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 O ENSINO EM TEMPOS DE PANDEMIA E 
AS PL ATAFORMAS TECNOLÓGICAS 
Deborah Gomes de Paula
Joana da Silva Ormundo
1. Introdução
A pandemia propagada pela Covid-19 trouxe mudanças para 
diversas esferas da sociedade, incluindo a educacional. A mudança 
mais brusca foi a alteração da modalidade de ensino, migrando de 
modo presencial para o ensino remoto emergencial. 
No início de 2020, o mundo se viu abatido por uma das maio-
res pandemias do século. O vírus que surgiu na cidade de Wuhan, 
na China, se espalhou rapidamente e chegou a muitos lugares do 
mundo, até mesmo ao Brasil. O novo vírus, chamado de Covid-19, 
tem um alto índice de contágio, por isso, a Organização Mundial 
da Saúde (OMS) decretou o distanciamento social, visando assim 
evitar o avanço e o crescimento do número de casos. No Brasil, o 
número de infectados e mortos cresceu abruptamente de forma que 
para se evitar o contágio foram adotadas algumas normas anun-
ciadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde. Entre as medidas a 
serem adotadas para que o contágio pudesse ser evitado, estavam: 
lavar frequentemente as mãos, usar máscaras ao sair, evitar o conta-
to social, entre outras. Uma das medidas adotadas pelo governo foi 
a quarentena, na qual as pessoas que pudessem teriam que manter 
isolamento social fi cando em suas casas, saindo somente quando 
necessário, o objetivo disto era a diminuição de casos e contágio.
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) anunciou por 
meio da portaria n. 343 no dia 17 de março de 2020, em caráter ex-
cepcional, “a substituição das aulas presenciais por aulas em meios 
digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo Corona-
vírus – Covid-19”. As escolas foram fechadas em São Paulo e com 
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isso as instituições de ensino tiveram que tomar medidas para a 
aprimoramento e continuação do ensino em modalidade remota.
Diante destes novos desafi os e difi culdades a educação teve que 
se reinventar. O ensino que antes acontecia de forma presencial foi 
transferido para o ambiente virtual. Muitas instituições de ensino 
adotaram ferramentas tecnológicas que permitiram que o processo 
de aprendizagem acontecesse de forma remota. 
Segundo Litto (2010) o ensino tradicional costumava ser pauta-
do pela exposição do conhecimento através da fi gura do professor, 
este sendo representado como detentor de todo o conhecimento. 
Por sua vez, os alunos se colocavam como meros reprodutores da-
quilo que ouviam, assumindo uma postura passiva diante do co-
nhecimento. Seguindo um cronograma determinado por determi-
nada instituição, o professor tinha que se planejar entre período 
da explanação do conteúdo e das avaliações. Através dos métodos 
avaliativos (provas bimestrais ou semestrais e trabalhos) o docente 
poderia verifi car se o aluno estava apto para avançar para a próxima 
fase ou não. Nessa metodologia o aluno não era, muitas vezes, visto 
como ser pensante e autônomo, mas apenas como uma “esponja” 
que absorve o conhecimento por meio da exposição. A centraliza-
ção na fi gura do professor acabava tornando o aluno um simples 
expectador, o que de certa forma poderia acarretar sérios problemas 
para sua autonomia e aprendizagem. 
Os métodos de ensino tradicionais acabaram por se chocar com 
as transformações acarretadas pela chegada das novas tecnologias. 
O aluno, ouvinte passivo, passou a ter acesso a qualquer informação 
de forma instantânea através das mídias sociais.
De modo geral, há dois tipos de ensino na sociedade contem-
porânea, o ensino presencial e o ensino à distância. O ensino pre-
sencial costumava acontecer integralmente em sala de aula, em que 
o aluno ocupava as carteiras da escola e o professor desenvolvia 
na lousa o tema diário da aula. O ensino à distância acontece em 
ambiente virtual e é aquele em que o professor não está fi sicamente 
com os seus alunos, muitas vezes ele acontece com aulas gravadas 
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nas quais o aluno é orientado a fazer certas atividades ou participar 
de fóruns de discussão. Do ponto de vista metodológico, pode-se 
pensar que tal ensino seja mais propicio à implementação de meto-
dologias ativas, utilizando as tecnologias como aliadas na busca do 
conhecimento, no entanto, deve-se considerar as especifi cidades de 
cada meio e as realidades e difi culdades encontradas nesses meios. 
A tecnologia precisa ser usada como uma ferramenta de suporte 
para a aquisição do conhecimento e não como uma solucionadora 
dos problemas. Diante desta contextualização, chegamos aos dias 
atuais, nos quais, repentinamente, desencadeou-se uma nova situa-
ção fora do comum que balançou os alicerces da educação. 
As aulas presenciais foram suspensas e as instituições de ensino 
se viram obrigadas a adotar novas formas pedagógicas de ensinar 
para que o processo de aprendizagem dos alunos não fosse prejudi-
cado. A “migração” integral para o ambiente virtual foi requerida, 
mas nem todos estavam preparados para a situação. Adotou-se me-
todologias pedagógicas de ensino à distância para o ensino remoto. 
No entanto, é preciso destacar que as atividades remotas e educação 
a distância (EaD) não podem ser vistas como sinônimas, pois o en-
sino remoto é visto como uma solução temporária com a fi nalidade 
de minimizar os impactos na aprendizagem dos alunos em situa-
ções atípicas, como neste período de pandemia, em que o ensino 
integralmente de modo presencial deixou de acontecer.
Freitas (2009) diz que os sujeitos que nasceram nessa geração 
da cibercultura, e estão envoltos por esse mundo globalizado, são 
chamados de “nativos digitais”, visto que eles já são inseridos às 
ferramentas digitais desde tenra idade, enquanto que os profes-
sores, por sua vez, tantas vezes encontram difi culdades e desafi os 
para interagir com essas novas plataformas são chamados de “es-
trangeiros digitais”. Por mais que a tecnologia, aparentemente, faça 
parte da vida cotidiana dos indivíduos do século XXI, nem todos 
se sentem aptos a lidar com ela.
As instituições de ensino tiveram que buscar alternativas de ca-
pacitação para os docentes e ferramentas que se adequassem à nova 
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proposta de ensino remota. Os professores e alunos tiveram que se 
adaptar à nova forma de interação entre professor-aluno, por meio 
de uma tela. Dentro desse ambiente remoto de ensino fez-se neces-
sário a utilização de ferramentas e plataformas que pudessem me-
diar a aprendizagem, utilizando a mediação assíncrona ou síncrona. 
A mediação assíncrona é a mais conhecida quando se fala de 
EaD, visto que não acontece em tempo real. Um exemplo disso são 
as videoaulas que são gravadas em determinado momento, com certa 
organização e determinação de tempo, logo após fi cando disponível 
em uma nuvem de hospedagem do ambiente virtual. Este conteúdo 
fi ca disponível na plataforma para que o aluno assista em momen-
to posterior. Já a mediação síncrona é aquela que acontece quando 
se fala, em tempo real. A comunicação precisa acontecer de forma 
instantânea. Um exemplo disso são as lives, transmissões de vídeo 
ao vivo que permitem interação através de comentários e perguntas. 
 2. Plataformas tecnológicas
A partir do surgimento das novas tecnologias da informação e 
comunicação (TICs), em meados dos anos 60, a sociedade sofreu 
fortes mudanças nos âmbitos social, histórico, econômico até mes-
mo a educação foi afetada por isto. A importância das novas tecno-
logias é notada quando o docente que domina um modelo clássico 
de comunicação e informação, consegue fazer o bom uso destas no-
vas ferramentas mediando os processos de ensino e aprendizagem. 
Castells (2007) diz que apesar da difusão da internet não é 
possível apenas pensar que se colocar as tecnologias à disposição 
de todos será a solução. Ainda argumenta que seria necessário que 
especifi camente e intrinsecamente os novos meios de comunicação 
e as novas tecnologias,como um todo, fossem analisadas de forma 
singular para se propor novas maneiras de se lidar com elas. 
Lévy (2000) argumenta que o impacto da tecnologia trouxe 
formas de repensar rotas signifi cativas trocando as antigas ferra-
mentas por outras que não substituem a antiga, mas que agregam 
valor a ela, e acrescenta
Educação em tempos pandêmicos: contextos, avanços e desafi os
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É impossível separar o humano de seu ambiente material, 
assim como dos signos e das imagens por meio dos quais 
ele atribui sentido à vida e ao mundo. Da mesma forma, 
não podemos separar o mundo material — e menos ainda 
sua parte artifi cial — das idéias por meio das quais os obje-
tos técnicos são concebidos e utilizados, nem dos humanos 
que os inventam, produzem e utilizam. (Lévy, 2000, p. 19)
A partir dessa ideia é possível pensar que aquilo que surge, 
através da interface técnica da tecnologia existe, num ciberespaço, 
numa diferente realidade, se tornaria a extensão do tempo material 
do mundo real em que vivemos. 
Logo, entende-se que o uso das tecnologias na educação não 
poderia ser ignorado, na medida em que, é uma ferramenta que 
auxilia no processo de ensino e aprendizagem, pois a tecnologia 
está presente em todos os ambientes da sociedade. Apesar do de-
safi o da inserção de ferramentas tecnológicas no ambiente educa-
cional, isso é necessário para que assim os alunos possam adquirir 
competências e habilidades que permitam estar inseridos no mun-
do globalizado que os cerca. 
De modo geral, a contribuição dos artefatos computacionais, 
pode ser considerada positiva, pois, a sua inserção no ambiente da 
sala de aula pode acarretar algumas mudanças na interatividade, no 
entanto, a tecnologia, por si só, não é capaz de trazer uma mudança 
por completo na educação. Por isso, é necessário que o professor 
desenvolva uma nova perspectiva, pois os seus alunos são seres in-
dividuais com valores, ideias e convicções, e faça, frequentemente, 
refl exões sobre suas práticas pedagógicas. O docente também deve 
estar disposto a adotar estratégias que colaborem para que os seus 
alunos compreendam o conteúdo e se envolvam na aprendizagem 
sendo agentes ativos na busca pelo conhecimento. Estas estratégias 
são necessárias, na medida em que, podem defi nir os melhores cami-
nhos para aprendizagem signifi cativa dos discentes, considerando o 
contexto em que eles estão inseridos e suas respectivas difi culdades.
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Diante do cenário atual, no qual o ensino está acontecendo 
virtualmente, fez-se necessário a ampliação ou iniciação do uso 
de tecnologias educacionais para dar continuidade ao processo 
de aprendizagem. Para tanto, fez-se necessário que as institui-
ções de ensino buscassem plataformas para mediar o ensino e 
aplicação de atividades e avaliações. Existem diversas platafor-
mas, no entanto, o presente trabalho trata de algumas ferra-
mentas tecnológicas que se destacaram no contexto de ensino à 
distância, por suas diversas funcionalidades e possibilidades de 
interação. Antes de falarmos sobre cada uma delas é preciso que 
se entenda que a forma de mediação no ambiente virtual pode 
acontecer de duas formas: assíncrona e síncrona. 
Segundo Oliveira (2020) as duas mediações têm suas especifi -
cidades e, sendo assim, para o ensino completo, o ideal é mesclar 
a mediação da aprendizagem combinando ferramentas síncronas e 
assíncronas, a fi m de que os professores possam oferecer aos seus 
alunos uma inovadora experiência no ensino .
 3. Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)
A globalização trouxe diversas mudanças para a sociedade, e 
ainda mais para o que consideramos de suma importância para este 
presente trabalho, o âmbito educacional, este enfrentou diversos de-
safi os, como exemplo, a inserção de artefatos tecnológicos integrados 
as novas metodologias pedagógicas. Os avanços dessas mudanças 
ocorreram de forma tão instantânea e fora de todo e qualquer con-
trole que se fez necessário a implementação de uma educação que iria 
além das fronteiras do ensino presencial, e para ancorar este aparato 
criou-se aquilo que é chamado de ambiente virtual de aprendizagem.
Segundo Vasconcelos, Jesus e Santos (2020) a globalização 
trouxe ao sujeito novas formas de comunicação, interação e abriu 
novos caminhos para aprendizagem em ambiente virtual. O Am-
biente Virtual de Aprendizagem, popularmente conhecido como 
AVA, não é apenas um software, mas um espaço de aprendizagem 
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criado a partir de ferramentas e softwares especialistas que facilitam 
a criação de ambientes virtuais. Esses espaços são usados para inter-
mediação e facilitação da aprendizagem, podem ser colaborativos 
ou não, isto depende da estratégia metodológica empregada, por 
isso se faz necessário perceber se a construção coletiva e colaborati-
va do conhecimento é privilegiada.
Os AVAs são sistemas de gerenciamento de cursos on-line que fa-
cilitam a criação de um ambiente educacional colaborativo, baseado 
em interface web, permitindo que o conhecimento seja construído 
por dois ou mais indivíduos mediante discussão e refl exão. O AVA 
tem diversas caraterísticas e qualidades relacionadas à linguagem 
gráfi ca e textual, outras relativas as arquiteturas da informação e 
navegação e ainda outras relacionadas com a interação que o indiví-
duo tem com o conteúdo e com os outros internautas. O AVA é de-
senvolvido a partir de sistemas de gerenciamento da aprendizagem. 
Estes sistemas, também denominados de sistemas de gerenciamento 
da aprendizagem online, são softwares especializados em gerenciar 
atividades de ensino e aprendizagem online, são constituídos por 
bancos de dados, ferramentas de gestão de atividades acadêmicas ou 
didáticas, ferramentas de publicação de conteúdo e de comunicação. 
4. Moodle
O Moodle é uma plataforma para construção e administração 
de cursos on-line, tendo se popularizado como um ambiente virtual 
de aprendizagem se tornou uma ferramenta muito utilizada para 
estes fi ns. Fernandes e Dantas (2009) afi rma que já foi traduzido 
que o programa já foi traduzido para 75 idiomas e é utilizado por 
mais de 200 países. O Moodle foi concebido, por Martin Dougia-
mas em 2001, com base na fi losofi a de software livre, se tornan-
do, posteriormente uma ferramenta de apoio à aprendizagem, pois 
qualquer indivíduo pode acessá-lo de forma gratuita. O software 
tem variados recursos disponíveis para auxiliar na interação e de-
senvolvimento das atividades.
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 É um sistema de administração de atividades educacionais desti-
nado às comunidades on-line em ambientes virtuais, permitindo que 
estudantes e professores se integrem, de forma simplifi cada, seja estu-
dando ou lecionando. O Moodle oferece uma variedade de recursos 
pedagógicos (fórum, tarefa, questionário, blog, wiki, chat, glossário, 
pesquisa de avaliação, além da base de dados), onde os alunos podem 
experimentar, testar, explorar cada recurso e suas variações, pois esta 
é a melhor forma de aprender a utilizar e conhecer as possibilidades 
formativas fornecidas pelo AVA. Permite a criação de curso online, 
páginas de disciplinas, grupos de trabalhos e comunidades de apren-
dizage m. A plataforma permite também a transmissão e organização 
dos conteúdos de materiais de apoio às aulas e páginas da Web, além 
de facilitar a comunicação síncrona e assíncrona.
5. Google Classroom
O Google Classroom é uma plataforma utilizada para o ensino à 
distância ou mediação com metodologias ativas, através do ensino hí-
brido. Nessa plataforma é possível fazer uma mediação remota, pois 
não necessita de uma instalação local e um servidor exclusivo. É uma 
ferramenta online que permite a intermediação de aula e comparti-
lhamentos de conteúdos entre alunos e professores. Além de permitir 
acesso a outros recursos disponibilizados pelo Google, como: Gmail, 
Google Drive, Hangouts,Google Docs, Google Forms (Google Clas-
sroom, 2020). É possível que os usuários tenham acesso à plataforma 
por meio de smartphones e tablets, baixando o aplicativo disponível 
na Google Play e Apple Store, plataformas de serviços de distribuição 
de aplicativos. O sistema de feedback é um de seus diferenciais, visto 
que permite que o professor acompanhe a aprendizagem do aluno, e 
que este saiba aquilo que precisa melhorar. Há um sistema de posta-
gens de atividades que permite que o aluno receba uma notifi cação 
em seu e-mail no momento em que ela foi postada, isso permite que 
o discente esteja sempre atento sobre os novos conteúdos que são in-
seridos no ambiente virtual, o que pode facilitar a interação e engaja-
mento entre a turma. (Google Classroom, 2020).
Educação em tempos pandêmicos: contextos, avanços e desafi os
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O Google Classroom vem sendo aprimorado constantemente 
pelos seus criadores por meio de feedbacks fornecidos pelos usu-
ários da plataforma. Daudt (2015) cita algumas contribuições do 
Google Classroom que são: criação de turmas virtuais; lançamento 
de comunicados; criação de avaliações; receber os trabalhos dos alu-
nos; organização de todo material de maneira facilitada e otimiza-
ção da comunicação entre professor e aluno. O Google Classroom 
é visto como uma proposta de ferramentas assíncronas da educação 
remota, pois são aquelas consideradas desconectadas do momento 
real, não sendo necessário que os alunos e professores estejam co-
nectados ao mesmo tempo para que as tarefas sejam concluídas. Por 
isso, o aluno tem todo o conteúdo a qualquer momento na platafor-
ma, podendo acessá-lo no horário que puder. 
6. Google Meet
O Google Meet é uma plataforma de videoconferência que per-
mite reuniões com até 250 participantes com um tempo de dura-
ção média de uma hora para que aqueles que tem acesso gratuito. 
De acordo com Google (2020) “escolas podem utilizar os recursos 
avançados oferecidos pela plataforma como, por exemplo, reuniões 
com até 250 participantes. As escolas podem usar o Google Meet 
gratuitamente como parte do G Suite for Education.
Fazendo parte do G Suíte é uma ferramenta de interface de 
fácil uso que permite acesso via web ou através de smartphones 
e tablets com sistemas operacionais iOS e Android. É necessário 
ter uma conta no Google para criar uma reunião. A ferramenta 
pode ser usada para aulas que aconteçam de forma síncrona, já que 
permite fazer reuniões em tempo real. Como o Meet é totalmente 
integrado ao G Suite – serviço que disponibiliza versões dos produ-
tos Google – é possível participar de reuniões a partir de um evento 
do Agenda ou um convite por e-mail. O professor que tem acesso a 
plataforma Google Classroom pode marcar dia e horário para uma 
reunião Meet e seus alunos são notifi cados através de seus e-mails.
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Todos os detalhes importantes do evento estão disponíveis 
quando necessário: seja em um laptop ou em um smar-
tphone. O hardware Google Meet conecta qualquer sala 
de reunião ou espaço a uma videochamada com um único 
clique. (Google, 2020)
Utilizando essa ferramenta o professor consegue interagir com 
os seus alunos em tempo real, além de possibilitar a criação de gru-
pos para realização de atividades. É necessário que o docente crie 
salas paralelas para cada grupo. Quando reunidos em grupos os 
alunos podem trocar ideais e debater sobre determinado tema ex-
posto em aula. E o professor sendo participante da sala de todos os 
grupos se torna um intermediador dos processos de aprendizado, 
tirando dúvidas e auxiliando-os. 
7. Zoom
O Zoom é um serviço de videoconferência baseado em nu-
vem que você pode usar para se encontrar virtualmente com ou-
tras pessoas - por vídeo ou somente áudio ou ambos, durante a 
realização de bate-papos ao vivo. As sessões podem ser gravadas 
para visualização posterior. 
Zoom Cloud Meetings é uma das maiores empresas de tele-
conferência do mundo. É um aplicativo fundamental para quem 
precisa realizar ou participar de reuniões em vídeo, podendo ser re-
alizadas em dispositivos móveis com sistemas operacionais Android 
ou iOS. No Zoom é possível convidar os participantes por e-mail, 
SMS e redes sociais. Possui também a possibilidade de comparti-
lhamento de arquivos, textos e apresentações durante as chamadas.
Com o lema “Aprendizado moderno para o aluno moderno”, o 
aplicativo abriga mais de 17.000 mil instituições educacionais, 96% 
delas são as principais universidades dos Estados Unidos da América 
(EUA), que potencializam o processo de aprendizagem dos alunos 
usando a ferramenta para aulas virtuais e híbridas, tarefas adminis-
trativas e reuniões. (Zoom, 2020). Na versão gratuita, a ferramenta 
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permite realizar reuniões virtuais com até 100 participantes, com 
duração de 40 minutos no máximo. O Zoom permite acessar apre-
sentações, vídeos, documentos e outros arquivos hospedados em nu-
vem para apresentar aos outros usuários durante a videoconferência 
(Zoom, 2020), o que favorece a apresentação do conteúdo ministra-
do pelo professor. O layout oportuniza que todos os participantes 
apareçam na tela, lado a lado, como se estivessem em sala de aula. 
Assim como ocorre na sala de aula presencial, esta modalidade 
facilita a praticidade para tirar dúvidas. O professor pode aumentar 
a participação dos alunos em discussões temáticas, obtendo feed-
back sobre as principais dúvidas e permitindo que eles façam suas 
perguntas e sejam valorizados no processo de aprendizagem. Nas 
aulas remotas síncronas é necessário que a participação do aluno 
seja ativa da mesma maneira que estaria em uma aula presencial. As 
videoconferências no Zoom são exemplos claros de aulas remotas 
em ferramentas síncronas, sendo que acontecem com horário mar-
cado via transmissão em tempo real. O aluno é convidado para par-
ticipar da aula por meio de um link, que o direciona para o encon-
tro virtual no exato momento em que é transmitido (Zoom, 2020). 
As aulas podem ser concebidas no formato de videoconferência: 
quando proporciona o contato audiovisual entre seus participantes; 
ou áudio-conferencia: quando possibilita a comunicação e a inte-
ração seja realizada por meio de áudios. Independente do formato 
escolhido, também existe a possibilidade de gravar a aula para que 
ela seja assistida ou ouvida outras vezes – de maneira assíncrona. 
8. Teams
De acordo com o site da Microsoft, o Teams é um software 
desenvolvido para a cooperação de equipes. O conceito inicial do 
aplicativo foi desenhado para colaboração de equipes corporativas, 
mas recentemente tem sido utilizado também para fi ns educacio-
nais. Pensando na fi nalidade educacional, o Microsoft Teams fun-
ciona como um hub digital (hub é o equipamento utilizado na área 
da informática para realizar a conexão de computadores de uma 
rede) entre professores, alunos e coordenações de curso e direção da 
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unidade acadêmica. Ele reúne conversas, conteúdo e aplicativos em 
um só lugar, simplifi cando o fl uxo de trabalho dos coordenadores 
e diretores ao mesmo tempo que permite que os professores criem 
ambientes personalizados de aprendizado. 
O professor pode criar suas salas de aula colaborativas, persona-
lizar o aprendizado com tarefas, conectar-se com os alunos, otimi-
zando a comunicação. Nas equipes, os professores podem conversar 
rapidamente com os alunos, compartilhar arquivos e sites, criar um 
bloco de anotações de classe do OneNote e distribuir e classifi car 
tarefas. Os alunos são livres para usar as ferramentas da Microsoft 
com as quais estão mais familiarizados – Word, PowerPoint, One-
Note e Excel –, além de acessar sites e outros aplicativos de terceiros 
usados com frequência. Os blocos de anotações de classe OneNote 
estão também integrados e o gerenciamento de tarefas de ponta 
a ponta permitem que os professores organizemaulas interativas, 
ofereçam aprendizado personalizado e forneçam feedback. Assim, 
é uma ferramenta que pode ajudar nas tarefas administrativas e 
de sala de aula dos professores. Direção, coordenação e professores 
podem se comunicar e colaborar com toda a equipe em um lo-
cal. Políticas e procedimentos, formulários, instruções para várias 
tarefas e responsabilidades, sites dentre outros materiais podem ser 
compartilhados nas equipes para acesso rápido. O Teams também 
oferece suporte a reuniões on-line com compartilhamento de tela e 
anotação do quadro branco que podem ser gravadas, salvas automa-
ticamente e transcritas no Stream (Microsoft Teams, 2020).
 À guisa de conclusão
A educação a distância (EaD) propicia uma aprendizagem co-
laborativa, na qual há um distanciamento do método de ensino 
tradicional que privilegia o professor, e passa a estar centralizado 
na fi gura do aluno. Freire (1996) afi rma que ensinar não é a trans-
ferência de conteúdo, mas criar caminhos e possibilidades para a 
construção do conhecimento. Na modalidade de ensino à distân-
cia, para além do contexto de sala de aula como ambiente físico, 
são perceptíveis as mudanças na estrutura de ensino e aprendiza-
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gem. O aluno pode se tornar mais autônomo e protagonista do seu 
aprendizado enquanto o professor tem um papel de acompanhar o 
aluno, exercendo a função de mediador do conhecimento, guiando 
o aluno pelo caminho da aprendizagem signifi cativa. O professor, 
como tutor, pode auxiliar o aluno durante o processo de busca de 
conhecimento, acompanhando o seu desenvolvimento, estando 
disponível para responder eventuais dúvidas e dando feedback às 
atividades realizadas no ambiente virtual.
A mudança temporal e espacial da sala de aula não tirou do 
docente a responsabilidade de se preocupar com suas as práticas 
pedagógicas. O docente ainda tem que planejar o conteúdo que será 
ensinado, fazer o plano de aula defi nindo objetivos e estratégias de 
aprendizagem, assim como gravar videoaulas, quando necessário e 
buscar materiais e planejar em atividades e avaliações. A diferença é 
que no ensino presencial o professor poderia verifi car, no momento 
da aula, possíveis adaptações que seriam necessárias fazer para que 
os alunos pudessem assimilar o conteúdo, por conseguinte no en-
sino à distância a contextualização de tempo e espaço são distintas 
o que difi culta essa adaptação. Todavia, é possível que o professor 
possa verifi car as difi culdades do aluno por meio de atividades e 
interações na sala de aula virtual. O docente na aprendizagem à 
distância também terá a função de distribuir os grupos de alunos 
aleatoriamente ou permitir que eles mesmos se dividam em gru-
pos para realização de atividades assíncronas, tais como: debates ou 
postagens de atividade no ambiente virtual. 
Maciel (2018) afi rma que o professor muitas vezes poderá exer-
cer a função de observador, pois irá acompanhar e intervir nas ativi-
dades que estão sendo realizadas, em outros momentos agirá como 
um agente de apoio que estimulará a participação dos alunos, aju-
dando em situações diversas e na resolução de dúvidas. Apesar disso 
é necessário que se considere que é preciso perceber os contextos 
reais de aprendizagem em que essas práticas se darão não crian-
do estereótipos inalcançáveis. O desenvolvimento de atividades 
pedagógicas que desenvolvam a colaboração deve ter planejamen-
to prévio engajando os alunos a irem além do que está disponível 
na plataforma virtual e buscarem informações complementares ao 
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conteúdo. Para isso, é necessário que o docente conduza o discente 
a buscar o conhecimento pelo conhecimento e não como uma fer-
ramenta utilitária com um fi m em si mesmo.
Para Maciel (2018) ser professor, atualmente, é encarar os novos 
desafi os que surgem criando espaços de aprendizagem pensando 
em adaptações que facilitem a aprendizagem do aluno. Além disso, 
os autores destacam que o professor precisa acreditar em sua prática 
e pensar criticamente sobre ela, investindo em capitação profi ssio-
nal que o ajudará a implementar estratégias para que aprendizagem 
seja mais signifi cativa e colaborativa. Pensando na modalidade a 
distância é necessário que o docente crie propostas didáticas que 
permitam que aluno tenha espaços de interação com o conteúdo 
dentro e fora da sala de aula virtual. 
Em síntese, de modo geral o ensino mediado por tecnologias 
vem sendo pensado como uma alternativa para fl exibilizar o am-
biente presencial, juntamente com o uso de tecnologias, no entan-
to, se faz necessário um planejamento por parte das instituições de 
ensino, pois além de incentivar a autonomia e a motivação do alu-
no, se faz necessário providenciar o acesso à internet para àqueles 
que não têm e pensar em capacitação para professores que, muitas 
vezes, se sentiram despreparados para dar aula neste contexto de 
ensino em ambiente virtual.
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Educação em tempos pandêmicos: contextos, avanços e desafi os
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