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TREINAMENTO FUNCIONAL/elemento_1155_1086.pdf Rua Treze de Maio, 596 – Bela Vista – São Paulo – SP – Cep: 01327-000 – Tel/Fax: (11) 3141-1033 O treinamento funcional evoluiu! E com a evolução vieram novos aparelhos, tecnologia, dezenas de variações em exercícios e, o mais importante, os profissionais que o prescrevem. Prova disso são as dezenas de estúdios montados unicamente para atender os clientes interessados nessa (já não tão nova) modalidade que agora começa a sair das academias. A quantidade de informações sobre o assunto também não ficou para trás. Em uma simples busca pelo Google, ao digitar “treinamento funcional”, podemos encontrar mais de 3.690.000 resultados alcançados em menos de 0,11 segundos. Mesmo no Youtube podemos encontrar 3.300 vídeos sobre o assunto. Uma obra que preencha essa lacuna faz-se estritamente necessária tanto do ponto de vista teórico quanto prático. Apesar de entendermos que existe um abismo enorme separando a teoria da prática, seria muita ingenuidade acreditarmos que a prática somente se resolve por meio da prática. O que nos resta então é ler e aprender para, depois, fazer. O conhecimento é necessário, e o livro Treinamento funcional e core training: exercícios práticos aplicados veio para colaborar mais ainda com ele. Sobre o autor Alexandre Lopes Evangelista é graduado em Ed. Física – Universidade São Judas Tadeu. Especialista em Metodologia do Treinamento Desportivo – Universidade de Matanzas Camilo Cien- fuegos – Cuba. Especialista em Treinamento Desportivo - unifmu. Mestre em Ciências – fundação antonio prudente. Doutor em Ci- ências – fundação antonio prudente. Coordenador do curso de pós-graduação em Fisiologia e Treinamento Aplicado ao Fitness em Clubes e Academias – Universidade Gama Filho. Coordenador do curso de pós-graduação em Treinamento Funcional – universida- de gama filho. Professor convidado dos curso de pós-graduação – fefisa, unifmu, fig e ugf. Coordenador de projetos dos cursos de pós-graduação em Educação a Distância – Central de Cursos/ Universidade Gama Filho. Autor dos livros: Treinamento de corrida de rua: bases fisiológicas e metodológicas; Treinamento de força e flexibilidade aplicado a corrida de rua: uma abordagem prática e Treinamento funcional uma abordagem prática. Jônatas Macedo é graduado pela PUC – Campinas e pós- -graduado em “Atividade Física Adaptada e Saúde”pela UNI-FMU, especializado pela GAFF – Treinamento Funcional e Desempenho Atlético em Treinamento Funcional e Kettlebell Russian Training. Idealizador e proprietário do Studio 2 – Crossfit & Wellness, tra- balha com treinamento funcional tendo mais de 9.000 h/aula de experiência em treinamento funcional, qualidade de vida e saúde. Sumário 1 Bases do treinamento do core e do treinamento funcional 2 Respiração aplicada ao treinamento funcional 3 Exercícios aplicados 23x23 cm 144 páginas 4x4 cor capa cartonada ISBN: 978-85-7655-334-2 1ª edição Alexandre Lopes Evangelista – Jônatas Macedo Treinamento funcional e core training exercícios práticos aplicados (inclui DVD) TREINAMENTO FUNCIONAL/LPO_ebook_treinamentoesportivo.pdf WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM CONTINUA FORÇA E POTÊNCIA! O Levantamento de Peso Olímpico (LPO) para o esporte e o fitness! No esporte há poucas modalidades onde os atletas podem ter tempo para atingir a força máxima, portanto a potência – também conhecida pelo termo explosão muscular - torna-se a característica fundamental da força, especialmente em modalidades que utilizam saltos, lançamentos, sprints de velocidade e mudanças de direção. A base para a produção de potência nos esportes está relacionada ao ciclo alongamento-encurtamento (CAE) presente nos exercícios balísticos e pliométricos. Um modo de se treinar o recrutamento do máximo de unidades motoras é através de exercícios multiarticulares que permitam sobrecargas para a aplicação máxima de força num curto período de tempo. Os exercícios do Levantamento de Peso Olímpico como o arranco e o arremesso, possuem similaridade com as ações de diversos esportes, principalmente aqueles que dependem de ações horizontais e verticais com a extensão simultânea das articulações do tornozelo, joelho e quadril (como no basquete, vôlei, futebol, handebol, tênis, atletismo, entre outros), sendo considerados exercícios de força “específicos” para isso. O arranco e arremesso quando corretamente executados são o mesmo que um “salto com pesos”. Essa ação explosiva e coordenada pode ser de grande auxílio para atletas de diversas modalidades. Pesquisas demonstram uma enorme correlação entre os exercícios de LPO e o salto vertical. O salto vertical máximo é um teste amplamente utilizado e reconhecido como medição de potência dos membros inferiores. TREINAMENTOESPORTIVO.COM http://www.treinamentoesportivo.com/ WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 2 O LPO é uma modalidade complexa e que exige o conhecimento de detalhes para que possa ser aplicado efetivamente e com segurança nas demais modalidades esportivas. Não existe nenhuma característica potencialmente lesiva no arranco e arremesso. As lesões de treinamento podem ocorrer em qualquer condição, inclusive utilizando máquinas de musculação, sendo uma característica inerente da prática esportiva. A solução para se evitar riscos desnecessários é conhecer a técnica correta e ter a supervisão de um profissional de Ed. Física/ Esporte competente no assunto. Este e-book tem o propósito de ajudar a introduzir aos profissionais envolvidos com o treinamento esportivo, estudantes e áreas ligadas ao esporte que queiram conhecer os detalhes, os exercícios e o treinamento do LPO. As informações aqui passadas devem ser complementadas com a vivência prática. Com o conhecimento dos movimentos e a forma como são executados, será possível aplicá-los corretamente em sua modalidade esportiva. Portanto não deixe de conhecer também o nosso Workshop prático LPO para praticantes - educadores físicos, personais trainers, atletas, praticantes de esportes e profissionais de fitness e do meio esportivo. No final do ebook você encontrará todas as informações sobre como participar. Forte abraço e boa leitura a todos! João Coutinho TreinamentoEsportivo.com http://www.treinamentoesportivo.com/ WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 3 OS EXERCÍCIOS O Arranco O Arranco (“snatch”) é a primeira prova da competição de LPO e consiste em levantar a barra em um só movimento desde o tablado até a completa extensão dos braços acima da cabeça. Para executá-lo o atleta pega a barra e a levanta à maior altura possível. Em seguida agacha completamente posicionando a barra acima da cabeça com os braços estendidos e finalmente se coloca de pé imóvel até o sinal dos árbitros para baixar a barra (figura). Essa é a técnica executada pelos levantadores de peso em competição, fazendo o agachamento profundo para pegar a barra acima da cabeça, sendo conhecido como “arranco clássico” ou “competitivo”. Figura: o Arranco competitivo WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 4 OS EXERCÍCIOS O Arremesso O Arremesso (“clean and jerk”) na sua forma “clássica” ou “competitiva” consiste em levantar a barra em dois tempos: desde o tablado até o peito – primeiro tempo (“clean”). E desde o peito até a completa extensão dos braços acima da cabeça – segundo tempo (“jerk). Para executar o primeiro tempo o atleta pega a barra na plataforma, levanta à maior altura possível e em seguida agacha profundamente para colocá-la sobre os ombros (figura). A puxada do arremesso é praticamente idêntica a do arranco, sendo possível erguer mais peso em função da pegada das mãos na barra mais próxima. O apoio da barra nos ombros acorre com a rápida rotação dos cotovelos embaixo da barra. Figura: Arremesso competitivo – primeiro tempo. WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 5 Após levantar as barra até o ombro o atleta se posiciona para lançá-la acima da cabeça. O segundo tempo (“jerk”) consiste numa pequena flexão seguida de uma poderosa extensão das pernas para lançar a barra acima da cabeça. Para posicionar a barra acima, o levantador executa a “tesoura”, posicionando uma perna à frente e a outra mais atrás. Uma vez que a barra está controlada acima da cabeça, o atleta recupera o posicionamento paralelo das pernas (figura) Figura: Arremesso competitivo – segundo tempo. WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 6 BIOMECÂNICA A Trajetória da Barra O deslocamento vertical e horizontal da barra pode ser analisado através do plano sagital. A análise da trajetória da barra é importante para a detecção de erros técnicos. Para atletas de outras modalidades não é necessário o rigor técnico exigido a um atleta de LPO, necessitando apenas aprender a levantar pesos de uma maneira que permita torná-lo forte e explosivo de forma segura. A análise da trajetória aqui apresentado serve para que os técnicos de outras modalidades entendam que a barra não é levantada “em linha reta” do solo para acima da cabeça. Pelo contrário, o atleta deve manejar seu corpo para uma posição biomecânica favorável que permita levantar a maior quantidade de peso possível com o menor gasto de energia. Nesse processo, a barra irá acompanhar esse movimento do corpo, muitas vezes tocando ou raspando partes do mesmo. Os atletas de LPO para melhorarem sua técnica procuram treinar tentando atingir o padrão “S” apresentado na figura. WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 7 Por que Atletas devem Treinar com o LPO? Os exercícios de LPO, o arranco e o arremesso, podem ser efetivos para o aumento do desempenho esportivo em qualquer modalidade por suas características biomecânicas de elevada produção de força e potência muscular. Figura: A extensão simultânea das articulações dos membros inferiores no LPO e no esporte Para determinar quais exercícios devem ser utilizados para aumentar a força e potência em uma modalidade esportiva qualquer, inicialmente é necessário fazer uma análise da mecânica do gesto esportivo. A Biomecânica, ciência que estuda o aparelho locomotor e os movimentos humanos, indica que para os esportes baseados em terra - aplicação de força no solo - os atletas devem utilizar exercícios de cadeia cinética fechada que treinem fundamentalmente as articulações do joelho, quadril e tornozelo em sincronia. A extensão simultânea dessas articulações é o que produz força e potência para saltar, correr e mudar de direção (figura). Outro aspecto importante é que o ganho de força é específico ao ângulo da articulação treinada. Portanto os atletas devem treinar com ações numa faixa angular que mimetizem seu gesto esportivo. Para aumentar a potência, os atletas precisam treinar com movimentos que envolvam uma rápida aceleração contra uma determinada resistência durante toda a amplitude articular do movimento, sem a necessidade de desacelerar no final. Esse tipo de ação é conhecido como movimento balístico. Exercícios balísticos são executados com máximo esforço tendo elevados níveis de TDF (Taxa de Desenvolvimento de Força) e de potência. Geralmente nesses exercícios são utilizadas cargas submáximas para maximizar a potência. Os exercícios pliométricos - como os lançamentos, multisaltos e os saltos em profundidade - não necessitam desacelerar ao final do movimento, sendo os melhores exemplos de exercícios balísticos. Os exercícios de WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 8 LPO também possuem essa mesma característica balística, pois a barra é “arremessada” do solo sendo posteriormente amortecida pelo atleta. Os exercícios de LPO utilizam a extensão simultânea dos membros inferiores, além de contra-movimentos e ações explosivas dentro de um raio angular idêntico do salto vertical (130º a 140º de flexão do joelho). Essas características têm um enorme potencial de transferência neuromuscular para movimentos de mecânica similar. A maioria dos estudos científicos aponta a relação direta entre o LPO e o salto vertical. Recentemente, alguns estudos demonstram os efeitos do treinamento com o LPO e o aumento de desempenho na corrida em velocidade (sprint), mudança de direção e arremesso de peso. Nos exercícios de LPO, apesar das elevadas sobrecargas utilizadas, a intenção de velocidade do movimento é sempre máxima, o que induz a uma melhor sincronização das unidades motoras e da TDF. A possibilidade de aumento da sobrecarga nos levantamentos parece ser o fator determinante para o treinamento da potência. Nesse aspecto, a técnica de levantamento do LPO permite adicionar mais peso na barra sem negligenciar a intenção de máxima velocidade do movimento. A TDF é mais importante que a capacidade de força máxima, portanto o LPO permite o treino com elevadas cargas juntamente com rapidez de movimento. Para treinar a potencia utilizando o LPO, os atletas devem usar cargas que favoreçam á máxima produção mecânica de potência. Os estudos apontam que para o LPO a maior potência produzida ocorre com cargas em torno de 75-80% do máximo que o atleta consegue levantar no arranco e arremesso de forma clássica. Não por coincidência, esse valor é exatamente o máximo que um atleta de LPO consegue levantar no arranco alto e arremesso alto (Power santch e Power clean). Portanto esses dois exercícios podem ser considerados os mais apropriados para o treinamento de potência em qualquer atleta. Referências : (Komi, P. V , Força e Potência no Esporte. Artmed, 2006) WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 9 EQUIPAMENTO Barras e tablados para treinamento É possível executar e treinar os levantamentos explosivos do LPO com jogos de barras e anilhas encontrados em academias e salas de musculação. Com o progresso do treinamento é possível que o aumento na quantidade de peso para treinamento fique comprometido. Para maior segurança e conforto, o conjunto próprio de LPO (“olympic standard”) é a melhor escolha. Desde que o atleta utilize a técnica correta e o equipamento adequado, os exercícios de LPO são seguros como qualquer outra atividade esportiva. O equipamento apropriado (anilhas, barra e a plataforma) é feito para que o LPO seja praticado de forma segura e eficaz. A barra oficial mede 2,20m pesando 20 kg (masculino) e 2,15m e 15 kg (feminino), feita em material especial que confere a barra certa flexibilidade. As anilhas são feitas em compostos de borracha que permitem que sejam jogadas no solo sem danificar as mesmas. O jogo de anilhas vai de 25 kg até 1,25 kg, possuindo cada peso uma cor específica para identificação. O tablado oficial mede 4x4 metros, com superfície dura no centro e borracha nas laterais (figura 01). Para treinamento, um espaço de 3x3 m com superfície firme é suficiente. Figura: material de LPO – barra, anilhas e tablado. WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 10 Com apenas uma barra e anilhas é possível executar inúmeros exercícios, treinando praticamente todos os grupos musculares. Embora o equipamento oficial só possa ser adquirido no Brasil através de importação, possuí um custo-benefício muito maior se comparado ao custo de aparelhos de musculação, que em geral permitem o treino de um único músculo isoladamente. Como já visto em inúmeros países, inclusive com algumas equipes brasileiras, o treinamento com LPO é realizado com diversos atletas/alunos simultaneamente WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 11 LPO NA PREP. FÍSICA Levantamento Olímpico como esporte auxiliar! O Levantamento Olímpico voltou a aparecer novamente com a divulgação e crescimento da popularidade do TREINAMENTO FUNCIONAL. Apesar de ser um grande incentivo a popularização do esporte e de ferramenta para desenvolvimento de força e potência, muita informação está solta nos meios como internet e youtube, no entanto o que vejo é muito exercício, porém pouca didática de ensino e metodologia. O LPO deve ser aprendido de forma correta para a segurança do atleta ou do aluno. Todo conteúdo do método que ensino foi construído dentro da cultura esportiva do atleta brasileiro, portanto está em plena conformidade com a nossa realidade. Muitas informações e métodos formulados no exterior e apresentados aqui através de livros e manuais de treinamento não incorporam isso. Aqui no Brasil nossos clientes e atletas têm características e peculiaridades que precisam ser levadas em conta na hora de montar um programa de treinamento. A idéia é trabalhar o levantamento olímpico como esporte auxiliar, portanto o programa está fundamentado em três objetivos: 1. Aumento da força relativa (desenvolvimento neuromuscular) 2. Equilíbrio muscular 3. Segurança WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 12 O objetivo de se utilizar os exercícios de LPO como esporte auxiliar é desenvolver força e potência nos atletas e como elemento coordenativo e de aumento de gasto calórico para alunos de fitness e personal. Aqui neste ebook vou focar na aplicação esportiva do mesmo. Como a grande maioria dos esportes depende da aplicação de força no solo (correr, saltar, mudar de direção...) de uma forma geral os ângulos de aplicação de força das articulações do joelho e quadril variam dentro da faixa do salto vertical, conhecido na literatura como “power position”. Para a utilização dos levantamentos de LPO nas demais modalidades esportivas, vamos nos concentrar em dois exercícios fundamentalmente: o arranco alto (“power snatch”) e o arremesso alto (“power clean”), ambos com a posição inicial de saída a partir dos joelhos: Figura: Arranco Alto (power snatch) Figura: Arremesso Alto (power clean) WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 13 Aprender e treinar com esses dois exercícios é o suficiente para que qualquer atleta desenvolva força e potência através do LPO. A escolha desses dois levantamentos em particular ocorre por dois motivos: 1. O atleta já inicia esses levantamentos da “power position” , tornado o arranco alto e o arremesso alto com a saída do joelho específico para a maioria das modalidades esportivas. 2. A simplificação do movimento facilita no processo de aprendizagem, pois o número de detalhes técnicos a serem aprendidos é menor Esses dois são, portanto os levantamentos dentro do LPO mais específicos para a maioria dos esportes. Os treinadores e preparadores físicos precisam apenas conhecer o arranco alto e o arremesso alto para terem sucesso na aplicação do LPO. Praticamente qualquer atleta com um tempo razoável de treinamento consegue aprender e executar eficientemente o arranco e o arremesso (inclusive na forma “clássica”) não sendo necessário possuir nenhuma força descomunal, flexibilidade excessiva ou coordenação especial para isso. Com a prática, os levantamentos vão se tornando mais fáceis, fazendo com que os atletas experimentem a satisfação de conseguirem superar seus próprios limites de força. E o que é melhor, consegue a transferência dessa força para o esporte praticado, pois os levantamentos de LPO são exercícios multiarticulares balísticos, como os exercícios pliométricos. 1 - Exercícios técnicos: elevada exigência coordenativa em alta velocidade e transferência direta para o gesto esportivo. 2- Exercícios de força: elevada exigência neuromuscular e alto grau de recrutamento de fibras. Todas essas informações são necessárias para que possamos planejar o treinamento dos atletas. A periodização do treinamento de força utilizando o LPO deve seguir determinados procedimentos para que os atletas de outras modalidades obtenham sucesso, que neste caso pode ser definido como: aumento da capacidade de força e potência sem sofrer lesões! WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 14 Periodização! O planejamento eficiente permite os atletas aumentarem progressivamente seus níveis de força concomitante ao treino específico de sua modalidade. A periodização permite aos treinadores controlarem plenamente a carga de treinamento, fazendo com que os atletas evoluam com segurança a cada mesociclo. Veja um exemplo da planilha de periodização do LPO: Figura: Planilha de periodização. WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 15 COMO COMEÇAR? Leituras complementares, informações, cursos... Comece se informando mais sobre o LPO e sobre o Método LPO System nos links abaixo: Vídeos : Canal de Vídeos de LPO Artigo 1: LPO – força e potência no esporte Artigo 2: Levantamento Olímpico e a potência muscular Artigo 3: Conheça o esporte Levantamento de Peso Olímpico Livros: Força e Potencia no Esporte – Artmed Tamás Ferre´s Olympic Weightlifiting Multifuerza – I. R. Suárez http://www.youtube.com/user/treinamentoesportiv0 http://www.treinamentoesportivo.com/index.php/levantamento-olimpico/452/ http://www.treinamentoesportivo.com/index.php/levantamento-olimpico/419/ http://www.treinamentoesportivo.com/index.php/levantamento-olimpico/407/ WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 16 WORKSHOP LPO Aprenda LPO de forma rápida e prática em grupos reduzidos! O Téc. João Coutinho apresenta o método de treinamento de força e potência utilizando o Levantamento Olímpico para condicionamento físico. Workshop para praticantes: atletas,professores e alunos praticantes de esportes e academia. Objetivo do Workshop: Ensinar em grupos reduzidos (mínimo 3 pessoas) a técnica básica dos levantamentos de Arranco e Arremesso, bem como do Agachamento de forma rápida e 100% prática além da planilha básica inicial para que os participantes já possam iniciar de forma segura o treinamento com o LPO. Conteúdo Geral do Workshop: 04 hrs de treino técnico prático e conhecimento do método. Agachamento, Arranco, Arremesso e exercícios combinados de LPO! Público: personal trainer, atletas, praticantes de esportes e professores - adultos e crianças! Entre em contato conosco e marque seu treino hoje mesmo! Mais informações e valores: Email: editor@treinamentoesportivo.com / Tel: (11) 77148488 mailto:editor@treinamentoesportivo.com WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 17 Veja a Opinião de Quem já Participou do Curso “Fenomenal o LPO!!!!! Gostei muito, a parte que eu mais gostei foi da prática do encaixe, quando os pesos foram subindo, me senti um halterofilista! hahahahaha! Sempre vi o Levantamento Olímpico, mas queria aprender mais, principalmente o APRENDER A ENSINAR! E atingi o meu objetivo nesse curso do dia 21/11... valeu à pena "perder" o feriado para fazer esse curso... assim que possível estarei comparecendo nos outros! “ Batista F. R. Haddad em 22 novembro 2009 “O Curso de Ontem, foi fenomenal, realmente a didatica foi muito boa, a parte do treinamento com os atletas também. Quanto a periodização então sem comentário. Realmente o curso foi o melhor que eu já participei, sinceridade, e já fui em muitos.heheh. Um grande abraço a todos.” Ricardo W. Custodio em 18 abril 2010 “Parabéns ao Prof. Dimas e o Prof. João pelo IV Curso de LPO System, curso esse que foi ministrado de maneira clara e bastante didática os ensinamentos de maneira inversa do arranco. Já estou colocando em prática e obtendo boas técnicas em média, com os atletas e alunos que treino. Agora temos mesmo é que praticar mais e mais para aprimorar essa fantástica maneira simples de ensinar um exercício tão complexo.” Everton Luis de Oliveira Seixas em 21 abril 2010 WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 18 ENTRE EM CONTATO CONOSCO: Se você deseja: Fazer um Workshop Organizar seminário, palestras e workshops em sua academia, clube ou faculdade Treinar e capacitar seus professores para trabalhar com o método Por favor, entre em contato conosco através dos canais diretos de comunicação: EMAIL: EDITOR@TREINAMENTOESPORTIVO.COM TWITTER: TREIN_ESPORTIVO FACEBOOK: TREINAMENTO ESPORTIVO TEL: (11) 7714-8488 SITE: mailto:EDITOR@TREINAMENTOESPORTIVO.COM http://twitter.com/Trein_Esportivo http://pt-br.facebook.com/people/Treinamento-Esportivo/100000687750916 WWW.TREINAMENTOESPORTIVO.COM PÁGINA 19 SOBRE O AUTOR .: João Coutinho , preparador físico de atletas juvenis e profissionais de tênis. Trabalhou também com atletas seleção brasileira de judô e voleibol aplicando o LPO System .: Bacharel em Esporte pela USP, especialista em prep. física de tênis e de Força e Potencia (Argentina) .: Certificado técnico internacional de Levantamento de Peso Olímpico (COI). 2010 TREINAMENTO FUNCIONAL/Treinamento Funcional para Corredores.pdf Treinamento Funcional para Treinamento Funcional para CorredoresCorredores Vitor Vitor BertoliBertoli NascimentoNascimento Licenciado Pleno EducaLicenciado Pleno Educaçção Fão Fíísica UFPRsica UFPR SSóócio V8 Assessoria Esportivacio V8 Assessoria Esportiva Colaborador CEPEFIS/ UFPRColaborador CEPEFIS/ UFPR Membro do Departamento do DERC/ SBCMembro do Departamento do DERC/ SBC Membro da Sociedade Brasileira de HipertensãoMembro da Sociedade Brasileira de Hipertensão O que O que éé?? • Esta baseado na melhoria dos aspectos neurológico que afetam a capacidade funcional do corpo humano.(Campos &Neto, 2008) • O treinamento funcional utiliza-se de elementos que estimulem a propriocepção. ÉÉ novo?novo? O que O que éé Funcional para Corrida?Funcional para Corrida? Desempenho em Corrida de Desempenho em Corrida de Longa DistânciaLonga Distância Aspectos Biomecânicos da Fadiga Muscular Aspectos Biomecânicos da Fadiga Muscular Durante a CorridaDurante a Corrida A fadiga muscularfadiga muscular é descrita como uma das causas de lesões (NUMMELA et al. 1994;NIGG et al 2003) dentre as muitas relacionadas à prática da corrida, sendo relatado a ocorrência de lesões na coluna lombar, no quadril e predominantemente no membro inferior (SCHACHE et al., 2002). Aspectos Biomecânicos da Fadiga Aspectos Biomecânicos da Fadiga Muscular Durante a CorridaMuscular Durante a Corrida • Em estado fadiga os músculos tibias suportam menos impacto.(Mizrahi et al, 1997). • Em estado de fadiga há alteração de aspectos biomecânicos (Katsavelis,2008). • A corrida prolongada ou de alta intensidade induz a modificações nos parâmetros eletromiográficos e cinemáticos, decorrentes de um processo de fadiga. Além disso, a literatura demonstra que atividades precedentes – como o ciclismo - modificam o padrão subseqüente de corrida. (Silva et al, 2007). • Há relação entre parâmetros cinemáticos e economia de corrida.(Novacheck, 1998). MMéétodos de Treinamento todos de Treinamento ““FuncionaisFuncionais”” para Corridapara Corrida •• Corrida Intervalada.Corrida Intervalada. •• Corrida na Subida/Descida.Corrida na Subida/Descida. •• PliometriaPliometria e Saltos.e Saltos. •• Treino do Core.Treino do Core. •• ExercExercíício de Coordenacio de Coordenaçção.ão. Treinamento IntervaladoTreinamento Intervalado • O TI não ser refere a necessariamente a um método bem conhecido, mas a todos os métodos executados com um intervalo de descanso. (Bompa, 2002) • Rendell: “Treinamento com pausas, que é de onde provém a eficácia do trabalho.” Treinamento Intervalado de Alta Treinamento Intervalado de Alta IntensidadeIntensidade • Método inicialmente proposto por Veronic Billat, utilizando velocidade de V02 e seu respectivo tempo de exaustão (Billat, 2002). • Na prática pode-se utilizar corridas de curta duração 15s-15s, 30s-30s, 60s-60s na velocidade de VO2. Efeitos no DesempenhoEfeitos no Desempenho • Melhora no Consumo de Oxigênio (Smith et al 2003). • Melhora da Economia de Corrida. • Melhora nos tempo nas distâncias de 5k, 10k, meia e maratona. (Billat, 2000;2001;2002; Smith et al 2003; Helgerud, J 2007). PliometriaPliometria Combinação de tipos de contração auxotônicas, quer dizer, o músculo sofre primeiro um alongamento – prolongação – para depois imediatamente contrair-se concentricamento. ( Forteza, ) PliometriaPliometria Segundo Manso(1999): • Aumenta a rigidez muscular. • Melhorar as co-contrações dos músculos sinérgicos. • Desenvolver tensões superiores a força máxima voluntária. PliometriaPliometria Segundo Weineck (1999): • Melhora da coordenação intramuscular. • Ganho de força em função da alta intensidade de cargas, mas sem ao aumento de massa muscular ou de peso. • Método de relevância em todas modalidades esportivas. PliometriaPliometria SaltarSaltar AterrisarAterrisar EstabilizarEstabilizar SaltarSaltar AterrisarAterrisar EstabilizarEstabilizar SaltarSaltar PliometriaPliometria UnipodalUnipodal AlternadoAlternado UnipodalUnipodal BipodalBipodal Treino de SubidaTreino de Subida • Treino recomendado para ser utilizado em todas as fases de preparação. • Nas fases iniciais com intensidade de corrida abaixo da velocidade de corrida com distâncias pequenas. • Nas fases específicas com distâncias maiores e acima da velocidade de corrida. • Distâncias: 150m, 200m, 400m a 800m. • Descanso ativo. Treinamento do CoreTreinamento do Core Core: É onde o centro de gravidade está localizado e onde todo o movimento começa. Pode ser definido como o complexo lombar-pelve-quadril. Treinamento do CoreTreinamento do Core Core: é formado por 29 músculos. Treinamento do CoreTreinamento do Core SimplesSimples ComplexoComplexo LeveLeve PesadoPesado EstEstáávelvel InstInstáávelvel Guiselini & Guiseline, 2010 Treinamento do CoreTreinamento do Core EstabilizaEstabilizaççãoão ForForççaa PotênciaPotência Guiselini & Guiseline, 2010 Treinamento do CoreTreinamento do Core Principais Exercícios: • Pranchas. • Bola. • Medicine Ball. Montagem de TreinosMontagem de Treinos • Teste de Velocidade Máxima Esteira. • Progressão de Treino de Salto/Pliometria. • Testes de Core. • Progressão de Treino de Core. • Apresentação dos Exercícios propostos pela IAAF em 2005 para Core. Movimentos ElementaresMovimentos Elementares • Agachar. • Avançar. • Saltar. • Deslocamentos laterais. AgacharAgachar • Alinhamento da Coluna. • Tronco, Fêmur paralelo a tíbia. • Tornozelo. AvanAvanççarar • Medialização do joelho. • Lateralização do joelho. • Equilibrio. Treino Core • Prancha Ventral. • Prancha Dorsal. • Pracha Lateral. Variações: • Braço extendido/fletido. • Perna extendida/fletida. TREINAMENTO FUNCIONAL/EBOOK-lpo_plio.pdf 1 2 ÍNDICE Introdução.....................................................................................................03 Fundamentos do treinamento de potência...................................................05 LPO na preparação física...............................................................................13 A Pliometria...................................................................................................19 Combinando LPO e Pliometria.......................................................................32 Conclusão.......................................................................................................34 Sobre o autor..................................................................................................36 Referências.....................................................................................................37 3 INTRODUÇÃO No mundo esportivo, a potência msuscular é o principal diferencial físico que um atleta de destaque em sua modalidade pode apresentar. Saber trabalhar os atletas para que atinjam o máximo grau de desenvolvimento de força neuromuscular é o objetivo de todo programa de preparação física – desde a iniciação até o alto rendimento. Desde 2009, venho ministrando o Curso Treinamento de Potência em diversas cidades do país, tendo ensinado centenas de profissionais da área de Educação Física e Esporte a trabalhar com duas das principais ferramentas para isso: o treinamento com o levantamento de peso olímpico (LPO) e a pliometria. O LPO, empregado como parte da preparação física de modalidades esportivas, tem sido utilizado e estudado de forma científica pelos países do leste europeu (principalmente a Rússia) e de forma mais prática pelos cubanos, desde a década de 60. Muito já se sabe sobre a biomecânica e a fisiologia dos movimentos: o arranco (“snatch”) e o arremesso (“clean & jerk”). Hoje os movimentos olímpicos estão entre os mais explosivos dentro do que se pode fazer em um ambiente de academia. Saber trabalhar com esta ferramenta proporciona níveis enormes de desenvolvimento neuromuscular a um custo muito baixo. Afinal, não é necessário o 4 investimento em complexos e caros aparelhos e equipamentos: basta ter barra, anilhas e espaço adequado. Com pequenos ajustes e orientações simples, que são ensinadas de forma prática no Curso Potência, os profissionais da área podem aplicar este tipo de treinamento de forma eficiente e com alto grau de segurança para qualquer idade. A pliometria, juntamente com o LPO, é outro método extremamente importante e eficiente para este fim. O treinamento pliométrico é um método que, quando corretamente orientado, promove o treinamento do Ciclo Alongamento-Encurtamento (CAE). O uso da energia elástica da musculatura já se provou ter correlação positiva com o aumento da força explosiva, portanto os exercícios pliométricos se tornam únicos neste aspecto, complementando o treino com LPO. Mais uma vez reforço a questão financeira: treinar pliometria não custa quase nada! Menciono o aspecto econômico como forma de enfatizar que é possível fazer um investimento bastante módico para resultados de treinamento de alto nível. Apesar dos avanços sociais no Brasil, nem todas as regiões possuem facilidade de acesso a material ou verbas para isso. Portanto, o domínio dessas ferramentas pode proporcionar um diferencial neste aspecto. Aos poucos, o paradigma do treinamento aeróbio visando saúde e qualidade de vida, promovido desde os anos 80, vem sendo suplantado pelas novas descobertas da ciência em favor da intensidade. Hoje já há provas de que treinos curtos e com intensidade promovem melhora da funcionalidade de idosos, de pessoas com osteoporose e até mesmo para o emagrecimento e tratamento da obesidade (o grande mal do nosso século!). Aprender a trabalhar com pliometria e LPO fornece ainda a opção de ter duas ferramentas que, não só beneficiam o desempenho de atletas, como daqueles que trabalham na área da saúde, fitness e reabilitação. Este material não tem como objetivo esgotar o assunto, e foi escrito pensando nos fundamentos para quem quiser começar a aplicar os métodos com segurança. Todo o conteúdo aqui apresentado pode ser complementado com mais artigos e vídeos no site www.treinamentoesportivo.com Desejo a todos uma ótima leitura! Prof. João Coutinho( CREF 25473-G/SP) http://www.treinamentoesportivo.com/ 5 FUNDAMENTOS DO TREINAMENTO DE POTÊNCIA DESENVOLVIMENTO NEURO-MUSCULAR Figura 1 Quando treinamos a potência muscular, temos como objetivo desenvolver a capacidade neuromuscular de nossos atletas/alunos. A capacidade neuromuscular é representada pela melhor eficiência motora e, quando a estimulamos, basicamente estamos ensinando o cérebro a fazer o movimento de uma forma melhor e mais econômica. As adaptações neuromusculares são caracterizadas principalmente por: 1- Aumento da frequência de disparo neural 2- Maior recrutamento de fibras motoras 3- Melhor coordenação intra-muscular e das cadeias musculares. Infelizmente, vivemos hoje uma cultura de treinamento focada nos métodos para a hipertrofia muscular que tem como objetivo o aumento do volume da musculatura, e acabamos negligenciando o fato de que o desenvolvimento neuromuscular é uma capacidade que influência muito, e de forma constante, o aumento de força ao longo do tempo. Não somente para o alto rendimento dos atletas, como também por questões de saúde, o aumento da capacidade neuromuscular é fundamental, pois as pessoas vão perdendo a capacidade de 6 realizar movimentos à medida que envelhecem. Isso ocorre devido à diminuição e pouca ativação das fibras do tipo II, e não somente pela diminuição da massa muscular! Os movimentos rotineiros são caracterizados, em sua maioria, por ações rápidas e intensas (de alta ativação muscular), como: levantar de uma cadeira, subir um lance de escadas, correr pra pegar um elevador, empurrar um armário… A qualquer momento em que damos um estímulo intenso neuromuscular, a pessoa responde imediatamente fazendo a ação muscular que necessita. Pense no quão rápido um aluno iniciante consegue aumentar a carga absoluta do supino após 3-4 sessões de treino! Essa característica é importante, sobretudo, para o esporte de alto nível. A partir do momento em que você começa a desenvolver um trabalho neuromuscular, o atleta imediatamente já transfere essa capacidade de força para o gesto esportivo específico, e é isso que eu vou mostrar mais adiante neste capítulo. Na Figura 1, veja como a força aumenta ao longo das semanas de treinamento: levamos pelo menos 20 dias para realizar a troca das proteínas musculares. Note, portanto, que a hipertrofia muscular só passa a ter uma atuação importante no aumento da força após 4 semanas de treino. Outro ponto importante é o rápido aumento da força, influenciado pelas adaptações neuromusculares. É isso que explica o aumento rápido de carga do nosso aluno no supino. TAXA DE DESENVOLVIMENTO DE FORÇA (TDF) Figura 2 - SALE, D.G. (1992) Neural Adaptation to Strength Training. In: Komi, P.V. (ed.). Strength and Power in Sport. 7 Além do desenvolvimento neuromuscular, temos que observar que a velocidade também faz parte do processo de treinamento de potência. Podemos aumentar a capacidade neuromuscular fazendo, por exemplo, um período de treino de força máxima. No entanto, é preciso entender que o atleta mais explosivo não é necessariamente o mais forte em termos absolutos, mas é aquele que aplica mais força no curtíssimo tempo. Na Figura 2 podemos observar que, dentro de 200 milissegundos – tempo de contato com o solo quando corremos em alta velocidade (“sprints”) –, o atleta explosivo é aquele que mais aplica força no solo nesse tempo. Portanto, o conceito de Taxa de Desenvolvimento de Força (TDF) deve estar bem claro na cabeça. Precisamos desenvolver a capacidade neuromuscular do atleta e direcionar essa força para movimentos em velocidade. Para o gesto explosivo, não adianta só aumentar a força, precisamos aplicar essa força de uma maneira rápida. Figura 3 - SALE, D.G. (1992) Neural Adaptation to Strength Training. In: Komi, P.V. (ed.). Strength and Power in Sport. Na Figura 3, observe como o grupo que fez treinamento pliométrico (saltos) aumentou muito a força no início da curva da TDF, que é justamente no período inicial de tempo. O grupo que fez o treinamento tradicional de força (agachamento) melhorou muito pouco no início da curva e, no entanto, ganhou mais força à medida que o tempo avança. Portanto o conceito e entendimento de TDF é importante para nos indicar que, além do desenvolvimento neuromuscular, são necessários movimentos que apliquem a força de forma rápida. 8 CICLO ALONGAMENTO-ENCURTAMENTO (CAE) A pliometria faz parte do treinamento de potência pois ela tem uma característica singular: o treinamento do Ciclo Alongamento-Encurtamento (CAE). Para quem não se lembra, o CAE é baseado no conceito de que temos propriedades elásticas na nossa musculatura, como a elastina e o colágeno, e que estas estruturas têm a capacidade de acumular a energia elástica proveniente de uma ação excêntrica. Utilizar o CAE é fazer uma ação excêntrica com uma transição rápida para uma ação concêntrica sequente. Veremos melhor a fisiologia no capítulo específico sobre pliometria mais adiante. Por agora, um bom exemplo prático do CAE é colocar a mão no peito e bater o seu dedo médio o mais forte que puder. Depois, segure este dedo, puxe-o para trás e solte-o (como se puxasse um elástico). Você verá que o seu dedo dispara fazendo um estalo forte no seu peito. A energia elástica é isso: você a acumula na fase excêntrica para utilizar na fase concêntrica. Desta forma, temos que considerar e treinar esta capacidade muscular. A melhor forma é por meio da pliometria, que utiliza os contra-movimentos dos saltos para isso. Vou apresentar os fundamentos do treinamento pliométrico mais à frente. 9 EXERCÍCIOS BALÍSTICOS Para treinar potência, vamos nos valer dos exercícios balísticos. Estes são os melhores exercícios para desenvolver a força e a potência de qualquer pessoa, seja ou não um atleta. Os exercícios balísticos se caracterizam por movimentos com aceleração, amplitude, rápida execução e liberação da carga ao final do movimento. Como exemplos de movimentos balísticos estão os lançamentos, os saltos e os chutes. Supino Balístico - J. Strength and Cond. Research, november 22 (2008) Um estudo comparou as características da curva e pico de força entre o supino tradicional (ST) e o supino balístico (SB). Oito jogadores de rugby com experiência em treinamento de força realizaram o ST e SB com cargas de 55 e 80% de 1RM. As curvas de força para cada teste foram então divididas em três níveis de intensidade, classificados em: 1- baixo-moderado (0-75%), 2- alta (75-95%) e 3- máxima (95-100%). Estes valores foram determinados considerando o percentual da amplitude de movimento (ROM) em que a curva foi produzida em cada teste O SB produziu um pico de força significativamente maior (p <0,05) do que a ST em ambas as condições de carga. Durante o SB a 80%, uma porção significativa da ROM estava na zona de alta intensidade em comparação ao ST. Não foram encontradas diferenças significativas entre os exercícos com a carga de 55%. 10 Os autores concluíram que a realização do SB resulta em um maior pico de força quando comparado ao movimento tradicional em iguais condições de carga. Além disso, a realização do SB com cargas pesadas resulta num método de treino mais eficiente para manter níveis elevados de força ao longo da ROM. Podemos concluir, portanto, que os exercícios balísticos ativam e estimulam muito mais o sistema neuromuscular do que sua forma tradicional sem aceleração. Desta forma, os exercícios realizados de forma balística são os melhores para se treinar potência, pois unem força e velocidade no movimento. Neste momento. preciso caracterizar corretamente o Levantamento de Peso Olímpico (LPO) que, ao contrário do que se imagina, não é um esporte puramente de força máxima ou do homem mais forte do mundo. O LPO é uma modalidade extremamente explosiva baseada em dois movimentos - o arranco e o arremesso - que são feitos com elevada sobrecarga (existe hoje atletas que levantam mais de 250kg do chão para acima da cabeça!). Devemos observar que o tempo de aplicação de força no levantamento da barra dura menos de um segundo! Temos as duas variáveis da formula da potência interagindo quando fazemos LPO: carga e velocidade. Os atletas de LPO caracterizaram-se por serem extremamente explosivos. Em estudos realizados na Rússia, já nos anos 70, verificou-se que os levantadores olímpicos conseguiam 11 correr os primeiros dez a quinze metros junto com os atletas velocistas de 100-200m rasos. É a partir desse conhecimento que vamos utilizar o LPO para treinar a capacidade neuromuscular tanto de atletas quanto de pessoas que buscam saúde. Visto que os exercícios de LPO (o arranco e o arremesso) serem complexos e com várias fases técnicas, vamos simplificar estes exercícios fazendo com que a barra saia acima dos joelhos partindo de uma posição similar a do salto vertical e finalizando em pé – as variações “Hang Power clean/ snatch” (37). Os exercícios adaptados do LPO para o treinamento físico eu chamo de Levantamentos Estilo Olímpico (LEO). Entrarei em mais detalhes a frente. A utilização do LEO não gera estímulo suficiente para o treinamento do ciclo alongamento- encurtamento (CAE). É por isso que devemos combinar o LPO com a pliometria, já que é este último quem atuará no desenvolvimento dessa capacidade especial e específica, enquanto o LPO eleva a capacidade neuromuscular geral do praticante. Os estudos científicos já provaram que existe transferência neuromotora quando o LPO é usado como treinamento de força para diversos tipos de atividades, como sprints, mudar de direção e saltar (36). É justamente essa característica de alta ativação neural e de produção de força em velocidade que faz, por exemplo, com que atletas da natação - que não tem nada específico com o padrão de movimento do LPO - se beneficiem com esse tipo de treinamento. A transferência de gesto motor ocorre porque o levantamento olímpico estimula 60% dos músculos do corpo a ativarem de forma rápida e coordenada, obtendo assim elevado grau de TDF, umas das componentes chaves da potência como mostrei no capítulo inicial, 12 desenvolvendo plenamente a capacidade do atleta em recrutar rapidamente as fibras do tipo II. Vamos, portanto, utilizar o LPO como meio principal de desenvolvimento neuromuscular, por meio dessa forma adaptada (LEO) que favorece o rápido aprendizado e que não utiliza os ângulos extremos da modalidade olímpica competitiva, poupando as articulações e diminuindo a carga geral que aplicaremos no nosso aluno. Após um período inicial de aproximadamente 4 semanas de treino e aprendizagem com o LPO, entramos com a pliometria para treinar o CAE. A pliometria permite uma proximidade maior com os períodos específicos no esporte porque podemos trabalhar em diferentes planos e ângulos de ação. No LPO temos um único plano de ação (eixo sagital) enquanto na pliometria temos liberdades de plano de ação, é a combinação perfeita! 13 LPO NA PREPARAÇÃO FÍSICA FUNDAMENTOS Vou resumir todos os conceitos que vimos até agora e mostrar como eles se integram quando treinamos com o LPO. Para aumentar a potência, as pessoas precisam treinar com movimentos que envolvam uma rápida aceleração contra uma determinada resistência durante toda a amplitude articular do movimento, sem a necessidade de desacelerar no final. Esse tipo de ação é conhecido como movimento balístico. Exercícios balísticos são executados com máximo esforço obtendo elevados níveis de TDF e de força explosiva. Em geral, esses exercícios requerem cargas submáximas para maximizar a potência. Os exercícios pliométricos - como os lançamentos, multisaltos e os saltos em profundidade - não requerem desaceleração ao final do movimento, sendo ótimos exemplos de exercícios balísticos. Os exercícios de LPO também possuem essa mesma característica balística, pois a barra é “arremessada” do solo, sendo posteriormente amortecida pelo atleta. 14 Os exercícios de LPO utilizam a extensão simultânea dos membros inferiores (a tripla extensão), além de contra-movimentos e ações explosivas dentro de um raio angular idêntico do salto vertical. Essas características têm um enorme potencial de transferência neuromuscular para movimentos como correr e saltar. A maioria dos estudos científicos aponta a relação direta entre o LPO e o salto vertical. Recentemente, alguns estudos demonstraram os efeitos do treinamento com o LPO e o aumento de desempenho em sprints, mudanças de direção e arremesso de peso (36,37). Nos movimentos de LPO, a intenção de velocidade do movimento é sempre máxima, o que induz a uma melhor sincronização das unidades motoras e da TDF. A possibilidade de aumento de carga nos levantamentos parece ser o fator determinante para o treinamento da potência. Nesse aspecto, a técnica de levantamento do LPO permite adicionar mais peso na barra sem negligenciar a intenção de máxima velocidade do movimento, fazendo a TDF ser mais importante que a capacidade de força máxima. Concluindo, o LPO permite o treino com elevadas cargas e com rapidez de movimento. Para treinar potência utilizando o LPO, devemos usar cargas que favoreçam a máxima produção mecânica de potência. Os estudos apontam que, para o LPO, a maior potência produzida ocorre com cargas em torno de 70-80% do máximo que o atleta consegue levantar no arranco e arremesso competitivo (37). Portanto, esses dois exercícios podem ser considerados os mais apropriados para o treinamento de potência em qualquer atleta. LEVANTAMENTOS ESTILO OLÍMPICO Chamo de Levantamento Estilo Olímpico (LEO) os exercícios provenientes das modificações e adaptações dos movimentos competitivos do LPO – o arranco e o arremesso. Essa classe de exercícios é mais simples tecnicamente e por isso mais fáceis de serem aprendidos, pois geralmente se exclui as fases críticas do movimento competitivo como os encaixes profundos, movimentos com carga acima da cabeça e a passagem da barra pelo joelho. O arranco (“snatch”) consiste em levantar a barra em um só movimento desde o tablado até a completa extensão dos braços acima da cabeça. Para a preparação física simplificaremos o movimento (como mostramos no capítulo anterior). O início do movimento será com a barra acima da patela, executando o salto 15 vertical e finalizando com meia flexão de joelhos (meio agachamento). Esta variação é conhecida com “Hang Power Snatch”. “Hang Power Snatch” O arremesso (“clean and jerk”) consiste em levantar a barra em dois tempos: desde o tablado até os ombros - o “clean”. E desde os ombros até a completa extensão dos braços acima da cabeça - o “jerk”. Da mesma forma que o arranco, vamos utilizar a forma adaptada no arremesso, com saída acima da patela, salto e encaixe em meia flexão de joelhos - o “Hang Power Clean”. Além disso, trocaremos a finalização em tesoura no jerk pelo afastamento bilateral dos pés. Figura – “Hang Power Clean” Um ponto importante é que em virtude dessas modificações a carga geral absoluta utilizada 16 num LEO é muito menor. Por esses motivos faz total sentido sua utilização dentro da preparação física das modalidades esportivas. Quando comecei lá no ano 2000 a estudar e utilizar mais profundamente o LEO na preparação física, havia apenas o esporte LPO. Mais recentemente o Crossfit apareceu como uma segunda modalidade que também se utiliza da técnica competitiva do LPO. Tornou-se maior o número de praticantes, de informações e do conhecimento de distintas escolas de levantamento de peso olímpico. Esse fato foi ótimo para maior popularidade e aproximação do LPO para o público geral, mas que tende a ser negativo se os profissionais da EDF e do Esporte que não tiverem um conhecimento mais aprofundado dos fundamentos do LPO do que propriamente o domínio técnico . Esse erro aparece principalmente quando se agrupa o LPO na categoria de “exercícios para a potência muscular” devido sua natureza balística, sem fazer uma reflexão mais profunda. Isso cria uma ideia geral de que basta treinar com LPO que a sua potência vai aumentar... o necessariamente pode não ser verdade! Uma passada na literatura mostra que o LPO não vence a disputa da potência contra a pliometria, por exemplo (38,39,40). Além disso, treinar com um exercício balístico em condições onde o aumento da fadiga promove uma redução da velocidade, e portanto uma menor ativaçõ, também não vao proporcionar os ganhos que se espera. 17 Outro ponto importante nesse tema é que dentro do movimento competitivo (partindo com a barra no solo), quanto mais pesada a carga levantada proporcionalmente mais tempo o atleta gasta dentro da primeira puxada, fase dominada principalmente pela ação dos joelhos... sendo que a potência que se busca da utilização do LPO advém principalmente da extensão do quadril... para muitos esportes isso seria tempo perdido. Portanto através do maior conhecimento sobre os fundamentos da potência e do LPO os professores de EDF e treinadores esportivos consegue sair desse problema, tendo no LPO uma ferramenta a mais para o treinamento dessa capacidade. A TRAJETÓRIA DA BARRA O deslocamento vertical e horizontal da barra pode ser analisado pelo plano sagital. A análise da trajetória da barra é importante para a detecção de erros técnicos. Para atletas e alunos, não é necessário o rigor técnico exigido a um atleta de LPO, necessitando apenas aprender a levantar pesos de uma maneira que permita torná-los fortes e explosivos de forma segura. A análise da trajetória serve para que os professores entendam que a barra não é levantada “em linha reta” do solo para acima da cabeça. Pelo contrário, o praticante deve manejar seu corpo para uma posição biomecânica favorável que permita levantar a maior quantidade de peso possível com o menor gasto de energia. Nesse processo a barra irá acompanhar esse movimento do corpo, muitas vezes tocando ou raspando partes do mesmo. Os atletas de LPO para melhorarem sua técnica procuram treinar tentando atingir o padrão “S” apresentado na figura abaixo (37). 18 Para finalizar esta primeira parte, abaixo disponibilizo uma aula que gravei sobre o tema deste e-book, só clicar na imagem para assistir: https://youtu.be/WZzlLfVk6_E 19 A PLIOMETRIA FISIOLOGIA Nesta parte, abordarei a fisiologia por trás do como e porque a pliometria funciona. Analisaremos pesquisas que demonstram porque o treinamento pliométrico é muito eficaz para o aumento de força e potência A pliometria refere-se ao exercício que permite a um músculo atingir a sua força máxima no menor tempo possível. O músculo é carregado com energia potencial elástica na ação excêntrica (alongamento) e utiliza essa energia quando seguido imediatamente por uma ação concêntrica. Um músculo que é alongado antes de uma ação concêntrica vai se contrair mais forte e rapidamente (4,5). Um exemplo clássico é a flexão do quadril antes de um salto vertical. Ao baixar o centro de gravidade de forma rápida, os músculos envolvidos no salto são momentaneamente esticados produzindo um movimento mais potente. Como isso ocorre? Dois modelos têm sido propostos para explicar este fenômeno: 1- Modelo Mecânico Neste modelo, a energia elástica é gerada nos músculos e tendões e armazenada como resultado de um alongamento rápido (6,7,8). Esta energia é então liberada quando o 20 alongamento é seguido imediatamente por uma ação muscular concêntrica. De acordo com Hill (9), o efeito é semelhante ao do alongamento de uma mola, que força a volta ao seu comprimento natural. A mola neste caso são os componentes elásticos em série dos músculos e tendões. 2- Modelo Neurofísico Quando um alongamento rápido é detectado nos músculos, uma resposta involuntária e protetora ocorre para evitar o excesso de alongamento muscular que provocaria uma lesão. Esta resposta é conhecida como reflexo de estiramento. O reflexo aumenta a atividade dos músculos submetidos ao alongamento ou a uma ação muscular excêntrica, o que lhe permite agir com muito mais força. O resultado é um poderoso efeito de frenagem e o potencial para uma ação muscular concêntrica potente (10,11,12). Se a ação muscular concêntrica não ocorrer imediatamente após o pré-estiramento a energia potencial produzida pela resposta de reflexo de estiramento é perdida. Ou seja, se há uma demora entre a flexão e o impulso do salto para cima o efeito do contra-movimento é perdido. Imagina-se que tanto o modelo mecânico (componente elástico em série) e o modelo neurofísico (reflexo de estiramento) aumentam a taxa de produção de força durante os exercícios pliométricos (6,7,8,10,11,12). O CICLO ALONGAMENTO –ENCURTAMENTO (CAE) Todos os movimentos pliométricos envolvem três fases. A primeira fase é a do pré- estiramento ou ação muscular excêntrica. Aqui a energia elástica é gerada e armazenada. A segunda fase é o momento entre o fim do pré-estiramento e o início da ação muscular concêntrica. Este breve período de transição do pré-estiramento para a ação concêntrica é conhecido como fase de amortização. Quanto menos tempo durar esta fase mais potente será a contração posterior do músculo. A terceira e última fase é da ação concêntrica muscular. Na prática este é o movimento que o atleta deseja: o salto, o chute ou arremesso explosivo! 21 Essa sequência de fases é chamada de ciclo de alongamento-encurtamento. Na verdade, a pliometria também poderia ser chamada de exercícios para o ciclo alongamento- encurtamento (1). TAXA DE UTILIZAÇÃO EXCÊNTRICA A capacidade de utilizar o ciclo alongamento-encurtamento (CAE) de forma eficiente é um fator fundamental em muitos esportes. A Taxa de Utilização Excêntrica (T.U.E) é um indicador simples que pode mostrar a capacidade ou a falta que um atleta tem para utilizar eficientemente CAE. Foi proposto como um indicador de uso do CAE por McGuigan et al (2006)para vários esportes e durante diferentes fases de treinamento. 22 FÓRMULA Você obtém o valor da TUE através da seguinte divisão: SV = salto vertical máximo / SJ (squat- jump)= salto sem contramovimento [Altura SV ÷ Altura SJ] Os atletas devem ter um valor de TUE positivo, acima de 1. O ponto aqui é que os atletas devem atingir uma altura maior no SV do que no SJ devido o armazenamento de energia elástica que ocorre durante o contramovimento. Um TUE elevado (>1) significa que o atleta tem uma capacidade de utilizar o CAE produzindo movimentos mais potentes. Como poucos gestos esportivos são puramente concêntricos, saber utilizar a energia elástica é uma capacidade fundamental para os atletas. O resultado negativo (<1) indica que é necessário treinar essa capacidade, e para isso nada supera a pliometria! NA PRÁTICA Os resultados de um teste simples como a TUE podem ajudar de maneira significativa os treinadores na determinação e escolha de métodos para o treinamento de força/potencia. Mesmo quem trabalha fora do meio esportivo também pode se valer das informações desse teste com alunos de academia que pratiquem algum esporte. Seria uma forma de promover um trabalho mais qualitativo e propor novos estímulos e um treinamento além do tradicional aeróbio+musculação. 23 A falta de capacidade reativa compromete o gesto técnico portanto este indicador mostra quando é necessário adicionar o treinamento pliométrico para corrigir essa limitação. O ganho prático será um aumento da potência muscular de forma rápida A PLIOMETRIA É EFICAZ? Ao fazer uso do CAE os movimentos podem se tornar mais fortes e explosivos. A pliometria é simplesmente uma série de exercícios destinados a estimular os componentes elásticos repetidas vezes, de preferência com movimentos similares aos do esporte que o atleta pratica. Mas quais são os efeitos de longo prazo que o treinamento pliométrico exerce no corpo e no desempenho? Uma grande variedade de estudos mostra que os exercícios pliométricos podem melhorar o desempenho no salto vertical, no salto em distância, no ciclismo e corridas de velocidade. Parece também que uma quantidade relativamente pequena de treinamento pliométrico é necessária para melhorar o desempenho nessas tarefas. Apenas um ou dois tipos de exercício pliométricos feitos de 1-3 vezes por semana durante 6 a 12 semanas podem melhorar significativamente o desempenho motor (13,14,15,16,17,18,19). Além disso, apenas uma pequena quantidade de volume é necessária para fazer essas mudanças positivas, ou seja, 2- 4 séries de 10 repetições por sessão (14,16) ou 4 séries de 8 repetições (15). 24 Enquanto que os exercícios pliométricos para membros superiores do corpo têm recebido menos atenção, foi mostrado que três sessões de flexões pliométricas por semana aumentam a força destes membros conforme medição feita através do lançamento de bolas medicinais (20). Usando uma variedade de exercícios pliométricos, tais como saltos em profundidade, saltos com contra-movimento, progressões alternando as pernas e saltos unilaterais podem melhorar o desempenho motor (13,22,23,24,25,26,27,28). Enquanto que a maioria dos estudos se concentrou em indivíduos destreinados, os atletas treinados, como os jogadores de futebol e basquete, melhoraram seu desempenho com a pliometria (16,23,28). PLIOMETRIA E LESÕES Treinadores de força frequentemente são cautelosos ao prescreverem treinamento pliométrico devido acreditarem possuir um alto grau de risco para lesão. Contudo, há poucos dados para confirmar ou rejeitar esta alegação. Muitos pesquisadores têm dito abertamente que nenhuma lesão ocorreu durante os seus estudos com pliometria (13,33,34). A maioria não menciona se as lesões ocorreram, nem mesmo em que medida. Como medida de precaução tem sido sugerido que os atletas tenham um histórico de treinamento de força consistente. Os critérios geralmente utilizados são: os atletas devem estar aptos a agacharem de 1,5 a 2x seu peso corporal para treinar pliometria de membros inferiores (2,3,35) e fazer supino com 1x o seu peso corporal para membros superiores (3,35). Se as lesões têm mais chances de ocorrer com este tipo de treinamento, pode ser devido à aterrissagem e superfícies de aterrissagem inadequadas, ou a saltos em profundidade de uma altura muito elevada (1). 25 Figura – Salto em Profundidade Vários estudos mediram a relação da altura de queda nos saltos em profundidade com o desempenho no salto vertical. Os saltos em profundidade tanto de 50cm e 80cm melhoraram a força na mesma proporção (13). Os mesmos resultados foram encontrados entre os saltos de 75 centímetros e 110 centímetros (31) e entre os saltos de 50cm e 100cm (16). Isso sugere que pode haver poucos ou nenhum benefícios adicionais de saltar de alturas acima de 50cm, embora o risco de lesão provavelmente aumente. Por último, a superfície de aterrissagem é um componente importante das sessões de treino pliométrico. Elas devem possuir propriedades de absorção de choque adequadas, tais como grama, tapetes de borracha e pisos esportivos. Concreto, ladrilhos, madeira dura e colchões não seriam os mais adequados (35). INTENSIDADE DOS EXERCÍCIOS A intensidade dos exercícios pliométricos varia bastante. Exercícios com saltos no lugar e a baixa altura são classificados como de intensidade baixa, enquanto que saltos de barreiras altas ou quedas acima de 50 cm ou mais são os de grande intensidade. Veja na tabela abaixo a classificação de intensidade dos saltos: 26 25 TREINAMENTO PLIOMÉTRICO CONTROLE CARGAS: INTENSIDADE 1- PLIOMETRIA BAIXA: 1. SALTOS NO LUGAR / ESTÁTICOS 2. COORDENATIVOS CORRIDA 3. SALTOS PARA PLANO ELEVADO (BOX JUMP) 2- PLIOMETRIA MÉDIA: 1. REBOTES E SALTOS PROGRESSÃO (HOPS E BOUNDS) 2. UNILATERAIS E MUDANÇAS DE PLANOS 3. ALTURA/OSBSTÁCULOS E QUEDAS 20-30CM 3- PLIOMETRIA ALTA: 1. MULTISALTOS E BARREIRAS (ACIMA 30CM) 2. SALTOS EM PROFUNDIDADE (ACIMA DE 30CM) O treino pliométrico deve progredir gradualmente de exercícios de intensidade mais baixa até os de intensidade mais alta, especialmente para aqueles que carecem de um bom histórico de treinos de força ou musculação. Não é recomendado aumentar a carga adicionando-se pesos como tornozeleiras com peso. Um peso muito grande pode reduzir a velocidade e a qualidade do movimento, anulando os efeitos dos exercícios pliométricos. VOLUME DE TREINAMENTO O volume dos exercícios pliométricos se refere ao número de repetições por sessão. Para membros inferiores, uma repetição é um contato no solo. Veja na tabela abaixo sobre o número de repetições recomendadas para uma sessão de treino pliométrico. 27 26 TREINAMENTO PLIOMÉTRICO CONTROLE CARGAS: VOLUME TABELA 1 Volume de Exercícios Pliométricos por Sessão Experiência *Contatos no solo (*50% do indicado por CHU, D) Iniciante *40 – *50 Intermediário *50 – *60 Avançado *60 – *70 EXEMPLO DE TREINO PLIOMÉTRICO 28 TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EXEPLO INTERMEDIÁRIO: PLIOMETRIA MÉDIA 1- Hops (6 cones) 2- Saltos Lugar 3- S. Unilateral 30 saltos (5x6) 15 saltos (3 x5) 15 saltos (3 x 5) Volume total = 60 saltos 28 PLIOMETRIA E A SEQUÊNCIA RACIONAL A Sequência Racional é a estratégia de ensino e progressão da pliometria seguindo que utilizo com meus atletas e que ensino no livro “Pliometria: sequência racional”. Resumindo, minha idéia é que para aumentar a potência as pessoas precisam treinar com movimentos de rápida aceleração contra uma resistência durante toda a amplitude articular do movimento, sem a necessidade de desacelerar. Esse tipo de ação é conhecido como movimento balístico,sendo executados com o máximo esforço obtendo elevados níveis de taxa de desenvolvimento de força. Em geral, esses exercícios requerem cargas submáximas para maximizar a potência. Os exercícios pliométricos - como os lançamentos, multisaltos e os saltos em profundidade - não requerem desaceleração ao final do movimento, sendo ótimos exemplos de exercícios balísticos. Para saltar utilizamos a tripla extensão simultânea dos membros inferiores, além de contramovimentos que nos permitem utilizar a energia elástica (CAE). Com o alto grau de ativação do sistema nervoso central e a alta velocidade exigida no salto, conseguimos inverter a padrão de recrutamento das fibras, trabalhando fundamentalmente com as fibras rápidas do 29 tipo II. Essas características têm um enorme potencial de transferência neuromuscular para outras ações motoras, principalmente os sprints de velocidade e as mudanças de direção. Como vimos, o principal exercício para aumento de força e desempenho na pliometria é o salto em profundidade, onde a altura de queda estimula e promove o aumento da capacidade geral neuromuscular além de aumentar a capacidade de usar o CAE. Com as bases do treinamento pliométrico vindo do atletismo, existe certa dúvida entre os treinadores de modalidades “técnico-táticas”, que necessitam apenas do aumento da potência média (e não máxima), sobre como progredir e aplicar o treinamento pliométrico de maneira controlável e segura. Principais Objetivos A Sequência Racional é a forma que tenho utilizado nos últimos anos para responder essa questão e está apoiada nas quatro fases abiaxo: Estas fases estão divididas de forma a atender os dois principais objetivos quando se pensa em treinamento pliométrico, a saber: 1 – aprender a minimizar a força de impacto (evitar lesão) 2 – desenvolver impulso (aumento de desempenho) 30 A partir desse entendimento fica fácil para os treinadores escolheres os exercícios adequados para cada objetivo, progredindo dentro de uma seuquência lógica e fundamentada nos estudos científicos. Essa sequência permite que se trabalhe com segurança e resultados fundamentalmente com pessoas iniciantes (atletas juvenis, adultos praticantes de academia e até mesmo com idosos). Além disso, obtendo controle total do método é possível também fazer trabalhos com atletas de alto nível, em especial de modalidades intermitentes técnico-táticos (futebol, basquete, rugby, tênis...). Essas modalidades tem como particuraridades a necessidade de mudar rápido de direção, dependem muito mais em manter um nível de potência média superior durante a partida – e o período de torneio - do que propriamente de picos extremos de força explosiva. Além de terem que “competir” com o treinamento técnico o tempo e volume de treinamento físico – sendo assim, quanto menor o volume de treinamento de potência com resultado melhor. 31 Essa é a base do livro e do curso Pliometria que ministro desde 2010! Abaixo você pode ver um vídeo que gravei da pré-temporada de um de meus atletas para que você possa ver a evolução das fases ao longo do treinamento https://youtu.be/OJFEO04ZNRk 32 COMBINANDO LPO E PLIOMETRIA Normalmente de duas a três sessões de pliometria podem ser feitas na semana. O tempo de recuperação entre as sessões também pode ser usado para prescrever a frequência de treinos, programando intervalos de 48 a 72 horas entre os treinos. Para o LPO, após um período inicial de adaptação é possível se recuperar entre 12 a 24hrs. Esse é um benefício principalmente para atletas de alto rendimento. Em alguns casos se utiliza sessões de treinamento com o LPO no mesmo dia da competição, funcionando como aquecimento dinâmico e ativação neural. Não é recomendado marcar um treinamento de pliometria para o dia seguinte a uma sessão de treino pesado, quando os músculos sofreram muitos estímulos tensionais e consequentemente elevado grau de microlesões (como após uma competição, por exemplo). Isso representa um problema de planejamento para os atletas que necessitem treinar força de 3 a 4 vezes por semana. A tabela abaixo oferece uma solução para este problema, quando usamos o LPO para o desenvolvimento neural de força. Devido ao baixo volume de treino e ao baixo índice de microlesões, é possível combinar o LPO e a pliometria numa mesma sessão de treino. Com essa combinação, apenas 2 sessões semanais são mais que suficientes para o aumento da força explosiva na maioria dos atletas e pessoas que buscam condicionamento. O segredo está no baixo volume e alta demanda neuromuscular do LPO. Com treinos mais curtos, se gasta menos tempo e poupa-se mais o organismo. Além disso, é possível ainda redistribuir os exercícios adicionais de força (como supinos, puxadas, remadas, entre outros) para o final da sessão de treino ou no dia seguinte já que é baixa a solicitação dos membros superiores. A pliometria precisa ser repensada caso se esteja fazendo treino pliométrico para membros superiores. O treino pliométrico possui um grau maior de microlesões, principalmente devia as demandas excêntricas. Uma parte dessa demanda pode ser aliviada transferindo parte do volume para o LPO, que é um “salto com sobrecargas”. Começamos ensinando o LPO e praticando um volume um pouco maior (3x semana) no ínicio, para fixação técnica e desenvolvimento de força neuromuscular (LPO-I). Após esse período vamos introduzindo o treino pliométrico (PLIO FASE I) e reduzindo o volume de LPO (LPO-II). Essas fases eu abordo mais afundo no livro “Pliometria: sequência racional”. A redução do 33 volume de LPO será ajustada pelas novas cargas obtidas no teste de 1 RM realizado na quarta semana. O fato de haver uma diminuição de volume no LPO não deve ser compensado por um aumento nas sessões de pliometria. A idéia é justamente manter o volume baixo, com foco exclusivo no neuromuscular. Como o LPO e a pliometria são fundamentados nos membros inferiores, é recomendado fazer o treinamento de pernas também na mesma sessão. Alternar dias de treinamento pesado de pernas, com sessões pliométricas pode atrapalhar, pois ambos precisam de recuperação entre 48-72hr como mostrei anteriormente. O segredo do aumento de desempenho e até mesmo da melhora na qualidade de vida está na recuperação! Respeitar os períodos de recuperação é o que garante a redução dos índices de lesões (principalmente as crônicas), pois o volume é mantido ao mínimo necessário para a máxima estimulação. Este é o conceito da abordagem de Treinamento Racional Alemão! O volume sempre será a última variável a ser incrementada. Antes disso intensificamos o treinamento dentro do mesmo volume. Este é o “O Segredo” da combinação LPO e Pliometria. 48 4 - MACROCICLO LEVANTAMENTO OLÍMPICO - LPO 34 CONCLUSÃO Este e-book é parte de um projeto maior sobre estes dois métodos de treinamento fascinantes: o LPO e a Pliometria. Tenho ministrado nos últimos anos em todo o Brasil o curso Treinamento de Potência, em que abordo de forma prática estes dois métodos. Considero essencial o conhecimento de ambos para qualquer profissional que queira se tornar mestre na arte da prescrição do treinamento de força. Lembrando que estes métodos não servem apenas para atletas de alto rendimento. Com os avanços nas pesquisas sobre saúde e envelhecimento, o uso de métodos intensivos tem se mostrado cada vez mais indicado no combate, principalmente, aos efeitos do envelhecimento. Você pode conferir no site Treinamento Esportivo.com, ou no meu curso presencial, o maravilhoso trabalho que professores têm realizado ao aplicar tanto o LPO quanto a pliometria em populações especiais, sobretudo idosos, parkinsonianos e diabéticos. Nosso objetivo é ampliar o horizonte dos profissionais da musculação, que só contavam com os métodos de hipertrofia, o mais comum e difundido nas academias de ginástica. Neste ensaio, procurei mostrar as bases e conceitos que norteiam estes métodos. Para trabalhar de forma segura e eficiente com ambos, é necessário um forte domínio técnico e, também, científico. A ciência nos dá a segurança para trabalhar e obter resultados. A prática https://www.facebook.com/treinamento.esportivo/videos/1051812784884463/ 35 nos dá a flexibilidade para ajustar a ciência no dia-a-dia. Uma não pode ser desvinculada da outra. Essa tem sido a missão do site ao longo dos últimos anos: oferecer informações relevantes para que professores de educação física e profissionais do esporte possam sempre se atualizar e se desenvolver profissionalmente. Abaixo deixei um vídeo para você ver como é a dinâmica do cuso LPO e Pliometria e o nível de informação passada aos professores: Fique atento às datas dos cursos presenciais e, caso queira levar algum de nossos cursos para sua cidade ou academia, entre em contato conosco por meio dos canais abaixo: Email: treinamentoesportivo.com@gmail.com Facebook: /treianemento.esportivo MUITO OBRIGADO POR TER CHEGADO ATÉ AQUI. MEUS VOTOS SÃO PARA QUE ESTE PEQUENO E-BOOK POSSA TE ACRESCENTAR VALOR PROFISSIONAL. FORTE ABRAÇO! mailto:treinamentoesportivo.com@gmail.com https://www.facebook.com/treinamento.esportivo?ref=hl https://youtu.be/_V4PsZV3M2A 36 SOBRE O AUTOR João Coutinho (CREF 25473-G/SP) é preparador físico de atletas juvenis e profissionais de tênis. Bacharel em Esporte pela USP, especialista em preparação física de tênis e de Força e Potência (Argentina), ministra o curso Treinamento de Potência (LPO – Pliometria – Periodização) desde 2009, tendo ensinado centenas profissionais em todo o Brasil ao longo dos anos! Possui curso técnico internacional de Levantamento Olímpico (COI) e Pliometria Cubana. Trabalhou com atletas de voleibol, judô e futebol na parte de treinamento de força e potência. Prestou consultoria técnica à Seleção Feminina de Rugby e ao G.E. Barueri e a Escola Ed.Física do Exército (ESEFEX) Publicou artigo científicos na área e regularmente no TreinamentoEsportivo.com ... E é um eterno apaixonado pela área da EDF e Esporte! Aproveite para nos seguir nas redes socais : LIVROS: clique na imagem para baixar uma capítulo grátis! https://www.facebook.com/treinamento.esportivo/ https://www.instagram.com/treinamentoesportivo/ https://www.facebook.com/treinamento.esportivo/ http://treinamentoesportivo.com/index.php/livros/ http://www.iconeeditora.com.br/produto.asp?nomeproduto=978-85-274-1119-6 37 REFERÊNCIAS 1) Fleck SJ and Kraemer WJ. (2004) Designing Resistance Training Programs, 3rd Edition. Champaign,IL: Human Kinetics 2) Bompa TO. 1999 Periodization Training for Sports. Champaign,IL: Human Kinetics 3) Baechle TR and Earle RW. 2000 Essentials of Strength Training and Conditioning: 2nd Edition. Champaign, IL: Human Kinetics 4) Bosco C and Komi PV. (1980) Influence of countermovement amplitude in potentiation of muscualr performance. Biomenchanics VII proceeding (pp129-135). Baltimore:University Park Press 5) Schmidtbleicher D. Training for power events. 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SISTEMA (do grego sietemiun), é um conjunto de elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado. O Treinamento Funcional deve ser entendido como uma inovação real, não apenas no desempenho dos praticantes ou em sua filosofia, mas também para toda a indústria do fitness, que está incorporando suas influencias no desenvolvimento de novos produtos. A inovação real nunca é reflexo da busca gratuita e desenfreada pela novidade, mas uma atitude de valor e propósito, com justificativa racional para existir. A especificidade é regra básica no Treinamento Funcional. A construção de um programa só terá sucesso à medida em que considerar as demandas individuais de cada praticante. Não há programas iguais para indivíduos diferentes. Quanto menos específica e mais genérica a prescrição, menos eficiente ela será. Mas como atingir um grau de customização contínuo e eficaz para indivíduos com demandas, potencialidades e limitações tão diferentes, como encontramos no nosso dia-a- dia? Apesar de não pretender reinventar tudo que já foi realizado, o treinamento funcional pode ser compreendido como uma resposta a esta questão. “Quanto maior for a similaridade entre o treinamento e a atividade específica, maior é a probabilidade de transferência dos ganhos obtidos com o treinamento para se aprimorar a performance da atividade específica”. (Knapp, 1963;Cratty, 1979; Sale, 1988; Behm, 1995) TREINAMENTO fUNCIONAL CITIUS altius fortius TREINO FUNCIONAL ganhar conhecimento, habilidade e competência; eficiente, prático e utilitário; treinar para produzir movimentos mais eficientes; INDIVIDUAL E ESPECíFICO INOVADOR E CONSISTENTE NOSSO SISTEMA DE TREINO É BASEADO NO INDIVÍDUO PROGRESSIVO Progredir é caminhar para a frente, avançar. melhorar; aperfeiçoar-se; desenvolver-se. Em última instância essa é a meta que deve ser buscada. Mas a progressão de fato se dá em pequenos passos, onde as vezes retroceder um pouco é necessário para criar uma base de movimento realmente sólida. Como uma criança que está aprendendo a andar, seu cliente vai ganhar autonomia a partir do momento em que ele se sinta seguro, e isso está totalmente ligado a como o treinamento é desenhado e programado para permitir que essa evolução aconteça de maneira consistente e segura. TODO PROGRAMA DE TREINO DEVE SEr: Desenvolvimento dos sistemas energéticos Pre par açã o mu scu lar Tr ei no c or e emp urra r d omi nân cia d e joel ho dom inân cia d e qua dril pux ar complexos treinamento intervalado circuitos Ve loc ida de Ag ilid ad e Re aç ão ve loc ida de ag ilid ad e rea çã o es ta bi liz aç ão ro ta çã o Po tê nc ia sa lto s le va nt am en to s pl io m ét ric os ar re m es so s Preparação movimento aquecimento ativação do core alongamento dinâmico ativação neuromuscular equilíbrio m uscular Prevenção de lesões propriocepção m oestabilidade nutrição liberação m iofascial Regeneração Tarefas de transferênciatreino biomecânico demanda neural O CORE360º é baseado em 9 pilares que são os elementos básicos de construção da sessão de treino e são a “caixa de ferramentas” do treinador. Cada pilar tem um conceito, um tempo e forma de aplicação e um modelo de organização própria. Dentro de cada um estão tarefas, ferramentas e estímulos que tem uma relação de semelhança entre si. Esse sistema tem a flexibilidade necessária para se adequar a qualquer situação e ao mesmo tempo manter um linha de coerência e unidade entre cada sessão e cada programa de treino. Junto a isso outro fator fundamental é a capacidade de incorporar a ele novos conhecimentos e métodos, personalizando o modelo de prescrição. A força pode ser gerada tanto pela quantidade de tensão quanto pelo alcance dos músculos com relação ao centro articular. Como tornar o treino de força relevante para qualquer indivíduo? Sempre em pé, de maneira integrada, trabalhando a coordenação dos grandes grupos musculares, considerando o core como estabilizador e condutor. Pesos livres, cabos e o peso do próprio corpo são implementos suficientes para recriar funções de força como aplicada à vida real dos praticantes. As tarefas devem ser pensadas para a função do movimento para que os mesmos fiquem mais fortes, buscando um puxar/empurrar mais eficiente e tridimensional a partir de movimentos de rotação. Pense nos seus músculos como ferramentas e não troféus. Seu treino não deve se restringir a puxar e empurrar. Levantar, girar, saltar e correr também, fazendo seu corpo se tornar mais inteligente.1 • Treine Movimentos, Não Músculos. • Treine o Centro antes das Extremidades. • Construa a Força de Baixo para Cima. • Incorpore movimentos de Puxar, Empurrar e Agachar para gerar Integração. • Aplicação do Princípio da Sobrecarga • Variação Sistematizada e Planejada. FORÇA FUNCIONAL Com a correta avaliação da função muscular, a geração de força será discutida também com base em potência e resistência muscular. Todas estas funções estão interligadas e são cruciais para qualquer atividade esportiva ou atividade da vida diária (AVD) e suas deficiências representam o maior fator limitante sobre a capacidade funcional. Usualmente, a força é mensurada pelo torque de um grupo muscular. força = MASSA x ACELERAÇÃO (F= M.A.) “Desenvolver força distal sem a presença de estabilidade proximal é como tentar dar um tiro de canhão de dentro de uma canoa” Michael Boyle AÇÃO CORE SISTEMA DE ESTABILIZAÇÃO SISTEMA DE MOVIMENTO+ = O Core pode ser descrito como uma caixa onde os músculos da região abdominal compõem a frente, os glúteos e o para-espinhal compõem a parte de trás, o diafragma a de cima e o assoalho pélvico o fundo. Funcionando de maneira adequada, o sistema garante distribuição e geração de força correta, condicionando a estabilidade. O Core funciona como um cinto de exercícios natural. O transverso abdominal tem grandes pontos de inserção nas camadas média e posteriores da fáscia toracolombar. Em essência a fáscia toracolombar dá a volta no tronco fazendo a conexão entre os membros superiores e os membros inferiores. Em contração ela também funciona como proprioceptor, fornecendo feedback sobre a posição do tronco. O termo Core está ligado a centro, essência, de onde parte algo. No nosso corpo é dessa região que partem todos os movimentos, por isso a grande importância dada a essa região dentro de um programa de Treinamento Funcional. O Core é o complexo lombo-pélvico e do quadril, suas funções básicas são: • Produção de força • Redução de força • Geração de estabilidade • Manutenção do alinhamento postural • Aceleração e desaceleração de qualquer movimento do corpo humano CORE Centro, Essência, de onde parte algo. Região Lombo - Pélvica - Quadril. Produção de força. Geração de estabilidade. Aceleração - Desaceleração Treine o centro antes das extremidades. Fortaleça o CORE (região Lombo-Pélvica-Quadril) porque é a partir dessa região que o corpo gera estabilidade e produz força.2 Cabeça, tronco e quadril devem-se manter alinhados, principalmente quando se está em movimento, formando como unidade o pilar de sustentação do corpo. Alinhamento Checklist Universal de Movimento de 10 Pontos Qualidade de movimento é o ponto de partida. Todos os exercícios devem ter como meta uma execução limpa, eficiente e boa postura.3 Distribuir uniformemente o peso do corpo sobre a/as bases de apoio gera mais estabilidade ao movimento e otimiza a produção de força. Distribuição de peso Posição inicial Sempre que possível assumir a posição atlética como posição inicial, transferindo o peso do corpo para a ponta dos pés, joelhos levemente flexionados, postura ereta do tronco e região do Core ativada. Realizar cada movimento no ritmo apropriado para atender o objetivo da tarefa. Movimentos que envolvem estabilização devem ser executados em um ritmo lento, já exercícios que estimulam a potência devem ser realizados de forma explosiva. Ritmo Manter a manobra respiratória normal durante os exercícios é importante. Geralmente deve-se inspirar na fase excêntrica, e expirar na fase concêntrica. A suspensão voluntária da respiração para aumentar a pressão intratoráxica só deve ser realizada por praticantes muito bem condicionados fisicamente, e experientes na realização da tarefa. Respiração A condição necessária de estabilidade deve ser garantida a todos os exercícios para que sua execução seja limpa e correta. Estabilidade Em qualquer movimento todo o corpo deve ser recrutado na sua execução, nos integrados, onde necessariamente todo o corpo é envolvido na ação, todos os segmentos agindo a favor do movimento é condição fundamental para sua boa execução. Sinergia e Coordenação A cabeça é pequena em volume, mas grande em massa se comparada a outras regiões do corpo. Sendo assim geralmente para onde ela é projetada o resto do corpo é levado. Por isso a manutenção de um alinhamento adequado com o tronco e o quadril é tão importante. Posição da cabeça e Foco visual Diferentes exercícios pressupõem diferentes tipos de pegada para torná-las mais eficientes, aumentar o grau de dificuldade de execução, ou faze-la mais específica em relação a uma determinada atividade. Tipo de pegada Pés paralelos, afastamento antero-posterior, base uni-podal, e as variações possíveis podem ser contempladas desde que façam sentido, atendam o objetivo da tarefa, e garantam a eficiência do movimento. Posicionamento dos pés Para todas as atividades da vida diária ou esportiva, a base de suporte é um dos elementos mais importantes. Trata-se da área do corpo que interage com a superfície, entre todos os pontos de contato com a base: quanto maior for esta área de contato, maior será a estabilidade gerada pela base. Por esta razão, o uso de uma área de contato menor ou mais instável é sempre uma boa maneira de desafiar o equilíbrio ou a estabilidade. A estabilidade da base garantirá a produção de força e potência nas mais variadas ações. RECOMENDAÇÃO DE CONSUMO DE EXERCICIOS Treine mais na posição em pé do que sentado ou deitado. Quando o movimento parte do chão e você está em pé, as forças produzidas envolvem o corpo todo, da mesma forma em que ele é exigido na vida cotidiana.4 integrados multiarticulares isolados Seu programa de treino deve ser Global. Força, Equilíbrio, Velocidade, Resistência, Agilidade, Potência, Mobilidade e Flexibilidade são qualidades físicas que sempre devem ser estimuladas. Você é tão forte quanto seu elo mais fraco. Tornar seu corpo mais equilibrado entre: o lado direito e o lado esquerdo, a cadeia anterior e a cadeia posterior, a extremidade superior e a extremidade inferior, terá um impacto positivo sobre todos os seus objetivos. 5 6 De acordo com Bompa (1994), a execução de uma tarefa física é a combinação de componentes motores e fisiológicos interdependentes cuja integração deve ser considerada em qualquer programa de treino. O desenvolvimento dessas habilidades motoras como pilares do treinamento funcional como processo global, formam a base do treinamento funcional como filosofia autossuficiente, que incorpora diversas metodologias para atender o indivíduo. Cinética é um conjunto de forças, cadeia é um sistema onde todas as partes se conectam. Sob esta ótica, a cadeia cinética agrega os sistemas muscular, nervoso e esquelético conectados entre si e agindo em sinergia para produzir movimento. Na cadeia cinética, o movimento é o resultado final de uma série de eventos. Para que a cadeia cinética produza e transfira força de forma eficiente, todos os componentes agem juntos pelo movimento. Se qualquer um deles falhar, todo o movimento se prejudica. Eles estão conectados da seguinte maneira: O desenvolvimento das habilidades biomotoras é um exemplo do quanto o treinamento funcional pode ser específico e global ao mesmo tempo. Em condicionamento equilibrado, elas garantirão movimentos mais eficientes e sua combinação gerará outras habilidades. Velocidade + coordenação = agilidade Velocidade + força = potência Força + resistência = resistência muscular “O pé conectado à perna, A perna conectada ao joelho, O joelho conectado à coxa, A coxa conectada à coluna vertebral, A coluna vertebral conectada ao pescoço, O pescoço conectado ao crânio” pernas quadril ombros troncoforças de reação do solo cotovelo punho solo Groppel, 1992 QUAL É O SEU DESAFIO? Respeite seus limites, mas aceite o desafio. Você aproveita pouco do seu real potencial de movimento, use cada sessão de treino para conhecer seus limites e vencê-los, seja você um atleta de alto nível ou alguém que está iniciando um programa de condicionamento, sempre existe espaço para progresso. Use o corpo de forma integrada e não isolada. Envolva todo Sistema Neuro-Muscular em atividades onde se busca sinergia sempre. 7 8 A real questão vem à tona quando olhamos para a História, percebendo que o conceito de exercício é uma fração recente e muito pequena do repertório de movimento humano. Nossa experiência física é formada por um vasto repertório de comportamentos, tarefas e atividades como caçar, jogar, brincar, escalar, correr, saltar, etc, mas o exercício padronizado como tal é novo e humano. No mundo selvagem, não se observa qualquer coisa parecida com isso. Roedores podem correr em rodas em jaulas, mas soltem-nos na grama, com uma roda dessas ao lado, e eles rapidamente não estarão correndo para dentro delas. Num ambiente selvagem e aberto, os animais vão brincar, lutar, caçar, explorar, mas nunca se exercitar desta maneira ligada a séries, repetições e distância. A regra é apenas continuar executando a série até chegar a hora, ou seu professor mandar parar, sem pensar, sem criar, sem aprender. Mas este, na Alguns consideram o termo propriocepção um detalhe anatômico, outros algo preso a reabilitação. Mas os proprioceptores, localizados nas articulações, músculos e tendões, servem para levar ao sistema nervoso central informações sobre a posição do corpo ou sobre a força que é necessária de ser aplicada nas mais diversas situações. Quando nos movemos, precisamos perceber a nós mesmos. Esta sensação é vital para a performance e nosso estado de saúde e bem-estar. Sob esta perspectiva, podemos apreciar com espanto os efeitos da vida sedentária sobre os seres humanos. Tirar o movimento de cena é tirar a oportunidade dos indivíduos se conhecerem. Quando se cria tamanho déficit sensorial, começamos a nos deparar com indivíduos inseguros, incertos e ansiosos. Nossas epidemias modernas de depressão, desatenção e ansiedade fazem muito sentido neste ambiente. Precisamos nos mover para lembrar quem somos. Somos o resultado de nossos hábitos. Informação para dentro, movimento para fora: isto quer dizer que você é o que faz. verdade, é o caminho mais fácil e rápido para a monotonia física. Falta desafio, variedade e uma relação muito mais próxima de equilíbrio entre os objetivos e as reais necessidades de cada um. Um programa de Treinamento Funcional eficiente vai além do treino. Além de boas sessões de condicionamento, comer, dormir e se recuperar com qualidade são elementos fundamentais para a obtenção das metas.9 A maior habilidade de um treinador é saber manipular as partes, sempre considerando o impacto de suas ações sobre o todo. No desenho de um programa de Treinamento Funcional, todos os elementos devem estar conectados dentro de um sistema, que organiza e equilibra as partes para atender um propósito maior. AGACHAMENTO P E R F E I T O CONDICIONAMENTO ALIMENTAÇÃO DESCANSO RECUPERAÇÃO OBJETIVO + NECESSIDADE + POTENCIAL = DESENVOLVIMENTO ATLÉTICO Divirta-se! Faça do seu treino seu playground, acreditar no que se faz e se divertir fazendo é o que gera resultados a curto, médio e longo prazo.10 A palavra de origem latina ”ludus” significa “jogo”. Se estivesse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. Lúdico deixou de ser um simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica, extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo, passando à necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. O lúdico é parte fundamental das atividades essenciais da dinâmica humana, caracterizando-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Sendo funcional: ele não deve ser confundido com o mero repetitivo, com a monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. Nem desperdiça movimento: ele visa produzir o máximo, com o mínimo de dispêndio de energia. www.CORE360.COM.br/10MANDAMENTOS E RECEBA CONTEÚDO EXCLUSIVO! ACESSE CONVENCIONAL estático isolado músculos repetição geral exercícios equipamentos FUNCIONAL dinâmico integrado movimentos variação específico tarefas ferramentas Referências: 1. Bompa, T. O. Periodization Strenght: the Most Effective Methodology of Strenght Training. NSCA J, 1990:12-49. 1. Christou, M., Smilios, I., Sotiropoulos, K., Volaklis, K., Pilianidis, T., Tokmakidis, S.P. Effects of Resistence Training on Physical Capacities of Adolescent Soccer Players. J. Strenght. Cond. Res., 2006; 20(4): 783-791. 2. Cronin J.B., Mcnair P.S., Marshall R.N. Developing Explosive Power a Comparison of Technique and Training Loads. J Sci. Med. Sport., 2001; 4(2): 59-70. 3. Cronin J.B., Mcnair P.S., Marshall, R.N. Velocity Specifity, Combination Training and Functional Performance. J. Sci. Med. Sport., 2001; in press. 4. D’Elia, L. Guia Completo de Treinamento Funcional. Editora Phorte, 2013. 5. Kraemer, W.J., Mazzetti, S.A., Nindl, B.C., Gotshalk, L.A., volek, J.S., Bush, J.A. , Marx, J.O., Dohi, K., Gomez, A.L., Miles, M., Fleck, S.J., Newton, R.U., Hakkinen, K. Effectof resistance Training on Women´s Strenght/Power and Occupation al Performances. Med. Sci. Sports Exerc, 2001; 33: 1011-1025. 6. Myer, G.D., Ford, K.R., Brent, J.L., Hewett, T.E. The Effects of Plyometric vs. Dynamic Stabilization and Balance Training on Power, Balance, and Landing Force in Female Athletes. J. Strenght. Cond. Res., 2006; 345-353. 7. Souza, A. L., Shimada, S.D., and Koontz, A. Ground Reaction Forces During the Power Clean. J. Strenght Cond. Res., 2002; 16:423-427. 8. Unger, C.L., and Wooden, M.J. Effect of Foot Intrinsic Muscle Strenght Training on Jump Performance. J. Strenght. Cond. Res., 2000; 14(4): 373-378. 9. Wilson, G.J., Newton, R.U., Murphy, A.J., Humphries B.J. The Optimal Training Load for the Development of Dynamic Athletic Performance. Med. Sci. Sports Exerc.; 1993 25:1279-1286. TREINAMENTO FUNCIONAL/Treinamento Funcional-1-1-2.pdf Rua Domingos Vieira, 348 conj. 1007 - Santa Efigênia - Cep.: 30150-240 | Belo Horizonte - MG Telefax: (31) 3241-3468 | www.physionucleo.com.br contato@physionucleo.com.br | heliohcb@physionucleo.com.br O QUE É TREINAMENTO FUNCIONAL? Por Artur Monteiro e Thiago Carneiro O corpo humano é projetado para funcionar como uma unidade, com os músculos sendo ativados em seqüências especifica para produzir um movimento desejado. Em cada movimento, vários músculos estão envolvidos e todos eles realizam uma função diferente. O sistema nervoso central (SNC), além de diferentes funções motoras, é responsável pela ativação muscular e programado para organizar esses movimentos. Através de diferentes sinais enviados ao SNC, partindo da pele, das articulações e dos músculos, são detectados detalhes sobre a posição de cada parte do corpo em relação ao ambiente proposto e as outras partes corporais, a velocidade do movimento e o ângulo articular. Com esse propósito, o Treinamento Funcional foi criado nos Estados Unidos por diferentes autores desconhecidos e, vem sendo muito bem difundido no Brasil, ganhando inúmeros praticantes. Tem como princípio preparar o organismo de maneira íntegra, segura e eficiente através do centro corporal, chamado nesse método por CORE. Vários dos objetivos desse método de exercício representam uma volta à utilização dos padrões fundamentais do movimento humano (como empurrar, puxar, agachar, girar, lançar, dentre outros ), envolvendo a integração do corpo todo para gerar um gesto motor específico em diferentes planos de movimento. Um exemplo contrário a esse método é o trabalho isolado do corpo para gerar um gesto motor específico, como visto na musculação tradicional. Essa visão abrangente permite que o Treinamento Funcional atinja o objetivo de controlar o sistema músculo-esquelético, sem abrir mão do aperfeiçoamento do sistema sensório-motor e proprioceptivo, geralmente esquecido pelos treinamentos convencionais. Além disso, a postura do corpo humano é controlada diretamente através destes órgãos sensitivo, que tem entre suas principais funções, a regulação do equilíbrio e a orientação do corpo no ambiente. No mailto:contato@physionucleo.com.br� mailto:heliohcb@physionucleo.com.br� Rua Domingos Vieira, 348 conj. 1007 - Santa Efigênia - Cep.: 30150-240 | Belo Horizonte - MG Telefax: (31) 3241-3468 | www.physionucleo.com.br contato@physionucleo.com.br | heliohcb@physionucleo.com.br entanto, esse treinamento visa aprimorar ou resgatar a eficiência do movimento humano para atividades do cotidiano. Utilizando a periodização proposta pelo NASM (Nacional American Sports Medicine) e respeitando a individualidade biológica e a especificidade objetivada de cada um dentro dos princípios do treinamento desportivo, os movimentos que compõem o Treinamento Funcional, realizados sobre uma biomecânica corporal correta, claramente poderão trazer os benefícios desejados pelo praticante, seja este um atleta, um indivíduo fisicamente ativo ou uma pessoa sedentária que deseja ingressar na atividade física. Utilizando aparelhos alternativos ou acoplados aos aparelhos de musculação, exigirão de maneira mais significativa dos proprioceptores corporais para a execução das atividades. Contudo, os exercícios podem ser realizados com o peso do próprio corpo, cabos, elásticos, pesos livres, base de suporte instável e reduzida, medicine balls, bolas suíças, trazendo benefícios mais significativos à capacidade funcional do corpo. São exercícios bastante motivacionais e desafiadores, onde o indivíduo que segue esse método, acompanhado de um instrutor capacitado, graduado em Educação Física, tem a possibilidade de alcançar a funcionalidade corporal natural de seu organismo, além de “gerar” um corpo saudável e bem condicionado. Porém, para o efetivo resultado do Treinamento Funcional é indispensável o empenho e a dedicação do indivíduo. O programa de exercícios funcionais traz vários benefícios tanto ao corpo como também à mente. Pensando nisso, elucidamos alguns dos muitos benefícios do método: • Desenvolvimento da consciência sinestésica e controle corporal; • Melhoria da postura; • Melhoria do equilíbrio muscular; • Diminuição da incidência de lesão; • Melhora do desempenho atlético; • Estabilidade articular, principalmente da coluna vertebral; • Aumento da eficiência dos movimentos; • Melhora do equilíbrio estático e dinâmico; • Melhora da força, coordenação motora; mailto:contato@physionucleo.com.br� mailto:heliohcb@physionucleo.com.br� Rua Domingos Vieira, 348 conj. 1007 - Santa Efigênia - Cep.: 30150-240 | Belo Horizonte - MG Telefax: (31) 3241-3468 | www.physionucleo.com.br contato@physionucleo.com.br | heliohcb@physionucleo.com.br • Melhora da resistência central ( cardiovascular ) e periférica ( muscular ); • Melhora da lateralidade corporal; • Melhora da flexibilidade e propriocepçao; • Dentre outras qualidades necessárias e indispensáveis para a eficiência diária e esportiva. Vale à pena lembrar que uma avaliação prévia deve ser realizada para que se possam saber quais destas qualidades e quais os padrões de movimentos necessitarão de mais atenção na prescrição dos programas de exercícios, e assim, serem estimuladas corretamente. Fonte: http://www.posugf.com.br mailto:contato@physionucleo.com.br� mailto:heliohcb@physionucleo.com.br� http://www.posugf.com.br/� Rua Domingos Vieira, 348 conj. 1007 - Santa Efigênia - Cep.: 30150-240 | Belo Horizonte - MG Telefax: (31) 3241-3468 | www.physionucleo.com.br contato@physionucleo.com.br | heliohcb@physionucleo.com.br EXEMPLOS DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO TREINAMENTO FUNCIONAL O exercício começa e termina em um único pé – na saída, o esquerdo, e na chegada, o direito. E isso exige equilíbrio e coordenação. Tridimensional O exercício é executado em três planos — VERTICAL HORIZONTAL e DIAGONAL. O esforço é superior ao da musculação tradicional, em que os movimentos se restringem a um plano por vez. Sinergia Os músculos trabalham em conjunto. Veja como, durante movimento, a força executada se transfere de uma parte a outra do corpo: primeiro os pés (1), passando por pernas (2), quadris (3), tronco (4) e, finalmente, chegando aos braços (5). Com isso a musculatura fica preparada para executar suas funções de maneira eficiente e sem dor. mailto:contato@physionucleo.com.br� mailto:heliohcb@physionucleo.com.br� Rua Domingos Vieira, 348 conj. 1007 - Santa Efigênia - Cep.: 30150-240 | Belo Horizonte - MG Telefax: (31) 3241-3468 | www.physionucleo.com.br contato@physionucleo.com.br | heliohcb@physionucleo.com.br Equílibrio A superfície instável ativa os proprioceptores — terminações nervosas que funcionam como sensores de movimento e posição corporal. O resultado é a melhora significativa do equilíbrio. Os músculos profundos que sustentam a coluna e os abdominaisficam fortes. Os pés são a interface entre o chão e o restante do corpo. Ou seja, se estão fortes e ágeis, ajudam a pessoa a se equilibrar e a fazer força. Como o uso contínuo de sapatos os deixa frágeis e fracos, vale a pena executar alguns movimentos com eles descalços para exercitar a sua musculatura. Força Pressionada pela gravidade, a musculatura precisa dar conta de estender as pernas, erguer o tronco e levar o braço que carrega um pesinho para cima. O exercício trabalha um grupo muscular na seqüência do outro. As cadeias musculares são fortalecidas. mailto:contato@physionucleo.com.br� mailto:heliohcb@physionucleo.com.br� Rua Domingos Vieira, 348 conj. 1007 - Santa Efigênia - Cep.: 30150-240 | Belo Horizonte - MG Telefax: (31) 3241-3468 | www.physionucleo.com.br contato@physionucleo.com.br | heliohcb@physionucleo.com.br Coordenação Os deslocamentos para os lados — frente, atrás, direita e esquerda — treinam a coordenação. Como os braços estão ocupados, segurando o bastão nas costas, a pessoa perde a referência de espaço, um truque para exercitar o equilíbrio. Os agachamentos, por sua vez, fortalecem as pernas Flexibilidade Neste exercício, braços, abdômen e pernas são alongados de maneira integrada e dinâmica. O alongamento começa em um lado do corpo e termina no outro — o tronco gira para que o pé se aproxime do braço oposto. Isso aumenta a mobilidade articular e treina a coordenação. FONTE: por Priscila Boccia | design Eder Reder | foto Omar Paixão mailto:contato@physionucleo.com.br� mailto:heliohcb@physionucleo.com.br� EXEMPLOS DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO TREINAMENTO FUNCIONAL FONTE: por Priscila Boccia | design Eder Reder | foto Omar Paixão TREINAMENTO FUNCIONAL/Sandbag - Training Bible .pdf Text copyright © 2015 Ben Hirshberg. Design and concept copyright © 2015 Ulysses Press and its licensors. Photographs copyright © 2015 Rapt Productions except as noted below. All rights reserved. Any unauthorized duplication in whole or in part or dissemination of this edition by any means (including but not limited to photocopying, electronic devices, digital versions, and the Internet) will be prosecuted to the fullest extent of the law. Published in the United States by Ulysses Press P.O. Box 3440 Berkeley, CA 94703 www.ulyssespress.com ISBN: 978-1-61243-480-3 Library of Congress Control Number: 2015937564 Printed in the United States by United Graphics 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Acquisitions: Kelly Reed Managing editor: Claire Chun Editor: Lily Chou Proofreader: Natalia Jaster Indexer: Sayre Van Young Front cover/interior design and layout: what!design @ whatweb.com Production: Caety Klingman Photographs: Rapt Productions Artwork: concrete texture © Kues/shutterstock.com Models: Lauren Lee Robinson, Zachary Seale, Christopher Wells Makeup: Sabrina Foster/SabrinaFosterMakeup.com Distributed by Publishers Group West Please Note: This book has been written and published strictly for informational purposes, and in no way should be used as a substitute for consultation with health care professionals. You should not consider educational material herein to be the practice of medicine or to replace consultation with a physician or other medical practitioner. The author and publisher are providing you with information in this work so that you can have the knowledge and can choose, at your own risk, to act on that knowledge. The author and publisher also urge all readers to be aware of their health status and to consult health care professionals before beginning any health program. This book is independently authored and published. No sponsorship or endorsement of this book by, and no affiliation with any trademarked brands or products mentioned or pictured, is claimed or suggested. All trademarks that appear in this book belong to their respective owners and are used here for informational purposes only. The author and publisher encourage readers to patronize the quality brands and other products mentioned and pictured in this book. Table of Contents Part 1: Overview 1 Introduction . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Why Sandbag Training? . . . . . . . . . . . 4 Training Smart . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Before You Begin. . . . . . . . . . . . . . 10 How to Use This Book . . . . . . . . . . . 13 Part 2: Programs 15 Creating a Customized Workout. . . . . . 16 Scheduling Your Workouts . . . . . . . . 20 Sample Workouts . . . . . . . . . . . . . 22 Part 3: Exercises 33 Overhead Press . . . . . . . . . . . . . . 34 Push Press . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Chest Press . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Bent-Over Row. . . . . . . . . . . . . . . 38 Muscle-Up . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Pull-Up . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Push-Up . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Dip . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Skull Crusher . . . . . . . . . . . . . . . 45 Curl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Shrug. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Deadlift. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 One-Leg Deadlift . . . . . . . . . . . . . . 49 Sumo Deadlift . . . . . . . . . . . . . . . 50 Shoveling . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Sandbag Swing . . . . . . . . . . . . . . 52 Shouldering . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Wall Sit. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Back Squat . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Front Squat . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Front Squat with Arm Extension . . . . . 58 Overhead Squat . . . . . . . . . . . . . . 59 Sumo Squat . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Good Morning . . . . . . . . . . . . . . . 61 Static Lunge . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Forward Lunge . . . . . . . . . . . . . . . 63 Side Lunge . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Step-Up . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Around the World . . . . . . . . . . . . . 66 Calf Raise . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Forearm Plank . . . . . . . . . . . . . . . 69 High Plank . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Side Plank . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Reverse Plank . . . . . . . . . . . . . . . 71 Glute-Ham Plank . . . . . . . . . . . . . 71 Bird Dog . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Superman . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Hand-to-Feet Pass . . . . . . . . . . . . . 73 Bicycle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Sit-Up . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 V-Up . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Frozen V . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Ground Slam. . . . . . . . . . . . . . . . 78 Wall Ball . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Barrel Toss . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Overhead Throw. . . . . . . . . . . . . . 81 Chest Toss . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Bear Crawl . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Crab Walk . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Duck Walk . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Gorilla Walk . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Inchworm Walk . . . . . . . . . . . . . . 87 Army Crawl . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Snatch . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Clean & Jerk . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Thruster . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Thruster with Lunge . . . . . . . . . . . 93 Overhead Chop . . . . . . . . . . . . . . 94 Side Chop . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Turkish Get-Up . . . . . . . . . . . . . . 96 Sprint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 Side Shuffle Sprint . . . . . . . . . . . . 99 Carioca Sprint . . . . . . . . . . . . . . . 100 Backpedal Sprint . . . . . . . . . . . . . 102 Shoulder Farmer’s Walk . . . . . . . . . . 103 Suitcase Farmer’s Walk . . . . . . . . . . 104 Overhead Farmer’s Walk . . . . . . . . . . 105 Burpee . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Rolling Burpee . . . . . . . . . . . . . . . 108 Sled Pull . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Jumping Jack. . . . . . . . . . . . . . . . 111 Jumping Rope . . . . . . . . . . . . . . . 112 Sandbag Whip . . . . . . . . . . . . . . . 113 Box Jump. . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Split Lunge Jump . . . . . . . . . . . . . 116 Vertical Jump . . . . . . . . . . . . . . . 117 Long Jump . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Distance Ruck . . . . . . . . . . . . . . . 119 Stair Ruck . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Upper-Body Ruck . . . . . . . . . . . . . 121 Warming Up 122 Jumping Jack . . . . . . . . . . . . . . . . 122 Mountain Climber . . . . . . . . . . . . . 123 Running in Place . . . . . . . . . . . . . . 124 Butt Kick . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Hip Gate . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 Windmill . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Toe Kick . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Walking . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Workout Sheet 132 Index 134 Acknowledgments 137 About the Author 139 1 Part 1: Overview 3I NTRODUCTION Introduction Ever since I was a youth athlete, I’ve endeavored to improve my health and athletic performance. My interest in health and fitness grew as I read dozens of health books and became a World Instructor Training Schools-certified personal fitness trainer and a National Academy of Sports Medicine-certified fitness nutrition specialist and youth fitness trainer. Through a combination of reading fitness books, completing certifications, and putting theory to practice in the real world, I’ve come to love using sandbag training in my workouts. Old-school sandbag training isn’t as flashy as newfangled fitness trends like vibration plates and balance boards, but its no-frills essence is precisely why sandbag training is so effective. Fancy, complicated training methods can sound appealing at first, but simplicity is a strength, not a weakness. The simpler the exercise modality, the fewer barriers there are to a good workout. When training with a sandbag, the only thing you need to think about is the single bag in front of you. You’re essentially just picking up, pressing, and carrying large, awkward objects—a perfect training method that prepares you for everyday activities like moving furniture, carrying groceries, and going on backpacking trips. So let it be known, sandbag training is not some passing fad. Whether you’re a desk jockey or a professional athlete, incorporating sandbag training into your fitness regimen will take standard bodyweight moves to a whole new level. 4 Sandbag Training Bible Why Sandbag Training? Training with a sandbag isn’t easy, and that’s the point. If your workout allows you to idly chat with a friend without breaking a sweat, it probably isn’t making you stronger. Don’t get it twisted—your workout doesn’t need to kill you in order for it to be effective. But it does have to give your body a challenge, and using sandbags—essentially resistance training—is a great way to do that. Incorporating sandbags in resistance training is great for both men and women. When done properly, it’s helpful for nearly all fitness goals, including fat loss, muscle gain, health improvement, and athletic development. This is because resistance training excels at one of the most important facets of any exercise modality: muscle engagement. Aerobic training methods like running, jumping rope, and biking are all awesome, healthy things to do. However, aerobic activities don’t work the musculature as effectively or efficiently as straight-up resistance training, making resistance training an unparalleled way to develop a fit-looking, strong body. The biggest advantage to using a sandbag is its large, awkward, unstable nature. This forces your body to recruit the oft-neglected stabilizer muscles and engage in the movement from head to toe. Training in this ultra-functional manner means more metabolic benefits and a stronger body. Sandbag training aims to combine the benefits of intentional, high-load barbell training and real-world manual labor. Sandbags are also relatively inexpensive and portable. If you buy or make one, your house becomes your gym—no membership fees, commute, or interminable wait for equipment to become available. And when compared to the cost of a full home gym, sandbags are incredibly cost-effective, portable, and take up very little storage space. Adaptability is another benefit of sandbag training. Many personal trainers have a single training philosophy. Some are proponents of heavy resistance training, others prefer calisthenic circuits, and others are adamant endurance advocates. Sandbags can be incorporated into all those methods, allowing you total flexibility to switch between different training goals. 5TRA I N I NG SMART Training Smart Personally, I believe there’s no one, universal best way for everyone to train because all of us have different preferences and goals. My general training philosophy is constructed from ten primary workout principles. They’re as follows: 1. Train with functional, compound movements. Working small muscles through small ranges of motion makes no sense. Exercising in that way provides a much smaller metabolic benefit and a smaller hormonal response. Additionally, big, multi-joint movements build functional strength, which is beneficial for sports and daily life. Functional, compound exercises make sense because they’re much more efficient and effective at helping you hit your workout goals. 2. Train the whole body. Neglecting certain muscle groups or movement patterns can lead to muscle imbalances, which are bad on both a functional and aesthetic level. Besides looking funny, muscle imbalances can affect our posture and movement patterns, and sometimes even lead to injury. To avoid this trap, train your whole body from head to toe! 3. Put in at least a good effort when training. Unfortunately for the throngs of people who go to the gym to slowly walk on a treadmill or pedal on an exercise bike, half-heartedly exercising isn’t particularly helpful for any fitness goals. The body needs to be challenged for exercise to have its full range of positive effects, so be sure to give a good effort at the very least. 4. Don’t feel compelled to do long or extremely arduous workouts every single time. It isn’t necessary to go balls to the wall for every workout to benefit from training. If you’re someone with a very high drive, then more power to you. Especially if you’re a competitive athlete, you’ll get increasing levels of returns from a higher effort. However, long or excruciatingly difficult workouts aren’t required for good results. Don’t feel like you have to push yourself to the point of sickness for a workout to be worth it. You’ll still get immense benefit from working out even if you don’t feel 100% spent at the end. 6 Sandbag Training Bible 5. Don’t fall prey to analysis paralysis. Us health nerds love to get bogged down in minutia, and unfortunately the trend has found its way into mainstream health circles. People want their workout to be completely optimal, so they’ll spend a lot of time researching and researching until their workout plan is absolutely perfect. Until they read a new article, book, or study, that is. Don’t worry about the minutia. A difficult, full-body sandbag workout is going to get you 99% of the benefits that anything else would, so embrace the peace of mind that comes with having a set plan. 6. Train for enjoyment, not pain. One reason people in the developed world don’t exercise regularly is that there’s a misconception that working out should be painful. This couldn’t be farther from the truth. Working out should be made as fun as possible. Why? Because an enjoyable workout will more likely be completed on a consistent basis, and consistency is key for any type of exercise success. Plus, life’s too short for self-induced torture. So know thyself and construct an exercise regimen accordingly. 7. Change up your workouts constantly. Doing the same workout all the time is not only boring, it also produces sub-par results. If we train using the same, exact exercises for long periods of time, our body is able to adapt and we no longer have as much opportunity for growth. So every so often subtract or add some exercises to your regimen to avoid stale workouts. 8. Work toward a goal. Training without a goal makes it impossible to create a proper workout plan, and sharply decreases adherence. Why would you stick to something that doesn’t have a clear reason for being in your life? And how do you create a regimen if you don’t have an end goal? Even if the goal of your workouts is to have fun, that’s a clear directive that can be used to form a workout plan. 9. Customize your workouts. There’s no one-size-fits-all training regimen. A workout plan for a cross-country runner versus one for someone hoping to put on a lot of muscle will look different. Due to our differing genetics, abilities, and, most importantly, our aspirations, we need customized workout plans. 10. Adopt an overall healthy lifestyle. Don’t make the mistake of using the fact that you work out as an excuse to lead an otherwise unhealthy lifestyle. Working out is wonderful, but it’s just one dimension of maintaining overall well-being: Proper sleep, proper nutrition, and avoiding chronic stressors are all crucial if we’re to live a long, healthy life. With these ten training principles in mind, I’ve included five different training methods to best fit your goals: 1) set and rep training, 2) eustress training, 3) HIT (high-intensity training), 4) circuit training, and 5) endurance training. I detail these methodologies 7TRA I N I NG SMART starting on page 17. I also include a number of sample workouts you can either use verbatim or tweak to better fit your goals. Additionally, there are nearly 100 effective exercises detailed with full instructions in Part 3; you can pick and choose from them if you want to construct your own regimens from scratch. Whether you want to change your body, improve your health, or get an edge on the competition, sandbag training is a fun and effective way to go after your goals. Key Terms & Ideas The following are some terms I’ll use throughout the book. Training goal: This is what you’re working toward when you exercise. Having a goal is important because it helps you decide how you want to construct your workout regimen. A training goal also gives you reason to make time for and put effort into your workouts. Athletic performance: Athletic performance is a training goal for most athletes. What this means is that when you’re striving for this goal, you’re focused on improving metrics closely related to your sport rather than working out to be healthy or look a certain way. Body composition: If you’re concerned about how you look, your training goal is body composition. Fat loss is the most common goal because it allows muscle definition to show. Muscle gain is also a common body composition goal as it increases muscle definition as well. Bodyweight versus body fat: Most people mistakenly talk about losing weight when what they really want to do is lose fat. Losing weight sounds good at first, until you realize that losing weight can also mean losing valuable muscle mass. Muscle tissue is important for both practical and aesthetic reasons. Because of this, judging your results by what your scale says isn’t a good idea. In fact, it isn’t uncommon at all to gain a pound or two and see a trimmer figure in the mirror. The reason? Muscle weighs more than fat. The solution for those that like to measure their progress is to measure body-fat percentage, which can tell you how much fat you’ve lost or muscle you’ve gained when combined with a weight measurement. Overtraining: Overtraining results from a lack of recovery after workouts. Most people never have to worry about this, but it certainly does happen. Getting sick more often 8 Sandbag Training Bible than usual and feeling constantly fatigued and tired are common side effects. To avoid overtraining, be sure to listen to your body and rest when you feel beaten down. Undertraining: Undertraining, or not putting in enough effort during your workouts, is much more common than overtraining but doesn’t have much in the way of health implications. Undertraining doesn’t hamper the immune system, but it does prevent you from getting optimal results. Frequency: Frequency refers to the number of workouts planned or performed in a certain time period. A high workout frequency would be exercising every day; a low workout frequency would be working out once every week. Intensity: Intensity refers to the difficulty of the workout performed. Intensity is a fairly subjective term as workouts that are intense for some may not be intense for others. Consistency: Consistency refers to how often you keep to your workout plans. The more workouts you miss, the less results you’ll get from the days you do work out. Be as consistent as possible—consistency is the number-one driver of success. Posture: Posture is the alignment of a body’s muscles, bones, and joints. Although modern technologies like computers and cars have been very helpful in many respects, they haven’t been good to our collective posture. Specifically, they’ve caused many people in developed countries to adopt a posture with an overly forward head and neck and a tucked pelvis. Posture can be improved by strengthening the posterior chain and core as well as consciously keeping a high chest and a properly tilted pelvis. Form: The form you use while exercising is extremely important in both engaging the proper muscles and avoiding injury. If a particular exercise is giving you trouble, look up a YouTube video to help. It’s natural for some movements to be difficult at first; they’ll get easier the more you do them. Using your phone camera to take a video of you doing the movement is also a good way to fix any form problems you may have. Posterior chain: The posterior chain refers to the musculature running across the back of your body. This is the muscle group largely responsible for picking things up off the ground and proper posture. Unfortunately, our modern society has a widespread weakness in the posterior chain muscles. Strengthening the posterior chain should be a big priority for everyone who cares about being strong and pain-free. Core: Many people think of the core as simply the abdominal muscles, but the core is actually composed of the muscles around the center of our body. This includes some 9TRA I N I NG SMART muscles in the posterior chain, such as our lower back and glutes. A strong core is also very important for being strong and pain-free. Whole-body exercise: Like our professional jobs, our workouts have gotten more and more specialized in the modern age. We now have machines that isolate each of our muscles, and fewer of us perform exercises that engage our muscles from head to toe. Although using machines to work each muscle individually may reduce injury-risk in the short run, doing whole-body exercises allows our bodies to use the muscle groups as one. Functional exercise: A functional exercise is one that translates well to everyday life. A deadlift, for example, is very functional because it simulates lifting something heavy off of the ground. A leg curl machine is not functional as we don’t do anything outside of a gym that requires that motion. Upper-body push: An upper-body push movement is one that requires us to push weight away from our body. A classic example is the chest press (page 37). Upper-body pull: An upper-body pull movement is one that requires us to pull weight toward our body. A classic example is the bent-over row. Lower-body push: A lower-body push movement is one that requires us to push weight away from our body with our legs. A classic example is the squat. Lower-body pull: A lower-body pull movement is one that requires us to pull weight with our legs. A classic example is the deadlift. Warm-up: This is a set of exercises that prepares the body for training rather than being for the training itself. A warm-up increases performance and decreases chance of injury. Potential for injury: The potential for injury is the risk of injury from a certain movement or workout; the goal is to minimize this. You can do so by always warming up. Another very important way to reduce potential for injury is to listen to your body and understand when you’re at your limit. A very common cause of injury is pushing past pain or fatigue, so learning your body’s signals is a must. 10 Sandbag Training Bible Before You Begin Although working out is a very healthy endeavor, it can be dangerous for a minority of people with certain health risk factors. Do check with a doctor before starting any type of workout regimen. You’ll also want to listen to your body before blindly following a planned workout—if your hamstrings are feeling tight and bothered, going through with your sprint routines may not be the best idea. Adjust your workouts accordingly to reduce the risk of injury. Listening to your body can also help with exercise form, such as if you feel sore in places you shouldn’t. On days when your body is feeling great, you can really push it and go for that personal record. On days when you’re feeling stiff and vulnerable, training with care may be the best thing to do. Warming Up Warming up is critical if you want to decrease your chance of injury and improve your performance. Training hard with cold muscles straight out of the gate is never a good idea! Starting on page 122, I’ve recommended a few exercises that are great for warming up. Although many people also advocate doing cool-down exercises after exercising, research has found just a few minutes of walking is really all you need. A proper warm-up should include some dynamic stretches, which activate your muscles, increase mobility, decrease chance of injury, and improve performance. Static stretching, the kind most of us grew up with, should be avoided pre-exercise as it has been shown to decrease exercise performance in addition to being ineffective at decreasing injury rates. 11B E FORE YOU B EG I N Equipment There are only two vital pieces of equipment needed: a sandbag and a backpack. High- quality sandbags can be found online from a variety of companies. The backpack is needed for weighted exercises where holding a sandbag is either awkward or impossible. If your sandbags are not durable enough, an optional piece of equipment is a medicine ball, which can be substituted in the throwing exercises. For those looking to save money or execute a fun DIY project, you can also make your own sandbag: STEP 1: Fill several gallon-sized zip-top plastic bags halfway full with sand. For sturdier, heavier weights, you can also use heavy-duty ten-gallon zip-top plastic bags. STEP 2: Reinforce the plastic bags by taping over the entire bag with one layer of heavy- duty tape. STEP 3: Fill a duffel bag or backpack with the reinforced sandbags. Commitment to Success For you to successfully integrate exercise into your life, you’ll need to have a concrete reason for sticking to your regimen. Exercising without a purpose is the best way to sleepwalk through a workout and drop exercising altogether. So be clear on why you’re working out. Are you working out for health reasons? To look good in a swimsuit? To improve your performance on the basketball court? To get stronger for everyday life? To have fun and let off steam? Whatever the reason, let it guide your workouts and exercise programming. For detailed information on which kinds of workout regimens are best for specific workout goals, see “Training Methods” on page 17. With that said, any training routine is worthless if you don’t stick with your exercise plan. The best ways to adhere to your regimen are: 12 Sandbag Training Bible 1. Make sure you enjoy your workouts. On a busy day, you’re way more likely to get a fun workout in than one that you dread. 2. Make sure your workouts aren’t too long or arduous. Yes, pushing yourself physically is fantastic. However, if your workout is so long or difficult that you avoid it, it won’t do any good. Start small, and as you consistently make your workouts several months in a row, you can increase the length and difficulty. 3. Schedule your workouts in your calendar or planner and treat them like an important meeting. Make working out feel as routine as brushing your teeth. If you categorize working out as optional, based on your motivation level that day, your workout attendance will be shaky. But if you schedule your workouts and get used to getting them in no matter what, they’ll become instilled as a cornerstone of your habitual life. 13HO W TO USE TH I S BOOK How to Use This Book Benjamin Franklin once said, “By failing to prepare, you are preparing to fail.” Though Mr. Franklin was known more for his intellect rather than his physicality, the world of fitness is a perfect fit for his quote. The first thing many people do upon purchasing a new exercise book is flip around the pages and then immediately jump into the moves that appeal to them. Though enthusiasm is great, jumping right into things without concern for planning, scheduling, and exercise form is not a recipe for sustainable results. This section provides an overview on how to get the most out of this book and maximize your ability to meet your fitness goals. 1. Find your “why.” The first step in creating your sandbag workout routine is identifying why you want to work out in the first place. Create a list of your motivations for exercising, and then circle the one or two that resonate with you the strongest. 2. Pick your training modality and create a workout plan. Based on your top one or two training goals, pick a workout modality from Part 2. Don’t choose a modality based solely on your goals, though; you should also take personal factors into account. For example, if you’re the type of person who tends to get impatient with slower, methodical workouts, don’t choose eustress training. Once you’ve chosen a modality, create your training plan from the sample workouts that are provided in Part 2. Pick the workouts that seem most appealing to you. If you don’t end up enjoying them, you can always swap them for another workout. Also, consider starting out with the “essentialist” workouts, which are optimally formulated for each of the common workout goals. 3. Schedule your workouts. Pick the days you’d like to work out and set reminders on your phone, calendar, or anywhere else that will help you remember your schedule. If you’re the type of person 14 Sandbag Training Bible who functions best without planning, you can try to commit to an unplanned regimen, but the majority of people do best with a schedule. I’d recommend starting out with a less-intense regimen and then adding in more workouts per week once you’ve been consistent with your first schedule. 4. Focus on form. Once your training plan and workout schedule are set, make sure your form is solid before using a heavy sandbag. Use the instructions and pictures in Part 3 as a starting point. Searching the exercise name on YouTube is also a great way to improve your form. The best method of all, however, is to use your smartphone or a video camera to film yourself while performing the exercise, and then tweaking your form based on the footage. Exercising with improper form increases your chance of injury so it’s worth the time and effort to get it right. 5. Adjust as you go. I like to think of my various endeavors as n=1 science experiments, and working out is no different. Be tuned in to your workouts so you can figure out what works and what doesn’t, what you like and what you don’t, and anything else that could help improve your future workouts. After you’ve run your beta experiment for a month or two, assess your workout plan and make any changes that you feel would be beneficial. Add exercises to workouts, subtract exercises from workouts, or experiment with a different training modality altogether. Your exercise plan is never set in stone, so if something isn’t working then make a change. 15HO W TO USE TH I S BOOK who functions best without planning, you can try to commit to an unplanned regimen, but the majority of people do best with a schedule. I’d recommend starting out with a less-intense regimen and then adding in more workouts per week once you’ve been consistent with your first schedule. 4. Focus on form. Once your training plan and workout schedule are set, make sure your form is solid before using a heavy sandbag. Use the instructions and pictures in Part 3 as a starting point. Searching the exercise name on YouTube is also a great way to improve your form. The best method of all, however, is to use your smartphone or a video camera to film yourself while performing the exercise, and then tweaking your form based on the footage. Exercising with improper form increases your chance of injury so it’s worth the time and effort to get it right. 5. Adjust as you go. I like to think of my various endeavors as n=1 science experiments, and working out is no different. Be tuned in to your workouts so you can figure out what works and what doesn’t, what you like and what you don’t, and anything else that could help improve your future workouts. After you’ve run your beta experiment for a month or two, assess your workout plan and make any changes that you feel would be beneficial. Add exercises to workouts, subtract exercises from workouts, or experiment with a different training modality altogether. Your exercise plan is never set in stone, so if something isn’t working then make a change. Part 2: Programs 16 Sandbag Training Bible Creating a Customized Workout As stated in the previous section, you should have one or more specific reasons why you work out. There are hundreds of valid workout motivations, and your training plan should vary along with your training goals. A mom training for a marathon should be training differently than the grandpa looking to put on muscle. No one workout plan or modality is best suited for every training goal. The six most common fitness goals I see are fat loss, muscle gain, strength gain, improved athletic performance, improved general health, and improved general conditioning. Oftentimes, people have a combination of these goals. To achieve them, this book details five different training methods, each of which has its own set of pros and cons. These methods are set-and-reps training, eustress training, endurance training, high-intensity training, and circuit training. The following section walks you through these training goals and methods. Fitness Goals If your fitness goal is fat loss, you’re looking to drop your body-fat percentage without losing lean muscle mass. The best way to achieve this goal is to focus on healthy eating and follow a training plan that’s composed of intense resistance-training routines. A goal of muscle gain means your aim is to add muscle to your frame. You’ll want to eat a lot of energy-dense food and employ a workout plan that focuses on lifting heavy weight with enough rest time for your body to recover. When you want to gain strength, your goal is to increase your power output. To accomplish this, your workouts should be centered around consistently lifting heavy weights without switching up your routine too frequently. 17CREATI NG A CUSTOM IZ E D W ORKOUT Increased athletic performance means improving the strength and coordination of basic movements that transfer to nearly every sport. This will mean workouts with a wide variety of functional movements. Those looking to improve general health want to reduce disease risk factors and improve overall quality of life. The best way to do that is by moving around consistently and challenging your muscles with intense workouts. General conditioning means keeping your body prepared for whatever fun adventure life throws your way. This can be done by shoring up your weaknesses and embracing a variety of different workouts. Training Methods Sets & Reps Training: The sets and reps method of training is the most common workout plan. Being common isn’t a bad thing, however; the popularity of the sets and reps regimen is a testament to its effectiveness. This method is quite versatile and is a great regimen for almost every goal. A sets and reps workout is performed by doing a set number of repetitions and sets. If you were performing squats, for example, and your regimen called for five sets of five reps, you’d perform five squats, rest for a minute or two, and then perform five reps of squats four more times to complete your five sets of five reps each. Of course, you might not always hit your target number of sets and reps, which is completely fine. Other times you might be able to exceed your target number of sets and reps, which is also not a problem. The number of sets and reps you set as your target is only what you’re shooting for. At the end of the day, what matters is that you’re giving your muscles the work they need to get stronger. Best for: fat loss, muscle gain, increased athletic performance, strength gain, general health Eustress Training: Eustress training is the least common method I’ve included in this book, but I think it’s poised to increase in popularity in the coming years. This fairly versatile (if a bit unorthodox) training method is best for athletes trying to increase their 18 Sandbag Training Bible top-end performance (whether it’s sprint speed, jump height, or deadlift weight) or for people who don’t like feeling completely wasted and useless after a hard workout. Eustress workouts are essentially executed by performing many one-rep sets. If you were performing deadlifts, for example, and your regimen called for 50 sets of one rep, you’d perform one deadlift, rest for about 30 seconds, and repeat the deadlift 49 more times to complete your 50 sets of one rep each. Since the goal is to prevent yourself from getting so fatigued that your performance suffers, the rest time is highly variable. Simply rest as long as needed to stay fresh. At first this may be only a few seconds, but by the end of the workout you may require a minute in between reps. Again, don’t get hung up on hitting a certain amount of repetitions. The goal is to increase your strength and practice your form using heavy loads. Accomplishing this allows your body to effectively improve its top-end performance. Best for: increased athletic performance, strength gain, general health Endurance Training: Endurance training is essentially set and rep training, with very high reps per set. If you were performing rows, for example, and your regimen called for five sets of 50 rows, you’d perform 50 rows, take a couple minutes’ break, then repeat the row four more times to complete your five sets of 50 reps each. Endurance training has also been shown to be extremely effective for improving mental health, which is enough by itself to keep endurance training relevant in the changing tides of the exercise science world. Although endurance training doesn’t allow you to use as much weight and stimulate your musculature to the same extent as you’d be able to otherwise, it can still help you work toward other goals, if a bit less efficiently. If you prefer the very high-rep nature of endurance training, don’t throw it out of your tool belt just because it isn’t optimal for physique transformation. Best for: Increased athletic performance, general health, general conditioning HIT: High-intensity training is the opposite of eustress training. If eustress training aims to give the body a good workout without overstressing the muscles, HIT aims to tire your muscles out as much as physically possible. It’s effective and efficient for a variety of goals, although not necessarily the most enjoyable form of training. 19CREATI NG A CUSTOM IZ E D W ORKOUT To train in a HIT manner, you simply engage your target muscle continuously until it falters (ideally that would take about 90 seconds). If you wanted to target your quads, for example, you’d perform a wall sit with a sandbag resting on your quads. Ideally, you’d use the correct amount of weight so that your muscles fail after about 90 seconds, give or take 20 seconds either way. If they fail too quickly, then you need to reduce resistance; if they take too long to fail, then you need to increase resistance. Muscle failure is a very uncomfortable feeling. For HIT training to work, your target muscles must be completely spent after the single set of 70–110 seconds is finished. This means that if you did push-ups to failure, you shouldn’t be able to push yourself up off of the ground with your chest muscles until a couple dozen seconds have passed. Because HIT training is uncomfortable, it isn’t for everyone. And it certainly isn’t for people working out with the goal of enjoyment. HIT’s main virtue is its short time to completion. You can easily get a great workout in less than ten minutes. If you really push yourself and reduce time in between exercises, you can complete an effective workout in less than five minutes. Best for: fat loss, strength gain, general health Circuit Training: For the longest time, circuit training was used only by gym classes and athletic teams. When CrossFit rose to prominence, it brought circuit training along for the ride. Circuit training mixes set and rep training with conditioning, making it a fantastic training method for all but those looking to gain mass. It’s also a great way to just have a good time moving your body. Circuit training works like set and rep training, except that there’s no rest in between sets and you switch from exercise to exercise after each set. An example of a circuit would be to repeat a cycle of ten push-ups, five pull-ups, and ten lunges five times. Circuits can have as few or as many different exercises as you want, and they can be short or long. One of circuit training’s biggest virtues is that it’s very flexible, allowing you to shape the workout to your exacting preferences. Best for: fat loss, increased athletic performance, general health, general conditioning 20 Sandbag Training Bible Scheduling Your Workouts Before getting into the actual workouts, let’s discuss workout schedules. Although some people prefer to work out whenever motivation strikes, that isn’t the best strategy for the vast majority of people. If most of us waited on a whim to work out, our workout consistency would plummet because inaction is usually the default option. When you have a scheduled workout, however, that becomes the default. If you know that you’re able to consistently exercise without a set schedule, more power to you. But more than likely you’ll need to follow a schedule in order to be consistent and find success with your workout regimen. There are many different ways to construct a schedule, but there are a few main principles that you should stick to. 1) Schedule your workout at a time that’s convenient for you. If it isn’t convenient, your consistency and success will suffer. 2) Schedule your workout at a time when your energy levels are fairly high. Our circadian rhythms fluctuate throughout the day, and trying to exercise when you have low energy is a recipe for failure. Working out after lunch, a time when many get sleepy, may not be the best idea. 3) Avoid workouts that put repetitive stress on muscle groups on back-to-back days. Your muscles need time to recover, and not giving them that time can lead to reduced performance and injury. An example of this would be doing bent-over rows on Monday and then pull-ups on Tuesday, which would repetitively stress your back muscles, thus preventing them from full recovery. With those principles in mind, you now need to construct an actual schedule. Below are a few sample schedules that you can use or modify in a way that better suits your needs. To begin, I suggest you only start with the essentialist workouts, and then add the optional workouts if you want after you’ve successfully implemented the routine for a month or two. Remember, consistency is the key to results. 21SCH E DU L I NG YOU R W ORKOUTS Sample Workout Schedules for Fitness Goals MON TUE WED THU FRI SAT SUN Fat Loss FL 1 rest FL 2 rest C 6 (optional) rest C 7 (optional) Muscle Gain rest MG 1 rest MG 2 rest S&R 2 (optional) rest Strength Gain SG 1 rest SG 2 rest rest E3 (optional) rest Increased Athletic Performance IAP 4 IAP 1 EN 10 (optional) IAP 3 IAP 2 rest rest General Health GH 1 (optional) GH 2 (optional) rest rest GH 1 GH 2 rest General Conditioning GC 1 GC 2 S&R 1 (optional) rest C10 (optional) rest rest For blank templates that you can fill in with your own workout schedule, see page 132. 22 Sandbag Training Bible Sample Workouts While I can’t emphasize enough that an exercise routine is different for every individual, I’ve created an essentialist workout for each of the most common fitness goals. What is an essentialist workout? It’s a workout based on the concept that less is usually better than more. This is also the essence of two very influential books on simplicity: The ONE Thing by Gary Keller and Essentialism by Greg McKeown. The reason for this is that by paring things down, we spend more time on the essentials, and don’t waste time on things that are superfluous. This is truly applicable to working out. Yes, there are thousands of exercises out there, and thousands of workouts. But if you want to improve efficiently, it makes the most sense to find one or two workouts that are optimally suited to your goal and discard all of the other things that might slow you down. If you have no clue where to begin, give one of these plans a try, tweak them, or discard them completely for your own plan. I’ve also compiled few dozen workouts organized by training methods to give you an idea of how to create your own workouts. Feel free to use them exactly as written or adjust them to better fit your needs and desires when creating your weekly workout schedule. You can even mix and match exercises from the workouts. No matter what, remember to tailor your workouts to meet your training goal and fitness level. Repetitions or time are listed for the exercises, but there’s no suggested weight. That’s because the weight used is dependent on you. If an exercise lists 10 squats, for example, you should try and find a weight that allows you to perform 10 squats in a row, but not 11. Ideally, as the weeks and months go on you’ll be increasing the amount of weight lifted while keeping the reps the same. 23SAM P LE W ORKOUTS ESSENTIALIST WORKOUTS Best for: fat loss, muscle gain, strength gain, increased athletic performance, general health, general conditioning Fat Loss Workout Exercise Set x Reps / Duration FL 1 100-foot Sprint, page 98 20x1 Burpee, page 106 3x20 FL 2 Sandbag Swing, page 52 3x20 Push-Up, page 42 3x12 Inverted Row, page 41 3x8 Muscle Gain Workout Exercise Set x Reps / Duration MG 1 Back Squat, page 56 4x6 Chest Press, page 37 4x6 MG 2 Deadlift, page 48 4x6 Bent-Over Row, page 38 4x6 Strength Gain Workout Exercise Set x Reps / Duration SG 1 Front Squat, page 57 10x2 Chest Press, page 37 10x2 SG 2 Sumo Deadlift, page 50 10x2 Bent-Over Row, page 38 10x2 Improved Athletic Performance Workout Exercise Set x Reps / Duration IAP 1 Overhead Squat, page 59 12x2 Push-Up, page 42 12x2 IAP 2 Deadlift, page 48 12x2 Pull-Up, page 40 12x2 IAP 3 100-foot Sprint, page 98 30x1 Long Jump, page 118 20x1 Vertical Jump, page 117 20x1 IAP 4 Repeat circuit 50 times Sprint, page 98 100 feet Burpee, page 106 1x3 24 Sandbag Training Bible General Health Workout Exercise Set x Reps / Duration GH 1 Sandbag Swing, page 52 3x20 Push-Up, page 42 3x12 Inverted Row, page 41 3x8 GH 2 Distance Ruck, page 119 1 hour General Conditioning Workout Exercise Set x Reps / Duration GC 1 100-foot Sprint, page 98 1x20 100-foot Shoulder Farmer’s Walk, page 103 1x10 GC 2 10-foot Duck Walk, page 85 1x12 10-foot Crab Walk, page 84 1x12 10-foot Bear Crawl, page 83 1x12 10-foot Thruster with Lunge, page 93 1x20 25SAM P LE W ORKOUTS SetS & RepS Workouts Best for: fat loss, muscle gain, increased athletic performance, strength gain, general health Workout Exercise Set x Reps / Duration S&R 1 Back Squat, page 56 3x5 Deadlift, page 48 3x5 Chest Press, page 37 3x5 Bent-Over Row, page 38 3x5 S&R 2 Wall Sit, page 55 90 seconds Push-Up, page 42 3x12 Pull-Up, page 40 3x5 S&R 3 Front Squat, page 57 5x5 Chest Press, page 37 5x5 Calf Raise, page 68 3x10 Sit-Up,page 75 2x20 S&R 4 Deadlift, page 48 3x5 Bent-Over Row, page 38 5x5 Curl, page 46 3x10 Hand-to-Feet Pass, page 73 2x20 S&R 5 Overhead Squat, page 59 3x8 Overhead Press, page 34 3x8 Chest Press, page 37 3x8 Dip, page 44 3x8 Calf Raise, page 68 3x10 Bicycle, page 74 2x20 S&R 6 Sumo Deadlift, page 50 3x8 Bent-Over Row, page 38 3x8 Shrug, page 47 3x10 Skull Crusher, page 45 3x10 Curl, page 46 3x10 V-Up, page 76 2x20 26 Sandbag Training Bible S&R 7 Forward Lunge, page 63 4x12 (each leg) Muscle-Up, page 39 4x3 Push Press, page 36 4x12 Push-Up, page 42 4x12 S&R 8 One-Leg Deadlift, page 49 4x6 (each leg) Step-Up, page 65 4x12 Ground Slam, page 78 4x12 Chest Toss, page 82 4x12 S&R 9 Clean & Jerk, page 91 5x2 Snatch, page 90 5x2 Overhead Chop, page 94 2x20 S&R 10 Turkish Get-Up, page 96 3x6 Sandbag Swing, page 52 3x24 Overhead Chop, page 94 2x20 27SAM P LE W ORKOUTS Eustress Workouts Best for: increased athletic performance, strength gain, general health Workout Exercise Set x Reps / Duration E 1 Back Squat, page 56 30x1 Chest Press, page 37 30x1 E 2 Deadlift, page 48 30x1 Bent-Over Row, page 38 30x1 E3 Good Morning, page 61 30x1 Push-Up, page 42 30x2 Pull-Up, page 40 30x1 E 4 Front Squat, page 57 30x1 Dip, page 44 30x1 Overhead Press, page 34 30x1 Inverted Row, page 41 30x1 E 5 Top-Heavy Deadlift, page 48 50x1 One-Arm Overhead Press, page 35 50x1 (each arm) E 6 One-Leg Deadlift, page 49 50x1 (each leg) One-Arm Chest Press, page 37 50x1 (each arm) E 7 Deadlift, page 48 100x1 E 8 Step-Up, page 65 200x1 E 9 Push-Up, page 42 100x1 E 10 Pull-Up, page 40 50x1 28 Sandbag Training Bible Endurance Workouts Best for: Increased athletic performance, general health, general conditioning Workout Exercise Duration EN 1 Distance Ruck, page 119 4 hours EN 2 Stair Ruck, page 120 1 hour EN 3 Upper-Body Ruck, page 121 20 minutes EN 4 Deadlift, page 48 5 minutes Chest Press, page 37 5 minutes Bent-Over Row, page 38 5 minutes EN 5 Step-Up, page 65 10 minutes (alternating legs) Overhead Press, page 34 5 minutes Inverted Row, page 41 5 minutes EN 6 Jumping Rope, page 112 10 minutes Sled Pull, page 110 10 minutes EN 7 Suitcase Farmer’s Walk, page 104 20 minutes (switch sides every minute) EN 8 Overhead Chop, page 94 5 minutes Side Chop, page 95 10 minutes (alternating sides) Shoveling, page 51 5 minutes EN 9 Barrel Toss, page 80 10 minutes Overhead Throw, page 81 10 minutes EN 10 Bear Crawl, page 83 5 minutes Crab Walk, page 84 5 minutes Gorilla Walk, page 86 5 minutes Inchworm Walk, page 87 5 minutes Army Crawl, page 89 5 minutes Duck Walk, page 85 2 minutes 29SAM P LE W ORKOUTS HIT Workouts Best for: fat loss, strength gain, general health Workout Exercise Duration H 1 Wall Sit, page 55 90 seconds Push-Up, page 42 90 seconds Pull-Up, page 40 90 seconds H 2 Static Lunge, page 62 90 seconds (each leg) Dip, page 44 90 seconds Inverted Row, page 41 90 seconds H 3 Sumo Squat, page 60 90 seconds Overhead Press, page 34 90 seconds Bent-Over Row, page 38 90 seconds H 4 Wall Sit, page 55 90 seconds Chest Press, page 37 90 seconds Inverted Row, page 41 90 seconds Curl, page 46 90 seconds H 5 One-Leg Wall Sit, page 55 90 seconds (each leg) Push-Up, page 42 90 seconds Inverted Row, page 41 90 seconds Shrug, page 47 90 seconds H 6 Sumo Squat, page 60 90 seconds One-Arm Overhead Press, page 35 90 seconds (each leg) One-Arm Bent-Over Row, page 38 90 seconds (each arm) H 7 Side Lunge, page 64 90 seconds (each leg) One-Arm Chest Press, page 37 90 seconds (each arm) Pull-Up, page 40 90 seconds H 8 Wall Sit, page 55 90 seconds Push-Up, page 42 90 seconds Overhead Press, page 34 90 seconds Bent-Over Row, page 38 90 seconds Curl, page 46 90 seconds Shrug, page 47 90 seconds 30 Sandbag Training Bible H 9 Wall Sit, page 55 90 seconds Chest Press, page 37 90 seconds Curl, page 46 90 seconds Shrug, page 47 90 seconds H 10 Wall Sit, page 55 90 seconds Bent-Over Row, page 38 90 seconds Curl, page 46 90 seconds Shrug, page 47 90 seconds 31SAM P LE W ORKOUTS Circuit Workouts Best for: fat loss, increased athletic performance, general health, general conditioning Workout Exercise Reps / Duration C 1 Burpee, page 106 100 C 2 Turkish Get-Up, page 96 100 C 3 Repeat circuit 5 times Burpee, page 106 10 Turkish Get-Up, page 96 10 C 4 Repeat circuit 5 times Thruster with Lunge, page 93 10 (each leg) Jumping Jack, page 111 30 10-foot Crab Walk, page 84 6 Sandbag Whip, page 113 30 High Plank, page 69 1 minute C 5 Repeat circuit 10 times Front Squat with Arm Extension, page 58 10 Ground Slam, page 78 10 10-foot Bear Crawl, page 83 6 Forearm Plank, page 69 1 minute C 6 Repeat circuit 10 times Overhead Throw, page 81 10 Wall Ball, page 79 10 Barrel Toss, page 80 10 Box Jump, page 114 10 C 7 Repeat circuit 15 times 10-foot Bear Crawl, page 83 2 10-foot Crab Walk, page 84 2 10-foot Gorilla Walk, page 86 2 10-foot Duck Walk, page 85 1 100-foot Overhead Farmer’s Walk, page 105 1 C 8 Repeat circuit 20 times 10-foot Inchworm Walk, page 87 2 10-foot Army Crawl, page 89 1 100-foot Sprint, page 98 1 100-foot Overhead Farmer’s Walk, page 105 1 32 Sandbag Training Bible C 9 Repeat circuit 15 times Step-Up, page 65 10 (each leg) Overhead Chop, page 94 10 Side Chop, page 95 10 (each side) 100-foot Side Shuffle Sprint, page 99 1 100-foot Carioca Sprint, page 100 1 C 10 Repeat circuit 10 times Vertical Jump, page 117 10 Long Jump, page 118 10 Rolling Burpee, page 108 10 Around the World, page 66 10 (each way) Shouldering, page 54 10 (each shoulder) 33EXE RC I S ES C 9 Repeat circuit 15 times Step-Up, page 65 10 (each leg) Overhead Chop, page 94 10 Side Chop, page 95 10 (each side) 100-foot Side Shuffle Sprint, page 99 1 100-foot Carioca Sprint, page 100 1 C 10 Repeat circuit 10 times Vertical Jump, page 117 10 Long Jump, page 118 10 Rolling Burpee, page 108 10 Around the World, page 66 10 (each way) Shouldering, page 54 10 (each shoulder) Part 3: Exercises 34 Sandbag Training Bible Overhead Press Target: Shoulders The overhead press develops vertical pushing strength, which doesn’t get trained nearly as much as horizontal pushing strength. A completely different set of muscles gets used by this enjoyable but surprisingly difficult movement. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, engage your core, and hold a sandbag at chest level. 2: Use your arms and shoulders to push the sandbag up until your arms are almost completely extended. Lower the sandbag back to your chest to complete the rep. 35EXE RC I S ES Seated Variation By either sitting or kneeling while pressing, our legs can no longer compensate for a lack of strength in our shoulders and arms. One-Arm Variation The one-hand overhead press gives the shoulders, arms, and core an extra challenge. (This may require a smaller sandbag.) 36 Sandbag Training Bible Push Press Target: Shoulders, glutes, quads If a seated overhead press de-emphasizes the legs, the push press does the opposite and intentionally gives them work. This exercise is a great way to go a bit heavier on the overhead press and allow the body to work from the feet to the shoulders. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, engage your core, and hold a sandbag at chest level. Squat down two inches. 2: Push up through your mid-foot and then use your arms and shoulders to push the sandbag up until arms are almost completely extended. Lower the sandbag back to your chest to complete the rep. 37EXE RC I S ES Chest Press Target: Chest Though perhaps known as the staple exercise of all fraternity workout plans, the chest press is a great movement for anyone hoping to improve their pushing strength. Using a sandbag for the chest press is more complex than using a barbell, and as a result requires more coordination and engagement from the chest, arms, and hands. 1: Lie on your back with your feet flat on the ground and hold a sandbag an inch above your chest. 2: Keeping your chest high, roll your shoulders back and down, engage your core, and then use your chest muscles to push the sandbag up until your arms are almost completely extended. Lower the sandbag to your chest to complete the rep. One-Arm Variation Make the chest press even harder? Use only one hand! The one- hand chest press will test your balance and focus in addition to your strength. (This may require the use of a smaller sandbag.) Incline/Decline Variation Mixing the chest press with an incline or decline strengthens your pushing muscles across multiple planes of motion. An angle between 15 degrees and 60 degrees will work. This stimulates different muscles than a flat chest press plus decreases the wear and tear on joints that would have to otherwise repeatedly go through the exact same range of motion. 38 Sandbag Training Bible Bent-Over Row Target: Lats, back The bent-over row is a straightforward, effective, and fun way to build pulling strength. Not only do the back muscles get heavy work but the whole posterior chain has to be active in order to perform the movement correctly. Sandbags with handles also lend themselves very well to the bent-over row. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, engage your core, and hold the sandbag by the handles. If your sandbag has no handles, put your hands under the bag to get a solid hold of it. Keep your knees over your ankles, your weight over your mid-foot, and then hinge at the hips until your chest is at a 135-degree angle with the ground. 2: Being sure to keep your chest high and your shoulders back and down, use your back to pull the bag toward your chest until your hands reach your torso. Your shoulder blades should feel like they’re being pulled together. Lower the sandbag back toward the ground until your arms are nearly extended to complete the rep. One-Arm Variation To further involve the posterior chain and the core, try using just one hand for your bent-over rows. Though it doubles the amount of time necessary to do the same amount of work, the one-hand bent-over row is a worthy variation for those looking to strengthen their back muscles. Handles are necessary for this movement. 39EXE RC I S ES Muscle-Up Target: Lats, back, chest, triceps Muscle-ups take serious strength. 1: Place your hands shoulder-width apart on the bar with the palms of your hands facing away from you. Keep a high chest, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2–3: Starting with arms almost completely extended, pull down on the bar with your back muscles until your chin reaches bar level. Quickly transition your grip for a dip by sliding the heels of your hands on top of the bar and then pushing yourself up over the bar until your arms are almost completely extended. Smoothly lower yourself back down to starting position to complete the rep. 40 Sandbag Training Bible Pull-Up Target: Lats, back There is something about pulling your bodyweight over a bar that just feels good. 1: Place your hands shoulder-width apart on the bar with the palms of your hands facing away from you. Keep your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Your arms are almost completely extended. 2: Pull down on the bar with your back muscles until your chin reaches bar-level. Lower yourself back down until your arms are almost fully extended to complete the rep. If full reps are too difficult, reduce the range of motion. Palms-Facing Variation To engage different muscles, perform the pull-up with your palms facing you. Many people also find that this grip makes the movement a bit easier. 41EXE RC I S ES One-Arm Variation For the ultimate challenge, perform the pull-up with one arm instead of two. To work up to this high-level movement, reduce the number of fingers used by one hand to strengthen the opposite arm until you’re able to perform a pull-up with just one arm. Inverted Row Variation Inverted rows are a great movement for those not quite able to bang out full pull-ups. Even for those that can do full pull-ups, adding weight with a sandbag allows you to make inverted rows as difficult as any other pulling movement. 1: Secure a weighted backpack on your back and then grab onto the rings or handles dangling vertically. Lower yourself down until your shoulders are directly below the rings or handles. Keep your feet neutral, with the weight on your heels. Keep your body as straight as possible and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2: Use your back to smoothly pull yourself up until your hands reach your torso. Your shoulder blades should feel like they’re being pulled together. Smoothly lower yourself back down until your arms are almost completely extended to complete the rep. 42 Sandbag Training Bible Push-Up Target: Chest, triceps Perhaps the most common resistance exercise in the world, the push-up is easily adjusted to be easy or difficult, can be done anywhere with no extra equipment, and engages the whole body from head to toe. 1: Place sandbags in a backpack and wear the backpack on your back. Get on all four limbs with your hands directly below your shoulders and your arms almost completely extended. Keep your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2: Keeping your back straight in a line that gently slopes from toes to head, use your chest and arms to smoothly lower yourself down until your chest is an inch off the ground. At the bottom of the movement, push yourself up until your arms are almost completely extended to complete the rep. Knee Variation If a normal push-up is too difficult, perform the exercise on your knees. 43EXE RC I S ES Wide/Narrow Grip Variation To engage different muscles and challenge your body in a new way, try performing push-ups with your hands closer together or farther apart than shoulder-width. 44 Sandbag Training Bible Dip Target: Chest, triceps Dips are an effective way to strengthen the pushing muscles through another plane of motion. 1: Place sandbags in a backpack and wear the backpack on your back. Place your hands on the edge of a sturdy bench or chair with your arms almost completely extended. Keep a high chest, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2: Smoothly lower yourself down until your elbows bend roughly 90 degrees. Push yourself back to starting position with your arms, chest, and back to complete the rep. Modification You can also bend your knees. 45EXE RC I S ES Skull Crusher Target: Triceps A solid accessory lift, the skull crusher is one of the most effective ways to target the triceps. 1: Lie on your back with your feet flat on the ground. Keep a high chest, roll your shoulders down and back, engage your core, and start with the sandbag held an inch away from your forehead. 2: Lift the bag by straightening your arms until they’re almost completely extended. Smoothly reverse the motion until the bag is back in its starting position to complete the rep. 46 Sandbag Training Bible Curl Target: Biceps The curl is an exercise that’s commonly utilized by those seeking muscular biceps but also criticized by those who only seek functional strength. There’s nothing wrong with this guilty pleasure, though. Do you have tickets to the gun show yet? 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, engage your core, and grab hold of the sandbag’s handles or put your hand under the bag if there are none. 2: Curl the bag 180 degrees, until your forearm is perpendicular to the ground. Smoothly reverse the motion until the bag is returned to its starting position to complete the rep. 47EXE RC I S ES Shrug Target: Traps The shrug is a move mainly used by bodybuilders, but it’s a decent accessory lift for anyone who wants to target the upper traps. If it was the move used by Atlas, it must be effective.… 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, engage your core, and hold the sandbag by its handles, or grip the sandbag by its extra fabric if there are none. 2: To move the sandbag up, shrug your shoulders up toward your ears until they’re as high as they can go. Smoothly lower your shoulders down until they return to their neutral starting position to complete the rep. 48 Sandbag Training Bible Deadlift Target: Glutes, hamstrings Although squats get a lot of functional training attention, the deadlift may transfer even better to day-to-day life. Not only does it increase our ability to lift things off the ground, it may also be the single most effective resistance exercise to increase sprint speed. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, keep a very slight bend in your knees, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hinge at the hips to pick the sandbag up by the handles or by getting your hands under the sandbag, being sure to keep a high chest throughout the movement. 2: Using your glutes and hamstrings, pull the sandbag up from the ground until you resume the standing position. Smoothly reverse the motion and set the sandbag down to complete the rep. Top-Heavy Variation Hold the sandbag tightly against your chest instead of holding it with extended arms. 49EXE RC I S ES One-Leg Deadlift Target: Glutes, hamstrings The one-leg deadlift requires more concentration and balance than the two-legged deadlift, making it a good choice for athletes or anyone up for a challenge. It isn’t an easy movement, though, so be sure to put extra emphasis on proper form and use a much lighter weight. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, keep a very slight bend in your knees, roll your shoulders back and down, and engage your core. Lift one foot off of the ground and hinge at the hips to pick the sandbag up by the handles or by getting your hands under the sandbag, being sure to keep a high chest throughout the movement. 2: Using your glutes and hamstrings, pull the sandbag up from the ground until you resume the standing position. Smoothly reverse the motion and set the sandbag down to complete the rep. Repeat, and then switch legs. 50 Sandbag Training Bible Sumo Deadlift Target: Glutes, hamstrings For a twist on the traditional deadlift, move your feet farther apart and give the sumo deadlift a try. But be careful: The farther away your feet are from each other, the greater the range of motion you’ll need from your hamstrings. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, keep a very slight bend in your knees, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hinge at the hips to pick the sandbag up by the handles or by getting your hands under the sandbag. 2: Keeping a high chest throughout the movement, use your glutes and hamstrings to pull the sandbag up from the ground until you resume the standing position. Smoothly reverse the motion and set the sandbag down to complete the rep. 51EXE RC I S ES Shoveling Target: Glutes, hamstrings In a world where the kettlebell swing has taken off, sandbag shoveling should also be destined for exercise stardom. It’s a great movement that targets the always-essential hip hinge in a realistic way. Gain back some functional strength with sandbag shoveling! 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulder blades back and down, and engage your core. Hold the sandbag by the handles or get a secure grip underneath the sandbag. Start with the sandbag to the side of your knee. 2–3: Use the leg closest to the sandbag and your core to smoothly swing the sandbag to the side of your other knee. Your glutes should be doing a large portion of the work, and your back should be straight, not rounded. As soon as the sandbag gets to the side of your other knee, use that leg to swing the sandbag back to the other knee. Continue the fluid movement without stopping until your desired amount of reps is reached. 52 Sandbag Training Bible Sandbag Swing Target: Glutes, hamstrings Though perhaps not as graceful to swing as kettlebells, sandbags are just as effective. Few exercises allow for the combination of work rate and work weight that the swing provides, which is the reason it’s so effective at both building strength and endurance. 1: Stand with your feet wider than shoulder- width apart and your chest high, roll your shoulder blades back and down, and engage your core. Hinge at the hips and grip the sandbag by the handles. 2–3: Swing the sandbag back a few inches. Then immediately push the bag forward with your glutes and hamstrings. 53EXE RC I S ES 4–5: Without any pause, allow the bag to swing back between your legs and then use your legs to push the bag up to chest level. Continue this two-step process until you complete your desired amount of reps. To end the movement, use your glutes and hamstrings to smoothly slow down the momentum of the bag. 54 Sandbag Training Bible Shouldering Target: Glutes, hamstrings Shouldering can only really be done with a sandbag, making it a staple among sandbag trainers in the know. Cadence can be fast for light weights and slow for heavy weights. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulder blades back and down, and engage your core. With the sandbag between your legs on the ground, hinge at the hips (being sure to keep a straight back and high hips) and grab hold of the sandbag. 2: Smoothly explode up with the sandbag, using your glutes and hamstrings to bring the sandbag onto your shoulder. With a tight core and posterior chain lower the sandbag to the ground to complete the rep. Switch shoulders every rep. 55EXE RC I S ES Wall Sit Target: Quads The wall sit builds quad strength as well as mental strength. The Position: Lean against a wall so your back is flat and your legs make a 90-degree angle. Hold a sandbag in a bear hug or rest it on your quads. Keep that posture until your desired amount of time is up. One-Leg Variation Do weighted wall sits not provide enough of a challenge? Pick one leg off the floor! An added bonus of the one-leg wall sit is that it can help you progress toward the challenge of completing a pistol squat. Switch legs after the first leg tires out. 56 Sandbag Training Bible Back Squat Target: Glutes, quads The back squat is a go-to exercise for football players, distance runners, and pretty much anyone else who wants a stronger set of legs. Why? Because it allows for the use of heavy weight and is a total-body, functional exercise. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulder blades back and down, and engage your core. Hoist the sandbag onto the top of your back, right below your neck. 2: Break at the hips and slowly bring them back and down. Your knees will naturally start to bend. Fight to keep a high chest, don’t allow your knees to move inward, and be sure to engage your glutes. Go down as far as you can, but stop before your back starts to round. Your back should stay straight throughout the movement. Once you’ve reached your lowest point, push down through your mid-foot until you reach your starting position to complete the rep. 57EXE RC I S ES Front Squat Target: Glutes, quads The front squat lends itself a bit better to the sandbag modality, and is a very worthy alternative to the back squat. It’s also much more functional since, in real life, we tend to hold things in front of our bodies rather than behind them. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulder blades back and down, and engage your core. Hold the sandbag against your chest in a bear hug or press it against your chest horizontally so it rests on your biceps. 2: Break at the hips and slowly bring them back and down. Your knees will naturally start to bend. Fight to keep a high chest, don’t allow your knees to move inward, and be sure to engage your glutes. Go down as far as you can, but stop before your back starts to round. Your back should stay straight throughout the movement. Once you’ve reached your lowest point, push down through your mid-foot until you reach your starting position to complete the rep. 58 Sandbag Training Bible Front Squat with Arm Extension Target: Glutes, quads, shoulders, biceps Adding the arm extension to the front squat means you’re also giving your core and arms a good workout. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Start with the sandbag at your chest. 2: Squat down with your arms extending forward as you descend. Your arms should be almost fully extended at the bottom of your squat. Squat back up to starting position with your arms bringing the sandbag in as you rise to complete the rep. 59EXE RC I S ES Overhead Squat Target: Glutes, quads, shoulders The overhead squat is not only a great exercise to improve leg strength, but it also helps with squatting form, something that most of us in the sitting-centric developed world need to improve upon. Holding a sandbag overhead forces us to have a very strong core. You’ll have to really fight to keep a high chest and arms that go straight up. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulder blades back and down, and engage your core. Hold the sandbag directly overhead with your arms almost completely extended. 2: Break at the hips and slowly bring them back and down. Your knees will naturally start to bend. Fight to keep a high chest, don’t allow your knees to move inward, and be sure to engage your glutes. Go down as far as you can, but stop before your back starts to round. Your back should stay straight throughout the movement. Once you’ve reached your lowest point, push down through your mid-foot until you reach your starting position to complete the rep. 60 Sandbag Training Bible Sumo Squat Target: Glutes, quads Add the sumo squat to your workout if you want to mix things up without eliminating the all-important squat altogether. 1: Stand with your feet wider than shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulder blades back and down, and engage your core. Hoist the sandbag onto the top of your back, right below your neck. 2: Break at the hips and slowly bring them back and down. Your knees will naturally start to bend. Fight to keep a high chest, don’t allow your knees to move inward, and be sure to engage your glutes. Go down as far as you can, but stop before your back starts to round. Your back should stay straight throughout the movement. Once you’ve reached your lowest point, push down through your mid-foot until you reach your starting position to complete the rep. 61EXE RC I S ES Good Morning Target: Glutes, hamstrings, back Good mornings target your posterior-chain muscles. They make a great stand-in if you want to take a break from deadlifts, or can be a simple, effective addition to any workout. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, keep a very slight bend in the knees, and roll your shoulders back and down while engaging your core. Hoist the sandbag onto your upper back, right below your neck. 2: Without moving your legs, hinge at the hips and come down as far as your hamstrings will allow. Be sure to keep a high chest and straight back. After reaching the bottom of your range of motion, without moving your legs, use your glutes and hamstrings to return to starting position to complete the rep. 62 Sandbag Training Bible Static Lunge Target: Glutes, quads Static lunges demand near-constant muscle engagement, a great way to give your legs a lot of work in a short time. 1: Hoist the sandbag onto one shoulder. With a high chest, roll your shoulders down and back, engage your core, and take a step forward. 2: Using your glutes and quads, lower yourself down until your leg makes a 90-degree angle, keeping your ankle directly under your knee. Smoothly use the same muscles to push yourself back up through the mid-foot to complete the rep. Keep your feet on the ground in the same place throughout the exercise. Repeat with the same leg until your target number of reps are completed, and then switch the sandbag to the other shoulder and use your other leg. 63EXE RC I S ES Forward Lunge Target: Glutes, quads This versatile lunge can be done with heavy weight, no weight at all, inside, or outside. It’s also likely to help you reach your training goals, whether they’re to improve athletic performance, put on weight, or lose it. 1: Hoist the sandbag onto one shoulder. With a high chest, roll your shoulders down and back, and engage your core. 2–3: Take a step forward and use your glutes and quads to lower yourself down until your leg makes a 90-degree angle, keeping your ankle directly under your knee. Smoothly use the same muscles to push yourself back up through the mid-foot to complete the rep. Repeat with the other leg, and switch the sandbag to the other shoulder after each set. 64 Sandbag Training Bible Side Lunge Target: Glutes, quads The side lunge is just as effective as the front lunge but engages different muscles, making it a great addition or replacement for the lunge. As far as sports enhancement goes, the side lunge transfers especially well to basketball or any sport that emphasizes side-to-side movement. 1: Hoist the sandbag onto your shoulder. With a high chest, roll your shoulders down and back, and engage your core. 2: Take a step sideways and use your glutes and quads to lower yourself down until your leg makes a 90-degree angle, keeping your ankle directly under your knee. Smoothly use the same muscles to push yourself back up through the mid-foot to complete the rep. Repeat with the other leg, and switch the sandbag to the other shoulder after each set. 65EXE RC I S ES Step-Up Target: Glutes, quads The step-up is a safe, simple movement for building leg strength. It can be easily modified for endurance or strength goals by adding small or large amounts of weight. 1: Hoist a sandbag onto your shoulder with a high chest. Roll your shoulders back and down, and engage your core. Step onto a 12- to 24-inch platform with your ankle directly below your knee. 2: Use your glutes, quads, and hamstrings to push through the mid-foot and raise your body up until it’s completely upright on the platform.] Slowly lower yourself down to starting position and repeat the movement with the other leg. Switch the sandbag to the other shoulder after each set. 66 Sandbag Training Bible Around the World Target: Abs The around the world looks cool and is lots of fun. It’s also a very effective exercise for increasing core strength in addition to being useful for endurance conditioning. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hold the sandbag by its handles or by gripping the bag’s fabric if there are none, allowing it to hang in front of your legs. 2: Use your whole body to swing the sandbag quickly to your side. 67EXE RC I S ES 3: Use the sandbag’s momentum to swing it around your head. The sandbag’s momentum will bring it back to its original position in the center of your body. 4: Rather than slowing the sandbag down, use your legs, core, and arms to continue to sandbag’s movement, completing another circle around your head. Continue this cycle until your desired number of reps is reached, and then complete the movement in the other direction. 68 Sandbag Training Bible Calf Raise Target: Calves Whether you want to jump higher for athletics or just build muscular calves, the calf raise is a very reasonable accessory lift. Be sure to go through the whole range of motion! 1–2: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hold the sandbag by the handles, in a bear hug, or on your shoulder. Press the balls of your feet into the ground and raise your heels off the ground as high as they can go. Smoothly return to starting position to complete the rep. Seated Variation If you want to grab a breather after a set of sprints or heavy squats, go for some seated calf raises with the sandbag resting on your thighs. Some people also just prefer them to standing calf raises. 69EXE RC I S ES Forearm Plank Target: Abs Ah, the plank—a favorite of youth athletic coaches around the world, and for good reason. Planking helps increase core stability and mental strength. The Position: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Place your forearms flat on the ground so that your elbows are directly under your shoulders. Extend your legs behind you, keeping your legs three inches apart and the balls of your feet on the ground. Your back should form a straight line from head to heels. Keep this posture until the desired amount of time passes. High Plank Target: Abs More challenging than the forearm version, the high plank is a great core exercise to mix in any workout. The Position: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Place your hands on the ground so that they’re directly under your shoulders. Extend your legs behind you, keeping your legs three inches apart and the balls of your feet on the ground. Your back should form a straight line from head to heels. Keep this posture until the desired amount of time passes. 70 Sandbag Training Bible Side Plank Target: Abs The side plank targets core muscles seldom worked. It’s often recommended to athletes and those trying to reduce nagging back pain. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Lie on your side with your elbow directly under your shoulder. 2: Keeping a completely straight torso and your hips, shoulders, and feet stacked atop each other, push yourself up so that the only things touching the ground are your forearm and your foot. Keep this posture until the desired amount of time passes. Variation To make the exercise more difficult, you can raise and lower your top arm and leg as if you were doing a jumping jack. 71EXE RC I S ES Reverse Plank Target: Back The reverse plank is a worthy addition to your core routine, and is a good stepping stone to the more difficult glute-ham plank (below). The Position: Place sandbags in a backpack and wear it on your front. Sit on the floor with your hands on the ground and fingers pointing at your butt; your hands should be directly under your shoulders, pressing your weight into your hands and your heels, lift your butt off the ground until your body makes a straight line from your feet to your shoulders. Keep this posture until the desired amount of time passes. Glute-Ham Plank Target: Glutes, hamstrings, back The glute-ham plank is the most underrated member of the plank family. It’s the best at strengthening the all-important posterior chain, however, which is crucial in preventing back issues. 1: Hugging a sandbag to your chest, lie on your back with your knees slightly bent, feet on the ground, and feet and knees together. 2: Push your heels into the ground with your glutes and hamstrings to raise your glutes and lower back off the ground two inches. Keep this posture until the desired amount of time passes. 72 Sandbag Training Bible Bird Dog Target: Abs The bird dog is an awesome core exercise, one that I use frequently to stave off nagging back pain. It’s also a good way to make sure your core is engaged before a workout. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Get on all fours, with your knees on the ground directly under your hips and your hands on the ground directly below your shoulders, arms almost completely extended. Keep a completely straight back. 2: Without twisting your pelvis/hips, smoothly extend your right arm forward and left leg backward. Bring them right back in to complete the rep and then switch to your left arm and right leg. Superman Target: Glutes, hamstrings, back The superman excels at strengthening the posterior chain. 1: Lie on your stomach and place the sandbag on your hamstrings, right above the backs of your knees. 2: Bend your knees, extend your arms, and bring all limbs off the ground about an inch. Focus on keeping continuous stability from your heels to your neck. Hold this posture until the desired time passes. 73EXE RC I S ES Hand-to-Feet Pass Target: Abs In the never-ending quest to keep core exercises fresh, hand-to-feet passes are nice because they allow you to concentrate on the movement of the sandbag rather than the burning sensation of your abs. 1: With the sandbag in your hands, sit on the ground with your arms and legs off the ground. 2: Slowly extend your arms behind your head and lower your legs toward the ground. Stop your descent as your arms and legs are fully extended and an inch from the ground. 3: Sit back up and transfer the sandbag to your legs. 4: Perform the same movement back down and up to complete the rep. 74 Sandbag Training Bible Bicycle Target: Abs If you wanted to include one abdominal exercise in a workout, ab bicycles would be a fine choice. They’re effective but not particularly enjoyable. 1: Sit on the ground with your legs off the ground. Hold the sandbag in your arms. 2: Twist to touch your left elbow to your right knee. 3: To complete the rep, twist the other way to touch your right elbow to your left knee. Switch arms after every set. 75EXE RC I S ES Sit-Up Target: Abs Incorporating sandbags into sit-ups nearly makes you forget about how they plagued you in gym class. Though sit-ups have gotten a bad rap in the last couple of decades, they still remain an effective core training tool. 1: Lie on your back with your knees bent and your feet flat on the ground. Hold the sandbag at your chest or an inch above your head. 2: Use your core to bring your chest up to your knees. Smoothly lower yourself back down to the ground to complete the rep. 76 Sandbag Training Bible V-Up Target: Abs If regular sit-ups are too easy, try V-ups. 1: Lie on your back with your arms and legs almost completely extended. Hold the sandbag in your hands. 2: Keeping your core fully engaged and your arms and legs almost completely extended, raise your feet and hands until your lower back and hamstrings are both off the ground. Smoothly return to starting position to complete the rep. Variation You can also try holding the sandbag between your feet. 77EXE RC I S ES Frozen V Target: Abs For the masochists that relish the burn of isometric movements, the frozen V is for you. 1: Lie on your back with your arms and legs almost completely extended. Hold the sandbag in your hands. 2: Keeping your core fully engaged and your arms and legs almost completely extended, raise your feet and hands until your lower back and hamstrings are both off the ground. Hold the position until your desired amount of time has passed. 78 Sandbag Training Bible Ground Slam Target: Glutes, abs, shoulders, triceps Throwing a tantrum is fun, but who knew it could be such a good workout? Ground slams allow you to unleash all of your pent-up feelings yet result in a strengthened core instead of a timeout. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders down and back, and engage your core. Hinge at the hips and hoist the sandbag above your head. 2: Use your core, shoulders, and arms to throw the bag down in front of you to complete the rep. 79EXE RC I S ES Wall Ball Target: Glutes, quads, chest, shoulders Playing wall ball by yourself has never been this fun or productive. You’ll get a killer full-body workout, varying the weight used to favor strength or endurance. 1–2: Stand a foot away from a very sturdy wall with your feet shoulder-width apart, your chest high, your shoulders rolled down and back, and your core engaged. Hold the sandbag at your chest as you would a basketball before throwing a chest pass. Lower down for a full squat. 3: Explode up with your legs, and keep the sandbag’s momentum going by extending your arms and throwing the sandbag at the wall one foot above your head. Catch the sandbag on its way down before continuing the motion by squatting again and then throwing the sandbag against the wall. 80 Sandbag Training Bible Barrel Toss Target: Glutes, hamstrings, shoulders If you’ve ever watched World’s Strongest Man, you’ve probably wanted to give the barrel toss a try. Now you can without being, well, one of the world’s strongest men. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hinge at the hips with the sandbag in front of you and grab hold of the bag. 2: In a smooth but explosive movement, use your glutes, hamstrings, and back to throw the bag over your head backward as far as you can. 81EXE RC I S ES Overhead Throw Target: Abs, shoulders, triceps In addition to being sport-specific training for soccer and basketball, the overhead throw is an explosive movement that targets the core and arms. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders down and back, and engage your core. Hold the sandbag at chest level. 2–3: Bring the sandbag over your head, and then use your core and arms to throw the bag forward as far as you can. 82 Sandbag Training Bible Chest Toss Target: Chest, shoulders The chest toss targets the chest, making it a great addition to workouts aimed at increasing pushing strength. It’s fun but requires a lower weight than you may anticipate in order to engage the chest instead of the shoulders. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders down and back, and engage your core. Hold the sandbag at chest level. 2: Use your core and chest to explosively push the sandbag away from your chest, throwing it as far as you can. 83EXE RC I S ES Bear Crawl Target: Chest, shoulders, abs The bear crawl trains your hips to stay high and powerful, which is helpful for athletics and day-to-day life. It’s also an exercise that can be done at a high intensity, lending itself very well to conditioning work. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Place your hands on the ground, keeping your weight evenly distributed between your hands and the balls of your feet. 2: With your hips a bit higher than your chest and your back straight, move your left hand and right leg forward. 3: Continue this motion by moving your right hand and left foot forward. Keep crawling until your desired distance or time has been met. 84 Sandbag Training Bible Crab Walk Target: Back, triceps, shoulders, quads, glutes When it comes to core stabilization, we spend most of our time with our chest to the ground. The crab walk is a great exercise to mix things up and practice keeping our posterior chain tight through a dynamic movement. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your front. With your stomach facing up, place your hands on the ground and fingers pointing backward. Keep your weight evenly distributed between your hands and heels. 2: With your glutes a few inches off the ground and fingers pointing backward, move one hand and one foot backward. 3: Continue this motion by moving your other hand and foot backward. Keep crawling until your desired distance or time has been met. 85EXE RC I S ES Duck Walk Target: Quads Battling the wall sit for “most brutal quad exercise” is the duck walk. Who would’ve thought imitating an animal with such skinny limbs would be such an effective method for building powerful legs? 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Squat down until your hamstrings are resting on your calves. Keep a high chest, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2–3: Without standing up from your squat, walk forward until your desired distance or time has been met. 86 Sandbag Training Bible Gorilla Walk Target: Shoulders, triceps, abs, quads The gorilla walk allows you to easily switch between using your legs or arms as the dominant muscle group. Your whole body will tire out quickly, especially when using weights, which makes the gorilla walk a great conditioning movement. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Squat down until your hamstrings are resting on your calves. Keep a high chest, roll your shoulders back and down, and engage your core. ] 2–3: Put your hands down a foot in front of your feet and push yourself forward so that your feet land a foot in front of and in between your hands. Continue this motion until your desired distance or time has been met. 87EXE RC I S ES Inchworm Walk Target: Abs, chest, shoulders, triceps, calves The inchworm walk provides great work for the core and arms while also increasing hamstring mobility, something that people who spend a lot of time in an office chair or car can definitely use. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hinge at the hips and bring your hands to the ground. If your hamstrings keep your hands from reaching the ground, bend your knees as much as you need. 2–3: Walk your hands forward until your torso is completely parallel to the ground. 88 Sandbag Training Bible 4–5: Then take small steps forward until your feet reach your hands. Continue this motion until your desired distance or time is completed. 89EXE RC I S ES Army Crawl Target: Abs The army crawl is a good movement for core stability, body control, and hip mobility. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Lie down on your stomach. 2: Crawl forward by reaching your right arm and left leg forward. 3: Repeat with the opposite limbs. Continue this motion until your desired distance or time is completed. 90 Sandbag Training Bible Snatch Target: Glutes, hamstrings, quads shoulders This very explosive movement is a great choice for athletes or anyone who wants to train like one. It’s a tricky exercise made even more complex with the use of a sandbag, so really be sure to nail your form. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. With the sandbag on the ground horizontally in front of you, hinge at the hips and bring your hands down to the handles or under the sandbag. 2–3: Use your glutes, hamstrings, and quads to explode upward, bringing the bag up above your head with arms almost completely extended. 91EXE RC I S ES Clean & Jerk Target: Glutes, hamstrings, quads, shoulders Another Olympic weightlifting move, the clean and jerk also builds explosive strength. Using a sandbag rather than a barbell will force you to engage your core as much as possible, making the clean and jerk a true total-body killer. 1–2: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. With the sandbag on the ground horizontally in front of you, hinge at the hips and bring your hands down to the handles or under the sandbag. Use your glutes, hamstrings, and quads to explode upward, bringing the bag up to your chest. 3: Adjust your grip, then use your legs and arms to drive the bag up over your head until your arms are almost completely extended. 92 Sandbag Training Bible Thruster Target: Glutes, quads, shoulders The thruster is one of the most demanding exercises in this book, making it great for those who like efficient workouts. It’s also versatile enough to be used for conditioning if used with low weight, or strength training if used with heavy weight. 1–2: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hold the bag at chest level. Lower down into a squat. 3: From the bottom of the squat, explode up with your legs and arms until the sandbag is over your head and your arms are almost completely extended. 93EXE RC I S ES Thruster with Lunge Target: Glutes, quads, shoulders Want to make the thruster a bit more dynamic? Switch the squatting portion out for a lunge! 1–2: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders down and back, engage your core. Hold the sandbag at chest level. Step one leg forward to perform a lunge. 3: From the bottom of the lunge, explode up with your legs and arms until the sandbag is over your head and your arms are almost completely extended. Repeat with the other leg. 94 Sandbag Training Bible Overhead Chop Target: Glutes, hamstrings, shoulders, abs, triceps This fun movement works both the front and back of the body. It’s as good of an exercise as there is for standing core work. 1–2: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Start with the sandbag hanging in front of your legs. Explode upward with the legs, bringing the sandbag behind your head. 3: Without pause, use your core, shoulders, and arms to bring the bag back over your head and down to your knees to complete the rep. 95EXE RC I S ES Side Chop Target: Glutes, hamstrings, shoulders, abs The side chop is a functional and effective core movement that also targets the glutes and hamstrings. 1: Stand with your feet shoulder-width apart and your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Start with the sandbag at your right knee. 2: Use your whole body to bring it up to your left ear. Smoothly lower the bag back down to knee level to complete the rep, and then perform the movement from the left knee to the right ear. 96 Sandbag Training Bible Turkish Get-Up Target: Glutes, quads, abs, shoulders Although burpees get a lot of attention for being a full-body, cardiovascular challenge, Turkish get-ups take the challenge to another level. The form takes a bit to get down, but it’s worth it. The get-up is an excellent addition to any workout, and is versatile enough to be used as a warm-up or finisher. 1: Lie on your back with the sandbag on your right shoulder. 2: Bend your right knee and place your foot flat on the ground. 3: With your right foot still on the ground, use your core to sit up. 97EXE RC I S ES 4: Use your left hand and right leg to swing your left leg back into a kneeling position. 5–6: Use your left leg to lunge up into a standing position. Reverse the motion to get back into the lying position to complete the rep. 98 Sandbag Training Bible Sprint Target: Glutes, hamstrings, quads There’s no greater cardiovascular challenge than an all-out uphill sprint with a sandbag. If you haven’t ran full speed recently, take it slow at first. And don’t skip a warm-up! 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hoist the sandbag onto one shoulder or carry it under your arm like a football. 2–3: Sprint forward until your desired amount of time or distance is completed. 99EXE RC I S ES Side Shuffle Sprint Target: Glutes, quads Rather than sticking to one-directional running, mix in some side shuffle sprints. Varying the motion can reduce wear and tear on the body, and keep engagement high. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hoist the sandbag onto one shoulder or carry it under your arm like a football. 2–3: Keeping your knees bent throughout the movement, move your feet laterally in one direction until your desired amount of time or distance is completed, switching the sandbag to the other shoulder/arm after each interval. 100 Sandbag Training Bible Carioca Sprint Target: Glutes, quads Carioca sprints are another fun twist to add to your conditioning regimen. A heavy sandbag makes the movement a good one for improving body control. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hoist the sandbag onto one shoulder or carry it under your arm like a football. 2–3: Shuffle to your right, with your left foot switching off between going in front or behind your right foot. 101EXE RC I S ES 4–5: Shuffle to your left, with your right foot switching off between going in front or behind your left foot, switching the sandbag to the other shoulder/arm after each interval. 102 Sandbag Training Bible Backpedal Sprint Target: Glutes, quads To round out a sprint workout, be sure to include some backpedaling. It provides good work for the quads in addition to improving your ability to get back on defense. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hoist the sandbag onto one shoulder or carry it under your arm like a football. 2–3: Sprint backward until your desired amount of time or distance has been completed, switching the sandbag to the other shoulder/arm after each interval. 103EXE RC I S ES Shoulder Farmer’s Walk Target: Glutes, quads Farmer’s walks are great for core stability and can also deliver a nice cardiovascular challenge if you hustle. Farmer’s walks get truly dynamic by allowing you to move weight over distance. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hoist the sandbag up to one shoulder. 2: Walk until your desired amount of time or distance has been completed, switching the sandbag to the other shoulder after each interval. 104 Sandbag Training Bible Suitcase Farmer’s Walk Target: Glutes, quads Suitcase farmer’s walks allow you to strengthen your core in a different way while still working the legs. Be sure to keep the weight close to your body to reduce risk of injury. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hold the sandbag by the handles at your side. 2: Walk until your desired amount of time or distance has been completed, switching the sandbag to the other hand after each interval. 105EXE RC I S ES Overhead Farmer’s Walk Target: Glutes, quads, shoulders Overhead farmer’s walks are absolutely brutal for the shoulders and arms while still giving the legs some work. Test your willpower and endurance by seeing how far you can go without lowering the weight. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hoist the sandbag overhead. 2: Walk until your desired amount of time or distance has been completed. 106 Sandbag Training Bible Burpee Target: Chest, quads, glutes, hamstrings Burpees are both fun and devilishly tiring, which is perhaps why they’re a favorite of boot camp instructors. They’re versatile enough to start a workout, end a workout, or be a workout in and of themselves. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hold the sandbag in front of your legs. 2: Hinge at the hips to place the sandbag down in front of you. 107EXE RC I S ES 3: Place your hands on the sandbag and jump your feet back until you’re in a plank position. 4: Do a push-up. 5–6: Pop up onto your feet and clean the sandbag up to your waist to complete the rep. Overhead Press Variation To make the burpee even more intense, add an overhead press to the top of the movement. Use a heavy weight to intensely target the arms and shoulders; go lighter for an endurance challenge. 108 Sandbag Training Bible Rolling Burpee Target: Glutes, quads, abs To mix up the classic burpee, add a roll. Rolling burpees work best on soft surfaces, with green grass being my personal favorite. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hold the sandbag with your biceps or in a bear hug. 2–3: Drop down on onto your back. 109EXE RC I S ES 4: Rock backward and then forward until you can come up into the standing position. 5: Clean the sandbag up to your waist to complete the rep. 110 Sandbag Training Bible Sled Pull Target: Glutes, quads, calves Sled pulls make you feel like a high-level athlete and are a great workout with heavy or light weight. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Loop a rope around the sandbag’s handles or otherwise fasten the rope to the sandbag and hold the two rope ends in your hands. 2: Pull the heavy sandbag until your desired distance or time has been completed. You can either sprint for a more intense cardio- vascular workout or lunge for a more strength- centric workout. 111EXE RC I S ES Jumping Jack Target: Calves Jumping jacks aren’t quite as easy as you remember from gym class when you add weight to the movement. It’s a timeless calisthenic exercise nonetheless. 1: Place sandbags in a backpack and wear it on your back. Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Start with your hands at your sides and feet together. 2: Jump your feet out so that they’re now 24 inches apart while simultaneously swinging your hands overhead, also 24 inches apart. 3: Jump back to starting position to complete the rep. 112 Sandbag Training Bible Jumping Rope Target: Calves Doing double-unders with resistance is a sure-fire way to feel like a heavyweight champ. 1: Place sandbags in a backpack and secure it tightly to your back, making sure it doesn’t move around while you jump. Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2: Jump while swinging the rope around your head until your desired amount of reps or time has been completed. 113EXE RC I S ES Sandbag Whip Target: Shoulders, triceps Sandbag whips are one of the few movements that test the endurance of the upper body. Be sure to use a light weight to reduce risk of injury. 1: Sit or kneel on the ground with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Grab the sandbag by one end. 2: Lift it a few inches in the air. 3: Slam it down against the ground. Quickly repeat the motion without any pause. Continue until your desired amount of reps or time has been completed. 114 Sandbag Training Bible Box Jump Target: Glutes, quads Box jumps are a fun, playful way to explosively train the legs. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Hold the sandbag securely on one shoulder. 2: Explode off of two feet onto the 12- to 18-inch box in front of you. Carefully step down from the box and then repeat the movement until your desired amount of reps or time has been completed. 115EXE RC I S ES One-Leg Variation If normal box jumps feel too easy, try jumping off of one foot rather than two. 116 Sandbag Training Bible Split Lunge Jump Target: Glutes, quads Few exercises can fatigue the legs as quickly as weighted split lunge jumps. They work very well as a finisher or when you need a super-quick workout. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Place the sandbag on your shoulder and start with your right foot forward and your left foot back, about two feet apart. 2–3: Lunge down until your left knee almost hits the ground and then explode up. While in the air, switch the places of your right and left feet. Lunge down with your right leg and repeat the jump and foot switch. Switch the sandbag to the other shoulder after each set. 117EXE RC I S ES Vertical Jump Target: Glutes, quads Practicing your vertical is a great way to improve your dunk. Like all max-effort exercises, be sure to properly warm up. The vertical jump can be performed off of one foot or two. 1: Hold a sandbag securely on one shoulder or wear a backpack filled with sandbags. Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2: Jump as high as you can. 118 Sandbag Training Bible Long Jump Target: Glutes, quads, hamstrings The long jump can be performed by itself or done along with a long sprint, and can be done off of one foot or two. If you truly want to see how far you can go with soft wipeouts, head down to the beach and give it a go on sand. 1: Hold a sandbag securely on one shoulder or wear a backpack filled with sandbags. Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2–3: Jump as far forward as you can. 119EXE RC I S ES Distance Ruck Target: Glutes, quads, calves The distance ruck is a true endurance challenge. The Position: Hoist a sandbag onto one shoulder or wear a backpack filled with sandbags. Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Walk until your desired distance is covered. 120 Sandbag Training Bible Stair Ruck Target: Glutes, quads Add some lower-body intensity by walking up stairs or a steep hill. The stair ruck makes for an excellent combination of endurance and strength work. The Position: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Carry the sandbag on your shoulder, directly overhead, or in a bear hug. Walk up the stairs. 121EXE RC I S ES Upper-Body Ruck Target: Glutes, quads, shoulders Add some upper-body intensity to the ruck to make it a full-body endurance challenge. Go for a heavy weight to make the workout faster or use a lighter weight if you want a slow burn. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Walk forward while either holding a sandbag directly overhead, or switching it off between your right and left hands. 2: Continue walking until your desired amount of time has been reached. 122 Sandbag Training Bible Warming Up Here’s a great collection of movements for warming up. Use the ones you like and toss the rest. Although it might seem like a pain, a quick warm-up is 100 times easier than sitting out a few months due to injury! All warm-up exercises should be done without a sandbag or any other added resistance. Jumping Jack Target: Calves Jumping jacks are an old-school calisthenic movement that can get the heart rate up in a hurry. They also get the upper body and arms loose, which are the parts of the body most often neglected during a warm-up. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Start with hands at your sides. 2: Jump your feet out so that they’re now 24 inches apart while simultaneously swinging your hands overhead, also 24 inches apart. Jump back to starting position to complete the rep. Continue the movement until your desired amount of time has been met. 123EXE RC I S ES Mountain Climber Target: Shoulders, chest, abs A warm-up is most effective when it gets the heart rate up, and mountain climbers are a fantastic way to do that. 1: Place your hands on the floor, keeping your weight evenly distributed between your hands and feet. 2: Jump your left foot forward 12 inches while simultaneously jumping your right foot back 12 inches. 3: Jump your right foot forward 24 inches while simultaneously jumping your left foot back 24 inches. Continue to switch the places of your right and left feet until your desired amount of reps or time has been met. 124 Sandbag Training Bible Running in Place Target: Glutes, quads, calves Running in place is a great warm-up move that can also help improve body control. One famous proponent of the exercise was the English runner Walter George, who claims it was an integral part of the training regimen that helped him become the fastest miler in the world in 1886 with a time of four minutes and twelve seconds. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2–3: Pick up and put down your feet one at a time, aiming for them to be placed down in the same place over and over again at a rate of three steps per second. Continue the movement until your desired amount of time has been met. 125EXE RC I S ES Butt Kick Target: Glutes, hamstrings, quads Butt kicks help raise our body temperature and heart rate in addition to giving the quads a good warm-up. Don’t worry if your heel doesn’t actually reach your glutes; it’s the thought that counts. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2: Jog forward for a few seconds and then change your running form so that your heels hit your glutes or at least get close on every step. Continue the movement until your desired amount of time or distance has been met. 126 Sandbag Training Bible Hip Gate Target: Hips The hips are notoriously injury prone, especially as we age. The hip gate is a great warm-up movement that can increase comfort during the workout and decrease the chance of a tweak. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2–3: Walk forward and make a big outside-in half- circle with your left knee. Repeat with your right knee. 127EXE RC I S ES 4–5: Walk forward and make a big inside-out half- circle with your right knee. Repeat with your left knee. Continue to switch off between the inside-out half-circle and outside-in half-circle until your desired amount of time or distance has been met. 128 Sandbag Training Bible Windmill Target: Shoulders Windmills are a very helpful warm-up movement to perform if you’re doing any upper- body exercises during your workout. It loosens up the shoulders, back, and pecs. 1–2: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Make circles with your arms, first forward and then backward, until your desired amount of time or number of windmills have been completed. Use the biggest range of motion you can without feeling any discomfort. Continue the movement until your desired amount of time or distance has been met. 129EXE RC I S ES Toe Kick Target: Hamstrings Use this exercise in your warm-up if you have testy hamstrings. The key is to find your own stretching sweet spot with the exercise, being sure not to push it too far. 1: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. 2: Kick your right foot up as high as it will comfortably go without forcing it. 130 Sandbag Training Bible 3: Repeat with your left foot, attempting to give the hamstrings a light stretch. Continue the movement until your desired amount of time or distance has been met. 131EXE RC I S ES Walking Target: Glutes, quads, calves Walking is a nice, gentle way to start any warm-up. The whole point of a warm-up is to start a workout off safely, and walking is the perfect conservative exercise. 1–2: Stand with your chest high, roll your shoulders back and down, and engage your core. Put one foot in front of the other until your desired amount of time or distance has been met. 132 Sandbag Training Bible Workout Sheet M ON da y TU Es da y W ED ne sd ay Th ur sd ay FR Id ay SA Tu rd ay SU Nd ay 133W ORKOUT SH E ET Workout Sheet M ON da y TU Es da y W ED ne sd ay Th ur sd ay FR Id ay SA Tu rd ay SU Nd ay 134 Sandbag Training Bible Index Aerobic training, 4 “Analysis paralysis,” 6 Army Crawl, 89 Around the World, 66–67 Athletic performance, 7; as fitness goal, 17; workouts, 23 Back Squat, 56 Backpacks, 11 Backpedal Sprint, 102 Barrel Toss, 80 Bear Crawl, 83 Bent-Over Row, 38 Bicycle, 74 Bird Dog, 72 Body-fat percentage, 7 Bodyweight vs. body fat, 7 Box Jump, 114–15 Burpee (basic), 106–107 Burpees, 106–107, 108–109 Butt Kick, as warm-up, 125 Calf Raise, 68 Carioca Sprint, 100–101 Chest Press, 37 Chest Toss, 82 Circuit training, 19 Circuit workouts, 31–32 Clean & Jerk, 91 Commitment, 11–12 Conditioning: as fitness goal, 17; workouts, 24 Consistency, of workouts, 8, 12, 20 Core, 8–9 Crab Walk, 84 Crawls, 83, 89 Curl, 46 Deadlift (basic), 48 Deadlifts, 48, 49, 50 Dip, 44 Distance Ruck, 119 Duck Walk, 85 Dynamic stretching, 10. See also Warming up Endurance training, 18 Endurance workouts, 28 Equipment, 11 Essentialist workouts, 23–24 Eustress training, 17–18 Eustress workouts, 27 Exercise programs, 15–32 Exercises, 33–131; warm-ups, 122–31 Fat loss: as fitness goal, 16; workouts, 23 Fitness goals, 16–17; workout schedules, 20–21 Forearm Plank, 69 Form, while exercising, 8, 10, 14 Forward Lunge, 63 Frequency, of workouts, 8; scheduling, 20–21 135I N D EX Front Squat, 57 Front Squat with Arm Extension, 58 Frozen V, 77 Functional exercise, 9 General conditioning. See Conditioning Glute-Ham Plank, 71 Goals: fitness 16–17; training, 6, 7 Good Morning, 61 Gorilla Walk, 86 Ground Slam, 78 Hand-to-Feet Pass, 73 Health improvement: as fitness goal, 17; workouts, 24 High Plank, 69 Hip Gate, as warm-up, 126–27 HIT (high intensity training), 18–19; workouts, 29–30 Inchworm Walk, 87–88 Injuries, 9, 10 Intensity, of workouts, 5, 8, 12 Jumping Jack, 111; as warm-up, 122 Jumping Rope, 112 Jumps, 114–15, 116, 117, 118 Lifestyle, healthy, 6 Long Jump, 118 Lower-body pull/push, 9 Lunges, 62, 63, 64, 93 Medicine balls, 11 Mountain Climber, as warm-up, 123 Muscle gain: as fitness goal. 16; workouts, 23 Muscle-Up, 39 One-Leg Deadlift, 49 Overhead Chop, 94 Overhead Farmer’s Walk, 105 Overhead Press, 34–35 Overhead Squat, 59 Overhead Throw, 81 Overtraining, 7–8 Pain, 6 Planks, 69, 70, 71 Posterior chain, 8 Posture, 8 Presses, 34–35, 36, 37 Programs, exercise, 15–32 Pull-Up, 40–41 Push Press, 36 Push-Up, 42–43 Resistance training, 4 Reverse Plank, 71 Rolling Burpee, 108–109 Rucks, 119, 120, 121 Running in Place, as warm-up, 124 Safety, 9, 10 Sandbag Swing, 52–53 Sandbag training/workouts: benefits, 4; equipment, 11; exercises, 33–131; goals, 6, 7, 16–17; methods, 17–29; overview, 4–14; principles, 5–7; programs, 15–32; schedules, 12, 13–14, 20–21; terminology, 7–9 Sandbag Whip, 113 Sandbags, 11 Scheduling workouts, 12, 13–14, 20–21 Sets and reps training, 17 Sets and reps workouts, 25–26 Shoulder Farmer’s Walk, 103 Shouldering, 54 Shoveling, 51 Shrug, 47 Side Chop, 95 Side Lunge, 64 Side Plank, 70 136 Sandbag Training Bible Side Shuffle Sprint, 99 Sit-Up (basic), 75 Sit-ups, 75, 76, 77 Skull Crusher, 45 Sled Pull, 110 Snatch, 90 Split Lunge Jump, 116 Sprints (basic), 98 Sprints, 98, 99, 100–101, 102 Squats, 56, 57, 58, 59, 60 Stair Ruck, 120 Static Lunge, 62 Static stretching, 10 Step-Up, 65 Strength gain, as fitness goal, 16; workouts, 23 Suitcase Farmer’s Walk, 104 Sumo Deadlift, 50 Sumo Squat, 60 Superman, 72 Terminology, 7–9 Thruster, 92 Thruster with Lunge, 93 Toe Kick, as warm-up, 129–30 Training. See Sandbag training/workouts Turkish Get-Up, 96–97 Undertraining, 8 Upper-body pull/push, 9 Upper-Body Ruck, 121 V-Up, 76 Vertical Jump, 117 Walking, 103, 104, 105, 119, 120, 121; as warm-up, 131 Walks, 84, 85, 86, 87–88, 103, 104, 105, 131 Wall Ball, 79 Wall Sit, 55 Warming up, 9, 10; exercises, 122–31 Weight loss, 7 Whole-body exercise, 9 Windmill, as warm-up, 128 Workouts, customized, 16–19; fitness goals, 16–17; scheduling, 20–21; training methods, 17–19 Workouts, sample, 22–32; circuit, 31–32; endurance, 28; essentialist, 23–24; eustress, 27; HIT, 29–30; sets and reps, 25–26 137ACKNO W LE DG M E NTS Acknowledgments Thanks to Mark Sisson for being the first person to introduce me to sandbag training through his website Marks Daily Apple, which has been a fantastic resource for me and many others over the years. Thanks to Vic Magary who renewed my interest in sandbag training with his article on Steve Kamb’s website Nerd Fitness, which has also been a great resource for me and many others. Finally, thanks to all the folks at Ulysses Press for working with me, making me a better writer, and again giving me the privilege of seeing something I created for sale in stores. 139ABOUT TH E AUTHOR About the Author Ben Hirshberg is a young author, health consultant, and entrepreneur from Seattle. He loves learning and applying anything that helps people live better, from nutrition to philosophy. He likes to cook, meditate, read, host parties, and go trail running. Download his manifesto for free at www.BenHirshberg.com. TABLE OF CONTENTS PART 1: OVERVIEW Introduction Why Sandbag Training? Training Smart Before You Begin How to Use This Book PART 2: PROGRAMS Creating a Customized Workout Scheduling Your Workouts Sample Workouts PART 3: EXERCISES Overhead Press Push Press Chest Press Bent-Over Row Muscle-Up Pull-Up Push-Up Dip Skull Crusher Curl Shrug Deadlift One-Leg Deadlift Sumo Deadlift Shoveling Sandbag Swing Shouldering Wall Sit Back Squat Front Squat Front Squat with Arm Extension Overhead Squat Sumo Squat Good Morning Static Lunge Forward Lunge Side Lunge Step-Up Around the World Calf Raise Forearm Plank High Plank Side Plank Reverse Plank Glute-Ham Plank Bird Dog Superman Hand-to-Feet Pass Bicycle Sit-Up V-Up Forzen V Ground Slam Wall Ball Barrel Toss Overhead Throw Chest Toss Bear Crawl Crab Walk Duck Walk Gorilla Walk Inchworm Walk Army Crawl Snatch Clean & Jerk Thruster Thruster with Lunge Overhead Chop Side Chop Turkish Get-Up Sprint Side Shuffle Sprint Carioca Sprint Backpedal Sprint Shoulder Farmer's Walk Suitcase Farmer's Walk Overhead Farmer's Walk Burpee Rolling Burpee Sled Pull Jumping Jack Jumping Rope Sandbag Whip Box Jump Split Lunge Jump Vertical Jump Long Jump Distance Ruck Stair Ruck Upper-Body Ruck WARMING UP Jumping Jack Mountain Climber Running in Place Butt Kick Hip Gate Windmill Toe Kick Walking INDEX ACKNOWLEDGMENTS ABOUT THE AUTHOR TREINAMENTO FUNCIONAL/Avanços no Treinamento Funciona - Michael Boyle.pdf Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 B792a Boyle, Michael. Avanços no treinamento funcional [recurso eletrônico] / Michael Boyle ; tradução: Ana Cavalcanti C. Botelho ; revisão técnica: Ivan Jardim. – Porto Alegre : Artmed, 2015. Editado também como livro impresso em 2015. ISBN 978-85-8271-113-2 1. Treinamento funcional . 2. Educação física. I. Título. CDU 796.011.3 SOBRE O AUTOR Seja como locutor e escritor, seja como treinador e consultor, Michael Boyle tem contribuído de forma diferenciada para o campo do treinamento de melhora de desempenho. Além disso, faz parte do treinamento e reabilitação de muitos atletas do meio acadêmico e profissional, incluindo os times americanos olímpicos femininos de futebol e hóquei. O trabalho de Boyle tem sido destaque na mídia, no HBO Real Sports, ESPN, CNNSI. Este é seu terceiro livro em treinamento funcional. Tradução: Ana Cavalcanti C. Botelho Revisão técnica desta edição: Ivan Jardim Educador físico. Especialista em Treinamento Funcional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2015 Versão impressa desta obra: 2015 Boyle_Iniciais_eletronica.indd iiiBoyle_Iniciais_eletronica.indd iii 28/08/14 15:3228/08/14 15:32 Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ARTMED EDITORA LTDA., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Obra originalmente publicada sob o título Advances in functional training: training techniques for coaches, personal trainers and athletes ISBN 9781905367313 Copyright© 2011, On Target Publications, CA, USA. All rights reserved. Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima Colaboraram nesta edição: Editora: Dieimi Deitos Capa: Márcio Monticelli Leitura final: Maísa Lopes Editoração: Techbooks Boyle_Iniciais.indd ivBoyle_Iniciais.indd iv 20/08/14 18:0420/08/14 18:04 Para Cindy, Michaela e Mark Vocês fazem minha vida melhor a cada dia. Boyle_Iniciais.indd vBoyle_Iniciais.indd v 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Boyle_Iniciais.indd viBoyle_Iniciais.indd vi 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Esta página foi deixada em branco intencionalmente. APRESENTAÇÃO Fiquei extremamente honrado quando Michael Boy- le me pediu que escrevesse e apresentasse os funda- mentos daquilo que você está prestes a ler. No início da década de 1990, eu era um jovem preparador físico idealista, em uma das melhores posições dentro do esporte universitário. Sentia-me bastante responsável por meus atletas e tinha o de- sejo de fazer tudo dentro da ética; por fim, deixei a National Collegiate Athletic Association (NCAA) para criar o que se tornaria a primeira instituição de performance independente do país, a qual chamei de International Performance Institute. Tão glamoroso quanto possa parecer, eu estava sozinho, em um mar de quadras de tênis e crian- ças na Bollettieri Sports Academy, agora IMG, em Bradenton, na Flórida. Não tínhamos instalações, funcionários nem recursos para fazer muito, e tive- mos que fazer tudo do nosso jeito, que, na verdade, é o que alimenta o simples preparador físico focado com inegável determinação. Algum tempo depois, pude perceber que a limi- tação dos recursos foi, provavelmente, nossa maior bênção, visto que a situação exigia uma abordagem criativa baseada em sistemas. Logo constituímos uma equipe jovem e entusiasmada, operando um sistema integrado de atitude, nutrição, movimento e recu- peração. Ao longo de quatro anos, utilizamos o que tínhamos e ficamos honrados em atender grandes atletas do tênis, futebol, futebol americano, beisebol e basquete, desde a categoria júnior até a profissional. Antigamente, antes do que hoje chamamos de treinamento funcional, havia uma indústria da per- formance – e, sim, antes de existir a internet e os es- pecialistas da internet fornecendo informações em demasia, houve um tempo em que ouvíamos ou lí- amos (em papel!) – sobre pessoas que estavam fa- zendo alguma coisa especial, normalmente em al- gum lugar na União Europeia, na Austrália, na Ásia ou nas Américas. Foi dessa forma que conheci Michael. Ele tinha visto uma história na Outside ou Smithsonian Maga- zine sobre nosso grupo e convenceu a família a pas- sar férias na Flórida, possibilitando uma visita e uma avaliação em primeira mão. Um mês depois, en- quanto estávamos ocupados treinando alguns atle- tas, Michael sentou-se quieto. Eu não tinha ideia do que ele estava pensando enquanto observava nosso caos controlado, no qual tínhamos 30 profissionais e algumas centenas de crianças de 8 a 18 anos na- quela manhã. Michael foi criado por pais maravilhosos que eram educadores em Boston. Seus esforços consis- tentes e empenhados na Nova Inglaterra os fizeram treinar o NHL Bruins e o Hóquei da Universidade de Boston e criar o Mike Boyle Strength and Conditio- ning, produzindo muitos atletas à maneira da indús- tria – inclusive o primeiro e verdadeiro sucesso de preparação para Combine – muitas vezes tudo isso no mesmo dia. Passei a vida viajando pelo mundo, buscando a ciência e as pessoas por trás dos sistemas bem- -sucedidos que dirigem o desempenho sustentável. Este livro é um grande feito, pois entrelaça informa- ções maravilhosas com planos efetivos para você usar pessoalmente ou com seus clientes. Se você quer ser bem-sucedido, entenda o pro- pósito deste livro: é o homem e a atitude por trás deste livro que deve ser estudado e celebrado: toda a vida de Michael Boyle de dedicação diária para ampliar o conhecimento, digerindo as informações em sistemas sustentáveis, que ele passionalmente implanta com as próprias mãos é o verdadeiro se- gredo para o sucesso. O mais importante é sua coragem de comparti- lhar ideias, muitas vezes divertidas e não conven- cionais, sobre assuntos difíceis que desafiam todas as nossas crenças, ajudando na rápida evolução da nossa área. Ele é a primeira pessoa a admitir o erro, e frequentemente faz isso dividindo não apenas seus sucessos, mas também suas falhas, nos possi- bilitando aprender de todas as maneiras. Nesses 15 anos, desde que nos conhecemos, nós – incluo você – criamos uma paixão pela performan- ce, transformando uma pequena indústria em uma verdadeira plataforma global e moldando-a no jogo da vida. O crescimento propriamente dito nem sem- pre é positivo; crescimento com integridade, sim. Nossa sociedade está contaminada, desde adoles- centes do ensino médio, passando por adultos até chegar a atletas com carreiras curtas. O modelo mé- dico reativo está completamente falido, e passou a ser óbvio que a verdadeira solução se encontra nas opções pró-ativas que passam por atitude, nutrição, movimento e recuperação. Depende de nossa indústria da performance for- necer sistemas científicos, personalizados e eficien- Boyle_Iniciais.indd viiBoyle_Iniciais.indd vii 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 viii APRESENTAÇÃO tes que proporcionem às pessoas vidas felizes, sau- dáveis e plenas. Temos um longo caminho rumo à criação de uma solução válida e confiável. A única maneira de fazer isso é juntos, com as mentes aber- tas, estudando, pesquisando, dividindo e trazendo os outros conosco. Foi o comportamento dele naquele primeiro en- contro que atuou como base e planejamento para o crescimento dessa indústria, com líderes benevo- lentes como Michael Boyle, Gray Cook e Greg Rose, pesquisadores e muitos outros que se juntam a Chris Poirier do Perform Better para oferecer a nossa in- dústria valores educacionais. Este livro traz uma abordagem perceptiva ba- seada em um sistema que possibilitará a compreen- são dessa sobrecarga informativa que sofremos nesses tempos de rápida evolução. Se existe uma pessoa capaz de captar isso, com sua visão acurada e construída com base em sucessos sustentáveis, é ele, Michael Boyle. Além disso, espero que consiga levar consigo o que faz dele esse profissional tão bem-sucedido. Para crescer profissionalmente, busque o discerni- mento no sistema ao mesmo tempo em que apro- funde sua paixão e sua responsabilidade. Michael acompanha o contagioso estado de evolução do grande Al Vermeil, e espero que você siga seus pas- sos para benefício da nossa área. Mark Verstegen Presidente/Fundador do Athlete’s Performance Criador do Core Performance System Boyle_Iniciais.indd viiiBoyle_Iniciais.indd viii 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 PREFÁCIO No mundo da cozinha, acredita-se que o chef que possui mais estrelas é o melhor. No cinema, o ga- nhador de múltiplas estatuetas do Oscar é, prova- velmente, considerado o número um. E no esporte? Aquele que ganhou mais campeonatos e medalhas de ouro. Em preparação física, não temos essa medida externa. O fato de nossa área ser dividida em força, fisiculturismo, personal training, treinamento funcio- nal e avaliação, todas com suas próprias ideias de quem está certo e de quem está errado, não ajuda muito. Porém, em meio a tudo isso, existe um nome respeitado, conhecido por todos em nossa área: Michael Boyle. Encontrei-me com Michael pela primeira vez no inverno de 1996 ou 1997, em um seminário da Per- form Better em Nova Jersey. Foi um desses momen- tos na carreira de um jovem preparador físico em que ele percebe que, se quer melhorar, será preciso estudar o trabalho desse cara. Rápidos 10 anos depois, apresento-me ao lado de Michael em um evento similar. A hora em que eu estava escutando seu discurso, intitulado 25 anos e 25 erros, foi um desses momentos na carreira de 10 anos de um preparador físico em que se percebe, mais uma vez, que se quer melhorar, será preciso estudar esse cara. E, por fim, o grande momento ocorreu quando eu estava no palco, naquele dia, me apresentando. Michael sentou-se na plateia fazendo anotações; minha primeira visão dele, com a caneta na mão, me desestabilizou e perdi a linha do raciocínio. Peguei- -me querendo saber o que um cara como eu tinha a oferecer a ele em termos de informações sobre trei- namento; contudo, não é assim que ele pensa. Ele está constantemente aprimorando e elevando seus próprios padrões. Logo, quando estudamos seu trabalho, não esta- mos apenas acessando os resultados de sua carreira bem-sucedida, de mais de 25 anos como treinador esportivo, estamos também adquirindo 25 anos da educação do próprio Michael, de livros, seminários e conversas particulares com seus colegas. Dizem por aí que devemos buscar e estudar pessoas que “foram lá e fizeram”. Para mim, isso é uma falácia. É melhor estudar aqueles que “foram lá, fizeram e continuam fazendo!”. Nossa área está mudando com tanta rapidez que é preciso manter- -se atualizado com pessoas que estão na linha de frente. Os talentos atléticos de alto desempenho procu- ram Boyle para que sejam levados a novos patama- res. As pessoas comuns mandam seus filhos para ele, porque sabem que ele é um personal tão bom quanto um treinador de alto rendimento. E prepa- radores como eu o visitam e mandam a equipe para aprender com ele. Este livro contém o que Michael aprendeu e pra- ticou desde a publicação do seu primeiro livro sobre treinamento funcional, Functional training for sports. Com esse livro, você não fica apenas a par do co- nhecimento nele contido, mas também do conheci- mento que ele absorveu nas últimas décadas. Aproveitem! Alwyn Cosgrove Results-Fitness.com Boyle_Iniciais.indd ixBoyle_Iniciais.indd ix 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Boyle_Iniciais.indd xBoyle_Iniciais.indd x 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Esta página foi deixada em branco intencionalmente. SUMÁRIO Introdução XV Capítulo 1 Avanços no treinamento funcional Reconsiderando o treinamento funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Escolhendo os exercícios funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Capítulo 2 Mobilidade e flexibilidade A abordagem articulação por articulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Análise do Movimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Uso da Análise Funcional do Movimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Perda do controle do programa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Análise ou venda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Influência da Análise Funcional do Movimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Padrão diagonal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Adição de força na disfunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 O avanço em linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Exemplos de Análise Funcional do Movimento com equipes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Estudo de casos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 FMS e o preparador físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Avaliação da força, da flexibilidade e da mobilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 O agachamento simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Agachamento frontal total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Exercícios de mobilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Terapia de tecido mole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Rolo de espuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Rolamento versus massagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Alongamento estático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Músculos encurtados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Alongamento ativo isolado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Capítulo 3 Lesões Lesões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Redução de lesão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Exercício doloroso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Tendinite ou tendinose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Sugestões de prevenção de lesão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Lesões da região superior do corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Suporte do manguito rotador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Dor anterior no joelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Glúteo médio e adutores na dor do joelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Treinamento unilateral e dor no joelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Prevenção de lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Compreensão das hérnias de esporte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Prevenção da hérnia de esporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Reabilitação das hérnias de esporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Boyle_Iniciais.indd xiBoyle_Iniciais.indd xi 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 xii SUMÁRIO Capítulo 4 O Core As abordagens no treinamento do core . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Estabilidade do core . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Terminologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Treinamento do core anterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Ativação glútea e o core . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Treinamento rotacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Avanços do core . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Consciência em treinamento rotacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Os exercícios para o core. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Exercícios de estabilidade do core com base no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Progressão para quatro apoios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Progressão para supino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 O core superficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Capítulo 5 Os quadris Entendendo os quadris . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 O psoas e o ilíaco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Dor na lombar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Cãibra de TFL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Fraqueza dos músculos do quadril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Exercícios com dominância de quadril. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Grupo muscular do jarrete. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Exercícios de extensão do quadril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Capítulo 6 Treinamento Cardiovascular Condicionamento de atletas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 Tipo de fibra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 Modelo de capacidade de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Teste de desempenho versus fisiológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Uso do teste fisiológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Condicionamento específico para atletas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 Condicionamento fora de temporada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 Condicionamento pré-temporada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Treinamento intervalado versus cardiovascular longo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Programas de treinamento intervalado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Elevação da frequência cardíaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Métodos de treinamento intervalado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Implementação do treinamento intervalado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Começo do programa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 Modos de treinamento intervalado em detalhes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Corrida e a atleta feminina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Treinamento de atletas de resistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Progressão da lesão: Os três Is . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 Local doloroso versus Fonte da dor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 O programa do atleta de resistência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Boyle_Iniciais.indd xiiBoyle_Iniciais.indd xii 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 SUMÁRIO xiii Capítulo 7 Desenvolvimento atlético Desenvolvimento de potência com levantamentos olímpicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Cleans versus arremessos (snatches) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Arremesso unilateral com halter. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Arremesso na barra com pegada fechada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Clean suspenso e arremesso com pegada fechada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Alternativas ao levantamento olímpico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Teste de elasticidade versus potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 Desenvolvimento de elasticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Treinamento de velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Velocidade de sprint. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Velocidade ou aceleração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Dicas iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Exercícios iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Aumento da velocidade de sprint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 Treinamento esporte-específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Treinamento de instabilidade e equilíbrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 Perda da potência com o envelhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 Capítulo 8 Escolha dos equipamentos Escolha dos equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 Treinamento na plataforma deslizante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 Treinamento com medicine ball. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Treinamento com trenó para atletas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 Empurrar trenó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146 Treinamento suspenso no TRX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 Kettlebells. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 Capítulo 9 Escolha dos exercícios Princípios e treinamento em uma perna só Agachamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 Problemas de joelho com agachamentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 Agachamentos frontais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 Desenvolvendo um estilo seguro de agachar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Treino do agachamento simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Levantamentos terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Levantamentos terra com barra hexagonal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Benefícios do levantamento terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160 Exercícios de pressão (empurrar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160 Treino para o supino em banco do Combine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Atletas e levantamentos acima da cabeça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Comparações de força. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 Tabela de força. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Desenvolvimento de força em uma perna só. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 Classificações do exercício em uma perna só . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170 Amplitude de movimento progressiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172 Progressões em uma perna só . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 Treinamento da cadeia posterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 Determinação do peso para agachamentos unilaterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175 Boyle_Iniciais.indd xiiiBoyle_Iniciais.indd xiii 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 xiv SUMÁRIO Exercícios em uma perna só . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176 Facilitação do glúteo médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178 Força em uma perna só . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 Capítulo 10 Elaboração dos programas Fundamentos da elaboração dos programas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189 Primeiro objetivo Prevenção de lesões no treinamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 Pontos da elaboração do programa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 Desenvolvimento de potência e de velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 Programa de força . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 Fundamentos de um programa sólido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 Treinamento e o sistema nervoso central (SNc) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 Treino em circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 Resultados do treino em circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201 Ação cardíaca periférica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202 Treino de hipertrofia para atletas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202 A mitologia da hipertrofia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 Periodização conjugada ou concorrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 Escolha de um sistema de treinamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208 Treinamento diário de membros inferiores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 Capítulo 11 Amostras de programas Programas com quatro dias de prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 Programas com três dias de prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220 Programas com dois dias de prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 Programa de baixo custo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223 Objetivos do programa MBSC de 2009 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235 Curso do programa de treinamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 Aquecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 Progressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238 Desenvolvimento de velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238 Progressões de equilíbrio e força de região inferior do corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 Exercícios com dominância de quadril. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 Treino para o core . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 Programa para clientes com lombalgia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 Programa de força para região superior do corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 Fechamento Ideias finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 Terminologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246 Planos de movimento sagital, frontal, transversal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 Educação continuada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 Índice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251 Boyle_Iniciais.indd xivBoyle_Iniciais.indd xiv 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 INTRODUÇÃO Há vezes em que me sinto como Steve Martin no filme The Jerk, extasiado ao ver meu nome no novo catálogo telefônico. Fico imaginando Martin corren- do e gritando “os novos catálogos telefônicos estão aí!” Ou talvez eu seja mais como Sally Field no prê- mio do Oscar “você gosta de mim, você realmente gosta da mim”. Este livro é um pequeno tributo àqueles que tan- to me ensinaram. Tenho orgulho de dizer que cha- mo pessoas como Don Chu e Al Vermeil de amigos e que, de alguma forma, hoje sou mencionado no mesmo ar rarefeito que eles ocuparam quando eu era um jovem preparador físico. Existem muitos ou- tros para serem mencionados; nem vou tentar listar por medo de faltar alguém. Anos atrás, sentava-me na plateia de conferên- cias e pensava no quão legal devia ser receber a atenção de uma plateia inteira, como faziam Al Don ou Vern Gambetta. Hoje, apresento-me com esses incríveis profissionais no tour da Perform Better, vi- vendo meu sonho. O que é ainda melhor é o fato de fazer isso na companhia da família e de amigos. Meus filhos mui- tas vezes me acompanham e conhecem grandes no- mes do mundo da preparação física. Eles conhecem Mark e Alwyn apenas como amigos que às vezes dormem lá na casa. Sou a prova viva do que um homem comum pode fazer com o seu negócio. Não fui um grande atleta, não tive emprego em tempo integral na área até completar 30 anos de idade e não treino uma superpotência atlética. A maioria dos meus melho- res trabalhos publicados aconteceu entre meus 40 e 50 anos de idade. Suponho que floresci tardiamente. Trabalho duro e consistente, combinado com muito cuidado, produz excelentes resultados ao longo do tempo. Disso, eu tenho certeza. Sou massacrado por leitores, por pessoas que me escrevem e-mails e por participantes de seminá- rios todos os dias. Os livros continuam vendendo e os sites prosperando, todos validando o trabalho que amo. Sou mais massacrado pelos muitos que ensi- nei e que continuam na nossa profissão. Não há re- compensa melhor para o trabalho do que perceber que você foi a inspiração para uma pessoa jovem entrar para a área. Treinar é simples. Um amigo disse isso eloquen- temente: puxe algo, empurre alguma coisa e faça alguma coisa para suas pernas. Adicione alguns rolamentos e você terá um trabalho de corpo total. Não se trata do que nem de como. Com que frequên- cia, quantas vezes? Em muitos casos, apenas como. Uma perna ou duas, barras ou halteres? A verdade é que se mantivermos a simplicidade e a rigidez, pro- vavelmente ficará tudo bem. Minha vida tem sido uma jornada em que ve- nho vagando desde um conjunto de pesos de 50 kg, passando pelo halterofilismo, até o que chamamos de treinamento de força. Por fim, passei pelo trei- namento de força e condicionamento no caminho para me tornar um especialista em aprimoramento do desempenho. A parte bonita dessa jornada é que tenho algumas ótimas pessoas com as quais cami- nho junto. Ao longo do caminho, observei outros seguirem a mesma rota. Alguns perdem o caminho; outros param no meio, contentes por terem encontrado um destino quando, na verdade, estão apenas na metade da jornada. Aqueles que estão no começo parecem rir de nós que estamos mais perto do fim. É muito fácil se sentir brilhante quando se é jovem e indestrutível; no entanto, não é tão fácil quando estamos comprometidos com o treinamento de pes- soas que não nós mesmos. Adoro a citação de Oscar Wilde: “Não sou jo- vem o suficiente para saber de tudo”. Espero que os preparadores físicos jovens continuem lendo meus livros e se beneficiem de alguém que está mais a frente no caminho. Apenas sei que não me curvei demais a ponto de cair e não tenho a intenção de fazer isso; adoro pesquisar e aprender. Para mim, o programa perfeito é um Santo Graal. Um dia serei capaz de olhar para uma pessoa e saber exatamente o que quero fazer e por quê. Não posso falar isso agora. Estas próximas páginas descrevem os últimos cinco anos da jornada rumo a esse pro- grama perfeito. Quando treinamos alguém que vive do espor- te, assumimos uma responsabilidade. Quando trei- namos o filho de alguém, assumimos uma respon- sabilidade ainda maior. Esperamos formar atletas melhores e pessoas melhores. Os dois trabalhos re- querem muita atenção e bastante cuidado. Se você está lendo este livro, existe uma gran- de chance de sermos parecidos e, para nós, assim Boyle_Iniciais.indd xvBoyle_Iniciais.indd xv 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 xvi INTRODUÇÃO como a onda perfeita para o surfista, o programa perfeito é ilusório. As informações chegam a nós rapidamente, e muitas das verdades autoevidentes não parecem mais blindadas. Alongar mais ou alongar menos? Agachar com uma perna ou com as duas? O que realmente sabemos? Por favor, leia e explore o mistério contínuo do mundo da força e do condicionamento. Espero que, ao final do livro, você sinta como se tivesse dado mais um passo na estrada rumo ao programa per- feito, aquele que produz enormes ganhos sem lesão. Michael Boyle Boyle_Iniciais.indd xviBoyle_Iniciais.indd xvi 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 1 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL Reconsiderando o treinamento funcional Escolhendo os exercícios funcionais Puxar e empurrar na região superior do corpo Movimentos de puxar vertical Movimentos de puxar horizontal Boyle_01.indd 1Boyle_01.indd 1 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Boyle_01.indd 2Boyle_01.indd 2 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Esta página foi deixada em branco intencionalmente. AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 3 RECONSIDERANDO O TREINAMENTO FUNCIONAL Devemos começar com uma breve explicação da minha trajetória até tornar-me alguém que crê no treinamento funcional. Toda que vez que mandava um cliente com lesão para um fisioterapeuta, o rela- tório que voltava para mim não era longo: na maio- ria das vezes, a lesão ocorria porque um músculo estabilizador estava fraco e o estresse era desviado para outro músculo. Normalmente, os músculos fra- cos eram estabilizadores do quadril, da coluna ou da articulação escapulotorácica. Uma tendência se tornou óbvia: parecia que eram sempre os mesmos músculos. Não raro, os terapeutas apontavam para fraque- za nos músculos abdominais profundos (transverso do abdome e oblíquo interno), estabilizadores do quadril (glúteo médio, adutores, quadrado lombar e rotadores externos do quadril) e aqueles que fazem retração da escápula (trapézio inferior e romboides). Cada grupo fraco parecia ser a causa de um pro- blema diferente. • Os clientes com lombalgia apresentavam, em geral, fraqueza dos músculos abdominais pro- fundos. • Os atletas com problemas no joelho normal- mente demonstravam fraqueza dos músculos estabilizadores do quadril. • Aqueles com problemas no manguito rotador universalmente tinham problemas nos mús- culos retratores e estabilizadores da escápula. Já que, de maneira repetitiva, viámos a mesma fraqueza, por que não abordá-las? Simplesmente demos ênfase ao fortalecimento dos músculos que os terapeutas alegavam ser consistentemente fra- cos, mesmo que nossos atletas tenham sempre trei- nado com exercícios multiarticulares básicos. Não fiz isso por ser uma tendência, mas porque queria resultados. Meu primeiro objetivo era reduzir a incidência de lesão nos meus atletas. Cada me- lhoria no desempenho vinha como consequência da redução das lesões. A descrição de treinamento funcional em Func- tional Training for Sports é clara: o treinamento fun- cional é mais bem descrito como um contínuo de exercícios que ensina os atletas a lidar com o seu peso corporal em todos os planos de movimento. O treinador usa o peso corporal como resistência e tenta empregar posições que façam sentido para o participante. O conceito de treinamento funcional parecia tão intuitivo, que eu me esforçava para encontrar o que poderia ser questionável para os outros, o que cer- tamente era. Quando li a descrição de treinamento funcional de Charles Staley percebi porque tantas pessoas são contra a ideia. Staley descreve o trei- namento funcional em seu livro Muscle Logic como “exercícios realizados em vários aparatos como bo- las, rolos de espuma e pranchas de equilíbrio, elabo- rados para criar um ambiente mais desafiador para o propósito de envolver mais os músculos estabiliza- dores menores e mais profundamente localizados”. Prossegue dizendo, “o treinamento funcional defende a intenção de que o maior envolvimento do estabilizador é a chave para melhorar o desempe- nho e os resultados gerais do treino”. É óbvio que falhei na minha primeira tentativa de descrever treinamento funcional, pois um ho- mem inteligente e bem informado como Charles não via o conceito básico do treinamento funcional do mesmo modo que eu via. Para mim, função é essencialmente o propósito. O treinamento funcional pode, portanto, ser descrito como um treinamento com um propósito. Treinamento funcional e treinamento em su- perfície instável não são sinônimos. O treinamento em superfície instável é um aspecto do processo de pensamento mais amplo, que forma o treinamento funcional. Infelizmente, esse treino de equilíbrio ins- tável se tornou sinônimo de treinamento funcional, que muitos consideram a mesma coisa. O treinamento funcional não tem muito a ver com os artefatos usados pelos fisioterapeutas em reabilitação, mas sim com o conhecimento que os fisioterapeutas adquiriram sobre o porquê das le- sões ocorrerem. É aí que as pessoas ficam confusas: não se trata de artefatos; trata-se de informações. O treinamento funcional desvia o foco dos exer- cícios para incorporar os músculos estabilizadores, pois nele está a fonte das lesões segundo os fisiote- rapeutas. A observação do treino de atletas colegiais ou profissionais de fisiculturismo, levantamento de peso básico e olímpico começou a fazer cada vez menos sentido conforme eu expandia meus conhe- cimentos. Não que eu não apreciasse as contribui- Boyle_01.indd 3Boyle_01.indd 3 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 4 MICHAEL BOYLE ções desses esportes, apenas percebi que havia mui- to mais à medida que eu começava a desenvolver uma compreensão mais profunda da anatomia e dos mecanismos de lesão. O que o treinamento funcional realmente faz é a aplicação da anatomia funcional do treinamento. Considera o que conhecemos e usa essas informa- ções para selecionar exercícios que reduzam a inci- dência de lesão e melhorem o desempenho. O trei- namento em superfície instável é uma progressão potencial, mas não o estímulo fundamental. Use o que funciona Ao ler este livro é muito importante deixar de lado todas as noções preconcebidas sobre o processo de força e condicionamento. Pense em praticar a arte do bom senso. Muitas vezes, as boas ideias parecem tão básicas que as rejeitamos com base apenas na sua simplicidade. Como preparadores físicos e per- sonal trainers continuamente seguimos e deixamos de seguir as últimas tendências. Tente ficar com as ideias que funcionam e fique atento a tudo que pare- ce muito bom para ser verdade. Velocidade, habilidade de movimento, força e potência são qualidades que podem e devem ser melhoradas. Os bons preparadores físicos estão constantemente inspecionando seus programas. Todo dia, aprendo alguma coisa que me faz consi- derar uma mudança no programa. Não se trata de impulsos emocionais, mas sim aceitação de que há muitos treinadores e terapeutas que estão se apri- morando e desenvolvendo técnicas melhores. Como treinador, você não pode se permitir cair de amores por alguns exercícios, técnicas e filoso- fias particulares. Seu trabalho é conseguir resulta- dos e escolher os métodos que tragam esses resul- tados. Isso quer dizer experimentar tudo que faça sentido para você, rejeitar o que não faz sentido, ou que não faz mais, e manter o que funciona. Às vezes, você pode rejeitar exercícios popula- res. Eventualmente, você para de utilizar exercícios que gostava antes. E, por vezes, tira alguma coisa do segundo plano e reincorpora em seus progra- mas. Se funcionar, isso é o que importa. Aqui, nenhuma tentativa for feita copiando os programas de equipes ou de atletas de sucesso. Em vez disso, avaliei cada técnica ou conceito para in- cluí-los. Muitos treinadores copiam o programa da equipe mais bem-sucedida, mas, lembre-se, grande parte do sucesso pode ser consequência de recruta- mento, treinamento ou genética. Em vez de copiar indivíduos ou equipes de sucesso, busque as técni- cas daqueles que produzem bons resultados de for- ma consistente em situações não ideais. Mais não é melhor A maioria dos atletas e treinadores jovens acredi- tam que se duas séries é bom, quatro séries deve ser ainda melhor. Na verdade, você pode exigir demais do corpo e interromper o processo de recuperação. Quando pensar em um programa de força, lembre- -se que o treinamento de força é um jogo de estímu- los e resposta. O exercício de fato é um estímulo. A resposta ocorre depois da técnica e é afetada pela qualidade da técnica e pela qualidade da recupera- ção. Repouso e nutrição têm muito a ver com o su- cesso, assim como o programa de exercícios. A verdadeira chave para um programa de força bem-sucedido é a redução de lesão. Eu costumava dizer prevenção de lesões, mas, na verdade, apenas a intervenção divina pode evitar a lesão. Redução de lesões representa melhor o objetivo. Semântica à parte, as estatísticas não mentem. Se as lesões diminuem e seus ganhos aumentam, você é bem- -sucedido. Obviamente que os ganhos podem ser influenciados pelo talento e pelos treinadores, mas, em geral, as tendências à lesão não são tão afetadas por esses fatores. Seu primeiro objetivo é a redução de lesão e, depois disso, a melhora do desempenho. Durante meus 15 anos de treinamento colegial, observei uma tendência interessante. Conforme evoluíamos de um programa de levantamento de peso olímpico e potência tradicional para um pro- grama com base mais funcional, nossos números de força continuavam consistentes e nossa incidência de lesão caia de maneira drástica. Pense nisso ao longo da sua leitura. Os levantamentos básicos* e o olímpico são excelentes sistemas que ensinam um forte conhe- cimento técnico e enfatizam levantamentos mul- tiarticulares. No entanto, assim como a invenção do encanamento moderno e o desenvolvimento da internet, força e condicionamento estão avançando constantemente. Para obter sucesso, precisamos avançar com eles. *N. de R. T.: Levantamentos básicos são supino, agachamento e Terra. Boyle_01.indd 4Boyle_01.indd 4 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 5 Treinamento funcional Mark Verstegen foi um dos primeiros a sair dos pa- drões aos quais os treinadores estavam presos quando começou a ensinar movimentos laterais e multidire- cionais com a mesma habilidade que esses treinado- res ensinavam o movimento linear.* Esse processo foi um salto quântico para mim e para meus atletas. Esse foi meu primeiro passo de preparador físico para es- pecialista em desempenho. O segredo desse processo foi aceitar o fato de que Mark e seus colegas estavam léguas a frente de mim nessa área crítica. Treinamento funcional, treinamento do core** e uso apropriado de superfícies instáveis são apenas alguns exemplos de avanços que devem ser abra- çados e incorporados em um programa sólido. Já te- mos muitos treinadores ‘‘avestruzes’’ em nossa área satisfeitos em enfiar a cabeça na areia. Técnica... técnica... técnica. Nunca perca a qua- lidade. Use o peso corporal quando possível. Faça muitas flexões de braço, flexões de braço com os pés elevados, agachamento com uma perna só, bar- ra fixa com pegada supinada e barras paralelas. Os exercícios de peso corporal são despretensiosos. Logo use-os com frequência com os iniciantes. Não apenas os atletas aprenderão a respeitar seu peso corporal, como também vão enxergar o valor desses exercícios fáceis. Técnicas Se você usará agachamento, ensine primeiro aga- chamentos com peso corporal. Se um atleta não consegue realizar agachamento com peso corporal com perfeição, ele não pode realizar o exercício com pesos. Ponto final. Ele precisa adquirir amplitude de movimento. É normal conseguir agachar em posi- ção paralela.*** Os atletas que não conseguem preci- sam trabalhar mobilidade do quadril, do tornozelo ou alongamento dos músculos do jarrete lateral. Se você opta pelo agachamento para seus atle- tas, faça-os com que realizem agachamentos para- lelos sem falhas. Nossos atletas nada fazem, exceto agachamentos frontais com os fêmures paralelos. Usamos até caixas de pliometria de 50 centímetros para garantir a profundidade; pedimos aos atletas *N. de R. T.: Movimento no plano sagital. **N. de R. T.: Core significa o centro do corpo, ou seja, as paredes anteriores, posterior, inferior, laterais e o diafragma no tronco. ***N. de R. T.: Paralela refere-se a uma linha imaginária que liga o trocânter femoral ao epicôndilo lateral do joelho. que agachem em uma caixa que coloca o fêmur paralelo ao chão. Embora seja necessário caixas de tamanhos diferentes para os atletas diferentes, chegamos ao ponto em que cada atleta define o que é paralelo. Essas não são caixas de agachamento Westside Barbell; o atleta simplesmente toca na cai- xa para garantir a profundidade. Se você usa supino reto, não balance, nem ar- queie. Nunca perca a qualidade. Assim que você permitir que um atleta trapaceie ou não adira ao programa, outros o seguirão. Lembre-se por quê os atletas trapaceiam: para levantar mais peso. Levan- tar mais peso alimenta o ego. Uma vez que você dei- xa isso acontecer, fica muito difícil pará-los. Para fazer valer o seu ponto, use exercícios como agachamentos frontais e supinos com pau- sas. Esses exercícios podem ser muito despretensio- sos. O preparador físico canadense Charles Poliquin possui um princípio chamado falha técnica. A falha técnica quer dizer nunca contar uma repetição de- pois do colapso da técnica. Esse princípio encoraja os atletas a levantar o peso da maneira adequada. Consistentemente digo a meus atletas que não me importo quantas repetições eles fazem; importo-me com quantas boas repetições eles fazem. O treinamento de força e condicionamento pode parecer fácil a princípio, mas é difícil na prática. O segredo para um programa de sucesso é tentar ver cada série e treinar cada atleta. Isso é difícil, conso- me tempo e é repetitivo. De fato, é impossível. Ao final de um bom dia na sala de musculação, você deve estar rouco e cansado. Um bom prepara- dor físico terá pernas e joelhos doloridos de passar o dia agachando para ver a profundidade dos aga- chamentos. ESCOLHENDO OS EXERCÍCIOS FUNCIONAIS Vamos presumir que os treinadores estão sempre buscando os melhores programas e exercícios tanto para reduzir a incidência de lesão quanto para me- lhorar o desempenho. No entanto, quando vejo os programas que muitos dos nossos atletas de elite re- cebem, fico confuso e desapontado. Boyle_01.indd 5Boyle_01.indd 5 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 6 MICHAEL BOYLE Os treinadores continuam prescrevendo exer- cícios como cadeira extensora, mesa flexora e leg press, mesmo quando parece que existe pouca evi- dência para respaldar essas prescrições. Anatomia funcional não é uma teoria. O que sabemos sobre função é real e baseado em ciência e pesquisa. A ideia de que precisamos isolar um músculo ou que precisamos de certos exercícios uniarticulares para prevenir lesão não foi comprovada. Os treina- dores precisam dar seguimento a seus programas e começar a usar exercícios que façam sentido e que, de fato, reduzam o potencial de lesão. O contínuo funcional foi introduzido primeira- mente em Functional Training for Sports para ilustrar as opções de exercícios em um contínuo desde o me- nos funcional até o mais funcional. Os exercícios são separados em exercícios para a região inferior e su- perior do corpo e exercícios de fortalecimento do core ou tronco. As categorias são, ainda, desmembradas em joelho dominante, quadril dominante e exercícios de empurrar e de puxar para a parte superior do cor- po. Os exercícios progridem em um contínuo que vai desde exercícios baseados em aparelhos a exercícios feitos principalmente na posição de pé. Os exercícios também progridem de um sistema estável, que não estressa os estabilizadores ou neutralizadores, para os elaborados de maneira específica para isso. Os estabilizadores fornecem estabilidade, enquanto os neutralizadores evitam o movimento indesejado. A primeira sequência é a dos exercícios com dominância de joelho. O contínuo começa com o leg press deitado, já que esse é o exercício multiar- ticular menos funcional da região inferior do corpo que posso imaginar. No leg press, assim como na maioria dos exercícios em aparelhos, o atleta sim- plesmente atua como motor ou produtor de força. Toda a estabilidade é fornecida pelo aparelho. O segundo exercício no contínuo é o agacha- mento de pé em aparelho, progredindo na curva fun- cional para a posição de pé. A posição de pé é mais específica do que a deitada e pode incorporar mús- culos adicionais não tensionados no leg press. No en- tanto, a estabilidade ainda é fornecida pelo aparelho. O terceiro passo no contínuo funcional é ir para o exercício de agachamento em pé. O atleta, mais uma vez, se encontra de pé, como no aparelho, mas ago- ra ele mesmo se estabiliza. Obviamente, isso vai for- çar o core em um grau mais alto. Muitos treinadores consideram o agachamento um bom exercício para o core, mesmo que não haja estresse rotacional ou unilateral. De fato, alguns treinadores acreditam que o agachamento é um exercício suficiente para o core. O agachamento de pé com as duas pernas é o ponto onde, muitas vezes, até bons treinadores param. Muitos treinadores aplicam exercícios com base no solo, porém não pensam um pouco mais a frente. O passo seguinte na progressão deve ser trabalhar em uma perna só. Do ponto de vista anatômico funcional, é abso- lutamente essencial ficar em uma perna só. Quantas pernas você usa para correr por vez? Apenas uma. Você já teve algum atleta que estirou os músculos do jarrete bilateralmente? Nem uma vez. Os músculos que suportam o membro inferior no apoio unipodal – quadrado lombar, glúteo médio e adutores – não são tão ativos nos exercícios que utilizam as duas pernas. A etapa final no contínuo consiste no agacha- mento unilateral de pé em superfície instável. Ago- ra, o atleta deve empregar os motores primários, os estabilizadores e os neutralizadores ao mesmo tempo em que lida com um estímulo proprioceptivo adicional fornecido pela instabilidade. Vamos abordar cada uma dessas etapas da série contínua nas páginas que se seguem. Uso dos exercícios funcionais Algo interessante sobre exercício funcional é o fato de deixar alguns treinadores mais antigos nervosos. Oponentes ao conceito que o treinamento funcional mostra, com frequência, surgem estudos precários que chamar o treinamento funcional de uma moda passageira. Há pouco tempo, me foi dito que o exer- cício funcional é bom para reabilitação e que ajuda a restaurar a propriocepção, mas não funciona com atletas saudáveis. Minha experiência não sustenta essa afirmação; em seis anos de futebol profissional e de nível olímpico, nossos atletas não apresenta- ram lesão no ligamento cruzado anterior (LCA). Isso é obviamente um orgamento baseado em evidên- cias, porém poderoso. Os conceitos descritos no contínuo funcional podem ser aplicados a qualquer região do corpo. Para usar um clichê bastante conhecido: pense fora da caixinha. Não faça o que sempre fez. Não faça o que todo mundo faz. Não copie halterofilistas nem levantadores de peso; eles treinam para seus es- portes, não para os nossos. Muitos dos conceitos do halterofilismo ou levantamento de peso olímpi- co podem ser aplicados em programas de fortaleci- Boyle_01.indd 6Boyle_01.indd 6 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 7 mento sólidos, mas, lembre-se, esses esportes são diferentes, pois em nossas outras atividades poucas vezes temos os dois pés em contato com o solo. Não é preciso retirar exercícios como agachamento ou levantamento terra de seu programa, mas, em vez disso, complemente-os com exercícios de assistên- cia mais elevados dentro do contínuo funcional. Este livro vai fornecer exemplos de exercícios e programas, mas para lhe dar a ideia básica do con- teúdo: • No lugar da cadeira extensora, use agachamen- tos com base alternada ou outra variação de agachamento unilateral. Agachamentos com base alternada incorporam equilíbrio, flexibi- lidade e força em uma perna só. • No lugar da mesa flexora use levantamento terra unilateral com perna estendida. Os músculos do jarrete são mais extensores do quadril do que flexores do joelho. De fato, o jarrete é, na verda- de, um resistor à extensão da perna na corrida. A mesa flexora não oferece força real útil. • No lugar do banco de supino com halteres, ten- te o supino com halteres alternado, em que o cliente deve estabilizar os halteres no alto. Isso vai desenvolver a força do core, a estabili- dade do ombro e a força unilateral. Ao escolher os exercícios, pergunte a si mesmo por que cada um deles está no programa. Se a razão for porque todo mundo faz ou porque esse é o jeito que você sempre fez, pense novamente. A funcionalidade de um exercício deve ser um fator-chave na escolha dos exercícios para o desen- volvimento atlético. Os exercícios funcionais são, por definição, específicos para um esporte ou ativi- dade. A progressão dos exercícios com duas pernas para exercícios em uma perna só é importante para a maioria dos esportes com base no solo. Puxar e empurrar na região superior do corpo Na maioria dos programas de treinamento de força, movimentos de puxar como à barra fixa em pega- da supinada e remadas ainda recebem pouca ênfa- se. No lugar deles, a maioria dos treinadores soli- cita que seus atletas e clientes façam puxadas em polias altas para os músculos da parte superior da coluna sob a premissa equivocada de que isso é su- ficiente. Além disso, muitos programas ignoram os movimentos de remada. Esse tipo de programa leva ao superdesenvolvimento dos músculos que podem causar problemas de postura e, as vezes, lesões no ombro. Um programa bem elaborado para a região su- perior do corpo deve incluir uma razão proporcional entre as séries de puxar horizontal e verticalmente e os exercícios de empurrar deitado e acima da cabe- ça. Deve haver, pelo menos, uma série de exercício de puxar para cada série de exercício de empurrar. A proporção inadequada entre puxar e empurrar leva ao superdesenvolvimento do peitoral e subde- senvolvimento dos músculos que fazem retração da escápula, além de predispor os atletas a lesões por uso excessivo no ombro, especialmente tendinose de manguito rotador. A incidência de tendinose do manguito rotador entre atletas que fazem uma grande quantidade de exercícios de supino reto e de variações no banco de supino é extremamente alta. Muitos levantado- res de peso aceitam a dor no ombro como parte do esporte, da mesma forma que os nadadores e joga- dores de tênis. A realidade é que, com um programa balanceado, poucos atletas apresentam dor anterior no ombro. A dor anterior no ombro não é decorrente do exercício feito no banco de supino propriamente dito, mas provavelmente da falta de proporção apro- priada com os movimentos de puxar. O verdadeiro segredo é que o atleta tenha uma boa proporção entre as forças de puxar e de empur- rar. Podemos estimar isso melhor, comparando a quantidade máxima de repetições na barra fixa com pegada pronada de um atleta à carga máxima no banco supino. Devemos considerar o peso corporal, mas um atleta capaz de empurrar no banco supino uma carga bem acima do seu peso corporal também deve ser capaz de puxar seu peso corporal, indepen- dente do tamanho. Por exemplo, um atleta masculino de 90 kg que consegue levantar 135 kg no banco de supino deve ser capaz de realizar 12 a 15 repetições na barra fixa supinada, e um atleta masculino de 135 kg que con- segue levantar 180 kg no banco de supino deve ser capaz de fazer 5 a 8 repetições. Realmente, as mulheres podem se sair melhor na proporção entre banco supino e barra fixa supi- nada. Encontramos atletas femininas capazes de le- vantar seu peso corporal no banco supino e de reali- zar 5 a 10 repetições na barra fixa supinada. Boyle_01.indd 7Boyle_01.indd 7 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 8 MICHAEL BOYLE Movimentos de puxar na vertical Um programa de força bem elaborado deve incluir, pelo menos, três séries de duas variações de barra fixa supinada por semana, bem como o mínimo de três séries de dois movimentos de remada por se- mana. Ou o tipo específico de puxar vertical e hori- zontalmente, ou a número de repetições deve mu- dar a cada três semanas; em alguns casos, os dois devem mudar. Puxar na vertical: Barra fixa com pegada supinada. Um ponto importante é não se deixar cair na ar- madilha de adicionar a seu programa exercícios na barra fixa supinada e não os treinar como exercício de força. Os movimentos de puxar vertical devem ser alternados com os movimentos de empurrar ho- rizontal tal como o banco supino. Se você está fazendo séries de três no banco su- pino, faça séries de três nos movimentos de puxar vertical. Se está fazendo pirâmide, faça como o pu- xar vertical. Os atletas masculinos ganham força cervical posterior com muita rapidez com esse tipo de pro- grama. Não é incomum que os homens consigam cinco repetições na barra fixa supinada com uma placa de 20 kg fixada a uma cinta e que atletas fe- mininas façam séries de três repetições na barra fixa supinada com 2,5 a 11 kg. Trate o puxar vertical como um exercício de for- ça e verá grandes aumentos de força e, o mais im- portante, diminuição das dores no ombro. Movimentos de puxar na horizontal Os movimentos de puxar na horizontal são essen- ciais por duas razões: • A adição de movimentos de remada ao pro- grama ajuda na prevenção de lesões. • Os exercícios de remada são o verdadeiro exercício antagonista quando realizados no banco supino. Embora os praticados na bar- ra fixa supinada e suas variações sejam im- portantes, os movimentos de remada visam especificamente aos músculos e padrões de movimento que se opõem de maneira direta àqueles treinados no banco supino. Independente da importância, as remadas são omitidas, principalmente, dos programas de força. Os movimentos de remada são uma área do treina- mento funcional submetida à grandes mudanças. Avanços recentes no treinamento atlético e na fi- sioterapia* mostraram que o corpo está ligado tanto anterior quanto posteriormente em padrão diago- nal. A força é transmitida do chão pela perna até o quadril, via bíceps femoral e glúteo máximo. Depois disso, a força é transferida pela articulação sacro- ilíaca para o grande dorsal oposto. A chave desse sistema de ligação cruzada está, não apenas na estabilização do quadril, como no engajamento dos músculos usados no padrão motor adequado. Por essa razão, todos os movimentos de rema- da, exceto a remada invertida e a remada rotacional, são realizados com apenas um pé em contato com o solo. Com um pé no solo e a carga na mão oposta, o atleta precisa empregar o bíceps femoral e o glúteo * N. de R. T.: Trilhos anatômicos. Boyle_01.indd 8Boyle_01.indd 8 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 9 para transferir a força do solo via estabilizadores da pelve e rotadores do quadril. Os grupos de rotadores do quadril e de estabi- lizadores da pelve possuem importância particular, pois toda a força transferida do solo precisa passar pelo quadril estável para ser levada de maneira ade- quada à região superior do corpo. Até bem recentemente, o grupo de rotadores do quadril era efetivamente ignorado. Os rotadores do quadril são o “manguito rotador” da região inferior do corpo, mas não recebem a mesma atenção que os músculos do manguito rotador do braço. Toda força que se origina do solo, seja um balanço do gol- fe ou home run do beisebol, precisa ser transferida por meio de um grupo de rotadores do quadril es- tável, forte e flexível. Os rotadores do quadril pre- cisam receber atenção especial na hora de elaborar um programa. Bem mais a frente no livro seremos mais es- pecíficos, contudo, em primeiro lugar, precisamos abordar aquilo que considero a maior mudança na filosofia do treinamento dos últimos anos, a estabi- lidade articular e a mobilidade articular como foco do treinamento. Boyle_01.indd 9Boyle_01.indd 9 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Boyle_01.indd 10Boyle_01.indd 10 28/07/14 14:4928/07/14 14:49 Esta página foi deixada em branco intencionalmente. 2 MOBILIDADE E FLEXIBILIDADE A abordagem articulação por articulação Análise do movimento Análise do movimento funcional Avaliação da força, da flexibilidade e da mobilidade Agachamento simples Exercícios de mobilidade Rolo de espuma Rolamento versus massagem Alongamento estático Músculos encurtados Alongamento isolado ativo Boyle_02.indd 11Boyle_02.indd 11 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 Boyle_02.indd 12Boyle_02.indd 12 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 Esta página foi deixada em branco intencionalmente. AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 13 A ABORDAGEM ARTICULAÇÃO POR ARTICULAÇÃO Se você ainda não está familiarizado com a teoria articulação por articulação, esteja preparado para dar um salto quântico no seu processo de pensa- mento. Meu grande amigo, o fisioterapeuta Gray Cook, tem o dom de simplificar assuntos complexos. Em uma conversa acerca do efeito do treinamento sobre o corpo, Gray teve uma das ideias mais lúci- das que já ouvi. Estávamos discutindo os achados da sua Análise Funcional do Movimento (FMS, do inglês Functional Movement Screen), as necessidades das diferentes articulações do corpo e como a função das articula- ções se relaciona com o treinamento. Uma das be- lezas da FMS é o fato de distinguir entre questões de estabilidade e aquelas de mobilidade; as ideias de Gray me levaram a perceber que o futuro do trei- namento pode ser uma abordagem articulação por articulação, e não baseada no movimento. A análise do corpo de Cook é direta. Em sua ca- beça, o corpo é apenas uma pilha de articulações. Cada articulação ou série de articulações tem uma função específica e está propensa a níveis previsí- veis de disfunção. Em consequência disso, cada ar- ticulação possui necessidades de treinamento par- ticulares. Essa ideia de articulação por articulação real- mente ganhou vida própria, uma idéia que eu cer- tamente nunca cogitei. Parece que todo mundo está familiarizado com ela; virou algo comum pessoas com conhecimento se referirem a Gray Cook ou a mim como aqueles que desenvolveram a ideia. A Tabela a seguir observa o corpo articulação por articulação de baixo para cima. O primeiro aspecto a ser observado é que as ar- ticulações se alternam entre mobilidade e estabili- dade. O tornozelo precisa de mais mobilidade e o joelho de mais estabilidade. Conforme vamos subin- do, torna-se aparente que o quadril precisa de mo- bilidade. E, assim, o processo vai subindo na cadeia – uma série de articulações alternadas, básica. Nos últimos 20 anos, fomos da abordagem de treinamento da parte corporal para uma abordagem mais inteligente de treinamento pelo padrão de mo- vimento. De fato, a frase “movimentos e não múscu- los” passou a ser usada em demasia e, francamente, isso é progresso. A maioria dos bons profissionais desistiu do antigo método peito-ombro-tríceps e passou a usar programas de puxar-empurrar, exten- são do quadril e extensão do joelho. Articulação Necessidades primárias Tornozelo Mobilidade (Sagital) Joelho Estabilidade Quadril Mobilidade (Multi-planar) Região lombar Estabilidade Região torácica Mobilidade Escápula Estabilidade Clero umeral Mobilidade Continuando, a filosofia movimento e não mús- culos provavelmente deveria ter ido um passo à frente. As lesões se relacionam intimamente com a função adequada da articulação, ou, mais apropria- damente, à disfunção articular. Em geral, os proble- mas em uma determinada articulação se revelam na forma de dor na articulação acima ou abaixo. A primeira ilustração é na coluna lombar. Está cla- ro que precisamos de estabilidade do core e também está óbvio que muitas pessoas sofrem de lombalgia. A parte intrigante está na teoria por trás da lombalgia. A nova teoria da causa: perda da mobilidade do quadril. A perda da função da articulação abaixo – no caso da coluna lombar, os quadris – parece afetar a articulação local e as articulações acima. Em outras palavras, se os quadris não conseguem se mover, a coluna lombar irá. O problema é que os quadris são designados para mobilidade e a coluna lombar para estabilidade. Quando a articulação que era para ser móvel se torna imóvel, a articulação estável é força- da a se movimentar em compensação, se tornando menos estável e, subsequentemente, dolorosa. O processo é simples • Perca mobilidade de tornozelo e ganhe dor no joelho • Perca mobilidade de quadril e ganhe uma lombalgia • Perca mobilidade torácica e ganhe dor na cer- vical e no ombro ou lombalgia Boyle_02.indd 13Boyle_02.indd 13 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 14 MICHAEL BOYLE Ao olhar para o corpo articulação por articula- ção, começando no tornozelo, isso faz sentido. O tornozelo é uma articulação que deve ser mó- vel e, quando se torna imóvel, o joelho, uma articu- lação que deve ser estável, passa a ser instável; o quadril é uma articulação que deve ser móvel e se torna imóvel e assim ocorre corpo acima. A coluna lombar deve ser estável; se torna móvel e assim por diante, cadeia acima. Agora, leve essa ideia um passo à frente: qual é a perda primária que ocorre perante uma lesão ou falta de uso? Os tornozelos perdem mobilidade; os joelhos perdem estabilidade; os quadris perdem mobilidade. Você precisa ensinar a seus clientes que essas articulações possuem mobilidade ou estabi- lidade específica necessária e que, quando não as usamos ou usamos de maneira inadequada, essa imobilidade, certamente, causará um problema em outro lugar do corpo. Se alguém vem até você com um problema de mobilidade do quadril – se perdeu a mobilidade do quadril – em geral, a queixa é uma lombalgia. Ele (minha editora diz que posso usar o pronome gené- rico “ele” em vez de distinguir ele ou ela por todo o livro; espero que ela esteja certa) não virá até você se queixando de um problema no quadril. É por isso que sugerimos olhar as articulações acima e abaixo; normalmente, o conserto consiste em aumentar a mobilidade de uma articulação adjacente. Esses são os resultados da disfunção articular: baixa mobilidade do tornozelo é igual à dor no joe- lho; baixa mobilidade do quadril é igual à lombalgia; baixa mobilidade da coluna torácica, dor cervical. Um tornozelo imóvel faz o estresse de aterrissar ser transferido para a articulação acima, o joelho. De fato, existe uma conexão direta entre a rigidez do calçado de basquete e a quantidade de taping e suportes que se correlacionam com a alta incidên- cia de síndrome femoropatelar em jogadores de bas- quete. Nosso desejo de proteger o tornozelo instável veio com um alto custo. Constatamos que muitos dos nossos atletas com dor no joelho apresentavam problemas correspondentes de mobilidade no torno- zelo. Muitas vezes, isso acompanhava uma entorse de tornozelo e uso subsequente de suportes e taping. A exceção à regra parece ser no quadril. O qua- dril pode ser tanto imóvel quanto instável, resultan- do em dor no joelho decorrente da instabilidade – um quadril fraco vai permitir a rotação interna e adução do fêmur – ou lombalgia resultante da imobilidade. Como uma articulação pode ser tanto imóvel e instável essa é uma questão interessante. A fraqueza do quadril na flexão ou extensão promove uma ação compensatória na coluna lom- bar, enquanto a fraqueza de abdução ou, mais pre- cisamente, prevenção da adução, causa estresse no joelho. Pouca ativação ou fraqueza de psoas e ilíaco produz padrões de flexão lombar em substituição à flexão do quadril. Pouca força ou baixa ativação dos glúteos causa um padrão de extensão compensató- rio da coluna lombar para substituir o movimento de extensão do quadril. Isso alimenta um ciclo vicioso. Conforme a colu- na se movimenta para compensar a falta de força e a mobilidade do quadril, o quadril perde mais mobi- lidade. A falta de força no quadril leva à imobilida- de, a qual, por sua vez, promove o movimento com- pensatório da coluna. O resultado final é um tipo de dilema, uma articulação que precisa tanto de força quanto de mobilidade em múltiplos planos. Seus atletas e clientes precisam aprender a se mover a partir dos quadris e não da coluna lombar. A maioria dos atletas com lombalgia ou distensões dos músculos do jarrete apresenta mecânica lombopélvi- ca ou do quadril inadequada e, como consequência, precisa estender ou flexionar a coluna lombar para fazer o movimento não realizado pelo quadril. A coluna lombar é ainda mais interessante. Cla- ramente, é uma série de articulações com neces- sidade de estabilidade, conforme evidenciado por todas as pesquisas na área de estabilidade do core. O maior erro que cometemos no treinamento nos últimos 10 anos é a tentativa de aumentar a ampli- tude ativa e estática de movimento de uma área que requer estabilidade. A maioria, senão todos, dos muitos exercícios rotatórios feitos para a coluna lombar foi direciona- da erradamente. A fisioterapeuta Shirley Sahrmann em Diagnosis and Treatment of Movement Impairment Syndromes e James Porterfield e Carl DeRosa em Mechanical Low Back Pain: Perspectives in Functio- nal Anatomy indicam que a tentativa de aumentar a amplitude de movimento da coluna lombar não é recomendada e potencialmente perigosa. Nossa fal- ta de compreensão da mobilidade torácica fez com que tentássemos ganhar amplitude de movimento (ADM) de rotação lombar e esse era um grande erro. A coluna torácica é a área que menos conhece- mos. Muitos fisioterapeutas recomendam aumentar Boyle_02.indd 14Boyle_02.indd 14 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 15 a mobilidade torácica, ainda que poucos tenham exercícios designados de maneira específica para isso. A abordagem parece ser: “sabemos que você precisa disso, mas não temos certeza de como conseguir”. Ao longo dos próximos anos, veremos um crescimento de exercícios elaborados para au- mentar a mobilidade torácica. Uma líder no campo, Sahrmann foi uma das primeiras a apoiar o desen- volvimento da mobilidade torácica e a limitação da mobilidade lombar. A articulação glenoumeral é similar ao quadril, designada para mobilidade e, portanto, precisa ser treinada para estabilidade. A necessidade de estabi- lidade da articulação genoumeral é um grande caso para exercícios como bola suíça e flexão de braço no bosu, bem como trabalho unilateral com halteres. O livro Ultraprevention, um livro de nutrição dos autores Mark Hyman e Mark Liponis, descreve nosso método atual de reação à lesão perfeitamente. Sua analogia é simples: nossa resposta à lesão é como escutar o disparo do detector de fumaça e correr para remover a bateria. A dor, assim como o som, é o alarme de algum outro problema. Colocar gelo em um joelho dolorido sem examinar o tornozelo ou o quadril é como remover a bateria do detector de fumaça. O alívio é de curta duração. Todos os dias eu aprendo mais e mais sobre o corpo. O que aprendo me permite ser um treina- dor melhor. Muitas vezes, o que aprendo contradiz aquilo que acreditava antes, podendo haver alguns desses reveses entre este livro e seu predecessor. ANÁLISE DO MOVIMENTO Minha recomendação a todos os preparadores e personal trainers é apreender a Análise Funcional do Movimento (FMS do inglês, Functional Movement Screening) de Gray Cook e Lee Burton e fazer com um grupo de atletas esse exame. Garanto que en- contrarão coisas que não seriam encontradas obser- vando o movimento. A razão para isso é o motivo pelo qual precisamos ser cuidadosos com todos os aspectos do treinamento funcional. Na minha expe- riência, quanto melhor o atleta, melhor a compensa- ção. Atletas de elite sempre encontram uma forma de desempenhar uma habilidade e fazer parecer fá- cil. Os alertas não desaparecem, apenas são escon- didos. A única maneira de analisar o movimento de um atleta de elite é acalmá-lo e observar posturas está- ticas, amplitudes de movimento ativo e estabilida- de. Os sinais de alerta se escondem até se tornarem uma lesão real. Em seguida, somos forçados a dar assistência e tentar consertar o que agora está em colapso. A abordagem de muitos especialistas em força e condicionamento é a de que se não está em colapso, não deve-se mexer. Em outras palavras, es- pere até que entre em colapso e depois peça a um fisioterapeuta para consertar. Com uma ferramenta como a FMS, conseguimos fechar algumas portas do estábulo antes que os cavalos fujam. Um preparador ou personal trainer que traba- lhe com uma ampla variedade de atletas e clientes, como a maioria faz, pode usar esse simples siste- ma de análise. O segredo para a compreensão e uso dessa análise está em perceber que consiste apenas no que o nome implica. É uma análise. É uma ferra- menta básica para observar padrões de movimento e desequilíbrios bilaterais. Não tem a intenção de ser um sistema de elaboração de programa. A FMS é uma ótima maneira de começar um programa, pois a FMS e seus resultados criam uma ligação imediata entre o cliente e o professor ou atleta e preparador. Mesmo que o programa não seja individualizado em alguma forma, o atleta ou o cliente percebe que suas questões particulares estão sendo abordadas. USO DA ANÁLISE FUNCIONAL DO MOVIMENTO A Análise Funcional do Movimento (FMS) foi desen- volvida por Cook e Burton como um sistema sim- ples de exame do potencial de lesão tanto de atletas quanto de não atletas. A pergunta mais comum que me é feita em relação à FMS é se eu a uso em nossas equipes. A resposta é sim, mas provavelmente não da forma que você pensa. Para entender por que usamos a análise, precisa- mos começar com o porquê gosto de Gray Cook: ele me ajuda a alcançar meus objetivos. Quero meus atle- tas melhores. As ideias de Gray me ajudam com isso. Boyle_02.indd 15Boyle_02.indd 15 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 16 MICHAEL BOYLE Não tenho interesse financeiro na FMS ou em qualquer negócio de Gray. Em vez disso, devo ser um dos seus maiores entusiastas e seu maior ven- dedor. O que esse processo realmente trata é de resul- tados e práticas melhores. Como posso conseguir melhores resultados para meus atletas? Se meus atletas atingem seus objetivos, se minhas equipes vencem, se meus clientes não apresentam dores, tudo está certo no meu mundo do treinamento. A recomendação de Gray para um indivíduo é clara: ataque o pior padrão. O processo é simples. Faça a avaliação, observe os resultados e trabalhe os padrões dos problemas. Com as equipes, fazemos a mesma coisa. Minha equipe e eu temos usado a FMS em atletas o sufi- ciente para perceber tendências que cruzam uma ampla variedade esportiva. No hóquei, o padrão da flexão do quadril testado no passo sobre barreira tende a ser o problema mais importante. Por isso, elaboramos grande parte do nosso aquecimento e trabalho pré-habilitação para abordar o padrão de flexão do quadril. Outro padrão fraco no teste dos nossos jogadores de hóquei foi estabilidade rotacional. Isso quer dizer que precisamos incrementar nosso trabalho do core. Além disso, realizamos a FMS em qualquer atle- ta lesado que chega em nossa instituição e em todos os nossos clientes de personal training. PERDA DO CONTROLE DO PROGRAMA Uma área com a qual muitos preparadores físicos se preocupam é a perda do controle dos seus progra- mas. Isso nunca acontecerá, a não ser que você per- mita. O programa é seu. Eu não executo o programa de Cook e você também não precisa. Não concordo com Gray em tudo. De fato, usamos poucas estraté- gias corretivas de Gray, uma vez que não as acha- mos legais para se trabalhar em grupo. No entanto, isso não quer dizer que não posso usar a análise ou as informações obtidas dela para me ajudar a me- lhorar o programa. A verdade é que quanto mais en- tendo, mais adiciono. A verdadeira questão é: Gray Cook e a FMS possuem a capacidade de nos tornar melhores em nossos trabalhos e nos ajudar a melhorar nossos atletas? Para mim, eu sei exatamente que sim. Tudo aquilo que aprendi com Gray foi inestimável para a minha evolução como preparador. Preparadores físicos da National Football League (NFL) como Jon Torine e Jeff Fish desenvolveram es- tratégias grupais de correção que eles gostam. Eu também, mas ainda uso meus exercícios de corre- ção favoritos como um aquecimento geral da equipe. Não há malefícios para um atleta que faz exercícios corretivos extras mesmo que isso não se aplique às suas necessidades. Uma solução que Gray tem defendido é o uso do levantamento turco ou partes dele como estratégia corretiva de grupo. Se você analisar o levantamento, verá estabilidade escapular, estabilidade do core e mobilidade do quadril, bem como padrões de perna unilateral. Gray percebeu que equipes atléticas, grupos mi- litares e outros que quisessem usar a FMS se senti- riam limitados por algumas das sugestões correti- vas. Sua solução foi o projeto chamado Kettlebells from the Ground Up chamado The Kalos Shenos – pa- lavras gregas que constituem nossa palavra caliste- nia. O projeto consiste em dois DVDs e um manual que revê os movimentos por trás do levantamento com kettlebell ou levantamento turco. O levantamento envolve 14 movimentos de cima para baixo. Possui uma alta demanda neural e desafia tanto a mobilidade quanto a estabilidade. No manual, cada etapa tem sugestões corretivas. O levantamento apresenta um componente direita- -esquerda, o qual se adequa à exposição de assi- metria, um componente fundamental da FMS. Além disso, cada parte dos levantamentos usa um ou dois padrões da FMS. O preparador físico familiarizado com a FMS verá muitas opções para aquecimento e exercícios corretivos no programa. De três a cinco levanta- mentos para cada lado podem ser uma excelente combinação de aquecimento e correção. Se um le- vantamento completo não é possível para um atleta, peça ao atleta para fazer três circuitos do exercício corretivo sugerido no segmento do problema do le- vantamento. Cook afirma “se você não faz nada que a FMS sugeriu, mas deixou os levantamentos captu- rarem o problema e trabalhou as partes difíceis do Boyle_02.indd 16Boyle_02.indd 16 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 17 levantamento, você testemunhará uma grande me- lhora na FMS”. ANÁLISE OU VENDA Pare de pensar na FMS como uma avaliação e co- mece a pensar nela como a melhor ferramenta que você tem para vender aos atletas o seu programa. A FMS pode não mudar o que você faz, mas altera a forma como seus atletas percebem o que você faz. Os resultados da FMS reforçam os bons conceitos de elaboração do programa, pois um programa bem elaborado produz boas pontuações na FMS. O grupo Mike Boyle Strength and Conditioning (MBSC) foi um dos primeiros grupos a usar a Análise Funcional do Movimento depois de Gray vir a Boston e nos ensinar em 2002. Na época, observamos algo importante: todos os nossos preparadores pontua- ram muito alto. Na época, eram todos atletas antigos do MBSC que passaram anos praticando nossos pro- gramas e os resultados foram claros... o que fizemos funcionou. Um programa de exercícios funcionais com muito trabalho de perna unilateral e um traba- lho intenso do core produziu excelentes pontuações. Depois disso, começamos a analisar grupos de atletas normais, atletas que praticavam treino com aparelhos e bilateral convencional. Os resultados fo- ram o oposto. A disfunção estava em toda a parte. O resultado? As pontuações dos nossos preparadores foi um reforço para eles mesmos de que o programa que eles acreditavam produziu resultados superio- res quando testados de maneira independente. E as pontuações e incapacidades óbvias demonstradas pelos outros reforçaram o que estava faltando no outro treinamento. É fácil vender treinamento do core para um atle- ta depois de ele se sair mal no teste de estabilidade rotacional do core. Uma vez, ouvi de um atleta pro- fissional que o teste era impossível. Tive que fazê- -lo com sucesso três vezes até convencê-lo de que poderia ser feito. Esse cara não conseguia nem ba- lançar na posição de dois pontos, muito menos mo- vimentar, ainda que estivesse jogando na NFL como recebedor. Após a implementação de uma estratégia corretiva, sua melhora foi rápida e o risco de lesão diminuiu de maneira substancial. INFLUÊNCIA DA ANÁLISE FUNCIONAL DO MOVIMENTO Os conceitos obtidos da Análise Funcional do Mo- vimento reforçaram tudo aquilo que acreditamos e acrescentaram um nível inteiro no processo de pen- samento àquilo que fizemos. O conhecimento adqui- rido de Gray e das análises nos levou a novos níveis. Quando o encontrei pela primeira vez, ele pre- gava a ideia de estabilidade antes da mobilidade. Do ponto de vista do desenvolvimento das progressões dos exercícios, essa foi uma das coisas mais inteli- gentes que já ouvi. Começamos a elaborar todas as progressões de força para desenvolver primeiramen- te estabilidade antes de partir para a mobilidade. Também começamos a planejar todas as nossas progressões do aquecimento para desenvolver mo- bilidade, mas apenas nas articulações chave. Em um sentido, nossa abordagem do treinamento funcional se tornou, de certa forma, antifuncional, usando nos- sa abordagem articulação por articulação para simul- taneamente buscar a estabilidade em algumas áreas como joelhos e coluna lombar, e mobilidade em ou- tras, como tornozelos, quadris e coluna torácica. Ao mesmo tempo, Gray continuou a desenvol- ver maneiras de distinguir problemas de mobilida- de e estabilidade. Em termos simples, um problema consistente é uma questão de mobilidade. O melhor exemplo é o agachamento; se um atle- ta é incapaz de fazer o agachamento com os braços acima da cabeça, ou qualquer agachamento, mas em posição de supino consegue flexionar os qua- dris acima dos 90° e manter a coluna reta, o atleta possui um problema de estabilidade. A presença de mobilidade em um movimento sem carga acoplado à perda da mobilidade contra a gravidade indica cla- ramente um problema de estabilidade. O inverso seria um verdadeiro problema de mo- bilidade, o que é ilustrado melhor por um atleta que não consegue fazer a posição de agachamento com os braços acima da cabeça ou quando em decúbito dorsal. No primeiro exemplo, o atleta possui toda a amplitude de movimento, porém é incapaz de con- trolar. Na segunda situação, um real problema de mobilidade, o atleta não apresenta a mobilidade ne- cessária para fazer o movimento. A falta de controle leva a uma aparente perda da mobilidade. Boyle_02.indd 17Boyle_02.indd 17 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 18 MICHAEL BOYLE Essa é a essência de como a estabilidade afeta a mobilidade. O corpo não permite o movimento se não consegue controlá-lo. Esse controle é consegui- do pela diminuição da amplitude de movimento. Um problema inconsistente – ADM passivo ade- quado, ADM ativo inadequado – é um problema de es- tabilidade. A falta de ADM consistente é uma questão pura de mobilidade. O ponto-chave é que questões de estabilidade não serão resolvidas com trabalho de mobilidade. Em contraste, o trabalho de mobilidade provavelmente vai aumentar a estabilidade. Desenvolvimento das progressões Ao usar a Análise Funcional do Movimento, pega- mos as informações obtidas e usamos para desen- volver as progressões dos exercícios. Para isso, pre- cisamos pensar sobre os padrões de movimento e usar o conceito de estável para instável. Progressões do movimento ou progressões do exercício A principal diferença está na compreensão dos con- ceitos de mobilidade e estabilidade e como essas ideias se aplicam de maneira diferente às progres- sões do movimento e do exercício. Com relação ao movimento, pense em exercícios de amplitude de movimento ativo sem cargas externas. Em movi- mento, a mobilidade apropriada precisa preceder o desenvolvimento da estabilidade. Para exercícios de força, pense em movimentos aos quais pretendemos acrescentar cargas além do peso corporal. Em progressões de exercício no trei- namento de força, o atleta precisa estar estável antes da adição de movimento como ações multiplanares. Conforme ia aprendendo, a filosofia de Gray evoluía e, hoje, ele usa o seguinte contínuo: Mobilidade antes da estabilidade antes do movi- mento. Os atletas precisam desenvolver a mobilidade apropriada. Quando móveis, eles podem se movi- mentar para as posições para desenvolver estabili- dade. Mobilidade e estabilidade podem, então, ser adicionadas ao movimento. O verdadeiro contínuo é: • Mobilidade: liberdade de movimento em seg- mentos móveis. O termo amplamente inclui e engloba tanto amplitude articular de movimen- to quanto flexibilidade tecidual e muscular. • Estabilidade: habilidade de controlar o movi- mento em um segmento particular na presen- ça de força, tensão, carga e movimento. A estabilidade é constituída de dois níveis pro- gressivos de controle: • Estático: controle isométrico de todas as dire- ções enquanto sob carga ou tensão, como os ombros em um levantamento terra ou os qua- dris em chop ou lift ajoelhado. • Dinâmico: controle da integridade e do alinha- mento articular em uma direção ou plano de movimento particular, enquanto o movimento ou a força é gerado em outra direção ou pla- no de movimento. Exemplos: os quadris no levantamento terra ou agachamento, estímu- lo de extensão sem perder o alinhamento do quadril; cintura escapular no chop e lift, embo- ra o úmero se mova em todos os três planos, a escápula é mantida no terço médio de seu movimento. MOVIMENTO Movimento é o ato combinado de postura e controle na presença de padrões ativos e reativos de manipu- lação, movendo coisas; já a locomoção é mover a si mesmo. Esse é o ponto onde estabilidade dinâmica e mobilidade controlada se juntam aos outros atri- butos do fitness como potência, força, velocidade e resistência. Movimento é igual à função. Gray escreve “nesse contínuo, a mobilidade vem primeiro, pois você não consegue ter controle – es- tabilidade – se não houver liberdade de movimento. Rigidez pode ser confundida com estabilidade quan- do não há liberdade de movimento. A estabilidade estática precede a estabilidade dinâmica. A estabili- dade dinâmica precede o movimento”. O segredo é aprender a seguir padrões. Se qui- sermos controlar o movimento excessivo em um exercício, precisamos inicialmente eliminar as po- tenciais fontes daquele movimento. A ideia de Cook é usar posturas de transição. Em outras palavras, Boyle_02.indd 18Boyle_02.indd 18 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 19 muitas progressões de exercícios de força começam na posição ajoelhada, semiajoelhada ou de avanço. Se o objetivo é que um atleta ou cliente desenvol- va controle ou estabilidade em uma articulação es- pecífica, como a coluna lombar, será mais fácil se eliminar as articulações do joelho e do tornozelo e começar na posição ajoelhada. Cada posição tem benefícios. A ajoelhada com o tronco ereto e os quadris estendidos cria uma grande ênfase no glúteo, uma vez que o músculo não é mais necessário para controlar o joelho, ape- nas o quadril. A posição semiajoelhada, um joelho no solo e o outro para cima, flexiona o quadril e, consequentemente, restringe o movimento na co- luna lombar. Na nossa progressão de exercícios, tendemos a encorajar a posição ajoelhada para nossos atletas como ponto inicial. Em contraste, ficar de pé cria uma quantidade maior de problemas, já que a quan- tidade de articulações a serem controladas é máxi- ma. Sempre progredimos para o ortostatismo como nosso objetivo final, porém, em geral, começamos na posição ajoelhada, semiajoelhado ou de pé com um pé à frente do outro. PADRÃO DIAGONAL Vamos observar o padrão do levantamento diagonal para ilustrar. A progressão do exercício, inicialmen- te, enfatiza a estabilidade e a progressão no sentido de aumentar a mobilidade. Lift estável semiajoelhado É um padrão puxar-empurrar feito com uma barra longa, como a barra de Cook ou Core. O movimen- to acontece principalmente nos ombros e cotovelos, enquanto o core permanece estável. Semiajoelhado sequencial No lift sequencial semiajoelhado, uma rotação de ombro é adicionada e uma corda no tríceps substitui a barra longa. O padrão ainda é claramente puxar- -empurrar, com rotação de ombro. A rotação de ombro é defendida pela fisioterapeuta e educadora Shirley Sahrmann para estimular o movimento na coluna torácica, em vez de na coluna lombar. Chamamos isso de lift sequencial porque é ini- cialmente ensinado como uma ação em três par- tes. O primeiro passo é uma ação de puxar, similar à remada diagonal. O segundo passo é uma ligeira rotação dos ombros. O terceiro consiste em empur- rar diagonal. Isso é ensinado de maneira sequencial para gravar a ação puxar-rodar-empurrar. É impor- tante observar que um pouco de mobilidade foi adi- cionado na coluna torácica por meio da rotação do ombro. Lift de pé O terceiro exercício na progressão é o lift de pé. Agora, o lift de pé adquire uma ação squat-to-press* diagonal. O exercício vai da ação de certa forma me- cânica do lift sequencial para um movimento muito mais fluido tal como um levantamento olímpico. O pensamento é o padrão de empurrar-puxar que foi adequadamente impresso e o controle do core es- tabelecido. A chave, mais uma vez, é mobilidade adicionada aos quadris e joelhos conforme se torna- vam uma parte da ação. Step-up lift O último estágio da progressão é adicionar uma di- mensão unilateral. A ação em uma perna só acres- centa um componente de estabilidade pélvica adi- cional. A progressão vai de um exercício de estabilida- de do core para um exercício dinâmico de potência total do corpo em uma perna só. Aí está a beleza de usar as informações obtidas de Gray Cook e da Análise Funcional do Movimento para desenvol- ver progressões de exercícios. A ideia não é mais consertar questões individuais com a FMS, mas sim trabalhar de modo global para desenvolver pro- gressões mais bem integradas para estabilidade rotacional. Cook defende os chops e lifts** como excelentes exercícios para corrigir assimetrias e para melhorar a estabilidade. Nosso trabalho como preparadores é desenvolver progressões a partir dessas ideias. *N. de R. T.: Agachamento com pressão na diagonal. **N. de R. T.: ‘‘Chops e lifts’’ são movimentos executados em padrão diagonal em uma polia. Chops são movimentos de cima para baixo e lifts de baixo para cima. Boyle_02.indd 19Boyle_02.indd 19 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 20 MICHAEL BOYLE ADIÇÃO DE FORÇA NA DISFUNÇÃO Outra área para a qual os pensamentos de Cook nos oferecem percepções é a da seleção de exercí- cio. Com frequência, Gray diz “não adicione força à disfunção”. O que ele quer dizer, no sentido mais simples, é que se você não consegue agachar, não o faça. Um atleta ou cliente que não consegue reali- zar o agachamento com os braços acima da cabeça até a pontuação mínima de dois na análise FMS não deve agachar. Essencialmente, se permitirmos que ele faça agachamentos, estaremos, simplesmente, acrescentando força à disfunção. Se o cliente possui um padrão de movimento ina- dequado, agora, esse padrão inadequado pode ser demonstrado com carga externa. Esse é um erro co- mum no futebol da escola secundária e universitário e pode ser a raiz da lombalgia de muitos atletas. Um atleta que agacha inadequadamente, frequentemente é encorajado por um bem-intencionado preparador físico a ficar mais forte. Em vez disso, a ênfase inicial deve ser adquirir mobilidade ou aperfeiçoar o padrão do agachamento. Entretanto, poucos preparadores fazem isso, preferindo adicionar força à disfunção. Nossa abordagem atual é inicialmente trabalhar a mobilidade para obter ou desenvolver o padrão do agachamento. A única modificação será elevar os calcanhares para melhorar a posição do atleta. Nos- sa ideia é que se existe uma incapacidade de aga- char baixo, não o faça com carga elevada. Em lugar disso, trabalhamos a mobilidade e ao mesmo tempo trabalhamos a força em perna unilateral. Essa é uma questão da proporção risco-bene- fício. A colocação de carga aos padrões de disfun- ção pode levar à lesão à medida que o corpo tenta manejar o estresse adicional aplicado a um sistema frágil e defeituoso. Gray ilustra isso com a ideia de dificuldade versus benefício. Um exercício pode ser difícil e não ser benéfico. Além disso, o difícil pode, muitas vezes, não ser seguro. O AVANÇO EM LINHA Existe uma pequena área sobre a qual não concordo com Gray: adicionamos um agachamento com uma perna só à nossa versão da Análise Funcional do Movimento. Gray faz um alerta quanto a isso, en- tretanto acrescentamos o agachamento com uma perna só porque acreditamos que os padrões de um movimento unilateral com suporte – agachamento em base alternada ou avanço em linha de Cook – é distintivamente diferente do agachamento com uma perna só. O agachamento com uma perna só é o que classificaríamos de exercício estático sem apoio. As implicações pélvicas do que vemos no agachamen- to com base alternada com relação ao agachamento com uma perna só podem ser bem diferentes, por isso fazemos os dois. Penso que o avanço em linha deve ser renomea- do para agachamento com base alternada. O avanço em linha não é bem um avanço, é um agachamento em base alternada por definição. O agachamento em base alternada é o que chamamos de exercício está- tico. Em outras palavras, o pé não se move. O avanço tem movimento e seria classificado como exercício di- nâmico. O avanço tem um componente de transição. Acredito que Gray pretendia um padrão unilate- ral e o avanço em linha – nosso agachamento com base alternada – faz isso. EXEMPLOS DE ANÁLISE FUNCIONAL DO MOVIMENTO COM EQUIPES A seguir, alguns exemplos dos problemas com equipes encontrados nas análises e como os solu- cionamos. Exemplo do Hóquei Problema: dezoito atletas, dos vinte examinados, re- ceberam pontuação de dois no passo sobre a barrei- ra. Isso obviamente indicou um padrão disfuncional de flexão do quadril e nos levou a observar a função do ilíaco e do psoas. Nossos jogadores atuam em constante flexão do quadril e são inibidos ou inefi- cientes de pé. Solução: trabalhar a flexão do quadril de cima para baixo e de baixo para cima ou como Gray diria, lim- par o padrão. Nesse caso, adicionamos exercícios de ativação da flexão do quadril ao aquecimento e exer- cícios de força de flexão do quadril ao final da prática. Boyle_02.indd 20Boyle_02.indd 20 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 21 Exemplo do Futebol Problema: abundância de pontuação dois no aga- chamento com os braços acima da cabeça em um possível três. Nosso problema pareceu se resolver com mobilidade do tornozelo. Solução: adicione exercícios de mobilidade do tornozelo e do quadril ao aquecimento. Esses são dois exemplos de problemas simples com soluções fáceis. A beleza do sistema FMS é que não analisamos em excesso, apenas atacamos o pa- drão do problema. ESTUDO DE CASOS A seguir, três exemplos distintos de como os resul- tados da Análise Funcional do Movimento levaram a soluções que modificaram a carreira de atletas pro- fissionais. Nos três casos, os atletas tiveram lesões que outros profissionais da medicina esportiva tive- ram dificuldades de explicar. Estiramento de oblíquo de um jogador armador da NBA Achado da FMS – zero no avanço em linha da perna direita A pontuação zero é empregada quando o atleta não consegue fazer o movimento sem dor e, obviamen- te, é um importante sinal de alerta. Nesse caso, o atleta era incapaz de flexionar o retropé esquerdo de maneira adequada para realizar um avanço em li- nha com a perna direita. Quando questionado sobre o problema, o atleta revelou um grave caso de turf toe, uma entorse do hálux, que ele não tinha men- cionado antes, já que achava que não tinha relação com seu problema no abdome. A história do turf toe era importante, já que o atleta também alterou o padrão de marcha em con- sequência do dedo dolorido. A alteração consistiu em deambular com a parte externa do pé e com o quadril rodado externamente. O resultado final foi uma perda significativa de mobilidade do quadril ao longo de um período de tempo. A falta de mobilidade do quadril empregou grande estresse na musculatura do core e resultou no estiramento do oblíquo. Quadril rodados externamen- te reduzem a mobilidade para o movimento de rota- ção. Os movimentos de rotação que deveriam ocorrer no quadril estão agora aplicando tensão excessiva no core, resultando, eventualmente, em um estiramento do oblíquo. Sem fazer a análise, nunca teríamos des- coberto o turf toe ou a alteração no padrão de marcha. A análise nos levou direto ao problema. Estiramento crônico do jarrete em um wide receiver da NFL Achado da FMS – pontuação um em estabilidade rotacional e três em mobilidade rotacional Esse atleta se encontrava em uma potencial situa- ção de final da carreira após ter estiramentos do jar- rete* nas duas últimas temporadas, resultando em perda significativa de tempo de jogo. A atual análise da FMS não contém o antigo tes- te de mobilidade rotatória, no entanto, muitas vezes eu faço o teste quando tenho um indivíduo que se queixa de dor na coluna. A combinação de pouca estabilidade rotatória e excessiva mobilidade rota- tória é a perfeita combinação para dor na coluna. Os atletas que possuem grande mobilidade sem contro- le são os que se encontram sob maior risco. Em conversa posterior com esse atleta, a histó- ria ficou ainda mais interessante. Uma vez na NFL, a atleta parou a maior parte do treinamento de for- ça devido às inúmeras distensões espinais ocorridas com um programa de força convencional do cole- gial. Um atleta como esse nunca deveria ter treinado com carga na coluna. No entanto, descontinuar o treinamento de força não era a resposta e colocou o atleta em situação difícil. Nossa solução foi um programa de força unila- teral com carga espinal mínima para desenvolver os glúteos. As tentativas de reabilitação anteriores se concentraram no jarrete. Entretanto, os problemas no jarrete eram um sintoma de glúteos fracos, e não a causa das distensões. Na ausência de força em glúteo, os músculos do jarrete, não importa o quão fortes, falham toda vez. Esses músculos são um extensor secundário do qua- dril. Esse foi um caso clássico da máxima de Shirley Sahrmann toda vez que um músculo sofre lesão, pro- cure um sinergista fraco. Um programa desenvolvido em torno de agachamentos unilaterais, pontes e fle- *N. de R. T.: Jarrete é outra maneira de designar o terço distal dos isquiotibiais. A região logo acima da fossa poplítea atrás do joelho. Boyle_02.indd 21Boyle_02.indd 21 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 22 MICHAEL BOYLE xão do joelho em superfície deslizante manteve esse atleta no topo da lista dos recebedores da NFL desde que descobrimos e resolvemos o problema. FMS E O PREPARADOR FÍSICO Usar a FMS em equipes é tão simples quanto fazer a análise e observar as tendências. Procure tendências e elabore um programa em equipe que as corrija. O que você precisa fazer é combinar suas ferra- mentas favoritas com os achados da FMS. Observe seus padrões de problema e trabalhe para melhorar- -los no aquecimento ou na prática, ou idealmente em ambos. Os resultados da FMS em cenário de equipe pode não permitir que você ajude cada indi- víduo, mas claramente ajudarão a equipe. Gray Cook resume isso tudo, dizendo: “Alguns preparadores evitam a FMS porque acreditam que vão perder parte da autonomia, pen- sando que precisam se submeter às sugestões e cor- reções da FMS. Eles também devem ficar atentos ao fato de que a FMS vai expor as deficiências em seus programas e sugerir mudanças na elaboração do programa. Nós não gostamos de por em risco a nossa confiança, porém nossa confiança raramente se correlaciona com nosso nível de efetividade. O livro Blunder, Why Smart People Make Bad Decisions de Zachary Shore demonstra como negligenciamos a nossa própria exposição ao feedback objetivo tanto consciente quanto inconscientemente. Este livro é essencial se você é responsável pela programação, ensinamento e análise de dados. Proteja seu cérebro de seu ego! “O papel do preparador físico é manejar os ris- cos, refinar os movimentos funcionais e melhorar o desempenho. A FMS ajuda os dois primeiros pa- péis e influencia o terceiro de maneira indireta. A deficiência do padrão de movimento se correlaciona com risco de lesão e o exame oferece uma visão do movimento em contraste com uma base objetiva e reproduzível. Um preparador físico que evita uma ferramenta como a FMS é como aquele que trabalha com corredores e evita o cronômetro. Se o treina- dor de velocidade não tem medo do cronômetro, um bom treinador de força não deve temer a FMS. “Mike é um grande exemplo. A FMS não mu- dou muito o seu programa, mas reforçou suas boas ideias. Mike produziu bom condicionamento com padrões de movimento respeitáveis. Isso, juntamen- te com grandes treinadores e programas sólidos, provavelmente é o segredo por trás do baixo índice de lesão de Mike. “Não podemos temer as ferramentas objetivas que medem uma variável que, por fim, somos res- ponsáveis por controlar! Você aprenderá de qual- quer forma. Isso vai reforçar seu programa ou ofere- cer o melhor incremento possível”. Gray foi bastante gentil em fornecer algumas re- comendações finais. • Não force o movimento quando a mobilidade e a estabilidade estão comprometidas. • Não continue um programa que não produz padrões de movimento limpos. • Não arrisque sofrer lesões quando é possível analisar as possibilidades de lesão em menos de 10 minutos. • Não tema uma avaliação objetiva de seu tra- balho. • Não deixe que outros achem o seu erro; sem- pre verifique seu trabalho. • Não faça testes de movimento junto com tes- tes de desempenho. Você não verá o elo mais fraco. Conclusão: Não usar a FMS é um grande erro. Vá a um workshop e aprenda. Depois disso, tenho cer- teza de que não será o mesmo profissional e posso jurar que isso é uma coisa boa. AVALIAÇÃO DA FORÇA, DA FLEXIBILIDADE E DA MOBILIDADE Flexibilidade é amplitude de movimento de uma ar- ticulação. Mobilidade é o quão bem a articulação se movimenta. A amplitude de movimento pode ser limitada tanto por inflexibilidade quanto por pouca mobilidade. No tornozelo, isso é um problema especial. A maneira mais fácil de analisar a mobilidade do tor- nozelo com relação à flexibilidade dessa área do Boyle_02.indd 22Boyle_02.indd 22 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 23 corpo é observar a amplitude da dorsiflexão ativa e passiva do atleta. A fim de entender como isso funciona, preci- samos entrar no mundo da avaliação. Mesmo que você não use a análise do movimento, como avalia- ção mínima, o atleta deve realizar um agachamen- to com os braços acima da cabeça. Se o atleta con- segue fazê-lo em posição paralela e com os dedos apontados para a frente, pode-se proceder, segura- mente, para qualquer variação de agachamento. Os atletas que não conseguem agachar com os braços acima da cabeça até a posição com as coxas parale- las ao solo apresentam deficiência em flexibilidade de tornozelo, quadril ou jarrete. A maioria dos atletas consegue fazer o agacha- mento com os braços acima da cabeça até a profun- didade adequada, elevando os calcanhares em uma prancha de 1x4 ou rampa. Se a elevação dos calca- nhares resolve o problema, certamente você pode assumir que a questão está em um dos tornozelos ou nos dois. • A elevação dos calcanhares não danificará o joelho. A ideia de que elevar os calcanhares aumenta o estresse nos joelhos não é respal- dada por qualquer pesquisa científica. • Atletas de esportes de levantamento de peso olímpico e básico usaram calçados com o calcanhar mais alto por décadas. Os calçados de levantamento de peso eram especifica- mente elaborados para elevar ligeiramente o calcanhar. A essa altura, há duas possibilidades, flexibili- dade ou mobilidade de tornozelo. Eu menciono os dois, pois cada vez mais vejo atletas cujo problema não é flexibilidade, mas sim mobilidade. Determinar a diferença é fácil. Coloque o atle- ta em posição sentada com as pernas estendidas numa maca. De maneira passiva, faça dorsiflexão do tornozelo do atleta. Se a amplitude de movi- mento do tornozelo for limitada, mas o atleta não relatar alongamento no gastrocnêmio, o problema é mobilidade e não flexibilidade. Esse atleta vai res- ponder à automobilização do tornozelo, e não ao alongamento. Automobilização do tornozelo Peça ao atleta que fique de pé com os dedos alguns centímetros longe da parede e dorsiflexione o torno- zelo de forma que os calcanhares fiquem em conta- to com o solo e o joelho encoste na parede. Peça-o para repetir 10 vezes de cada lado, mo- vendo gradativamente os dedos para a frente da pa- rede. Preste atenção à simetria; se um joelho não alcança a parede a uma distância que o outro alcan- ça com facilidade, continue trabalhando para levar esse tornozelo ao nível esperado. Não deixe que o atleta trabalhe o tornozelo de maior mobilidade a uma distância maior do que o menos móvel. Omi Iwasaki, diretor de fisioterapia no Athlete’s Performance Los Angeles, foi bastante cortês por fornecer essa técnica. Nós a usamos como parte de nossas tarefas de mobilidade diária, descritas poste- riormente. O AGACHAMENTO SIMPLES Os preparadores devem sempre começar o treina- mento de força da região inferior do corpo ensinando o atleta a fazer agachamentos simples. É preciso que os atletas consigam realizá-los antes que lhes seja permitido usar qualquer tipo de carga externa. É o equivalente de força e condicionamento de andar an- tes de correr. A observação de um atleta realizando um agachamento simples revela informações impor- tantes sobre força, flexibilidade e potencial de lesão. Os atletas que demonstram dificuldades para não deixar que os joelhos passem da linha dos de- dos apresentam deficiência em flexibilidade ou for- ça. A compreensão da importância do agachamen- to com dominância de joelho versus dominância de tornozelo é vital. Quando a maioria dos atletas é instruída a fazer agachamento, suas mentes dizem a seus corpos para abaixar os quadris da maneira mais fácil possível. Para atletas mais fracos, a forma mais fácil é, muitas vezes, aquela que não estressa os músculos fracos, em geral o quadríceps. Não raro, atletas mais fracos ou atletas que estão retornando de lesão tentam abai- xar o centro de gravidade dirigindo, inicialmente, seus joelhos para a frente, além dos dedos, até o limite da amplitude de movimento do tornozelo ser alcançado. Depois disso, somente depois, o movimento começa a ficar centralizado na articulação do joelho. Esse tipo de agachamento com dominância de tornozelo leva à flexão excessiva do joelho a fim de Boyle_02.indd 23Boyle_02.indd 23 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 24 MICHAEL BOYLE alcançar uma posição em que as coxas fiquem pa- ralelas ao solo. Com frequência, os pacientes de reabilitação são instruídos a agachar até o ângulo de 90°. O ângulo do joelho de 90° pode ser alcançado muito antes que o agachamento paralelo seja atingido. Treinadores de força não definem a profundidade do agacha- mento pelo ângulo do joelho, mas sim pela relação paralela do fêmur em relação ao solo, o que muitas vezes resulta em ângulo do joelho superior a 135° se o atleta for um daqueles que agacha com dominân- cia de tornozelo. Esse tipo de agachamento tornozelo dominante é frequentemente visto em atletas com dor no joelho. Ensine seus atletas a fazer agachamentos sim- ples de maneira a minimizar a amplitude de mo- vimento no tornozelo e maximizar a amplitude de movimento no joelho. Uma vez que o atleta domi- na a técnica do agachamento simples, poderá pro- gredir para o agachamento frontal com as mãos livres. Posição do tornozelo e flexão do joelho A mobilidade limitada do tornozelo limita o ângulo no joelho A amplitude excessiva do tornozelo aumenta o ângulo do joelho AGACHAMENTO FRONTAL TOTAL Agachamentos frontais totais são sempre usados em nosso programa. O agachamento total é definido como aquele que a coxa está paralela ao solo. Meio agachamento ou ¼ de agachamento nunca devem ser usados. Ninguém faz meia ou ¼ de rosca para poupar os cotovelos; com os joelhos, não deve ser diferente. Os agachamentos parciais não desenvol- vem totalmente os glúteos, os músculos do jarrete e a lombar. Além disso, os meio agachamentos e ¼ de agachamento oferecem risco mais elevado de lesão lombar devido às cargas mais pesadas usadas nos movimentos parciais. Os atletas com flexibilidade normal conseguem agachar até uma posição em que as coxas fiquem paralelas ao solo sem elevar o calcanhar. Atletas menos flexíveis ou menos móveis podem usar a ele- vação do calcanhar, conforme já discutido antes. Aumentar a força nos movimentos de agacha- mento é o primeiro passo no desenvolvimento da velocidade e no incremento do salto vertical; atingir a amplitude de movimento total no agachamento simples é o primeiro passo no processo de treina- mento de nossos atletas. EXERCÍCIOS DE MOBILIDADE A seguir, veremos oito exercícios essenciais de mo- bilidade para inserir nos aquecimentos. O bom des- ses exercícios é que qualquer um pode realizá-los. Pode ser que nem todos consigam realizá-los bem, mas todos são capazes de fazê-los. Pense nisso: as pessoas que não conseguem fazê-los bem são as que mais precisam deles. Número um Mobilidade da coluna torácica A coluna torácica é uma das áreas menos entendi- das do corpo e, antigamente, era domínio dos fisio- Boyle_02.indd 24Boyle_02.indd 24 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 25 terapeutas. Sue Falsone, diretora de desempenho atlético do Atlhete’s Performance, pode ser a única responsável pela introdução no mundo atlético da necessidade da mobilidade torácica e por mostrar uma maneira simples de desenvolver isso. O importante sobre mobilidade da coluna to- rácica é que quase ninguém tem o suficiente, sen- do difícil encontrar alguém que tenha em excesso. Encorajamos nossos atletas a fazer um trabalho de mobilidade torácica todos os dias. Para fazer nosso exercício de mobilidade toráci- ca primário, tudo o que precisamos é de duas bolas de tênis e um pouco de fita adesiva; cole as duas bolas com fita e trabalhe uma série de exercícios abdominais tradicionais, começando com as bolas na articulação toracolombar. A bola em forma de amendoim repousa sob os eretores e efetivamente fornece uma mobilização anteroposterior das vérte- bras a cada pequeno abdominal. A cabeça deve retornar ao solo após cada su- bida do tronco e as mãos vão para a frente num ângulo de 45°. Fazemos cinco repetições em cada nível e, depois disso, deslizamos para baixo cerca de meia rolagem da bola, trabalhando a partir da articulação toracolombar até o começo da coluna cervical. Não trabalhe nas áreas cervical e lombar, pois são regiões que não precisam de trabalho de mobilidade. Esse exercício é feito primeiro, logo após o uso do rolo de espuma, o qual será descrito mais adian- te, pois o atleta já estará no solo. O resto do trabalho de mobilidade é feito de pé. Número dois Mobilidade de tornozelo Assim como com a mobilidade torácica, é raro en- contrar uma pessoa que não precise de trabalho de mobilidade do tornozelo. Seja para um atleta que já teve uma entorse do tornozelo anterior, seja para uma mulher que usa salto alto todos os dias, a mo- bilidade do tornozelo é o segundo passo no nosso aquecimento. O primeiro segredo para o trabalho do tornozelo é entender que se trata de um exercício de mobilidade e não de flexibilidade, nem de um de alongamento. Peça ao cliente que balance o tornozelo para a frente e para trás, sem manter o alongamento, usan- do a automobilização de tornozelo de Omi Iwasaki discutida na seção anterior. O segundo segredo é observar o calcanhar. É fundamental que o calcanhar fique em contato com o solo. A maioria das pessoas que apresenta restri- ções de mobilidade do tornozelo levanta o tornoze- lo imediatamente. Eu, muitas vezes, seguro o calca- nhar no chão dos iniciantes para que eles percebam o que estou buscando no movimento. O terceiro segredo é fazê-lo em múltiplos pla- nos. Gosto de 15 repetições, fazendo cinco para fora no sentido do dedo mínimo, cinco retos e cinco le- vando o joelho além do hálux. A automobilização do tornozelo envolve um movimento de balanço suave. Ensine o cliente como fazer essa ação de balanço na articulação. Esta é a maneira mais fácil que existe de aumentar a mobili- dade nesta articulação. Nosso trabalho de mobilidade, o qual cons- truímos em nossos aquecimentos, começa no tor- nozelo e vai subindo. Fazemos nosso exercício de balanço do tornozelo no plano sagital, depois seguimos para o de balanço da perna na parede para conseguir a mobilidade do tornozelo no pla- no frontal. Boyle_02.indd 25Boyle_02.indd 25 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 26 MICHAEL BOYLE Número três Pêndulo de pernas O pêndulo de pernas é um exercício interessante. Eu costumava pensar que o pêndulo das pernas era um exercício de mobilidade do quadril e de alongamento dinâmico de adutor. Esta foi uma daquelas ocasiões na qual os fisioterapeutas devem um favor a Gary Gray. O fisioterapeuta Gary Gray descreve o pêndulo de pernas como um ótimo exercício de mobilidade no plano transverso para o tornozelo. Sim... o tor- nozelo. Observe um atleta com pouca mobilidade de tornozelo praticando o pêndulo de perna e verá o pé se movimentar em rotação externa a cada balanço. O segredo do pêndulo de pernas é manter o pé em contato com o solo e levar o movimento rotató- rio para pé e tornozelo. A ação do pêndulo de pernas cria mobilidade no tornozelo no plano transverso. Número quatro, cinco e seis Agachamentos com base alternada, agachamentos laterais e agachamentos rotacionais Esse é um precursor do que muitos chamam de avanço matrix. O avanço matrix é outro conceito de Gary Gray, mas um com um pequeno defeito. Os atletas precisam ter a mobilidade adequada para realizar o avanço matrix e, também, se familiarizar de maneira gradativa com os movimentos para evi- tar a secreção dolorosa posterior ao treino. Para evitar a sensação dolorosa e desenvolver mobilidade, realizamos um matrix estacionário por três semanas antes de passarmos para o avanço matrix. Outro importante aspecto desse exercício estacionário é ideia do treinador de força Dan John. Dan diz “se alguma coisa é importante, faça-o todos os dias”. Podemos fazer um trabalho de perna unila- teral todos os dias, parte para desenvolver mobilida- de e parte para força, e os avanços estacionários se encaixam nesse molde. Boyle_02.indd 26Boyle_02.indd 26 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 27 Os agachamentos em base alternada são pre- cursores do avanço e desenvolvem mobilidade no plano sagital. Os agachamentos laterais são precur- sores estacionários do avanço lateral e desenvol- vem mobilidade no plano frontal. Essa é uma área onde muitas pessoas são restritas. Aqui, o segredo é olhar para os pés. No agachamento lateral, os pés precisam permanecer retos e para a frente. A rota- ção externa é uma compensação. Os agachamentos laterais são um pouco con- traintuitivos. A base mais aberta os torna mais fá- ceis, e não mais difíceis, porém a maioria das pes- soas começa com a base fechada. Tente colocar os pés do cliente um metro ou 1,2 m afastados. Uso as linhas no piso, em geral rolos de 1,2 m, ou a espes- sura da madeira na plataforma como parâmetro. Os agachamentos rotacionais podem ter sido nomeados erroneamente; não são rotacionais de fato, mas sim o precursor apropriado dos avanços rotacionais. Agora, mais uma vez, observe a posição do pé. Os pés se encontram em ângulo reto em re- lação ao outro, em contraste com a posição paralela como no agachamento lateral. Na maioria das vezes, vemos um avanço matrix que, na verdade, é uma série de avanços para a fren- te feita em direções diferentes. Muitos daqueles que pensam que estão fazendo avanços multiplanares estão, na verdade, fazendo avanços panorâmicos; fazem o mesmo avanço olhando em várias direções. O agachamento rotacional prepara o aluno para os avanços rotacionais e continua a abrir o movi- mento frontal e transverso dos quadris. Muitos po- dem reconhecer os agachamentos laterais e rota- cionais como alongamento da região inguinal e, de fato, nada mais são do que a versão dinâmica dos populares alongamentos da parte inguinal. O grande fator limitante da mobilidade do quadril é, muitas vezes, flexibilidade nos músculos versus o movimento das articulações. Deixamos a mobilidade da cápsula do quadril para os terapeutas treinados. Número sete Deslizamentos na parede Tenho que dizer, adoro deslizamentos na parede. Falando em custo-benefício, eles... • Ativam o trapézio inferior, romboide e rotado- res externos • Alongam os peitorais e rotadores internos • Diminuem as contribuições do trapézio superior A articulação glenoumeral precisa ser móvel e a articulação escapulotorácica precisa de estabilidade. Para conseguir os dois, usamos deslizamentos na pa- rede, outro exercício de Sahrman. No deslizamento na parede, nos livramos da elevação, puxamos tudo para baixo e, então, precisamos ser capazes de mover a articulação glenoumeral com uma escápula estável. Essa é realmente a essência de um ombro saudável. Boyle_02.indd 27Boyle_02.indd 27 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 28 MICHAEL BOYLE Use deslizamentos na parede; você ficará mara- vilhado. Muitos dos seus clientes nem serão capazes de permanecer na posição, o que não é incomum. Outra coisa com a qual você pode se surpreender é a assimetria dos ombros. E a terceira surpresa pode ocorrer quando os clientes tentam deslizar acima da cabeça. Muitas pessoas elevam imediatamente o ombro, indicando a dominância de trapézio superior. Os segredos para o deslizamento na parede são: • Escápulas retraídas e deprimidas. • Mãos e punhos planos contra a parede; a par- te dorsal das duas mãos precisa encostar na parede. • Durante o deslizamento para cima, peça ao cliente para pressionar gentilmente a parede com os antebraços. Pare o cliente no ponto de desconforto. O om- bro anterior vai liberar e a amplitude de movimento (ADM) vai aumentar com o passar do tempo. Não permita força. Regressão: deslizamento na parede de frente – os clientes que não conseguem realizar a rotação ex- terna total devem usar o mesmo exercício de frente para a parede. Progressão: peça aos clientes capazes de reali- zar a versão de costas para fazer deslizamentos na parede na posição sentada em estilo de índio com a coluna vertebral contra a parede. Com o cliente mais velho ou sem condiciona- mento, comece com um deslizamento na parede de frente e termine o deslizamento com retração. Os ombros deslizam para cima na parede em um ângu- lo de 45° e, em seguida, a cintura escapular é retraí- da para longe da parede, apertando posteriormente. O deslizamento na parede regular faz que a cin- tura escapular trabalhe próximo de 90°. Quando se muda para a posição de frente, o ângulo é reduzido para entre 30 e 45°. Com a melhora, o nariz do clien- te quase encostará na parede ao realizar o desliza- mento, deslizando os antebraços diretamente para cima na parede. Alguém que não esteja tão bem con- dicionada se encontrará em um ângulo de 45°, com o nariz a 15 ou 20 centímetros, talvez, da parede. Se o o cliente é completamente incapaz de es- tabilizar as escápulas durante os deslizamentos na parede, a ferramenta de regressão é um cinto de vel- cro usado ao redor do tórax. Número oito Faixa elástica em X A faixa elástica em X é um aprimoramento da ori- ginal caminhada com pequenas faixas elásticas, à qual adicionamos um componente para a parte su- perior do corpo. O único problema foi a não retração da escápula por muitas pessoas; em vez disso, elas elevaram os ombros, ativando os músculos erra- dos. O fisioterapeuta Alex McKechnie, que se tornou especialista em reabilitação de hérnias do esporte, usa Theraband para criar o efeito de sling fascial* do corpo. Peguei a ideia emprestada e simplifiquei, cor- tando a faixa elástica de cerca de dois centímetros *N. de R. T.: Refere-se ao efeito de tensão e compreensão combinados criados pela fáscia superficial ao longo dos músculos. Para maiores esclarecimentos consulte Anatomy Trains de Tom Myers. Boyle_02.indd 28Boyle_02.indd 28 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 29 para criar um X grande para ser usado em um ótimo exercício de ativação corporal total. Peça ao cliente para pisar na faixa e segurar as pontas com as mãos, cruzando para criar o X. O cliente, depois disso, dá passos laterais de mesma forma que se faz nas caminhadas com as minifaixas elásticas. A faixa elástica em X ativa o glúteo médio, bem como toda a cadeia posterior, fazendo isso de ma- neira anatomicamente correta, usando a relação diagonal do quadril oposto com o ombro. Tente esses exercícios em seu programa de aquecimento. Seus atletas vão usar cinco ou 10 mi- nutos e, em um curto período de tempo, se sentirão melhores. Quando as pessoas se sentem melhores, o desempenho delas também é melhor. TERAPIA DE TECIDO MOLE O trabalho em tecido mole tem várias nomenclatu- ras. Os fisioterapeutas usam o termo mobilização de tecido mole. Os quiropráticos normalmente utilizam o acrômio ART (do inglês, Active Release Technique) para Técnica de Liberação Ativa. Os massagistas apenas chamam de trabalho tecidual profundo. A mágica está em suas mãos: é tudo pressão aplica- da em tecido para deformá-lo e causar uma reação química. A terapia em tecido mole, para problemas de tendão ou distensões musculares crônicas, é como o treinamento de peso. Na verdade, o tratamento é um estímulo. Efetivamente, o que o terapeuta faz é irritar o tecido para produzir uma resposta quími- ca. As substâncias químicas produzidas são aquelas que começam o processo de cicatrização. Por isso o trabalho em tecido mole é, muitas vezes, doloro- so, podendo doer no dia seguinte, similarmente à dor muscular tardia (DOMS, do inglês Delayed Onset Muscle Soreness). De acordo com o fisioterapeuta Dr. Donnie Strack, a mobilização de tecido mole estimula a for- mação de fibroblastos, o que ajuda a alterar o colá- geno imaturo e randomicamente alinhado do tipo 3, visto na tendinose em colágeno maduro paralelo do tipo 1 mais forte. Em outras palavras, a massagem altera a quali- dade das fibras musculares. Uma grande mudança de atitude para preven- ção e tratamento de lesão tem sido evidenciada pela ciência das técnicas manuais como massa- gem, técnica de ativação muscular (TAM) e ART, as quais podem trabalhar maravilhas em atletas lesio- nados. Parece que o tratamento de lesões está se afas- tando daquele por isocinéticos e eletrônicos para um processo terapêutico mais europeu que se con- centra no cuidado manual do tecido mole. A massagem perdeu aceitação durante o boom da fisioterapia na década de 1980, não porque era ineficaz, mas porque seu custo-benefício não compensava. Com o aumento do uso de modali- dades como ultrassom e estimulação elétrica, os treinadores e terapeutas podiam tratar mais atle- tas de maneira mais rápida. Na Europa, quando se tratava de atleta de elite, como atletismo de alto nível e natação, criou-se um desdém pela aborda- gem baseada em aparelhos e aumentou a afinida- de pela massagem com inspiração europeia. Por fim, o mundo do alto rendimento percebeu a ideia de que a manipulação dos tecidos moles ajuda os atletas tanto a permanecer saudáveis quanto a re- cuperar a saúde com mais rapidez. O sucesso dos fisioterapeutas com a mobiliza- ção de tecido mole e manipulação TAM e a quan- tidade de quiropráticos usando ART claramente colocou o foco de volta ao músculo. TAM é uma téc- nica de tecido mole desenvolvida por Grag Rospkof, usando teste muscular manual, contrações isomé- tricas e trabalho tecidual principalmente na origem e na inserção do músculo. Em teoria, isso ativa o músculo estimulando áreas de maior propriocepção. Eu já fiz isso e funciona. Na elite atlética, a mensagem é ficar melhor e mais saudável, e conseguir um bom terapeuta ma- nual na sua região é fundamental. Algo fundamentalmente diferente agora de quando o original Functional Training for Sports foi escrito é que não havia ênfase em qualidade teci- dual... trabalho tecidual... liberação, alongamento. Não consigo acreditar que não havia referência à flexibilidade estática e nenhuma referência ao rolo de espuma há apenas alguns anos. Não tínhamos o conceito de alteração da densidade tecidual. Boyle_02.indd 29Boyle_02.indd 29 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 30 MICHAEL BOYLE ROLO DE ESPUMA Os rolos de espuma são os massagistas do homem pobre, o trabalho em tecido mole para as massas. Conforme os preparadores físicos e personal trainers observem os atletas de elite atribuírem seu sucesso a várias técnicas de tecido mole, a pergunta óbvia surgiu: como podemos produzir um trabalho de te- cido mole em massa para grandes grupos de atletas a um custo razoável? Uma década atrás, preparadores físicos, treina- dores atléticos e fisioterapeutas olhariam desconfia- dos para um pedaço redondo de espuma de cerca de 90 centímetros. Atualmente, quase toda sala de treinamento atlético e a maioria das salas dos pre- paradores físicos contém vários rolos de espuma de diferentes comprimentos e densidades. O fisioterapeuta Mike Clark tem o crédito da exposição inicial das comunidades atléticas e fisio- terápicas ao rolo de espuma e ao que ele chamou de autoliberação miofascial, outro termo para auto- massagem. Em um dos primeiros manuais de Clark publicados como precursores de seu livro Integrated Training for the New Millenium, ele incluiu algumas fotos de técnicas de autoliberação miofascial usan- do um rolo de espuma. A técnica ilustrada era prati- camente autoexplicativa: pegue um rolo de espuma e use o peso corporal para aplicar pressão nos pon- tos doloridos... um tipo de técnica de autoacupres- são. Essas fotos deram início a uma tendência que hoje é, provavelmente, um negócio multimilionário de fabricação e venda desses rolos de espuma. O rolo de espuma consiste em um pedaço cilín- drico de espuma bem densa. Pense nos macarrões de piscina, apenas um pouco mais denso e maior em diâmetro. Estão disponíveis em inúmeras den- sidades desde uma espuma relativamente mole, li- geiramente mais dura que um macarrão de piscina, a rolos novos de alta densidade com muito mais solidez. A sensação proporcionada pelo rolo e a in- tensidade da automassagem precisam ser apropria- damente geradas de acordo com a idade e o nível de condicionamento do cliente. A recomendação inicial de Clark não foi de uma técnica de automassagem, mas sim um conceito de acupressão. Os atletas ou pacientes são instruídos a usar o rolo para aplicar pressão em áreas sensíveis nos músculos. Dependendo da orientação do tera- peuta, esses pontos são alternadamente descritos como pontos-gatilho, nós ou áreas de maior densi- dade muscular. Independente do nome, aqueles que atuam no campo esportivo e da reabilitação estão familiarizados com os conceitos dos músculos dolo- ridos e com a necessidade da massagem. O uso de rolos de espuma progrediu em mui- tos círculos de uma abordagem do tipo acupressão à automassagem. Hoje, o rolo é usado para apli- car uma espécie de massagem extensa nos grupos musculares longos como a panturrilha, os adutores e o quadríceps e uma pequena força direcionada a áreas como o Tensor da fáscia lata (TFL), rotadores do quadril e glúteo médio. Quando imaginamos um músculo como uma corda com nó, o rolo de espuma é o objeto que de- sata o nó. É o que nos permite criar um comprimen- to tecidual e o que nos permite alongar. Os atletas devem ser instruídos a usar o rolo buscando áreas dolorosas ou pontos-gatilho, mas- sageando essas áreas para diminuir a densidade e a reatividade. Como regra geral, 10 rolagens lentas são feitas em cada posição, embora não existam re- gras para o uso do rolo de espuma. Muitas vezes, os atletas ou clientes são estimulados a simplesmente rolar até que a dor desapareça. Grupo dos glúteos e rotadores do quadril Aqui estão as áreas sutis dos quadris que respon- dem bem ao rolo de espuma e as técnicas que usa- mos para aplicá-lo. Boyle_02.indd 30Boyle_02.indd 30 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 31 O cliente se senta sobre o rolo, com uma ligeira inclinação, e faz um movimento desde a crista ilía- ca até a articulação do quadril até alcançar o glú- teo máximo. Para abordar os rotadores do quadril, a perna afetada é cruzada para colocar o grupo dos rotadores do quadril em estiramento. Tensor de fáscia lata (TFL) e glúteo médio O tensor da fáscia lata (TFL) e o glúteo médio, em- bora sejam músculos pequenos, são importantes na dor anterior do joelho. Para abordar o TFL, o atleta começa com o corpo em pronação e a borda do rolo colocada debaixo do TFL, logo abaixo da crista ilíaca. Após trabalhar o TFL, o atleta vira 90° até uma posição lateral e trabalha desde a articulação do qua- dril até a crista ilíaca para abordar o glúteo médio. Adutores Do ponto de vista da densidade tecidual, os glúteos e os adutores se encontram onde as grandes mu- danças serão notadas. Os adutores são uma parte do corpo que, de certa forma, já esquecida. As pes- soas pensam em cadeia anterior, cadeia posterior, dominância de joelho, dominância de quadril, e os adutores, de fato, não recebem muita atenção. O quadríceps e o grupo do jarrete recebem, errone- amente, muito tempo e energia, enquanto pouca atenção é prestada aos adutores. Existe um grande leque de oportunidades para o rolo diminuir a densi- dade nesse triângulo adutor. Existem dois métodos para usarmos o rolo nos adutores. O primeiro consiste na técnica baseada no solo que funciona bem com os iniciantes. Na técni- ca no solo, o usuário abduz a perna sobre o rolo e coloca-o a cerca de 65° em relação à perna. A ação de rolar deve ser feita em três porções, começando logo acima do joelho na área do vasto medial e pata de ganso. Dez rolamentos curtos de- vem ser feitos cobrindo cerca de da extensão do fêmur. Em seguida, o rolo deve ser levado para o ponto médio do grupo adutor e, mais uma vez, ro- lado 10 vezes no terço médio do músculo. Por fim, o rolo deve ser levado à região inguinal, quase na sínfise púbica, para mais 10 rolagens. A segunda técnica para os adutores deve ser usada após o atleta ter se acostumado com a técnica anterior. Esse método requer o uso de uma mesa ou o topo de uma caixa pliométrica. A posição sentada com a perna sobre o rolo possibilita que o atleta des- vie significativamente mais peso sobre o rolo e traba- lhe mais profundamente o grande triângulo adutor. Rolamento do pé O rolamento da fáscia plantar diariamente sobre uma bola, por um minuto ou dois, fornece alívio para muitos dos nossos clientes que sofrem de dor no pé. Boyle_02.indd 31Boyle_02.indd 31 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 32 MICHAEL BOYLE O uso regular de bola, começando com uma bola mais macia, como a de tênis, e indo para uma do tamanho e densidade de uma bola de golfe, con- tribui para um estado mais saudável da linha fascial posterior, a qual começa no pé. Mais à frente, vamos discutir brevemente as li- nhas fasciais, uma área que eu espero que receba mais atenção nos próximos anos. Quando rolar Não há concordância entre preparadores físicos e terapeutas acerca de quando rolar, com que fre- quência e por quanto tempo; logo apenas diretrizes gerais podem ser fornecidas. O rolamento oferece grandes benefícios tanto antes quanto depois da prática. A liberação miofas- cial antes do exercício pode ajudar a diminuir a den- sidade muscular e permite um aquecimento melhor. O rolamento depois da prática pode ajudar na recu- peração do exercício extremo. Parece que o rolamento pode ser feito diaria- mente. De fato, Clair e Amber Davies, autores de The Trigger Point Therapy Workbook, recomendam o trabalho dos pontos-gatilho até 12 vezes por dia em situações de dor aguda. A quantidade de tempo que um atleta ou cliente faz o rolamento também é individual. No cenário de personal training, permitimos 5 a 10 minutos de tra- balho em tecidos moles no começo da sessão, antes do aquecimento, e com os membros de nossa equi- pe atlética fazemos o mesmo. ROLAMENTO VERSUS MASSAGEM Massagem é a melhor escolha sempre que possível porque as mãos funcionam melhor do que a espu- ma. As mãos possuem conexão direta com o cére- bro e são capazes de sentir alterações na densida- de tecidual. Se custo não fosse problema, teríamos uma equipe de massagistas de plantão para os atle- tas o tempo todo. Entretanto, essa não é a realidade. A maioria dos atletas batalha para pagar os serviços de um treinador qualificado ou o custo de uma matrícula em uma academia. Em geral, a prevenção não é um custo coberto para atletas saudáveis; sem possibili- dade de reembolso, o custo da massagem pode se aproximar ou ultrapassar o custo do treinamento. O rolo de espuma oferece automassagem ilimitada por menos de 20 dólares. Façamos as contas. Um bom trabalho de massagem e um bom tra- balho de automassagem podem ser desconfortáveis, assim como o alongamento. É importante que os atletas ou clientes aprendam a distinguir entre um nível moderado de desconforto relacionado a um ponto-gatilho e uma situação potencialmente lesiva. A liberação miofascial pode ser um trabalho duro, especialmente para clientes fracos e acima do peso, pois os braços são bastante envolvidos na mo- vimentação do corpo. Além disso, pode beirar a dor e deve ser usado com prudência naqueles clientes com menos densidade muscular. O rolo de espuma nunca deve causar hematomas. O atleta ou cliente deve se sentir melhor após a breve sessão com um rolo de espuma. O uso de rolos de espuma e outros implementos de rolagem explodiu nos últimos 10 anos e continua a crescer. Rolos de espuma são um pequeno inves- timento para se obter uma diminuição potencial- mente importante na quantidade de lesões de tecido mole não provenientes de trauma, oferecendo um grande alívio de dores de baixo grau para seus clien- tes adultos de personal training. ALONGAMENTO ESTÁTICO No campo da força e condicionamento, o pêndulo sempre balança. Um exemplo clássico disso é o uso e subsequente desdém pelo alongamento estático. O alongamento estático passou de a melhor maneira de aquecimento para algo que ninguém deveria fazer. As pesquisas na década de 1980 demonstraram que o alongamento estático antes do exercício poderia diminuir a produção de potência. Isso promoveu uma super-reação, a eliminação do alongamento estático e o nascimento do aquecimento dinâmico. Foi tão bom quanto ruim. O trabalho de flexibilidade dinâmico tem sido de grande valor para o mundo do esporte de alto rendimento como técnica de aquecimento. A verdade é que o alongamento estático era uma maneira ruim de aquecer para o exercício, sendo a Boyle_02.indd 32Boyle_02.indd 32 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 33 flexibilidade dinâmica e o aquecimento ativo supe- riores. Entretanto, o efeito final foi um total desdém pelo alongamento estático em qualquer momento e para qualquer propósito. A verdade se encontra em algum lugar no meio do caminho. O aquecimento ativo antes do exercício de alta intensidade é a melhor forma de evitar lesão aguda. Em outras palavras, se você quer diminuir os estira- mentos dos músculos inguinais e do jarrete, é preci- so realizar exercícios de flexibilidade dinâmica antes da prática, jogos ou sessões de levantamento. No entanto, o outro lado da moeda também tem sua verdade. A falta de flexibilidade é o fator causal de muitas das condições de lesão de início gradativo que afligem os atletas de hoje e os adultos em envelheci- mento. Problemas de uso excessivo como síndrome femoropatelar, lombalgia e dor no ombro se relacio- nam fortemente com alterações teciduais de longo prazo que não respondem ao alongamento dinâmico. O fato é que atletas precisam da combinação dos exercícios de aquecimento ativos e alongamen- to estático. Para muitos treinadores, a solução é o aquecimento ativo antes do exercício e o alonga- mento estático depois. Embora pareça razoável, o processo é, de certa forma, defeituoso. O alongamento depois da práti- ca não parece produzir ganhos de flexibilidade. O segredo pode estar na realização do alongamento estático perto do começo da prática, seguido pelo aquecimento dinâmico. O alongamento estático se- ria feito para aumentar a flexibilidade enquanto o músculo está mais propenso a aumentar de com- primento. O aquecimento dinâmico deve vir depois para preparar os músculos para o exercício. Os preparadores precisam pensar sobre altera- ções de comprimento para prevenir lesão a longo prazo e sobre aquecimento dinâmico para evitar le- são de curto prazo. Ambos são essenciais. O tecido pode mudar de duas maneiras, compri- mento e densidade. Usamos o rolo de espuma para diminuir a densidade e os alongamentos para alte- rar o comprimento. Eu consultei o melhor fisioterapeuta no mundo e ele firmemente acredita que, para mudar o compri- mento tecidual, temos que alongar quando os mús- culos estão frios. A teoria é que músculos aquecidos alongam mas, depois, voltam ao seu comprimento normal. O músculo frio é capaz, de fato, de ser sub- metido a alguma deformação plástica e ao aumento de comprimento. No nosso programa Usamos o rolo de espuma por cinco minutos para diminuir a densidade do músculo. Os músculos res- pondem à lesão e ao uso excessivo aumentando a densidade. Pense que o rolo de espuma é o ferro que passa o músculo, um precursor necessário para o alongamento. Depois disso, fazemos o alongamento estático. Sim, alongamento estático, e sim, antes da prática. Uma vez que a densidade tecidual já foi trabalha- da, trabalhamos para alterar o comprimento. Mui- tos especialistas em tecido mole recomendam que os músculos sejam alongados frios, sem o benefí- cio do aquecimento. Simplesmente, role e, depois, alongue. Em seguida, usamos um aquecimento dinâmico, realizado após o rolamento e alongamento. Qual- quer diminuição de potência deve ser anulada pelo aquecimento dinâmico que vem depois do alonga- mento estático. O processo para nossos atletas todos os dias é o mesmo: • Uso do rolo de espuma para diminuir os nós e pontos-gatilho • Alongamento estático para trabalhar o au- mento da flexibilidade • Em seguida, aquecimento dinâmico Posicionamento é tudo. Seja específico sobre como você quer que a pessoa se alongue. A maioria das pessoas não alonga bem; apenas tentam pare- cer que estão alongando. O bom alongamento é desconfortável, mas não doloroso. Saiba a diferença. Um pouco de descon- forto quer dizer que o atleta está bem posicionado. • Ative o antagonista • Faça estáticos longos • Use alongamentos ativos Use o peso corporal do atleta para ajudar. O atleta deve estar, ao mesmo tempo, confortável e desconfortável. Alongue todas as áreas. O preparador do Carolina Hurricanes,* Peter Frei- sen, tem uma teoria: ele acredita que é mais perigoso ser excessivamente flexível em um grupo muscular do que encurtado em todos eles. Elimine ou abrevie *N. de R. T.: Time de hóquei dos Estados Unidos. Boyle_02.indd 33Boyle_02.indd 33 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 34 MICHAEL BOYLE os alongamentos nos quais seus clientes são bons e trabalhe mais duro naqueles que eles não gostam. Role primeiro e depois alongue Para considerar a ideia de alongamento sem rolar primeiro, imagine uma corda com um nó que, con- forme você estica, puxando pelas duas extremidades da corda, o nó vai ficando mais forte. O rolamento desata o nó antes do começo do alongamento. Quando temos atletas lesionados, invariavel- mente a todo o momento, sem falhar, os fisiote- rapeutas nos dizem que há problemas de compri- mento muscular. Quase todos esses problemas de comprimento muscular também envolvem um com- ponente de densidade. Se você captar uma coisa deste livro, essa coisa é o seguinte: comece a rolar. Comece a alongar. Se todos os seus atletas não estiverem rolando e alon- gando, você se encontra cinco passos atrás. MÚSCULOS ENCURTADOS Se não tens o livro de Thomas Myers, Anatomy Trains, adquira-o. Myers é um rolfista, um original estudan- te de Ida Rolf. Nesse livro, ele usa as leis físicas que governam o corpo e descreve o conceito de aprisio- namento em alongamento para os músculos que estejam patologicamente alongados e de aprisio- namento em encurtamento para os músculos que estejam contraturados. De alguma forma, isso desa- fia a ideia da National Academy of Sports Medicine (NASM) baseada na Escola de Janda (escola de Praga: Vladmir Janda e Karel Lewit) de simplesmente alon- gar o lado curto e fortalecer o lado fraco ou longo. Também explica o porquê não parece funcionar bem em clientes mais velhos. Clientes mais velhos já passaram por alterações estruturais nos ossos e músculos que não serão revertidas por um rolo de espuma, um pouco de alongamento e alguns exercí- cios de força. Músculos em posição de alongamento crônico – pense nos retratores da escápula – se tor- nam aprisionados em alongamento. Eles desenvol- vem mais colágeno e menos elastina em resposta à tensão constante. Do outro lado, os peitorais na frente se tornam aprisionados em encurtamento. Isso é realmente importante se você é um personal trainer. É tolice pensar que você pode desfazer anos de alterações de tecido mole com alongamento. Também é difícil contar oito a 10 horas de posição sentada com uma hora de pé. Não pare de tentar; apenas perceba que o que levou anos para ser feito levará anos para ser desfeito. Conclusão: o alongamento é altamente subes- timado. Para manter os atletas saudáveis por um longo tempo, adicione o bom e velho alongamento à prática. ALONGAMENTO ATIVO ISOLADO Fazemos alongamentos ativos isolados durante o período de repouso entre as séries. De fato, todos os alongamentos feitos durante a prática são ativos isolados e não estáticos. No alongamento ativo iso- lado, o alongamento é mantido por um ou dois se- gundos e há um esforço consciente para contrair o músculo antagonista. Esse tipo de alongamento pode ser feito durante a prática sem comprometer a eficiência neurológi- ca do músculo. Aaron Mattes é um líder na área do alongamento ativo isolado; você pode ler mais na página stretchingusa.com. O uso do alongamento ativo isolado tem dois benefícios importantes. • O período de repouso é usado para algo que não a conversação. Isso nos permite aumen- tar o efeito total do treinamento das sessões, já que a flexibilidade já foi, agora, abordada durante o alongamento ou sessão de potên- cia. Além disso, também mantém o foco no treinamento com menos distrações que sur- gem com o tempo parado. • O alongamento dos músculos em uso tem re- lação com a diminuição da sensação dolorida decorrente da prática. Esse não é um conceito baseado em pesquisa, mas, empiricamente, nossos atletas chegaram a essa conclusão por si mesmos. Boyle_02.indd 34Boyle_02.indd 34 28/07/14 14:5228/07/14 14:52 3 LESÕES Redução de lesão Dor durante a reabilitação Tendinite ou tendinose Sugestões de prevenção de lesão Lesões da região superior do corpo Suporte do manguito rotador Dor anterior no joelho Glúteo médio e adutores na dor no joelho Treinamento de perna unilateral e dor no joelho Prevenção de lesão de Ligamento Cruzado Anterior (LCA) Hérnia do esporte Adução e flexão do quadril Terapia de tecido mole Prevenção da hérnia do esporte Conceitos de reabilitação Boyle_03.indd 35Boyle_03.indd 35 28/07/14 14:5128/07/14 14:51 Boyle_03.indd 36Boyle_03.indd 36 28/07/14 14:5128/07/14 14:51 Esta página foi deixada em branco intencionalmente. AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 37 LESÕES Todo bom preparador físico deve ser paranoico com relação às lesões. O segredo para a prevenção e reabilitação de le- sões está na compreensão sólida da anatomia fun- cional. Precisamos parar de repetir os erros do passa- do e começar a perceber que ainda temos muito que aprender a partir da perspectiva anatômica e biome- cânica. Memorize a afirmação de Shirley Sahrmann: “Quando um músculo é distendido, a primeira coisa a fazer é buscar um sinergista fraco ou pouco reativo”. Quando consideramos lesões, sabemos que elas acontecem por uma razão governada pelas leis da física e controlada pela anatomia funcional. Se for possível entender apenas uma coisa so- bre lesões, entenda: as lesões não ocorrem devido ao músculo que está lesado. Isso é raro, muito raro. Músculos do jarrete distendidos, quadríceps disten- didos... toda vez que se deparar com um músculo que dói, é preciso considerar o porquê. Isso vai te le- var a olhar para os músculos sinergistas e perguntar por que esse músculo lesado precisa fazer tanto tra- balho. Quem não está desempenhando sua função, fazendo com que esse outro trabalhe em excesso? Costumo usar a analogia da procura por vaza- mentos no telhado, não na parede. Quando você vê água escorrendo pela parede, automaticamente pre- sume que o teto está vazando. Você sabe que preci- sa ir para o lado de fora e analisar o telhado. É claro que nosso modelo do corpo não é dessa maneira. Nossa terapia atual está mais para quando vemos uma mancha de água na parede e aplicamos tinta por cima. Esse é o nosso sistema médico do treinamento esportivo dentro de uma concha: enco- bre o problema. Realmente temos que ir mais fundo para encon- trar a fonte do problema, ao contrário de nos voltar- mos para o local da dor. REDUÇÃO DE LESÃO A verdade é que atletas se machucam de tempos em tempos. O segredo está em minimizar a exposição a exercícios e situações potencialmente prejudiciais. Força é uma das melhores ferramentas de preven- ção de lesão em esporte, no entanto sofrer uma le- são enquanto se está treinando para não se lesionar é tão estúpido quanto parece. Embora alguns possam argumentar que estou sendo pego pela semântica, devemos usar o termo redução em lugar de prevenção quando falamos sobre lesão. Não importa o que fazemos enquanto treinadores atléticos, treinadores esportivos ou pre- paradores físicos, não é possível evitarmos as le- sões. Podemos apenas reduzir a incidência. Usar a palavra prevenção é nos dar muito crédito. O esporte profissional usa a prevenção de lesões como medida de sucesso em força e condiciona- mento. Equipes profissionais não testam agacha- mentos nem levantamentos terra. Eu não conheço nenhuma equipe esportiva profissional que faça o teste de força máxima em uma única repetição. Uma das minhas primeiras influências foi o an- tigo preparador físico do NY Giants, NE Patriots e San Franciso 49ers, Johnny Parker. Lembro-me de Johnny dizer: “Quem precisa de teste? Fazemos 16 testes por ano!”. A National Hockey League (NHL)* usa uma estatística chamada Starter’s Games Mis- sed. A NHL usa algo similar, chamada Man Games Lost to Injury. O sucesso como preparador físico em nível profissional é atingido pela manutenção dos melhores jogadores com capacidade para jogo. O que as pessoas não entendem é que em todo treinamento há a presunção de risco. Quanto de risco devo assumir com esse atleta ou cliente em particular? O modo com o qual treino minha equipe universitária é ligeiramente diferente daquele que treino meus atletas mais jovens da NFL, que, por sua vez, varia de maneira significativa de como eu trei- no meus veteranos. Muitos dos meus clientes mais velhos não fazem mais agachamentos convencio- nais ou levantamentos olímpicos. Seus corpos não toleram mais isso. Fazemos agachamentos com sal- to, swing com kettlebell e muita coisa com perna uni- lateral, pois o objetivo é mantê-los jogando. Meus atletas universitários fazem cleans** sus- pensos, arremessos suspensos, agachamentos fron- tais e supinos, uma abordagem muito mais conven- cional. O segredo é encontrar a ferramenta certa para o trabalho. Todo dia, tomamos decisões que afetam a saú- de tanto de longo quanto de curto prazo de nossos *N. de R. T.: Times de futebol americano. **N. de R. T.: É o ato de retirar a barra da posição baixa para a posição de apoio nos ombros, em um movimento balístico. Boyle_03.indd 37Boyle_03.indd 37 28/07/14 14:5128/07/14 14:51 38 MICHAEL BOYLE atletas e clientes. Leve esse trabalho a sério, leia e estude extensivamente. Houve um tempo em que eu acreditava que todo mundo deveria ficar com as costas doloridas após um trabalho de levantamento terra, e que todo mundo deveria colocar gelo nos ombros e tomar um analgésico depois do trabalho de empurrar. Hoje, sei que isso não é verdade. Quero que meus atletas tenham todos os benefícios que a ciência e as expe- riências podem oferecer. Falha técnica Charles Poliquin usa o termo falha técnica para de- finir o ponto em que uma série termina, quando o atleta não consegue mais fazer uma repetição cor- reta. Acredito bastante no conceito da falha técnica. A série termina na falha técnica, não quando não se consegue mais realizar uma repetição perfeita, sem trapacear. Prefiro sempre treinar de menos a de mais. Amanhã é outro dia. O atleta saudável retorna ao treino no dia seguinte, ao passo que o machuca- do vai para a fisioterapia. Quero que meus atletas sejam honestos em cada série, com a técnica perfeita, e parem quando a técnica falhar. Também quero que eles coloquem toda sua energia nas nossas sessões de condiciona- mento. Muitas pessoas gostam da sala de muscu- lação, mas são acentuadamente descondicionadas. Sou um preparador físico e dou valor à força e ao condicionamento. EXERCÍCIO DOLOROSO Não raro, as pessoas que conhecem meu históri- co me pedem conselhos sobre treinamento. Na maioria das vezes, ignoram minhas sugestões por- que não digo aquilo que elas gostariam de ouvir. Elas dizem: “Só dói quando corro”, e eu digo: “Não corra”. Se você tem um atleta lesado e quer saber se determinado exercício é apropriado, faça a per- gunta básica: “Dói?”. O segredo é que a pergunta só pode ser respondida com um sim ou não. Se a resposta for sim, o cliente não está pronto para o exercício, não importando o quanto você queira usá-lo. Qualquer hesitação na pergunta sobre dor quer dizer um sim. “Depois que eu aqueço, ela vai embora” ainda é uma resposta positiva de dor. Se o seu atleta está lesado, use o bom senso. O exercício não deve causar dor. Isso parece bási- co, porém os atletas ignoram a dor o tempo todo; eles racionalizam. O desconforto é comum ao final de uma série de exercício de força ou ao final de um trabalho cardiovascular intenso. O desconforto adicional da dor muscular tardia (DMT) muitas ve- zes ocorre dias depois de uma sessão intensa. Isso é normal. Esse desconforto deve apenas durar dois dias e deve ser limitado aos músculos, e não sentido nas articulações ou nos tendões. A dor ao início de um exercício não é normal nem saudável além de ser um indicativo de proble- ma. A progressão de qualquer exercício de força deve ser baseada na amplitude de movimento total e indolor que pode produzir dor difusa e não articu- lar nos músculos trabalhados. Se for preciso mudar ou reduzir a amplitude de movimento, nos depara- mos com um problema que precisa de atenção. A progressão do exercício cardiovascular deve, também, ser indolor e seguir a regra dos 10%: não aumente o tempo ou a distância mais que 10% de uma sessão para outra. Tenho usado essa regra em todos os meus programas de força e condiciona- mento e tenho conseguido manter literalmente mi- lhares de atletas saudáveis. TENDINITE OU TENDINOSE A maioria das pessoas que pensa que tem tendini- te, na verdade, tem tendinose. A diferença não está apenas na semântica; é uma questão de compreen- são. Não podemos ter tendinite crônica. Se for crô- nica, provavelmente é uma tendinose. Na tendinose, o tendão sofre uma alteração es- trutural em resposta ao estresse crônico aplicado sobre ele e, possivelmente, de um tratamento inicial inadequado da lesão. A condição é diferente e o tratamento também. Gelo e anti-inflamatório atuam pouco na tendinose, uma vez que a condição não é mais inflamatória. Meu bom amigo Dr. Donnie Strack fez uma ótima observação: o uso contínuo de anti-inflamatórios enfraquece o tendão e retarda a cicatrização. Boyle_03.indd 38Boyle_03.indd 38 28/07/14 14:5128/07/14 14:51 AVANÇOS NO TREINAMENTO FUNCIONAL 39 No recondicionamento de um atleta com uma condição de tendinose, a tolerância de um pouco de dor no tendão para produzir o efeito de remodela- mento apropriado pode ser necessária. De fato, Dr. Strack aponta que isso pode ser não apenas neces- sário, como, de acordo com alguns estudos, essencial. Se não há a sensação dolorida em um programa de reabilitação de um tendão, as pesquisas mostram que as repetições ou a carga externa devem aumen- tar. Essa é uma exceção à regra da não dor. O estresse doloroso no tendão atua similarmente ao trabalho em tecido mole para iniciar a resposta da cicatrização. A dor aceitável localiza-se no tecido-alvo e o te- cido é doloroso ao toque. Não deve haver edema, nem restrições do movimento. A dor deve seguir o padrão DMT e cessar em dois ou três dias. SUGESTÕES DE PREVENÇÃO DE LESÃO Existem duas categorias básicas de lesões com as quais comumente nos deparamos. O treinamento da parte inferior do corpo tende a causar trauma na coluna. A maioria das lesões de coluna é aguda e consequência de falha técnica. Em geral, as lesões da parte superior do corpo são decorrentes de uso excessivo por natureza e mais relacionadas com aquilo que o aluno pode não estar fazendo. A seguir, minhas recomendações básicas para tornar o treinamento seguro e efetivo. Torque por agachamentos frontais A dor na coluna possui três fontes causais, uma vez que tem relação com levantamento. Torque (incli- nação para a frente), compressão (cargas espinais altas) e flexão são as causas da maioria das lesões da coluna. Os agachamentos frontais enfraquecem o torque, a compressão e a flexão e são, portanto, inerentemente mais seguros do que os agachamen- tos com barra sobre os trapézios. É bem provável que seus clientes façam agacha- mentos frontais mal feitos, porém é muito mais fácil fazer mal feito um agachamento com barra sobre os trapézios. Em geral, se a pessoa mal consegue fazer o agachamento frontal, ela vai largar a barra, evi- tando uma lesão na coluna. Entretanto, existem três grandes razões pelas quais as pessoas ainda fazem agachamentos com barra sobre os trapézios em lugar dos frontais. • Elas sempre têm uma razão ruim, pois as pes- soas realmente odeiam mudar. • Elas podem levantar mais peso. O ego é sem- pre um grande problema. • Elas consideram o agachamento frontal difícil devido a pouca flexibilidade do punho. Os agachamentos frontais diminuem a carga es- pinal e melhoram a posição da coluna – dois pontos positivos em meu livro. Meus atletas e clientes não fazem agachamentos com barra sobre os trapézios há anos e temos pouquíssima dor na coluna. Ainda fazemos agachamentos frontais relativamente pesa- dos; nossos jogadores universitários fazem agacha- mento frontal com carga entre 135 e 165 kg até a profundidade do halterofilismo, com peso corporal de 80 a 90 kg sem suportes. Esqueça o leg press Se os seus clientes não são capazes de fazer agacha-