Buscar

Geografia - Apostila Completa - Prof Frankes Siqueira-56c0a1534a995610

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.fatodigital.com.br 
1 
 
Prof. Frankes Siqueira - Apostila de Geografia 
 
Capítulo 01 
 
LOCALIZAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
1.POSIÇÃO GEOGRÁFICA 
O Estado de Mato Grosso localiza-se na América do Sul 
fazendo parte da América Latina, a Oeste de Greenwich e ao 
Sul da linha do Equador. 
 
 
O Estado de Mato Grosso faz parte da região Centro-Oeste 
do Brasil, localizado na parte sul do continente americano. 
Possui superfície de 903.357,91 km2, limita-se ao norte com 
os Estados do Pará e Amazonas, ao sul com Mato Grosso do 
Sul, a leste com Goiás e Tocantins e a oeste com Rondônia e 
Bolívia. 
 
1.1- FUSO HORÁRIO 
O Estado Mato-grossense com uma área de 906.806,9 Km2 
localiza-se na América do Sul fazendo parte da América 
Latina, a Oeste de Greenwich e ao Sul da linha do Equador. 
 Mato Grosso está a oeste de Greenwich, 01 (uma) hora a 
menos em relação à hora oficial do Brasil e 4 (quatro) horas 
em relação à hora oficial mundial ou GMT (Greenwich 
Meridian Time), localidade nos arredores de Londres, na 
Inglaterra. 
 
1.2 - FRONTEIRAS 
 O Estado de Mato Grosso faz limites com 06 (seis) Estados 
da federação brasileira e 01(um) país, ou seja, fronteira 
internacional. 
 Fronteira e ou limites ao Norte com Estado do Amazonas e 
o Pará, ao Sul com Mato Grosso do Sul, a Leste com os 
Estados de Goiás e Tocantins, a Oeste com Rondônia e 
Bolívia. 
 
 
1.3- PONTOS EXTREMOS 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
2 
 
Os pontos extremos do Estado de Mato Grosso são: 
✓Norte - confluência dos rios Teles Pires e Juruena, 
município de Apiacás; 
✓Sul - cabeceira dos rios Furnas e Araguaia, no município de 
Alto Taquari; 
✓Leste - extremo sul da Ilha do Bananal, município de 
Cocalinho; 
✓Oeste - cabeceira do rio Maderinha, município de 
Rondolândia 
 
CAPÍTULO 02 
 
ASPECTOS NATURAIS 
1.RELEVO 
 O relevo corresponde ao conjunto de formação 
apresentadas pela litosfera. Essas formas são definidas pela 
estrutura geológica combinada com as ações da dinâmica 
interna e externa da Terra. A estrutura geológica diz respeito 
ao tipo de rocha - magmática, sedimentar ou metamórfica -, 
bem como à idade que elas apresentam - mais antigas ou 
mais recentes. As características tais rochas condicionam a 
ação dos fatores modificadores do relevo os chamados 
agentes de erosão. 
 
FATORES DO RELEVO 
 Os fatores internos são responsáveis pela elevação ou 
rebaixamento da superfície da crosta terrestre os fatores 
externos, por sua vez, causam modificações nessa 
superfície. 
✓Internos: tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos; 
✓Externos: intemperismos, águas correntes, vento, mar, gelo, 
seres vivos, entre outros. 
 
A seguir algumas características do relevo de Mato-
grossense: 
▪Formações antigas 
▪Altitudes modestas 
▪Sofre ação de agentes externos 
▪Predomínio de planaltos sedimentares: Chapadas e 
Chapadões; 
 
 
 
Chapada dos Guimarães 
O relevo brasileiro e mato-grossense modificou muito pelo 
passar das eras geológicas sofrendo influência de agentes 
internos (tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos), bem 
como a influência de agentes externos (ventos, chuvas, rios, 
ação do Homem, ...). O Brasil na sua parte continental é 
bastante antigo, o que faz com que não tenhamos grandes 
altitudes. Na atual Era a Cenozóica os agentes externos 
(exógenos) têm predominado sobre os internos (endógenos) 
o que nos dá uma relativa estabilidade geológica. 
Características Gerais: 
- Antigo; 
- Altitudes modestas; 
- Sofre ação dos agentes Externos; 
- Predomínio de planaltos sedimentares: Chapadas e 
Chapadões; 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO ATUAL DO RELEVO: 
A proposta atual de classificação do relevo brasileiro é feita 
pelo professor Jurandyr Ross (1995). Para concluí-la Ross 
baseou-se nos trabalhos anteriores - dos professores Aroldo 
de Azevedo e Ab’Saber - e nos relatórios, mapas e fotos 
produzidos pelo Projeto Radambrasil - entidade 
governamental responsável pelo levantamento dos recursos 
naturais do país. O professor Ross dá uma nova definição 
para os conceitos de planícies e planaltos e introduz uma 
nova forma de relevo, as depressões. 
O resultado de seu trabalho foi à identificação de 28 unidades 
de relevo, sendo 11 planaltos, 06 planícies e 11 depressões. 
Dentre as 28 unidades, 11 estão presentes no Estado de 
Mato Grosso, sendo 04 planaltos, 03 planícies e 04 
depressões. 
Localização 
Pontos Extremos 
Área 
(Km2) 
Norte Sul Leste Oeste 
Latitude Longitude Latitude Longitude Latitude Longitude Latitude Longitude 
Brasil +5°16’20’’ -60°12’43’’ 
-
33°45’03’’ 
-53°23’48’’ -7°09’28’’ 33°45’03’’ -7°33’13’’ -73°59’32’’ 8.547.403,50 
Centro Oeste -7°21’13’’ -58°07’44’’ 
-
24°04’02’’ 
-54°17’10’’ 
-
14°32’16’’ 
-45°58’36’’ 
-
10°09’04’’ 
-61°36’04’’ 1.612.077,20 
Mato Grosso -7°21’13’’ -58°07’44’’ 
-
18°02’26’’ 
-53°29’09’’ -9°50’27’’ -50°12’22’ 
-
10°09’04’’ 
-61°36’04’’ 906.806,90 
 
Localização 
Pontos Extremos 
Área 
(Km2) 
Norte Sul Leste Oeste 
Latitude Longitude Latitude Longitude Latitude Longitude Latitude Longitude 
Brasil +5°16’20’’ -60°12’43’’ 
-
33°45’03’’ 
-53°23’48’’ -7°09’28’’ 33°45’03’’ -7°33’13’’ -73°59’32’’ 8.547.403,50 
Centro Oeste -7°21’13’’ -58°07’44’’ 
-
24°04’02’’ 
-54°17’10’’ 
-
14°32’16’’ 
-45°58’36’’ 
-
10°09’04’’ 
-61°36’04’’ 1.612.077,20 
Mato Grosso -7°21’13’’ -58°07’44’’ 
-
18°02’26’’ 
-53°29’09’’ -9°50’27’’ -50°12’22’ 
-
10°09’04’’ 
-61°36’04’’ 906.806,90 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
3 
 
 Planalto e Chapada da Bacia do Paraná - este planalto é 
formado por terrenos sedimentares com idade que vão desde 
o Devoniano até o Cretáceo e rochas vulcânicas básicas e 
ácidas do Mesozóico. Em Mato Grosso, esse relevo é 
marcado pela formação de costas e pela presença de 
superfícies altas e planas que podem atingir entre 900 a 1000 
metros de altitude. 
 Planalto e Chapada dos Parecis - é a mais extensa unidade 
geomorfológica, ocupando o meio norte do Estado. Superfície 
aplainada da Chapada dos Parecis apresenta cotas que 
ultrapassam os 700 metros de altitude nas áreas próximas 
das nascentes dos rios Juruena, Guaporé e Jauru, 
declinando em direção a NE, chegando à extremidade Norte 
com 550 metros. O relevo caracteriza-se por superfícies 
planas, apresentando algumas rupturas de nível (escarpa) 
nos anfiteatros erosivos das cabeceiras de alguns cursos de 
água. Está área apresentam topografia favorável às práticas 
agrícolas mecanizadas. 
 Planaltos Residuais sul-amazônicos - são áreas que 
emergem das superfícies rebaixadas da Depressão Sul 
Amazônia. Caracterizam-se pela presença de inúmeros 
blocos de relevos residuais, distribuídos dispersamente na 
porção não Norte do Estado. Esse conjunto é conhecido 
regionalmente pelo nome de serras como a Serra dos 
Apiacás, Serra do Cachimbo e dos Caiabis, Serra do Norte, 
Serra das Onças, Serra Formosa e Serra do Roncador. 
 Serras Residuais do Alto Paraguai - esse conjunto de relevo 
separa fisicamente a Depressão do Alto Paraguai da 
Depressão Cuiabana. Na porção sul, o conjunto de serras 
recebe o nome de Bodoquena e ao Norte o conjunto é 
conhecido como Província Serrana, cuja serra mais 
conhecida é a Serra das Araras. São formas residuais de 
dobramentos muitos antigos, bastante desgastados pela 
erosão, chegando a 800 metros de altitude. É construída de 
rochas sedimentares também muito antigas. 
 Depressão Marginal sul-amazônica - compreende uma área 
que extrapola os limites matogrossenses ao Norte do Estado. 
O relevo apresenta superfície rebaixada e dissecada em 
forma predominante convexa dividida por uma infinidade derios que drenam a região. 
 Depressão Araguaia - localiza-se na porção leste do Estado, 
caracterizada por superfície plana altitudes entre 200 a 300 
metros, onde predominam relevos pediplanos conservados, 
ao lado de planícies de acumulações que ficam inundadas 
periodicamente. Esta área é drenada pelo rio Araguai e das 
Mortes. 
 Depressão Cuiabana - compreende uma área rebaixada 
situada entre o Planaltos dos Guimarães e a Província 
Serrana, sua topografia representa, de modo geral, uma 
forma rampeada com inclinações de Norte para Sul com 
altimetria, variando de 200 metros no limite sul e 450 metros 
no alto vale dos rios Cuiabá e Manso. Ao Norte aparecem 
formas convexas e dirigindo-se no sentido do Pantanal 
aparecem áreas que revelam sedimentos de acumulações 
recentes. 
 Depressão do Alto Paraguai - Guaporé - Compreende uma 
área drenada pelo alto curso do rio Paraguai e afluentes. O 
relevo tem uma pequena declividade com altitude entre 120 a 
300 metros. A depressão do Guaporé acompanha todo o vale 
do rio Guaporé vinculado a Bacia Amazônica. O relevo tem 
uma altitude média de 200 metros. 
 Planície e Pantanal do Guaporé - corresponde as áreas de 
acumulação freqüentemente sujeitas à inundações com 
altitude entre 180 a 220 metros. É uma área de sedimentos 
quaternários. 
 Planícies e Pantanais Matogrossenses - essa denominação 
ocorre devido às feições peculiares que assumem as áreas 
drenadas pelo rio Paraguai e afluentes. Esta planície não é 
uma área permanentemente alagada. As áreas sujeitas a 
inundações variam com a altura da lâmina d’água, duração 
do alagamento e extensão da área inundada. Sendo assim, 
pode-se distinguir vários pantanais como o de Cáceres, 
Poconé, Barão de Melgaço e etc. 
No Pantanal, também encontramos as cordilheiras, pequenas 
elevações que sobressaem sobre a planície. 
 Planície do rio Araguaia (Bananal) - Topografia plana com 
sedimentação recente sujeita a inundações periódicas, com 
altitude entre 200 a 220 metros. Em território matogrossense 
corresponde a uma pequena faixa à margem esquerda do rio 
Araguaia. 
 
 
3 - SOLO DE CERRADO 
• Ácido: Grande quantidade de Fe, Si e Al 
• Predomínio do Latossolo 
• Correção feita com calcário 
• Expansão agrícola graças ao POLOCENTRO 
 
FORMAS DE DEGRADAÇÃO DO SOLO: 
A ação natural aliada a ação antrópica (Homem) no solo tem 
provocado sérios danos, prejudicando a fertilidade do solo. 
Iremos elencar algumas formas de degradação mais comuns 
dos solos em Mato Grosso: 
• Desmatamento - feito de forma predatória, expõe o solo a 
intempéries climáticas facilitando o aparecimento de erosões 
tanto na forma de ravinas como em voçorocas. O município 
de São José do Rio Claro tornou-se notório nos livros de 
geomorfologia por possuir grandes áreas com processo 
erosivo. 
• Compactação - refere-se à diminuição do perfil topográfico 
do solo devido ao uso incessante de máquinas pesadas no 
solo. Essas máquinas são comuns na lavoura mato-
grossense, sendo assim ocorre uma diminuição dos 
horizontes do solo. 
• Laterização - consiste no processo final da lixiviação, ou 
seja, a água das chuvas transporta os sedimentos, deixando 
uma concentração de ferro no solo. A retirada da cobertura 
vegetal expõe o solo a intensa radiação, o que proporciona o 
endurecimento do solo, formando as chamadas “pedra 
canga”, que são comuns em áreas de cerrado. 
• Queimadas - o uso de queimadas constantes no solo 
compromete a sobrevivência dos microorganismos, que são 
essenciais para formação da matéria orgânica. 
 • Agrotóxicos - o uso de agentes químicos eleva a 
produtividade na agricultura, no entanto o uso excessivo e 
inadequado é prejudicial ao solo e aos mananciais de água 
pois os agrotóxicos podem ser levados pelas chuvas para os 
cursos de água, provocando uma eutrofização dos córregos e 
rios. O estado de Mato Grosso é um dos maiores 
consumidores de agentes químicos do país. 
 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
4 
 
4- Hidrografia 
O Estado de Mato Grosso e contemplado com 03 bacias 
principais: a bacia Amazônica, a bacia Platina (rio Paraguai) e 
a bacia Tocantins-Araguaia. 
 
 
Bacia Amazônica 
 Essa abrange uma maior área dentro de Mato Grosso tendo 
inúmeros rios que compõe os afluentes da margem direita da 
maior bacia hidrográfica do mundo. Os rios são de 
corredeiras devido o contato entre as áreas cristalinas 
(serras) com as áreas sedimentares (depressões). Dentre os 
rios dessa bacia temos os rios: Xingu - onde se encontra a 
maior reserva indígena do mundo que é o parque do Xingu, 
rio Guaporé - um importante afluente do rio madeira que está 
em fase de estudo para a implantação de uma hidrovia 
ligando o rio Guaporé ao rio madeira em Rondônia, Rio Teles 
Pires que ao encontrar com o rio Juruena vai formar o 
Tapajós, atualmente temos estudos para viabilizar uma 
hidrovia na região norte de Mato Grosso ligando até o rio 
Amazonas, ainda fazem parte dessa bacia hidrográfica o rio 
Roosevelt, Aripuanã, Arinos dentre outros. 
Rio Guaporé faz fronteira com Bolívia e o Estado de 
Rondônia. Banha os municípios de Comodoro, Nova Lacerda, 
Conquista D’Oeste, Pontes e Lacerda, Vila Bela da 
Santíssima Trindade, Jaurú, Porto Esperidião, Tangará da 
Serra, Campos de Julio e Vale de São Domingos. 
Rio Aripuanã, faz fronteira com os Estados de Amazonas e 
Rondônia. Banha os municípios de Juruena, Juína, 
Castanheira, Colniza, Aripuanã e Cotriguaçu. 
Rio Roosevelt tem como seus principais tributários o rio Flor 
do Prado, rio Quatorze de Abril e rio Capitão Cardoso. Banha 
os municípios de Rondolândia, Juína, Aripuanã e Colniza. 
 
O Salto Dardanelos, no rio Aripuanã, fica na área urbana da 
cidade de Aripuanã, é um a sucessão de inúmeras 
cachoeiras em um desnível de 150 metros, é um dos mais 
belos cartões postais do Mato Grosso. 
 
Rio Teles Pires, sua bacia ocupa uma área de 
aproximadamente 146.600 km2 incluindo os Estados de Mato 
Grosso e Pará, que utilizam os recursos hídricos da bacia 
principalmente para o abastecimento público, agropecuária, 
pesca, turismo, lazer e produção industrial. O Teles Pires tem 
suas nascentes no município de Primavera do Leste e suas 
águas banham dois importantes biomas brasileiros: o cerrado 
e a floresta amazônica. 
Segundo EPE Empresa Produtora Energética (EPE), do 
Ministério das Minas e Energia, estima construção de cinco 
novas usinas no rio Teles Pires: 
 
- U.H Sinop (Julho/2014)- potência instalada de 461 mW; 
- U.H Colíder (fevereiro/2015) - potência instalada de 342 
mW; 
- U.H Magessi (abril/2015) - potência instalada de 53 mW; 
- U.H São Manuel (janeiro/2015) - potência de 746 mW; 
- U.H Teles Pires (setembro/ 2015) - potência de 1,82 mW. 
 
BACIA DO PARAGUAI 
Dos rios que compõem a bacia Platina o rio Paraguai é o 
único que nasce em Mato Grosso, na região da serra Azul 
entre os municípios de Diamantino e Alto Paraguai. Esse rio é 
de planície, isto é, propicio a navegação. Tem uma grande 
função ecológica, que é abastecer o pantanal de Mato 
Grosso, pois é o rio Paraguai e afluentes os responsáveis 
pelas cheias pantaneiras, haja vista que os desníveis desse 
rio são baixos no pantanal. Por ser um rio meândrico, isto é, 
sinuoso, as cheias ocorrem com atrasos no pantanal pois a 
declividade chega 1,5 cm/Km no sentido norte-sul e ao 
menos de 1,0 cm/Km no sentido de Leste-Oeste. 
A malha hidrográfica do Pantanal é formada pelo rio Paraguai 
e seus maiores afluentes são: São Lourenço (670 Km), 
Cuiabá (650 Km), Miranda (490 Km), Taquari (480 Km), 
Coxim (280 Km) e Aquidauana (565 Km), bem como os rios 
menores: Nabileque, Apa e Negro. A bacia do rio Paraguai é 
formada por 175 rios que totalizam 1400 quilômetros de 
extensão dentro do território brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.fatodigital.com.br/www.fatodigital.com.br 
5 
 
BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA 
 Essa bacia é a maior totalmente brasileira, pois a bacia 
Amazônica e a bacia Platina abrangem outros países. 
O rio Araguaia tem suas nascentes na serra do Caiapó a 
850m de altitude na divisa entre os estados de Mato Grosso 
com Mato Grosso do Sul e Goiás. Corta o extremo leste de 
Mato Grosso com uma extensão de 2.115Km sendo o maior 
afluente do rio Tocantins. O rio das mortes é o maior afluente 
do rio Araguaia, e após se encontrarem vão formar a ilha do 
bananal que corresponde a maior ilha fluvial do mundo, 
sendo que nesta ilha está à reserva indígena dos índios da 
etnia Karajá. 
 
A implantação de uma hidrovia ligando o rio das mortes a 
partir de Nova Xavantina ao rio Araguaia que por sua vez vai 
ligar-se ao rio Tocantins tem gerado muitas discussões 
devido aos possíveis impactos ambientais na região, no 
momento a hidrovia está embargada, no entanto a população 
do médio e baixo Araguaia vêem a hidrovia como grande 
propulsora do desenvolvimento econômico daquela região. 
 
5 - CLIMA 
FATORES QUE DETERMINAM: 
• Latitude; 
• Altitude; 
• Continentalidade; 
• Massas de ar. 
 
O Estado de Mato Grosso apresenta sensível variedade de 
climas, os tipos climáticos; 
 
- Clima Equatorial (Af) 
- Clima Tropical Típico (Aw) 
 
TROPICAL TÍPICO/ CONTINENTAL OU SEMI - ÚMIDO 
Caracteriza-se por uma alternância: Seco e Úmido, no 
sentido Centro-Sul-Leste atingindo a maior parte do Estado. 
Predominando altas temperaturas com médias entre 20ÚC a 
28ÚC, com exceção das áreas mais elevadas no Sudoeste 
do Estado. No verão, esse clima é influenciado pela massa 
de ar equatorial continental (mEC), que é quente e úmida, 
tornando a essa estação chuvosa. No inverno temos a 
atuação de massa tropical continental (mTC) que da a origem 
a ventos quentes e secos, e temos também nessa estação, a 
atuação da massa polar atlântica (mPA), que provoca queda 
brusca da temperatura na região, ocasionando o fenômeno 
conhecido por friagem. O inicie pluviométrico nessa região é 
de 1.500 mm/ano, no entanto as chuvas se concentram no 
verão onde ocorrem 70% das precipitações. 
 
 
CLIMA EQUATORIAL 
Caracteriza-se pela pequena amplitude térmica, pelas 
elevadas temperaturas e por apresentar chuvas o ano todo, 
onde os índices pluviométricos estão acima de 2.000 mm/ 
ano, com temperaturas médias entre 240 C a 270 C, 
predominando na porção Centro-Norte do Estado. 
 
 
 
 
 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
6 
 
2.5 - VEGETAÇÃO 
 
 No território mato-grossense, temos paisagens florísticas 
pertencentes a três domínios morfoclimáticos: o Domínio 
Amazônico, o Domínio dos Cerrados e o Domínio das Faixas 
de Transições (Pantanal, Complexo do Xingu e Cachimbo). 
 
 
DOMÍNIO AMAZÔNICO 
É uma das maiores formações florestais do mundo, cobrindo 
uma área que inclui, além do Brasil, territórios da Venezuela, 
Colômbia, Equador, Peru, Guianas, Suriname e Bolívia. 
É uma formação higrófila, isto é adaptada a ambiente úmido, 
latifoliada (com grande folhas), perene (sempre verde), 
densa, de difícil penetração e heterogênea, isto é, rica em 
espécies vegetais. Ao longo dos espaços amazônicos, 
podemos notar variações. 
Localizada na porção Centro-Norte do Estado inserida na 
área correspondente a “Amazônia Legal”. Podemos subdividi-
lo em: 
- Floresta Perenifólia Higrófila Hileiana Amazônica 
- Floresta Subcaducifólia Amazónica 
Características: 
- Higrófila (Adaptada a ambiente úmido) 
- Latifoliada (com grande folhas) 
- Perene (sempre verde) 
- Densa, (difícil penetração) 
- Heterogênea (rica em espécies) 
- Solo de baixa fertilidade 
Floresta Perenifólia Higrófila Hileiana Amazônica 
Estando no extremo Norte de Mato Grosso, possui árvores de 
grande porte, podendo atingir até 70 metros de altura. O seu 
aproveitamento econômico esta ligada diretamente à 
exploração da madeira como o mogno, cedro, jacarandá, 
angelim, castanheira, seringueira, peroba e outros. Por trás 
da sua imensa riqueza e grandiosidade esconde-se uma 
assustadora realidade: toa a enorme floresta amazônica 
desenvolve-se em uma fina e pobre camada de solo, a maior 
parte produzida por ela e que a sustenta. As folhas e galhos 
que caem são decomposto por fungos e bactérias, formando 
o solo orgânico (o húmus) e liberando nutrientes (fósforo, 
potássio, nitrogênio), que são reabsorvidos pelas raízes das 
plantas. 
Floresta Subcaducifólia Amazônica 
Dentre as formações vegetais que recobrem a microrregião 
Norte mato-grossense, esta é a que ocupa maior parte. 
Estende também, na porção sul e Sudeste da Chapada dos 
Parecis. 
A Floresta Subcaducifólia é formada por árvores de estratos 
que variam de 15 metros á 30 metros, com troncos finos e 
copas pouco desenvolvidas. Essas matas são muito densas, 
e, por isso, em seu interior há pouca luz: as copas das 
árvores são muito próximas umas das outras, chegando 
quase sempre a se tocarem. Dentre as espécies presentes 
nessas regiões destacam-se; o angico, jatobá, seringueira e 
castanheira. 
Como subtipos desta floresta, aparecem ainda as Matas de 
Galeria (ou Ciliar) e a Mata de Poaia. 
As Matas de Galerias localizam-se ao longo dos cursos das 
águas. Já a Mata de Poaia destaca-se a espécie a qual 
originou-se o seu nome - Ceplhaelis epecacuanha rich - que 
já teve grande valor econômico para o Estado de Mato 
Grosso, dada a sua utilização na industria farmacêutica. 
 
 
DOMÍNIO DO CERRADO 
São formações vegetacionais associadas com o clima tropical 
semi-úmido do interior do Brasil. 
O Cerrado é uma formação do tipo savana tropical, com 
extensão de cerca de 2 milhões de km² no Brasil Central, 
com pequena inclusão na Bolívia. 
Espalha-se por uma extensa região de São Paulo, Minas 
Gerais, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás, Brasília e 
Mato Grosso. 
 
Características: 
- Arbustos retorcidos 
- Casca grossa 
- Árvores esparsas 
- Raízes profundas 
OBS. São plantas resistentes ao fogo, que assemelham as 
Savanas africanas 
 
COMPLEXO DO PANTANAL 
Localizado em uma extensa planície inundável - bacia do Rio 
Paraguai - é a maior planície inundável do mundo. Ocupa 
uma área no Brasil de aproximadamente 150.000 km², 
englobando em território do Sudoeste de Mato Grosso e 
Oeste de Mato Grosso do Sul, junto à fronteira com o 
Paraguai e Bolívia. Somando os terrenos dos países vizinhos 
a área pantaneira ultrapassa a 200.000 km² Devido às 
condições mesológicas, muito úmida, há uma mistura de 
espécies vegetais, onde surgem árvores típicas a Mata 
Atlântica e Floresta Amazônica em áreas um pouco mais 
firme, arbustos retorcidos do cerrado em áreas onde a água 
permanece por três meses, e gramíneos no fundo das baías, 
quando elas secam. Há também a presença de cactáceas. 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
7 
 
Devido à profusão de espécies, trata-se de um nicho 
ecológico, uma área de reprodução animal. O Pantanal um 
dos mais importantes patrimônios naturais do Brasil, com 
uma fauna muito rica - são 650 espécies de aves, 80 de 
mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis, de acordo com um 
levantamento feito pela ONG (Organização Não 
Governamental) WWF. 
Devido à profusão de espécies, trata-se de um nicho 
ecológico, uma área de reprodução animal. Dentre os 
vegetais mais comumente encontrados podemos destacar: 
Palmeiras (carandá e buriti), Aguapé, Capim-mimoso, 
Paratudo, Quebracho e Angico. 
 
- COMPLEXO DO CAXIMBO 
- COMPLEXO DO XINGU 
• Localizam-se no extremo norte do Estado; 
• Região de solo arenoso e pobre; 
• Vegetação de transição entre Cerrado -Mata de Galeria- 
Campo, ou seja,são formações arbustivas, com presença de 
gramíneas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 03 
 
ASPECTOS HUMANOS 
3.1 - POPULAÇÃO 
Após a divisão do estado de Mato Grosso em 1979 houve um 
grande aumento populacional saltando de 1.138.426 para 
2.854.642 (IBGE,2007), chegando a mais de 3 milhões em 
2010, correspondendo a um crescimento superior a 120%, 
nas últimas décadas. 
Através dos dados acima podemos observar que a partir de 
censo de 1980 a população de Mato Grosso passa a ser 
predominantemente urbana. Tendo hoje em torno de 80% da 
população morando nas cidades. 
 
O macrocefalismo (inchaço) das cidades provocou a queda 
do padrão de vida médio da população, provocando o 
superpovoamento, ou seja, o aumento populacional 
proporcionou em aumento considerável dos problemas 
urbanos. 
Mato Grosso alcançou, em 2010, a população de três milhões 
de habitantes. É o que diz o Censo Populacional divulgado 
oficialmente ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE). Nos últimos 10 anos, a população mato-
grossense cresceu 21,15%, índice acima do registrado na 
região Centro-Oeste (20,74%). Isso representa, em números 
absolutos, um acréscimo de 529.638 pessoas. 
 
 Comparando os censos realizados em 2000 e 2010, entre os 
141 municípios do Estado, 41 sofreram redução populacional 
e outros 100 registraram aumento. 
 
 A maior perda populacional ocorreu no município de Itaúba, 
distante a 600 quilômetros de Cuiabá. 
 
 A cidade perdeu 46% das 8.565 pessoas e chegou em 2010 
com apenas 4.570 pessoas e foi a segunda do país em perda 
populacional (ver matéria). Além de Itaúba, os maiores 
decréscimos foram registrados em Novo São Joaquim (-
36,15%), Aripuanã (-32,58%), Porto Estrela (-22,69%), Nova 
Brasilândia (-20,62%), Araguainha (-19,01%), Jauru (-
18,04%), Terra Nova do Norte (-17,47%), Marcelândia (-
16,99%) e Salto do Céu (-16,51%). 
 
 Entre os 100 municípios que mais cresceram, quatro 
superaram as expectativas do IBGE. Lucas do Rio Verde 
(135,79%) apresentou o melhor desempenho. O município 
saltou de 19.316 para 45.545. 
 
 Em seguida aparecem Sapezal (129,85%), Nova Mutum 
(113,48%) e Juruena (106,85%). 
 
 O Censo ainda mostrou um Mato Grosso urbano. De acordo 
com o IBGE, 81,89% da população mato-grossense vivem na 
cidade e outros 18,11%, na zona rural. Rondolândia, por 
exemplo, é o município mais rural do Estado, com 76,7% de 
sua população no campo. No topo dos urbanos figura Várzea 
Grande, com 98,5% de habitantes vivendo na parte urbana 
da cidade. O Estado ainda possui mais homens do que 
mulheres. São 1.548.894 homens para 1.485.097 mulheres, 
uma diferença de 63.797. 
 
Unidade 1970 1980 1991 2000 2010 cresc. % 
(1970/2010) 
Cuiabá 100.880 212.984 402.813 483.346 551.350 546% 
 
Mato 
Grosso 
598.879 1.138.806 2.027.391 2.504.353 3.001.692 501% 
Brasil 93.139.037 119.002.706 146.823.475 169.799.200 191.430.630 205% 
Tabela 1: Evolução da população total de Cuiabá, de Mato Grosso e do Brasil 
Fonte: Elaboração própria 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
8 
 
CONTAGEM - Para chegar aos 3.033.991 mato-grossenses, 
o IBGE utilizou o mecanismo da imputação porque encontrou 
21.764 domicílios fechados no Estado, que ficariam de fora 
do levantamento. A técnica consiste em multiplicar as 
residências em questão pela média de habitantes por 
domicílio (3,31). Com esse mecanismo, muitos municípios 
saíram da “lista negra” (da redução populacional), que partiu 
de 98 para 41 cidades. 
 
 Em Mato Grosso a contagem populacional em 15 
municípios com maior queda de habitantes em relação à 
expectativa do IBGE passou por revisão. Destes, apenas 
quatro tiveram a situação confirmada. Terra Nova do Norte, 
São Félix do Araguaia (-1,46%), Marcelândia e Tabaporã (-
8,53%) perderam população e vão se juntar àqueles que 
terão perda no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), 
do governo federal, que se orienta pela quantidade de 
habitantes para liberar recursos em cada cidade brasileira. 
 A maioria dos mato-grossenses reside em áreas urbanas 
(82%), a população rural compreende 18%. O estado possui 
141 municípios, a maioria é habitada por menos de 20 mil 
pessoas. Cuiabá, capital do Estado, é a cidade mais 
populosa - 551.098 habitantes. Outros municípios com 
grande concentração populacional são: Várzea Grande 
(252.596), Rondonópolis (195.476), Sinop (113.099), Cáceres 
(87.942), Tangará da Serra (83.431). 
 
 Nos últimos anos o Mato Grosso tem recebido consideráveis 
fluxos migratórios, consequência da expansão da fronteira 
agrícola. A população do estado é formada por pessoas de 
diferentes composições étnicas. De acordo com dados do 
IBGE, a distribuição é a seguinte: 
Pardos - 55,2%. 
Brancos - 36,7%. 
Negros - 7%. 
Indígenas - 1,1%. 
 
 Portanto, os habitantes que se declaram como pardos é 
maioria. A população indígena de Mato Grosso se concentra 
no Parque Nacional do Xingu, ali vivem tribos indígenas que 
preservam a tradição do Kuarup, ritual realizado em 
homenagem aos mortos. 
 
 O estado apresenta grande pluralidade cultural, entre os 
elementos da cultura mato-grossense estão: o Cururu, o 
Siriri, o Rasqueado Cuiabano, o Boi, a Dança de São 
Gonçalo, a Dança dos Mascarados e o Congo. 
 
 O Mato Grosso ocupa a 11° posição no ranking nacional de 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com média de 
0,796. A taxa estadual de mortalidade infantil é de 19,2 a 
cada mil crianças nascidas vivas, essa média é a maior do 
Centro-Oeste. A taxa de assassinatos por 100 mil habitantes 
é de 25,2, sendo uma das maiores médias do país. A maioria 
dos habitantes é alfabetizada - 89,8%, e 48,7% possuem oito 
anos ou mais de estudo. 
 
3.2 - CENSO 2010 
CRESCIMENTO POPULACIONAL - REGIÕES BRASILEIRA 
Sudeste - 42,1% 
Nordeste - 27,8% 
Sul - 14,4% 
Norte* - 8,3% 
Centro-Oeste* - 7,4% 
*Continuam aumentando a representatividade no crescimento 
populacional, enquanto as demais regiões mantêm a 
tendência histórica de declínio em sua participação nacional. 
 
 
 
 A região Norte - fronteira agrícola mais recente foi a que 
mais cresceu no último Censo (2010), devido os seguintes 
fatores: 
- ‘boom’ das commodities agrícolas; 
- Melhoria da infraestrutura; 
- Encarecimento da produção no Centro-Oeste; 
 
MAIORES TAXAS DE CRESCIMENTO (2000-2010) 
As regiões Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%), obtiveram 
os maiores crescimento. 
As dez Unidades da Federação que mais aumentaram suas 
populações se encontram nessas regiões: 
Amapá (3,45%); 
Roraima (3,34%); 
Acre (2,78%); 
Distrito Federal (2,28%); 
Amazonas (2,16%); 
Pará (2,04%); 
Mato Grosso (1,94%); 
Goiás (1,84%); 
Tocantins (1,80%); 
Mato Grosso do Sul (1,66%). 
 De acordo com o IBGE, a componente migratória contribuiu 
significativamente para esse crescimento. 
 Estados de ocupação agrícola mais antiga como Mato 
Grosso e Mato Grosso do Sul obtiveram taxas altas, mas sem 
o ritmo das décadas anteriores, revelando a estabilidade de 
sua estrutura fundiária e de sua produção agrícola. 
Observação: Mato Grosso teve o segundo maior crescimento 
da região Centro-Oeste, perdendo apenas para o Distrito 
Federal. 
 
•POPULAÇÃO ABSOLUTA: 
3 035 122 Habitantes 
 
•DENSIDADE DEMOGRAFICA: 
3,36 Hab./Km2 
 
•MAIORES CIDADES: 
Cuiabá 551 098 
Várzea Grande 252 596 
Rondonópolis 195 476 
Sinop 113 099 
Cáceres 87 942 
Tangará da Serra 83 431 
 
CRESCIMENTO POPULACIONAL - CAPITAL: CUIABÁ 
A capital de Mato Grosso obteve um crescimento inferior a do 
que ocorreu no Estado. 
Entre os anos de 70 - 80: 112,2 % 
Entre os anos de 2000 - 2010: 14,0 % 
 
É a menor variação desde 1950, quando a população da 
cidade deu um salto quase imperceptível de 3,3%. 
 
MUNICÍPIOS QUE MAIS CRESCERAM EM MATO GROSSO 
•Sapezal; 
•Nova Mutum; 
•Juruena; 
OBS.: Itaúba foi o que a maior redução populacional emMT, 
está entre os cinco do país. 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
9 
 
 
 
MAIORES CIDADES DE MATO GROSSO 
 
 
MENORES CIDADES DE MATO GROSSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3- DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO POR SEXO 
Em Mato Grosso contrariando uma tendência nacional, há um 
predomínio de Homens, uma diferença de 63.797 pessoas. 
- 1.548.894 homens; 
- 1.485.097 mulheres; 
✓Brasil: 100 mulheres para cada 96 homens. 
✓Mato Grosso: 100 mulheres para cada 104,30 homens. 
✓Cuiabá: 100 mulheres para cada 95,5 homens. 
✓Várzea Grande: 100 mulheres para cada 98,38. 
✓Tapurah: 100 mulheres para cada 139,83 homens. 
 
DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA DE IDADE 
Acompanha a tendência nacional, predomínio de adultos. 
•Idosos 5,82% 
•Adultos 53,46% 
•Jovens 40,72% 
 
3.4 - DIVISÃO DA POPULAÇÃO SEGUNDO A COR 
A população brasileira e mato-grossense formou-se a partir 
de três grupos étnicos básicos: o indígena, o branco e o 
negro. 
A intensa miscigenação (cruzamentos) ocorrida entre os 
grupos deu origem a numerosos mestiços ou pardos (como 
são oficialmente chamados), cujos tipos fundamentais são os 
seguintes: 
• mulato (branco+negro); 
• caboclo ou mameluco (branco+Índio); 
• cafuzo (negro+índio). 
 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
10 
 
 
• BRANCOS: 37,0% 
• NEGROS: 4,5% 
• PARDOS: 57,0% 
• MARELOS: 0,5% 
• ÍNDIOS: 1,0% 
 
ÍNDIO 
Os nativos espalhavam-se por todo território nacional, 
formando tribos com diferentes estágios culturais, originados 
de três grandes lingüísticos: Tupi, Jê, Aruak. 
Também é desconhecido o número de índios que habitavam 
o espaço mato-grossense antes da chegada de Pascoal 
Moreira Cabral. Sabe-se que eram muitos. 
Estudos mostram que nessa época já existiam disputa por 
território entre tribos diferentes. Também já é conhecida a 
grande diversidade lingüística das tribos que vivem neste 
Estado. 
É importante o conhecimento dessa diversidade, para 
entendermos por que muitas tribos são rivais e não 
conseguem se entender. Como exemplo, podemos citar os 
índios originados da família Tupi-Guarani (Apiaká, Kayabi) 
que estabelecem boas relações entre si, porque conseguem 
se entender através de uma linguagem semelhante. O 
mesmo não acontecendo se forem colocados juntos os índios 
Bororos (cujo tronco lingüístico é o Macro-Jê), com os índios 
Parecis da família Aruak (tronco lingüístico desconhecido) 
que falam línguas diferentes e têm culturas diferentes. 
Quando o Brasil realizou seu primeiro recenseamento em 
1872, Mato Grosso tinha uma população de 60.417 
habitantes, destes 14,10% foram agrupados como caboclo-
índios. Em 1980, um século mais tarde, os amarelos 
constituíam 0,41% da população mato-grossense. 
 
PRINCIPAIS ETNIAS E ÁREAS: 
- XAVANTES: 
Nova Xavantina, Campinápolis, Barra do Garças, São Felix 
do Araguaia, Cocalinho e Água Boa. 
- CHIQUITANO: 
Porto Esperidião, Cáceres, Pontes e Lacerda e Villa Bela S. 
Trindade. 
- PARESI: 
Sapezal, Pontes e Lacerda, Campo Novo dos Parecis, 
Tangará da Serra, Campos de Julio e Conquista do Oeste. 
- CINTA LARGA: 
Aripuanã e Juína 
- BORORO: 
Rondonópolis, Poxoréu, Nova São Joaquim, Barão de 
Melgaço, Santo Antonio do Leverger. 
* KAIAPÓ, KAYABI, AWETI, TRUMAI, WAURÁ E OUTROS: 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
11 
 
 
TEXTO COMPLEMENTAR 
Histórico da ocupação do entorno do Xingu 
Apesar de a soja ser o vetor mais recente da degradação 
ambiental na área de entorno do Parque Indígena do Xingu, o 
passivo ambiental da região já existia. Está associado à 
história de ocupação da região, marcada pelos projetos da 
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia 
(Sudam), criada em 1966, pelos projetos de colonização do 
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e 
de empresas particulares. 
O resultado foi a intensa especulação de terras, 
desencadeada com força na década de 1960, e o incentivo 
ao desenvolvimento agrícola e pecuário, sem qualquer tipo 
de cuidado ambiental, o que gerou um quadro de expressiva 
degradação ambiental. Para se ter uma idéia, dados do 
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 
a área desmatada no Mato Grosso passou de 920 mil 
hectares em 1975 para 6 milhões de hectares, em 1983. 
Essa história começou nos anos 1940, quando o presidente 
Getúlio Vargas criou a Marcha para Oeste. O objetivo era 
desbravar uma parte do Brasil, até então desconhecida e 
isolada do contexto nacional, e realizar obras de infra-
estrutura para permitir sua ocupação por não-índios e integrar 
economicamente o Centro-Oeste ao Norte e Sul do país. 
Paralelamente, Vargas organizou a Expedição Roncador-
Xingu, cuja missão era abrir o caminho e realizar o 
reconhecimento oficial das áreas ocupadas pelos povos 
indígenas. O nome foi dado em referência à Serra do 
Roncador, divisor de águas entre o Rio das Mortes (Bacia do 
Araguaia) e o Rio Xingu, no leste do Mato Grosso. A 
expedição era subordinada à Fundação Brasil Central (FBC), 
criada no mesmo ano, 1943, cuja meta era estabelecer 
núcleos populacionais. 
A partir de 1946, a FBC começou a se instalar na região leste 
do Mato Grosso e iniciou-se o trabalho dos irmãos Villas 
Boas, indigenistas, integrantes da Expedição Roncador-
Xingu. A missão dos Villas Boas era contatar grupos 
indígenas que vivessem nos locais onde seriam 
implementados os núcleos de desenvolvimento e levá-los 
para outros lugares. Essa missão se estendeu pela década 
de 1950 e início dos anos 1960 e foi acompanhada por uma 
forte campanha para demarcar e proteger as Terras 
Indígenas da região. Doze anos depois, em 1964, era criado 
o Parque Indígena do Xingu. 
Os militares e o surto desenvolvimentista 
Naquele ano, logo após o golpe militar, o presidente Castello 
Branco instituiu a Operação Amazônia, estratégia que visava 
introduzir um modelo de desenvolvimento econômico na 
região amazônica, com base em obras de infra-estrutura - 
como a abertura de rodovias - e em incentivos fiscais e 
créditos à iniciativa privada. Entre as diretrizes estabelecidas, 
merece destaque a criação da Superintendência de 
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), que seria a partir 
daquele momento e até o final dos anos 1980 o principal 
norteador da ocupação da região a leste do Xingu por 
grandes projetos agropecuários. Extinta em fevereiro de 2001 
sob uma enxurrada de denúncias de desvio de dinheiro 
público, acaba de ser recriada, em novas bases, pelo 
governo Lula. 
Se até a década de 1950, grande parte das áreas de floresta 
amazônica e de cerrados no norte do estado do Mato Grosso 
estava bem preservada e praticamente intacta nos anos 1960 
a estratégia do governo federal de intensificar a ocupação na 
região das nascentes do rio Xingu, gerou os primeiros 
desmatamentos a leste do parque indígena, cujas terras 
haviam sido demarcadas em 1961 pelo presidente Jânio 
Quadros. 
A ocupação da região das nascentes do Rio Xingu - e do 
norte do Mato Grosso - não se restringe, no entanto, aos 
grandes empreendimentos agropecuários. O outro eixo da 
estratégia de ocupação e desenvolvimento da região foi a 
política de colonização, que era dirigida pelo Instituto 
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e contava 
com incentivos fiscais da Sudam para projetos privados de 
colonização. Essas iniciativas foram implementadas nas 
décadas de 1970 e 1980, destinadas ao assentamento de 
pequenos produtores do sul, à produção de lavouras 
alimentares (arroz, milho e mandioca) e ao desenvolvimentoda pecuária bovina. Os projetos de colonização, 
principalmente os de caráter privado, tornaram-se marcos 
importantes na formação de cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
12 
 
 
CAPÍTULO 04 
CRESCIMENTO URBANO 
4.1 - URBANIZAÇÃO 
É o aumento da população urbana sobre a população rural. 
Características: 
A partir da década de 80 
- Processo Rápido 
- Centralizado 
- Desorganizado 
Conseqüências: 
- Violência 
- Falta de moradia 
- Favela 
- Trânsito precário 
- Desemprego 
 
MIGRAÇÕES 
Atualmente o Mato Grosso aparece como uma das maiores 
frentes pioneiras da Amazônia. A ocupação do norte do 
estado se iniciou com a abertura da BR 163 inaugurada em 
1974. Os primeiros empreendimentos foram realizados por 
empresas privadas de colonização que implantaram projetos 
de milhares de hectares e de onde surgiram cidades como 
Alta Floresta, Colíder ou Sinop. Até 1978, o INCRA não tinha 
nenhum projeto na região. O custo alto de implantação e o 
sucesso dos projetos privados levaram o INCRA a 
desenvolver um novo tipo de colonização pública: o PAC 
(Projeto de Assentamento Conjunto) onde "seriam somadas 
as experiências e recursos do órgão colonizador oficial 
(INCRA) e da iniciativa privada (cooperativas)" 
A partir de imagens de satélite da série Landsat, foi realizado 
um estudo multitemporal da ocupação do solo desses 
projetos. Esse trabalho mostra a dinâmica do desmatamento 
em cada um dos seis projetos para quatro datas diferentes. A 
observação das imagens em conjunto com a realização de 
trabalhos de campo permitiu identificar alguns fatores 
responsáveis pela a forma e a velocidade dos 
desmatamentos, assim como os modos de uso do solo. 
Em trinta anos, o Mato Grosso tornou-se numa das fronteiras 
mais ativa da Amazônia. Quando o governo federal criou o 
PIN (Plano de Integração Nacional) em 1970, apenas o sul do 
atual estado do Mato Grosso já tinha sofrido ocupação e 
principalmente devido: ao garimpo (bacia do rio Cuiabá e 
região de Diamantino), à pecuária (Pantanal) e à agricultura 
familiar (região de Rondonópolis). Em 1974, a abertura da BR 
163 ligando Cuiabá à Santarém levou vários projetos de 
colonização privada (SINOP, LÍDER, INDECO...) em direção 
ao interior do estado e a outras regiões da Amazônia. No final 
da década de 70, o governo federal procura implementar 
projetos de colonização pública ao longo da BR 163. O 
INCRA não quis assumir sozinho a realização desses 
projetos e decide então estabelecer parcerias com 
associação de produtores ou cooperativas. São criados os 
PAC (Projeto de Assentamento Conjunto). No Mato Grosso, o 
governo instala seis PACs, todos ao longo da BR 163. 
No início dos anos 1980, vários colonos vindo principalmente 
das regiões de tensão social do sul do país compraram lotes 
nesses PACs e começaram a implantar a agricultura nessa 
região da Amazônia Legal 
a "marcha para o oeste": em busca do 'progresso' 
Em 1937, o Governo VARGAS, visando alargar as fronteiras 
ocupacionais, dentro das fronteiras físicas do País, decide 
ocupar os grandes vazios demográficos existentes no Oeste 
do território brasileiro, iniciando, então, talvez um dos mais 
ambiciosos projetos colonizadores já desenvolvidos por um 
governo no Século XX. 
Foi uma iniciativa governamental 'progressista', cujos 
resultados refletem-se, ainda hoje, no modo de vida e em 
diversos problemas ainda enfrentados pelas populações 
locais. Desenvolvida por cerca de quarenta anos, a 'Marcha 
para o Oeste' fundou cerca de 43 vilas e cidades, construiu 
19 campos de pouso, contatou mais de 5 mil índios e 
percorreu 1,5 mil quilômetros de picadas abertas e rios. A 
integração do Vale do Araguaia à economia nacional e a 
construção de rodovias como Belém-Brasília e Araguaia-
Cuiabá também podem ser creditadas como conseqüência 
deste empreendimento e, cidades como Brasília e Goiânia 
vem na esteira deste esforço de "desenvolvimento" e 
ocupação das terras da 'fronteira oeste' do país. 
Neste contexto, o Oeste, com enorme potencial de 
produtividade agrícola e com as necessidades dos centros 
urbanos em plena expansão, a Marcha também promoveu a 
migração de trabalhadores brasileiros, o que se pretendeu 
fazer com base em pequenas propriedades de terra. 
Desta forma, ainda que nesta época sejam encontradas 
referências à ocupação do Estado pela ótica de minifúndios o 
seu território foi e continua sendo predominantemente 
demarcado pela presença de latifúndios. E, em geral, uma 
moderna e mais eficiente "marcha para o oeste" continua 
adentrando os estados de Rondônia, Pará e a Amazônia 
como um todo. 
o desenvolvimentismo dos anos 70 e 80: A OCUPAÇÃO 
INCENTIVADA 
Nos anos 1970-80, o esgotamento das fronteiras agrícolas 
nos estados do Sul, entendendo-se aí o devastamento de 
quase todas as florestas então existentes, associado a uma 
maior pauperização do homem do campo (não só naqueles 
estados, como em várias outras regiões do País) dá ensejo a 
que as terras do Centro-Oeste sejam novamente pervadidas 
por levas e mais levas de migrantes em busca de novas 
áreas para desbravamento e cultivo - terras mais baratas e 
mais fáceis de serem adquiridas. 
Colonos do Sul, em grande maioria, buscam nas terras de 
Mato Grosso e de Rondônia, e, posteriormente, mais ao 
norte, na região amazônica e, inclusive, além fronteira, no 
Paraguai, novas fronteiras a serem exploradas em busca de 
melhores condições de vida. 
A ocupação das terras deste Estado se dá conforme três 
vertentes migratórias que se somam propiciando um dos 
processos de desbravamento mais predatórios da natureza já 
verificados no País: 
a) iniciativas individuais/familiares, configuradas pela leva de 
famílias que, autonomamente buscaram as terras mato-
grossenses; 
b) companhias de colonização que, por meio de estímulos e 
facilidades propiciadas pelo poder público federal e estadual, 
promoveram a ocupação massiva de determinadas áreas do 
Estado (algumas das cidades mato-grossenses foram 
inclusive nominadas com as siglas destas companhias); 
c) programas governamentais que forçaram esta ocupação. 
Neste período, a ocupação desordenada e indiscriminada da 
porção noroeste do Estado, teve seus efeitos, em termos de 
impactos ambientais, amplamente divulgados. 
Apesar dos discursos oficiais, das boas intenções discursivas 
e de resultados positivos no que tange à implementação de 
infra-estrutura para acesso às regiões de fronteira, os 
processos de ocupação daquele período foram considerados 
verdadeiros 'desastres' sob o ponto de vista ambiental. Esta 
dinâmica, que associa problemas sociais nas camadas 
menos favorecidas com problemas ambientais, "indicam que 
o Mato Grosso ingressou num processo de acelerada 
exploração dos seus recursos, num processo que 
caracteriza-se por sua insustentabilidade". 
Desta forma, se até a década de 1970 a ocupação das terras 
de Mato Grosso foi realizada em função da apropriação do 
território, nas décadas seguintes, esta foi determinada 
sobretudo pela busca de novas terras para trabalho e, 
principalmente, pelo uso da terra como 'objeto de negócio. 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
13 
 
Em 1985, o Censo Agropecuário realizado pelo IBGE 
mostrou o perfil da ocupação das terras de Mato Grosso 
revelando que o mesmo contava com 78.370 
estabelecimentos e, que, "70% destes tinham menos de 100 
hectares e correspondiam tão somente a 3% da área total, 
enquanto que os com mais de 1000 hectares (7% do total), 
abarcavam 83% da área total dos estabelecimentos". [71] 
Predominantemente, o Estado (a região Centro-Oeste)estava constituído por grandes estabelecimentos 
agropecuários (latifúndios), situação que perdura até os dias 
de hoje. 
Neste período, os agentes institucionais federais e estaduais 
estavam, em geral, "estrategicamente" voltados para apoiar a 
ocupação do território e motivar o 'desenvolvimento' da 
porção Centro-Oeste do território nacional. Na prática, pouca 
atenção foi efetivamente voltada para a variável ambiental. 
Implicações decorrentes do não fortalecimento institucional, 
resultaram também numa reduzida capacidade gerencial dos 
órgãos públicos e na observância de fragilidades internas às 
agências executoras dos projetos e programas 
governamentais levados a efeito neste lapso de tempo. 
A preocupação maior, existente no período, foi voltada à 
ocupação efetiva do território e, pouco foi realizado no 
sentido do fortalecimento das instituições gestoras no âmbito 
do Estado e, ademais, isto também ocorre nos outros estados 
que sofreram os efeitos dos processos migratórios e 
decorrente ocupação sócio-econômica. 
Neste período, o desmatamento e a exploração pura e 
simples, de resultados imediatistas, de lucro relativamente 
fácil é, em geral, sempre associado ao "desenvolvimento do 
Estado" e a conceitos tais como "progresso", "prosperidade", 
"avanço da civilização", "abertura de novas fronteiras 
agrícolas". Conceitos estes que, como se observa na 
atualidade, vem sendo submetidos a novos pontos de vista, 
processos de reavaliações e de redefinições. 
É neste cenário que se planeja e executa o Programa 
Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil 
(POLONOROESTE) cujos resultados negativos serviriam 
para embasar muitas das justificativas de definição do seu 
sucessor o PRODEAGRO, objeto desta Avaliação Final. 
o polonoroeste: o antecedente do prodeagro 
É neste contexto e com este histórico político, institucional e 
social de ocupação territorial e, ainda sob a vigência desta 
'visão de mundo' que, em 1980, "reconhecendo os crescentes 
problemas sócio-econômicos causados pela migração 
acelerada" [73], o Governo Brasileiro lançou mais um 
programa de investimentos nas áreas de fronteiras agrícolas 
de Rondônia e Mato Grosso: o POLONOROESTE. 
Criado no final da década de 1970, somente foi assinado em 
1982, sendo financiado com recursos do Banco Mundial. Foi 
coordenado pelo Governo Federal e executado por 
instituições federais e estaduais. Seu principal produto foi a 
construção/pavimentação da BR-364. [74] 
Este programa, de cunho "nitidamente desenvolvimentista 
(...) visava orientar o ordenamento do processo de ocupação 
em curso, estabelecendo e consolidando uma estrutura física 
e social sustentável" e, foi efetivado em "reconhecimento dos 
crescentes problemas sócio-econômicos causados pela 
migração acelerada". Em sua gênese, foi reputado como 
"uma tentativa da maior importância, por parte do governo 
brasileiro de ordenar a ocupação do espaço rural da região" 
e, "um dos maiores programas de desenvolvimento do 
Governo". 
O POLONOROESTE consumiu US$423,4 (quatrocentos e 
vinte e três milhões e quatrocentos mil dólares), distribuídos 
em quatro projetos principais, dois projetos adicionais e um 
financiamento complementar, assim distribuídos: 
"NOROESTE 1" - "Proteção Ambiental e Desenvolvimento 
Agrícola 1", aprovado em 1981, empréstimo 2060-BR, no 
valor de US$67,0 (sessenta e sete milhões de dólares), 
destinado à "melhoria das colonizações agrícolas existentes 
na Rondônia Central"; 
"NOROESTE 2" - "Proteção Ambiental e Desenvolvimento 
Agrícola 1", aprovado em 1982, empréstimo 2116-BR, no 
valor de US$26,4 (vinte e seis milhões e quatrocentos mil 
dólares), destinado a "atividades semelhantes em Mato 
Grosso"; 
"NOROESTE 3" - "Novas Colonizações", aprovado em 1983, 
empréstimo 2553-BR, no valor de US$65,2 (sessenta e cinco 
milhões e duzentos mil dólares), destinado à "colonização 
das terras não ocupadas em Rondônia"; 
Em adição aos esforços pretendidos pelo POLONOROESTE 
também foram executados os seguintes projetos: 
SAÚDE DO NOROESTE", aprovado em 1981, empréstimo 
2061-BR, no valor de US$13,0 (treze milhões de dólares), 
destinado a "melhoria das condições de saúde nas áreas de 
colonização em Rondônia e Mato Grosso; 
RODOVIAS DO NOROESTE", aprovado em 1981, 
empréstimo 2062-BR, no valor de US$240,0 (duzentos e 
quarenta milhões de dólares) destinado a "ajudar a financiar a 
pavimentação da rodovia federal BR-364, entre Cuiabá/MT e 
Porto Velho/RO. 
Em 1983, por meio do Programa de Ações Especiais (SAP), 
o Banco também aprovou um financiamento suplemementar 
no valor de US$22,8 (vinte e dois milhões de dólares). Os 
relatórios de encerramento do POLONOROESTE, exceto 
aquele relativo ao "último projeto agrícola - empréstimo 2353-
BR", foram todos preparados em 1991, sendo que o do 
projeto 2353-BR foi encerrado em 31 de março de 1992. 
No entanto, tendo em vista que a ênfase do mesmo foi 
voltada para a 'implementação de infra-estrutura' e, muito 
pouco para o desenvolvimento social, observa-se que "os 
resultados desse Programa, entretanto, não foram 
satisfatórios do ponto de vista sócio-ambiental, nem para 
Rondônia e nem para Mato Grosso". 
Uma avaliação de meio-termo, realizada em 1984, "acentuou 
as diferenças entre o motivo pelo qual o projeto tinha sido 
planejado e a maneira pela qual estava sendo 
implementado", ou seja, entre o que foi inicialmente previsto e 
o que estava efetivamente sendo feito foram constatados 
diversos problemas, dentre os quais merecem destaque: 
a) "liberações inadequadas e atrasadas de fundos de 
contrapartida"; 
b) "o virtual desaparecimento de créditos de investimento 
necessário para estabelecer culturas perenes"; 
c) "integração ineficiente das agencias participantes"; 
d) "alta migração não esperada"; 
e) "desmatamento não controlado"; 
f) "contínuos abusos em áreas não adequadas de fertilidade 
marginal do solo". 
 Neste período, vale observar que o Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA) também apresentava algumas 
preocupações quando, "considerando que a estratégia do 
Programa POLONORESTE é manter um razoável equilíbrio 
social e ambiental na Região Noroeste do País, e (...) a 
necessidade de se compatibilizar as atividades desse 
Programa", cria uma Comissão Especial "com as diretrizes do 
CONAMA". Por ser um Programa "estratégico" existiu a 
preocupação de que também estivesse compatibilizado com 
as "estratégias" em nível federal, ou seja, não faltaram 
preocupações de ordem 'estratégica' apesar de que, com o 
tempo, estas se verificassem com pouco eficientes em 
relação à preservação do meio ambiente. 
A despeito destas preocupações, tendo em vista as 
condições efetivamente propiciadas em decorrência da 
melhoria de acesso às regiões abrangidas pela ações de 
infra-estrutura do POLONOROESTE, o processo de migração 
e desflorestamento acelerou-se, transformando radicalmente, 
em menos de uma década, quase toda a estrutura social, 
cultural e ambiental onde este Programa foi desenvolvido. 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
14 
 
Por um outro lado, o POLONOROESTE também se propunha 
a "assentar comunidades de pequenos agricultores 
embasada na agricultura auto-sustentada, com atendimento 
básico nas áreas de saúde, educação, escoamento da 
produção, protegendo a floresta e garantindo a manutenção 
das terras e das culturas das comunidades indígenas". 
Isto provocou a imediata reação de organismos 
internacionais, principalmente aqueles ligados às questões 
ambientais, que elegeram o Banco Mundial como alvo 
principal, acusando-o de financiar o desmatamento da 
Amazônia. E o POLONOROESTE foi descontinuado. 
Em geral, quando se consulta as fontes informacionais 
disponíveis, particularmente aquelas que fundam os 
argumentos dos projetos governamentais seqüentes, o 
POLONOROESTE é apresentado com o "grande vilão", 
constituindo-seno "saco-de-pancadas" predileto das 
considerações e argumentações e, em geral, é comum o 
esquecimento de que este Programa foi levado a efeito por 
um conjunto de agentes que permaneceram no tempo e que, 
todo um conjunto de "elementos culturais" e "entendimentos 
particularizados" destes agentes antecederam a existência do 
mesmo e se mantiveram nos programas/projetos seguintes, 
ainda que os novos empreendimentos mudassem suas 
ênfases discursivas. O POLONOROESTE seria mais um da 
lista de projetos e programas que tiveram problemas na sua 
execução. Restaram, no entanto, algumas "lições" reputadas 
como "aprendidas" pelos diferentes agentes envolvidos na 
sua execução (governos federal e estaduais). 
 
Ocupação da Amazônia Matogrossense 
A ocupação da Amazônia matogrossense ocorreu sem que 
qualquer tipo de reflexão fosse feita a respeito das 
particularidades da região. Inúmeros projetos de colonização 
foram implantados pelos Governos Federal e Estadual e 
executados pela iniciativa privada, especialmente no contexto 
de ocupação dos espaços vazios do território nacional tão em 
voga no regime militar, ou seja, a região era vista como uma 
"válvula de escape" das tensões sociais que estavam 
ocorrendo em outras áreas, principalmente aquelas de 
caráter fundiário do Nordeste (latifúndio) e, também as 
conseqüências do elevado crescimento populacional da 
região Sudeste. 
Vale ressaltar as políticas públicas direcionadas para a 
implantação de pólos de desenvolvimento, como por exemplo 
o Polocentro, o Polonordeste e o Polamazônia. No caso do 
Polocentro foi direcionado para a expansão da cultura de 
grãos (soja e arroz, principalmente) nas áreas de cerrado do 
Centro Oeste brasileiro. Já os investimentos do 
Polonordeste foram destinados para projetos de irrigação na 
Zona da Mata nordestina e no Sertão. O Polamazônia foi 
responsável pela implementação de pólos de 
desenvolvimento agromineral e agropecuário na região 
amazônica, dando início aos processos de desatamento 
desta área. 
A partir dos anos 70, ocorreu uma maior inserção do estado 
de Mato Grosso no mercado nacional e internacional. Esta 
incorporação da área com a expansão capitalista aumenta a 
procura pela propriedade privada e grandes fazendas 
agropecuárias vão sendo formadas por meio de 
financiamentos nas áreas de cerrado, consideradas até então 
inadequadas para fins agrícolas. 
O processo de ocupação e uso dos recursos naturais nessa 
região foi acelerado pelo forte investimento do Governo 
Federal em obras de infra-estrutura, principalmente na 
construção de rodovias como a Transamazônica e a BR-163 
que liga Cuiabá a Santarém. 
Eram abertos os chamados " corredores de desmatamento" , 
ou seja, à medida que diversas áreas iam sendo desmatadas 
a partir de um eixo central da rodovia, contribuía para um 
desmatamento podendo chegar até 50Km "mata adentro" 
Aponta para o fato de que a colonização do Norte de Mato 
Grosso começa por iniciativa de três grandes empresas 
colonizadoras: SINOP - Sociedade Imobiliária Norte do 
Paraná; COLIDER - Colonizadora Integração e 
Desenvolvimento Regional e INDECO - Integração 
desenvolvimento e Colonização. Em 1972, o grupo 
econômico pertencente à colonizadora SINOP de 
propriedade do senhor Enio Pipino, adquiriu uma área de 
48.670.000 Km2 de terras do município de Chapada dos 
Guimarães, onde teve início o processo de formação das 
cidades de Vera e Sinop, entre outros núcleos urbanos 
localizados na então denominada Gleba Celeste. 
Assim, o início do desmatamento da área contribuiu para o 
desenvolvimento das cidades, visto que a exploração de 
madeira tornou-se a principal atividade econômica da região 
norte e noroeste do Estado. 
OS PRIMEIROS PROJETOS DE COLONIZAÇÃO 
Histórico resumido da origem dos municípios na região das 
nascentes do rio Xingu. 
 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
15 
 
 
 
 
Campinápolis 
1973 - formação do povoado de 
Jatobá, em Barra do Garças, 
com produtores de Goiás e 
Minas Gerais, e cultivo do milho, 
arroz e feijão para família; 
- extensão do movimento 
colonizador de Nova Xavantina; 
1980 - criação do distrito de 
Campinápolis; 
1986 - criação do município. 
Canarana 1971 - Nasce a Cooperativa 
Colonizadora 31 de Março 
(COOPERCOL) voltada à 
atividades pecuárias; 
1972 - 1975 - Primeiros colonos, 
estabelecimento de uma agrovila 
e colonizações assentadas 
através da empresa de 
Colonização Consultoria Agrária 
(CONAGRO S.C. Ltda) e da 
Empresa Cacique 
Empreendimentos; 
1975 - núcleo urbano de 
Canarana; 
1975 - projetos de colonização 
através da COOPERCANA; 
1979 - criação do município. 
Cláudia 1978 - Início do projeto de 
colonização pela empresa 
Sociedade Imobiliária do 
Noroeste do Paraná S/A 
(SINOP), na maior parte do 
município e pela Colonizadora 
Maiká, responsável pela Vila 
Atlântica; 
1985 - criação do distrito de 
Cláudia; 
1988 - criação do município; 
 
Feliz Natal 1950 - a região participa da 
"Terceira Borracha" ; 
1978 - empresários madeireiros 
de Sinop deslocam-se para a 
região do Rio Ferro; 
- ocupação se efetiva após 
colonização de Sinop, Cláudia, 
Santa Carmem e Vera; 
1995 - criação do município. 
Gaúcha do 
Norte 
1979 - projeto da Colonizadora 
Gaúcha e implantação do núcleo 
de Gaúcha do Norte; 
1980 - fluxo migratório do Sul e 
cultivo da seringa como 
alternativa à agricultura; 
1980- criação do distrito de 
Gaúcha; 
1997 - criação do município. 
 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
16 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Sanches & Gasparini (2000). Origem dos dados: 
"Estudos de Realidade dos municípios" (EMPAER), 
entrevistas em 1999 e Ferreira (1997) 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
17 
 
 
 
CAPÍTULO 04 ECONOMIA 
 
Mato Grosso tem crescido economicamente muito acima da 
média nacional. Esse crescimento econômico pode ser 
comprovado com os dados referentes à evolução da 
exportação do estado. 
 
INDÚSTRIA 
DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DO MATO GROSSO 
 O Estado que mais cresceu a partir de 1980, com base no 
agronegócio, parte para o seu segundo ciclo de crescimento, 
agora com base também na indústria. 
Considerando os dados mais atuais que temos disponíveis 
neste momento, verificamos que as exportações mato-
grossenses cresceram 9,81% em 2018 no comparativo com 
2017, somando US$ 16,171 bilhões. Os números são do 
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), 
que registram ainda US$ 1,563 bilhão em importações. 
Segundo a pasta do governo federal, a diferença entre as 
exportações e importações resultou um superávit da balança 
comercial de US$ 14,608 bilhões no estado. Atenção 
concurseiros, Mato é um estado que tem grandes 
SUPERÁVITS na Balança Comercial. 
Diante o embarque de US$ 16 bilhões em produtos, 
principalmente commodities, para o mercado externo, Mato 
Grosso foi responsável por uma fatia de 6,7% das 
negociações feitas pelo Brasil, que somaram US$ 239,5 
bilhões. No ranking nacional o estado ocupou o 6º lugar. 
 Dos US$ 16 bilhões negociados por Mato Grosso entre 
janeiro e dezembro de 2018 a soja, mesmo triturada, foi 
responsável por 48% dos embarques. Ao todo US$ 7,8 
bilhões em soja foram enviados para o mercado externo, um 
aumento de 14,6%. Já em milho em grãos foram US$ 2,89 
bilhões, um aumento de 1,4% ante 2017 e uma participação 
de 18% nas negociações do estado. 
 Em farelo e outros resíduos da extração de óleo de soja 
foram enviados para o exterior US$ 2,37 bilhões, alta de 
20,5% ante o ano anterior. O algodão somou US$ 902,4milhões, um aumento de 1,8%. 
Em contrapartida, a carne bovina congelada, fresca ou 
resfriada apresentou queda de 2,9%, fechando o ano de 2018 
em US$ 1,12 bilhão em negócios. 
 
Importações 
DOS US$ 1,563 bilhão em produtos adquiridos do exterior 
por Mato Grosso, o cloreto de potássio teve uma participação 
de 42% nas importações. Ao todo US$ 655,42 milhões foram 
importados pelo estado em 2018, um aumento de 26,2% em 
comparação a 2017, de acordo com o MDIC. 
Em adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio 
a soma foi de US$ 262,28 milhões. Conforme o MDIC, Mato 
Grosso importou 23,9% a menos tal produto em 2018. Já em 
ureia, mesmo em solução aquosa, foram US$ 251,27 
milhões. 
Rondonópolis se destaca ocupando o primeiro lugar no 
ranking de exportações e também no ranking de importações 
no ano de 2018 quando comparado aos demais 140 
municípios do estado mato-grossense. Os dados são do 
Relatório do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e 
Serviços (Mdic). 
Quando elevado ao cenário nacional, a cidade fica em 39º em 
exportações totalizando o valor de US$ 1.318,73 milhões. E, 
ocupa o 67º lugar das cidades brasileiras em importações. 
A avaliação sobre o desempenho dos municípios na balança 
comercial brasileira mostra Rondonópolis como responsável 
por 12,8% das exportações do estado. A maior demanda de 
entre os produtos exportados é de tortas e outros resíduos 
sólidos com 67%, seguido de soja com 13%, milho com 9,6%, 
algodão com 4,5%, carne com 2%, entre outros. 
Os países que mais compram mercadorias rondonopolitanas 
são: Tailândia com 25%, Indonésia com 20%, China com 
13%, Países Baixos (Holanda) com 9,7% Irã com 7,3%, 
Vietnã com 5,7%, Cuba com 2,5% e outros com índices 
abaixo de 2% do consumo dos itens produzidos na cidade. 
Em relação as importações, o município teve participação de 
39,6% do total do estado, totalizando US$ 631,56 milhões o 
que dá um superávit de US$ 687,17 milhões. Os países 
parceiros são Belarus, Rússia, Canadá, Estados Unidos da 
América, China, Marrocos, Israel, Alemanha, entre outros, 
dos quais Rondonópolis importa adubos, fertilizantes e 
minerais. 
Considerando o ano de 2019 temos alguns dados relevantes: 
 As exportações mato-grossenses de produtos do 
agronegócio fecharam o primeiro semestre de 2019 com 
receita de US$ 3,78 bilhões, registrando o maior saldo 
comercial do país para o período. 
Apesar de uma retração de 4,10% em relação ao acumulado 
em igual momento de 2018, os embarques mato-grossenses 
ficaram a frente da movimentação registrada em São Paulo, 
US$ 3,18 bilhões - que ocupa a segunda posição - e do 
Paraná com US$ 2,69 bilhões, terceiro lugar do ranking 
nacional. De janeiro a março do ano passado a receita 
estadual somou US$ 3,94 bilhões, conforme dados do 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 
Nesse período, o melhor momento para o embarque dos 
produtos do agro foi fevereiro, cujo faturamento gerou US$ 
1,38 bilhão. Março foi o segundo melhor mês, com US$ 1,34 
bilhão. Janeiro somou outros US$ 1,07 bilhão. 
O carro-chefe das exportações segue sendo o complexo soja 
(grãos, farelo e óleo), produto que responde por 61,74% da 
receita gerada nos últimos três meses. Com 19,28% de 
participação está o milho. O complexo carnes (aves, suínos e 
bovinos) respondem por 8,84% e o algodão por 8,34%. 
NEGÓCIOS - A receita do agro representa 98% do 
faturamento global registrado pelo Estado nos primeiros três 
meses do ano, em US$ 3,87 bilhões. 
Dados do Ministério da Economia, Indústria, Comércio 
Exterior e Serviços, Mato Grosso encerrou o primeiro 
trimestre do ano ocupando a 5ª posição entre os maiores 
estados exportadores do país. A receita é 5,82% maior frente 
a contabilizada em igual intervalo do ano passado. Ainda 
pelas estatísticas se observa que o saldo da Balança 
Comercial mato-grossense é o segundo maior do período, 
US$ 3,41 bilhões, atrás apenas do verificado em Minas 
Gerais, US$ 3,58 bilhões. 
Esse indicador reflete a diferença entre a receita gerada 
pelas exportações - US$ 3,87 bilhões - e o desembolso para 
custear as importações, que no caso de Mato Grosso somou 
US$ 466,93 milhões, cifras acumuladas de janeiro a março. 
No mesmo momento do ano passado, o saldo comercial 
fechava ligeiramente superior, US$ 3,43 bilhões. 
 
Balança comercial de Mato Grosso 
 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
18 
 
 
BRASIL - No mês de março, as exportações do agronegócio 
somaram US$ 8,64 bilhões, valor 5,3% inferior aos US$ 9,12 
bilhões exportados em março de 2018. A queda do valor 
exportado ocorreu em função, principalmente, da queda dos 
preços internacionais dos produtos exportados pelo Brasil. O 
índice de preço dos produtos exportados pelo agronegócio 
teve redução de 6,4%, porcentagem que foi em parte 
compensada pela elevação de 1,2% no volume das 
exportações. 
A participação dos produtos do agronegócio nas exportações 
brasileiras, teve elevação de 1,5 ponto percentual, chegando 
a 47,6% de participação. O aumento da participação ocorreu 
apesar da queda de 5,3% nas vendas externas dos produtos 
do agronegócio, pois as exportações dos demais produtos 
apresentaram queda superior, de 14,2%. 
Os cinco principais segmentos exportadores do agronegócio 
brasileiro foram: complexo soja (US$ 3,98 bilhões; 46,0% do 
valor exportado); carnes (US$ 1,23 bilhão; 14,3% do valor 
exportado); produtos florestais (US$ 1,10 bilhão; 12,7% do 
valor exportado); café (US$ 467,39 milhões; 5,4% do valor 
exportado); complexo sucroalcooleiro (US$ 392,70 milhões; 
4,5% do valor exportado). 
A participação desses cinco principais segmentos foi de 83% 
do valor total exportado pelo agronegócio brasileiro em 
março. No mesmo mês do ano anterior, as exportações 
desses setores tiveram participação de 84,2% do valor total 
exportado em produtos do agronegócio. Ou seja, houve 
desconcentração nas exportações do setor. 
Fonte: Diário de Cuiabá 
 A tabela a seguir mostra o peso de cada área na pauta das 
exportações de Mato Grosso. Dividimos em produtos 
primários, semi elaborados e elaborados. 
 
 
 A parte com maior destaque nas exportações como mostra o 
gráfico acima são as commodities, que correspondem a mais 
de 90% dos produtos exportados por Mato Grosso. 
 
 O mapa a seguir mostra os destinos dos produtos 
exportados a partir de Mato Grosso. 
 
 
 
 O mapa evidencia um claro domínio das exportações para o 
Sudeste da Ásia, onde destaca-se a China como grande 
comprador das commodities de Mato Grosso. 
 
 O mapa acima mostra as áreas onde ocorre a agricultura em 
Mato Grosso. 
 
DESTAQUES AGRÍCOLAS 
SOJA 
A produção de soja está entre as atividades econômicas que, 
nas últimas décadas, apresentaram crescimentos mais 
expressivos. Isso pode ser atribuído a diversos fatores, 
dentre os quais: desenvolvimento e estruturação de um sólido 
mercado internacional relacionado com o comércio de 
produtos do complexo agroindustrial da soja; consolidação da 
oleaginosa como importante fonte de proteína vegetal, 
especialmente para atender demandas crescentes dos 
setores ligados à produção de produtos de origem animal; 
geração e oferta de tecnologias, que viabilizaram a expansão 
da exploração sojícola para diversas regiões do mundo. No 
contexto mundial, o Brasil possui significativa participação na 
oferta e na demanda de produtos do complexo agroindustrial 
da soja. Isso tem sido possível pelo estabelecimento e 
progresso contínuo de uma cadeia produtiva bem estruturada 
e que desempenha papel fundamental para o 
desenvolvimento econômico-social de várias regiões do País. 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
19 
 
Para destacar a importânciado referido complexo para a 
economia nacional, pode-se utilizar algumas estatísticas 
básicas. 
A soja faz parte do conjunto de atividades agrícolas com 
maior destaque no mercado mundial. Observa-se que a soja 
tem sido o quarto grão mais consumido e produzido 
globalmente, atrás de milho, trigo e arroz, no entanto em 
Mato Grosso a oleaginosa é o principal produto. 
 
Aproximadamente 90% dos grãos consumidos são 
direcionados ao processo de esmagamento, que irá gerar 
farelo e óleo de soja, em uma proporção próxima a (80/20), 
sem considerar as perdas. Assim, o principal produto gerado 
nesse processo será o farelo de soja, que, junto com o milho, 
constituirá matéria-prima essencial para a fabricação de 
rações. Em outros termos, a demanda por soja em grão e seu 
principal produto derivado será dependente do mercado de 
carnes. 
O grande incremento na produção de soja pode ser atribuído 
a diversos fatores, dentre os quais, os seguintes merecem 
destaque: 
1. O grão apresenta elevado teor de proteínas (em torno de 
40%) de excelente qualidade, tanto para a alimentação 
animal quanto huma-na 
2. A oleaginosa possui considerável teor de óleo (ao redor de 
20%), usado para diversos fins, tais como alimentação 
humana e produ-ção de biocombustíveis 
;3. A soja é uma commodity padronizada e uniforme, 
podendo, portan-to, ser produzida e negociada por 
produtores de diversos países; 
4. O cultivo da soja é totalmente mecanizado e bastante 
automatizado; 
5. A commodity é a fonte de proteína vegetal mais consumida 
para produzir proteína animal. Não obstante, seu óleo 
também assume papel importante ao ser o segundo mais 
consumido mundialmente, atrás apenas do óleo de palma. 
Esses mercados sólidos garantem à soja alta liquidez;6. 
Houve expressivo aumento da oferta de tecnologias de 
produção que permitiram ampliar significativamente a área e 
a produtividade da oleaginosa, sobretudo a partir dos anos 
2000. 
 
 
Não obstante as regiões Sul e Centro-Oeste concentrarem 
81,04% da área nacional de soja, a Figura 6 permite observar 
que a soja também tem ampliado sua fronteira nas direções 
norte e nordeste, notadamente na região conhecida como 
MATOPIBA (Maranhão Tocantins, Piauí e Bahia). 
 A expansão da soja no Brasil começa mesmo nos anos 
1970, quando a indústria de óleo começa a ser ampliada. O 
aumento da demanda internacional pelo grão é outro fator 
que contribui para o início dos trabalhos comerciais e em 
grande escala da sojicultura. 
 A ampliação dos plantios de soja no Brasil sempre esteve 
associada ao desenvolvimento rápido de tecnologias e 
pesquisas focadas no atendimento da demanda externa. 
Tanto que na década de 70 a soja já era a principal cultura do 
agronegócio nacional: a produção havia passado do 1,5 
milhão de toneladas em 1970 para mais de 15 milhões de 
toneladas em 1979. Importante notar que essa ampliação 
desde esse início esteve intrinsecamente ligada aos 
investimentos no aumento de produtividade, e não 
necessariamente de área (que de 1,3 milhão de hectares 
passou para 8,8 milhões de hectares na década). Os índices 
de produtividade nesse período saíram do patamar de 1,14 
t/ha para 1,73 t/ha. 
 Um dos importantes agentes desse processo de evolução 
da sojicultura brasileira foi a Embrapa, que tem desenvolvido 
desde esse período novas cultivares adaptadas às condições 
climáticas das regiões produtores, como o Centro-Oeste. A 
Embrapa Soja foi criada em 1975, e a partir da década de 90 
várias agências de pesquisa começam a surgir para atuar no 
segmento 
 A introdução da soja para além dos estados da região Sul 
só foi possível devido ao desenvolvimento de cultivares 
adaptadas ao clima mais quente. A adoção da técnica do 
plantio direto também contribuiu para a inserção do grão na 
agricultura das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. O 
fato de que a soja permite a fixação no solo de nutrientes 
essenciais para o plantio de outras culturas, como o feijão e o 
milho, foi um aspecto positivo para sua expansão no Brasil, 
pois permitiu a adoção de uma entressafra produtiva. 
 O desenvolvimento de cultivares tolerantes a herbicidas 
chega ao Brasil em 1995, quando o Governo Federal aprova 
a Lei de Biossegurança, permitindo então o cultivo de plantas 
de soja transgênicas em caráter experimental. A lei é 
atualizada em 2005, regulamentando definitivamente o 
plantio e a comercialização de cultivares transgênicas no 
Brasil. 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
20 
 
 Esse processo de consolidação da sojicultura no País foi 
fundamental para o desenvolvimento de toda uma cadeia 
produtiva, incluindo investimentos privados e públicos em 
estruturas de armazenagem, unidades de processamento do 
grão e modais para transporte e exportação da soja e seus 
derivados. Além disso, a soja brasileira permitiu uma maior 
viabilidade comercial para a atividade pecuária, devido ao 
fato de que se trata de uma matéria-prima estratégica para a 
produção de ração animal para gado bovino, suíno e aves. 
 Outra conseqüência positiva da sojicultura no Brasil foi o 
processo de desenvolvimento urbano dos municípios ligados 
à cultura, principalmente nos estados do Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste do País. 
 
Em Mato Grosso 
 É na esteira da expansão da sojicultura para além das 
fronteiras do Rio Grande do Sul que Mato Grosso entra no 
cenário nacional de produção do grão. Cidades como 
Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, 
Primavera do Leste, Campo Verde, Campo Novo, Sapezal e 
Tangará da Serra, entre outras, surgiram e se desenvolveram 
a partir da cultura da soja. Atualmente, das dez cidades com 
maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, 
nove têm na sojicultura sua base econômica. 
 
 
Se por um lado havia terra farta e mais barata em Mato 
Grosso da década de 70, o solo não era muito propício. Foi 
preciso uma forte ação de desenvolvimento de pesquisas, 
tendo a Fundação Mato Grosso como principal expoente, 
para que se pudesse criar todo um know how para a inserção 
da cultura no Estado. Outro fator complicador era a 
infraestrutura de logística, tanto para o escoamento da 
produção, quanto para o recebimento de insumos. Em alguns 
municípios, produtores e gestores públicos pavimentaram 
rodovias, criaram novas estradas e investiram em uma rede 
básica de serviços para dar conta das necessidades que a 
nova cultura trazia. 
 
Em 2005, quando foi criada a Aprosoja, Mato Grosso já era o 
campeão nacional de produção e produtividade de soja. Mas 
vários problemas ainda dificultavam a evolução da cultura, 
como logística e endividamento dos produtores. Nessa 
mesma época, o Governo do Estado cria o Fundo Estadual 
de Apoio à Cultura da Soja (Facs), permitindo o 
estabelecimento de uma série de projetos que visam dar 
condições para o desenvolvimento da sojicultura. 
Atualmente Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil, 
sendo que a maior parte é plantada nas área do Planalto dos 
Parecis. 
 
 
 
 
MILHO 
 
No Brasil 
No país o milho já era cultivado pelos índios antes mesmo da 
chegada dos portugueses, já que eles utilizavam o grão como 
um dos principais itens de sua dieta. 
Mas foi com a chegada dos colonizadores, cerca de 500 anos 
atrás, que o consumo do cereal no país aumentou 
http://www.fatodigital.com.br/
 
www.fatodigital.com.br 
21 
 
consideravelmente e passou a integrar o hábito alimentar da 
população. 
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, no período 
Brasil-Colônia, os escravos africanos tinham no milho, além 
da mandioca, como um de seus principais alimentos. 
Em Mato Grosso 
O cultivo do milho, em escala comercial em Mato Grosso, 
pode ser considerado atividade recente. O início