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Colírios e iatrogenia ocular

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• Iatrogenia consiste no efeito lesivo das ações de uma pessoa que tenta curar. Pode ser definida como 
toda doença física ou psíquica decorrente da intervenção do médico ou dos seus auxiliares, certa ou 
errada, justificada ou não, que resulta em consequências prejudiciais à saúde do paciente 
• As doenças iatrogênicas estão se tornando cada vez mais frequentes, devido ao número crescente de 
medicamentos lançados no mercado, propagandas exageradas de medicamentos e cirurgias e 
insuficiência de conhecimento sobre os efetos tóxicos dessas drogas 
 
 
 
• Os colírios tem um princípio ativo que penetra no olho em apenas 1-5% a cada gota – ou seja, 80% 
da solução ativa pode atingir a circulação geral. Além disso, cerca de 40% do volume da gota não 
penetra na córnea 
• A principal via para essa droga atingir a circulação sistêmica é através da drenagem lacrimal, que 
é um sistema ricamente vascularizado 
Anestésicos: 
• Usados para alívio inicial da dor ocular e não para tratamentos prolongados 
• Fármacos: tetracaína e proparacaína 
• Raramente causam problemas sistêmicos graves, como anafilaxia e óbito, pois são usados em baixa 
dosagem 
• Reações adversas devido ao uso prolongado: toxicidade no estroma corneano, diminuição da 
velocidade da cicatrização, aumento do risco de úlcera e perfuração 
Antibióticos: 
• Entre todos os antibióticos tópicos, os aminoglicosídeos (tobramicina e gentamicina) são os que mais 
apresentam associação com toxicidade corneana 
• Aminoglicosídeos: o achado mais comum devido ao uso descontrolado do colírio é ceratite puntata 
superficial, causando toxicidade corneana; outro efeito que pode ocorrer pelo uso em altas doses é a 
diminuição da taxa de repitelização 
• Fluorquinolonas (ciprofloxacino, moxifloxacino e gatifloxacino): causam prurido, hiperemia, 
quemose e fotofobia, além de poder encontrar precipitados estéreis brancos na córnea 
Antinflamatórios não esteroidais (AINEs): 
• Fármacos: diclofenaco, cetorolaco de trometamina e nepafenaco 
• São usados para diminui a dor e fotofobia após cirurgia refrativa e de catarata 
• Seu uso excessivo pode causar irritação transitória ocular (sintoma mais comum) 
o O diclofenaco pode causar melting corneano 
Corticoides: 
• São prescritos para doenças oculares e pós-operatório 
• Seu uso tópico causa poucos efeitos colaterais sistêmicos 
• Os efeitos locais que podem ocorrer são redução da resistência a infecções, aumento da pressão 
intraocular, catarata subcapssular posterior, glaucoma, vasculopatia retiniana e atraso da 
cicatrização corneana 
Colírios e iatrogenia 
ocular 
FÁRMACOS TÓPICOS E IATROGENIA 
• O uso sistêmico pode acarretar na formação da catarata subcapssular posterior. Também pode 
causar aumento da pressão intraocular 
• Outros possíveis efeitos: agravamento do DM e da HAS, sangramento gastrointestinal, osteoporose, 
imunosupressão, desequilíbrio hidroeletrolítico e síndrome de Cushing 
Conservantes: 
• Substâncias: cloreto de benzalcônio, clorobutanol, timerosal e ácido sórbico 
• Praticamente todos os colírios possuem conservantes em sua formulação, inclusive as lágrimas 
artificiais 
• É preferível o uso de colírios de lágrimas artificiais que não possuam conservantes 
Vasoconstritores tópicos: 
• Fármacos: nafazolina, tetra-hidrozolina, imidazolina e oximetazolina 
• Efeitos: vasoconstrição, midríase (embaçamento da visão), ceratite e vasodilatação rebote 
Antiglaucomatosos: 
• Fármacos: betabloqueadores e análogos da prostaglandina 
• Betabloqueadores: cuidado, pois causam diminuição da frequência cardíaca 
• Análogos da prostaglandina: causam crescimento dos cílios, escurecimento da cor da íris, 
escurecimento da pele e hiperemia conjuntival 
 
 
 
• Amiodarona: pode provocar depósitos no epitélio corneano (raras vezes causa baixa de visão) 
• Anfetamina: pode provocar dilatação pupilar, baixa de visão e aumento da pressão intraocular 
• Barbitúricos: podem provocar cegueira bilateral transitória, papilite, ptose palpebral, diplopia, 
diminuição da pressão intraocular e nistagmo 
• Cannabis: pode provocar diminuição da pressão intraocular, hiperemia conjuntival e diminuição da 
produção de lágrima 
 
 
FÁRMACOS E DROGAS SISTÊMICAS