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PERÍCIA, 
ARBITRAGEM E 
ATUÁRIA
Professor Dr. José Renato Lamberti
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
Professor Me. Paulo Pardo
Professor Robinson Pereira Santos
Google Play App Store
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; LAMBERTI, José Renato; SILVA, Juliana Moraes da; 
PARDO, Paulo; SANTOS, Robinson Pereira. 
 
 Perícia, Arbitragem e Atuária. José Renato Lamberti, Juliana 
Moraes da Silva, Paulo Pardo, Robinson Pereira Santos. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. 
 232 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Perícia. 2. Arbitragem. 3. Atuária. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1680-2
CDD - 22 ed. 657.45
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Juliana Moraes da Silva
Designer Educacional
Nayara G. Valenciano
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Qualidade Textual
Eloisa Dias Lourenço
Ilustração
Marta Sayuri Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
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Professor Dr. José Renato Lamberti
Doutor em Finanças pela Mackenzie (2018), possui Mestrado em 
Administração/Finanças pela PUC-SP (2011), Pós-Graduação (Lato Sensu) 
em MBA Executivo pela Unicesumar (2010), Graduação em Administração 
de Empresas pela PUC-SP (2006), Graduação em Ciências Contábeis (2018). 
Atualmente é Coordenador do curso Superior de Tecnologia em Gestão 
Financeira e dos cursos de extensão da Saint Paul, além de professor de aulas 
de finanças corporativas, análise do risco de crédito e avaliação de empresas, 
teoria da contabilidade e contabilidade gerencial para Graduação em Gestão 
e Pós-Graduação em Administração de Empresas e Ciências Contábeis. É 
autor dos livros Orçamento Empresarial, Gestão Financeira e de Vendas e 
Administração Financeira para o Mercado Imobiliário pela editora Cesumar. 
Professor Me. Paulo Pardo
Mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina. 
Doutorando em Engenharia da Produção pela Universidade Metodista de 
Piracicaba. Atualmente é Diretor de Operações na Faculdade Católica Paulista, 
responsável pelo planejamento, execução e gestão do projeto de EAD da IES. 
Foi coordenador dos cursos de Gestão Pública, Negócios Imobiliários e Gestão 
Hospitalar do Núcleo de Educação a Distância da Unicesumar. Trabalhou 
na coordenação geral de polos de Educação a Distância da Unicesumar, 
celebrando convênios de parceria entre polos e a IES, bem como na gestão de 
relacionamento com os polos próprios e parceiros. Trabalhou na coordenação 
do projeto de novos cursos de pós graduação na Unicesumar. Foi professor 
no CHSA - Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Unicesumar 
- Centro Universitário Cesumar. Tem experiência na área de Administração, 
com ênfase em Administração de Empresas, atuando principalmente nos 
seguintes temas: sistema financeiro nacional, bolsa de valores, mercado de 
ações, logística. É professor de pós-graduação na área de Administração 
da Unicesumar, na cidade de Maringá, PR. É autor de livros didáticos para 
Educação a Distância nas áreas de Logística, Mercado Financeiro e de Capitais, 
Marketing e Gestão Ambiental, Teoria Geral da Administração. É consultor na 
área de marketing com foco em pesquisa de mercado para rede de varejo de 
eletrodomésticos.
Link: <http://lattes.cnpq.br/8141003354179820>. 
CU
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Professor Robinson Pereira Santos
Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá 
(1998), especialização em Gestão Estratégica de Negócios (2003) e 
especializando em Planejamento Tributário (2011). Atua como executivo 
de empresas na área de Administração,com ênfase em Administração 
Financeira, Custos, Negócios e Contabilidade.
LInk: <http://lattes.cnpq.br/2920108110293172>.
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
Juliana Moraes da Silva é Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade 
Estadual de Maringá (2016). Especialista em Auditoria e Controladoria 
pela Unicesumar. Possui graduação em Licenciado em Matemática pela 
Universidade Estadual de Maringá (2001) e Bacharelado em Ciências 
Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2006). Atualmente é 
coordenadora e professora do Curso de Ciências Contábeis - EAD e Tecnólogo 
em Gestão Financeira - EAD da UNICESUMAR - Centro Universitário Cesumar. É 
professora de pós-graduação presencial. professora formadora e conteudista 
de Educação à Distância. Perita Contábil, escritora, com experiência em 
consultoria de custo e financeira.
Link: <http://lattes.cnpq.br/0551257296562180>. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Seja bem-vindo(a) ao livro de Perícia, Arbitragem e Atuária. Será um grande prazer tra-
balhar junto com você estes assuntos tão importantes para a sua formação acadêmica.
Certamente, o próprio título já desperta curiosidade, pois não são palavras de uso co-
mum. Apesar do pouco conhecimento do público em geral sobre os conceitos de Arbi-
tragem e Atuária, eles estão presentes o tempo todo em nossas vidas.
Você perceberá que temos a influência da arbitragem nas situações de conflito e da 
atuária no recolhimento das nossas contribuições para a Previdência Social, no seguro 
de nosso carro ou de nossa casa, no seguro patrimonial de empresas, enfim, o campo 
de atuação é enorme.
Evidentemente que não é nossa pretensão torná-lo(a) especialista nestas áreas, mas 
proporcionar conhecimento suficiente para conhecer conceitos, normas e modelos.
Para você ter uma noção geral do que abordaremos, veja uma breve apresentação das 
unidades:
Na Unidade I, faremos uma introdução ao assunto da Perícia, informando qual a sua 
abrangência. Além da área contábil, conheceremos os tipos de perícia existentes ou pra-
ticados; entramos na regulamentação e normatização da prática da Perícia em nosso 
país, verificando a legislação correspondente ao assunto.
Na Unidade II, serão expostas as aplicações da Perícia Contábil nos diversos assuntos 
que envolvem a contabilidade. 
O importante conhecimento sobre a operacionalização da Perícia Contábil, no âmbito 
judicial, que, compulsoriamente, deve se ser uma burocracia que faz parte da boa con-
dução do trabalho. Citamos e comentos, nessa unidade, assuntos como os atos prepara-
tórios e de execução do trabalho pericial, os quesitos, diligências, parecer e o laudo, que 
é o produto final da perícia.
Por fim, concluiremos o assunto falando de “dinheiro”, de como são fixados os honorá-
rios e como é a sua formalização no âmbito judicial. 
Na Unidade III, iniciaremos o assunto de Arbitragem. Apesar de relevante e importante 
para o desenvolvimento jurídico e econômico de nosso país, a Arbitragem é um tema 
novo, não bem explorado no dia a dia e de pouco conteúdo bibliográfico, principalmen-
te, no âmbito da contabilidade, sendo mais encontrado nas publicações de Direito.
Mesmo assim, apresentaremos o assunto dedicando esta Unidade III, na introdução, à 
Arbitragem, trazendo conceitos e definições gerais, citando outras formas de resolução 
de conflitos (uma vez que o conflito é o cerne da Arbitragem) e comentando sobre a 
Arbitragem institucional.
APRESENTAÇÃO
PERÍCIA, ARBITRAGEM E ATUÁRIA
Por fim, dedicamos o final desta unidade à operacionalização e à prática da Arbitra-
gem e sua especificação contábil. Você perceberá que a Arbitragem não é da conta-
bilidade, mas que a contabilidade presta seus serviços e conhecimentos para a Arbi-
tragem quando o assunto discutido envolve o patrimônio das entidades. Portanto, é 
um tema geral, mas que nossa profissão tem muito a colaborar, afinal, as discussões 
geralmente envolvem dinheiro, posses e dívidas (em “contabilês”: Ativo e Passivo).
Bom, é isso, caro(a) acadêmico(a)! Esperamos que esta iniciação ao conhecimento 
da Perícia e da Arbitragem seja de grande valia para seu conhecimento e sua vida 
profissional. 
Qualquer dúvida, estaremos à disposição!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
11
UNIDADE I
PERÍCIA
17 Introdução
18 Perícia 
21 Perícia Contábil 
24 Legislação Aplicada À Perícia e ao Perito Contábil 
27 Normas da Perícia Contábil e do Perito Contábil 
30 Considerações Finais 
35 Referências 
36 Gabarito 
UNIDADE II
NORMAS DA PERÍCIA CONTÁBIL APLICADA
39 Introdução
40 Norma da Perícia Contábil - NBC TP 01 
56 Norma do Perito Contábil - NBC PP 01 
66 Norma do Exame de Qualificação Técnica do Perito Contábil - NBC PP 02 
72 Considerações Finais 
77 Referências 
78 Gabarito 
SUMÁRIO
12
UNIDADE III
ARBITRAGEM CONTÁBIL
105 Introdução
106 Definição e Conceitos 
111 Alternativas de Resolução de Conflitos 
114 Elementos de Arbitragem 
124 Arbitragem e a Profissão Contábil 
127 Arbitragem Institucional e Internacional 
132 Considerações Finais 
138 Referências 
140 Gabarito 
UNIDADE IV
INTRODUÇÃO À ATUÁRIA
143 Introdução
144 Definição e Conceitos 
150 Seguros no Brasil 
153 Classificação de Seguros 
158 Legislação de Seguros 
SUMÁRIO
13
162 Classificação de Seguros
163 Seguros de Pessoas 
176 Considerações Finais 
182 Referências 
184 Gabarito 
UNIDADE V
PRODUTOS FINANCEIROS E GERENCIAMENTO DE RISCOS ATUARIAIS
187 Introdução
188 Produtos Financeiros 
193 Riscos do Investimento em Fundos 
199 Provisões Técnicas e Limites Operacionais 
201 Exposição aos Riscos 
206 A Gestão de Risco Atuarial 
219 Considerações Finais 
225 Referências 
227 Gabarito 
228 CONCLUSÃO
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Professora Me. Juliana Moraes da Silva
Professor Esp. Robinson Pereira Santos
PERÍCIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar os conceitos relacionados à Perícia, bem como os 
principais dispositivos reguladores vigentes.
 ■ Desenvolver conhecimentos conceituais e fundamentais a serem 
utilizados no campo da Perícia. 
 ■ Conhecer a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade – NBCs.
 ■ Compreender a estrutura da Perícia Contábil e do perito-contador de 
acordo com as NBCs que tratam do assunto.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Perícia
 ■ Perícia Contábil
 ■ Legislação Aplicada à Perícia e ao Perito Contábil
 ■ Normas da Perícia Contábil e do Perito Contábil
Introdução
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INTRODUÇÃO
A expressão perícia advém do latim, peritia, que, em seu sentido próprio, sig-
nifica conhecimento adquirido pela experiência. Segundo D’Áurea et al. (1953), 
a perícia é o testemunho de uma ou mais pessoas técnicas, no sentido de fazer 
conhecer um fato cuja existência não pode ser acertada ou juridicamente apre-
sentada se não apoiada em especiais conhecimentos científicos ou técnicos.
A perícia tem grande importância por examinar e trazer clareza, revelando 
a verdade de fatos obscuros sobre determinado assunto. Ela está vinculada ao 
conhecimento e à experiência de determinados objetos. 
Aquele que exerce a execução da perícia é chamado de perito, possuindo 
conhecimento e experiência no assunto determinado para emitir uma opinião 
sobre a matéria examinada.
Para Sá (2005), a perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimô-
nio individualizado visando a oferecer opinião, mediante questão proposta. Para 
tal opinião, realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, 
arbitramentos, em suma, todo e qualquer procedimento necessário à formação 
da opinião sobre o objeto abordado.
Por isso, esta disciplina tem a finalidade de trazer conhecimentos da perí-
cia exercida pelos profissionais da contabilidade, apresentando os normativos 
existentes, adentrando na questão processualística e na forma de apresentaçãodo trabalho realizado.
Nesta unidade, trataremos da perícia vinculada ao conhecimento contábil. Isto 
é, quando um contador pode oferecer sua experiência e seu conhecimento para 
realizar a perícia. Portanto, vamos estudar a perícia contábil propriamente dita.
Também trataremos da normatização da prática da perícia contábil, bem 
como do profissional contábil responsável pela realização da perícia. Você obser-
vará que transcrevemos as normas de contabilidade que se referem ao assunto. 
Isto se faz necessário para não cair em desvios, tendo em vista que a perícia deve, 
obrigatoriamente, ser direcionada por normas de procedimentos para que atinja 
o seu propósito.
PERÍCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
PERÍCIA 
Conforme definições encontradas em dicionários, perícia está relacionada à 
habilidade e destreza, especificamente, definida como um exame feito por pes-
soa que possui estas características. 
Não se tem indício de exatamente quando surgiu a perícia, mas há cons-
tatações da sua prática desde o início da civilização, quando os primitivos 
desempenham o papel de liderança, legislador, executor e juiz. Não há registros 
do surgimento, mas foi no Direito Romano primitivo que surge a figura do perito.
A perícia tem grande importância por examinar e trazer clareza, revelando a 
verdade de fatos obscuros sobre determinado assunto, necessitando, assim, de pro-
fissionais habilitados, com capacidade técnica e científica aliada à consciência ética. 
De acordo com Muller et al. (2017), a perícia é uma das formas de prova em 
processos judiciais, exercida por profissionais portadores de diploma de curso 
superior.
Por isso, quando falamos em “perícia”, não podemos nos limitar a uma deter-
minada área do conhecimento, como é o caso da Ciência Contábil. A perícia 
está vinculada a conhecimento e experiência de determinados objetos. Aquele 
que exerce a execução da perícia, chamado perito, é aquele que possui conhe-
cimento e experiência no assunto determinado para emitir uma opinião sobre 
a matéria examinada. 
Perícia 
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Assim, temos peritos-engenheiros, peritos-médicos, peritos-psicólogos, 
peritos-criminais, entre outras profissões. E entre elas, o perito-contador, que é 
o profissional qualificado e habilitado para lidar com questões obscuras de fatos 
ligados à Ciência Contábil.
Não há portanto, como ensinarmos um profissional a ser um perito, haja 
vista que aquilo que o torna um perito é a sua própria experiência, o seu conheci-
mento e a sua vivência na especificidade da matéria. Assim, o que podemos fazer 
é participar da formação de um profissional que será especializado e experimen-
tado em determinada matéria ou determinado assunto. Tendo esta qualificação, 
esta pessoa pode, então, ser requisitada a disponibilizar o seu conhecimento no 
exame de fato relacionado à matéria que possui entendimento. Neste caso, ela 
estará realizando uma perícia. Perito não é profissão, mas, sim, o exercício de 
uma função com base nos seus conhecimentos para apurar determinado fato 
no âmbito de domínio.
Por isso, esta disciplina tem a finalidade de trazer conhecimentos da perí-
cia exercida pelos profissionais da contabilidade, apresentando os normativos 
existentes, adentrando na questão processualística e na forma de apresentação 
do trabalho realizado.
Ser um perito depende dos seus conhecimentos e de sua experiência!
TIPOS DE PERÍCIA
A origem da palavra “perícia” é procedente 
do latim peritia, que significa “habilidade” ou 
”saber”. Do ponto de vista jurídico, significa 
“diligência”, que é realizada por peritos, com o 
propósito de evidenciar certos fatos por meio 
de pesquisa, exame sobre a verdade de determi-
nado fato e que deve ser efetuado por pessoas 
de reconhecida habilidade ou experiência na 
matéria investigada, ou seja, é o trabalho reali-
zado por profissional conhecedor do assunto o 
PERÍCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
qual reúne provas com dados ou informações que sirva para dar suporte a uma 
“instância decisória”.
Sistemicamente, pode-se entender perícia como um trabalho de natureza 
específica, executada por um expert, com conhecimentos profundos na área que 
está executando, independentemente se na área contábil ou não. 
A perícia, segundo o ambiente de atuação o qual ela é solicitada, é classificada 
em quatro tipos detectáveis e, de acordo com cada tipo, serão determinados o modo 
de execução e o objetivo final (laudo ou parecer). São estes os tipos:
a) Perícia Judicial
Quando realizada por requerimento ou necessidade dos agentes do Poder 
Judiciário e deve obedecer às regras legais específicas. Esse tipo, ainda, se 
divide em duas formas, segundo a sua finalidade apontada pelo processo 
judicial: a prova ou o arbitramento. A prova será quando sua finalidade 
for trazer a verdade real, demonstrada científica ou tecnicamente, e que 
subsidiará a decisão do juiz. O arbitramento se dá quando sua finalidade 
é quantificar a obrigação segundo critério técnico.
b) Perícia Semijudicial
É aquela realizada dentro do aparato institucional do Estado, mas externa 
ao Poder Judiciário. Sua finalidade é ser prova nos ordenamentos insti-
tucionais usuários, que podem ser policial, parlamentar (comissões de 
inquérito), administração tributária ou conselhos de contribuintes. É 
assim classificada porque esses usuários têm relativo poder jurisdicio-
nal, apenas assemelhados aos judiciais.
c) Perícia Extrajudicial
Realizada fora do âmbito do Estado e da esfera judicial, solicitada por par-
tes do ambiente privado (empresas ou pessoas físicas). É subdividida em:
 ■ Demonstrativa: mostra a veracidade ou não do fato.
 ■ Discriminativa: levanta os termos justos do fato em que duvida do 
quantum.
 ■ Comprobativa: comprova fraudes, desvios, simulações etc.
d) Perícia Arbitral
Quando for realizada no âmbito de instância decisória, criada pelas par-
tes envolvidas e não se enquadrar nos tipos anteriormente descritos. Pode 
ser probante quando sua finalidade é ser prova na decisão, ou pode ser 
decisória quando seu produto é a própria arbitragem da controvérsia.
Perícia Contábil
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21
PERÍCIA CONTÁBIL
O Estudo da Perícia Contábil no Brasil tem início com o Código de Processo Civil 
(CPC) em 1939, o qual já estabelecia regras muito vagas sobre perícia. Em 1946, 
por meio do Decreto-Lei n. 9.295, criou-se o Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC) em que definiu as atribuições do contador e, consequentemente, institu-
cionalizou-se a perícia contábil no Brasil.
Com o advento da Lei n. 13.105/2015 (Código de Processo Civil – CPC), 
as perícias judiciais têm uma legislação ampla, clara e aplicável, tendo em vista 
que foram inseridas todas as normas disciplinadoras, incluindo também a dis-
ciplina sobre a pessoa do perito e em relação à perícia.
Segundo Ornelas (2003, p. 19), “prova pericial contábil é um dos meios 
que as pessoas naturais e jurídicas têm à sua disposição, garantido constitucio-
nalmente, de se defenderem ou exigirem direitos nas mais variadas situações 
econômicas e sociais”.
A prova pericial pode ser requerida para “ganhar tempo” ou, para o objetivo rele-
vante de provar, pelos fatos contábeis, as questões submetidas pelo Poder Judiciário.
Relações empregatícias, operações de créditos e, aquisição de bens são alguns 
exemplos de conflitos que buscam direitos no Judiciário.
Considerando que a contabilidade possui todos os dados e informações acerca 
das transações financeiras, o contador é o profissional hábil para desenvolver um 
PERÍCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 defevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
trabalho técnico científico sob a forma de Prova Pericial Contábil.
A perícia contábil está relacionada à construção de uma verdade sobre deter-
minada matéria, em certo aspecto ou situação, utilizando-se de procedimentos 
normatizados, técnicos e científicos, executada de pelas responsabilidades de 
profissionais formados em Ciências Contábeis. O produto dessa perícia tem o 
objetivo de apresentar à instância decisória os elementos de prova necessários 
para fundamentar uma solução da questão em discussão.
Para que possamos entender a utilização da perícia contábil, em determinada 
situação ou determinando fato, é importante relembrar o objeto da contabilidade, 
isto é, o patrimônio. Por isso, quando se trata de trazer elucidação a respeito de 
fatos que feriram ou influenciaram o patrimônio de uma pessoa jurídica ou física, 
é necessária a opinião, ou laudo (como veremos adiante), de um perito-contador.
A perícia está diretamente relacionada a discussões judiciais, as quais aquele 
izue exerce o juízo avalia informações e depoimentos apresentados pelas partes 
envolvidas: o autor e o réu. Na busca pela verdade dos fatos, invariavelmente, 
o juízo necessitará de um terceiro parecer, imparcial e técnico, para emitir seu 
posicionamento e decisão. Entretanto, cabe salientar que a perícia é exercida 
também fora do âmbito judicial, como veremos mais adiante.
A imagem seguinte, que foi reproduzida, se presta a esquematizar, numa 
visão acadêmica, como os fatos e as verdades são apresentados ou sustentados, e o 
necessário equilíbrio para uma justa solução do litígio estabelecido entre as partes. 
Perícia na
busca de
fatos e das
verdades
Fatos do
Juiz
Fatos do
Réu
Fatos do
Autor
Figura 1 - Perícia busca a verdade dos fatos
Fonte: os autores.
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Atualmente, com a evolução da sociedade e, consequentemente dos litígios, 
o estudo da perícia contábil encontra-se em constante aprimoramento e vem 
atraindo cada vez mais a atenção dos profissionais de contabilidade. 
APLICAÇÕES DA PERÍCIA CONTÁBIL JUDICIAL, EXTRAJUDICIAL 
E ARBITRAL
Segundo Muller et al. (2017), a perícia contábil judicial é aquela realizada de 
acordo com os procedimentos processuais do Poder Judiciário, solicitada pelas 
partes (autor e réu) ou por determinação do juiz.
Há várias aplicações no âmbito contábil e financeiro: revisional de contra-
tos, apuração de haveres, lucros cessantes, dissociação de sociedades, falência e 
arbitragem etc.
A perícia contábil está presente em diversas esferas do Judiciário, conforme 
se verifica a seguir. 
PERÍCIA
CONTÁBIL
Varas cíveis
Varas trabalhistas
Varas de família
Varas criminais
Falência e recuperação judicial
Fazenda pública e execução �scal
Figura 2 - Esferas de atuação da perícia contábil
Fonte: os autores.
O doutrinamento da perícia contábil, assim como de outras prerrogativas que 
são executadas pelos profissionais da contabilidade, está descrito nas Normas 
Brasileiras de Contabilidade. Por isso, antes de iniciarmos aplicações da perí-
cia contábil, apresenta-se uma breve introdução às Normas Brasileiras de 
Contabilidade e à legislação aplicada à perícia.
PERÍCIA
Reprodução proibida. A
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LEGISLAÇÃO APLICADA À PERÍCIA E AO PERITO 
CONTÁBIL
Como já mencionado, a perícia judicial começou a ser mencionada juridicamente 
no Brasil, em 1939, por meio do Decreto-Lei n. 1.608. Em 1946, com o Decreto-
lei n. 9.295, foi oficialmente instituída a Perícia Contábil no Brasil.
Histórico judicial de regulamentação e disciplina da perícia judicial:
 ■ 1939: Decreto-Lei n. 1.608: vagas regras sobre a perícia.
 ■ 1946: Decreto-Lei n. 8.579: alterações nas normas periciais.
 ■ 1946: Decreto-Lei n. 9.295: criação do CFC e regras para perícia contábil.
 ■ 1973: Lei n. 5.869: legislação ampla para as perícias judiciais.
 ■ 1992: Lei n. 8.455: observações à pessoa do perito.
 ■ 1994: Lei n. 8.852: honorários periciais.
 ■ 2001: Lei n. 10.358: entrega de pareceres e laudos (prazos).
 ■ 2002: Lei n. 10.406: domínio da matéria pelo perito contábil.
Legislação Aplicada À Perícia e ao Perito Contábil
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NOMENCLATURA DOS DISPOSITIVOS REGULADORES
Princípios: fundamentos da ação da ciência sobre seu objeto e seu obje-
tivo. Dos princípios decorrem as normas e os padrões. Caracterizam-se 
pela universalidade e generalidade.
Normas: são os indicativos comportamentais, envolvendo as técnicas e 
a ética, obrigatórios na execução da ciência. Caracterizam-se pela gene-
ralidade e especificidade e são obedientes aos princípios. São mutáveis e 
adaptáveis à realidade do ambiente.
Padrões: também são comportamentos técnicos e éticos, mas oriundos 
do resultado das ações dos profissionais daquela ciência. Representam a 
práxis adotada, habitualmente ou comumente.
E relação às disposições normativas da classe contábil, veremos poste-
riormente nos próximos tópicos abordados.
AUDITORIA X PERÍCIA
Apesar das semelhanças encontradas no 
exercício da auditoria e da perícia, sendo a 
principal delas a revisão de trabalhos reali-
zados por colegas de outras ramificações, a 
diferenciação entre estas duas especializações 
está centrada nos objetivos e nas finalidades.
O objetivo básico da perícia é o esclareci-
mento de determinados fatos ou circunstâncias, 
seja de forma judicial ou extrajudicial, como 
já vimos. Estes devem ser comprovados por 
laudos ou pareceres.
Por sua vez, a auditoria busca se certificar 
da veracidade de registros ou procedimen-
tos e expressa os seus resultados mediante 
relatórios.
PERÍCIA
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IU N I D A D E26
A perícia está relacionada a uma época, a um questionamento ou a uma 
necessidade, enquanto que a auditoria tende a ser constante, atendendo a um 
maior número de interessados, e não é tão rigorosa na sua metodologia.
A auditoria também se preocupa com a amostragem, enquanto que a perí-
cia se volta a um determinado campo. A auditoria está relacionada à gestão, e a 
perícia, à eventualidade e especificidade. 
Por fim, a perícia tem como finalidade a produção de prova, e a auditoria, 
a revisão de procedimentos.
O professor Wilson Alberto Zappa Hoog (2008, p. 115-116) afirma que:
[...] a perícia é a prova elucidativa dos fatos, já a auditoria é mais re-
visão, verificação, tende a ser necessidade constante repetindo-se de 
tempo em tempo, com menos rigores metodológicos pois utiliza-se da 
amostragem. A perícia repudia a amostragem como critério e tem ca-
ráter de eventualidade e só trabalha com o universo completo, onde a 
opinião é expressada com rigores de cem por cento de análise.
Quadro 1 - Diferenças entre perícia e auditoria
ITEM PERÍCIA AUDITORIA
Planejamento
Prevê o tempo de execução, 
a metodologia a ser utilizada, 
o valor financeiro e forma de 
pagamento.
Prevê tempo de execução, equipe 
técnica, metodologia extensão e 
profundidade, valor financeiro e forma 
de pagamento.
Escopo do 
trabalho
A totalidade dos fatos, dos 
documentos, das informações, 
todo e qualquer meio de prova 
pode ser utilizado.
Registros contábeis, financeiros e 
patrimoniais, normas de controles 
internos, demonstrações contábeis, 
normalmente por amostragem.
Objetivo do 
trabalho
Emissão do Laudo Pericial.
Emissão do Parecer de Auditoria, 
Relatório de Auditoria e orientação 
preventiva e corretiva.
Usuários da 
informação
As partes e o Poder Judiciário, 
quando for o caso.
Sócios, acionistas, investidores, admi-
nistradores, credores, órgãos fiscaliza-
dores e público em geral.
Equipe de 
trabalho
Somente o perito, podendo 
utilizar auxiliares,sem responsa-
bilidade no processo.
Auditores, gerentes, sócios, sendo a 
responsabilidade de gerentes e sócios.
Fonte: os autores.
Do exposto, tem-se que tanto a perícia como a auditoria são áreas distintas de 
atuação do contador.
Normas da Perícia Contábil e do Perito Contábil
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NORMAS DA PERÍCIA CONTÁBIL E DO PERITO 
CONTÁBIL
No exercício da profissão contábil, devem ser observadas as Normas Brasileiras 
de Contabilidade (NBC), que são um conjunto de regras e procedimentos de 
conduta, as chamadas normas profissionais (NBC-Ps), bem como a doutrina 
conceitual, os princípios, a estrutura técnica e os procedimentos, chamados de 
normas técnicas (NBC-Ts), a serem aplicados na realização dos trabalhos pre-
vistos, e que são aprovadas por resolução emitida pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC), que, inclusive, tiveram sua aprovação atualizada pela 
Resolução CFC 1.328/2011.
As NBC classificam-se em Profissionais e Técnicas.As Normas Brasileiras 
de Contabilidade Profissionais se estruturam em:
 ■ Geral - NBC PG: normas aplicadas indistintamente a todos os profissio-
nais de Contabilidade. 
 ■ Auditor Independente - NBC PA: aplicadas especificamente aos conta-
dores que atuam como auditores independentes.
 ■ Auditor Interno - NBC PI: aplicadas especificamente aos contadores que 
atuam como auditores internos.
 ■ Perito - NBC PP: aplicadas especificamente aos contadores que atuam 
como peritos contábeis.
PERÍCIA
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas se estruturam em:
 ■ Geral - NBC TG (segregadas em Normas Completas, Normas Simplificadas 
para PMEs e Normas Específicas).
 ■ Setor Público - NBC TSP.
 ■ Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica - NBC TA.
 ■ Revisão de Informação Contábil Histórica - NBC TR.
 ■ Asseguração de Informação Não Histórica - NBC TO.
 ■ Serviço Correlato - NBC TSC.
 ■ Auditoria Interna - NBC TI.
 ■ Perícia - NBC TP.
 ■ Auditoria Governamental - NBC TAG.
Importante salientar que as NBCs, principalmente depois de aprovada a Lei n. 
11.638/2007, estão em harmonização com as Normas Internacionais de Contabilidade 
emitidas pelo IASB – Comitê Internacional de Normas de Contabilidade, as 
Normas Internacionais de Auditoria e Asseguração, e as Normas Internacionais de 
Contabilidade para o Setor Público emitidas pela IFAC – Federação Internacional 
de Contadores. 
É importante você saber, caro(a) aluno(a), que a perícia serve a uma época, a 
um questionamento, a uma necessidade; a auditoria tende a ser necessidade 
constante, atingindo um número muito maior de interessados, sem necessida-
de de rigores metodológicos tão severos; basta dizer que a auditoria consagra 
a amostragem e a perícia a repele, como critério habitual.
Fonte: Sá (2013).
Normas da Perícia Contábil e do Perito Contábil
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Vale destacar que a inobservância das Normas Brasileiras de Contabilidade 
constitui infração disciplinar, sujeita às penalidades previstas no Art. 27 do 
Decreto-Lei n. 9.295/1946, e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional 
do Contabilista.
Em relação ao perito-contador, as próprias Normas Brasileiras de Contabilidade 
também se preocuparam em definir seu papel e suas atribuições. As normas do 
perito também estão regulamentadas desde 1992. A estrutura normativa da classe 
contábil, aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) traz esclare-
cimento, abrangência e clareza para direcionar a atuação do perito-contador. 
O CFC editou a NBC TP 01, a NBC PP 01 (DOU de 18/03/15) e a NBC PP 
02 (DOU de 28/10/16), que dá redação às normas relativas à execução de perí-
cias contábeis e aos contadores que atuam como peritos contábeis.
Normativas da área pericial:
 ■ NBC TP 01 – Perícia Contábil: estabelece regras e procedimentos téc-
nico-científicos a serem observados pelo perito, quando da realização 
de perícia contábil, no âmbito judicial, extrajudicial, inclusive arbitral, 
mediante o esclarecimento dos aspectos e dos fatos do litígio por meio 
de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, 
avaliação e certificação.
 ■ NBC PP 01 – Perito Contábil: estabelece critérios inerentes e procedi-
mentos inerentes à atuação do contador na condição de perito.
 ■ NBC PP 02 – Exame de qualificação técnica para perito contábil: esta-
belece critérios para aferir o nível de conhecimento e a competência 
técnico-profissional do contador que pretende ser perito contábil.
PERÍCIA
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E30
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta unidade teve como propósito mostrar pra você, aluno(a) de Ciências 
Contábeis, uma importante área profissional em que o contador pode atuar. Além 
de contador autônomo, analista financeiro, contabilista de empresas públicas e 
privadas, controller ou auditor, você pode exercer a função de perito contábil.
No decorrer desta unidade, você foi apresentado(a) à matéria da Perícia 
de forma geral e abrangente, conhecendo sua aplicação nas diversas áreas do 
conhecimento, a legislação correspondente, os tipos de perícia e o que a difere 
da auditoria contábil.
Assim como em outras áreas contábeis, para atuar no ramo da Perícia, é 
essencial conhecer a legislação contábil de forma geral, e a específica, de forma 
detalhada. As normas brasileiras de contabilidade devem ser rigorosamente 
observadas no exercício da função sob pena de multas, sanções e até perda do 
registro profissional.
O que deve ser ressaltado é que perito contábil não é profissão, mas sim, uma 
função, exercida pelo profissional formado em Ciências Contábeis. Enquanto 
profissional de determinada área, quando necessário, este pode realizar apura-
ções e exames em determinada matéria ou determinado assunto que envolva sua 
especialidade e, principalmente, sua experiência.
Nesta unidade, procuramos levar o conhecimento à existência das Normas 
Brasileiras de Contabilidade aplicadas à perícia contábil, ao perito-contador e 
ao Exame de Qualificação do Perito. 
Na próxima unidade, traremos as normas de forma a relacionar o escrito 
com a prática da função. Não há como se falar em Perícia expurgando as NBCs, 
que não só parametrizam a sua execução, como delimitam seus objetivos e sua 
aplicação.
31 
Leia o texto a seguir e responda às questões 1 e 2.
A Perícia Contábil é Profissão?
Há registros, na Índia, do aparecimento do árbitro, eleito pelas partes, que de-
sempenhava o papel de perito e juiz simultaneamente, pois dele dependiam a 
verificação dos fatos e a decisão do litígio. Também há vestígios de perícia em 
registros no Egito e na Grécia, ao ter início a sistematização dos conhecimentos 
jurídicos. Aí, já se observa a utilização de especialistas de diversas áreas para 
auxiliar nos processos decisórios.
Entretanto, é no Direito Romano primitivo que se encontra com maior clareza 
a figura do perito, ainda que associada a árbitro. No Sistema Romano, o magis-
trado recorria ao especialista, que, por seus conhecimentos técnicos, dispunha 
de melhores condições de opinar sobre a questão e elaborar um laudo que se 
constituía na própria sentença.
1. O texto fala sobre a função de árbitro e perito exercida pela mesma pessoa. Por 
que você acha que isto ocorria naquela época?
2. A partir da evolução do Direito Romano, o papel do perito é solicitado pelos 
magistrados. Qual o motivo desta iniciativa, de acordo com o texto? 
3. A Perícia busca a verdade dos fatos a serem comprovados. Utilizando-se da li-
teratura que possui à sua disposição, descreva semelhanças e diferenças entre 
Perícia x Auditoria x Arbitragem.
4. O conhecimentodas normas possibilita exercer a função cometendo o menor 
número de erros possíveis. Os termos “erro” e “fraude” são utilizados erronea-
mente como sinônimos. Diferencie os termos. Exemplifique.
5. As Normas Brasileiras de Contabilidade norteiam todo o trabalho do perito no 
exercício de sua função, além de regulamentar, também abordam a forma de 
executar. Leias as afirmações e assinale a alternativa correta quanto às NBCs 
aplicadas à perícia e ao perito.
a) NBC TP 01, apenas.
b) NBC PP 01, apenas.
c) NBC TP 01 e NBC PP 01, apenas.
d) NBC TP 01, NBC PP 01 e 02.
e) Lei n. 6.404 de 1976.
32 
Comparação entre Contabilidade Forense e Perícia Contábil
A Contabilidade Forense é o instrumento mais amplo e completo na investigação e le-
vantamento de fraudes quando comparada à atividade de Auditoria. Comparando-se à 
Perícia Contábil, a mesma ascendência teórica da Contabilidade Forense, observada na 
Auditoria, é também verificada (CARDOSO, 2008). 
Sendo assim, não há que se falar que os termos “Contabilidade Forense” e “Perícia Con-
tábil” (ou “Perícia Contábil Criminal”) se confundem ou são sinônimos. Apesar de ser 
verdade que “Contabilidade Forense” e “Perícia Contábil” têm uma natureza comum e 
atuam de forma parecida, os institutos guardam sensíveis diferenças (CARDOSO, 2008). 
O termo “Contabilidade Forense” pode ser considerado uma solução contábil-jurídica 
contra a fraude. Ou seja, a “Contabilidade Forense” só é efetivamente vislumbrada diante 
de um cenário de irregularidade, de um ato que fira a lei. A sua própria nomenclatura 
convoca o interesse pela justiça, pois o termo “forense” se vincula com o direito e com a 
aplicação da lei. Sendo assim, a matéria é parte e ferramenta de um processo legal, em 
caráter assistencial de um juiz, em uma demanda, em um processo (SILVA, 2008). 
Por sua vez, a expressão “Perícia Contábil” mantém sintonia com o termo “experiência”, 
originário do latim peritia (SILVA, 2008). 
Segundo Cardoso (2008, p. 13), conforme o NBC P13 (agora NBC TP01): os procedimen-
tos de perícia contábil (exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensu-
ração, avaliação e certificação) visam as respostas às conclusões registradas no laudo 
pericial contábil ou parecer pericial contábil, a saber: 
33 
1) O exame é a análise de livros, registros, registros das transações e do-
cumentos.
2) A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação da 
situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. 
3) A indagação é a busca de informações. 
4) A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contá-
bil, ao parecer pericial contábil, o que está oculto por quaisquer cir-
cunstâncias.
5) O arbitramento é a determinação de valores ou soluções de contro-
vérsia por critério técnico.
6) A mensuração é ato de quantificação física de coisas.
7) A avaliação é ato de estabelecer o valor das coisas, bens, direitos e 
obrigações, despesas e receitas.
8) ) A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo peri-
cial contábil pelo perito contador.
As diferenças entre Auditoria, Perícia Contábil e Contabilidade Forense 
orientam qual caminho tomar na análise de casos concretos. Sendo as-
sim, a forma de atuação e de investigação difere em todos os sentidos, 
desde o profissional habilitado, passando pelo escopo, tempo, periodici-
dade de observações etc.
Fonte: Carneiro et al. (2016, p. 62).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Um dos fatores que levam à abertura de processos éticos e disciplinares nos Conselhos 
Regionais de Contabilidade é o desconhecimento das NBCs por parte dos profissionais. 
O link a seguir apresenta todas as normas.
Disponível em: <https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>.
Prova Pericial Contábil: Teoria e Prática 
Wilson Alberto Zappa Hoog
Editora: Juruá
Sinopse: Destina-se como livro-texto básico para a disciplina de Perícia 
Contábil nos cursos de Graduação em Contabilidade e Pós-Graduação 
em Perícia. É recomendado, também, como obra de consulta e referência 
doutrinária para peritos em contabilidade, juízes e advogados, ao mesmo 
tempo em que é indicado como fonte de lastro em trabalhos científicos 
como pareceres, laudos, monografias, dissertações e teses. Esta edição 
encontra-se atualizada com a inclusão dos seguintes itens: novas métricas 
contábeis, princípios e axiomas da teoria pura da contabilidade, teorema 
da teoria pura da contabilidade, fundamentação do laudo ou do parecer, 
corruptologia e fraudologia, valor provável do lucro futuro em situações ou 
hipóteses vinculadas à Lei do Inquilinato e outros itens mais.
REFERÊNCIAS
35
BRASIL. Decreto-Lei n. 9.295 de 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal de 
Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras 
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCiViL_03/Decreto-Lei/
Del9295.htm>. Acesso em: 19 set. 2018.
__________. Lei n. 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/
L13105.htm#art1046>. Acesso em: 19 set. 2018.
__________. Lei n. 11.638 de 28 de dezembro de 2017. Altera e revoga dispositi-
vos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro 
de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração 
e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>. Acesso em: 19 set. 2018.
CARNEIRO, Y. F. F. et al. Contabilidade Forense: a aplicação da atividade contábil in-
vestigativa e sua perspectiva futura no Brasil. Revista de Contabilidade do Mes-
trado em Ciências Contábeis da UERJ, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 62-73, set./dez. 
2016. Disponível em: <http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/
UERJ/article/view/2956/2388>. Acesso em: 19 set. 2018.
D’AUREA, F. Revisão e perícia contábil: parte teórica. 2. ed. São Paulo: Companhia 
Editora Nacional, 1953.
HOOG, W. A. Z. Perícia Contábil: em uma abordagem racional científica. Curitiba: 
Juruá, 2008.
MULLER, A. N.; TIMI, S. R. R.; HEIMOSHI, V. T. M. Perícia contábil. São Paulo: Saraiva, 
2017.
ORNELAS, M. M. G. Perícia Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SÁ, A. L. Perícia Contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
REFERÊNCIAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm
GABARITO
1. As funções de árbitro e perito são similares quanto ao conhecimento. O perito 
produz prova, e o árbitro faz a mediação de conflito. Ambos buscam resolver o 
litígio entre as partes.
2. Em razão do perito ter conhecimento técnico específico. Os magistrados com-
preendem a lei, mas não o conhecimento técnico contábil, por exemplo.
3. Perícia – Planejamento: prevê tempo de execução, metodologia a ser utilizada, 
o valor financeiro e a forma de pagamento. N,o escopo do trabalho prevê a 
totalidade dos fatos, dos documentos, das informações, qualquer meio de prova 
pode ser utilizado. Objetivo do trabalho: emissão do laudo pericial. Usuários 
da informação: as partes e o poder judiciário quando for o caso. Equipe de 
trabalho: somente o perito, podendo utilizar auxiliares, sem responsabilidade 
no processo.
Auditoria - Planejamento: prevê o tempo de execução, equipe técnica, meto-
dologia, extensão e profundidade, valor financeiro e forma de pagamento. Es-
copo do trabalho: registros contábeis, financeiros e patrimoniais, normas de 
controles internos, demonstrações contábeis, normalmente por amostragem. 
Objetivo do trabalho: emissão do parecer de auditoria, relatório de auditoria 
e orientação preventiva e corretiva. Usuários da informação: sócios, acionistas, 
investidores, administradores, credores, órgãos fiscalizadores e público em ge-
ral. Equipe de trabalho: auditores, gerentes, sócios, sendo a responsabilidade 
de gerentes e sócios.
4. O termo fraude refere-se a ato intencionalde omissão ou manipulação de tran-
sações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. A 
fraude pode ser caracterizada por:
a) Manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo 
a modificar os registros de ativos, passivos e resultados.
b) Apropriação indébita de ativos.
c) Supressão ou omissão de transações nos registros contábeis.
d) Registro de transações sem comprovação.
e) Aplicação de práticas contábeis indevidas.
O termo erro refere-se a ato não-intencional na elaboração de registros e de-
monstrações contábeis, que resulte em incorreções deles, consistente em:
a) erros aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações contábeis.
b) aplicação incorreta das normas contábeis. 
c) interpretação errada das variações patrimoniais.
5. E
GABARITO
U
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E II
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
Professor Esp. Robinson Pereira Santos
NORMAS DA PERÍCIA 
CONTÁBIL APLICADA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer e compreender a norma contábil acerca da perícia e do 
laudo pericial.
 ■ Entender a função do perito contador, seus direitos e obrigações.
 ■ Compreender o procedimento de exame de qualificação técnica do 
perito contábil.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Norma da Perícia Contábil - NBC TP 01
 ■ Norma do Perito Contábil - NBC PP 01
 ■ Norma do Exame de Qualificação Técnica do Perito Contábil - NBC PP 
02
Introdução
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INTRODUÇÃO
O Conselho Federal de Contabilidade, no cumprimento de sua atribuição priva-
tiva, edita as Normas Brasileiras de Contabilidade que devem ser adotadas por 
todos os profissionais da contabilidade no Brasil. 
Para assegurar a evolução das Ciências Contábeis e a aplicação do conheci-
mento atualizado e globalizado no exercício profissional, uma das prioridades do 
CFC tem sido a busca da convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade 
aos padrões internacionais. A elaboração e a revisão das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBCs) Técnicas e Profissionais fazem parte de um processo cons-
tante que congrega, em igual medida, o saber técnico e a aplicação prática, sem 
descuidar da realidade atual da profissão contábil. 
Nesta unidade, trataremos da perícia vinculada ao conhecimento contábil, 
isto é, quando um contador pode oferecer sua experiência e conhecimento para 
realizar a perícia. Portanto, vamos estudar a perícia contábil propriamente dita.
Também trataremos, nesta unidade, da normatização da prática da perícia 
contábil, do profissional contábil responsável pela realização da perícia, bem 
como do exame de qualificação técnica que o perito deve realizar para avaliar 
seu conhecimento técnico.
Você observará que transcrevemos as normas de contabilidade que se refe-
rem ao assunto. Isto se faz necessário para não cair em desvios, tendo em vista 
que a perícia deve, obrigatoriamente, ser direcionada por normas de procedi-
mentos para que atinja o seu propósito.
Utilizaremos a metodologia de comentários da norma contábil dentro do 
próprio texto para facilitar a absorção do conhecimento e interpretação tempes-
tiva do tópico em questão.
Não vamos perder tempo, comecemos agora mesmo a compreender as nor-
mas aplicadas à perícia e ao perito contábil.
NORMAS DA PERÍCIA CONTÁBIL APLICADA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E40
NORMA DA PERÍCIA CONTÁBIL - NBC TP 01
Olá, caro(a) aluno(a), para atuar na área contábil, é necessário conhecer toda a 
legislação e as normas brasileiras de contabilidade. Quando o objetivo é o ramo 
pericial, a demanda de conhecimento é ainda maior, além das normas gerais, é 
essencial compreender as normas técnicas e profissionais. O Conselho Federal 
de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, aprova 
a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) TP 01 em 27 de fevereiro de 2015, 
que dispõe sobre a Perícia Contábil.
Segue a NBC TP 01 (CFC, 2015, p. 2):
Objetivo 
1. Esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico-científicos a 
serem observados pelo perito, quando da realização de perícia contá-
bil, no âmbito judicial, extrajudicial, mediante o esclarecimento dos 
aspectos e dos fatos do litígio por meio de exame, vistoria, indagação, 
investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. 
Conceito 
2. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-
-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de 
prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constata-
ção de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-
-contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais 
e com a legislação específica no que for pertinente. 
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 O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil têm por limite o próprio 
objeto da perícia deferida ou contratada. O objetivo, ou o produto da perícia, 
é o levantamento de um relatório pericial (seja laudo nas questões judiciais ou 
parecer nas questões extrajudiciais), e este deve relatar exclusivamente aquilo 
que se refere à matéria periciada.
A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação regu-
lar perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição. A perícia 
contábil, como a própria sequência do nome diz, é exclusiva do profissional de 
formação na área contábil, especificamente daquele que possui curso superior 
em contabilidade, ou seja, do Bacharel em Ciências Contábeis. Portanto, não 
cabe ao técnico em contabilidade, ou mesmo aos graduados nas áreas de eco-
nomia, administração e outras afins.
A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extra-
judicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia arbitral é 
exercida sob o controle da lei de arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas 
sob o controle de órgãos de Estado. Perícia voluntária é contratada, espontane-
amente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes. 
Obedecendo a este posicionamento do CFC, Alberto (1996, p. 48) conceitua 
e define os objetivos da Perícia Contábil como: “um instrumento técnico-cien-
tífico de constatação, prova ou demonstração, quanto à veracidade de situações, 
coisas ou fatos oriundos das relações, efeitos e haveres que fluem do patrimô-
nio de quaisquer entidades”.
Alberto (1996) elenca, ainda, de acordo com as experiências profissionais 
vividas por ele e por um grupo de profissionais pesquisados pela PUC-MG, que 
os objetivos e as finalidades da Perícia Contábil são, especificamente:
Observe que seu conceito é baseado na aplicação dos conhecimentos es-
pecíficos para levantar a verdade de uma determinada matéria com a finali-
dade de demonstrar aquele que tem a responsabilidade de tomar a decisão 
sobre um impasse.
NORMAS DA PERÍCIA CONTÁBIL APLICADA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E42
 ■ A informação fidedigna.
 ■ A certificação, o exame e a análise do estado circunstancial do objeto.
 ■ O esclarecimento e a eliminação de dúvidas suscitadas sobre o objeto.
 ■ O fundamento científico da decisão.
 ■ A formulação de opinião ou juízo técnicos.
 ■ A mensuração, a análise, a avaliação ou o arbitramento sobre o quantum 
monetário do objeto.
 ■ Trazer à luz o que está oculto por inexatidão, erro, inverdade, má-fé, astú-
cia ou fraude.
EXECUÇÃO 
Ao ser intimado para dar início aos trabalhos periciais, o perito do juízo deve 
comunicar às partes e aos assistentes técnicos a data e o local de início da pro-
dução da prova pericial contábil, exceto se designadospelo juízo.
(a) Caso não haja, nos autos, dados suficientes para a localização dos assis-
tentes técnicos, a comunicação deve ser feita aos advogados das partes 
e, caso estes também não tenham informado endereço nas suas peti-
ções, a comunicação deve ser feita diretamente às partes e/ou ao juízo.
(b) O perito-assistente pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, 
manter contato com o perito do juízo, colocando-se à disposição para 
a execução da perícia em conjunto.
(c) Na impossibilidade da execução da perícia em conjunto, o perito do 
juízo deve permitir aos peritos-assistentes o acesso aos autos e aos 
elementos de prova arrecadados durante a perícia, indicando local e 
hora para exame pelo perito-assistente.
(d) O perito-assistente pode entregar ao perito do juízo o cópia do seu 
parecer técnico-contábil, previamente elaborado, planilhas ou memó-
rias de cálculo, informações e demonstrações que possam esclarecer 
ou auxiliar o trabalho a ser desenvolvido pelo perito do juízo. 
O perito-assistente pode, logo após sua contratação, manter contato com o 
advogado da parte que o contratou, requerendo dossiê completo do processo 
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para conhecimento dos fatos e melhor acompanhamento dos atos processuais 
no que for pertinente à perícia. 
Nas perícias judiciais, geralmente, o juízo nomeia um perito judicial para 
proceder ao exame da peça em questão.
 As partes envolvidas na questão (autor e réu), por meio da indicação dos 
seus advogados, contratam peritos para prestar assistência técnica a estes, no 
sentido de avaliarem seus pedidos, bem como analisar o próprio laudo do perito 
judicial. Observamos, nestes itens normativos, a importância do relacionamento 
entre o perito-assistente, o perito-contador (judicial) e o advogado.
8. O perito, enquanto estiver de posse do processo ou de documentos, deve 
zelar por sua guarda e segurança e ser diligente. 
9. Para a execução da perícia contábil, o perito deve ater-se ao objeto e ao 
lapso temporal da perícia a ser realizada. 
10. Mediante termo de diligência, o perito deve solicitar por escrito todos os 
documentos e todas as informações relacionadas ao objeto da perícia, fixando o 
prazo para entrega. 
11. A eventual recusa no atendimento a diligências solicitadas ou qualquer 
dificuldade na execução do trabalho pericial deve ser comunicada, com a devida 
comprovação ou justificativa, ao juízo, em se tratando de perícia judicial; ou à 
parte contratante, no caso de perícia extrajudicial. 
12. O perito deve utilizar os meios que lhe são facultados pela legislação e 
normas concernentes ao exercício de sua função, com vistas a instruir o laudo 
pericial contábil ou parecer técnico-contábil com as peças que julgar necessárias. 
13. O perito deve manter registro dos locais e das datas das diligências, nome 
das pessoas que o atender, livros e documentos ou coisas vistoriadas, examina-
das ou arrecadadas, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando 
a documentação examinada, quando julgar necessário e possível, juntando o ele-
mento de prova original, cópia ou certidão. 
14. A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe técnica, 
deve ser realizada sob a orientação e supervisão do perito do juízo, que assume 
a responsabilidade pelos trabalhos, devendo assegurar-se de que as pessoas con-
tratadas sejam profissionais e legalmente capacitadas à execução. 
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15. O perito deve documentar os elementos relevantes que serviram de 
suporte à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no parecer técni-
co-contábil, quando não juntados aos autos, visando a fundamentar o laudo ou 
parecer e comprovar que a perícia foi executada de acordo com os despachos, 
as decisões judiciais e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 
Perceba a importância dada a detalhes que, quando falamos de perícia, são 
imprescindíveis para a execução de um trabalho assertivo e que são muito bem 
registrados nestas normas:
 ■ Cuidado com os documentos e as informações, bem como a forma de 
acesso a eles mesmos (itens 8, 10 e 13).
 ■ Foco no objeto em questão e no tempo a ser respeitado (item 9).
 ■ Observação da legislação e normas para o trabalho (item 12).
 ■ Registro de todos os atos, fatos e a circunstância que envolvem o exame 
(item 15).
PROCEDIMENTOS 
Procedimento é a forma como deverá ser executado o trabalho. No item 16 e os 
demais que se seguem, temos a citação e a definição de elementos que envolvem 
os procedimentos e são imprescindíveis na realização de uma perícia. Esses pro-
cedimentos estão devidamente grifados:
16. Os procedimentos periciais contábeis visam a fundamentar o laudo peri-
cial contábil e o parecer técnico-contábil e abrangem, total ou parcialmente, 
segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, 
investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. 
17. O exame é a análise de livros, registros de transações e de documentos. 
18. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situ-
ação, coisa ou fato, de forma circunstancial. 
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19. A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhe-
cedores do objeto ou o fato relacionado à perícia. 
20. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contá-
bil ou parecer técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. 
21. O arbitramento é a determinação de valores e quantidades ou a solução 
de controvérsia por critério técnico-científico. 
22. A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, 
bens, direitos e obrigações. 
23. A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obri-
gações, despesas e receitas. 
24. A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo ou ao 
parecer pelo perito. 
25. Concluídos os trabalhos periciais, o perito do juízo apresentará laudo 
pericial contábil e o perito-assistente oferecerá, querendo, seu parecer técnico-
-contábil, obedecendo aos respectivos prazos. 
26. O perito do juízo, depois de concluído seu trabalho, deve fornecer, quando 
solicitado, cópia do laudo ao perito-assistente, informando-lhe com antecedên-
cia a data em que o laudo pericial contábil será protocolado em cartório. 
27. O perito-assistente não pode firmar o laudo pericial quando o documento 
tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, neste caso, 
oferecer um parecer técnico-contábil sobre a matéria periciada. 
28. O perito-assistente, ao apor a assinatura em conjunto com o perito do 
juízo, em laudo pericial contábil, não pode emitir parecer técnico-contábil con-
trário a esse laudo. 
29. O perito-assistente pode entregar cópia do seu parecer, os planilhas e 
os documentos ao perito do juízo antes do término da perícia, expondo as suas 
convicções, fundamentações legais, doutrinárias, técnicas e científicas sem que 
isto implique indução do perito do juízo a erro, por tratar-se da livre e necessá-
ria manifestação científica sobre os pontos controvertidos. 
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E46
PLANEJAMENTO 
O trabalho de planejamento da perícia constitui-se o ponto inicial para o desen-
volvimento do trabalho a ser executado baseado na matéria pleiteada, e para a 
expectativa de remuneração, ou seja, dos cálculos dos honorários (salvo quando 
estes forem arbitrados pelo juiz).
É na fase de planejamento que o perito deveatentar para dois aspectos 
fundamentais do processo: o que está sendo demandado e a época do aconteci-
mento dos fatos. Portanto, é fundamental a leitura da inicial, da contestação ou 
da impugnação, aos documentos juntados pelas partes e aos quesitos elabora-
dos pelo juízo pelas partes. Veja o que diz o item 30.
30. O planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial que antecede 
diligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, na qual o perito do juízo 
estabelece a metodologia dos procedimentos periciais a serem aplicados, elabo-
rando-o a partir do conhecimento do objeto da perícia. 
Objetivos: observe que a norma contábil é muito clara ao auxiliar o contador 
na função de perito. Estes itens que se referem ao propósito do planejamento da 
perícia auxiliam o profissional a manter o foco e o objetivo do trabalho.
31. Os objetivos do planejamento da perícia são:
(a) Conhecer o objeto e a finalidade da perícia, a fim de permitir a adoção de 
procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará 
o juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito da lide.
(b) Definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a 
serem aplicados, em consonância com o objeto da perícia.
(c) Estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo esta-
belecido.
(d) Identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no 
andamento da perícia.
(e) Identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que 
não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária.
(f) Identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia.
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(g) Estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da 
equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares.
(h) Facilitar a execução e a revisão dos trabalhos. 
DESENVOLVIMENTO 
32. Os documentos dos autos servem como suporte para obtenção das informa-
ções necessárias à elaboração do planejamento da perícia. 
33. Em caso de ser identificada a necessidade de realização de diligências, na 
etapa de elaboração do planejamento, devem ser considerados, se não declarada 
a preclusão de prova documental, a legislação aplicável, documentos, registros, 
livros contábeis, fiscais e societários, laudos e pareceres já realizados e outras 
informações que forem identificadas como pertinentes para determinar a natu-
reza do trabalho a ser executado. 
34. Quando necessário, o planejamento deve ser realizado pelo perito do 
juízo, ainda que o trabalho venha a ser realizado de forma conjunta. 
35. Quando necessário, o planejamento da perícia deve ser mantido por qual-
quer meio de registro que facilite o entendimento dos procedimentos a serem 
aplicados e sirva de orientação adequada à execução do trabalho. 
36. Quando necessário, o planejamento deve ser revisado e atualizado sem-
pre que fatos novos surjirem no decorrer da perícia. 
RISCOS E CUSTOS 
Veja que a norma também visa a resguardar o profissional contábil. Na elaboração 
dos honorários, o perito deve não só focar na complexidade da realização do traba-
lho, mas também nas responsabilidades e riscos que estão envolvidos nesse trabalho.
37. O perito, na fase do planejamento, com vistas a elaborar a proposta de 
honorários, deve:
(a) Avaliar os riscos decorrentes das suas responsabilidades e todas as des-
pesas e custos inerentes.
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(b) Ressaltar que, na hipótese de apresentação de quesitos suplementares, 
poderá estabelecer honorários complementares. 
EQUIPE TÉCNICA 
38. Quando a perícia exigir a necessidade de utilização de trabalho de tercei-
ros (equipe de apoio, trabalho de especialistas ou profissionais de outras áreas 
de conhecimento), o planejamento deve prever a orientação e a supervisão do 
perito, que responderá pelos trabalhos executados, exclusivamente, por sua 
equipe de apoio. 
 O item 14 da respectiva norma já previa a utilização de uma equipe téc-
nica. Não podemos esquecer que o trabalho da perícia é pessoal, não pode ser 
responsabilidade de uma “empresa” de perícia, mas sim, do profissional (Pessoa 
Física). Entretanto, não quer dizer que o esse professional não utilize de lau-
dos auxiliares de profissionais de outras áreas, bem como de outros contadores 
como assistentes.
É elementar ressaltar que para os prazos serem cumpridos (e o trabalho 
pericial envolvê-los, necessariamente) são necessarios a elaboração e o acom-
panhamento de um cronograma de atividades. A norma contábil não é omissa 
neste sentido.
39. O perito do juízo deve levar em consideração que o planejamento da perí-
cia, quando for o caso, inicia-se antes da elaboração da proposta de honorários, 
considerando-se que, para apresentá-la ao juízo ou aos contratantes, há neces-
sidade de se especificarem as etapas do trabalho a ser realizadas. Isto implica 
que o perito deve ter conhecimento prévio de todas as etapas, salvo aquelas que 
somente serão identificadas quando da execução da perícia. 
40. No cronograma de trabalho, devem ficar evidenciados, quando aplicá-
veis, todos os itens necessários à execução da perícia, como: diligências a serem 
realizadas, deslocamentos, necessidade de trabalho de terceiros, pesquisas que 
serão feitas, elaboração de cálculos e planilhas, respostas aos quesitos, prazo para 
apresentação do laudo e/ou oferecimento do parecer, de forma a assegurar que 
todas as etapas necessárias à realização da perícia sejam cumpridas. 
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TERMO DE DILIGÊNCIA 
A diligência é um termo que está sendo empregado neste material de forma já 
corriqueira. Nos itens 47 e 48 da norma, ela se preocupa em definir esse termo, 
que nada mais é do que a correspondência que o perito emite solicitando docu-
mentos e outros dados. É a formalização do pedido.
Do item 49 ao 54, a norma se preocupa em orientar quando e como deve ser 
utilizado o termo de diligência. Nos itens 55 e 56, ela trata da sua forma e estrutura.
41. Termo de diligência é o instrumento por meio do qual o perito solicita 
documentos, coisas, dados e informações necessárias à elaboração do laudo peri-
cial contábil e do parecer técnico-contábil. 
42. Serve também para determinar o local, a data e a hora do início da perícia, 
e ainda para a execução de outros trabalhos que tenham sido a ele determinados 
ou solicitados por quem de direito, desde que tenham a finalidade de orientar 
ou colaborar nas decisões, judiciais ou extrajudiciais. 
43. O termo de diligência deve ser redigido pelo perito, ser apresentado dire-
tamente ao perito-assistente, à parte, a seu procurador ou terceiro, por escrito 
e juntado ao laudo. 
44. O perito deve observar os prazos a que está obrigado por força de deter-
minação legal e, dessa forma, definir o prazo para o cumprimento da solicitação 
pelo diligenciado. 
45. Caso ocorra a negativa da entrega dos elementos de prova formalmente 
requeridos, o perito deve se reportar diretamente a quem o nomeou, contratou 
ou indicou, narrando os fatos e solicitando as providências cabíveis. 
ESTRUTURA 
46. O termo de diligência deve conter os seguintes itens:
(a) Identificação do diligenciado.
(b) Identificação das partes ou dos interessados, e em se tratando de perí-
cia judicial ou arbitral, o número do processo ou procedimento, o tipo 
e o juízo em que tramita.
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(c) Identificação do perito com indicação do número do registro profissio-
nal no ConselhoRegional de Contabilidade.
(d) Indicação de que está sendo elaborado nos termos desta norma.
(e) Indicação detalhada dos documentos, coisas, dados e informações, con-
signando as datas e/ou períodos abrangidos, podendo identificar o quesito 
a que se refere.
(f) Indicação do prazo e do local para a exibição dos documentos, coisas, 
dados e informações necessários à elaboração do laudo pericial contábil 
ou parecer técnico-contábil, devendo o prazo ser compatível com aquele 
concedido pelo juízo, contratante ou convencionado pelas partes, conside-
rada a quantidade de documentos, as informações necessárias, a estrutura 
organizacional do diligenciado e o local de guarda dos documentos;
(g) A indicação da data e hora para sua efetivação, após atendidos os requi-
sitos da alínea (e) quando o exame dos livros, documentos, coisas e 
elementos tiver de ser realizado perante a parte ou o terceiro que detém 
em seu poder tais provas.
(h) Local, data e assinatura. 
LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E PARECER TÉCNICO-CONTÁBIL 
 O laudo e o parecer são fundamentais no trabalho pericial. É o produto final do 
trabalho. É a formalização de tudo o que foi examinado e analisado. É a conclu-
são, por escrito, do profissional. Portanto, documento fundamental para o juízo.
Nos itens a seguir, a norma fala o que é o laudo/parecer, quem os elabora, o 
que eles contêm, a forma de apresentação e os termos (vocábulos) utilizados 
na sua confecção.
47. O Decreto-Lei n. 9.295/1946, na alínea “c” do Art. 25, determina que o laudo 
pericial contábil e o parecer técnico-contábil somente sejam elaborados por 
contador ou pessoa jurídica, se a lei assim permitir, que estejam devidamente 
registrados e habilitados em Conselho Regional de Contabilidade. A habilita-
ção é comprovada mediante Certidão de Regularidade Profissional emitida pelos 
Conselhos Regionais de Contabilidade. 
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48. O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil são documentos 
escritos nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da 
perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto 
e as buscas de elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho. 
49. Os peritos devem consignar, no final do laudo pericial contábil ou do 
parecer técnico-contábil, de forma clara e precisa, as suas conclusões. 
APRESENTAÇÃO DO LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E OFERTA DO 
PARECER TÉCNICO-CONTÁBIL 
50. O laudo e o parecer são, respectivamente, orientados e conduzidos pelo 
perito do juízo e pelo perito-assistente, que adotarão padrão próprio, respeitada 
a estrutura prevista nesta norma, devendo ser redigidos de forma circunstan-
ciada, clara, objetiva, sequencial e lógica. 
51. A linguagem adotada pelo perito deve ser clara, concisa, evitando o prolixo 
e a tergiversação, possibilitando aos julgadores e às partes o devido conhecimento 
da prova técnica e interpretação dos resultados obtidos. As respostas devem ser 
objetivas, completas e não lacônicas. Os termos técnicos devem ser inseridos no 
laudo e no parecer, de modo a se obter uma redação que qualifique o trabalho 
pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade. 
52. Tratando-se de termos técnicos atinentes à profissão contábil, devem, 
quando necessário, ser acrescidos de esclarecimentos adicionais e recomendada 
a utilização daqueles consagrados pela doutrina contábil. 
53. O perito deve elaborar o laudo e o parecer, utilizando-se do vernáculo, 
sendo admitidas apenas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas de 
uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais. 
54. O laudo e o parecer devem contemplar o resultado final alcançado por 
meio de elementos de prova inclusos nos autos ou arrecadados em diligências que 
o perito tenha efetuado, por intermédio de peças contábeis e quaisquer outros 
documentos, tipos e formas. 
NORMAS DA PERÍCIA CONTÁBIL APLICADA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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TERMINOLOGIA 
55. Forma circunstanciada: a redação pormenorizada, minuciosa, efetuada com cautela 
e detalhamento em relação aos procedimentos e aos resultados do laudo e do parecer. 
56. Síntese do objeto da perícia e resumo dos autos: o relato ou a transcrição 
sucinta, de forma que resulte em uma leitura compreensiva dos fatos relatados 
sobre as questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do perito. 
57. Diligência: todos os atos adotados pelos peritos na busca de documentos, 
coisas, dados e informações e outros elementos de prova necessários à elabora-
ção do laudo e do parecer, mediante termo de diligência, desde que tais provas 
não estejam colacionadas aos autos. Ainda são consideradas diligências as comu-
nicações às partes, aos peritos-assistentes ou a terceiros, ou petições judiciais. 
58. Critério: é a faculdade que tem o perito de distinguir como proceder em 
torno dos fatos alegados para julgar ou decidir o caminho que deve seguir na 
elaboração do laudo e do parecer. 
59. Metodologia: conjunto dos meios dispostos convenientemente para 
alcançar o resultado da perícia por meio do conhecimento técnico-científico, 
de maneira que possa, ao final, inseri-lo no corpo técnico do laudo e parecer. 
60. Conclusão: é a quantificação, quando possível, do valor da demanda, 
podendo reportar-se a demonstrativos apresentados no corpo do laudo e do 
parecer ou em documentos. É na conclusão que o perito registra outras infor-
mações que não constaram na quesitação, porém, encontrou-as na busca dos 
elementos de prova inerentes ao objeto da perícia. 
61. Apêndices: são documentos elaborados pelo perito contábil; e anexos 
são documentos entregues a estes pela partes e por terceiros, com o intuito de 
complementar a argumentação ou elementos de prova. 
Norma da Perícia Contábil - NBC TP 01
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62. Palavras e termos ofensivos: o perito que se sentir ofendido por expres-
sões injuriosas, de forma escrita ou verbal, no processo, poderá tomar as seguintes 
providências:
(a) sendo a ofensa escrita ou verbal, por qualquer das partes, peritos ou 
advogados, o perito ofendido pode requerer da autoridade competente 
que mande riscar os termos ofensivos dos autos ou cassada a palavra.
(b) as providências adotadas, na forma prevista na alínea (a), não impedem 
outras medidas de ordem civil ou criminal. 
63. Esclarecimentos: havendo determinação de esclarecimentos do laudo ou do 
parecer sem a realização de audiência, o perito deve fazer por escrito, obser-
vando em suas respostas os mesmos procedimentos adotados quando da feitura 
do esclarecimento em audiência, no que for aplicável. 
64. Os peritos devem, na conclusão do laudo e do parecer, considerar as for-
mas explicitadas nos itens seguintes:
(a) Omissão de fatos: o perito do juízo não pode omitir nenhum fato rele-
vante encontrado no decorrer de suas pesquisas ou diligências, mesmo 
que não tenha sido objeto de quesitação e desde que esteja relacionado 
ao objeto da perícia.
(b) A conclusão com quantificação de valores é viável em casos de: apuração 
de haveres; liquidação de sentença, inclusive em processos trabalhistas; 
resolução de sociedade; avaliação patrimonial, entre outros.
(c) Pode ocorrer que, na conclusão, seja necessária a apresentação de alter-
nativas condicionadas às teses apresentadas pelas partes, casos em que 
cada uma apresenta uma versão para a causa. O perito deve apresentar 
as alternativas condicionadas às teses apresentadas, devendo, necessa-
riamente, ser identificados os critérios técnicos que lhes deem respaldo.
(d) A conclusão pode ainda reportar-se às respostas apresentadas nos que-
sitos.
(e) A conclusão pode