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A 3ª Geração Romântica: Castro Alves APRESENTAÇÃO A Terceira Geração Romântica no Brasil é o período que corresponde de 1870 a 1880. Conhecid a como "Geração Condoreira", uma vez que esteve marcada pela liberdade e uma visão mais am pla, características da ave que habita a Cordilheira dos Andes: Condor. Nesse período, a literatura sofre forte influência do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-18 85) recebendo o nome de "Geração Hugoniana". Importante notar que nessa fase, a busca pela identidade nacional ainda continua, não só focada nas etnias europeia e indígena, mas também na identidade negra do país. Por esse motivo, o tema do abolicionismo foi bastante explorado pelos escritores, com destaque para Castro Alves, que ficou conhecido como o "poeta dos escravos". Nesta UA, apresentaremo s essa geração e nos deteremos com mais ateção a este importante poeta. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as características da 3ª Geração Romântica no Brasil.• Conhecer as questões contextuais desse período.• Aprofundar no estudo da obra de Castro Alves.• INFOGRÁFICO Confira, neste Mapa Mental, um resumo sucinto das características da Terceira Geração Românt ica: CONTEÚDO DO LIVRO Nessa leitura, você vai conhecer a biografia e um estudo sobre a evolução da obra do poeta. O ar tigo Castro Alves, poeta amoroso de JM Tolman apresenta tal perspectiva. Boa leitura. DICA DO PROFESSOR Neste vídeo, você vai conhecer de forma geral as características da 3ª Geração Romântica: Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. EXERCÍCIOS Enunciado TEXTO: Mocidade e morte Oh! Eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... — Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria. Morrer... quando este mundo é um paraíso, 1) https://www.youtube.com/watch?v=pPi8CvBJmIw E a alma um cisne de douradas plumas: Não! o seio da amante é um lago virgem... Quero boiar à tona das espumas. Vem! formosa mulher — camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas. Minh’alma é a borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas... E a mesma voz repete-me terrível, Com gargalhar sarcástico: — impossível! [...] CASTRO ALVES, Antônio de. Espumas flutuantes. In: ______. Obra completa. Rio de Ja neiro: Nova Aguilar, 1977. p. 88. Sobre o trecho do poema transcrito, seu autor e seu momento literário, é correto afirmar: I. Explorando os sentidos revelados no título do poema, Castro Alves proclama seu desejo de viver e usufruir dos prazeres da vida amorosa, apesar do provável confronto com a mort e, que representa uma ruptura desses desejos, o que caracteriza o lirismo amoroso do Rom antismo. II. O poema expressa, num tom melancólico, a frustração do eu lírico por não ver seu imen so amor correspondido pela mulher amada, o que passa a ser um motivo para conceber a m orte como uma forma de fugir e se libertar do sofrimento amoroso, tal como é aspiração pr esente no Arcadismo. III. Em sua obra lírico-amorosa, Castro Alves, diferentemente de outros poetas românticos, trata o amor como expressão concreta e possível de desejos e paixões, como vibração da al ma e do corpo e expressão de sensualidade, e não como um sentimento platônico e irrealiz ável. IV. Juventude e finitude são os dois elementos básicos da construção do poema, postos em confronto: a juventude, que representa o desejo de viver, de realizar sonhos e usufruir dos prazeres do amor; e a inevitabilidade da morte iminente, como um corte abrupto da possibi lidade materialização desses desejos. V. Reconhecendo a impossibilidade de realização, em vida, do seu amor idealizado num pl ano onírico, num mundo de sonhos e fantasias, o eu lírico, numa atitude de evasão e escapi smo, nesse poema, fantasia a possibilidade de realização plena e eterna desse amor no plan o espiritual, após a morte de ambos. A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a A) I e II. B) II e IV. C) IV e V. D) I, III e IV. E) II, III e V. Enunciado TEXTO: Mocidade e morte Oh! Eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar2 pelo infinito, Qual branca vela3 n’amplidão dos mares1. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... — Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz5 responde-me sombria: 2) Terás o sono sob a lájea fria. Morrer... quando este mundo é um paraíso, E a alma um cisne de douradas plumas: Não! o seio da amante é um lago virgem4... Quero boiar à tona das espumas. Vem! formosa mulher — camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas. Minh’alma é a borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas... E a mesma voz6 repete-me terrível, Com gargalhar sarcástico: — impossível! [...] CASTRO ALVES, Antônio de. Espumas flutuantes. In: ______. Obra completa. Rio de Ja neiro: Nova Aguilar, 1977. p. 88. Há uma afirmação correta sobre a linguagem do poema em I. “Qual branca vela n’amplidão dos mares.” (Ref.1) é um verso construído a partir da com paração entre o “adejar” (Ref.2) da alma no infinito e o movimento da “vela” (Ref.3) nos mares. II. No verso 7, “Árabe errante, vou dormir à tarde”, há um termo empregado no lugar do o utro, pela proximidade de sentido entre ambos. III. Em “o seio da amante é um lago virgem...” (Ref.4), há evocação de duas sensações cin estésicas. IV. No verso 16 — “Que banharam de pranto as alvoradas.” —, há uma inversão da posiçã o usual dos termos essenciais da oração. V. As expressões “uma voz” (Ref.5) e “mesma voz” (Ref.6) são referências a uma premon ição ou intuição da iminência da morte. A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a A) I e II. B) II e IV. C) III e V. D) I, IV e V. E) II, III e V. Enunciado Leia o Texto, de Castro Alves, para responder à questão. Arranca-o do leito... seu corpo habituese Ao frio das noites, aos raios do sol. Na vida - só cabe-lhe a tanga rasgada! Na morte - só cabe-lhe o roto lençol. [...] Ensina-lhe as dores de um fero trabalho... Trabalho que pagam com pútrido pão. Depois que os amigos açoite no tronco... Depois que adormeça co'o sono de um cão. [...] São estes os cantos que deves na terra 3) Ao mísero escravo somente ensinar. Ó Mãe que balanças a rede selvagem Que ataste nos troncos do vasto palmar. O fragmento acima, retirado do poema “A mãe do cativo”, adverte uma mãe escrava quanto ao que deve ensinar ao filho. Assinale a única alternativa verdadeira sobre o q ue se lê no texto. A) As imagens da noite fria e sol brilhante sugerem o elogio nacionalista à paisagem brasileir a. B) Refere-se à situação de trabalho do negro africano, já transformado em operário, após a ab olição da escravatura. C) A mãe que ensina ao filho a lutar pela liberdade, revela o engajamento social da poesia con doreira. D) O fragmento poetiza as relações afetivas entre mãe e filho para denunciar a continuidade hi stórica de um modo de produção que ainda se beneficia do trabalho escravo. E) Expressões como “fero trabalho”, “pútrido pão” e “mísero escravo” mostram o estilo coloq uial e simples da poesia de Castro Alves. Enunciado Leia o Texto para responder à questão. (...) Existe um povo que a bandeira empresta P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria! 4) Meu Deus! meu Deus! Mas que bandeira é esta Que impudente na gávea tripudia?!... Silêncio!...Musa chora, chora tanto, Que o pavilhãose lave no teu pranto!... A escravidão no Brasil representou uma cruel forma de degradação social e moral, m arcada, principalmente, pela exploração da mão de obra negra trazida do continente africano. Castro Alves, ao registrar a escravidão, produziu imagens de grande valor e stético, como a que se verifica na metáfora “manto impuro de bacante fria”, na qual e le: A) sintetiza os horrores do tráfico através da alusão ao martírio da chibata, utilizando a metáfo ra para denunciar o sofrimento negro. B) desenha os rostos da massa escrava oprimida e os cânticos de lamento entoados nos porões dos navios. C) descreve os horrores da escravidão mostrando a bandeira nacional tingida com o sangue do s escravos trazidos nas embarcações. D) sugere que os desumanos atos praticados estão encobertos por uma bandeira metamorfosea da em vestes de uma libertina. E) analisa as relações de trabalho dos negros transportados da África nas galés dos navios ori undos da Europa. 5) Enunciado A literatura, ao longo dos anos, tem sido veículo de comunicação entre o sujeito e o mund o. A poesia de Castro Alves intitulada condoreira é uma forte representante do poder comu nicativo exercido pela palavra através da literatura. Com base nesta afirmação, marque a alternativa em que os versos demonstrem este c aráter condoreiro da comunicação do poeta fundamentado no uso da hipérbole. Oh, Eu quero viver, beber perfumes A) Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares, B) Tu és, ó filha de Israel formosa... Tu és, ó linda, sedutora Hebréia... Pálida rosa da infeliz Judéia Sem ter orvalho, que do céu deriva. C) (...) Ó mar, por que não apagas co'a esponja de tuas vagas de teu manto este borrão?... Astros! Noites!Tempestades! Rolai das imensidades, Varrei os mares, tufão! D) Canta, criança, és a ave da inocência. Tu choras porque um ramo de baunilha Não pudeste colher, Ou pela flor gentil da granadilha*? *o mesmo que maracujá Se a natureza apaixonada acorda Ao quente afago do celeste amante, Diz!... Quando em fogo o teu olhar E) [transborda, Não vês minh'alma reviver ovante? NA PRÁTICA A apresentação da poesia aos alunos do ensino básico deve ir além de questões formais ou histór icas: deve ser um exercício de cada aluno sobre a leitura. A partir do poema "Navio Negreiro", f aça um relato pessoal, seguindo o itinerário abaio: 1 - O que você sentiu ao ler o poema? Por que? 2 - Quais instrumentos utilizou para entender ainda mais os poemas?(dicionário, site de pesquis a, discussão comc coelgas etc) 3 - Quais os valores éticos defendidos no poema? Você concorda com eles? Por que? SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo r: Leia o artigo DA ELOQUÊNCIA CONDOREIRA À LUTA ABOLICIONISTA NA POESIA D E CASTRO ALVES para conhecer mais sobre o poeta: Assista aqui Leia sobre a biografia de Castro Alves Assista aqui O Romantismo tem duas linhas literárias, sendo uma delas de autores com características mais s ombrias em suas obras. Leia aqui http://www.finom.edu.br/assets/site/paginas/files/downloads/20180530100515.pdf#page=163 https://www.ebiografia.com/castro_alves/ http://www.revistas.usp.br/teresa/article/view/99057