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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS UNIDADE VARGINHA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL TENSÕES CISALHANTES EM VIGAS FLUXO DE CISALHAMENTO ANÁLISE DE PEÇAS SUBMETIDAS A CARREGAMENTOS COMBINADOS Ana Caroline Silva do Carmo Denize Ferreira de Carvalho Costa Marcos Filipe Silva Marcus Vinícius Prado Stephany Karolline Matias Da Silva RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Prof. Dr. Carlos Castro Varginha - MG 05 de Julho de 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 DESENVOLVIMENTO 4 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 13 CONCLUSÃO 21 REFERÊNCIAS 22 2 INTRODUÇÃO Em Resistência dos Materiais, disciplina também chamada de Mecânica dos Sólidos ou Mecânica dos Corpos Deformáveis, estuda-se as relações entre as cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das cargas internas que agem no interior do corpo. Seu desenvolvimento histórico é uma combinação de teoria e experiência, onde mentes brilhantes como Leonardo Da Vinci e Galileu Galilei fizeram experiências para determinar a resistência de fios, barras e vigas, sem que tivessem desenvolvido teorias adequadas, comparadas aos padrões de hoje, para explicar os resultados atingidos. A investigação da disciplina de Resistência tem por objetivo prover métodos simples para a análise dos elementos mais comuns em estruturas. Assim, a análise e o projeto de uma dada estrutura implica a determinação das tensões e deformações, proporcionando o estudo de sua estabilidade quando sujeito a forças externas. Diante disso, é fundamental que se conheça o conceito de uma série de tópicos necessários ao entendimento desta tarefa. Este trabalho tem como objetivo apresentar alguns conceitos e teorias referentes aos assuntos a seguir: tensões cisalhantes em vigas; fluxo de cisalhamento; e análise de peças submetidas a carregamentos combinados. Além disso, serão apresentados alguns exercícios resolvidos para fixação dos assuntos. Assim, inicialmente, os conceitos que se deve ter em mente são o de tensão, momento, condições de equilíbrio, momento de inércia, força de cisalhamento, e fluxo de cisalhamento. Segundo Mascia (2017), o conceito de tensão se origina do conceito elementar de pressão, como, por exemplo, a hidrostática que consiste numa força normal por unidade de área. A ideia de tensão pode ser expandida para os casos em que a força por unidade de área pode não ser, necessariamente, normal. Já o conceito de momento é a representação da tendência de giro (rotação) em torno de um ponto provocada por uma força. Na sequência, as condições de equilíbrio são observadas quando um corpo qualquer submetido a um sistema de forças está em equilíbrio estático caso não haja qualquer tendência à translação ou à rotação. 3 Posteriormente, de acordo com Borja (2019) o conceito de momento de inércia, em termos práticos, pode ser definido como sendo a resistência que um corpo (em rotação) apresenta a uma mudança em sua velocidade de giro. Ainda segundo o autor, o momento de inércia desempenha, na rotação, um papel equivalente ao da massa no movimento linear. Como um exemplo prático pode-se pensar em duas pedras sendo lançadas, sendo estas de tamanhos diferentes. Esse lançamento é feito por uma catapulta com aplicação da mesma força a cada uma, onde observa-se que a pedra menor terá uma aceleração superior que a da pedra maior. Seguindo a conceituação, a força de cisalhamento localiza-se no plano da área e é criada quando esforços externos tendem a provocar o deslizamento das duas partes do corpo, uma sobre a outra. Na Física, o cisalhamento é a deformação de um corpo com deslocamento em planos diferentes, mantendo o volume constante. Assim, cisalhamento significa cortar ou causar deformação numa superfície a partir da tensão provocada por forças que atuam em sentidos iguais ou contrários, mas seguindo uma mesma direção. Um exemplo cotidiano desse efeito é a tesoura, objeto mais popular para representar a tensão de cisalhamento. O cisalhamento em vigas é a flexão da viga a partir de forças cortantes, ou seja, ocorre uma dilatação do concreto. Um exemplo disso são os buracos que ocorrem nas estradas. Este fenômeno acontece pois as vigas de concreto estão amarradas por um único vão e são forçadas a um carregamento progressivo, ou seja, contínuo. Por fim, nesse sentido, define-se fluxo de cisalhamento como uma tensão de cisalhamento à distância em uma estrutura de paredes finas (em mecânica sólida); e o fluxo induzido por uma força (em um fluido). DESENVOLVIMENTO 1 – Tensões cisalhantes em vigas Cisalhamento em elementos retos O cisalhamento V é o resultado de uma distribuição de tensões de cisalhamento transversal que age na seção da viga. Devido à propriedade complementar de cisalhamento, as tensões de cisalhamento longitudinais 4 associadas também agirão ao longo dos planos longitudinais da viga. Dessa forma, um elemento retirado de um ponto interno está sujeito a tensões de cisalhamento transversal e longitudinal. Os esforços suportados por uma viga são tensões normais causadas pelo momento fletor e tensões cisalhantes causadas pelo esforço cortante. O motivo pelo qual a tensão de cisalhamento se desenvolve nos planos longitudinais de uma viga é porque se as superfícies forem lisas e as tábuas estiverem soltas, elas deslizarão. Do contrário, surgirão tensões que impedirão que deslizem e a viga agirá como uma unidade única. As tensões tendem a distorcer a seção transversal de uma maneira bastante complexa. Quando o cisalhamento V é aplicado, essa distribuição não uniforme na seção transversal fará com que ela se deforme. 5 A fórmula para tensão indiretamente, através da relação entre o momento e o cisalhamento é V = dM / dx Considerando que o segmento na parte superior do elemento foi seccionado em y’ em relação ao eixo neutro (b). Como a diferença entre os momentos resultantes em cada lado do elemento é dM, pode –se observar que na figura (d) o somatório de força em x só será zero se uma tensão de cisalhamento longitudinal agir sobre a face inferior do segmento. Tendo em vista que a tensão de cisalhamento seja constante em toda a largura t da face inferior e age em t dx. 6 Pela definição de centróide da área A’ : A fórmula do cisalhamento é usada para encontrar a tensão de cisalhamento na seção transversal. 7 Viga com seção transversal retangular Para uma viga com seção transversal retangular, a tensão de cisalhamento varia parabólicamente com a altura. E, a tensão de cisalhamento máxima ocorre ao longo do eixo neutro. 8 Para uma viga com seção transversal retangular considera - se: 9 Este resultado indica que a distribuição da tensão de cisalhamento na seção transversal é parabólica: 2 - Fluxo de cisalhamento em estruturas compostas por vários elementos 10 Para projetar os elementos de fixação (pregos, parafusos, material de soldagem ou cola), é necessário conhecer a força de cisalhamento à qual eles devem resistir ao longo do comprimento da estrutura. O fluxo de cisalhamento mede a força por unidade de comprimento ao longo do eixo longitudinal de uma viga. Esse valor, obtido pela fórmula do cisalhamento, é usado para determinar a força cortante desenvolvida em elementos de fixação que prendem as várias partes de uma estrutura. 11 3 - Análises de peças submetidas a carregamentos combinados Em muitas estruturas os membros devem resistir a mais de um tipo de carregamento. Observe as estruturas apresentadas na Figura 1. Conhecidos como carregamentos combinados, situações similares a essas ilustradas na Figura 1 ocorrem em uma variedade enorme de máquinas, construções, veículos, ferramentas etc. Figura 1 - Exemplos de estruturas submetidas a carregamentos combinados: (a) Viga perfil I sustentada por um cabo com carregamento axial e fletor combinados; (b) Vaso de pressão cilíndrico sustentado como uma viga; (c) Eixo em torção e flexão combinadas. Gere (2003); 12 Um membro estrutural submetido a carregamentos combinados pode com frequência ser analisadosuperpondo-se às tensões e deformações causadas por cada carregamento agindo separadamente. Condições: - As tensões e deformações devem ser funções lineares das cargas aplicadas, que por sua vez exigem que o material siga a lei de Hooke e os deslocamentos permaneçam pequenos. - As tensões e deformações devido a um carregamento, não devem ser afetadas por outros carregamentos. Estruturas comuns satisfazem essas condições e por isso o uso da superposição é bastante comum em engenharia. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 13 14 15 16 17 18 19 20 CONCLUSÃO Através deste trabalho, conseguimos absorver informações, conceitos e definições importantes que podem ser aplicadas dentro do contexto da engenharia civil, tendo em vista que todos esses temas assim como tantos outros estão presentes constantemente no dia-a-dia do engenheiro.Assim como destacado, cisalhamento, ou melhor, tensões cisalhantes é o fenômeno mais comum que causam rupturas em estruturas, nas quais é resultante da deficiência da armadura transversal para resistir às tensões de tração devidas à força cortante, o que faz com que a estrutura tenha a tendência de se dividir em duas partes, seja essa estrutura uma viga, laje, pilar etc. É a típica tensão que gera o corte em tesouras. Uma força de corte é a componente tangencial da força que age sobre a superfície e, dividida pela área da superfície, dá origem à tensão de corte média sobre a área quando a área tende a um ponto. Para o âmbito da construção civil, esse fenômeno ocorre ocasionalmente e principalmente em vigas de concreto armado, nas quais são uma das vigas mais utilizadas em construções. Dessa forma, conhecer, entender e aplicar todos esses conceitos no dia-a-dia, é de extrema importância para o engenheiro, tendo em vista evitar futuros problemas, garantir resistência nas suas construções e qualidade e eficiência em seus serviços. 21 REFERÊNCIAS BEER, F. P.; JOHNSTON, Jr., E. R. Resistência dos materiais: tradução e revisão técnica Celso Pinto Morais Pereira - 3ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. BORJA. E. V. Tensões de flexão e de cisalhamento em vigas. Notas de Aula da Disciplina: Construções em Concreto Armado. Tecnologia em Construção de Edifícios. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Natal, 2019. BUFFONI, S. S. O. Carregamentos Combinados. Universidade Federal Fluminense, 2017. Disponível em: <https://www.professores.uff.br/salete/ wp-content/uploads/sites/111/2017/08/aula16.pdf>.Acesso em: 02 jul. 2022. HIBBELER, R. C.; RUSSELL, C. Resistência dos materiais. 7.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. MASCIA, N. T. Teoria das Tensões. Departamento de Estruturas da Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1992, Revisão 2017. 53p. MONTEIRO, E. N. Cisalhamento transversal: teoria. Youtube, 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fhaNQVgJYLc&ab_channel=EdimarNatali Monteiro>. Acesso em: 04 jul. 2022. PALIGA, A. Resistência dos Materiais II: Capítulo 4 Cisalhamento. Universidade Federal de Pelotas, Centro de Engenharias, 2014. Disponível em: <https://wp.ufpel.edu.br/alinepaliga/files/2014/08/Cisalhamento.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2022. PUC GOIÁS. Apostila de Resistência dos Materiais IX. Disponível em: <http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/338/material/ap ostila_resmatIX%20fuminense.pdf>. Acesso em 03 jul. 2022. SA, Valério. Exercícios de tensões cisalhante pura e devido esforço cortante. Departamento de Estruturas e Geotécnicas, Universidade de São Paulo, 20 de junho de 2020. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5395988/mod_ resource/content/1/Lista%20de%20cisalhamento.pdf>. Acesso em: 02, jul de 2022. 22 SCREMIN, A. Capítulo 7 - Cisalhamento transversal. Universidade Federal do Paraná, 2011. Disponível em: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TMEC002/ Prof.Adriano_Scremin/Apostila/Cap%C3%ADtulo%207%20-%20Cisalhamento%20tr ansversal.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2022. TREINAMENTO24. O que é fluxo de cisalhamento?. Disponível em: <https://treinamento24.com/library/lecture/read/223263-o-que-e-fluxo-de-cisalhament o>. Acesso em: 03 jul. 2022. 23