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HISTÓRIA DOS MÉTODOS EDUCACIONAIS PARA OS SURDOS Faculdade Dom Bosco de Goioerê 4º período – Pedagogia 2019 BIMODALISMO → uso simultâneo da fala e dos sinais; → não é uma língua; → línguas orais e línguas de sinais são impossíveis de serem reunidas em um mesmo discurso; →Muitos educadores advogam o uso do bimodalismo como solução para a situação interativa entre alunos surdos e professores e colegas ouvintes na sala de aula, insistindo em ignorar a recepção desse sistema artificial pelo surdo, e desprezando as contradições; → Esta metodologia acredita que a maneira mais eficaz de ensinar o surdo é através da língua oral ou falada. Os surdos que utilizam este método de ensino são considerados surdos oralizados. “ é uma abordagem que visa a integração da criança surda na comunidade ouvinte, enfatizando a língua oral do país” ( GOLDFELD, 1997) ORALISMO O objetivo principal é minimizar a surdez “normalizando” as consequências da deficiência auditiva. Esta metodologia não aceita a língua dos sinais ou qualquer outro código gestual, pois acredita que com a utilização delas o surdo irá se acomodar e não despenderá esforço na aprendizagem da língua oral, pois esta sim seria a mais difícil. As técnicas utilizadas no método oralista eram: O treinamento auditivo – consiste em estimular , através de aparelhos, a audição para o reconhecimento e discriminação de ruídos ambientais e sons da fala; O desenvolvimento da fala: prática de exercícios para a mobilidade e tonicidade dos órgão como lábios, mandíbulas, língua, etc. E exercícios de respiração e relaxamento A leitura labial COMUNICAÇÃO TOTAL → consideram a língua oral um código imprescindível para que se possa incorporar a vida social e cultural, receber informações, intensificar relações sociais e ampliar o conhecimento geral de mundo, mesmo admitindo as dificuldades de aquisição, pelos surdos, dessa língua. → é a prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação, alfabeto manual, mímica, gestos...) → objetivo é fornecer à criança a possibilidade de desenvolver uma comunicação real → tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o representam → práticas desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países nas décadas de 1970 e 1980 →sinais voltam aos poucos a serem valorizados; → apesar da comunicação entre surdos e ouvintes ter melhorado, obervou0se que a leitura e escrita do surdo ainda continuava muito abaixo do esperado → consequência desta prática, o surdo não tinha domínio pleno em nenhuma das línguas. BILINGUISMO → ensino de duas línguas; → L1 (L.S., língua natural)) e L2 (língua do país); → A língua de sinais é adquirida naturalmente pela criança surda ; → A língua de sinais é uma língua como qualquer outra e não apenas gestos combinados; → Biculturalismo (não basta conhecer a gramática das duas línguas); → cada uma as línguas apresentadas aos surdos mantenha suas características próprias e que não se “misture” uma com a outra; →aprenderá a segunda língua com base na língua materna ALGUNS MITOS SOBRE O BILINGÜISMO CITADO PELO DR. MIKE KEMP. Aprender duas línguas confunde a criança e subestima sua inteligência. A criança deve aprender primeiro uma língua e somente depois começar a aprender uma outra. A criança que aprende duas línguas não se sente bem em nenhuma delas. Ela sempre se sentirá dividida entre duas culturas. Bilinguismo deve transformar a língua mais fraca na língua mais forte. Crianças que crescem bilíngues fazem boas traduções quando crescem. Bilíngues reais nunca misturam suas línguas. As pessoas que misturam são “semi-línguais”. Bilíngues têm personalidade tempestuosas. Bilinguismo é uma charmosa exceção, mas monolinguismo é o curso real. Seja cuidadoso; se você não seguir as regras exatamente, suas crianças nunca terão o manejo das duas línguas. Você nunca poderá faze-lo bilíngue agora. As pessoas, depois de uma idade X, realmente não podem aprender uma língua. WALLIN (1990), RELATA O ÊXITO DOS SEUS RESULTADOS QUE VALEM A PENA SEREM CITADOS. VEJAMOS ALGUNS: Crianças apresentam boa auto-estima; Crianças capazes de entender as coisas que acontecem ao seu redor; Crianças adquirindo linguagem mais cedo em comparação a outras realidades de outros países; Bom desenvolvimento da leitura e escrita; Preocupação em oferecer aos surdos uma educação equivalente a que é dada aos ouvintes; Participação dos surdos adultos na educação dos surdos; Professores surdos; E outros. O ENSINO DA L.S. FAZ PARTE DO CURRICULO ESCOLAR. NESTA DISCIPLINA ENVOLVE: Aprendizagem da gramática da língua de sinais; Aprendizagem do alfabeto internacional; Ensino de alfabetos manuais de outras línguas de sinais; Acesso a informações gerais sobre organizações nacionais e internacionais de surdos. (QUADROS, 1997) EXEMPLOS DE TRABALHOS BILINGUES SUÉCIA → primeiro país a reconhecer, em 1981, a Língua de Sinais como uma língua; →1983 foi implementado um novo currículo nas escolas de surdos, no qual foi incluído a disciplina “língua”, que trabalha não só o sueco mais também a língua de sinais. → L.S. é muito valorizada e respeitada nas escolas, ela é o principal meio utilizado para transmissão e aquisição do conhecimento. →O sueco é ensinado através da língua de sinais e seu uso e função são mais restritos a situações formais, como por exemplo, para leitura e escrita, para leitura labial e fala, e seu ensino se restringe as aulas de língua. → O Bilinguismo foi implantado em todas as escolas públicas de surdos de uma só vez, e a partir de 1990 todas estas 42 escolas passaram a ser bilíngues. → Carlos Sánchez (psiquiatra e pediatra) foi o maior responsável pela mudança das escolas oralistas em escolas bilíngues; →Em 1984, mediante investigação chegou a seguinte conclusão, os surdos não liam bem, e segundo ele mesmo, como poderiam ler bem se são ensinados a ler como se fossem ouvintes. → Quando os pais recebem o diagnóstico que seu filho é surdo, Sánchez diz: “Seu filho é normal; pode ser inteligente, criativo. Só que ele fala outra língua; ele é um estrangeiro”. VENEZUELA BRASIL Em 1980, o Bilinguismo no Brasil começa a despontar, tendo como pressuposto básico de que surdo precisa ser bilíngue ou deve adquirir como língua materna a língua de sinais, sendo essa considerada a língua natural dos surdos, e como segunda língua, a língua oficial do seu país. Já no final dos anos 80, no Brasil, os surdos começaram a liderar o movimento de oficialização da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS A abordagem bilíngue (FERNANDES, 2011) parte do pressuposto que a educação para surdos acontece em duas línguas: L1 – Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e L2 – Língua Portuguesa (a escrita obrigatoriamente e oral possivelmente, já que nem todos os surdos tem oportunidades de desenvolver a oralidade, como segunda língua). Dessa maneira, o Bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõem a tomar acessível à criança surda as duas línguas no contexto escolar. Nesse momento, essa é uma das abordagens surdos com grande repercussão atualmente no Brasil (STROBEL, 2008). O bilíngue formado em escolas bilíngues brasileiras terá algum nível de proficiência nas quatro habilidades necessariamente, podendo se sobressair mais ou menos em uma habilidade ou em outra, dependendo de aptidão, interesse e identificação, entre outros fatores. Em uma classificação inicial, podemos pensar, no contexto brasileiro em: bilíngues simultâneos – os que crescem em contato com duas línguas desde a primeira infância7, e que têm maior chance de se favoráveis8 ao desenvolvimento deste bilíngue é exposição desde cedo em casa por um dos pais ou mesmo pelos dois, e contextos em que a língua de instrução é a L2, mais comum em escolas internacionais, ou mesmo como resultado de imigração. Outro fator importante a ser observado aqui é o período críticopara desenvolvimento da linguagem. Parece haver idades ideais para tal desenvolvimento (cf. Songbird, 1999), e acredito em um continuum de possibilidades, não em uma única idade específica. Fatores como idade, tipo de exposição, identificação e valorização da língua são de extrema importância nesse contexto. bilíngues consecutivos – aqueles que aprendem a L2 em um contexto diferente de escola bilíngue, possivelmente em institutos de idiomas, com aulas duas vezes por semana. Para este aprendiz, a L2 é principalmente um objeto de estudo, e embora possa ser utilizado posteriormente como ferramenta de obtenção de novos conhecimentos, não é a priori instrumento de obtenção de conhecimento, conforme abordagem de ensino utilizada na escola. Há grandes variações na proficiência deste indivíduo, podendo atingir uma ótima habilidade comunicativa nas quatro habilidades ou ainda, no espírito de Macnamara (1967 apud MARCELINO, 2009, p.06), em apenas uma ou outra. bilíngues consecutivos de infância – o mais provável de surgir como resultado de educação bilíngue no Brasil. Este aprendiz desenvolve a L2 em um contexto onde a língua é utilizada como veículo de comunicação, forma de constituição e de obtenção de conhecimento. A língua (L2) não é utilizada apenas como o objeto de estudo em si, mas passa a ser em grande parte, a língua de instrução também. O contexto em que o aprendiz está inserido, no entanto, é constituído de brasileiros, e, portanto, menos favorável para o uso da L2 todo o tempo, especialmente em momentos de interação entre as crianças e pré-adolescentes. Se os membros da comunidade linguística “escola” utilizarem a língua para comunicação, a naturalidade e a cultura de se utilizar a língua aumentam, bem como a exposição à língua pela criança/pré- adolescente, aumentando a possibilidade de ganhos na aquisição FERNANDES, S. Educação de Surdos. 2ª ed. Curitiba: IBPEX, 2011. FESTA, Priscila Soares Vidal.; OLIVEIRA, Daiane Cristine de. BILINGUISMO E SURDEZ: CONHECENDO ESSA ABORDAGEM NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES. IN: ENSAIOS PEDAGÓGICOSRevista eletrônica do curso de Pedagogia das Faculdades OPET ISSN 2175-1773 – Dez. 2012. MARCELINO, Marcello. Bilinguismo no Brasil: significado e expectativas. Revista Intercâmbio, volume XIX: 1-22, 2009. São Paulo: LAEL/PUC-SP. ISSN 1806-275x QUADROS, Ronice Muller. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997. STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis :Editora da UFSC, 2008.