sistema reprodutor e respiratório, câncer, espinhas, convulsões, desidratação, náuseas e exaustão. • O Dia Internacional de Combate às Drogas, tem data de 26 de junho. Essa data foi criada pela ONU em 07 de dezembro de 1987 com a finalidade de conscientizar a população dos prejuízos que este comercio desencadeia no âmbito físico, mental e social de quem compra, se tornando uma questão de saúde pública. De acordo com a organização, foi observado o aumento de quase 3 vezes mais mortes por transtornos causados pelo uso de drogas nas Américas entre 2000 e 2019. Comportamentos No início do uso das drogas, a maioria dos dependentes afirma sentir efeitos muito positivos, pois a maior parte desses entorpecentes causa prazer imediato, devido aos mecanismos bioquímicos que são ativados no cérebro. Entre esses efeitos caracterizam-se a sensação de bem-estar, disposição, coragem, criatividade e felicidade. Devido à busca desenfreada pelo prazer que a droga proporciona e desencadeia no organismo, os usuários podem agir com agressividade ou até mesmo cometer loucuras, causadas tanto pela reação quanto pela síndrome de abstinência que sofrem. Ao usar diariamente o corpo e o organismo vão se acostumando com as doses ingeridas, causando uma sensação de insatisfação ou diminuição do prazer, forçando o usuário a elevar suas doses e consumir cada vez mais para suprir as necessidades do organismo em conseguir os mesmos resultados positivos oferecidos pelos entorpecentes. Esse comportamento reflete uma disfunção do cérebro. Na crise de abstinência, o sujeito treme, transpira, tem diarreia, náuseas e ainda pode ter alucinações. A morte nestes indivíduos pode acontecer por arritmia, desidratação ou pelo conjunto de fenômenos, que desencadeiam numa pressão arterial muito elevada Embora cada droga tenha efeitos distintos em nosso corpo, a dependência química pode ser notada a partir de alterações físicas, comportamentais e psicológicas. As alterações físicas são mais perceptíveis, no entanto, devemos estar atentos a todos os sinais de alterações comportamentais e psicológicas para detectar esta doença e tratá-la corretamente. • Diminuição da produtividade do trabalho ou rendimento escolar • Aumento de atitudes irresponsáveis • Faltas frequentes a compromissos profissionais ou sociais • Brigas em casa ou no trabalho • Engajamento em atividades que ponham sua própria vida em risco • Perda de interesse em amigos e família • Pedir dinheiro emprestado com mais frequência • Irritabilidade • Insônia ou muito sono • Diminuição do apetite ou picos de grande apetite • Isolamento • Endividamento Tratamento A estratégia de seu tratamento busca o restabelecimento físico, psicológico e a reinserção social do dependente. O tratamento da dependência química é muito complexo, e seu sucesso e efetividade estão intimamente ligados ao grau de motivação do indivíduo. Os sintomas da dependência não diferem em grande escala de pessoa para pessoa, mas a motivação para a mudança se apresenta de uma determinada forma para cada um, sendo assim, variável. Após uma avaliação do quadro, o tratamento mais indicado será discutido junto com o dependente, sua família e a equipe multidisciplinar. A internação é parte do tratamento, e não uma única estratégia. Ela é utilizada com o objetivo de desintoxicar o indivíduo, e não implica na cura da dependência química. Além disso, a internação é necessária quando o dependente apresenta sintomas de abstinência muito intensos, ou quando quadros psiquiátricos são desencadeados pelo uso excessivo de drogas. Após o período de internação (quando necessária), o acompanhamento continuado é a estratégia mais indicada nos quadros de dependência química. Dessa forma, o tratamento multidisciplinar permitirá ao indivíduo lidar com os sintomas de abstinência, que poderão estar mais amenos. O tratamento psicológico da dependência química visa mostrar ao paciente que ele possui em si próprio meios de enfrentamento de situações desconfortáveis sem a utilização de drogas, os aspectos psicossociais exercem um papel muito importante na manutenção da doença, pois passados os sintomas de abstinência, são eles que permanecem. Assim, o acompanhamento de um psicólogo é de extrema relevância para o tratamento da dependência química, pois mais importante do que a abstenção das substâncias que causaram a dependência, é manter o indivíduo afastado das drogas, que será um desafio constante na vida do paciente. A participação do dependente químico em grupos de apoio, como Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, e de sua família em grupos respectivos, pode ser muito importante para determinados casos no sentido de promover uma maior motivação e de fazê-lo compreender que a dependência química não é um problema que afeta apenasa sua vida. Ao perceber que outros dependentes conseguem se manter afastados das drogas, o paciente se sente motivado a conquistar o mesmo. A família, ao frequentar grupos de apoio divide suas dificuldades com familiares de outros dependentes químicos, e aprende diferentes estratégias para lidar com o problema. Os remédios para tratar o vício por drogas devem ser usados apenas com supervisão, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para que a pessoa realize o tratamento corretamente e reduza os sintomas de abstinência. Inicialmente, para combater a "fissura", que é o desejo iminente de usar a droga, podem ser usados remédios ansiolíticos e antidepressivos, por exemplo. Os remédios contra o uso de drogas variam de acordo com a droga que está causando o vício: • Maconha: Fluoxetina e Buspirona, que tentam reduzir os sintomas de abstinência; • Cocaína: Topiramato, por exemplo, Esse fármaco é um agente gabaérgico e está envolvido com o sistema de recompensa cerebral, propiciando uma contenção da fissura/craving. Agonistas de reposição (dissulfiram, por exemplo) são apresentados como uma possível opção de terapia medicamentosa. Junto a isso, benzodiazepínicos como midazolam e diazepam também estão presentes em algumas diretrizes nacionais. Uma novidade promissora para esse campo é a vacina, ainda em desenvolvimento para dependentes químicos da cocaína chamada A TA-CD, foi uma das vacinas para dependência de cocaína que chegou mais longe nos ensaios clínicos, foi feita com base na toxina b da cólera. Na fase I dos ensaios realizados, induziu à formação de anticorpos voltados a cocaína, diminuindo a euforia e os efeitos psicotrópicos da cocaína quando fumada. As durações da eficácia variaram entre 2 a 4 meses de bloqueio imunológico para a droga. Os efeitos adversos encontrados foram taquicardia, elevação da temperatura ou hipertensão sem efeitos adversos sérios. Mas um problema ético quanto à vacinação para cocaína seria o acesso dos pacientes às vacinas; a questão seria quanto ao custo e quem iria pagar; se o tratamento for caro, vai restringir o acesso de pobres e indigentes; logo, o impacto esperado para uma vacina como essa não seria alcançado, visto que muitos dos dependentes não seriam capazes de pagar pela vacina. Uma alternativa seria o subsidio do governo ou cobertura dos planos de saúde. As vacinas para cocaína poderiam ser utilizadas para a prevenção da dependência nos grupos de risco, mas que ainda não teriam feito o consumo da droga; considerando que o primeiro contato com a cocaína se dá na adolescência na maioria dos casos, teriam que ser aplicadas várias vezes, durante todo esse período; o sistema judiciário já acredita que, como os pais já tomam decisões com relações à saúde dos filhos, a decisão quanto a vacinação para dependência da cocaína também poderia ser feita por eles. • Crack: Risperidona, Topiramato ou Modafinil, que tentam amenizar os sintomas de abstinência; • Heroína: Metadona e Naloxona, que atuam no cérebro alterando o sistema de recompensa e prazer. Além desses, é comum que sejam indicados outros remédios antibióticos e antivirais para combater os problemas de saúde que o usuário possa ter, como tuberculose, pneumonia, HIV ou sífilis, por exemplo. TRATAMENTO PARA DEPENDÊNCIA QUÍMICA Quando o organismo para de receber as substâncias das quais ele é dependente, ele começa a desencadear sintomas que refletem a sua falta. Sudorese, taquicardia, tremores, depressão, ansiedade, insônia, pensamentos obsessivos, entre outros comportamentos, fazem parte do que chamamos de estado de abstinência. Por isso, o tratamento para dependência química é indicado, uma vez que ele tende a amenizar esses sintomas. No entanto, eles podem aparecer após o fim do tratamento, o que leva a pessoa, consequentemente, a ter uma recaída. A dependência química é uma doença que afeta diversas áreas do organismo, bem como a vida da pessoa, e por isso, alguns comportamentos devem ser adotados em todos os aspectos para que se possa controlá-la. Terapia com psicólogo ou psiquiatra Embora o apoio e a ajuda da família sejam muito importantes e parte fundamental do tratamento contra a dependência de drogas, o acompanhamento por um psicólogo ou psiquiatra é também essencial para ajudar a abandonar o uso, pois oferece ferramentas úteis para que a própria pessoa consiga evitar o contato e o consumo das drogas, além de ajudar também a família, que aprende como conviver e ajudar a pessoa a continuar o tratamento PASSO 1 – NÃO TENTE MANIPULAR NEM SE MANIPULE A manipulação é um dos comportamentos mais comuns em dependentes químicos. Para obter a droga, o indivíduo é capaz de mentir e convencer as pessoas, assim como a si próprio. Em um tratamento ou até mesmo sem um, é preciso deixar este comportamento. A manipulação é tão perigosa que aos poucos, o próprio dependente químico se convence de que aquilo é verdade. Se o indivíduo já está há algum tempo sem fazer o uso das drogas e não deseja ter recaído após o tratamento para dependência química, é de grande importância que evite esse comportamento. PASSO 2 – NÃO MINTA As mentiras também são grandes companheiras dos dependentes químicos, mas esse comportamento tende a desaparecer após um tratamento. No entanto, o indivíduo que está prestes a ter recaído passa a mentir. Ele mente em coisas pequenas, que logo se tornam coisas grandes. A mentira precede o uso da droga, por isso, ser honesto consigo mesmo é o melhor caminho para não ter recaído. PASSO 3 – FAÇA ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO O tratamento psicológico é muito bem-vindo após o tratamento para dependência química, pois é nele que a pessoa passa a ter conhecimento de suas angústias e dores. É através do tratamento que ela aprende a trabalhar com esses sentimentos. Deixar de ter apoio psicológico é um grande perigo. A rede pública oferece esse tipo de atendimento que pode ser realizado nos postos de saúde de seu bairro ou na própria unidade do CAPS. Não importa onde o tratamento será feito, o que importa, é que ele seja realizado para que não haja recaídas após o tratamento para dependência química. PASSO 4 – COMECE A FALAR Algumas pessoas tendem a guardar para si seus sentimentos e dúvidas, esse é um comportamento destrutivo que pode causar uma recaída em um dependente químico. É preciso aprender a dialogar, a falar o que sente, a expor sua opinião e ser claro. As pessoas não conseguirão adivinhar o que o indivíduo está pensando, e muitas delas não sabem que seus comportamentos podem tê-lo ferido. A comunicação se torna um elemento de grande importância neste sentido. PASSO 5 – NÃO SEJA VÍTIMA Outro comportamento muito comum de dependentes químicos é se sentirem vítimas da própria doença. E com esse comportamento de autopiedade começam a justificar suas ações. Ter pena de si mesmo não é o melhor caminho para ficar limpo. O ideal é que o indivíduo reconheça seus erros e aprenda com eles, e não se esconda atrás de sua doença. Esse também é um passo importante para não ter recaídas após tratamento para dependência química. PASSO 6 – FREQUENTE GRUPOS DE APOIO Os grupos de apoio são a melhor forma de expor dúvidas e pensamentos com pessoas que compartilham do mesmo problema. Eles se tornam uma ótima estratégia de prevenção de recaídas após tratamento para dependência química. Não só o dependente químico, mas também sua família devem frequentar grupos de apoio a fim de que se fortaleçam psicologicamente para enfrentar os desafios da recuperação da dependência química. PASSO 7 – VIGIE SEUS PENSAMENTOS Pensamentos repetitivos e pessimistas tendem a acompanhar um dependente químico em sua trajetória. Neste sentido, vigiar os pensamentos também é uma forma de prevenir recaídas. É preciso se questionar: “Por que estou pensando nisso?” “Qual o sentidodeste pensamento?” “Eu posso estar tentando me manipular?”. A pessoa deve dominar sua mente para que ela não o domine. PASSO 8 – ESTABELEÇA UM PROJETO DE VIDA O indivíduo passou uma grande parte de sua vida sem perspectiva alguma do que fazer, sem sonhos, objetivos ou metas, mas agora isso deve mudar. É importante fazer planos para um futuro recente e não tão recente, colocar no papel as metas e descobrir como alcançá-las. Não se deve desanimar, aos poucos, as coisas irão acontecer. Um adicto deve estabelecer um plano para que possa evitar recaídas após tratamento para dependência química. PASSO 9 – CASO TENHA UM LAPSO, PEÇA AJUDA PARA QUE ELE NÃO SE TORNE UMA RECAÍDA Lapso consiste no uso da droga ou do álcool após um período de abstinência, mas que não é considerado uma recaída caso o indivíduo não volte a fazer o uso frequente da droga. É fundamental evitar que o lapso aconteça, porém, caso ele ocorra, é importante procurar ajuda médica e orientação para que ele não se transforme em recaídas após o tratamento. PASSO 10 – ESTABELEÇA UMA ROTINA, MAS TENHA MOMENTOS DE LAZER. É preciso que a pessoa readeque sua vida adotando costumes saudáveis que tendem a levá-lo a um padrão melhor de qualidade de vida. Isso quer dizer trabalhar, estudar e cumprir obrigações como toda pessoa, no entanto, deve também ter momentos de lazer, momentos realizando atividades de que gosta. É importante estar perto das pessoas que ama evitar conflitos e discussões e ser paciente com si próprio e com as pessoas que estão ao redor. E não deixar de se cuidar. A prevenção de recaídas após tratamento para dependência química deve ser feita todos os dias. Dependência química: uma doença crônica: Muito se ouve falar sobre dependência química, porém, pouco se sabe sobre ela verdadeiramente. Conhecida pela necessidade incontrolável de usar um tipo de substância de forma compulsiva, a pessoa acometida desse mal acaba sofrendo com distúrbios mentais e físicos. Consequentemente, o seu comportamento se altera, o que pode causar muitas mudanças negativas em sua rotina e também na das pessoas a seu redor. A longo prazo, a dependência química pode ser fatal ou favorecer o surgimento de diversas sequelas. Diferentemente do que muitas pessoas podem pensar, a dependência química é considerada uma doença crônica, que pode ser tratada. A pessoa dependente geralmente apresenta mudanças progressivas de comportamento, que fazem o organismo se adaptar à droga. Por conta disso, a dependência química também é caracterizada como um transtorno mental relacionado ao uso de substâncias. Somente na América do Sul, o número aumentou de menos de 2 milhões para 2,25 milhões. Ainda, a ONU afirma que o crescimento do uso da droga no Brasil foi o principal fator para a elevação da taxa do consumo na região. Em 1964, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu que o uso abusivo de substâncias lícitas e ilícitas se caracteriza como uma dependência e não como um vício ou habituação. Isso porque a pessoa dependente não consegue controlar o desenvolvimento da sua escolha, que causa modificações clínicas em seu funcionamento cerebral. OS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são os dispositivos da rede de saúde mental dos municípios que oferecem à população serviços voltados ao cuidado intensivo, personalizado e de promoção à saúde. Trata-se de um serviço público extra-hospitalar de assistência a pessoas que sofrem com transtornos mentais, em especial, transtornos severos e persistentes. Incluem-se nessa demanda o atendimento a usuários com problemas de uso/abuso de substâncias psicoativas. A participação dos familiares no cotidiano dos serviços é um dos objetivos dos CAPS. Para o Ministério da Saúde (2004), o grupo familiar é o elo mais próximo que os usuários possuem com o mundo. Portanto, a família é indispensável para o trabalho realizado nos CAPS. As ações dirigidas às famílias têm como base o estímulo e o apoio necessário à construção de projetos voltados à reinserção familiar e social. Entende-se que, através da aproximação entre o usuário e sua família, o tratamento se torna mais humanizado e viável. Cabe às equipes dos CAPS acolher e tratar as demandas conforme plano terapêutico estabelecido e, especificamente no âmbito da dependência química, possibilitar maior motivação dos usuários e suas famílias ao tratamento, o que é fundamental para a recuperação e para a prevenção de recaídas. De acordo com Giongo (2003), quando se trabalha com famílias, deve-se dar um caráter coletivo ao atendimento, bem como reconhecer os recursos da rede social para além da resolução dos problemas específicos que levam as famílias a procurarem ajuda. Causas da dependência química: A dependência a uma ou mais substâncias pode acontecer logo no primeiro uso. Não existe uma regra ou causa única, pois há pessoas que já têm certa predisposição para a dependência química, enquanto outras podem estar sujeitas a ela após alguns usos. Segundo especialistas, existe uma somatória de fatores de risco que influenciam a vida do indivíduo, fazendo com que a probabilidade dele se tornar um dependente químico aumente. Esses aspectos são de ordem: • biológica; • psicológica; • social. Juntos, eles são conhecidos como fatores biopsicossociais. Aspectos biológicos: Têm a ver com a hereditariedade, características que são transmitidas dos pais para os filhos, ou com a genética, que diz respeito sobre como um organismo metaboliza o uso de uma determinada substância e o potencial dela causar uma dependência no futuro. Além disso, a tolerância em relação a uma droga e a ocorrência de síndromes de abstinência também se incluem dentro dos aspectos biológicos de uma pessoa. Aspectos psicológicos: Os aspectos psicológicos envolvem dificuldades de lidar com frustrações e resolver problemas, traumas da infância, sintomas de depressão, tristeza sem motivo, quadros de ansiedade ou qualquer outro sentimento ligado ao psicológico. Esses fatores podem estar diretamente ou indiretamente relacionados com a dependência química. Cada pessoa apresenta um caso clínico diferente, logo não é possível chegar a uma única resposta para o problema. Aspectos sociais: Já os aspectos sociais são mais abrangentes e abstratos, pois têm a ver desde a um ambiente negativo em casa, que pode favorecer ou facilitar o uso de alguma substância, até a incidência de pontos de tráfico de drogas perto do local onde a pessoa vive. Outros aspectos como a mídia, a televisão, o rádio, a Internet, podem influenciar e favorecer o uso de substâncias como o álcool ou cigarro. Uma escola ou universidade também faz parte dos fatores sociais, pois são um dos principais locais onde o indivíduo pode sofrer um tipo de violência verbal ou física, como o bullying. Fatores de risco e proteção Existem também outros fatores, como os de risco e os de proteção, que podem aumentar as chances de manter uma pessoa afastada do desenvolvimento de uma dependência química ou então aproximá-la do uso de drogas. Por isso, é também importante avaliar o paciente em termos de fatores de risco e de proteção. Os fatores de proteção são aqueles que protegem a pessoa para que ela não seja induzida ao consumo de drogas. • cooperação; • habilidade para resolver problemas; • vínculos positivos com pessoas, instituições e valores; • autonomia e autoestima desenvolvida. Os fatores de risco são aqueles que aumentam a exposição das pessoas ao uso de drogas, como a insegurança, a insatisfação com a vida, os sintomas depressivos, a curiosidade e a busca incessante pelo prazer. O bom relacionamento entre o dependente químico e seus familiares é fundamental para a sua recuperação, esteja ele fazendo uso abusivo do álcool ou das drogas. A famíliaé um sistema dinâmico em constante transformação, que cumpre sua função social transmitindo valores e tradições culturais. O impacto sobre ela, do uso de drogas de um de seus membros, corresponde às reações que ocorrem com o próprio usuário. Esse impacto pode ser descrito em quatro estágios, pelos quais a família progressivamente passa. 1. Negação ou resistência em perceber a situação. 2. Tentativa de controle; tentar controlar o comportamento do outro. 3. Desorganização da família; as pessoas ficam confusas sem saber o que fazer e acabam se isolando. 4. Exaustão emocional; as pessoas podem se sentir sem ânimo para nada e não enxergam solução para a situação. Nesse momento, a família encontra-se confusa e na grande maioria das vezes não consegue discernir o que é melhor. Frequentar grupos de autoajuda, onde a principal função é a troca de experiências entre as pessoas que passam pela mesma situação, abre espaço para que a família sinta que não está sozinha nesse momento complexo de suas vidas. IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA FAMILIAR A família é essencial para fazer com que o dependente químico não se sinta sozinho em um momento tão conturbado. É por meio do apoio familiar que o adicto terá o incentivo para seguir em frente e não se entregar de uma vez por todas ao vício e ir além da sua busca, mesmo quando quiser desistir. Entretanto, a família deve estar preparada para agir corretamente em todas as situações conflitantes, evitando dessa maneira comentários demasiadamente críticos ao paciente ou agindo de maneira superprotetora, pois essas são duas ações que geralmente desencadeiam as indesejadas recaídas. Além disso, é indispensável que os familiares tenham uma exata noção do grau de exigências em relação à dependência química, conhecendo melhor a doença e se informando cada vez mais acerca do assunto, tendo também a convicção de que a internação é o melhor e mais eficaz caminho. A família não só pode, como deve ajudar seu ente querido na busca da recuperação de um problema tão grave, como a adicção. Entretanto, caso venha a atuar como facilitadora e com atitudes inadequadas, poderá ser o ápice, que o levará à recaída de comportamentos, e, certamente, ao uso de substâncias. Desta forma, observamos que, a família tem um papel tão importante no processo de recuperação do dependente quanto à instituição e seus métodos, pois vem a ser um suporte para o paciente, e a busca solitária pela reabilitação pode acabar em fracasso, recaídas e desistência do tratamento. Ou seja, a família é um ponto de equilíbrio e sustentação. O QUE A FAMILIA NÃO DEVE FAZER? Independentemente do motivo que tenha ensejado a dependência, a família jamais deve se envergonhar ou fazer julgamentos, reprovações, muito menos, fingir que o problema não existe. Este tipo de comportamento apenas fará com que se afaste da realidade dos fatos, dificultando e atrasando a busca adequada de soluções para enfrentar a doença. Quanto mais rápida for a busca da conscientização para um melhor tratamento e acompanhamento, maiores serão as chances de recuperação do adicto. O PAPEL DA FAMILIA DURANTE A INTERNAÇÃO O momento da internação de um dependente químico, sempre traz não só ao próprio dependente, mas, principalmente à família, sentimentos de dúvidas, medo e insegurança. Afinal de contas, na maioria das vezes, o momento da internação é antecedido por várias tentativas (sem sucesso) de recuperação com o objetivo de evitar uma internação. Provavelmente, a falta de informação acaba levando as famílias a optarem por caminhos errados, por mais que haja a intenção e a esperança de acertar. Ao constatar que tudo foi tempo perdido e que não deu certo, inicia-se então, uma intensa e cansativa busca por um tratamento adequado. Contudo, a família tem um papel de destaque no processo de recuperação do dependente, buscando impedir que o problema avance e auxiliando no tratamento mais adequado para a situação. A FAMILIA DEVE SER TRATADA JUNTO No período de internação do dependente químico deve-se ter como um dos objetivos, a conscientização da família sobre a seriedade da doença da adicção. É nesse a clínica de reabilitação deve também ajudar a família na dificuldade de vivenciar situações tão devastadoras, e, paralelamente, alertá-los sobre a importância da busca de mecanismos de ajuda adequados. Um quadro de profissionais especializados, equipes multidisciplinares, grupos de apoio que os orientem e possa prepará-los para conviver adequadamente com esta doença fará toda a diferença. Caso contrário, a desordem estabelecida nesta família se agravará. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO A dependência química é uma doença do cérebro, ela acontece porque determinadas substancias acionam o sistema de recompensa do cérebro, que vai com o tempo se interessando somente pela sensação de prazer provocada pela droga. O dependente químico é um indivíduo que apresenta dependência física e psíquica, gerada pelo consumo de substancias psicótico, muitas vezes o dependente busca o alivio das emoções, sentimentos, dores, frustações ou de outras situações das quais foram um gatilho para o início. Esse tipo de tratamento normalmente é feito em conjunto com a psicoterapia, diversas abordagens psicoterapêuticas tem sido eficaz no tratamento da dependência química, entre elas a psicanalise, a terapia cognitiva comportamental, a terapia em grupo e a terapia ocupacional. A partir desse acompanhamento, a pessoa acometida pela dependência química passará por terapias que tratarão dos fatores comportamentais, emocionais, neuropsicológicos, fazendo uso de medicamentos e participação de terapia individual ou em grupo. O papel do psicólogo na dependência química se fundamenta na escuta compreensiva sobre o sujeito, seu olhar vai para além da doença em si. O psicólogo busca compreender a história do sujeito, suas motivações, razões. Ele ajuda o dependente a encontrar outras soluções para os seus problemas. A definição de qual tipo de tratamento é o mais eficiente e eficaz não é tarefa simples. Faz-se necessário muito estudo e análise do caso para chegar ao melhor método terapêutico possível. A dependência química é uma doença difícil de ser tratada. A atuação dos psicólogos em relação a algumas abordagens vem sendo bem eficaz no tratamento do dependente. Seu modo de trabalho vai depender da abordagem psicológica que ele escolheu para seguir. ATUAÇÃO DO TERAPEUTA EM TCC O terapeuta TCC, se baseia na análise e nas alterações dos pensamentos automáticos, assim como as crenças distorcidas que provocam emoções e comportamentos disfuncionais. Objetivo do TCC no tratamento do dependente químico é reconstruir as cognições disfuncionais proporcionando maleabilidade cognitiva. O terapeuta faz a compreensão do caso de cada paciente, (crenças e padrões de comportamentos). O terapeuta deve ajudá-lo a ter uma mudança cógnita, ou seja, modificação do pensamento e das crenças, para que assim ocorra uma mudança emocional e comportamental duradoura. Esta teoria foi adaptada a pacientes com diferente renda, idade e nível de educação. O terapeuta volta a sua atenção aos pensamentos, emoções e comportamentos, e faz suas intervenções de tratamento. As sessões oportunizam a correção de pensamentos negativos e fortalecem uma visão mais positiva e realista de si mesmo, aos outros e do mundo. Para o tratamento das dependências os psicólogos usam o modelo de estágio de mudança e modelo de prevenção de recaídas, a partir desses modelos são feitas intervenções, entrevista motivacional breve, treinamentos de habilidades sociais, treinamento de relaxamento, de autocontrole e da assertividade, manejo do estresse, depressão e ansiedade e reestruturação cognitiva. https://hospitalsantamonica.com.br/entenda-como-funciona-a-internacao-para-dependentes-quimicos/As técnicas usadas são: Ajudar os pacientes a identificar pensamentos disfuncionais que provocam sentimentos negativos e comportamentos mal adaptativos. Auto monitorar cognições negativas, aprender a usar pensamentos funcionais e adaptativos no lugar dos disfuncionais. Outra técnica seria psicoeducação, na qual incide na comunicação de informações acerca dos problemas do paciente. A identificação de (PA) pensamento automático é outra técnica que o terapeuta até mesmo o paciente poderá estimular questionamentos de acordo com o queestá passando pela cabeça do paciente naquele momento, técnica do questionamento socrático, na qual o paciente é conduzido pelo terapeuta a chegar em suas próprias conclusões entre outras. Terapeuta Ocupacional O Terapeuta ocupacional é um profissional que tem sua atuação voltada para o campo da atividade humana, contemplando ações essenciais relativas ao autocuidado, lazer, educação e trabalho. O (TO) faz sua anamnese, elenco as informações necessárias, fragilidade, potencialidade e necessidade ao usuário. Diante das informações elabora o projeto terapêutico junto com seu usuário e familiares. O trabalho ao terapeuta ocupacional tem como objetivo possibilitar a expressão, prover reflexão sobre a história de vida e problemática do uso e abuso de álcool e outras drogas, buscando reinventar o cotidiano dos usuários através das atividades terapêuticas indicadas para cada caso. O objetivo está voltado para reabilitação e neste caso reabilitação psicossocial. Sempre que o profissional prescreve uma atividade, ele levou em consideração todo seu processo de avaliação do caso, as singularidades e necessidades ao usuário, deve ser um profissional com especialização em saúde mental e atenção psicossocial. Terapeuta Psicanalítico O terapeuta crê e aposta no efeito transformador que o conhecimento de si opera na vida psíquica do indivíduo, busca compreender na fala do sujeito, a possibilidade dele tomar contato com as teorias que ele engendra sobre si mesmo. Esse conhecimento ao sentido que o sintoma assume para cada um pode tirar a sujeito de uma posição passiva diante de suas dificuldades de controle dos próprios impulsos, evoluindo para uma postura de agente da sua própria cura, ou seja, sujeito ativo que assume sua necessidade de tratar-se e passa a mobilizar seus recursos nessa direção. Por meio do método da associação livre, o paciente é convidado a verbalizar livremente seus conteúdos psíquicos. Isso é valido para adolescentes e adultos, que já dispõem do pleno domínio da linguagem e desenvolvimento das funções cognitivas. A psicoterapia psicanalítica opera sobre o traumático que caracteriza uma situação de crise incidindo sobre o excesso de energia que transborda, oferecendo contornos simbólicos que possa conte-la e transforma-la em objeto do pensar. O objetivo do tratamento psicanalítico é então transformar a linguagem sintomática em realidade psíquica, ou dita em outros termos, transmutar o que se manifesta na ordem do corpo em palavra, o que permite inscrever o sofrimento no plano psíquico. As características básicas da psicoterapia psicanalítica aplicada ao contexto do uso de substancias são: O apoio e fortalecimento de recursos por parte do paciente. As intervenções podem ser individuais ou em grupo. A estratégica metodológica desse tipo de tratamento prevê encontros frequentes (de preferência duas a três vezes por semana) e longa duração. Os critérios de seleção incluem a integridade das funções egóicas, percepção, memória, atenção, concentração, raciocínio lógico, síntese condição intelectual preservada - já que para a eficácia das interpretações é requerido capacidade de abstração e simbolização. A ferramenta fundamental de trabalho nessa abordagem é o manejo da relação transferencial. O paciente tende a transferir para a figura do terapeuta sentimentos e atitudes vivenciadas com outros personagens em outros tempos e cenários, reeditando, assim padrões ou relacionamentos primários experiência-dos com as figuras parentais na infância. A instauração analítica se dá a partir desse convite que se faz ao paciente para dizer tudo o que se passa em sua cabeça, comprometendo-se a fazer um esforço para não omitir o que se apresenta em sua mente, mesmo que lhe pareça inconveniente ou mesmo desagradável. Considerações finais A atuação do psicólogo é baseado na reestruturação dos pensamentos do indivíduo. Primeiro ele procura entender a relação do sujeito com as drogas. Seu modo de trabalho vai depender da abordagem psicológica que ele escolheu para seguir. Mas independente disso, o seu olhar recai sobre o indivíduo. O profissional se debruça sobre a história psicossocial do dependente químico. 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