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HIPOPARATIREOIDISMO Drª Ingrid Cavalcante Especialização em Endocrinologia e Metabologia de Pequenos Animais – Qualittas. Mestre em Clínica e Reprodução Animal - UFF. Doutora em Clínica e Reprodução Animal –UFF. HIPOPARATIREOIDISMO Estado de deficiência de secreção ou ação do PTH. Carcteriza-se por baixas concentrações de cálcio ionizado e baixa concentração de PTH. Primário – quadro clínico mais grave - Remoção cirúrgica (deficiência permanente/transitória) - Doença Idiopática ( atrofia – infiltrado linfocítico) Secundário - Hipercalcemia HIPOPARATIREOIDISMO Hipomagnesemia X Hipoparatireoidismo. Depleção de magnésio em cães (Yorkshire), má absorção de vitamina D no intestino delgado Hipomagnesemia grave tende a provocar hipoparatireoidismo funcional. Recomenda se a mensuração de magnésio ionizado em cães e gatos que apresentem prejuízo à função da paratireoide. A hipomagnesemia leva a Hipocalcemia por vários mecanismos: Diminuição da produção do PTH Resistência do órgão alvo ao PTH Diminuição da absorção intestinal do Cálcio com ou sem alteração no metabolismo da Vitamina D Diminuição da troca interiônica do cálcio pelo magnésio do osso. MAGNÉSIO Material: 1,0ml de soro sem hemólise. Estabilidade: R - 5 dias e C - 2 semanas Comentários: O magnésio é um dos principais cátions do sangue, co-fator de diversas reações enzimáticas como a Na/K –ATPase. O magnésio é importante para a manutenção dos níveis celulares de potássio. Sua deficiência pode levar à depleção do potássio intracelular e excreção excessiva de potássio. A hipomagnesemia pode ocorrer em distúrbios gastrintestinais, pancreatite aguda, colestase, glomerulonefrite, cetoacidose diabética, hipertireoidismo e fluidoterapia intravenosa prolongada MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O hipoparatireoidismo primário é raro em cães e gatos. Maior ocorrência em adultos jovens ( 1- 4 anos). Acomete mais as fêmeas caninas e gatos machos. Em felinos não há predisposição racial, em cães os terrier, schnauzer, dachshund e poodle são mais acometidas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A concentração plasmática de cálcio é determinante no desenvolvimento das manifestações neuromusculares. A maior parte dos animais não apresenta sinais clínicos até que o cálcio total seja inferior a 1,5mmol/l e o cálcio ionizado abaixo de 0,8mmol/l. São sinais geralmente induzidos por exercícios, excitação e estresse (necessidade de cálcio aumenta). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Contrações musculares focais, cãibras dos membros traseiros, andadura rígida, espasmos musculares generalizados e convulsões. - Esfregação da face, lambidas e mordidas nas pernas – parestesia devido à excitabilidade sensorial aumentada. - Letargia, anorexia, inquietude, ofegação, ansiedade, fasciculações musculares, hipertermia, pulso femoral fraco. - Prolongamento do intervalo QT, alterações na onda T, catarata lenticular bilateral (produto local cálcio-fosfato). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Hipoglicemia Epilepsia Tétano Hipercalcemia grave Insuficiêa renal Tetania puerperal Envenenamento por etilenoglicol Pancreatite Aguda Hiperalbuminemia DIAGNÓSTICO Doença renal ausente – hipocalcemia e hiperfosfatemia (PTH reduz a perda de fosfato). Concentração plasmática de PTH baixa + hipocalcemia. Cálcio total <1,5 mmol/l Cálcio ionizado <0,8 mmol/l PTH primário abaixo do valor de referência 20-65pg/ml em cães. Em felinos valores entre 0-20 pg/ml ( referência < 40pg/ml) TRATAMENTO Emergência: Cálcio lento IV (0,5 a 1mmol Ca²/kg) – gliconato de cálcio. Estabilização – gliconato de cálcio SC (1:4 diluído em NaCl 0,9%) a cada 6h até o inicio da medicação oral. Necrose e calcinose cutânea Monitorar hipercalcemia – PU PROGNÓSTICO Excelente com monitoramento adequado - Monitorar cálcio diariamente no estado crítico, depois passar para semanalmente. - Quando estável, monitorar 2-4 vezes por ano.