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Fundamentos de Lingua Brasileira de Sinais - EAD Eliel de Sousa Freitas 2 GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Maria IZOLDA CELA de Arruda Coelho GOVERNADORA DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS SANDRO Luciano CARON de Moraes - DPF SECRETÁRIO DA SSPDS ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE Antônio CLAIRTON Alves de Abreu – CEL PM DIRETOR-GERAL DA AESP|CE NARTAN da Costa Andrade - DPC DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO INTERNA DA AESP|CE HUMBERTO Rodrigues Dias – CEL BM COORDENADOR DE ENSINO E INSTRUÇÃO DA AESP|CE José ROBERTO de Moura Correia – TC PM COORDENADOR ACADÊMICO PEDAGÓGICO DA AESP|CE Francisca ADEIRLA Freitas da Silva – CAP PM SECRETÁRIA ACADÊMICA DA AESP|CE Antônio Erivaldo Santos Araujo ORIENTADOR DA CÉLULA DE ENSINO A DISTÂNCIA DA AESP|CE CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS POLICIAIS MILITARES - CFSD PM DISCIPLINA Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD CONTEUDISTAS Eliel de Sousa Freias FORMATAÇÃO BRUNO CARLOS SILVA - CB PM • 2022 • Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 3 SUMÁRIO SUMÁRIO 3 APRESENTAÇÃO 7 1. HISTÓRIA DOS SURDOS 8 1.1 É BOM SABER.. 10 1.1.1 Comunidade surda 10 1.1.2 Povo surdo 11 1.2 MÉTODOS TRADICIONAIS NA EDUCAÇÃO DOS SURDOS 11 1.2.1 Oralismo 12 1.2.2 Comunicação Total 12 1.2.3 Bilinguismo 12 1.3 CURIOSIDADES: SURDO-CEGUEIRA 13 RECAPITULANDO 14 ATIVIDADE 15 2. LEGISLAÇÃO E ACESSIBILIDADE 15 RECAPITULANDO 17 ATIVIDADE 18 3. LIBRAS - A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS 18 LÍNGUA OU LINGUAGEM? 19 3.1 MITOS: 19 3.2 DATILOLOGIA 22 3.2.1 - ALFABETO MANUAL: Erro! Indicador não definido. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 4 3.2.2 – NÚMEROS 23 3.2.2.1: Cardinais 24 3.2.2.2 Quantidade e Ordinais 25 3.3. PRONOMES PESSOAIS, POSSESSIVOS, CUMPRIMENTOS E IDENTIFICAÇÃO. 26 3.3.1 PRONOMES PESSOAIS 26 3.3.2 PRONOMES POSSESSIVOS 27 3.3.3 PRONOMES DEMONSTRATIVOS 28 3.4 CUMPRIMENTOS 29 RECAPITULANDO 31 ATIVIDADE 31 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: 31 4. ASPECTOS ESTRUTURAIS 32 4.1 PARÂMETROS PRIMÁRIOS 32 4.1.1 CM ou Configurações das mãos 32 4.1.2 PA ou Ponto de Articulação 33 4.1.3 Movimento 34 4.2 PARÂMETROS SECUNDÁRIOS 35 4.2.1 Disposição das mãos 35 4.2.2 - Orientação da palma das mãos 35 4.2.3 Região de contato 36 4.2.4 Expressões faciais 37 CURIOSIDADES 38 4.3. LIBRAS E A LÍNGUA ESCRITA 39 4.3.1 Posso escrever tudo que o surdo vai entender? 39 4.3.2 SIGNWRITING – A ESCRITA DE SINAIS 40 4.4. VERBOS 41 4.4.1 Verbos simples 42 4.4.2 Verbos com concordância 42 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 5 4.4.3 Verbos espaciais (+loc) 43 RECAPITULANDO 44 ATIVIDADE 44 5. SINAIS NO CONTEXTO POLICIAL 44 5.1. ABORDAGEM POLICIAL 1 – NA RUA 47 5.1.1 Abordagens não exitosas 48 5.1.2 Garantindo acessibilidade 49 5.2 TERMOS COMUNS NA ATIVIDADE POLICIAL 50 5.2.1 DICAS PARA A COMUNICAÇÃO DURANTE A ABORDAGEM. 50 5.3 ABORDAGEM POLICIAL 2 – DELEGACIAS 50 5.3.1 DESPREPARO 51 5.3.2 DELEGACIA E O ATENDIMENTO AO SURDO 52 5.3.3 O SURDO DETIDO/PRESO 53 5.3.4 GARANTINDO ACESSIBILIDADE 53 RECAPITULANDO 55 ATIVIDADE 55 6.0 ESTUDO DA LÍNGUA 56 6.1 CLASSIFICADORES 56 6.2. ADVÉRBIOS DE TEMPO 61 6.2.1 Advérbios de tempo 61 6.3 SINAIS DE CALENDÁRIO 62 RECAPITULANDO 64 ATIVIDADE 65 7. VOCABULÁRIO 65 7.1 PARENTESCO/FAMÍLIA 66 7.2 PROFISSÕES 67 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 6 ATIVIDADE 68 7.3. ESPAÇOS FÍSICOS 68 7.3.1 ESTADOS BRASILEIROS 68 7.3.2 PRAIAS DO CEARÁ 69 7.3.3 CIDADES REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA 70 ATIVIDADE 70 RECAPITULANDO 71 8. VOCABULÁRIO II 71 8.1 - ANIMAIS E NATUREZA 71 8.1.1 Animais 71 8.1.2 Natureza 72 8.1.3 Sinais natureza (intensificadores e classificadores) 72 8.2 ÁREA DA SAÚDE 72 8.2.1 PANDEMIA E OS SURDOS 73 9. NO MUNDO DOS SURDOS 74 9.1 ESPORTES 74 9.2 GÍRIAS EM LIBRAS 75 9.3 I LOVE YOU 76 9.4 FILMES COM TEMA SURDEZ E LÍNGUAS DE SINAIS 76 9.4.1 NO RITMO DO CORAÇÃO 76 9.4.2 CRISÁLIDA 77 9.5 REDES SOCIAIS 78 RECAPITULANDO 79 ATIVIDADE 79 10. O INTÉRPRETE DE LIBRAS 80 TODO INTÉRPRETE PODE ENSINAR LIBRAS? 81 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 7 COMO O POLICIAL DEVE AGIR AO SE DEPARAR COM A SITUAÇÃO EM QUE TENHA UM INTÉRPRETE? 82 ATIVIDADE 82 CONSIDERAÇÕES FINAIS 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85 APRESENTAÇÃO CTRL + clique para assistir ao vídeo Apresentamos nosso material de iniciação à Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, que é o meio de comunicação dos surdos no Brasil. A Libras, apesar de já utilizada há décadas pelos surdos brasileiros, foi reconhecida como meio legal de expressão https://drive.google.com/file/d/11KV3mE7trJ0Wvep980y57P0hBLWfaY0T/view Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 8 e comunicação já depois dos anos 2000, através da Lei nº 10.436/2002. A mencionada Lei diz seu Artigo 2º que “deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. O objetivo deste material é evidenciar a importância da Libras (Língua Brasileira de Sinais) no atendimento ao surdo e fornecer conhecimentos para uma comunicação básica entre o profissional da Segurança Pública e o sujeito surdo. Durante o curso, você terá acesso a vídeos contendo sinais em Libras, além da indicação de conteúdos na internet para um aprimoramento à familiarização com a Língua de Sinais. Indicamos, além de outros canais, as plataformas “Dicionário de Libras”, do Instituto Nacional de Educação dos Surdos, que pode ser acessada pelo link: https://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/, do Dicionário de Libras na plataforma da Universidade Federal de Viçosa - Campus Viçosa (MG), acessado pelo link: https://sistemas.cead.ufv.br/capes/dicionario/#, além da ferramenta WikiLibras, atualizada constantemente e pode ser acessada no endereço eletrônico https://wiki.vlibras.gov.br/. Ressaltamos que as ferramentas não substituem o professor/tutor. Vídeos com vocabulário em Libras serão disponibilizados na maior parte das unidades para que, além do conteúdo teórico, o discente passe a ter contato com os termos. A maior parte dos vídeos é de autoria do conteudista, mas foram indicados muitos links externos da maior plataforma de vídeos da internet, dos canais abertos por profissionais renomados que atuam na área da LIBRAS. Em plataforma própria, você também poderá acessar mais vídeos para enriquecer seu vocabulário. 1. HISTÓRIA DOS SURDOS Strobel (2009) divide a história dos surdos em três grandes fases: a) Revelação cultural: Nesta fase os povos surdos não tinham problemas com a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm https://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/ https://sistemas.cead.ufv.br/capes/dicionario/ https://wiki.vlibras.gov.br/ Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 9 educação. A maioria dos sujeitos surdos dominava a arte da escrita e há evidência de que antes do Congresso de Milão havia muitos escritores surdos, artistas surdos, professores surdos e outros sujeitos surdos bem-sucedidos. b) Isolamento cultural:ocorre uma fase de isolamento da comunidade surda em consequência do congresso de Milão de 1880 que proíbe o acesso da língua de sinais na educação dos surdos, nesta fase as comunidades surdas resistem à imposição da língua oral. c) O despertar cultural: a partir dos anos 60 inicia uma nova fase para o renascimento na aceitação da língua de sinais e cultura surda após de muitos anos de opressão ouvintista para com os povos surdos. O abade Charles Michel de L’Epée (1712-1789) é um dos principais personagens na história de educação dos surdos. L’Epée conheceu duas irmãs gêmeas surdas que se comunicavam através de gestos e também passou a ter contato com os surdos de Paris (França), carentes e humildes que perambulavam pela cidade. Visando levar a efeito os primeiros estudos sérios sobre a língua de sinais, passou a instruir os surdos em sua própria casa, com as combinações de língua de sinais e gramática francesa sinalizada denominado de “Sinais metódicos”. Os educadores oralistas criticaram de maneira intensa o trabalho de L’Epée. Disponível em:http://tics.ifsul.edu.br/matriz/conteudo/disciplinas/libra/ub/1/ Abade Charles Michel de L’Epée fundou a primeira escola pública para os surdos: “Instituto para Jovens Surdos e Mudos de Paris”. Ali vários professores foram capacitados para o ensino de surdos. L’Epée publicou sobre o ensino dos surdos e mudos1 por meio de sinais metódicos: “A verdadeira maneira de instruir os surdos- 1 Embora ainda conste em Lei, como no Código de Processo Penal em vigor, o termo “mudo” hoje não é bem aceito pela comunidade surda no Brasil. https://www.libras.com.br/congresso-de-milao http://tics.ifsul.edu.br/matriz/conteudo/disciplinas/libra/ub/1/ Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 10 mudos”. Foram colocadas as regras sintáticas e também o alfabeto manual criado por Juan Pablo Bonet (padre espanhol), tendo sido esta obra mais tarde completada com a teoria pelo abade Roch-Ambroise Sicard. Em 1855, Eduardo Huet, professor surdo com experiência de mestrado e cursos em Paris, chega ao Brasil sob beneplácito do imperador D.Pedro II, com a intenção de abrir uma escola para pessoas surdas trazendo a Língua de Sinais Francesa. Em 1857, foi fundada a primeira escola para surdos no Rio de Janeiro – Brasil, o “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos”, hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos”– INES, vinculado ao Ministério da Educação. Foi nesta escola que surgiu, da mistura da língua de sinais francesa com os sistemas já usados pelos surdos de várias regiões do Brasil, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Dezembro do mesmo ano, o Eduardo Huet apresentou ao grupo de pessoas na presença do imperador D.Pedro II os resultados de seu trabalho, causando boa impressão. Na década de 1960, nos EUA, com apoio de pesquisas realizadas na área da linguística, foi conferido status de língua à comunicação gestual entre surdos. No Brasil, no final dos anos 1980, os surdos lideraram o movimento de oficialização da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Em 1993, um projeto de Lei deu início a uma longa batalha de legalização e regulamentação em âmbito federal, culminando com a criação da Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais, seguida pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que a regulamenta. Este Decreto contém nove capítulos dispondo sobre os seguintes temas: a LIBRAS como disciplina curricular; o ensino da língua portuguesa oferecida aos alunos surdos como segunda língua; a formação de profissionais bilíngues; e também a regulamentação do uso e difusão dessa língua em ambientes públicos e privados. 1.1 É BOM SABER. 1.1.1 Comunidade surda Para os autores americanos Padden e Humphries (2000), “Uma comunidade surda é um grupo de pessoas que vivem num determinado local, partilham os https://www.gov.br/ines/pt-br https://www.gov.br/ines/pt-br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 11 objetivos comuns dos seus membros, e que por diversos meios trabalham no sentido de alcançarem estes objetivos. Uma comunidade surda pode incluir pessoas que não são elas próprias surdas, mas que apoiam ativamente os objetivos da comunidade e trabalham em conjunto com as pessoas surdas para os alcançar”. (Padden e Humphries, 2000, p.5, apud STROBEL, 2008, p. 27). Com isso, entendemos que a comunidade surda de fato é feita, além dos sujeitos surdos, mas também de ouvintes, membros da família, intérpretes, professores, amigos e outras pessoas que compartilham os mesmos interesses em determinada localização. 1.1.2 Povo surdo Para STROBEL (2008), “...quando pronunciamos “povo surdo”, estamos nos referindo aos sujeitos surdos que não habitam no mesmo local, mas que estão ligados por uma origem, por um código ético de formação visual, independente do grau de evolução linguística, tais como a língua de sinais, a cultura surda e quaisquer outros laços. Uma comunidade surda é um grupo de pessoas que vivem num determinado local, partilham os objetivos comuns dos seus membros, e que por diversos meios trabalham no sentido de alcançarem estes objetivos. (STROBEL, 2008, p. 31). Na forma da Lei, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais (Decreto 5.626/2005, Art. 2º). 1.2 MÉTODOS TRADICIONAIS NA EDUCAÇÃO DOS SURDOS Segundo PERLIN e STROBEL (2008), são cinco modelos educacionais na educação dos surdos: o Oralismo, a Comunicação Total, o Bilingüismo, a Pedagogia do Surdo e a Mediação Intercultural. Esses modelos se fazem ou fizeram presentes em maior ou menor intensidade nas escolas de surdos. Usaremos as definições das autoras para as metodologias tradicionais: Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 12 1.2.1 Oralismo Para os defensores da modalidade oralista, a língua de sinais deve ser evitada a todo custo porque “atrapalha” o processo da oralização. Essa forma de educação se enquadra no modelo clínico, afirmando que o surdo deve ser integrado na comunidade de ouvintes, devendo oralizar bem, para ir em direção à “normalidade” exigida pela sociedade. Metodologia adotada no Congresso de Milão (1880), para Skliar (1997), o oralismo é considerado pelos estudiosos uma imposição social de uma maioria linguística sobre uma minoria linguística. 1.2.2 Comunicação Total A Comunicação Total foi desenvolvida em meados de 1960, após o fracasso de Oralismo puro e muitos sujeitos surdos começaram a ponderar em juntar o oralismo com a língua de sinais simultaneamente como uma alternativa de comunicação. Essa modalidade trouxe o reconhecimento e a valorização de língua de sinais que foi muito oprimida e marginalizada por mais de 100 anos. A Comunicação Total defende a utilização de todos os recursos linguísticos para facilitar a comunicação com as pessoas, seja a língua oral, a língua de sinais ou códigos manuais. 1.2.3 Bilinguismo PERLIN e STROBEL (2006) explicam que, a modalidade Bilíngüe é uma proposta de ensino usada por escolas que se sugerem acessar aos sujeitos surdos duas línguas no contexto escolar. Segundo as autoras, as pesquisas têm mostrado que essa proposta é a mais adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a línguade sinais como primeira língua e a partir daí se passa para o ensino da segunda língua que é o português (no caso do Brasil) que pode ser na modalidade escrita ou oral. Isso significa, na visão das autoras, que a primeira modalidade de comunicação da criança surda deve ser em língua de sinais, sendo que esta aprende de forma Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 13 natural. Nesta modalidade, em Fortaleza existem as escolas públicas de Educação Bilíngue Francisco Suderlan Bastos Mota e o Instituto Cearense de Educação de Surdos - ICES, além da instituição filantrópica Instituto Filippo Smaldone. 1.3 CURIOSIDADES: SURDO-CEGUEIRA Uma das causas da surdo-cegueira é a Síndrome de Usher, que é uma doença hereditária caracterizada pela perda parcial ou total da audição e diminuição progressiva da visão. Nesta síndrome, os problemas auditivos são resultados de uma mutação genética que afeta as células nervosas da cóclea, órgão do ouvido interno que também é responsável pelo equilíbrio. Também existem casos que podem ocorrer por problemas ou doenças variadas. Um dos casos clássicos da literatura sobre surdos é o de Helen Keller, escritora e ativista norte-americana, surda e cega, que ganhou esta condição ainda na infância, acredita-se que por meningite. A história de Hellen Keller pode ser vista no filme “O Milagre de Anne Sullivan”. A história também ganhou uma versão em animação. Imagem disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/wp- content/uploads/sites/7/2018/08/268x0w.jpg Veja uma entrevista com surdos-cegos e a explicação sobre as formas de comunicação: https://www.sindromedeusherbrasil.com.br/ouvidos https://www.sindromedeusherbrasil.com.br/olhos https://www.medicina.ufmg.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/08/268x0w.jpg https://www.medicina.ufmg.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/08/268x0w.jpg Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais A vida da cearense da cidade de Maracanaú, Heldyene, nascida em 1981, foi relatada na obra “HELDY, MEU Disponível em: https://http2.mlstatic.com/D_NQ_NP_876938 O profissional que intermedia a comunicação e visão da pessoa com surdocegueira e o meio que ela interage é o GUIA habilidades e formação necessária para transmitir todas as informações de forma fidedigna e compreensiva para a pessoa com surdocegueira RECAPITULANDO Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 14 Clique para assistir ao vídeo. A vida da cearense da cidade de Maracanaú, Heldyene, nascida em 1981, foi relatada na obra “HELDY, MEU NOME. Rompendo as barreiras da surdo Disponível em: https://http2.mlstatic.com/D_NQ_NP_876938-MLB41594768897_042020 O profissional que intermedia a comunicação e visão da pessoa com surdocegueira e o meio que ela interage é o GUIA-INTÉRPRETE e ele deve apresentar habilidades e formação necessária para transmitir todas as informações de forma fidedigna e compreensiva para a pessoa com surdocegueira. AESP|CE EAD A vida da cearense da cidade de Maracanaú, Heldyene, nascida em 1981, foi NOME. Rompendo as barreiras da surdo-cegueira”. MLB41594768897_042020-O.webp O profissional que intermedia a comunicação e visão da pessoa com surdocegueira RPRETE e ele deve apresentar habilidades e formação necessária para transmitir todas as informações de forma https://www.youtube.com/watch?v=jYSXJMyp-Tc https://www.youtube.com/watch?v=jYSXJMyp-Tc Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 15 Nesta unidade você aprendeu sobre as três grandes fases da história dos surdos, a primeira escola para surdos no Brasil e os métodos tradicionais na educação de surdos, além de conhecer um pouco sobre a surdocegueira. É importante buscar literatura sobre os assuntos abordados para uma maior imersão no tema. ATIVIDADE Disserte sobre um dos métodos tradicionais de ensino de surdo, mostrando, na sua opinião, as características que considera positivas ou negativas. 2. LEGISLAÇÃO E ACESSIBILIDADE Segundo a Convenção da ONU (Nova Iorque, em 30 de março de 2007) sobre pessoas com deficiência, garantir a acessibilidade é: “assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidade com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação. (o texto da Convenção foi ratificado pelo Decreto Legislativo nº 186/2008. No caso específico das pessoas com surdez, a acessibilidade à informação e a comunicação se dá quando é utilizada a Língua de Sinais. Em se tratando da realidade brasileira, nossa comunidade surda utiliza a LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais. Como mencionado na apresentação deste material, a Libras, apesar de já utilizada há décadas pelos surdos brasileiros, foi reconhecida como meio legal de expressão e comunicação já depois dos anos 2000, através da Lei nº 10.436/2002, conhecida entre a comunidade surda como a Lei da Libras”. A mencionada Lei diz seu Artigo 2º que “deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.” Segundo a Lei da Libras, o sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/congresso/dlg/dlg-186-2008.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 16 formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. A Lei acima citada foi regulamentada através do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Esta norma legal trata de garantias e direitos aos surdos, da formação dos profissionais para atuação na educação e no atendimento a esse público, além do papel do poder público e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos, no apoio ao uso e difusão da Libras. A acessibilidade é apontada pela legislação atual como um dos meios de promoção da inclusão social. Isto remete a enorme complexidade que enfrentam os diferentes profissionais do serviço público em geral no que se refere às pessoas com deficiência, considerando o convívio, a interação e, no caso dos surdos, a própria comunicação, seja ela visual, gestual ou escrita. O atendimento a este público deixa a desejar na maioria dos órgãos públicos, fato este que contribui para não observância de um dos princípios da Administração Pública: o da eficiência. O Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, em seu artigo 26 e §1º vem com o seguinte texto: Art.26. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras-Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004. § 1o As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretaçãoda Libras. A seguir uma relação de outras leis federais sobre surdez/Libras: Lei nº 10.845, de 2004 - Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.845.htm Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 17 Lei nº 11.796, de 2008 - Lei que institui o Dia Nacional dos Surdos (o dia 26 de setembro de cada ano) Lei nº 12.319, de 2010 - Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - Libras. Embora com todas as políticas atuais de inclusão e uma conscientização maior em relação à surdez e as línguas de sinais, ainda podemos nos deparar com situações desagradáveis como as “brincadeirinhas” e piadas preconceituosas em relação à forma de comunicação dos surdos. Até mesmo pessoas que deveriam apoiar a causa e a difusão da Língua de Sinais, cito aqui apresentadores e repórteres de TV, acabam por contribuir para que essa forma “engraçada” de ver o sujeito surdo seja vista como “normal” por parte da sociedade, sem se preocupar com o indivíduo. Em reportagens de TV, inclusive algumas feitas dentro de órgãos públicos, é comum observar repórteres tentando entrevistar surdos, levando o microfone ao mesmo, tentando fazer piada com a situação, utilizando palavras como “mudinho (a)”, termo que os surdos consideram pejorativo tendo em vista que lhes falta a audição e a fala não ocorre naturalmente porque não tem o feedback” da escuta. É comum neste tipo de situação, o telespectador escutar as “risadinhas” e o deboche. Muitas dessas matérias podem ser acessadas pela internet e trazem um desconforto aos membros da comunidade surda. Lei 13.146, de 06 de JULHO DE 2015: Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano e degradante. Portanto, por mais que a situação pareça engraçada e divertida, não é! Você como profissional da Segurança Pública deve se atentar ao fato de não se colocar em situações que discriminem uma pessoa por conta de sua deficiência e mais: combater e não tolerar tais comportamentos! RECAPITULANDO http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11796.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12319.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 18 Neste tópico você conheceu os principais dispositivos legais que tratam sobre a Libras e sua difusão. É de suma importância a leitura na íntegra das Leis e Decretos citados para uma melhor compreensão e conhecimento. Na sua atuação, deverá fazer o máximo para que os direitos sejam garantidos. ATIVIDADE Levando em consideração a legislação atual, o direito à comunicação em Libras é garantido ao surdo em todos os órgãos públicos? Qual é sua proposta para que este atendimento seja de excelência? Comente sobre o assunto. 3. LIBRAS - A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Segundo o Parágrafo Único do Art. 1º da Lei 10.436; 2002 (grifo nosso): Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 19 LÍNGUA OU LINGUAGEM? A língua existe como um código linguístico usado por uma sociedade, assim ela é totalmente social. Fatores como idade, grau de instrução, profissão, moradia, dentre outros, podem influenciar diretamente a forma em que falamos. No caso das línguas de sinais, estas estão em todos os contextos, surgindo naturalmente os sinais. Segundo LAZZARETTI (2016), a linguagem pode ser verbal, não verbal e mista. A linguagem verbal utiliza-se da fala ou escrita; a linguagem não verbal é transmitida por imagens, gestos, sinais ou mímicas; a linguagem mista utiliza-se tanto da verbal quanto a não verbal. Sabermos diferenciar bem esses conceitos entre língua e linguagem nos ajuda a estabelecer a identificação correta de LIBRAS como uma língua e não linguagem. QUADROS (2004, p. 28): “Se não fosse a diferença na modalidade, todos teriam tranquilidade em reconhecer as pessoas surdas enquanto bilíngues. Elas nascem no Brasil e, portanto, falariam a Língua Portuguesa. Convivem com os surdos, portanto, usam a Língua de Sinais Brasileira [...]”. (QUADROS, 2004, p. 28). 3.1 MITOS: a) A Libras é mímica - A Libras não é mímica. Trata-se de uma língua natural, com gramática própria e léxico (conjunto de palavras que as pessoas de uma determinada língua têm à sua disposição para se expressar). b) A língua de sinais é universal - Cada país tem as Línguas de Sinais, podemos citar como exemplo : · Imagem disponível em: https://certificadocursosonline.com/cursos/curso-de-libras-online/ Veja o vídeo abaixo e entenda um pouco mais das características das línguas de sinais: https://certificadocursosonline.com/cursos/curso-de-libras-online/ Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 20 CTRL + clique para assistir ao vídeo Em 2013, a Ethnologue2 (organização fundada nos Estados Unidos para estudo, desenvolvimento e a documentação de línguas) listou 136 línguas de sinais diferentes em todo o mundo. Nessas línguas, há imensa diversidade, assim como nas línguas faladas. Almir Cristiano (2020) traz um artigo com outros mitos relacionados a Língua de Sinais: c) Libras é limitada - As línguas de sinais podem expressar ideias, emoções, opiniões, pensamentos, contar histórias, piadas, fazer apresentações científicas, dentre os mais diversos assuntos e conteúdos possíveis pela comunicação oral. Pessoas alheias à comunidade surda geralmente tendem a pensar que as línguas de sinais são utilizadas apenas em conversas simples. d) Libras é português sinalizado - É comum pensar que a Libras é o português sinalizado (português feito com as mãos) e os sinais substituem cada palavra falada, seguindo sempre a mesma estrutura da frase em português. Isto não ocorre porque a Libras possui uma estrutura gramatical própria, muitas vezes diferente da língua portuguesa. e) Todo surdo sabe língua de sinais - A verdade é que nem todos os surdos se comunicam através da língua de sinais. Muitas pessoas surdas optam por não utilizar a língua de sinais por vários motivos. Por exemplo, algumas pessoas perdem a audição depois de aprenderem a língua falada. Eles podem preferir ler os lábios. Outros decidem usar implante coclear, um dispositivo implantado cirurgicamente que fornece a percepção do som. Alguns surdos não conhecem a língua de sinais, pois não tiveram a oportunidade de aprender. f) Todo surdo compreende e participa da cultura surda - Nem todas as pessoas 2 THNOLOGUE (estilizado como Ethnologue) é uma publicação anual de referência. https://www.youtube.com/watch?v=RIfF_ZxtxJk Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 21 surdas optam por participar da cultura surda. A cultura requer uma língua comum, valores, crenças, normas, comportamentos, etc... Nem todas as pessoas surdas usama língua de sinais. Algumas pessoas surdas preferem assimilar o máximo possível do mundo auditivo e não se associar com outras pessoas surdas. g) Todos os surdos fazem leitura labial - A maioria das pessoas acredita que todos os surdos são capazes de fazer leitura labial, ou seja, ler os lábios das pessoas enquanto falam. A verdade é que nem todos os surdos conseguem. É necessário muito esforço para o surdo fazer a leitura labial, é difícil entender o que as pessoas dizem, especialmente quando não articulam bem as palavras, usam bigodes, estão longe, ficam de lado, etc... h) Língua de sinais é somente o Alfabeto Manual - O Alfabeto Manual é uma forma de representação da ortografia da língua oral, utilizado somente em situações específicas, como por exemplo, para soletrar o nome de pessoas, lugares ou palavras que ainda não têm um sinal conhecido. No geral, cada palavra possui seu próprio sinal em Libras, isso significa que a Libras vai muito além do alfabeto manual. i) Basta saber Libras para ser intérprete profissional - Interpretar é uma profissão, e fazê-lo bem envolve mais do que simplesmente conhecer o idioma. Um intérprete não qualificado pode levar a erros e a responsabilidade é muito grande, por exemplo, em um ambiente médico. j) Todo surdo é mudo - Não é correto dizer que todo surdo é surdo-mudo. A maioria dos surdos têm as cordas vocais em perfeito funcionamento, portanto, são minorias os surdos que também são mudos. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Alguns surdos falam, são os surdos oralizados, que desenvolveram a fala através de um trabalho com fonoaudiologia. Desta forma, o termo surdo-mudo tem sido encarado pela cultura surda como um erro social, devido à falta de conhecimento do real significado das duas palavras. https://www.libras.com.br/alfabeto-manual Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 22 3.2 DATILOLOGIA Na datilologia utiliza-se as configurações de mão do alfabeto manual. Tem a função de soletrar nomes próprios ou palavras que não tenham sinais, por exemplo. Ela adquire uma função primária e emergencial nos primeiros momentos da interação surdo-ouvinte. Quando não se sabe um sinal, é comum a utilização da datilologia para tentar explorar algo ou para perguntar o sinal daquela palavra. Não há de se falar em mão correta (esquerda ou direita) para sinalizar a datilologia. Normalmente você o fará com sua mão dominante, mas nada o impede de fazer com a outra mão. Seguem as configurações de mão do alfabeto manual e dos numerais: 3.2.1 - ALFABETO MANUAL: Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais Vídeo 2 Disponível em: https://essaseoutras.com.br/alfabeto 3.2.2 – NÚMEROS Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 23 Vídeo 2 - CTRL + clique para assistir ao vídeo Disponível em: https://essaseoutras.com.br/alfabeto-manual-de-libras-site deficiente-auditivo/ AESP|CE EAD site-de-informacao-do- https://drive.google.com/file/d/1IKklWWPnRsIfZkmlIj5PypFo-wfAGkc7/view?usp=sharing Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 24 3.2.2.1: Cardinais Vídeo 3 - CTRL + clique para assistir ao vídeo Imagem disponível em: https://livrodigital.uniasselvi.com.br/MAT52_lingua_brasileira_de_sinais_libras/data/img/uni2/top2/a5 5.jpg https://drive.google.com/file/d/14R8oaQirawdcylNfQKss_g6AXRpfzq0p/view?usp=sharing Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais 3.2.2.2 Quantidade e Ordinais Disponível em: < Veja os números ordinais em vídeo: Vídeo 50 CURIOSIDADE: Observe que as letras “h”, “k” e “p” possuem a mesma configuração de mão. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 25 3.2.2.2 Quantidade e Ordinais Disponível em: <http://bit.ly/2wnX1LB>. Acesso em: 20 nov. 2021. Veja os números ordinais em vídeo: Vídeo 50 - Ctrl + Clique para assistir ao vídeo Observe que as letras “h”, “k” e “p” possuem a mesma configuração de mão. A direção, localização e o tipo de movimento diferenciam AESP|CE EAD >. Acesso em: 20 nov. 2021. Observe que as letras “h”, “k” e “p” possuem a mesma A direção, localização e o tipo de movimento diferenciam. http://bit.ly/2wnX1LB https://drive.google.com/file/d/1QcJYQIFJRNUj6_72Lt8o6GWjWqvne_Dw/view?usp=sharing Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais Outros exemplos: -Letras “m”, “w”, e o número -Letra “Q” e o número “7”; -Letra “s” e o número “8”; -Letras “n” e “u”. - Vídeo 5 3.3. PRONOMES PESSOAIS, POSSESSIVOS, CUMPRIMENTOS E IDENTIFICAÇÃO. 3.3.1 PRONOMES PESSOAIS representar as pessoas do discurso: primeira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): EU; NÓS-2, NÓS Primeira Pessoa do Singular: que fala). Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 26 e o número “3”; ” e o número “7”; “8”; Vídeo 5 - CTRL + clique para assistir ao vídeo .3. PRONOMES PESSOAIS, POSSESSIVOS, CUMPRIMENTOS E IDENTIFICAÇÃO. Vídeo 7 - CTRL + Clique para ver o vídeo 3.3.1 PRONOMES PESSOAIS - A Libras possui um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso: primeira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e 2, NÓS-3, NÓS-4, NÓS- GRUPO, NÓS/NÓS-TOD@S; Primeira Pessoa do Singular: EU - Apontar para o peito do enunciador (a pessoa AESP|CE EAD .3. PRONOMES PESSOAIS, POSSESSIVOS, istema pronominal para representar as pessoas do discurso: primeira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e TOD@S; Apontar para o peito do enunciador (a pessoa https://drive.google.com/file/d/1ZJQitnap0dd-xOZ5Zee0_adFXDoKNpo-/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1cHIEz5dVrtJ_MEtJvI30LcqBBQNmohT2/view?usp=sharing Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 27 No singular, o sinal para todas as pessoas é o mesmo, o que difere uma das outras é a orientação da mão: o sinal para "eu" é um apontar para o peito do emissor (a pessoa que está falando), o sinal para "você" é um apontar para o receptor (a pessoa com quem se fala) e o sinal para "ele/ela" é um apontar para uma pessoa que não está na conversa ou para um lugar convencionado para uma terceira pessoa que está sendo mencionada. No dual, a mão ficará com o formato do numeral dois (quantidade), no trial o formato será do numeral três (quantidade), no quatrial, o formato será do numeral quatro (quantidade). No vídeo a seguir a intérprete Rebeca Nemer explica, em seu canal aberto ao público, o uso dos pronomes pessoais: CTRL + clique para assistir ao vídeo 3.3.2 PRONOMES POSSESSIVOS Da mesma forma dos pronomes pessoais, os pronomes possessivos não marcam o gênero e sua relação é direta com o discurso e não com a coisa possuída, como acontece em português: Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas configurações de mão: uma é a mão aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito do emissor; a outra é a configuração da mão em P com o dedo médio batendo no peito - MEU-PRÓPRIO. Para as segunda e terceira pessoas, a mão tem esta segunda configuração em P, mas o movimento é em direção à pessoa com que se fala (segunda pessoa) ou está sendo mencionada (terceira pessoa). Não há sinal específico para os pronomes possessivo no dual, trial, quadrial e plural (grupo), nestas situações são usados os pronomes pessoais correspondentes. Exemplo: NÓS FILH@ "nosso (a) filho (a). https://www.letras.com.br/rebeca-nemer/biografia https://www.youtube.com/watch?v=3I0uPsPGQWYAcademia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais 3.3.3 PRONOMES DEMONSTRATIVOS Imagem disponível em: htt lingua-brasileira Os pronomes demonstrativos estão relacionados às pessoas do discurso, tal qual acontece na língua portuguesa. O sina longe ou distante. O uso do sinal “AQUELE” ou “ESTE”, por exemplo, vai depender da distância em que estão as referências. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 28 CTRL + clique para assistir ao vídeo 3.3.3 PRONOMES DEMONSTRATIVOS http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2 brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf Os pronomes demonstrativos estão relacionados às pessoas do discurso, tal qual acontece na língua portuguesa. O sinal representa o que está perto, bem próximo, longe ou distante. O uso do sinal “AQUELE” ou “ESTE”, por exemplo, vai depender da distância em que estão as referências. CTRL + clique para assistir ao vídeo AESP|CE EAD p://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras- sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf Os pronomes demonstrativos estão relacionados às pessoas do discurso, tal qual l representa o que está perto, bem próximo, longe ou distante. O uso do sinal “AQUELE” ou “ESTE”, por exemplo, vai depender https://www.youtube.com/watch?v=6OfXielcQCQ http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua-brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua-brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf https://www.youtube.com/watch?v=ABT3n7Cl_U0 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 29 3.4 CUMPRIMENTOS Vídeo 6 - CTRL + clique para assistir ao vídeo Assim como na comunidade ouvinte, o cumprimento inicial ao abordar ao surdo é “BOM DIA!”, “BOA TARDE!” ou “BOA NOITE!”. Existem variações, conforme cada estado, mas neste caso são raras. No vídeo acima, você encontra as três formas de cumprimento mencionadas, além de outros, da forma utilizada pela maioria dos surdos. Disponível em: https://cursos.escolaeducacao.com.br/artigo/vocabul-rio-da-libras-iii DICA: Utilize as ferramentas indicadas na apresentação do seu material, pesquise e treine outras formas de cumprimento. https://drive.google.com/file/d/12T8z6qQpoFKyqKy156m7EEnrd2RGqYN6/view?usp=sharing Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 30 Desenhos de Claudia Nagura – Fonte: ces.org.br Vídeo 4 - CTRL + clique para assistir ao vídeo É comum nos identificarmos pelo nome de registro. No caso dos surdos, a identificação é feita com um sinal. Este sinal irá identificá-lo na comunidade surda. De início, na apresentação, o nome do participante de um diálogo é feito através de datilologia e logo após é apresentado o sinal. Tradicionalmente, esse “batismo” é feito por uma pessoa surda e é escolhido com base em características físicas. Para lugares e conceitos se utiliza a mesma técnica. O sinal para a palavra “NOME” pode sofrer variações, conforme região ou interlocutor. Ela é feita em configuração “u” ou “n”, movimentando horizontalmente com início do lado oposto da mão sinalizante até o lado desta. É possível ver a diferença entre as sinalizações entre o último vídeo e o seguinte. O Professor Uéslei Paterno, em canal aberto, informa não concordar com o movimento das mãos na utilização da datilologia. No entanto, até mesmo alguns surdos têm essa prática em comum e não pode ser considerada como uma falha e sim, no nosso entendimento, como uma característica da sinalização do indivíduo. https://ces.org.br/site/default.aspx https://drive.google.com/file/d/12RS6eoK9e4YsumBD0zR8q40wZn1YVGTk/view?usp=sharing Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 31 CTRL + clique para assistir ao vídeo Uma pessoa com surdez utilizará os sinais de “você” + “nome”, com expressão facial de interrogação. Você responde com o pronome “meu” + “nome” + a datilologia + o seu sinal, caso tenha. RECAPITULANDO Você aprendeu o que é Datilologia e é de grande importância praticá-la antes de seguirmos para a próxima etapa. Há uma gama de vídeos nos links indicados com a prática da datilologia que podem subsidiar a você discente. Treine o alfabeto manual, observando as curiosidades acima expostas, para melhor fixação. ATIVIDADE Faça um vídeo com sua apresentação. Utilize a datilologia para informar seu nome completo (caso já tenha um sinal, o identifique). Informe em qual instituição trabalha e a sua idade. Envie para o ambiente disponibilizado. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Treine em Datilologia as palavras a seguir: A) AESP B) POLÍCIA MILITAR C) POLÍCIA CIVIL D) CORPO DE BOMBEIROS E) SEGURANÇA PÚBLICA F) ESTADO DO CEARÁ https://www.youtube.com/watch?v=rUxd2TwcBX4 Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais G) SEU NOME COMPLETO 4. ASPECTOS ESTRUT As línguas de sinais se diferenciam das línguas orais por sua forma de transmissão, sendo aquelas de modalidade gestual modalidade oral-auditiva por utilizarem sons articulados que são percebidos pela audição. As estruturas gramaticais também possuem suas diferenças, assim acontecem entre as línguas orais. O que é denominado de palavra ou item lexical, nas línguas orais- auditivas, é denominado Combinados de forma sequencial ou simul secundários que constituem a Língua Brasileira de Sinais. Segundo Brito (1995, p. 36 – 41) os parâmetros primários articulação e movimento das mãos, Orientação da palma das mãos, região de contato e expressões faciais 4.1 PARÂMETROS PRIMÁRIOS 4.1.1 CM ou Configurações das mãos formas na realização de sinais. Ex: os sinais “Arrependido”, “Associação” e “Sa (letra A) Imagens: (http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/) Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 32 SEU NOME COMPLETO 4. ASPECTOS ESTRUTURAIS As línguas de sinais se diferenciam das línguas orais por sua forma de transmissão, sendo aquelas de modalidade gestual-visual enquanto as línguas orais são de auditiva por utilizarem sons articulados que são percebidos pela As estruturas gramaticais também possuem suas diferenças, assim acontecem entre as línguas orais. O que é denominado de palavra ou item lexical, auditivas, é denominado sinal nas línguas de sinais Combinados de forma sequencial ou simultânea, os parâmetros primários e constituem a Língua Brasileira de Sinais. Segundo Brito (1995, p. ) os parâmetros primários são: configurações das mãos, ponto de articulação e movimento, enquanto os parâmetros secundários das mãos, Orientação da palma das mãos, região de contato e expressões faciais 4.1 PARÂMETROS PRIMÁRIOS 4.1.1 CM ou Configurações das mãos - As mãos tomam as diversas formas na realização de sinais. Ex: os sinais “Arrependido”, “Associação” e “Saudade” possuem a mesma configuração de mãos Imagens: (http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/) AESP|CE EAD As línguas de sinais se diferenciam das línguas orais por sua forma de transmissão, visual enquanto as línguas orais são de auditiva por utilizarem sons articulados que são percebidos pela As estruturas gramaticais também possuem suas diferenças, assim acontecem entre as línguas orais. O que é denominado de palavra ou item lexical, nas línguas de sinais os parâmetros primários e constituem a Língua Brasileira de Sinais. Segundo Brito (1995, p. configurações das mãos, ponto de parâmetros secundários são: .disposição das mãos, Orientação da palmadas mãos, região de contato e expressões faciais As mãos tomam as diversas formas na realização de sinais. Ex: os sinais “Arrependido”, udade” possuem a mesma configuração de mãos Imagens: (http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/) Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 33 Boa parte das configurações de mão segue as formas representativas das letras no alfabeto manual e alguns algarismos: 0, 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9. Ferreira-Brito (1995) registra 46 configurações de mão agrupadas em 19 categorias, enquanto outros estudos em Libras apresentam até 64 configurações. Adotaremos aqui uma tabela com 60 configurações: Fonte/ Imagens: (FELIPE; MONTEIRO, 2001, p.28) 4.1.2 PA ou Ponto de Articulação – É o local onde é feito o sinal, que pode ser no estado neutro ou tocar alguma parte do corpo. A execução dos sinais acontece no espaço que se situa diante do emissor, desde a linha da cintura até o Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais alto da cabeça. Ex: O sinal “Polícia” é realizado no peito. Ex2: O sinal “Língua de Sinais” é feito no espaço neutro. 4.1.3 Movimento – Ex: os sinais “rir”, “chorar” e “conhecer” tem movimen “ajoelhar”, “em pé” e “sentar”, não tem. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 34 sinal “Polícia” é realizado no peito. Imagem: o autor Ex2: O sinal “Língua de Sinais” é feito no espaço neutro. Imagem: o autor os sinais podem ou não ter um movimento. Ex: os sinais “rir”, “chorar” e “conhecer” tem movimento, enquanto os sinais “ajoelhar”, “em pé” e “sentar”, não tem. AESP|CE EAD os sinais podem ou não ter um movimento. to, enquanto os sinais Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 35 Exemplos de sinais com movimento e sem movimento. Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do Professor pg. 22. 4.2 PARÂMETROS SECUNDÁRIOS 4.2.1 Disposição das mãos As articulações dos sinais podem ser feitas pelas duas mãos ou apenas pela mão dominante. Neste último caso, as duas mãos podem se movimentar para formar o sinal, ou então, apenas a mão dominante se movimenta e a outra funciona como um ponto de articulação (BRITO, 1995). Podemos citar o exemplo “TRABALHO” e “ESPERAR”, em que o sinal para trabalho utiliza as duas mãos, enquanto ESPERAR se faz apenas com uma das mãos. 4.2.2 - Orientação da palma das mãos Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 36 “É a direção da palma da mão durante o sinal: voltada para cima, para baixo, para o corpo, para frente, para a esquerda ou para a direita. Pode haver mudança na orientação durante a execução do movimento”; (BRITO, 1995). Imagens: Quadros e Karnopp (2007, p. 59-60) 4.2.3 Região de contato “Refere-se à parte da mão que entra em contato com o corpo. Esse contato pode- se dar de maneiras diferentes: através de um toque, de um risco, de um deslizamento etc.” (BRITO, 1995). Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais 4.2.4 Expressões faciais As expressões faciais dos intérpretes têm servido, para alguns desinformados, “memes” nos dias atuais, com a presença destes profissionais de constante nas mídias. Com Elizângela Castelo Branco (imagem seguinte), intérprete contratada pelo governo federal, não foi diferente. As brincadeiras de mau gosto ganharam força após a moça traduzir os pronunciamentos de membros do governo na televisão. O que a maioria não sabe é a importância que as “caras e bocas” de um intérprete tem para as pessoas com surdez. Disponível em: https://www.librasol.com.br/a As expressões são características “muitos sinais, além dos parâmetros mencionados acima, têm como elemento diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, traduzindo sentimentos e dando mais sentido ao enunciado e em muitos casos determina o Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 37 Expressões faciais Vídeo 20 -Ctrl + Clique para assistir ao vídeo As expressões faciais dos intérpretes têm servido, para alguns desinformados, “memes” nos dias atuais, com a presença destes profissionais de constante nas mídias. Com Elizângela Castelo Branco (imagem seguinte), intérprete contratada pelo governo federal, não foi diferente. As brincadeiras de mau gosto ganharam força após a moça traduzir os pronunciamentos de membros elevisão. O que a maioria não sabe é a importância que as “caras e bocas” de um intérprete tem para as pessoas com surdez. Disponível em: https://www.librasol.com.br/a-importancia-das-expressoes-faciais As expressões são características importantes porque marcam a comunicação, “muitos sinais, além dos parâmetros mencionados acima, têm como elemento diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, traduzindo sentimentos e dando mais sentido ao enunciado e em muitos casos determina o AESP|CE EAD As expressões faciais dos intérpretes têm servido, para alguns desinformados, de “memes” nos dias atuais, com a presença destes profissionais de forma mais constante nas mídias. Com Elizângela Castelo Branco (imagem seguinte), intérprete contratada pelo governo federal, não foi diferente. As brincadeiras de mau gosto ganharam força após a moça traduzir os pronunciamentos de membros elevisão. O que a maioria não sabe é a importância que as “caras e faciais-para-os-surdos/ importantes porque marcam a comunicação, “muitos sinais, além dos parâmetros mencionados acima, têm como elemento diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, traduzindo sentimentos e dando mais sentido ao enunciado e em muitos casos determina o significado do https://drive.google.com/file/d/1JerCQ90igIITPBNpwJgvV1QkP3hFm2BR/view?usp=sharing Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja, podem expressar as diferenças entre sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e negativas. As expressões faciais fazem toda a diferença no sentido do sinal. Não tem como expressar o sinal de tristeza e fazer expressão de feliz. Fonte: Dicionário de Libras Online do INES, disponível em CURIOSIDADES Assim como na língua portuguesa alguns sinais po depender do contexto, na Libras alguns sinais também podem ter significados diferentes. As “Meninas da Libras”, que são as intérpretes cearenses Izabel Cristina e Rafaielle Nogueira, em seu canal aberto ao público, dão al sinal de “mais”: Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 38 sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja, podem expressar as diferenças entre sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e negativas. As expressões faciais fazem toda a diferença no sentido do sinal. Não tem como risteza e fazer expressão de feliz. Fonte: Dicionário de Libras Online do INES, disponível em http://www.acessobrasil.org.br/libras/ Assim como na língua portuguesa alguns sinais podem ter significados depender do contexto, na Libras alguns sinais também podem ter significados diferentes. As “Meninas da Libras”, que são as intérpretes cearenses Izabel Cristina e Rafaielle Nogueira, em seu canal aberto ao público, dão algumas dicas sobre o Ctrl + Clique para assistir ao vídeo AESP|CE EAD sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja, podem expressar as diferenças entre sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e negativas. As expressões faciais fazem toda a diferença no sentido do sinal. Não tem como http://www.acessobrasil.org.br/libras/ dem ter significados diferentes,a depender do contexto, na Libras alguns sinais também podem ter significados diferentes. As “Meninas da Libras”, que são as intérpretes cearenses Izabel Cristina gumas dicas sobre o http://www.acessobrasil.org.br/libras/ https://www.youtube.com/watch?v=1Fdp1J0C00k Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 39 4.3. LIBRAS E A LÍNGUA ESCRITA Existe um erro comum, entre aquelas pessoas que desconhecem as particularidades dos surdos, em pensar que a escrita em português é suficiente para o entendimento por parte do surdo. O que deve ser lembrado é que, a modalidade escrita do português, no caso do Brasil, é a reprodução desta mesma língua na modalidade oral. A língua de sinais tem estrutura diferenciada e a modalidade é visual-espacial. Segundo STROBEL (2008, p.46), a língua de sinais no Brasil não pode ser estudada tendo como base a língua portuguesa, porque ela tem uma gramática diferenciada, independente da língua oral. 4.3.1 Posso escrever tudo que o surdo vai entender? No atendimento em geral, um servidor ouvinte poderá tentar, por desconhecimento da forma de aquisição de linguagem por parte do surdo, se comunicar com um surdo através da língua escrita. Isso pode até funcionar, quando se pergunta um endereço ou informações mais simples. No entanto, para informações mais aprofundadas a respeito de qualquer tema, essa forma não funciona, tendo em vista que a Língua de Sinais possui estrutura diferenciada do Português escrito, sendo este a representação da língua oral, que é desconhecida pelos surdos. A fonoaudióloga Erika Longone, em sua coluna, “O surdo e a língua escrita”, traz o seguinte exemplo: “Em português, na sua forma oral ou escrita, a frase: “O meu sobrinho vai se formar como jornalista em dezembro” seria a mesma, entretanto, em Libras, essa mesma frase seria: “Dezembro agora sobrinho meu formatura jornalista”. Pois é, bem diferente. Ouvintes usam quase a mesma estrutura morfo-sintatico-semântica para o português falado e para o escrito. Relação essa não estabelecida entre a Libras e a língua escrita. Outro fator que deve ser considerado é o fato da língua de sinais as palavras não se construírem a partir de sons que se combinam, mas sim de mãos que se movimentam no espaço e se organizam de forma simultânea e não linear. Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais Exemplos de frase em Português PORTUGUÊS Onde você mora*? Eu não sei/sabia Ele/a trabalha na POLÍCIA Vi um homem em pé com u no bolso. Qual é o seu nome? Trabalhei no banco/Antes eu trabalhava no banco Na casa dele (a) não tem garagem. Na sua também? *O sinal de morar e suas variações é o mesmo sinal de “casa”. Assista aos vídeos a estrutura gramatical da frase em Libras, produzidos pelas intérpretes de Libras de Maracanaú/CE, Izabel e Rafaielle, em canal aberto ao público. CTRL + clique em cada imagem para assistir aos vídeos 4.3.2 SIGNWRITING A SignWriting foi desenvolvida em 1974 por havia, dois anos antes, desenvolvido a DanceWriting, um sistema escrito de danças. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 40 Exemplos de frase em Português em Libras: PORTUGUÊS LIBRAS VOCÊ MORA* ONDE? EU SABER-NÃO. Ele/a trabalha na POLÍCIA EL@ TRABALHAR POLÍCIA Vi um homem em pé com uma caneta VER HOMEM EM PENDURAR-BOLSO É VOCÊ NOME? Trabalhei no banco/Antes eu PASSADO EU TRABALHAR BANCO Na casa dele (a) não tem garagem. Na CASA DEL@ NÃO TAMBÉM VOCÊ? *O sinal de morar e suas variações é o mesmo sinal de “casa”. Assista aos vídeos a estrutura gramatical da frase em Libras, produzidos pelas intérpretes de Libras de Maracanaú/CE, Izabel e Rafaielle, em canal aberto ao CTRL + clique em cada imagem para assistir aos vídeos 4.3.2 SIGNWRITING – A ESCRITA DE SINAIS A SignWriting foi desenvolvida em 1974 por Valerie Sutton, uma dançarina, que havia, dois anos antes, desenvolvido a DanceWriting, um sistema escrito de AESP|CE EAD em Libras: LIBRAS VOCÊ MORA* ONDE? EL@ TRABALHAR POLÍCIA VER HOMEM EM-PÉ CANETA BOLSO É PASSADO EU TRABALHAR BANCO CASA DEL@ NÃO TER GARAGEM. *O sinal de morar e suas variações é o mesmo sinal de “casa”. Assista aos vídeos a estrutura gramatical da frase em Libras, produzidos pelas intérpretes de Libras de Maracanaú/CE, Izabel e Rafaielle, em canal aberto ao CTRL + clique em cada imagem para assistir aos vídeos , uma dançarina, que havia, dois anos antes, desenvolvido a DanceWriting, um sistema escrito de https://www.youtube.com/watch?v=j7K2uXCIc8g https://www.youtube.com/watch?v=kCidgGj6NVY https://www.libras.com.br/valerie-sutton Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 41 Como funciona o SignWriting? A SignWriting usa um grande conjunto de símbolos. Cada símbolo representa uma concepção visual: mãos, movimento, dinâmica, tempo, cabeça, rosto, tronco ou membro. Os símbolos são combinados para formar um sinal específico. Exemplos da escrita em SignWriting com base em padrões da palma de mão e dedos. Créditos: Adam Frost / Signwriting.org A SignWriting não tem, no Brasil, status de escrita oficial, embora tenha disponível ampla literatura e softwares. Conheça algumas destas obras no link: https://www.signwriting.org/brazil/ 4.4. VERBOS Vídeo 10 - CTRL + clique para assistir ao vídeo https://www.signwriting.org/brazil/ https://drive.google.com/file/d/17tn1kZutXngYSGl-R6Qp4j0d4dFeZt1r/view?usp=sharing Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais 4.4.1 Verbos simples São verbos que não se flexionam em pessoa e número e n locativos. Alguns desses verbos apresentam flexão de aspecto. Todos os verbos ancorados no corpo são verbos simples. Há também alguns que são feitos no espaço neutro. Exemplos dessa categoria são CONHECER, AMAR, APRENDER, SABER, INVENTAR, GOSTAR. Os verbos simples podem incorporar pontos espaciais em determinadas situações, como na glosa do exemplo abaixo: IX<1> CASAd PAGARd Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de VERBOS SIMPLES. 4.4.2 Verbos com concordância Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 42 4.4.1 Verbos simples São verbos que não se flexionam em pessoa e número e não incorporam afixos locativos. Alguns desses verbos apresentam flexão de aspecto. Todos os verbos ancorados no corpo são verbos simples. Há também alguns que são feitos no espaço neutro. Exemplos dessa categoria são CONHECER, AMAR, APRENDER, AR, GOSTAR. Os verbos simples podem incorporar pontos espaciais em determinadas situações, como na glosa do exemplo abaixo: IX<1> CASAd PAGARd Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de VERBOS Ctrl + Clique para assistir ao vídeo 4.4.2 Verbos com concordância Imagens: Libras em Contexto AESP|CE EAD ão incorporam afixos locativos. Alguns desses verbos apresentam flexão de aspecto. Todos os verbos ancorados no corpo são verbos simples. Há também alguns que são feitos no espaço neutro. Exemplos dessa categoria são CONHECER, AMAR, APRENDER, Os verbos simples podem incorporar pontos espaciais em determinadas situações, Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de VERBOS https://www.youtube.com/watch?v=OH2ZpGMYG14 Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais São verbos que se flexionam em pessoa, número e aspecto, mas não incorporam afixos locativos. Exemplos dessa categoria são PERGUNTAR, DIZER, PROVOCAR, que são subdivididos em concordância pura e reversa (backwards). Os verbos com concordância apresentam a direcionalidade e a orientação. A direcionalidadeestá associada às relações semânticas (source/goal). A orientação da mão voltada para o objeto da sentença está associada à sintaxe. Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de VERBOS COM CONCORDÂNCIA: 4.4.3 Verbos espaciais (+loc) São verbos que têm afixos locativos. Exemplos dessa classe são COLOCAR, IR, CHEGAR. Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de VERBOS ESPACIAIS: Existem ainda os verbos classificadores, os quais você verá na próxima unidade. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 43 São verbos que se flexionam em pessoa, número e aspecto, mas não incorporam afixos locativos. Exemplos dessa categoria são DAR, ENVIAR, RESPONDER, PERGUNTAR, DIZER, PROVOCAR, que são subdivididos em concordância pura e reversa (backwards). Os verbos com concordância apresentam a direcionalidade e a orientação. A direcionalidade está associada às relações semânticas al). A orientação da mão voltada para o objeto da sentença está Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de VERBOS COM CONCORDÂNCIA: Ctrl + Clique para assistir ao vídeo 4.4.3 Verbos espaciais (+loc) São verbos que têm afixos locativos. Exemplos dessa classe são COLOCAR, IR, Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de Ctrl + Clique para assistir ao vídeo Existem ainda os verbos classificadores, os quais você verá na próxima unidade. AESP|CE EAD São verbos que se flexionam em pessoa, número e aspecto, mas não incorporam DAR, ENVIAR, RESPONDER, PERGUNTAR, DIZER, PROVOCAR, que são subdivididos em concordância pura e reversa (backwards). Os verbos com concordância apresentam a direcionalidade e a orientação. A direcionalidade está associada às relações semânticas al). A orientação da mão voltada para o objeto da sentença está Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de VERBOS São verbos que têm afixos locativos. Exemplos dessa classe são COLOCAR, IR, Dê um Crtl + clique nos termos sublinhados e veja alguns exemplos de Existem ainda os verbos classificadores, os quais você verá na próxima unidade. https://www.youtube.com/watch?v=VwKuL6o7O3k https://www.youtube.com/watch?v=ye5RydiZWww Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 44 RECAPITULANDO Nesta unidade você aprendeu sobre a estrutura da LIBRAS e seus parâmetros, além dos tipos de verbos fundamentais para uma comunicação satisfatória com os surdos. ATIVIDADE Elabore três frases utilizando em cada uma delas um verbo que se encaixe com as definições aqui estudadas. 5. SINAIS NO CONTEXTO POLICIAL CTRL + clique para assistir ao vídeo A importância de o policial saber se comunicar com o surdo é essencial no decorrer de um atendimento, de uma ocorrência. Apresentamos a seguir, alguns sinais relacionados a termos comuns no âmbito policial. Para aumentar seu vocabulário, acesse um dos dicionários de Libras disponíveis nos links https://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/ e https://www.youtube.com/watch?v=CBEA0At0KcA https://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/ Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais https://sistemas.cead.ufv.br/capes/dicionario/ para melhor compreensão do movimento e configuração de mãos. Por conta do regionalismo, é possível encontrar sinais diferentes dos que são utilizados no Ceará. Tire as dúvidas sobre as questões de regionalismo com seu tutor/professor. Vídeos 9 e 49 Cargos da Polícia Civil Em alguns estados, a palavra delegad@ é utilizada com os sinais de “diretor” + “polícia”. Também há surdos que sinalizam Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 45 https://sistemas.cead.ufv.br/capes/dicionario/ e pesquise em vídeo alguns sinais, para melhor compreensão do movimento e configuração de mãos. Por conta do regionalismo, é possível encontrar sinais diferentes dos que são utilizados no Ceará. Tire as dúvidas sobre as questões de regionalismo com seu Imagens: o autor Vídeos 9 e 49 - CTRL + clique em cada imagem para assistir aos vídeos Cargos da Polícia Civil Em alguns estados, a palavra delegad@ é utilizada com os sinais de “diretor” + mbém há surdos que sinalizam “pessoa” + “delegacia” AESP|CE EAD e pesquise em vídeo alguns sinais, para melhor compreensão do movimento e configuração de mãos. Por conta do regionalismo, é possível encontrar sinais diferentes dos que são utilizados no Ceará. Tire as dúvidas sobre as questões de regionalismo com seu CTRL + clique em cada imagem para assistir aos vídeos Em alguns estados, a palavra delegad@ é utilizada com os sinais de “diretor” + “pessoa” + “delegacia”. Para explicar https://sistemas.cead.ufv.br/capes/dicionario/ https://drive.google.com/file/d/1WQOkRsuI2lKyFrXHT18ddyfeZEAKYcKj/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1xXHAd8XQ89PjL5AE1JkPV8T2z-RhXgJP/view?usp=sharing Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais numa conversa fora do contexto policial, o profissional agente/inspetor de polícia civil é identificado com o sinal de sinaliza “polícia” + “digitar” sem o sinal “polícia”, tendo em vista que o contexto já citava profissionais da Polícia Civil. Importante que quando se fala de um policial específico, a indicação do gênero (homem ou mulher) Patentes militares Ainda não há sinal comum para as patentes militares. Alguns surdos demonstram com um sinal idêntico à “continência” e o próprio militarismo. O contexto que leva a compreensão do significado. O sinal de “general” (imagem ao lado) já é bastante conhecido, além de outras patentes oficiais. Alguns surdos Nos casos dos policiais militares, indicamos que a patente seja precedida do sinal de “polícia”. Assim como acontece com muitos ouvintes, alguns surdos também não sabem a diferença entre as patentes e definem o militar com (configuração em “r” saindo da testa para a lateral) costuma ser acrescentado em geral para cargos de chefia. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 46 numa conversa fora do contexto policial, o profissional agente/inspetor de polícia civil é identificado com o sinal de “polícia” + “investigar” e o cargo de escrivão igitar”. Na primeira parte do vídeo a seguir se vê sem o sinal “polícia”, tendo em vista que o contexto já citava profissionais da Polícia Civil. Importante que quando se fala de um policial específico, a indicação do gênero (homem ou mulher) é acrescentada. Ctrl + Clique para assistir ao vídeo Ainda não há sinal comum para as patentes militares. Alguns surdos demonstram com um sinal idêntico à “continência”, para indicar palavras como exército, soldado e o próprio militarismo. O contexto que leva a compreensão do significado. O sinal de “general” (imagem ao lado) já é bastante conhecido, além de outras patentes enumeram com a mão a quantidade de estrelas da patente. Nos casos dos policiais militares, indicamos que a patente seja precedida do sinal Assim como acontece com muitos ouvintes, alguns surdos também não sabem a diferença entre as patentes e definem o militar como um todo. O sinal de “diretor” (configuração em “r” saindo da testa para a lateral) costuma ser acrescentado em geral para cargos de chefia. AESP|CE EAD numa conversa fora do contexto policial, o profissional agente/inspetor de polícia e o cargo de escrivão . Na primeira parte do vídeo a seguir se vê a sinalização sem o sinal “polícia”, tendo em vista que o contexto já citava profissionais da Polícia Civil. Importante que quando se fala de um policial específico, a indicação Ainda não há sinal comum para as patentesmilitares. Alguns surdos demonstram , para indicar palavras como exército, soldado e o próprio militarismo. O contexto que leva a compreensão do significado. O sinal de “general” (imagem ao lado) já é bastante conhecido, além de outras patentes antidade de estrelas da patente. Nos casos dos policiais militares, indicamos que a patente seja precedida do sinal Assim como acontece com muitos ouvintes, alguns surdos também não sabem a o um todo. O sinal de “diretor” (configuração em “r” saindo da testa para a lateral) costuma ser acrescentado em https://www.youtube.com/watch?v=yceR663x44k Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais Sinal de “GENERAL”. Disponível em: 5.1. ABORDAGEM POLICIAL 1 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 47 Sinal de “GENERAL”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ip5XJY8f4cw 5.1. ABORDAGEM POLICIAL 1 – NA RUA CTRL + clique para assistir ao vídeo Imagem: Ascom PM/AL AESP|CE EAD be.com/watch?v=ip5XJY8f4cw NA RUA https://www.youtube.com/watch?v=ip5XJY8f4cw https://www.youtube.com/watch?v=FEB0UusjT5s Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 48 O dinamismo da atividade policial traz inúmeras situações na rua. É possível que em algum momento, você se depare com uma abordagem a uma pessoa surda. O que você faria? “Acreditamos fielmente em poucos sinais básicos de abordagem, pois na vida profissional, como policial militar, conhecedor e estudante da língua brasileira de sinais, o primeiro momento ao contato com a pessoa surda é puramente visual, em seguida com uma das mãos, o profissional de segurança, utiliza-se das configurações de mão como: Pare, Polícia, Mãos na cabeça, Vire-se, abra as pernas. É realizada a busca pessoal por outro policial, e nada encontrado, a pessoa surda irá virar-se novamente para o policial em Libras, e mais uma vez é utilizado as configurações de: Identidade, ok e obrigado”. (Sousa e Lima Cardoso, 2017, p.10 e 11). Veja um vídeo da Polícia Militar do Amapá mostrando modelo de abordagem a surdo: CTRL + clique para assistir ao vídeo 5.1.1 Abordagens não exitosas O grande desconhecimento em relação às particularidades do povo surdo e da língua de sinais também tem seus reflexos no campo policial. Tanto no patrulhamento quanto em delegacias de polícia, equívocos já foram cometidos, sendo estes causados muitas vezes pelo despreparo dos agentes públicos em lidar com a situação. Vejamos duas situações a seguir, clicando nos quadros + Ctrl.: https://www.youtube.com/watch?v=20_fnmo0_H8 Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais Como foi observado, o despreparo e desconhecimento podem levar a situações extremas e desagradáveis 5.1.2 Garantindo acessibilidade Como foi aprendido no primeiro capítulo, o direito à concretiza pela comunicação. Sem esta, o surdo não entenderá o que o policial quer comunicar. O profissional de segurança deve procurar a capacitação ou o conhecimento mínimo que permita ao menos um início de conversa, um diálogo abordagem. Um integrante da Polícia Militar do Ceará tem chamado a atenção pelo atendimento a pessoas surdas em serviço. A atuação do Sub destaque em matérias de jornais e nas mídias institucionais pelo seu atendimento ao público surdo. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 49 Ctrl + Clique para assistir ao vídeo Ctrl + Clique para acessar a matéria Como foi observado, o despreparo e desconhecimento podem levar a situações extremas e desagradáveis. 5.1.2 Garantindo acessibilidade Como foi aprendido no primeiro capítulo, o direito à acessibilidade ao surdo se concretiza pela comunicação. Sem esta, o surdo não entenderá o que o policial quer comunicar. O profissional de segurança deve procurar a capacitação ou o conhecimento mínimo que permita ao menos um início de conversa, um diálogo Um integrante da Polícia Militar do Ceará tem chamado a atenção pelo atendimento a pessoas surdas em serviço. A atuação do Sub-Tenente Tupinambá já ganhou destaque em matérias de jornais e nas mídias institucionais pelo seu atendimento AESP|CE EAD Como foi observado, o despreparo e desconhecimento podem levar a situações acessibilidade ao surdo se concretiza pela comunicação. Sem esta, o surdo não entenderá o que o policial quer comunicar. O profissional de segurança deve procurar a capacitação ou o conhecimento mínimo que permita ao menos um início de conversa, um diálogo na Um integrante da Polícia Militar do Ceará tem chamado a atenção pelo atendimento Tenente Tupinambá já ganhou destaque em matérias de jornais e nas mídias institucionais pelo seu atendimento https://www.youtube.com/watch?v=x9AcyqmFqfg https://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL9184-5598,00-SURDO+PRESO+POR+ENGANO+E+SOLTO+APOS+DIAS.html Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais 5.2 TERMOS COMUNS NA ATIVIDADE POLICIAL Treine mais alguns sinais comuns no contexto policial. Vídeo 48 5.2.1 DICAS PARA A COMUNICAÇÃO DURANTE A ABORDAGEM. Clique separadamente em cada imagem + CTRL para assistir aos vídeos 29 e 30. 5.3 ABORDAGEM POLICIAL 2 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 50 CTRL + clique para assistir ao vídeo 5.2 TERMOS COMUNS NA ATIVIDADE POLICIAL Treine mais alguns sinais comuns no contexto policial. Vídeo 48 - CTRL + clique para assistir ao vídeo 5.2.1 DICAS PARA A COMUNICAÇÃO DURANTE A ABORDAGEM. Clique separadamente em cada imagem + CTRL para assistir aos vídeos 29 e 30. 5.3 ABORDAGEM POLICIAL 2 – DELEGACIAS AESP|CE EAD 5.2 TERMOS COMUNS NA ATIVIDADE POLICIAL 5.2.1 DICAS PARA A COMUNICAÇÃO DURANTE A ABORDAGEM. Clique separadamente em cada imagem + CTRL para assistir aos vídeos 29 e 30. DELEGACIAS https://twitter.com/sspdsce/status/1253417237597220866 https://drive.google.com/file/d/1n5fnoXQzh3qTrzZLHyLAcdkEtYqNib4b/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1jiZV_T93GoMQm7mJ5XQbb90XgvPWOaEa/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1pRBU7QTf_jfCAJwV4Y9k6U1iWuVWbOWW/view?usp=sharing Academia Estadual de Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais 5.3.1 DESPREPARO Uma situação absurda aconteceu em julho de 2016, na cidade de Gravataí, no Rio Grande do Sul, onde um idoso surdo com problemas mentais foi preso. Uma delegada de Gravataí mandou o homem para a prisão, em flagrante. O motivo foi porque ele, que acompanhava um engano e acabou entrando na sala da Autoridade Policial. Detalhe: o idoso é surdo, portador de autismo e sofre de Alzheimer. Segundo a filha que o acompanhava, os policiais ficaram debochando das condições de seu p Corregedoria da Polícia Civil abriu investigação para apurar a conduta da delegada, que não teve o nome revelado. Vimos na matéria acima e não é preciso comentar que o atendimento prestado na ocasião não foi o adequado. estiver (como vítima, noticiante ou infrator), devem ser oferecidas condições de tratamento igual aos ouvintes declarações, além de fazer entender ao surdo a acusação de que lhe é feita. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE Fundamentos da Lingua Brasileira de Sinais - EAD 51 5.3.1 DESPREPARO situação absurda aconteceu em julho de 2016, na cidade de Gravataí, no Rio Grande do Sul, onde um idoso surdo com problemas mentais foi preso. Uma delegada de Gravataí mandou o homem para a prisão, em flagrante. O motivo foi porque ele, que acompanhava um parente, errou o caminho do banheiro engano e acabou entrando na sala da Autoridade Policial. Detalhe: o idoso é surdo, portador de autismo e sofre de Alzheimer. Segundo a filha que o acompanhava,