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Resumo aula 2 de Epidemiologia 
 
Agentes etiológicos de enfermidades 
A etiologia é o estudo das causas de 
processos patológicos. 
 
Agente etiológico: é a denominação dada ao 
agente causador de uma doença. 
 
Vetores: Organismo capaz de transmitir 
agentes infecciosos. 
O agente etiológico pode ou não se 
desenvolver enquanto encontra-se no vetor. 
 
Tipos de agentes etiológicos: 
 
• Biológico: Bactérias, fungos, 
protozoários, vírus 
• Químico: São as substâncias, 
compostos que possam penetrar no 
organismo pela via respiratória, nas formas 
de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases 
ou vapores, ou que, pela natureza da 
atividade de exposição, possam ter contato 
ou ser absorvidos pelo organismo através da 
pele ou por ingestão. 
• Físico: As diversas formas de 
energia a que possam estar expostos os 
trabalhadores, tais como: ruídos, vibrações, 
pressões anormais 
• Genético: Translocação de 
cromossomos. 
• Psíquico: Estresse, por exemplo, em 
função de desemprego e da migração. 
 
Fatores dos agentes: 
• Endógenos: São causadas por 
fatores internos ao organismo, ou 
seja, é causada por organismos que 
vivem no corpo da pessoa. 
Tais como idade; 
Fatores hormonais; 
Fatores metabólicos; 
Fatores congénitos; 
Fatores imunológicos 
 
• Exógenos: São de origem externas 
ao organismo. 
Tais como traumatismos; 
Microrganismos patogênicos; 
Agentes físicos; 
Agentes químicos. 
 
Medidas de prevenção 
A Saúde Pública intervém, 
buscando evitar doenças, prolongar a vida e 
desenvolver a saúde física, mental e a 
eficiência. 
A Epidemiologia persegue a 
observação exata, a interpretação correta, a 
explicação racional e a sistematização 
científica dos eventos de saúde-doença, em 
nível coletivo, orientando, portanto, as ações 
de intervenção. 
A Prevenção é abrangente, incluindo 
a ação dos profissionais em saúde, mas não 
só. 
A estes cabe uma importante parcela 
preventiva: A decisão técnica, a ação direta 
e parte da ação educativa na prevenção de 
doenças. 
 
Tipos de prevenção: 
 
Prevenção primordial: são estratégias para 
evitar exposição a fatores de risco que 
causam doenças. Ex: campanhas anti-
tabagismo para não-fumantes; prática 
regular de exercício físico. 
Prevenção primária: modificação da 
exposição já existente aos fatores de risco, 
para evitar o desenvolvimento de doenças. 
Ex: campanhas anti-tabagismo para 
fumantes; campanhas de vacinação. 
Prevenção secundária: Ocorre, através de 
diagnóstico precoce, tais como o inquérito 
(para descoberta de casos numa 
comunidade); exames periódicos; 
isolamento (para evitar propagação da 
doença); e tratamento (para evitar 
progressão da doença). 
Prevenção terciária: Reabilitação de quem já 
tem a doença clinicamente detectável. Ex: 
tratamento e cuidados após o tratamento. 
Prevenção quaternária: são estratégias para 
evitar ou atenuar o excesso de 
intervencionismo no tratamento da doença, 
fornecendo informação necessária e 
suficiente para pacientes poderem tomar 
decisões autônomas, sem falsas 
expectativas, conhecendo as vantagens e os 
inconvenientes dos métodos diagnósticos ou 
terapêuticos propostos. Ex: cuidados 
paliativos de pacientes com câncer, 
prevenindo e aliviando o sofrimento dos 
próprios e dos seus familiares, detectando e 
tratando os sintomas relacionados ao câncer 
(por exemplo, dor ou falta de ar). 
 
Conceitos de indicadores de saúde 
 
Natalidade: É o número de crianças que 
nascem vivas, anualmente, por cada mil 
habitantes, numa determinada área. 
 
Taxa de expectativa de vida: É o número 
médio de anos que um indivíduo pode 
esperar viver, se submetido, desde o 
nascimento, às taxas de mortalidade 
observadas no momento (ano de observação) 
do nascimento. 
 
Mortalidade - é a variável característica das 
comunidades de seres vivos; refere-se ao 
conjunto dos indivíduos que morreram num 
dado intervalo do tempo. 
Representa o risco ou probabilidade 
que qualquer pessoa na população apresenta 
de poder vir a morrer ou de morrer em 
decorrência de uma determinada doença. 
Taxa de mortalidade infantil 
Taxa de mortalidade geral 
Taxa de mortalidade materna 
Taxa de mortalidade por doenças 
transmissíveis 
 
Morbidade – é a variável característica das 
comunidades de seres vivos, refere-se ao 
conjunto dos indivíduos que adquirem 
doenças (ou determinadas doenças) num 
dado intervalo de tempo em uma 
determinada população. 
A morbidade mostra o 
comportamento das doenças e dos agravos à 
saúde na população. 
 
Letalidade - é uma medida da gravidade da 
doença, calculada dividindo-se o número de 
óbitos por determinada doença pelo número 
de casos da mesma doença. 
Algumas doenças apresentam 
letalidade nula, como, por exemplo, 
escabiose; já para outras, a letalidade é igual 
ou próxima de 100%, como a raiva humana. 
 
Medidas de prevenção 
A prevenção trabalha com dois 
conceitos estatísticos, tais como: 
 
• Incidência: Número de novos casos 
surgidos numa determinada 
população num determinado 
intervalo de tempo; 
• Para calcular a incidência, utiliza-se 
a seguinte fórmula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagine, como exemplo, que, entre 400 
crianças cadastradas na Estratégia de Saúde 
da Família e acompanhadas durante 1 ano, 
foram diagnosticadas, neste período, 20 
casos novos de anemia. 
O cálculo de incidência será: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como você pode notar, os casos 
novos, ou incidentes, são aqueles que não 
estavam doentes no início do período de 
observação, mas que adoeceram no decorrer 
desse período. 
Para que possam ser detectados, é 
necessário que cada indivíduo seja 
observado no mínimo duas vezes, ou que se 
conheça a data do diagnóstico. 
 
Importante: 
• A constante é uma potência com 
base de 10 (100, 1.000, 100.000), pela qual 
se multiplica o resultado para torná-lo mais 
“amigável”, ou seja, para se ter um número 
inteiro. 
• É muito mais difícil compreender 
uma taxa de 0,15/1.000 do que uma taxa de 
15/100.000. 
• Quanto menor for o numerador em 
relação ao denominador, maior a constante 
utilizada. 
 
• Prevalência: Número total de casos 
existentes (novos + antigos) numa 
determinada população em um 
determinado momento temporal; 
Para calcular a prevalência, utiliza-se a 
fórmula: 
 
 
Incidência é = a número de casos novos 
÷ pelo total de pessoas expostas 
I= cn 
 tpe 
I= cn 
 tpe 
I= 20 = 0,05 
 400 
Que multiplicado por 
uma constante (1000) 
nos dará a seguinte 
taxa de incidência: 50 
casos novos de anemia 
por 1000 crianças. 
 
 
 
 
 
 
 
Já a prevalência se refere ao número 
de casos existentes de uma doença em um 
dado momento; é uma “fotografia” sobre a 
sua ocorrência, sendo assim uma medida 
estática. 
Os casos existentes são daqueles que 
adoeceram em algum momento do passado, 
somados aos casos novos dos que ainda 
estão vivos e doentes (MEDRONHO, 2005, 
PEREIRA, 1995). 
 
Voltamos ao exemplo das crianças 
acompanhadas pela Equipe de Saúde da 
Família. 
Suponha que em determinada semana todas 
as crianças fizeram exames laboratoriais. 
Das 400 crianças participantes, foram 
encontradas 40 com resultado positivo para 
Ascaris lumbricoides. 
O cálculo de incidência será: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Incidência e Prevalência: Diferenças 
Prevalência - a “carga” da doença na 
população. 
Usada em doenças crônicas ou situações 
estáveis. 
 
Incidência – a “velocidade” em que a 
população está sendo acometida. 
Usada em doenças crônicas e agudas. 
 
Observação: 
• A prevalência é alimentada pela 
incidência. 
 
• Por outro lado, dependendo do 
agravo à saúde, as pessoas podem se curar 
ou morrer. 
 
• Quanto maior e mais rápida a cura, 
ou quanto maior e mais rápida a mortalidade, 
mais se diminui a prevalência, que é uma 
medida estática, mas resulta da dinâmica 
entre adoecimentos,curas e óbitos. 
 
 
Fatores que influenciam na prevalência 
Aumentando: 
Maior duração da doença; 
Aumento da sobrevida sem cura; 
Aumento da Incidência; 
Imigração de casos; 
Emigração de pessoas sadias; 
Imigração de pessoas susceptíveis; 
Melhora dos recursos diagnósticos (melhora 
do sistema de informação); 
 
Diminuindo: 
Menor duração da doença; 
Maior letalidade; 
Diminuição da incidência; 
Imigração de pessoas sadias; 
Emigração de casos; 
Aumento taxa de cura. 
 
 
Incidência e Prevalência – Qual a 
importância? 
 
• O número de casos das doenças é 
fundamental para o planejamento dos 
serviços de saúde. 
 
• Dá uma ideia da magnitude do 
problema ou da sua tendência em curto 
prazo, como por exemplo, durante uma 
epidemia. 
 
• O planejamento de ações e serviços 
de saúde, previsão de recursos humanos, 
diagnósticos e terapêuticos. 
P=n + a 
 tpe 
Prevalência é = número de casos novos + 
número de casos antigos ÷ pelo total de 
pessoas expostas 
P= n + a 
 tpe 
P= 40 = 0,01 
 400 
Que multiplicado por uma constante 
(100) nos dará a seguinte prevalência: 
10 casos existentes de verminose por 
Ascaris a cada 100 crianças.

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