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RESUMO 3p - ACUMULAÇÃO CAPITALISTA

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ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E DESIGUALDADE SOCIAL
ACUMULAÇÃO CAPITALISTA é um sinônimo de riqueza, acumular dinheiro, acumular bens, acumular capital, tornar-se rico. Só que vamos falar do tipo de acumulação capitalista que vem da DESIGUALDADE SOCIAL. Não vamos pensar na acumulação capitalista que é fruto da sorte, que é fruto do empenho, da criatividade, essas coisas não tem nada de errado, ser rico não tem nada de errado desde que não explore alguém, desde que não cometa injustiças. Mas infelizmente o sistema capitalista tem a desigualdade como um fator necessário para o seu funcionamento, não tem como existir capitalismo sem existir pobreza. Então vamos falar da acumulação capitalista oriunda, ocasionada pela desigualdade social.
AULA 1 – ELEMENTOS DA ACUMULAÇÃO 
Pg. 29 – 1.2 VÁRIAS FASES DO CAPITALISMO
· SOBRE O SERVIÇO SOCIAL – Há uma contradição no exercício profissional do Assistente Social que é reflexo das contradições presentes nas relações sociais que compõem a sociedade capitalista. Que contradição é essa? Bom o Assistente Social prioriza o ser humano, trabalha pelo resgate da dignidade humana só que pra conseguir esse resgate é imperativo lutar contra o capital, só que nós não vivemos sem o capital. Por um lado você luta contra a empresa e sua sede de lucro, de capital, a “mais valia” de Marx, a exploração, mas por outro você precisa que a empresa tenha esse lucro porque esse lucro vai garantir o teu trabalho, então há uma contradição nessa profissão.
· O Assistente Social tem vasto campo pra trabalhar pelas pessoas que necessitam, sua contribuição se dará atuando tanto no campo das políticas públicas, quanto nas empresas ou nos movimentos sociais.
· As demandas do capital como forma de garantias do controle social e de reprodução da ideologia dominante. O capital controla a sociedade. Houve um momento em que a burguesia ascendeu ao poder, o poder não era dado a burguesia, o poder era dado a nobreza, você tinha que ter sangue real, tinha que fazer parte da nobreza para sentar no trono, mas a partir de Jonh Locke, foi legitimado o acesso da burguesia ao poder e quando chega ao poder exerce o controle social e reproduz a sua ideologia (uma verdade particular de uma pessoa ou grupo que nos é apresentado como a verdade em si).
· A legitimidade (aquilo que está na lei) das demandas da classe trabalhadora, com ênfase na busca do acesso e ampliação dos serviços sociais. Ou seja, os direitos que são dados ao trabalhador não são caridade, não é um favor, são direitos legais,garantidos em lei na declaração universal dos direitos humanos e na nossa constituição federal (infelizmente essas garantias são só no papel).
· É preciso desmistificar relações tidas como naturais (relação rico – pobre). A pobreza não é natural (“natu” do latim, nascido), a pobreza não tem que nascer na nossa sociedade, ela nasce como efeito da desigualdade social, se houvesse vontade política nosso país poderia acabar com a pobreza, era só investir em trabalho.
· SURGIMENTO DO CAPITALISMO – O capitalismo tem a sua origem entre os séculos XV e XVIII. Dinheiro sempre existiu, o que não existia era a maneira como se planeja extrair dinheiro do dinheiro e dinheiro do trabalho. A racionalidade sobre o capital é que não existia e nasce nessa época. Nessa época aconteceu o renascimento urbano, o renascimento das cidades. Quando o Império Romano caiu e chegaram os bárbaros, toda a nobreza teve que fugir as cidades, tanto a alta nobreza composta pelo rei ou imperador, quanto a baixa nobreza composta pelos duques, condes, viscondes e barões. A invasão dos bárbaros fez com que todos eles saíssem das cidades e fossem para o campo. Como não queriam trabalhar no campo porque eram nobres, davam um pedacinho de terra para algumas famílias e combinavam que metade da semana trabalhavam pra si mesmos e a outra metade para os nobres (época feudal, chamada corvéia). Assim funcionou por 700 anos, mas quando caiu o Império Romano no Oriente em 1453 se intensificou o comércio na Europa, começou-se a ir para Índia em busca de especiarias e temperos, os templários trouxeram dinheiro, 1492 se descobre a América sugando duas riquezas e com tudo isso as cidades começam a renascer e surge a 1ª fase do capitalismo.
Na 1ª fase do capitalismo, o Capitalismo Comercial, surge: a) a apropriação, por parte do capitalista, do valor produzido pelo trabalhador para além do trabalho necessário à subsistência (mais-valia). b) Surge a produção para venda, no sistema feudal se produzia para consumo. c) Surge um mercado em que a força de trabalho é comprada e vendida livremente. O patrão e o empregado se certam entre eles, não precisa do governo. d) Surge a mediação universal das trocas pelo uso do dinheiro, o dinheiro tem um papel diferente a pertir de então. e) Aparecem Aparecimento de novas técnicas e práticas científicotecnológicas (2ª fase – Capitalismo Industrial). f) Tendência ao acumulo de capital nas grandes empresas (monopólios grego “mono” um, “polém” venda, significa um vendendo) (3ª fase – Capitalismo Monopolista).
· AS FASES HISTÓRICAS DO CAPITALISMO
· CAPITALISMO COMERCIAL ou PRÉ-CAPITALISMO que abrange o período do século XVI (1500) ao século XVIII, é uma fase na qual as grandes navegações estavam acontecendo e a Europa toda se mobilizava para se expandir comercialmente através das Grandes Navegações e Expansões Marítimas. As grandes metrópoles começam a explorar suas colônias. Quando seca essa fonte vem a 2ª fase do capitalismo.
· CAPITALISMO INDUSTRIAL - A partir do século XVIII a Europa passa por transformações no que se refere ao modo de produção. Na Inglaterra surgem novas formas de produção (até aqui era manufatura, feito a mão, agora entra a máquina) e os inventos se multiplicam numa velocidade alucinante. Principalmente na Inglaterra se descobre a máquina a vapor, a locomotiva, o tear mecânico. Os capitalistas estavam com dinheiro a mão de tanto explorar aqui então eles compram essas máquinas e continuam ganhando dinheiro. Ocorre então uma inovação tecnológica, esse período do capitalismo é denominado Capitalismo Industrial. Os feudos tinham morrido, as pessoas precisavam continuar trabalhando, então por causa das ofertas de trabalho na cidade por parte das grandes indústrias as pessoa foram deixando o campo e inchando a cidade. Como havia mais gente do que vagas, os empregadores pressionavam seus empregados tendo eles sob ameaça, se não se submetessem as condições quase escravas de trabalho eram substituídos. Como crescimento das indústrias e do seu capital veio o sistema bancário dando início a 3ª fase.
· CAPITALISMO MONOPOLISTA / FINANCEIRO – O banco já existia desde 1200, mas ainda era muito rudimentar, nessa época ele explode, ele evolui, ele cresce e se expande pelo mundo todo. Surgimento dos grandes monopólios (monopólios do grego “mono” um, “polém” venda, significa um vendendo): Indústria petrolífera, indústria de derivados do petróleo (petroquímicas) e mais tarde automotiva. Todos estes fazem parte do monopólio, mas eles conseguem dinheiro com o banco e como você sabe o banco financia tudo isso as custas do contribuinte.
· CAPITALISMO CONCORRENCIAL – Etapa chamada pós-capitalismo, está ligado a Terceira Revolução Industrial que é cibernética, na área da informática, da internet. a) Surge a Economia de mercado, o mundo inteiro vira um mercado só. b) Capitalismo flexível, vai se moldando a sociedade e as diversas condições que ela impõe. Dinheiro e cheque, por exemplo, some, trabalhamos mais com cartão. c) Neoliberalismo de mercado, um liberalismo novo onde a política vai se envolver menos ainda nas tomadas de decisão da economia. Quem manda no mundo não é mais a igreja nem a política, é a economia, a burguesia.
· ACUMULAÇÃO DE CAPITAL – a) A acumulação de capital está intrinsecamente relacionada à contradição histórica entre capital e trabalho, sem essa relação não há acumulação de capital. b) Para Marx, esse processo deve ser analisado sob a composição do capital e as modificações ocorridas no curso da acumulação. Em cadauma das fases do capitalismo que nós vimos se faz acumulação de capital de um modo diferente. Contudo, há algumas características que são comuns a todas elas, vejamos quais são. A acumulação de capital deve ser analisada sob dois aspectos: 
1º) A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL PODE SER ALCANÇADA... POR MEIO DO VALOR – O valor é determinada pela proporção em que se divide o capital constante (valor dos meios de produção) e capital variável (valor da força de trabalho). Então o valor de uma mercadoria é calculado pensando em quanto se paga de salário, em quantas peças a máquina produz, quanto se gasta de energia, impostos, e quanto eu preciso pra continuar no mercado. Agora ocorre a fetichização do produto através da mídia, o produto se torna caro não porque custa muito fazê-lo, mas porque ganhou o mercado, é o caso das marcas, das franquias. 
2º) A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL PODE SER ALCANÇADA... POR MEIO DA MATÉRIA – O capital se decompõe em meios de produção e força de trabalho viva e está relacionado à massa dos meios empregados e a quantidade de trabalho necessária para utilizá-los. Nesse caso o que vai agregar valor, o que vai originar o acumulo de capital é a matéria em si. Então eu tenho que ter mais matéria, mais material pra acumular mais capital. Como? Através do incentivo aos funcionários, premiar, com isso agrega valor a matéria.
3º) A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL PODE SER ALCANÇADA... MAIS VALIA – Idéia de Karl Marx. A mais-valia é a parte do trabalho excedente e não pago ao trabalhador que, na sociedade capitalista, aparece sob a forma disfarçada de lucro. É mais do que lucro. Ter lucro não é errado, a empresa precisa do lucro para se manter, mas existe o excedente do lucro que não é pago ao trabalhador, é a exploração. Para Marx, a produção de mais-valia é a razão de ser da produção capitalista, produzem por causa disso. Temos 2 tipos de mais valia, ABSOLUTA e RELATIVA.
- MAIS VALIA RELATIVA – É retirada do sobre-trabalho (hora extra, trabalho que faz em casa), trabalho abstrato e não trabalho concreto (trabalho concreto é aquele que você tratou, de forma concreta, o abstrato é aquele onde você atinge mais do que foi pago pra fazer – professor dando aula pra turmas de 30, depois de 50, ganhando o mesmo. A escola ganha mais por 50 alunos do que por 30 mas o professor não vê esse dinheiro. É um trabalho a mais, mas não parece mais). 
- MAIS VALIA ABSOLUTA – Com a crescente introdução de máquinas e tecnologias sob o domínio das relações capitalistas, o trabalho se torna mais produtivo e, conseqüentemente, aumenta a mais-valia sob trabalho.
4º) A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL PODE SER ALCANÇADA... EXÉRCITO DE RESERVA – Para Lênin, a concentração de capital (ou acumulação) se adensa na fase imperialista, permitindo a expansão do monopólio para regiões subdesenvolvidas e dependentes em relação às nações industrializadas. A acumulação capitalista, portanto, sempre necessita da geração de uma força de trabalho desnecessária, relativamente excedente, para além das suas necessidades de expansão. Quanto maior a produtividade extraída da força de trabalho pelo proprietário dos meios de produção, maior será a grandeza da sua riqueza e maior será a acumulação de capital. Para haver acumulação é preciso de força de trabalho excedente, sobrando, algo para além das suas necessidades. Isso é chamado de EXÉRCITO DE RESERVA, um contingente excedente, que está ali.
5º) A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL PODE SER ALCANÇADA... SUBSTITUIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO – O capitalista lança mão de estratégias para extrair maior produtividade a custos mais baixos. Por exemplo, substitui a força de trabalho masculina pela feminina ou infantil, troca trabalho qualificado por menos qualificado, introduz máquinas, etc. Troca quem ganha mais por quem ganha menos.
SUPERPOPULAÇÃO RELATIVA (EXÉRCITO DE RESERVA) – Marx define três formas em que a superpopulação relativa, ou seja, esse contingente de desempregados se manifesta:
1º) FLUTUANTE, são os temporários, aqueles que de tempos e tempos consegue trabalho.
2º) MIGRAÇÃO DO CAMPO PARA A CIDADE, o êxodo rural que fez as pessoas irem para cidade.
 
3º) FORMA ESTAGNADA, são os desempregados, há três formas de desempregados: a) os aptos para o trabalho; b) os filhos e órfãos dos indigentes, dos mais pobres; c) os incapazes para o trabalho, pessoas que tem alguma deficiência, por causa de um acidente ou por falta de qualificação, de estudo. É nesta fração da classe trabalhadora que se expande com maior rapidez a pauperização e a miséria. Mas é também parte essencial para o aumento da riqueza capitalista. Esta é para Marx a “lei geral, absoluta, da acumulação capitalista”.
· PAUPERIZAÇÃO – Está na razão direta da expansão da acumulação da riqueza, ou seja, quanto mais cresce a riqueza mais cresce a pobreza. A pauperização atinge os trabalhadores inseridos no mercado de trabalho, haja vista que a relação salarial é sempre estabelecida como necessária a suprir as necessidades básicas do trabalhador e de sua família.
Os burgueses, através da teoria liberal clássica, explicam a existência da pobreza e das desigualdades sociais dizendo que isso tem a ver com a LIBERDADE DE CONCORRÊNCIA; assim, a pobreza decorre das qualidades e das escolhas individuais. Para eles a pessoa que não tem qualidade, não tem competência acaba ficando pobre mesmo. Na verdade:
a) Podemos dizer que as desigualdades sociais podem ser compreendidas através da análise das relações de dominação entre classes, que determinam o sucesso ou o fracasso dos indivíduos.
b) A existência da pobreza pode ser compreendida a partir do estudo das relações de produção resultantes da exploração de uma classe sobre a outra.
c) O empobrecimento de alguns setores sociais no capitalismo decorre da apropriação privada dos meios de produção, que dificulta a ascensão social da maioria.
· ACUMULAÇÃO PRIMITIVA – O processo de acumulação primitiva surgiu com a desestruturação da sociedade feudal, a qual deu lugar à formação da sociedade capitalista. Não tem mais a relação senhor e servo e sim a relação burguês e proletário, ou patrão e empregado. Com a criação da classe operária, isto é, dos não proprietários de meios de produção, destruiu-se os “vínculos sociais feudais pelos quais a maioria dos trabalhadores garantira seu acesso à terra”. A transformação da “propriedade feudal” na “moderna propriedade privada” mudou as relações econômicas na sociedade. Os trabalhadores foram obrigados a sair das terras que cultivavam e mandados para a cidade, engrossando a massa de mendigos e desempregados.
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AULA 2 - “QUESTÃO SOCIAL”
Livro 1.4 (PG. 25 – 28)
· QUESTÃO SOCIAL – A palavra “questão” vem do latim e tem a mesma raiz de “questionamento” que é uma indagação, uma pergunta, então questão é o problema em si, aquilo que você procura numa pergunta. A palavra “social” tem a ver com o nosso relacionamento na coletividade. A definição de questão social não é unânime, mas em síntese é uma análise que a gente faz daquilo que está sendo vivenciado na sociedade capitalista, das desigualdades e do choque entre capital e trabalho, entre burguesia e proletariado. A questão social é a análise da mentalidade, da ideologia presente na sociedade. Um conceito que podemos usar é: “A QUESTÃO SOCIAL” é a expressão do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado (economia e política). É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o conceito proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção além da caridade e da repressão” (IAMAMOTO, 1983, p. 77). Sendo assim a QUESTÃO SOCIAL busca mostrar as contradições e desigualdades geradas pelo modo de produção capitalista, bem como o conflito entre o proletariado e a burguesia e a necessidade de se exigir outros tipos de intervenção além da caridade e da repressão. Em muitos momentos a questão social foi tratadocom violência, com repressão, com cassetete e em outros momentos foi tratado com caridade, com esmola, com assistencialismo, mas nada disso muda a sociedade, o que muda é a racionalidade.
· HISTÓRIA DA QUESTÃO SOCIAL – A expressão surgiu a partir de 1830. Expressão utilizada por diferentes correntes (Esquerda e Direita), a expressão foi utilizada por Alexis de Tocqueville, amigo de Karl Marx que era da direita e por Friedrich Engels, político Francês que era da esquerda. A expressão era utilizada para designar o pauperismo gerado (probreza fabricada) pela primeira onda da Revolução Industrial que trouxe o processo capitalista. Porque aconteceu essa pobreza fabricada? Os feudos tinham morrido, as pessoas precisavam continuar trabalhando, então por causa das ofertas de trabalho na cidade por parte das grandes indústrias as pessoas foram deixando o campo e inchando a cidade. Acontece então a exploração dos trabalhadores e o aumento da pobreza. Pela primeira vez na história registrada, a pobreza crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas. Tanto mais a sociedade se revelava capaz de progressivamente produzir mais bens e serviços, tanto mais aumentava o contingente de seus membros que, além de não terem acesso efetivo a tais bens e serviços, viam-se despossuídos das condições materiais de vida de que dispunham anteriormente. O camponês anteriormente, na roça tinha pelo menos comida na mesa, tinha campos, criações, mas na cidade não tem. Pobreza sempre existiu, mas antes ela era oriunda da escassez, da falta de alimento por causa de desastres naturais, empobrecimento do solo e etc. Mas quando foi resolvido o problema da escassez, pelo aumento da produção (Revolução Industrial), a pobreza passa a ocorrer por conta da exploração a que a classe trabalhadora é submetida (mais valia). Então a pobreza passou a ser gerada não mais pela escassez, mas pela acumulação. A pobreza por escassez é a pobreza antiga, a pobreza por acumulação é a pobreza nova.
· A ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADOR DO SÉC XIX – Os trabalhadores sentiram esse choque entre os seus interesses e o interesse do patrão e eles começaram a se organizar pra lidar com essa questão:
a) TRADE UNIONS: “Trade” é negócio e “Unions” é união, então essa organização era a união dos negociantes. Esse tipo de organização é que antecedeu os sindicatos; uma forma de organização de trabalhadores no século XIX. É diferente do sindicato porque permitia que negociantes de vários ramos estivessem ali, hoje é divido por categorias. A Principal estratégia das Trade Unions era a GREVE, para tudo.
b) LUDDISMO: Esse movimento leva o nome do seu organizador Ned Ludd de quem se sabe muito pouco. Mas esse é o movimento de quebra das máquinas que ocorreu no período de 1811-1817. Interessante que esse não foi um movimento de revolta contra o patrão, mas contra as máquinas e promoviam a destruição organizada das máquinas de tecelagens.
O interessante desses movimentos e seus organizadores é que eles conseguiram o que buscavam, houve um momento em que o Estado percebeu que a quebradeira estava tão grande e os prejuízos tão acirrados que é melhor parar as empresas até os ânimos acalmarem. Claro que depois de um período volta de novo, lentamente, com mais cuidado com o trabalhador.
c) LIGA DOS JUSTOS ou LIGA COMUNISTA – A LIGA DOS JUSTOS foi fundada em 1836 e funcionou até 1842, depois ela mudou o nome e se tornou LIGA COMUNISTA. Eles encomendaram um panfleto, uma publicação para conscientizar a classe trabalhadora. Surge então o MANIFESTO COMUNISTA escrito por Marx e Engels. Entre tantas idéias boas que são apresentadas, Marx diz que um dos meios de se vencer a questão social e o proletariado vencer o burguês é se unindo, não tem outra saída. Tanto o desempregado como o empregado precisam se unir senão o patrão vai tirar proveito do conflito de interesses do proletariado. A máxima deles é “Proletários do mundo todo: uni-vos!” Na época que Marx escreveu isso existia uma série de revoltas pela Europa, a “Primavera dos Povos”- 1848. 
· PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS PRIMAVERA DOS POVOS (1848):
- Perseguição à manifestação das idéias. Tinha que ter muito cuidado com isso, Marx pagou por suas idéias revolucionárias, ele teve que sair do país e viver na miséria grande parte da sua vida;
- Na França houve a prisão do Ministro Guizote e a fuga do Rei Luís Filipe que foi para Inglaterra;
- Rebeliões por toda Europa;
- Acentuação da polarização burguesia X proletariado.
- Ocorre um deslize da expressão “questão social” para um viés mais conservador. O conservador não propõe revolução, eles propõem uma reforma, um ajuste, uma modificação então eles tentaram apelar para o lado moral buscando sensibilizar a sociedade, sensibilizar o burguês, puxando para o lado dos valores.
· A QUESTÃO SOCIAL NO SÉCULO XIX (após 1848) – Surgem importantes nomes como Durkheim e Leão XIII.
- VIÉS CONSERVADOR LAICO (que não pertence a hierarquia da igreja) – Segue a perspectiva POSITIVISTA com EMILE DURKHEIM, ele influenciado pelo pensamento de August Comte que é pai da sociologia e do positivismo de que a sociedade pode se analisada com números e que você pode prever os rumos dessa sociedade tal qual a gente faz com a física. Por isso o primeiro nome da sociologia era “física social”. Seu ideal é reformista, não de revolução, apenas uma reforma. Pra ele a questão social poderia ser amenizada por uma intervenção política limitada.
- VIÉS CONSERVADOR CONFESSIONAL (religioso, eclesiástico, é da igreja) – Na perspectiva Católica a “Questão Social” contraria a vontade divina. Deus não quer o sofrimento do pobre, do órfão e da viúva. O papa LEÃO XIII na encíclica chamada de “Rerum Novarum” 1891 (Rerum é coisas, Novarum é novas, coisas novas) diz que para solucionar o problema da questão social é preciso cooperação entre as classes, solidariedade e caridade. Essa encíclica vai gerar uma série de outras que fazem parte da doutrina social da igreja publicada por Pio IX.
- Para as vertentes CONSERVADORAS a “Questão Social” é entendida do ponto de vista moral/moralizante. É questão de valor, questão de caráter, questão de coração (contrário ao pensamento marxista). Combate-se as manifestações da “Questão Social” sem tocar nos fundamentos da sociedade capitalista/burguesa (reformismo não revolução).
- Para JOSÉ PAULO NETTO a expressão “Questão Social” dentro da perspectiva conservadora é uma TERGIVERSAÇÃO. “Tergos” é costas em latim, “versar” é verter, correr, então é “voltar as costas para o problema”. Ele quer dizer que a expressão questão social é pretexto; desculpa; “fazer rodeios”; falta de clareza. Por isso se usa aspas.
· REFRAÇÕES DA QUESTÃO SOCIAL – Refração tem a ver com reflexo. Significam os vários prismas, as várias nuances, os inúmeros reflexos da questão social através de suas expressões.
· QUESTÃO SOCIAL # PROBLEMA SOCIAL – A diferença é que a QUESTÃO SOCIAL está no âmbito da idéia, da ideologia, da compreensão, da racionalidade, da mentalidade, ela então é mais teórica, é o conflito de idéias entre a classe dominante e os dominados. O PROBLEMA SOCIAL é o reflexo disso, é a materialização da idéia, é a concretização, é a prática daquelas idéias desenvolvidas na mente da sociedade.
· QUESTÃO SOCIAL PENSAMENTO MARXIANO:
- Pra Marx a “Questão Social” é uma necessidade do desenvolvimento capitalista em todos os seus estágios. Advém do conflito Capital (salário) X Trabalho, você é obrigado a vender a sua capacidade de trabalho.
- No capitalismo, a escassez é produzida socialmente e denota a contradição entre forças produtivas e relações de produção, que garantem a apropriação privada do excedente e a decisão privada de sua destinação.
- Na perspectiva marxiana só é possível romper e/ou acabar com a “Questão Social” por meio de uma revolução. Reforma (perspectiva conservadora) x Revolução (perspectiva marxiana). Essa questão faz lembrar de uma discussão que era muito forte no início do século XX. Rosa Luxemburgo é emblema dessa briga ela pagou com a vidao preço das suas idéias, ela escreveu um texto que leva o título: reforma ou revolução. Foi uma ativista, apanhou, sofreu e morreu.
· A QUESTÃO SOCIAL NO SÉCULO XX – A Segunda Guerra Mundial termina em 1945 e é preciso reconstruir a Europa. Foram anos de ouro do capitalismo americano. Eles tentaram mudar essa imagem do capitalismo e criaram o Welfare State (Estado de Bem Estar Social). Nessa época de vacas gordas o estado se comprometia com educação, com saúde, com transporte, com tudo. Só que passados 30 anos em 1975 veio a crise do petróleo, o dinheiro sumiu, esgota a longa onda expansiva do capitalismo e as empresas tiveram que fazer cortes e estes cortes foram feitos na questão social. Daí em diante a “Questão Social” fica relegada aos países subdesenvolvidos (3º Mundo), na Europa não quiseram mais saber de questão social. Entra na Inglaterra e nos Estados Unidos o que conhecemos como “neo-liberalismo”. Surge os governos conservadores e neoliberais: Margaret Thatcher na Inglaterra e Ronald Reagan nos EUA e no Brasil o Fernando Henrique Cardoso que decidi privatizar tudo. O neo-liberalismo trabalha com a teoria do estado mínimo, o estado tem que garantir apenas justiça, polícia e leis, não deve se envolver com mais nada. Saúde, educação, se vira, faz plano de saúde, coloca na escola particular, se vira. Nenhum compromisso dos governantes com o “social”.
Algumas correntes teóricas defendem a existência de uma “Nova Questão Social”, mas o marxismo diz que não existe “Nova Questão Social”, tendo em vista que a “Questão Social” não foi superada pela via revolucionária. A “Questão Social” é a razão de ser do Serviço Social, enquanto profissão inscrita na divisão sócio técnica do trabalho, tem sua intervenção voltada para tratar essas expressões.
· A QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL:
- Na Monarquia o regime era escravista e a “Questão Social” era posta de modo aberto, o choque era evidente.
- Na República Velha, época de Washington Luís na década de 1920, 1930, a “Questão Social era caso de polícia”. Forte repressão à manifestações. Os problemas sociais eram mascarados e ocultados sob forma de fatos esporádicos e excepcionais. A pobreza era tratada com disfunção pessoal dos indivíduos. Os governantes e setores dominantes não entendiam que a questão social é um problema político e não um problema de polícia.
- Em pleno desenvolvimentismo econômico em 2014, segundo o Banco Mundial, o Brasil é a sétima economia do mundo, mas, ocupa a posição 80 em distribuição de renda. Questões sociais latentes: Moradia; Fome; Acesso à educação e saúde; condições dignas de trabalho; direitos políticos; garantias trabalhistas ameaçadas. Ou seja, negação da cidadania.
O acirramento das contradições inerentes ao processo capitalista trazem a necessidade da existência de técnicos de intervenção social para viabilizar as políticas sociais e enfrentar a questão social através do controle da classe trabalhadora e de respostas paliativas aos problemas sociais. Em meados do século XIX aparecem na sociedade brasileira às instituições de auxílio mútuo, voluntários, fraternidades religiosas. Todas de caráter beneficente e filantrópico para o enfrentamento das desigualdades. Nas sociedades pré-industriais, a pobreza era considerada um fato natural e necessário para por em ação ou motivar os pobres a tornarem-se laboriosos e úteis à acumulação de riquezas das nações em formação. Já na fase industrial, ela deveria ser enfrentada e resolvida em benefício, inclusive, do progresso material que emergia. Isso não quer dizer que antes da sociedade industrial o "social" não existisse. A proteção social existe desde o século XIV, as intervenções públicas iam da assistência aos indigentes até a repressão à vagabundagem, passando pela regulação estatal da organização do trabalho e da mobilidade espacial dos trabalhadores. Mas isso acontecia porque nas sociedades pré-industriais já existiam questões sociais que, assim como as posteriores, constituíam ameaça à ordem instituída, dada a pressão exercida por aqueles que não encontravam nessa ordem o seu lugar a partir da organização do trabalho. Em nosso país, no entanto, a partir do final do século XIX, até 1920, se inicia a atenção à questão social de forma mais sistematizada, por parte do Estado. Caracterizada como problemas advindos da crescente desigualdade social. Período que pode ser considerado como a época da inovação legisladora e regulamentadora no campo da política social. Podemos verificar que nessa época a Questão Social foi tratada com muito preconceito e discriminação. A população pobre vivia à margem da sociedade e as suas manifestações eram tratadas com atos de repressão e violência.
O perfil da intervenção estatal no tratamento da Questão Social vem sendo historicamente marcado pela ideologia paternalista/autoritária. A benevolência da ajuda e o clientelismo visam ocultar a subordinação do Estado ao processo de reprodução do capital e das pressões da sociedade. Pode-se afirmar que no Brasil, a concepção de Estado foi transformada, a partir da década de 1930, em uma noção ideologizada perante a sociedade brasileira como encarnação dos interesses gerais e voltado para o bem de todos. Nesta perspectiva, o Estado buscou ser visto como o responsável pela busca da harmonia e do consenso ideal entre os cidadãos.
· QUESTÃO SOCIAL & SERVIÇO SOCIAL – Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. “[...] a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente social”.
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AULA 3 - O FENÔMENO DA PROBREZA 
(Pg. 110 do livro didático) BLUSA PRETA
· A palavra “FENÔMENO” vem do grego “fai” “numeno” significa aquilo que é, a coisa em si, ou seja, a essência. Fai numeno é aquilo que aparece, aquilo que a gente vê. É nesse sentido que procuramos entender a pobreza como fenômeno, como manifestação, aquilo que está presente em nossa sociedade, uma pobreza moderna, oriunda do processo capitalista. Porque existe uma pobreza antiga e uma nova pobreza, uma pobreza fabricada. A pobreza antiga acontecia naturalmente, muitas vezes por causa das intempéries da natureza, hoje com a ciência o homem está mais preparado pra lidar com isso, mas a pobreza não deixou de existir, pelo contrário aumentou, mas agora ela é fabricada por essa sociedade desigual. A pobreza começou a ser tratado como ume necessidade, algo inerente ao processo capitalista, diferente da pobreza antiga. A nova pobreza é resultado da exploração comum no mundo capitalista, pra que alguém tenha mais, outros precisam ter menos. Isso é verdade na relação patrão e empregado, na relação entre países ricos e pobres e etc. Outros autores como Mauthus destacava que a pobreza tinha como causa principal a grande velocidade com que a população crescia em detrimento a pouca produção de alimentos, mas essa é só mais uma visão sobre a pobreza. Nas sociedades pré-industriais, a pobreza era considerada um fato NATURAL e necessário para pôr em ação ou motivar os pobres a tornarem-se LABORIOSOS e úteis à acumulação de riquezas das nações em formação. Já na fase INDUSTRIAL, ela deveria ser enfrentada e resolvida em benefício, inclusive, do progresso MATERIAL que emergia.
O que significa pobreza? Etmológicamente a palavra vem do latim e significava fraco, pequeno, pouco. O prefixo “pau” pequeno, fraco, pouco; “per” parir, dar a luz. Então no fundo a palavra era usada para se referir ao solo queproduzia pouco, ele era pobre. Mas com o passar do tempo ganhou conotação no universo humano.
· ALGUNS CONCEITOS DE POBREZA – (pg. 110 definição). Ser pobre está ligado a aspectos absolutos e relativos. Existe uma POBREZA ABSOLUTA (uma classificação que tem uma abrangência universal, qualquer lugar do mundo vai considerar essa pessoa pobre) e existe uma POBREZA RELATIVA (uma classificação que tem abrangência regional, é relativo, depende do país, do lugar. Por exemplo, uma pessoa que tem casa própria, casa de campo pode ser considerada pobre num país rico, mas se comparado com as pessoas que vivem em nosso país ele não é pobre). Vejamos alguns conceitos ligados a esses dois aspectos:
 Não ter renda para comprar o que se deseja (relativo)
 Ter fome (absoluta)
 Estar saudável. (relativo, tem rico doente)
 Vulnerabilidade econômica (absoluta)	
 Sentir-se socialmente isolado (relativo)
· DEFINIÇÃO DE POBREZA – Não há como estabelecer um conceito definido de forma universal e única da pobreza, o certo é que a pobreza refere-se a situações de carência em que os indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo de vida condizente com as referencias socialmente estabelecidas em um dado momento histórico. Antigamente as pessoas viviam com menos, hoje se requer que a pessoa viva com muito mais: microondas, TV led, ar condicionado etc. Essas coisas vão ficando a disposição de quem tem mais poder aquisitivo. A POBREZA também é entendida como a carência de recursos econômicos, sociais, financeiros e de energia para mudar aquilo que é imposto. A sociedade que sofre com o flagelo da pobreza, em geral, tende a se habituar com o mínimo possível para a sobrevivência. O fenômeno da pobreza talvez seja o que mais traduza a desigualdade social como um todo, visto que é a primeira consequência observada e identificada como divergência entre quem detém a maior parte da renda e quem não tem, ou quase não tem, renda alguma. A parte mais preocupante da pobreza é a falta de atitude por mudança, gerada pela pobreza financeira.
· DEFINIÇÃO DE INDIGÊNCIA – Significa o miserável, aquele que tem necessidades extremas, podemos dizer então que indigência é pobreza extrema. A pobreza extrema não se dá só com indivíduos isoladamente, há também FAMÍLIAS INDIGENTES que são aquelas que não dispõem de rendimentos suficientes sequer para alimentar de forma minimamente adequada a seus membros (1.750 calorias por dia).
OUTRO CONCEITO – De acordo com Jannuzzi INDIGÊNCIA e POBREZA retratam situações de carência de rendimentos suficiente para compra, respectivamente, de uma cesta básica de alimentos e cesta básica de produtos e serviços imprescindíveis à reprodução social.
· A LINHA DE INDIGENCIA – A linha de indigência considera que as pessoas que conseguem adquirir, com sua renda monetária, uma cesta de alimentos com a quantidade de calorias mínimas para sua sobrevivência (1.750 calorias por dia). Essa linha estabelece um valor absoluto, ou seja, as pessoas abaixo dela são consideradas indigentes ou extremamente pobres. Uma pessoa com renda per capita até R$ 70,00 é indigente.
· LINHA DE POBREZA – A linha de pobreza corresponde ao valor da linha de indigência acrescido de valor monetário correspondente a outras despesas básicas, tais como vestuário, transporte e habitação. As pessoas com renda abaixo dessa linha são consideradas pobres. Uma pessoa que tem até R$ 140,00 de renda per capita, por pessoa é considerado pobre.
· PANORAMA DO BRASIL – Segundo o RADAR SOCIAL (2006) o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, ocupando o penúltimo lugar dentre os demais países. Apenas 1% da população é composta de brasileiros ricos (Dos 170 milhões de brasileiros, aproximadamente 1,7 milhões de pessoas são ricos), ou seja, são 1% que se apropria da mesma soma de rendimentos familiares distribuída entre os outros 50% (aproximadamente 86,5 milhões de brasileiros). O interessante é que O BRASIL NÃO É UM PAÍS POBRE, ele tem a 9ª economia num ranking de 200 países. É considerado que um país tem pobreza quando existe escassez de recursos ou quando, apesar de um volume aceitável de avanços e riquezas estas são mal distribuídas. Aqui, 1% dos mais ricos se apropria do mesmo valor que os 50% mais pobres. Há no país 56,9 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza e destas, 24,7 milhões vivem em extrema pobreza. Como já afirmamos o Brasil não é um pais pobre, mas sim um pais extremamente desigual. Desigualdade de raça, desigualdade de gênero, desigualdade de renda e a desigualdade de educação.
· INDICADORES DA DESIGUALDADE:
- PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO) – De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que analisa a pobreza, o Brasil ocupa o 9º lugar em renda per capita, dentre os países em desenvolvimento, mas cai para o 25º lugar quando se fala em proporção de pobres. Então nós temos um país com muitos recursos, mas a desigualdade aumenta o número de pobres.
- IDH (INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO) – Foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e é calculado para diversos países desde 1990. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento humano, ou seja, a qualidade de vida medida do país ou do local onde é calculado com base em indicadores. Estudos feitos com base em estatísticas feitos por matemáticos. No IDH somos 79º de 188 países
- ÍNDICE DE ESCOLARIDADE – Está muito abaixo dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Ìndia, China e Afica do Sul) e está abaixo dos países do MERCOSUL (Paraguai, Argentina, Chile). Em 2010 nossa taxa de escolaridade era de 6,9 anos, então em média o brasileiro estudo em média 7 anos durante sua vida. Em 2015 a taxa subiu para 7,8 anos. Lembrando que o ensino fundamental é composto por 9 anos de estudo.
- EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER – Em 2010 era de 73, 3 ano; em 2015 passou pra 74,7.
- ÍNDICE DE GINI – O coeficiente de Gini (ou índice de Gini) é um cálculo desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado Gini, em 1912 para medir a desigualdade social. Apresentam dados entre o número 0 e o número 1, onde zero corresponde a uma completa igualdade na renda (onde todos detêm a mesma renda per capita) e um corresponde a uma completa desigualdade entre as rendas (pequena parcela da população detêm toda a renda e os demais nada). Segundo o IBGE apesar da melhora no índice de Gini, os 40% mais pobres da população brasileira eram responsáveis por 13,3% da renda de todo o país, enquanto que os mais ricos tinham 41,9% em 2012. No índice GINI nós somos os 120º, estamos mais perto do 1 do que do zero, mais precisamente 0,727.
- IDEB (INDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA) Nos indicadores da desigualdade educacional houve uma melhoria no IDEB, cuja nota média passou de 4,2, em 2007, para 4,6, em 2009. Em 2015 melhorou ainda mais indo pra 5,3. Só que a nossa educação, nosso sistema educacional é a 3º pior do mundo. O peso relativo dos idosos no conjunto dos analfabetos neste período cresceu, passando de 34,4% para 42,6%. A taxa de alfabetização brasileira é de 90% para a população com mais de quinze anos, mas isso significa 14,1 milhões de analfabetos.
- O TRABALHO INFANTIL – O trabalho infantil prejudica o desempenho escolar reduzindo em aproximadamente em 17,2% a aprovação e aumentando em 22,6% a evasão escola, segundo dados do Programa Internacional para a Eliminação do trabalho Infantil (IPEC, sigla em inglês).
· DESIGUALDADE RACIAL – A população brasileira que se auto-declara negra ou parda está aumentando na última década. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014, realizada pelo IBGE, 53% dos brasileiros se declararam pardos ou negros no ano passado, diante de 45,5% que se disseram brancos. Extraído de El País Brasil, 15 nov. 2015. É a parcela da população que mais sofre com a violência, salários menores e crimes racistas no país. Segundo o Mapa da Violência, o assassinato de mulheres brancas caiu 10% na última década (entre 2003 e 2013), enquanto o de mulheres negras subiu 54%. O mesmo acontece comos assassinatos por arma de fogo. Enquanto entre a população branca houve queda de 23%, a quantidade de vítimas negras cresceu 14%.
 
· REPRODUÇÃO DA POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL NO CONTEXTO RURAL – Os problemas no campo brasileiro se arrastam há centenas de anos. A distribuição desigual de terras desencadeia uma série de conflitos no meio rural. Essa questão teve início durante a década de 1530, com a criação das capitanias hereditárias e o sistema de sesmarias, no qual a Coroa portuguesa distribuía terrenos para quem tivesse condições para produzir, desde que fosse pago um sexto da produção para a Coroa.
No que se refere à relação campo-cidade no espaço geográfico brasileiro, podemos dizer: a) a concentração fundiária no campo brasileiro tem como marco histórico a Lei de Terras de 1850 a partir da qual a terra se transformou em mercadoria, passando a ser um bem oligárquico. b) a reflexão sobre a realidade do espaço brasileiro impõe a necessidade da compreensão histórica dos processos sociais articulando espacialmente o campo e a cidade. c) o agravamento da problemática da mobilidade urbana nas metrópoles brasileiras está diretamente relacionado à política de incentivo a aquisição individual de automóveis pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
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AULA 4 – DIREITOS HUMANOS E SOCIAIS 
(pag. 139 – Unidade 4)
DIREITOS HUMANOS que tem haver com o que é fundamental para nossa vida enquanto indivíduo, direitos individuais do ser humano. Geralmente, no senso comum, direitos humanos são tidos como ferramenta para defender bandidos, mas é pra todos. Os direitos humanos podem ser FUNDAMENTAIS e UNIVERSAIS. Os FUNDAMENTAIS são vinculados a uma nação, a um território, a um país, como por exemplo os direitos humanos da frança ou Inglaterra, que valem para esta nação. Os direitos UNIVERSAIS valem para todas as pessoas. Os DIREITOS SOCIAIS são direitos voltados para integração, trata da nossa convivência em sociedade, a coletividade, a cidadania, inclusive integração das minorias, dos grupos marginalizados. “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direito” Os direitos humanos é fruto de muita luta, de muito esforço ao longo da história.
· HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS 
a) Acredita-se que a primeira manifestação de direitos humanos está no CÓDIGO DE HAMURABI, um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia (“Meso”, meio; “Potanos”, água, ou seja, no meio de dois rios, o Tigre e o Eufrates) pelo Rei Hamurabi em 1772 a.C.. Não é bem direitos humanos, o rei Hamurabi fez 281 leis que estabelecem punições para quem transgridem as regras sociais. Praticamente tudo que a pessoa fizesse de errado era passível de pena de morte, se roubou é condenado a morte, se mentiu é condenado a morte e assim por diante. Não são leis, mas medidas sociais adotadas para coibir os abusos e corrigir as injustiças. 
b) Depois disso, em 539 a.C. o REI CIRO DA PÉRSIA traz uma política afirmativa que melhor se aproxima dos direitos humanos, quando conquista a Babilônia ele decide libertar os hebreus que eram escravos alia, ele escreve algumas leis num cilindro de barro que ficou conhecido como “CILINDRO DE CIRO”. 
c) Depois tivemos direitos humanos na GRÉCIA com momentos de democracia na elaboração das leis em praça pública. Era a ISEGORIA (“Ise” é igualdade, “ágora” é praça), significa igualdade no uso da palavra em público e ISONOMIA (“nomós” é lei), significa igualdade diante da lei. 
d) Depois dos gregos os Romanos deixaram o maior legado, a maior herança com mais de 600 volumes versando sobre direitos e deveres. Os Romanos acreditavam que existiam “Leis Naturais” e elas se tornaram “Direitos Naturais”.
e) Depois vem a Idade Média (400 a 1400) onde quem vai estabelecer as leis na Europa é a Igreja, enfatizando os mandamentos e leis religiosas. 
f) A igreja começa a perder espaço quando vem Maquiavel, Galileu Galilei, e inicia a era moderna. Rousseau mostra um caminho histórico percorrido pelo ser humano, passando pelo estado de NATUREZA para o estado CIVILIZADO. Faz pensar em concepções importantes e que nos remetem a pensar no Direito Natural dos seres humanos. Logo ao iniciar a dedicatória feita à sua cidade natal, ele antecipa que a IGUALDADE entre os homens foi estabelecida pela natureza, mas os homens instituíram a DESIGUALDADE. Nesse momento por volta de 1640 começa a revolução puritana e a guerra civil Inglesa. 
g) Em 1689, os ingleses elaboram um código como se fossem os direitos humanos, esse código tinha 15 artigos chamava-se “CÓDIGO DOS DIREITOS INGLESES”
h) Em 1789, data da revolução francesa, surgiu a “DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO” com 17 artigos. Nesse momento os “Direitos Naturais” dos Romanos se tornaram “Direitos Humanos”.
i) Só após o término da 2ª Guerra Mundial que aconteceu em 1945, é que foi criada a ONU com 50 países (Hoje a ONU tem 193 países) e esta formulou a “DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS”. A declaração de direitos humanos foi criada justamente porque as atrocidades da 2ª Guerra assustaram a todos e entenderam que tinha que existir um documento que estabelecesse regras para se conviver melhor. Por isso ela foi publicada no dia 10 de Dezembro de 1948 (3 anos depois da guerra) e contém 30 artigos. A Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 inova a concepção de direitos humanos porque universaliza os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, conferindo-lhes paridade (igualdade) hierárquica. Não tem um direito mais importante, mais relevante do que os outros, todos eles são importantes. A diferença da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” da frança para a “Declaração Universal de Direitos Humanos” é que a declaração da frança trata de direitos fundamentais e a declaração universal, como o próprio nome diz, trata de direitos universais. Ou seja, ela abrange o planeta inteiro, enquanto a declaração da frança era nacional, era para a frança, não abrangia todos os homens. Essa é a grande diferença! 
j) Em 1976, mais recentemente, surgiu a “Declaração Universal do Direito dos Povos”.
· DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – Declaração Universal de 1948 representa a culminância de um processo ético iniciado com a Declaração dos Direito do Homem e do Cidadão, da Revolução Francesa, levou ao reconhecimento da igualdade essencial de todo ser humano em sua dignidade de pessoa. O lema da Revolução Francesa era Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
Artigo I – TODOS OS SERES HUMANOS NASCEM LIVRES E IGUAIS. (LIBERDADE E IGUALDADE)
Artigo II – É PROIBIDO QUALQUER TIPO DE DISCRIMINAÇÃO.
Artigo VI – TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI. (RICO E POBRE, BRANCO E NEGRO)
Fomos tendo ao longo da história dos direitos humanos vários momentos, várias fases, e cada fase acentuou um tema diferentes, em cada fase se falava, se defendia com mais força um dos direitos humanos. Veja:
1ª GERAÇÃO – DIREITO À LIBERDADE. Época da Revolução Francesa (1789) Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
2ª GERAÇÃO – DIREITO À IGUALDADE. Época da Revolução Industrial (1834) Primavera dos Povos;
3ª GERAÇÃO – DIREITO À SOLIDARIEDADE. No pós-guerra, Europa estava sendo reconstruída (1945);
4ª GERAÇÃO – DIREITO À QUESTÃO DO BIO-DIREITO. Nos anos 70 a sociedade começa a debater pesquisas que se ligam a vida: aborto, pesquisa com células tronco, eutanásia, projeto genoma, clonagem etc;
5ª GERAÇÃO – CIBERNÉTICA e INFORMÁTICA. Nos anos 80, demorou a chegar esse assunto, surgiram crimes na área da informática e o Brasil não tinha leis pra isso, hoje é que estamos pensando nisso;6ª GERAÇÃO – DIREITO À DEMOCRACIA E AO PLURALISMO. Começa no Brasil a CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988, chamada de constituição cidadã. Começamos a falar do direito das minorias.
· DIREITOS SOCIAIS – O papel dos direitos sociais é integrar as pessoas a sociedade, que ninguém fique de fora, ninguém se sinta excluídos, inclusive as minorias.
· CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – A constituição federal de 1988 foi considerada uma constuição cidadã e tem um aspecto muito importante para os direitos sociais. Ulisses Guimarães declarou que a constituição é o “documento da (1) liberdade, da (2) democracia e da (3) justiça social do Brasil” Essa é a grande proposta. Uma das principais características da constituição é que ela é DESCENTRALIZADORA. Até então as questões sociais ficavam sempre sob a alçada de Brasília, quem tinha que fazer alguma coisa pelo menor abandonado, pelo idoso, é o governo em Brasília. A partir de 1988 isso mudou, tem coisas que estão no âmbito do Estado, tem coisas que são do Município e outras continuam sendo do governo em Brasília. Então descentralizou, dividiu-se a responsabilidade. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. Assim, estão entre os fundamentos constitucionais do Brasil: a livre iniciativa e o pluralismo político, soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho.
· POLÍTICAS SOCIAIS AFIRMATIVAS – Pode-se afirmar que estas são voltadas para o apoio e promoção de determinados grupos socialmente fragilizados. Dentre as quais, incluem-se mulheres, jovens, deficientes e negros. Para esses grupos que estão socialmente a margem, o governo prevê ações que integrem essas pessoas a sociedade, são chamadas de ações afirmativas.
· AÇÕES AFIRMATIVAS – São medidas especiais e temporárias (temporárias porque estão voltadas a solucionar um problema, quando o problema acaba são descartadas), tomadas pelo Estado e/ou pela iniciativa privada, espontânea ou compulsoriamente (obrigatório), com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas (dívidas sociais), garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, por motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero etc.
· QUEM SÃO AS MINORIAS? – Chamamos de minorias não porque estejam em menor número, as mulheres, por exemplo, são 51,6% do Brasil. Chamamos de minoria porque tem menos voz na sociedade.
a) MULHERES: Para elas existe o “Plano Nacional de Políticas para as Mulheres”
b) IDOSOS: “Estatuto do Idoso” - Lei nº 10.741/2003.
c) PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: São 9% da população, pra eles tem a Lei nº 13.146.
d) NEGROS: São 53,6% do Brasil, pra eles há “Estatuto da Igualdade Racial” – Lei nº 12.288.
e) POPULAÇÃO LGBT: “Programa Brasil sem Homofobia”.
· O CONTEXTO DO SERVIÇO SOCIAL – Serviço Social passa por muitas reestruturações e reformulações que alteram consideravelmente a sua forma de dar respostas às desigualdades expostas pela “QUESTÃO SOCIAL”. O serviço social é flexível porque a sociedade muda, o capitalismo muda e ele precisa mudar também. Na atualidade o Serviço Social, após várias discussões em torno da profissão, assume o posicionamento critico (antes tinha um posicionamento assistencialista) em relação a sociedade e se coloca a favor da classe trabalhadora, exercendo o papel de mediador dos conflitos entre o capital e o trabalho na garantia de direitos dos próprios trabalhadores. Oliveira (2003, p. 10-11) aponta que o assistente social é chamado a consolidar a cidadania: “O Assistente Social é ele o elo mais forte entre o individuo e os seus direitos humanos fundamentais”. O “Código de Ética de 1993 é o primeiro Código de Ética do Serviço Social e revela o compromisso ético-politico com os direitos humanos”.
· A DIGNIDADE HUMANA – “É o princípio moral de que o ser humano deve ser tratado como um fim e nunca como um meio”. Ou seja, não tire proveito dos outros nem de vocês mesmo. Vemos a dignidade humana sendo violada em vários grupos:
a) A DESUMANIZAÇÃO DA CRIANÇA – A criança é tida por humana, mas ainda não completamente por estar em desenvolvimento, por isso, está completamente sob o domínio do adulto. Crianças trabalhando. 
b) TRABALHO ESCRAVO – O escravo é um ser humano, mas visto somente com capacidade de reconhecer o que outro humano lhe impõe. Não é livre.
c) HOMOFOBIA – Homossexuais são humanos, mas vistos como doentes e depravados, com necessidade de cura. São esses preconceitos que cercam a população homossexual levando-os a exclusão e a violência.
d) ENCARCERADOS – Prisioneiros são humanos condenados como malfeitos. São tidos por devedores da sociedade irrecuperáveis. 
· “É este o desafio que a contemporaneidade coloca ao gênero humano: avançar para além do capital – ou perecer”. Esta frase quer dizer que nós temos que avançar para além do capital, para além do dinheiro, porque as pessoas tem mais valor do que o dinheiro.