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Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia Universidade pedágogica Departamento de Biologia Direitos de autor (copyright) Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução, deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores. Universidade Pedagógica Rua Comandante Augusto Cardoso, nº 135 Telefone: 21-320860/2 Telefone: 21 – 306720 Fax: +258 21-322113 E-mail: benjband@hotmail.com Website: www.up.ac.mz Maputo, 2012 http://www.up.ac.mz Agradecimentos Inserir nome da instituição aqui Linha extra, se necessário gostaria de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaborção deste manual: O que se agradece (contribuição de conteúdo, revisão, fonte de ilustrações, etc.) Nomes de pessoas / instituições a que se agradece O que se agradece (contribuição de conteúdo, revisão, fonte de ilustrações, etc.) Nomes de pessoas / instituições a que se agradece O que se agradece (contribuição de conteúdo, revisão, fonte de ilustrações, etc.) Nomes de pessoas / instituições a que se agradece Módulo de Fisiologia Vegetal i Índice Visão geral 1 Benvindo ao Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia/Módulo de Fisiologia Vegetal ...................................................................................................................................................1 Objectivos do curso.................................................................................................................1 Quem deveria estudar este módulo........................................................................................ 2 Como está estruturado este módulo....................................................................................... 2 Ícones de actividade................................................................................................................ 3 Acerca dos ícones..............................................................................................................................3 Habilidades de estudo............................................................................................................. 3 Precisa de apoio?..................................................................................................................... 3 Tarefas (avaliação e auto-avaliação)......................................................................................3 Avaliação..................................................................................................................................4 Unidade Inserir aqui no. da unidade 5 Inserir aqui o título da unidade...........................................Erro! Marcador não definido. Introdução...................................................................................................................... 5 Sumário.................................................................................................................................. 11 Exercícios...............................................................................................................................12 Módulo de Fisiologia Vegetal 1 Visão geral Benvindo ao Módulo de Fisiologia Vegetal A fisiologia é o estudo das actividades vitais ou seja a explicação, não só descritiva como também causal da origem e funcionamento das estruturas dos seres; O objecto da fisiologia é explicar claramente e por completo os processos que se dão no organismo segundo as leis físicas e químicas conhecidas requerendo para tal, o emprego de métodos físicos e químicos e recntemente a informática. Entanto se parte de uma construção e função apropriadas, tanto das partes como do organismo no seu conjunto, ela em geral é útil e razonável como ajuda heurística pois por regra geral só poderam perdurar no curso da filigenia os caracteres vantajosos, quer dizer aqueles que apresentam um valor de secção positiva. A fisiologia vegetal pode dividir-se em três partes: Fisiologia do metabolismo material e energético, do desenvolvimento e dos movimentos. Evidentemente que as partes em que se divide a fisiiologia são para facilitar sua compreensão. Estas partes interferem entre si em múltiplos aspectos; sobretudo os fenómenos de crescimento, desenvolvimento e movimento activo estão acompanhados sempre de troca de materiais e energéticos. Apresente aqui uma visão geral do conteúdo do curso ou módulo ou unidade, com os objectivos, metas, etc... Objectivos do curso Quando terminar o estudo deste módulo de fisiologia vegetal será capaz de: Inserir objectivos do curso / Módulo aqui. Repare que tem várias linhas para inserir uma multitude de objectivos se necessário. Descrever o processo de transporte através do xilema e do floema Descrever os processos envolvidos na fotossintese e na respiração brm 2 Erro! O estilo não foi especificado. Objectivos como a sua importância Distinguir as diferentes formas de adaptação nutricional das plantas Explicar como é que os factores externos influenciam na germinação da semente e no desenvolvimento da planta Descrever os passos envolvidos na germinação duma semente Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para todos aqueles que tenham concluído as cadeiras de Bioquímica, Botânica Geral, Botânica Sistemática Como está estruturado este módulo Todos os módulos dos cursos produzidos por Universidade Pedagógica Departamento de Biologia encontram-se estruturados da seguinte maneira: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo. Conteúdo do módulo O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação. Outros recursos Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de recursos adicionais para você explorer. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet. Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 3 Comentários e sugestões Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este módulo. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Acerca dos ícones Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia. Os ícones incluídos neste manual são... (ícones a ser enviados - para efeitos de testagem deste modelo, reproduziram-se os ícones adrinka, mas foi-lhes dada uma sombra amarela para os distinguir dos originais). Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada um com uma descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao longo deste módulo. Clique aqui e seleccione Inserir elementos (imagem/tabela/nova unidade) da janela do Modelo para Ensino à Distância. Escolha ou Todos os ícones abstractos ou Todos os ícones adrinka da lista dada. Habilidades de estudo Este modulo foi concebido tendo-se em consideração quevocê vai estudar sozinho. É por isso que, no fiç de cada unidade/lição há actividades que o ajudarão a rever tudo o que nela aprendeu. Fazem parte deste conjunto de actividades: aas experiências recomendadas, consulta e interpretação de tabelas, desenho e interpretação de gráficos e diagramas, etc., poius eles são preciosos para que possa conhecer o nível da sua aprendizagem Precisa de apoio? Se você tiver dificuldades, existe o centro de recursos à sua espera, perto do local de sua residência. Não hesite em recorrer a esse centro, pois ele foi criado para si. Lá encontrará literatura e outros materiais de consulta. 4 Erro! O estilo não foi especificado. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) Se você tiver dificuldades, existe o centro de recursos à sua espera, perto do local de sua residência. Lá encontrará literatura e outros materiais de consulta. Avaliação Avaliações parciais teóricas sendo uma por unidade Relatórios de aulas práticas propostas no módulo Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 5 Unidade I Fisiologia do Metabolismo da Matéria e Energia Introdução Fotossintese é essencialmente o unico mecanismo de obtenção de energia pelos organismos vivos no planeta. A unica excepção ocorre ao nivel das bactérias que obtêm sua energia oxidando subtâncias inorgânicas como os iões de Ferro e do enxofre dissolvido da crosta terrestre, ou de H2S libertado da acção vulcânica. Antes do século XVIII os cientistas acreditavam que as plantas obtinham todos seus elementos do solo. Em 1727, Stephen Hales sugeriu que parte de seu nutrimento vinha da atmosfera e que a luz participava de algum modo neste processo. Em 1771, Joseph Priestly Apresente aqui uma breve introdução ao conteúdo desta unidade / lição. Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de: Objectivos Inserir aqui os objectivos de aprendizagem para esta unidade / lição. Tem várias linhas para poder inserir vários objectivos de aprendizagem. Ser capaz de explicar os processos energéticos que são realizados pela planta (Assimilação e Desassimilação) Ser capaz de reconhecer os principais pigmentos envolvidos nos processos fotossintéticos Conhecer e explicar os facores que influenciam a actividade fotossintética Ser capaz de apresentar as principais moléculas envolvidas na transferência de Energia nos organismos Descrever como as moléculas de ATP e NADPH incorporam a energia em suas ligações Ser capaz de explicar os diferentes tipos de fotossintese desenvolvido nas plantas (C3, C4 e CAM) Ser capaz de explicar a formação de ATP nas plantas bem como noutros organismos fotossintetizadores Ser capaz de distinguir os diferentes tipos de metabolismo nos organismos Mencionar os tipos de alimentação nos seres vivos Ser capaz de indicar e diferenciar compostos reduzido e oxidado 6 Erro! O estilo não foi especificado. Terminologia Assimilação, Desassimilação, Oxidação, Redução, ATP, NADP, Autotrofia, Heterotrofia Inicie aqui a exposição do conteúdo da unidade. Utilize Headings 3 - Título de tópico, Heading 4 - Sub-título de tópico e Heading 5 - Sub-título do sub-título de tópico para organizar o conteúdo dentro de 1 secção.Heading 2 é título de secção.Ver a seguir LIÇÃO N° 1. ENERGÉTICA DO METABOLISMO “A vida é um sistema dinâmico e aberto”: Dinâmico em relação à matéria e aberto quanto à energia. Substância ATP – “Moeda de Troca” ATP Adenosina Trifosfato. Tem a Função de armasenamento, transporte e distribuição da energia – Ela sofre uma divisão hidrólitica. ATP + H2O ADP + Pi Processo Turnover É um processo completo de divisão hidrolítica e/de armazenamento e fornecimento de energia pela ATP ATPATPATP ADP + Pi + ∆G -∆G ATP Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 7 ∆G = -30.51 Kj/mol ou –7.3 Kcal/mol Durante o processo de divisão de ATP formando ADP + Pi há formação de cargas. Pois a molécula de água dissocia-se e os seus iões tem como função neutralizar essas cargas. MOLÉCULA DE ATP O processo turnover é um processo enzimático regulado por enzimas especiais designadas ATP-ases, e ATP-hidrolases.. Em presença de ATP- ases, ADP transforma-se em ATP implica fixação ou aumento de energia – E sob acção de ATP-hidrolase ATP divide-se em ADP-Pi e implica fornecimento de energia. Reacções Redox São muito importantes na vida sobretudo nas reacções fisiológicas. D - dador A – aceitador D Oxidação D+ A + e- Redução A- D + A D+ + A- D/D+ Sistemas redox A/A- 8 Erro! O estilo não foi especificado. Potencial Redox H2 2H+ + 2e- Eº = -420mv Potenciais Redox Padrão de Alguns Sistemas Biologicos Importatntes Sistema Redox E° pH 7 (mV) Clorofila a(red)/Clorofila a(oxid) (Estado excitado ~-600 Ferrodoxina(red)/Ferrodoxina(oxid) -430 H2/2H+ -420 2Cisteina/Cisteina -340 NAD(P)H/NAD(P)+ -320 H2S/Srombico -240 Riboflavina(red)/Riboflavina(oxid) -210 Clorofila a(red)/Clorofila a(Oxid) (Estado estacionario) 450 H2O/1/2O2 815 2H2O/H2O2 oxidação da agua 1350 Transportadores de electrões As reacções fisiológicas necessitam de transportadores de electrões. Substâncias transportadores mais importantes: H2 NADPH+H+/NAD(P)+ Nicotinamida Adenina Dinucleótido (fosfato) Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 9 H2 FADH2/FAD Flavina Adenina Dinucleótido Essas substâncias (transportadoras) podem transportar electrões ou hidrogénio. Nota: A reacção é muito importatnte no ciclo de Calvin Outros transportadores de hidrogénio são as flavinas, quinonas, proteínas, porifirinas (grupo hemo) e várias proteínas contendo iões metálicos 1.2. TIPOS DE METABOLISMO O metabolismo é um conjunto de reacções bioquimicas e processos fisico-quimicos que ocorrem numa célula e no organismo. Estes complexos processos interrelacionados séao a base da vida à escala molecular, e permitem as diversas actividades das células: crescer, reproduzir-se, manter suas estruturas, responder a estimulos, etc. O metabolismo se divide em dois processos conjugados a) ASSIMILAÇÃO/ANABOLISMO – Processos que integram a matéria e energia b) DESASSIMILAÇÃO/CATABOLISMO – Processos que desintegram a matéria e dissipam a energia no organismo + [2H] 10 Erro! O estilo não foi especificado. 1.3. TIPOS DE ALIMENTAÇÃO Existem dois tipos de nutrição: Autotrofica e Heterotrofica. AUTOTROFICA: (Do grego que significa que se alimentam por si mesmo) -Sintetizam substâncias orgânicas a partir de substâncias inorgânicas simples H2O, CO2 e sais minerais, que a tomam do solo e da atmosfera, usando a energia solar (Fotossintese) ou mediante reacções quimicas. Exemplo: Plantas, algas e algumas bactérias. As plantas e outros organismos que usam a Fotossintese são organismos Fotoautotroficos As bactérias que utilizam a oxidação de compostos inorgânicos como oxidos de enxofre, compostos ferrosos como produção de energiase denominam Quioatotroficos HETEROTRÓFICA: Os organismos heterotróficos (do grego “hetero”, outro, desigual, diferente e “trofo” que se alimenta Necessitam de alimentos proedentes de outros seres vivos. Exemplos: Animais, fungos e varias bactérias. Segundo a origem da energia que os heterotróficos utiliza podem dividitr-se em: Fotoorganotróficos (ou Fototróficos) e Quimiorganotróficos (ou Quimiotróficos) Fotoorganotróficos: Estes organismos fixam a energia da luz. Constituem um grupo muito reduzido de organismos que compreendem as bactérias purpuras e a familia de seudomonadales Quimioorganotróficos: Utilizam a energia quimica extraida directamente da matéria orgânica. A este grupo pertencem todos os integrantes do reino animal, todos os fungos e grande parte do reino Monera e as Archeobactérias MIXOTRÓFICO: Séao organismos, capazes de obter energia metabolica tanto da fotossintese como dos seres vivos. Esses organismospodem utilizar a luz como fonte de energia, ou tomada de compostos orgânicos ou inorgânicos. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino deBiologia 11 Podem apropriar-se de compostos simples de maneira osmotica ou englobando as particulas. Usualmente são algas e bactérias Sumário a) Organismos autotróficos - Fonte de carbono – CO2 Fotoautotróficos Quimioautotróficos Usam energia solar Usam energia química (H2S, NH3, NH4+) b) Organismos Heterotróficos - Fonte de carbono - compostos orgânicos Fototróficos Quimiotróficos Bactérias púrpuras Todos animais c) Organismos Mixotróficos Podem ser autotróficos ou heterotróficos dependendo das condições ambientais em que se encontram. Apresente aqui um breve sumário ou resumo do que foi abrangido nesta unidade/lição (pode rever objectivos e fazer o seu resumo com base nos objectivos para a unidade / lição) 12 Erro! O estilo não foi especificado. Exercícios Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 13 Auto-avaliação Questões para Revisão: 1. Qual a importância do Sol e das plantas para a vida em nossa planeta? 2. Onde se localiza a clorofila nas cianofíceas? E nos eucariontes? 3. Quais as cores mais importantes para a fotossíntese? Por que um vegetal iluminado com luz verde faz pouca fotossíntese? 4. Escreva a equação geral da fotossíntese. 5. De onde vem o oxigênio desprendido na fotossíntese? Como se chegou a essa descoberta? 6. O que ocorre no ponto de compensação? O que ocorre com a velocidade de fotossíntese após o ponto de saturação luminosa? 7. O que ocorre com a velocidade da fotossíntese à medida que aumenta a concentração de gás carbônico no ambiente? E à medida que aumenta a temperatura? 8. Qual a diferença entre a fotossíntese bacteriana e a fotossíntese das plantas? E entre a fotossíntese e a quimiossíntese? Gabarito: Questões para Revisão: 1. O Sol é a fonte de energia e as plantas absorvem parte dessa energia nas moléculas orgânicas. 2. Cianofíceas: membranas no citoplasma. Eucariontes: cloroplastos. 3. Azul, violeta e vermelho - alaranjado. Quanto ao verde, a clorofila absorve muito pouco o comprimento de onda relativo a essa cor. 4. 6 CO2 + 12 H2O → C6H12O6 + 6 H2O + 6 O2 5. Vem da água. Chegou - se à descoberta utilizando - se O18. 6 A fotossíntese produz a mesma quantidade de O2 que é consumida pela respiração. A velocidade da fotossíntese fica constante pela limitação da concentração de CO2. 7 Ela aumenta até que se estabiliza, devido à limitação pela intensidade luminosa. Se a temperatura aumenta, a velocidade aumenta até que as enzimas se desnaturam e a fotossíntese pára. 8 Nas bactérias, a água não é a doadora de hidrogênios e não ocorre desprendimento de O2. Na quimiossíntese, a fonte de energia não é a luz, e sim certas reações químicas no solo. 14 Erro! O estilo não foi especificado. LIÇÃO Nº 2. FOTOAUTOTROFIA Assimilação de CO2 pela autotrofia ou fotossintese 6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6H2O + 6O2 CO2 + 2H2O (CH2O)n + H2O + O2 Estas reacções bioquimicas resultam da absorção de energia solar (luminosa) e a sua utilização para a sintese de compostos orgânicos ricos em energia. Por outras palavras é um processo de transformação de energia solar em energia quimica 1.4.1. Energia Solar ou Radiante Apenas 5% da energia solar que alcança a Terra pode ser convertida em carboidratos através da fotossíntese foliar. Isso é devido ao fato de que a maioria da fração da luz incidente ser de onda muito curta ou muito longa para ser absorvida pelos pigmentos fotossintéticos. Além disso, a energia luminosa absorvida é perdida na forma de calor; usada em processos bioquímicos para promover a fixação do CO2 ou ainda ser usada no metabolismo geral da folha. Das radiações que chegam à Terra, 44% se situam na região das radiações visíveis que são utilizadas na fotossíntese. A radiação solar atinge seu máximo no verão (dezembro-janeiro) e seu mínimo no inverno (junhojulho). Durante o dia, a intensidade máxima de radiação solar ocorre na proximidade do meio-dia. A energia é composta por particulas chamadas fotões ou Quantum. Fotões – São particulas materiais que se movem no espaço em forma de ondas. Lei de Planck (Fisico Alemão) E = h*νν = C/λ E = h*C/λ Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 15 A luz é separada em diferentes cores (= comprimento de onda) de luz pela sua passagem através de um prisma. Comprimento de onda é a distância de um pico a outro pico (ou onda a onda). A energia é inversamente proporcional ao comprimento de onda: longos comprimentos de onda têm menos energia do que comprimentos de onda curtos Luz Vermelha 700 nm 171 Kj/mol Luz Amarela 600 nm 199 Kj/mol Luz Azul 438 nm 272 Kj/mol Luz Violeta 400 nm 298 Kj/mol A vida na Terra depende da energia proveniente do sol. A fotossíntese é o único processo de importância biológica que pode captar esta energia. Apenas uma região limitada deste espectro, compreendida aproximadamente entre 400 e 700nm é aproveitada pelos seres vivos: é a luz visível ou faixa fotobiológica. Comprimentos de onda menores que 400nm (UV) , devido ao elevado teor energético, podem provocar alterações moleculares profundas, com consequências graves para os organismos. Contrariamente, às radiações acima de 740nm não possuem a energia necessária para induzir alterações nas biomoléculas. As moléculas que ao longo do processo evolutivo desenvolveram a capacidade de absorver comprimento de onda na região da luz visível são chamadas de pigmentos. A eficiência da fotossintese depende da capacidade de absorver determinadas comprimentos de onda de espectros de luz visivel por parte de pigmentos fotossinteticos. 16 Erro! O estilo não foi especificado. A luz visivel é formada por vibrações electromagnéticas com comprimentos de onda que vão aproximadamente de 350 a 750 nanometros. O olho humano so permite de 400 a 700nanometros. A luz branca é a soma de todas as ondas compreendidas entre esses comprimentos de onda quando as intensidades são semelhantes de 350 a 700 nanometros O olho humano é um receptor e um selector, que absorve somente algumas ondas luminosas, néao todas. O olho so percebe uma pequena porção deste espectro elecromagnético que vai dos 400 a 700 nanometros (O olho humano não percebe os infravermelhos e nem os ultravioletas) Os objectos coloridos refletem a luz de forma selectiva: reflectem unicamente as cores que se vêem e absorve o resto Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 17 1.4.2. Pigmentos Fotossintéticos O termo pigmento é utilizado para descrever uma molécula que absorve a luz e apresenta uma cor. As plantas contêm uma grande variedade de pigmentos que dão lugar a cores que nelas observamos. Obviamente, as flores e os frutos contêmmuitas moléculas orgânicas que absorvem luz. As folhas, talos e raizes contêm muitos pigmentos, que incluem as antocianinas, flavanoides, flavinas, quinonas e citocromos. Contudo nenhum destes deve ser considerado como pigmento um forossintético Los pigmentos fotosintéticos son los únicos que tienen la capacidad de absorber la energía de la luz solar y hacerla disponible para el aparato fotosintético. En las plantas terrestres hay dos clases de pigmentos fotosintéticos: las clorofilas y los carotenoides. La capacidad de las clorofilas y los carotenoides para absorber la luz del sol y utilizarla de manera efectiva está relacionada con su estructura molecular y su organización dentro de la célula. Hemos aprendido en una lección previa (La Interacción de la Luz con las Biomoléculas) que los pigmentos absorben la energía de los fotones a través de sus sistemas de enlaces dobles conjugados. Examine las estructuras de las moléculas de una clorofila y un carotenoide mostradas en las Figuras: Estructuras A y B. Observe los sistemas lineales de enlaces dobles conjugados de los carotenoides (luteina, en este ejemplo) y la estructura de zig-zag de los enlaces dobles en la molécula de clorofila. Estos sistemas de enlaces dobles conjugados son los que confieren a dichas moléculas la capacidad de absorber la energía de los fotones.a) Clorofilas Clorofila a – tem cor verde –azulada Clorofila b – tem cor verde-amarelada javascript:void(0); 18 Erro! O estilo não foi especificado. Nota: A clorofila a e b Existem em plantas superiores numa relação de 3:1 Clorofila c existe em chromophytae (a + c Clorofila d existe em Rhodophytae (a + d) b) Carotenoides São longas cadeias carbonadas e geralmente derivadas de isopreno. Ex: β-caroteno com 40 carbonos c) Xantófilas Fucoxantina d) Ficobilinas Ficoeritrina Ficocianina Exemplos: Um tipo de clorofila a ou um pigmento da clorofila a tem um máximo de absorção de 700 nm e faz parte do fotossistema I. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 19 P 700 Cl a FS I Outro tem máximo de absorção de 680 nm e faz parte do fotossistema II P 680 Cl a FS II 1.4.3. Fotossistemas É um sistema de pigmentos diferentes que tem como função captar a luz de variados e diferentes comprimentos de onda e o transporte dessa luz de um pigmento para o outro vizinho. 20 Erro! O estilo não foi especificado. A luz captada pelos pigmentos do fotossistema propaga-se para o centro de reacção. No centro de reacção são formados electrões que se movem fora do centro. Esses electrões podem ser captados por um aceitador de electrões. E através dum dador de electrões preenche-se o vácuo de electrões no centro de reacções. Portanto o centro de reacções pode receber e ceder electrões. CR* + A CR* + A- [10-10s] No centro de reacções CR* + D CR* + D+ ocorrem reacções redox CR* - Centro de reacção A – Aceitador D – Dador de electrões Quando o pigmento fotossintético recebe a luz, transporta-a até ao centro de reacção e, este excita-se; e assim, forma-se um outro nível de energia. O fenómeno de fluorescência verifica-se só quando não existe um aceitador de electrões liberados pelo centro de reacção. Nota: Numa célula de cloroplasto normal sem efeitos negativos não se verifica o fenómeno de fluorescência. Exemplo de composição de um fotossistema FSI Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 21 200 pigmentos de carotenoides 200pigmentos de Cl a 50 pigmentos de Cl b 1 pigmento P 700 FS I absorve luz de comprimento de onda mais longo que 680 e esta relacionado com a redução de: NADP+ NADPH + H+ FS II absorve luz de comprimento de onda mais curto que 680 e esta relacionado com a fotolise de agua e libertação de oxigénio. FS I Fotossistema I A1 Aceitador primário de electrões ou factor x t Transportador de electrões Fd Ferrodoxina (importante transportador de electrões) A diferença de energia entre o estado basal (P 700*) e o estado excitado (P 700) é de –0.55 V e tem o nome de potencial redox P 700/P 700* = -0.55V 22 Erro! O estilo não foi especificado. A2 Aceitador de electrões ou factor Q FS IIFotossistema II Cit b3 Citocromo b3 Cit f Citocromo f Pc Plastocianina Pq Plastoquinona h*ν Fotão Fotólise da água 2H2O 2e + 2H+ + 2[OH-] 2[OH-] H2O + 1/2O2 Para a substituição dos electrões que saem dos centros de reacção a planta realiza a fotolise de agua donde resultam electrões que vão preencher o vacuo de electrões LIÇÃO Nº 3. FOTOAUTOTROFIA Mn Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 23 1.4.6. Fotofosforilação acíclica É um conjunto de processos – Fotolise da agua, fotossistema I e fotossistema II até ao aceitador terminal de electrões e cuja função é a formação do ATP. Produtos deste processo: ATP com –218 Kj de energia NADPH + H+ Produtos laterais: O2 e 2 protões H+ O processo utiliza 8 protões para a formação de duas moléculas de ATP e duas moléculas de NADPH + H+ 1.4.7. Fotofosforilação cíclica É um processo mais primitivo em relação à fotofosforilação aciclica e assemelha-se ao das bactérias. A fosforilação cíclica só utiliza um apenas fotossistema – O fotossistema I (P700). 24 Erro! O estilo não foi especificado. Nesta fotofosforilação não ocorre a formação do equivalente redutivo (aceitador terminal de electrões) NADPH + H+ e também não há fotólise de água consequentemente não há libertação de oxigénio. Neste processo ocorre apenas a formação de ATP. O processo usa 2 fotões para a formação de uma molécula de ATP. Não participa o FS II excepto os seus transportadores de electrões. Balanço das duas Fotofosforilações 1.4.7. Fotofosforilação. Hipótese de Mitchell Hipótese de Acoplamento Quimiostático (Quimiosmótico) Sabe-se que nas mitocôndrias das células encontram-se os tilacóides das mitocôndrias das células dos cloroplastos onde existem os pigmentos Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 25 fotossintéticos segundo Mitchell. Portanto as reacções fotoquímicas ocorrem nas membranas dos tilacoides. A hipótese de Mitchell parte do princípio de que: 1. A membrana dos tilacoides é impermeável a protões H+ e que para a passagem desses protões através da membrana precisam ou tem de existir um transportador. 2. Que esses elementos transportadores de electrões devem possuir posições assimétricas dentro da membrana. 3. Formação de um gradiente de protões no interior da membrana dos tilacóides (grande concentração de protões no interior) * Os protões são utilizados na formação de ATP, que ocorre num elemento especial designado ATP – sintetase ou factor acoplativo é uma enzima Os protões saiem do interior da membrana através da ATP-sintetase por um processo osmótico. É nos tilacóides dos cloroplastos onde ocorre a fotofosforilação (formação do ATP). Nota: A reacção fotoquimica esta localizada/ocorre na membrana dos tilacoides das mitocondrias. Os fotossistemas FS I e FS II encontram-se nas plantas superiores e nas algas clorofitas. 26 Erro! O estilo não foi especificado. Um tilacoide contém cerca de 105moléculas de pigmentos (clorofilas a e b, carotenóides) e que cerca de 500 estão unidos a aproximadamente 200 cadeias de transporte de electrões. A plena luz do sol alcançam cada centro de reacção cerca de 200 quanta por segundo. Além da água (dos dadores primários de electrões nas bactérias fotossintetizadoras e das clorofilas), participam também no transporte fotossintético de electrões citocromos, prótidos metalíferos, nucleotídeos pirimídicos flavoproteínas e quinonas. Os citocromos se derivam como as clorofilas do sistema cíclico das porifirinas pelo que como átomo central do anel tetrapirrólico possuem ferro e não magnésio. Estes complexos porifirínicos com ferro estão ligados a proteínas como grupos prostéticos. No transporte de electrões pelos citocromos o átomo central sofre uma alteração de valência (Fe3+/Fe2+). Os distintos citocromos se diferenciam pelos seus espectros de absorção característicos. É possivel bloquear a fotorreacção II mediante certos inibidores por exemplo o herbicida DCMU (diclorofenildimetilureia); esta substância actua ao nível de PQ2. 1.4.7.1. Assimilação de CO2 ou fase química Neste processo ocorre praticamente a utilização dos produtos da fase luminosa (fotoquímica) O ATP e NADPH + H+. Esta reacção/processo ocorre no estroma dos cloroplastos e não depende da luz. A reacção de assimilação de CO2 ocorre em 4 passos. 1. Fixação de CO2 – Carboxilação 2. Redução de carbono fixado 3. Regeneração do aceitador de CO2 4. Sintese de glicose Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 27 28 Erro! O estilo não foi especificado. Ciclo de Calvin Balanço da reacção 6CO2 + 12NADPH + 12H+ + 18ATP C6H12O6 + 12NADP+ + 18ADP + 18Pi 1. Fixação de CO2 6Ribulose1,5difosfato + 6CO2 12ácido3-fosfoglicérico P 5C P 12 3C P Ribulose é uma pentose com 5 atomos de carbono Rubisco Ribulose bifosfato carboxilase-oxidase 2. Redução do carbono 12ácido3fosfoglicérico + 12ATP + 12NADPH + 12H+ 12gliceraldeido 3fosfato + 12ADP + 12 Pi + 12 NADP+ Volta de novo para a fase luminosa O objectivo do ciclo de calvin é a formação da glicose como forma de armazenamento de matéria prima e energia para posterior elaboraçãode muitas estruturas e ocorrência de outros processos bioquimicos. Resumo A fixação de 3 moléculas de CO2permitem o ganho de uma molécula de gliceraldeido 3 fosfato por um custo de nove moléculas de ATP e seis moléculas de NADPH. A equação balanço é a seguinte: 3CO2 + 9ATP + 6NADPH +água →Gliceraldeido 3-fosfato + 8Pi + 9ADP + 6NADP+ O gliceraldeido produzido nos cloroplastos é rapidamente transportado para o citoplasma onde ele realiza a síntese de sacarose graças à uma sucessão de reacções químicas não detalhadas aqui; A sacarose é a principal força de transporte de glícidos entre as células vegetais via feixes vasculares para fornecer os glícidos noutras partes vegetais (é o equivalente ao transporte de glicose pelo sangue nos animais) Rubisco Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 29 A maioria do gliceraldeido 3 fosfato que não é retirado para fora dos cloroplastos, é transformado em amido e guardado sob forma de grãos volumosos no estroma dos cloroplastos no momento de grande actividade fotossintética (nos dias de luminosidade). À noite o amido é degradado e retirado para fora da célula 1.4.8. Fotorrespiração (Via ácido glicólico) A fotorespiração ocorre exclusivamente nos tecidos vegetais Nota: A respiração é praticamente a decomposição da glicose que resulta na formação de ATP e libertação de CO2. Enquanto que na fotorespiração embora ocorrendo a decomposição de glicose não ha formação de ATP (respiração sem produção de ATP). Na fotorespiração participam 3 componentes: cloroplastos, peroxisoma e mitocôndrias. 30 Erro! O estilo não foi especificado. I. Nos cloroplastos: Ocorre a oxidação do rubisco e forma-se ácido glicólico e um fosfato. O ácido glicólico introduz-se no peroxisoma. II. No peroxisoma Ocorre a oxidação do glicolato e forma-se o ácido glioxílico que imediatamente se converte em glicina. A glicina introduz-se nas mitocôndrias. III. Nas mitocôndrias Ocorre a oxidação da glicina em serina. A serina atravessa a membrana das mitocôndrias e ja no peroxisoma é levada ao ciclo de Calvin em forma de glicerato (ácido glicérico). Nota: Neste processo uma actividade importante é o aproveitamento do produto lateral – o glicolato que se forma pela oxidação do rubisco. O material produzido na fotossíntese reduz-se quase até à metade. Outra importância é a produção da glicina e serina: aminoácidos importantes/essenciais para outros organismos. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 31 Só as plantas têm a capacidade de formar aminoácidos. Outros organismos são consumidores. Em situações normais de O2 (21%) e de CO2 (0,03%) na atmosfera, a taxa de carboxilação e oxigenação é de 3:1. A proporção destes dois componentes é importante, visto que os dois competem pelo mesmo sítio activo do RUBISCO, influenciando a carboxilação ou a oxigenação. Assim, quando a relação O2: CO2 for alta, favorece a fotorrespiração; da mesma forma quando a relação O2:CO2 for baixa, favorece desta forma, a fotorrespiração. O processo da fotorespiração ocorre nas plantas do tipo C3 (nas quais ocorre o processo de Calvin). Nas plantas do tipo C4 a fotorrespiração é quase nula. LIÇÃO Nº 4. FOTOAUTOTROFIA 1.4.9. C4-Fotossíntese e CAM (Via de Hatch–Slack) Plantas do tipo C4 Na figura abaixo - Corte transversal da folha de cana-de-açúcar. Típico em gramíneas C4, as células do mesófilo estão radialmente dispostas ao redor das bainhas dos feixes vasculares, as quais consistem em grandes células contendo cloroplastos muito grandes. 32 Erro! O estilo não foi especificado. O aceitador de CO2 nestas plantas é o fosfoenolpiruvato e, o primeiro produto estável que se forma é o Oxalacetato um composto com 4 carbonos (C4) - dai a sua classificação. A utilização do CO2 ocorre nas células da bainha dos feixes vasculares mas estas células não captam CO2 directamente do ambiente. O CO2 é captado pelas células do mesofilo em quantidades maiores que depois é transformado/armazenado em forma de ácido maléico e transportado até às células da bainha dos feixes. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 33 Ex: Poaceae (Zea mays, Sacharum officinarum, Panicum sorgum) e Caryophyllales (todas Amaranthaceae, algumas Chenopodiaceae e Pontulacaceae) mas também diferentes Euphorbiaceae. Aspectos entre plantas C3 e C4 1. As plantas C4 são desprovidas de peroxissomos, estrutura envolvida na fotorrespiração, além de que ocorre altos índices de CO2 nas células da bainha e anatomia e características bioquímicas que permitem a reassimilação de CO2 ocasionalmente escapado das células da bainha, fatores que corroboram com a fotossíntese em detrimento à fotorrespiração; 2. As plantas C4, que são plantas tropicais e sub-tropicais, apresentam taxa de fotossíntese de 2~3 vezes maior em altas temperaturas comparadas às plantas C3; 3. A actividade da PEPcase está em torno de temperaturas de 30~35ºC, enquanto a RUBISCO é em torno de 20~25ºC, o que implica as enzimas das plantas C4 suportarem maiores temperaturas em favor da fotossíntese; 4. Aumentos de temperatura modifica a solubilidade do O2 e do CO2. O aumento de temperatura diminui a disponibilidade de CO2 para as plantas. Em altas temperaturas a ação da oxigenase na RUBISCO é favorecida. Plantas CAM – Metabolismo dos ácidos nas plantas da família Crassulaceae As plantas CAM (do inglés, Crassulacean Acid Metabolism), são plantas especialmente adaptadas a regiões áridas, com altas temperaturas diurnas, baixas temperaturas noturnas, alta radiação e baixo teor de água no solo. Essas plantas geralmente, abrem seus estomas durante a noite e os fecha durante o dia. Este tipo de plantas têm uma adaptação fisiológica para o balanço hidrico. São plantas cuja caracteristica principal é a suculência. Ex: plantas da família Agavaceae, Crassulaceae, Cactaceae, Bromeliaceae, Euphorbiaceae, e Orquideaceae.. São cerca de 28 famílias. Ciclo Cicadiano Regular 34 Erro! O estilo não foi especificado. Nas plantas CAM Durante o periodo da noite ha fixação de CO2 e é reservado em forma de malato (ácido nucleico) nos vacuolos. Durante o dia ocorre a utilização desse CO2 no ciclo de Calvin e regenera-se durante este processo, o PEP. Este complexo todo/processo ocorre numa mesma célula. A vantagem dessas plantas em absorver o CO2 no periodo da noite é que elas evitam muita perda de agua pela transpiração. Pois que durante o dia os seus estomas encontram-se fechados e não ha trocas gasosas. Plantas C3, C4 e plantas CAM Esta ordenação representa uma sequência do ponto de vista evolutivo. Cada grupo de plantas possue adaptações fisiológicas ou bioquimicas no que diz respeito à fixação de CO2 e a redução de transpiração. Essas adaptações são mais para a sobrevivência e não para o crescimento. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 35 Células do mesofilo Nas plantas C4 Células da bainha dos feixes: Nestes não existe FS II. Quer dizer ; não ha formação do equivalente redutivo (NADPH + H+). Só há formação do ATP Tpc: Quais são as consequências da falta do equivalente redutivo? Eficiência dos fotossistemas FS I (P700) Absorve luz de radiações vermelhas (e constitue uma região de pouca luz). O comprimento de onda dessa luz é maior e por isso a qualidade de luz não é melhor. Quando o comprimento de onda é maior a energia é baixa. E= h*C/λ FS II (P680) O comprimento de onda é menor e por isso a energia é elevada. Absorve radiações que constituem a maior parte de luz solar. Por isso é mais eficiente este fotossistema. A hipótese quimiosmotica parte de que a compensação do gradiente de protões que pode conduzir à formação de ATP através de uma ATP-ase ligada à membrana. Este complexo de ATP-ase na membrana dos tilacoides consta, como nas membranas das mitocôndrias e de bactérias, de um componente hidrofobo (coupling factor 1, CF1) e outro hidrofilo (CF2), unidos fortementeà membrana. Ao separar-se da membrana do tilacoide estes factores de acoplamento , ao bloquearem-se por anticorpos interrompe-se a fotofosforilação. É preciso que 5 protões atravessem a barreira de ATP-ases para que se carreguem duas moléculas de ATP. As ATP-ases devem provavelmente ser activadas por um câmbio de conformação antes de entrar em acção. Ja foi demonstrado que um campo eléctrico o gradiente de protões provocado experimentalmente entre o espaço interno do tilacoide e o estroma ao equilibrar-se, incluso na escuridão, pode formar ATP de ADP e Pi. 36 Erro! O estilo não foi especificado. Certas sustâncias desacoplam o transporte fotossintético de electrões e a formação de ATP basta sua influência prosseguir, por exemplo, a Reacção de Hill pelo que cessa a fotofosforilação. Pertencem a estes desacopladores da fotofosforilação por ex: iéoes NH4+, arsenato, CCCP (Carbonilciamida-n-clorofenilhidrazona) e desaspidina, um derivado de fluoroglicina existente em espécies de Dryopteris. A acção desacopladora de tais substâncias poderia consistir segundo a hipotese quimiosmotica em que impedem a orientação do gradiente de protões (e ja foi observado, por ex: com CCCP) ou que inibem o ATP-ase. A hipótese quimiosmótica explicaria também por que para a fotofosforilação(e também para a fotossintese activa) é necesario que o espaço interno do tilacóide esteja isolado de estroma (isso encontra-se ja nos procariotas que carecem de membrana externa do cloroplasto) so um compartimento isolado pode manter um gradiente de concentração de determinados materiais em seu torno. (In Strasburger pag.s 255 a256) A escassa produção de O2 na bainha dos feixes condutores de algumas plantas C4 (planta de fotossistema II) e a elevada concentração de CO2 inibem a fotorespiração. As plantas C4 têm pois na fase luminosa menores perdas de substâncias e por isso realizam uma maior economia no aproveitamento dos produtos assimilados. Espécies do tipo de fotossintese C4 se encontram em distintos lugares do sistema das plantas pelo que são especialmente abundantes em alguns grupos, por ex: nas Poaceae (milho, cana-de-açucar, bambu, trigo, etc), as Amaranthaceae (Amaranthus, etc.) e as Chenopodiaceae (Espinafre, beterraba, Salicornia, Atriplex, etc 1.4.10. Ecologia da fotossíntese Factores externos que influenciam a fotossintese 1. Intensidade da luz 2. Concentração de CO2 3. Concentração de O2 4. Temperatura e abastecimento da agua para a planta Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 37 Indicadores da intensidade da fotossintese -Libertação de O2/quantidade de O2 libertado – Efluxo -Quantidade de CO2 absorvido – Influxo -Quantidade de matéria Orgânica produzida Fotossíntese Aparente = Fotossíntese Real – Fotorespiração 1.4.10. Ecologia da fotossíntese Factores externos que influenciam a fotossintese 1. Intensidade da luz 2. Concentração de CO2 3. Concentração de O2 4. Temperatura e abastecimento da água para a planta Indicadores da intensidade da fotossintese -Libertação de O2/quantidade de O2 libertado – Efluxo -Quantidade de CO2 absorvido – Influxo -Quantidade de matéria Orgânica produzida Fotossíntese Aparente = Fotossíntese Real – Fotorespiração 1.4.10.1. Luz Influência da luz 38 Erro! O estilo não foi especificado. Ponto de compensação (PC) = Ponto em que o valor fotossintético coincide com o valor da respiração. Ponto de saturação (PS) = ponto a partir do qual mesmo aumentando a intensidade da luz a fotossintese não altera Cada planta reage à sua maneira perante a presença da luz. E cada planta suporta uma intensidade luminosa determinada. Tipos de Plantas Plantas de sombra Ex: Violeta africana Plantas de luz fraca Ex: Alocasia macrorrhiza Plantas de sol Ex: Feijoeiro Plantas de luz intensa Ex: Plantas CAM Cada tipo de planta tem o seu ponto de compensaço e de saturação. Adaptações Fisiológicas nas plantas Plantas de sombra, apresentam folhas maiores, pois recebem poucos raios solares e necessitam de uma maior superficie de absorção de luz. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 39 Plantas de sol apresentam folhas com superficie reduzida não precisam de uma grande superficie de absorção. Estas diferenciações nas folhas ocorrem durante o processo de desenvolvimento da planta. Numa mesma planta podem existir folhas de maior e de menor superficie de absorção. Parênquima lacunoso Parênquima em palissada Parênquima em palissada Parênquima lacunoso 40 Erro! O estilo não foi especificado. 1.4.10.2. Factores CO2 e O2 N.B. Na atmosfera existe 78% N2 21% O2 Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 41 0,03% CO2 Plantas C4 Pouca quantidade de CO2 é suficiente para realizarem a fotossintese e muito rapidamente atingem o ponto de saturação. O consumo de menores quantidades de CO2 implica maior produtividade de O2 pela planta. 1. Interprete os seguintes gráficos 42 Erro! O estilo não foi especificado. 1.4.10.3. Comparação entre plantas C3, C4 e CAM Parâmetros C3 C4 CAM Produto primário de fixação de CO2 Ácido 3-fosfoglicérico (3C) Ácido oxaloacético (4C) Ácido oxaloacético (4C) Anatomia da folha Células esponjosas e paliçadicas Mesófilo e células da bainha do feixe vascular Células com grandes vacúolos Taxa fotossíntética óptima (mg CO2 dm2/h) 30 60 3 Ponto de compensação de CO2 50 ppm 5 ppm 2 ppm (no escuro) Ponto de saturação de luz (mmol m-2 s-1) 400 – 500 Não saturável - Fotorespiração Presente, > de 25% da fotossíntese bruta Presente, não detectável Detectável no final da tarde Temperatura óptima (°C) 20 a 35 30 a 45 30 a 45 Eficiência do uso da água (g CO2 . kg H2O-1) 1 a 3 2 a 5 10 a 40 Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 43 Razão da transpiração (gH2O/gMS) 450 a 1000 250 a 350 18 a 125 Tabela: Estão relacionados alguns aspectos fisiológicos e estruturais comparativos entre plantas C3, C4 e CAM. 1.4.11. Bactérias fotossintéticas As bactérias fotossintéticas: São anaeróbicas, sem presença de oxigénio – é um processo primitivo. Realizam a fotossintese sem formação de Oxigénio. Os representantes são: Bactérias sulfidricas verdes Bactérias sulfidricas púrpuras Bactérias púrpuras.Equação de fotossintese das bactérias Equação da fotossintese das bactérias 6CO2 + 12H2S ou H2A C6H12O6 + 6H2O +12S ou A A fonte de energia para a realização da fotossintese das bactérias é a luz solar e a fonte de electrões ou protões é o H2S ou H2A A - substância orgânica qualquer 44 Erro! O estilo não foi especificado. Fora da região de luz visivel -Luz infravermelha Fotossintese das Bactérias Capacidade de fotossintese das bactérias As bactérias têm capacidade de absorver luz de ondas muito curtas e ondas muito longas 300-400 Luz ultravioleta (ondas muito curtas) elas atingem o máximo 700-800 Luz infravermelha (ondas longas) também atingem o máximo. Nisto as bactérias podem viver em regiões onde mesmo as plantas superiores não podem viver; as bactérias quanto a absorção de luz são mais eficientes que as plantas superiores. 1.4.12. Bactérias quimiossintéticas Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 45 A fonte de energia que utilizam na assimilação de CO2 provem da oxidação de substâncias inorgânicas. Como equivalente redutivo é o NADH. Representantes: 1. Bactérias nitrificantes A relação entre nitrsomonas e nitrobactérias não é simbiotica; trata-se duma pseudo-simbiose chamada parabiose. Esta relação é muito necessaria. As nitrobactérias utilizam o nitrito (NO3-) produzido pelas nitrosomonas – oxidando-o para nitrato. Os nitritos são substâncias fortemente venenosas contudo raras vezes se libertam pois as nitrobactérias existem em maiores quantidades que as nitrosomonas e conseguem absorver e oxidar quase todos os nitratos produzidos pelas nitrosomonas. Os nitratos são importantes para a fotossintese das plantas 1. BactériasSulfidricas oxidantes Ex: Thiobacillus 2H2S + O2 2S + 2H2O ΔG°=-209 Kj 2S + 2H2O + 3O2 2H2SO4ΔG°=-498 Kj 2. Ferrobactérias 46 Erro! O estilo não foi especificado. Ex: Ferrobacillus 4Fe2+ + 4H+ + O2 4Fe3+ + H2O ΔG°=-67 Kj 3. Bactérias de gas detonante Ex: Hidrogenomonas H2 + ½O2 H2O ΔG°=-239 Kj LIÇÃO Nº 5. FOTOAUTOTROFIA 1.5. Desassimilação/Catabolismo 1.5.1. Degradação das substâncias de reserva Vias metabólicas de respiração Vías principales del catabolismo y anabolismo en la célula, Se observan las tres etapas, la primera tiene lugar en el lumen del tubo digestivo, la segunda en el citosol y la última en las mitocondrias El metabolismo celular funciona sobre la base de dos tipos de reacciones químicas: catabolismo y anabolismo. Catabolismo es desintegración (rutas convergentes), mientras que anabolismo significa reorganización (rutas divergentes). El Catabolismo implica liberación de energía (reacciones exergónicas), mientras que el anabolismo implica captura de energía (reacciones endergónicas). En el catabolismo ocurre una desorganización de los materiales, en tanto que en el anabolismo ocurre una reorganización más compleja de los materiales El proceso por el cual las células degradan las moléculas de alimento para obtener energía recibe el nombre de RESPIRACIÓN CELULAR. La respiración celular es una reacción exergónica, donde parte de la energía contenida en las moléculas de alimento es utilizada por la célula para sintetizar ATP. Decimos parte de la energía porque no toda es utilizada, sino que una parte se pierde. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 47 Aproximadamente el 40% de la energía libre emitida por la oxidación de la glucosa se conserva en forma de ATP. Cerca del 75% de la energía de la nafta se pierde como calor de un auto; solo el 25% se convierte en formas útiles de energía. La célula es mucho más eficiente. La respiración celular es una combustión biológica y puede compararse con la combustión de carbón, bencina, leña. En ambos casos moléculas ricas en energía son degradadas a moléculas más sencillas con la consiguiente liberación de energía. La respiración celular puede ser considerada como una serie de reacciones de óxido-reducción en las cuales las moléculas combustibles son paulatinamente oxidadas y degradadas liberando energía. Los protones perdidos por el alimento son captados por coenzímas. La respiración ocurre en distintas estructuras celulares. La primera de ellas es la glucólisis que ocurre en el citoplasma. La segunda etapa dependerá de la presencia o ausencia de O2 en el medio, determinando en el primer caso la respiración aeróbica (ocurre en las mitocondrias), y en el segundo caso la respiración anaeróbica o fermentación (ocurre en el citoplasma). Principais vias de catabolismo e anabolismo da célula, existem três fases, a primeira é realizada no lúmen do tracto gastrointestinal, o segundo no citosol e nas mitocôndrias no passado O metabolismo celular opera na base de dois tipos de reacções químicas: catabolismo e anabolismo. Catabolismo é desintegração (rotas convergentes), enquanto que o anabolismo significa reorganização (divergentes rotas). Catabolismo envolve a libertação de energia (reacções exergônica), enquanto que a captura de energia significa anabolismo (reacções endergonic). Catabolismo ocorre na ruptura dos materiais, enquanto que na reorganização anabolismo ocorre materiais mais complexos O processo pelo qual as células quebrar moléculas dos alimentos para energia é chamada de respiração celular. Respiração celular é uma reacção exergônica, em que parte da energia em moléculas de alimento é utilizada pela célula para sintetizar ATP. Dizemos parte da energia é usada para não todos, mas uma parte é perdida. Cerca de 40% da energia livre emitida pela oxidação da glucose é armazenada sob a forma de ATP. Cerca de 75% da 48 Erro! O estilo não foi especificado. energia da gasolina é perdida na forma de calor dentro de um carro, de apenas 25% é convertida em formas úteis de energia. A célula é muito mais eficiente. Respiração celular é uma combustão biológica e pode ser comparado com a queima de carvão, gasolina, lenha. Em ambos os casos, as moléculas ricas em energia são quebrados em moléculas mais simples com a consequente libertação de energia. Respiração celular pode ser considerado como uma série de reacções redox no qual as moléculas de combustível são oxidados e degradados gradualmente libertando energia. Prótons perdidos são capturados pelos coenzimas alimentos. Respiração ocorre em diferentes estruturas celulares. A primeira é a glicólise ocorre no citoplasma. A segunda fase irá depender da presença ou ausência de O2 no meio, a determinação da respiração aeróbia primeiro caso (ocorre nas mitocôndrias), e no segundo caso a fermentação ou a respiração anaeróbica (ocorre no citoplasma). Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 49 1.5.2. Tipos de Organismos com base no Catabolismo a) Organismos anaeróbicos Vivem em ausência de oxigénio e degradam os nutrientes sem necessitar de oxigénio Fermentação b) Organismos aeróbicos Vivem na presença de oxigénio e utilizam o oxigénio para oxidar moléculas orgânicas e obter energia através da respiração celular. c) Organismos aeróbicos facultativos Podem realizar a respiração celular (em presença de O2) ou podem realizar fermentação (na ausência de O2). 1.5.3. Decomposição da glicose I. GlicoliseCitoplasma Citoplasma II. Formação da Acetil-CoA Matriz externa III. Ciclo de Krebs IV. Cadeia transportadora de electrões Membrana interna (Oxidação terminal) Nota: A respiração celular esta ligada com o citoplasma e com mitocôndrias. Glicólise A glicólise ocorre em todos os organismos vivos e, evolucionariamente, é o mais velho dos três estágios da respiração. As enzimas que catalisam as 50 Erro! O estilo não foi especificado. reações da glicólise estão localizadas no citosol, e também nos plastídios, e nenhum oxigênio é requerido para converter sacarose a piruvato. Isso sugere que a glicólise deve ter sido, provavelmente, o processo fornecedor de energia nas células primitivas, que realizavam a respiração anaeróbica, antes do aparecimento do O2 na atmosfera e da fotossíntese. Na glicólise (glico = açúcar; lise = quebra) de plantas, uma molécula de sacarose (um açúcar de 12 carbonos) é quebrada e produz quatro moléculas de açúcar de três carbonos (trioses). Estas trioses são, então, oxidadas e re-arranjadas para produzir quatro moléculas de piruvato. Primeira etapa da glicólise, produzindo Frutose-1,6-bisfosfato Segunda etapa da glicólise que converte Frutose-1,6-bisfosfato em 2 piruvato Balanço Glicose + 2ADP + 2Pi + 2NAD+ + 2 H+ 2 Piruvato + 2ATP + 2(NADH + H+) Uma molécula de glicose produz ~2% de energia Formação de Acetil CoA e ciclo de Krebs Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 51 CoA é uma parte protéica (enzima) que se liga ao grupo acetil para formar uma estrutura funcional. CoA é apenas um factor e não participa na reacção. O CH3 -C ~S- CoA Ácido acético activado O grupo acetil CH3-C- é muito mais activo (ou reactivo) que o ácido acético O CH3-CO~S-CoA entra no ciclo de Krebs. O ciclo de Krebs ocorre nas mitocônrias, concretamente na matriz interna das mitocôndrias. Balanço do ciclo de Krebs 52 Erro! O estilo não foi especificado. Cadeia transportadora de electrões e fosforilação oxidativa Transporte de electrões 4ª etapa - Cadeia transportadora de eletrões e fosforilação oxidativa As moléculas transportadoras de eletrões, o NADH e o FADH2 vão percorrer uma cadeia transportadora de eletrões até chegarem ao oxigénio que é o aceitadorr final. Esta cadeia transportadora, ou cadeia respiratória é constituída por proteínas existentes na membrana interna da mitocôndria e as moléculas NADH e FADH2 ao passarem pela cadeia vão sendo reduzidas e oxidadas até chegarem ao oxigénio, produzindo energiaque irá servir para transformar o ADP em ATP (fosforilação oxidativa). O Oxigénio quando recebe os eletrões reage com protões da matriz mitocondrial e forma água. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 53 Os processos de transporte de electrões e fosforilação oxidativa ocorrem na membrana interna das mitocôndrias e estão relacionadas com a estrutura lipo-protéica da membrana O transporte de electrões têm natureza metálica i. é, são moléculas protéicas com elementos metálicos (natureza-protéica-metálica). Os metais podem ser magnésio, potássio, etc. Contém pigmentos citocromos do tipo a, b, c constituidos de Fe e Cu. O mecanismo de transporte de electrões por pigmento depende do metal que contêm. Os metais tanto podem ceder electrões ou recebê-los mudando de carga. Ex: 2es + 2 citoc Fe3+ 2 citoc Fe2+ 2 citoc Fe2+ 2 citoc Fe3+ + 2e 2H+ + 2e + 1/2O2 H2O A energia não se forma de uma unica vez, mas em passos e em cada passo forma-se uma parte de energia. Fosforilação oxidativa Hipotese de acoplamento quimiostatico A hipótese de acoplamento quimiostático é uma forma de explicação da via de transporte de iões H+ e electrões pelas membranas. 54 Erro! O estilo não foi especificado. Esta hipótese estabelece que no processo de fosforilação oxidativa há um transporte de iões de hidrogénio (H+) da matriz interna para a matriz externa das mitocôndrias. A matriz externa é praticamente ácida. O transporte de electrões é feito através da membrana interna. Para o transporte de iões H+ e electrões não é utilizado ATP, ele é realizado através de processos químicos – diferença de potencial redox. Balanço energético da respiração numa molécula de glicose Até a década de 1980, admitia-se a rentabilidade energética da respiração aeróbica como sendo de 38 moléculas de ATP por molécula de glicose degradada. Entretanto, com a descoberta de que a molécula de NADH produzida fora da mitocôndria origina apenas duas moléculas de ATP, esse valor foi revisto. Hoje, considera-se como correto que uma molécula de glicose produz, na respiração aeróbica, 36 moléculas de ATP. Há algumas células, como as células do coração, do fígado e dos rins humanos, que obtêm rendimento de 38 moléculas de ATP por molécula de glicose. Entretanto, para a maioria delas, o rendimento é de 36 moléculas de ATP ~42% de energia da glicose + calor ΔG°=-2870 Kj Ácidos gordos Ácido palmítico=190 ATP (C16) ΔG°=-4355Kj É importante destacar que embora as plantas superiores sejam organismos aeróbicos obrigatórios, seus tecidos ou órgãos podem, ocasionalmente, estar sujeitos a condições anaeróbicas. Situações típicas ocorrem quando as suas raízes estão submetidas a condições de solo alagado com água, no início do processo germinativo de sementes grandes, na mobilização e sob condições de estresse hídrico e salino. Nestes casos, ocorre uma mudança no metabolismo e o processo respiratório predominante é a fermentação Nas plantas predomina a fermentação alcoólica, em que as enzimas descarboxilase do piruvato e desidrogenase alcoólica convertem o piruvato Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 55 em etanol e CO2 e o NADH é oxidado, regenerando o NAD+. Na fermentação láctica (comum em animais e também presente nas plantas), a enzima desidrogenase do lactato usa o NADH para reduzir piruvato a lactato, regenerando o NAD+. Acredita-se que o etanol é um produto menos tóxico do que o lactato, pois o acúmulo deste último promove acidificação do citosol. OBS:Note que as reações da fermentação (láctica ou alcoólica) regeneram o NAD+. Fermentação Alcóolica É o processo através do qual certos açúcares, principalmente a Sacarose, Glicose e Frutose são transformados em Álcool Etílico (ou Etanol). Para que isto ocorra, entretanto, torna-se necessária a ação de um "pool enzimático" para o desdobramento destes açúcares em álcool. Estas enzimas são fornecidas por microorganismos, as leveduras (ou fermento). no homem ocorre na musculatura Ocorre em: Leveduras Sacharomyces cerevisae Sacharomyces vini Sacharomyces carls bergensis Bactérias pseudomonas Fermentação Acética 56 Erro! O estilo não foi especificado. Consiste na oxidaçao parcial, aeróbica, do álcool etílico, com produção de ácido acético. Esse processo é utilizado na produção de vinagre comum e do ácido acético industrial. Desenvolve-se também na deterioração de bebidas de baixo teor alcoólico e na de certos alimentos. É realizada por bactérias denominadas acetobactérias, produzindo ácido acético e CO2. A fermentação acética corresponde à transformação do álcool em ácido acético por determinadas bactérias, conferindo o gosto característico de vinagre. As bactérias acéticas constituem um dos grupos de microrganismos de maior interesse econômico, de um lado pela sua função na produção do vinagre e, de outro, pelas alterações que provocam nos alimentos e bebidas. Fermentação Láctica Consiste na oxidação anaeróbica, parcial de hidratos de carbono, com a produção final de ácido lático além de várias outras substâncias orgânicas. É processo microbiano de grande importância utilizado pelo homem na produção de laticínios, na produção de picles e chucrute, e na conservação de forragens. São processos que ocorrem em bactérias tais como: streptococcus lactis, Lactobacillus sp e em organismos superiores Entre o processo de respiração celular e fermentação o processo mais primitivo é a fermentação. E entre a respiração celular e a fotossintese o processo mais antigo é a fotossintese. Respiração celular Objectivo: Oxidação de substâncias alimentares de reserva (aminoácidos, ácidos gordos, hidratos de carbono, etc.) para o fornecimento de energia em forma de ATP. Possibilidades de formação de ATP numa célula Através da respiração celular Através do processo de fotossintese – fotoquimica – fotorespiração. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 57 Nota: Toda a célula necessita de ATP para a realização de dos processos metabólicos. Produção de ATP Para a produção de ATP ocorrem varios processos tanto nas plantas como em animais e bactérias. ACTIVIDADES DE AUTO-AVALIAÇÃO 1) Apresenta a estrutura de uma mitocôndria e descreva as várias etapas de degradação da glicose, em relação à estrutura mitocondrial. Que moléculas e íões atravessam as membranas mitocondriais nestes processos? 2) Distinga o seguinte: glicólise / respiração / fermentação / vias aeróbicas / vias anaeróbicas: FAD / FADH2; ciclo de Krebs / transporte de electrões. 3) Siga uma molécula de glicose a partir da sua entrada na célula até a formação de CO2 e H2O. Diferencie as varias etapas. 4) Complete a tabela a seguir: Processo Glicólise Respiração aeróbica Ciclo de Krebs Cadeia respiratória Fosforilação oxidativa Localização Substrato Produto Ganhos 5) Em caso de se esgotarem as reservas de carbohidratos e lípidos. A que compostos recorre a célula e em que etapa do metabolismo é incorporado? 58 Erro! O estilo não foi especificado. 6) Se a glicose é composta de carbono, hidrogénio e oxigênio, explique: a) Qual é o destino do H+ que se desprende do processo? b) Em que se transformam os átomos de C e O liberados? c) De onde provêm a energia armazenada na glicose e libertada parcialmente na glicólise? QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 1 - Na reacção seguinte: "Piruvato + NADH +H+ Lactato + NAD": a-piruvato reduz-se para lactato b-piruvato e NADH são reduzidos para lactato e NAD c-piruvato se hidrolisa a lactato d-NAD+ se reduz para NADH e-piruvato doa 2es do lactato 2 - A membrana externa da mitocôndria: a-é mais permeável que a interna b-é menos permeável que a interna c-é onde se localizam as proteínas da cadeia transportadora de electrões d- sintetiza a matriz intermembranosa e-apresenta dobras que proporciona uma maior superfície de contacto 3 - Qual das seguintes reações é comum na respiração aeróbia e na fermentação: a-malatooxaloacetato b-fosfoenolpiruvato piruvato c-piruvato lactato d-piruvato acetil-CoA e-fosfoenolpiruvato oxalacética ácido 4 - Qual dos seguintes compostos não se encontra na matriz mitocondrial? a-enzimas da via glicolítica b-enzimas do ciclo de Krebs Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 59 c-ADN d-ribossomas e-a e c estão correctas 5 – A -oxidação dos ácidos gordos: a-é um processo citosólico de síntese b-tem menor rendimento energético por mole de substrato oxidado que na glicólise aeróbica c-é realizado na matriz mitocondrial d-é um processo de síntese peroxissomal e nenhuma é correcta Unidade II Troca e Transporte de Matéria Introdução Esta unidade sera apresentada em 5 lições onde os conteudos principais a serem abordados serão: Processos fisiologicos de transporte, Tipos de transporte (difusão, osmose), perda e percurso da agua através da planta. Transpiração, fotonastia de estomas, gutação, Absorção de agua na planta, Sistema osmotico da planta, Balanço hidrico e tipos ecologicos, Absorção e transporte de sais minerais, Transporte a distâncias longas Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de: Objectivos Descrever os processos Fisiologicos de transporte de matéria na planta Explicar os processos de difusão e osmose para o movimentos de substâncias nas plantas Explicar os processos inerentes à transpiração e a absorção de agua e sais minerais nas plantas Descrever e diferenciar os processos de perda de agua na planta (Transpiração, Gutação e Exsudação) Descrever os processos do balanço de agua na planta (Absorção e perda de agua na planta) Indicar os tipos ecologicos de plantas segundo seu balanço hidrico Explicar as vias e os processos de transporte de subtâncias a 60 Erro! O estilo não foi especificado. distâncias longas (aquele feito atravéz do xilema e do floema) Terminologia Tipos de transporte nas plantas, transporte passivo, difusão, permeação facilitada, permeação catalisada, endocitose, exocitose, balanço de agua, potencial de agua, potencial osmotico, solução hipotonica, solução hipertonica, potencial de agua, osmose, fotonastia de estomas, transpiração, gutação, exsudação, sais minerais, xilema, floema, absorção simplastica, absorção apoplastica 2. Troca e transporte de matéria LIÇÃO Nº 6. Processos Fisiologicos de Transporte 2.1. Processos fisiológicos de transporte através da membrana Funções da membrana -Delimitação -Absorção de substâncias -Transporte ou transferência de substâncias e sua regulação Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 61 2.1.1. Tipos de transporte 2.1.1.1. Difusão É um movimento ao acaso da particulas (do meio de maior concentração para o de menor concentração) com tendência a atingir o equilibrio dinâmico. O fundamento fisico da difusão é a diferença de concentrações de substâncias entre os dois meios. Leis de difusão ou leis de Fick Primeira lei Nota: A velocidade de difusão é directamente proporcional à temperatura. Quando à temperatura é elevada, a velocidade de difusão aumenta. Segunda lei de difusão ou lei de Fick “A distância percorrida pelas particulas na difusão é directamente proporcional à raíz quadrada do tempo”. Nota: O processo de difusão é mais eficaz para pequenas distâncias Desvantagens da difusão 62 Erro! O estilo não foi especificado. A velocidade de difusão diminue com o tempo Ex: Difusão de fluoresceina na agua Tempo Distância (mm) 1 seg 0.09 10 seg 0.28 30 seg 0.48 1 min 0.68 1 h 5.2 1 dia 26 1 mês 140 Numa célula, a difusão realiza-se entre o interior da célula e os espaços entre as células – espaços intercelulares chamados Espaços livres de difusão ou “free spaces”. Nesses espaços encontram-se sempre moléculas a movimentarem-se livremente e que podem entrar em interacção com as paredes das células, diminuindo assim a area dos espaços livres de difusão, passando a denominar-se de Espaços livres aparentes ou “apparent free space”. A permeabilidade da membrana depende de 2 factores: -Tamanho das particulas que a atravessam -Solubilidade lipidica das substâncias. 2.1.1.2. Permeação Facilitada Permeação: é o processo de passagem duma substância através duma membrana. Ou pode-se entender como a capacidade que uma substância tem de atravessar uma membrana. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 63 Visto a membrana ser muito selectiva geralmente as substâncias atravessam-na com ajuda de um translocador ou transportador - Carrier Vantagem da presença de transportadores Os translocadores funcionam como catalizadores e aceleram o processo de passagem de uma substância pela membrana e a energia que seria gasta para o transporte de uma molécula pode servir para mais moléculas. 2.1.1.3. Propriedades de um transportador -Deve possuir um centro activo no qual se vai ligar à substância por transportar -Tem uma alta especificidade. Cada transportador transporta uma substância específica -Actua em ambos sentidos: De fora para dentro da célula e de dentro para fora da célula. -Pode ser regulado pela célula -Depende da temperatura. Existem temperaturas moderadas para o funcionamento dum transportador. Os transportadores são estruturas protéicas que a altas temperaturas não funcionam. 2.1.2. Transporte Activo O transporte activo é um mecanismo activo que para sua ocorrência utiliza ou consome energia em forma de ATP e realiza-se contra o gradiente de concentração (isto é da região de menor concentração para o de maior concentração). 64 Erro! O estilo não foi especificado. Exemplo de transporte activo Funcionamento de uma bomba de iões de Na e K A mesma bomba que transporta iões de Na+ para fora da célula transporta também iões de K+ para dentro da célula. Durante esse processo ha uma enzima que cataliza a hidrolise do ATP para permitir o fornecimento de energia a utilizar nesse transporte activo de iões. Ao mesmo tempo que os iões de Na+ são transportados para fora pelo transporte activo eles retornam no interior da célula por difusao. O mesmo acontece com iões de K+. O retorno de iões de Na+ para a célula é muito importante porque permite a entrada para dentro da célula de moléculas necessarias à célula tais como: glicose, aminoácidos, etc. Esquema de funcionamento da bomba de iões: Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 65 Nota: A proteína que transporta iões de Na+ é a mesma que transporta iões de K+. A proteína quando é fosforilada tem afinidade para iões de Na+ e muda de estrutura quando é desfosforilada passando a ter afinidade para iões de K+. Transporte Ativo Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode ser químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) como uma enzima se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP. 66 Erro! O estilo não foi especificado. Transporte acoplado Muitas membranas pegam carona com outras substâncias ou íons, para entrar ou sair das células, utilizando o mesmo “veículo de transporte". É o que ocorre por exemplo, com moléculas de açúcar que ingressam nas células contra o seu gradiente de concentração. Como vimos no item anterior, a bomba de sódio/potássio expulsa íons de sódio da célula, ao mesmo tempo que faz os íons potássio ingressarem, utilizando a mesma proteína transportadora (o mesmo canal iônico), com gasto deenergia. Assim, a concentração de íons de sódio dentro da célula fica baixa, o que induz esses íons a retornarem para o interior celular. Ao mesmo tempo, moléculas de açúcar, cuja concentração dentro da célula é alta, aproveitam o ingresso de sódio e o “acompanham” para o meio intracelular. Esse transporte simultâneo, ocorre com a participação de uma proteína de membrana “cotransportadora” que, ao mesmo tempo em que favorece Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 67 o retorno de íons de sódio para a célula, também deixa entrar moléculas de açúcar cuja concentração na célula é elevada. Note que a energia utilizada nesse tipo de transporte é indiretamente proveniente da que é gerada no transporte ativo de íons de sódio/potá 2.1.3.3. Endocitose e Exocitose (ou Estusão) Endocitose Entrada de particulas dentro da célula Fagocitose-Inclusão de particulas solidas dentro da célula. Pode ser para fins de defesa do organismo ou para alimentação Endocitose Pinocitose-Inclusão de particulas liquidas. Ex: Células do intestino quando absorvem substâncias alimentares 68 Erro! O estilo não foi especificado. EEC – Espaço Extra Celular EIC – Expaço Intra Celular 2.2. Economia da água na planta A água é a componente principal das células vivas constituindo cerca de 80-90% do peso total duma célula Funções da água - Como solvente universal - Como reagente - Como estabilizador das células 2.2.1. Potencial da água(ψ) Potencial da água ψ é uma grandeza termodinâmica e é expressa em bar 1 bar 105 Pa O potencial da água ψ não tem um valor fixo porque ele depende da temperatura e da presença ou não de substâncias dissolvidas. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 69 O potencial da água caracteriza o estado hídrico da planta, do solo e do ambiente (atmosfera). Propriedades do potencial (ψ) Em água pura nas condições PTN, ψ=0 Em água com partículas dissolvidas ψ<0 Com o aumento da pressão ψ>0 Movimento espontâneo da água A água geralmente move-se da região de maior ψ para região de menor ψ i.é, de valores menos negativos para os mais negativos. Ex: Movimento de água numa planta. 70 Erro! O estilo não foi especificado. 2.2.2. Sistema osmótico da célula No metabolismo celular, a osmose é responsável, pelo transporte de fluídos entre uma célula e seu ambiente e, especificamente nas plantas, pela circulação da seiva vegetal. Osmose é o fenómeno físico que consiste na passagem espontânea de água ou outro solvente por uma membrana semipermeável que separa duas soluções. A passagem de solvente da solução mais diluída para a mais concentrada cessa quando é atingido o equilíbrio entre as duas concentrações. O termo osmose foi criado em 1854 pelo químico britânico Thomas Graham. O fenômeno foi estudado a fundo, pela primeira vez, em 1877, pelo botânico e fisiologista alemão Wilhelm Friedrich Philipp Pfeffer. Trabalhos anteriores haviam resultado em estudos menos precisos sobre membranas permeáveis e a passagem de água através delas em ambos os sentidos Descrição dos processos Na célula de pfeffer - A água tende a entrar na solução açucarada. Com o aumento da quantidade de solução esta sobe através do tubo ascendente até que chegue a uma fase em que há equilíbrio no qual a solução já não sobe mais. Na célula vegetal - Existe a parede celular. A troca de substâncias (água) ocorre apenas com o vacúolo central que possue uma membrana selectiva. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 71 No meio hipotónico a concentração de soluto é menor; a quantidade de solvente é maior; por isso mesmo cria-se uma pressão osmótica que tende a empurrar a água para o interior da célula/vacúolo. Mas no vacúolo cria-se uma pressão que tende a impedir a entrada de água nele. As células vegetais e animais actuam como verdadeiros osmômetros naturais. A membrana celular é semipermeável para muitas moléculas, entre elas as dos sais minerais. Por essa razão, as células se incham quando estão imersas numa solução hipotônica ou de menor pressão osmótica; diminuem de volume em soluções hipertônicas ou de maior pressão osmótica; ou se mantêm inalteradas em soluções isotônicas ou de mesma pressão. As células têm sua pressão osmótica determinada pelo meio em que vivem. O processo é dinâmico, ou seja, elas passam de um estado a outro, de acordo com as condições do meio. A célula pode alterar sua pressão osmótica assim que se modifica a concentração do meio, ou quando ocorrem factores que interferem na permeabilidade celular: luz, composição química do meio, traumatismo e outros. Pressão osmótica(ψs/PO) É a força que tende a empurrar o líquido (água) para dentro do vacúolo. Pressão de Turgescência (ψp/PT) É a força que tende a impedir a entrada de água dentro do vacúolo. A diferença entre as duas forças (pressão osmótica e pressão de turgescência) dá-nos o potencial da água (ψw) Deficit da pressão de difusão (DDP). 72 Erro! O estilo não foi especificado. Potencial Osmótico (ψπ) É a força com que a água pode penetrar dentro da célula. O porencial osmótico depende da concentração de substância dentro da célula. Quando a concentração dentro da célula é maior, o potencial osmótico será maior. Na água pura o potencial osmótico é igual a zero e expressa-se em bar. Nota: Cada célula tem o seu potencial osmótico específico Ψπ* Ex: Para uma célula com [ ] = 1M a 0° C T = 273 K Ψπ* = 22,7 bar Para soluções reais em que existem forças de interacção entre moléculas temos que introduzir um factor de correcção na fórmula Ψπ = -CRT; chamado coeficiente osmótico (g) e teremos: Ψπ = -gCRT Para soluções reais gC = Osmolaridade Depois da introdução do coeficiente osmótico (g) o potencial expressa-se em molares. O potencial osmótico (Ψπ) indica como a água penetra na célula ou atravessa a membrana. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 73 Nas plantas o Ψπ varia de –2 a –40 bar 2.2.3. Perda de água na planta A planta perde água de 2 maneiras: -por transpiração -por gutação 2.2.3.1. Transpiração É o fenómeno de devolução da água ao meio ambiente pela planta sob forma de vapor ou, é a perda de água no estado gasoso pela planta. Ex: Num dia de sol uma planta de girassol pode perder 1 litro de água por dia. Uma árvore grande pode perder cerca de 400 litros de água por dia A transpiração é um processo endotérmico e engloba um processo fisico que é a evaporação. Evaporação – é o fenómeno da perda de água duma supeficie molhada por acção da temperatura. 74 Erro! O estilo não foi especificado. Orgãos de transpiração Epiderme Exoderme Rizoderme Periderme A força motriz da transpiração é o baixo potencial hidrico do ar. Quando o ar é seco (falta de água) a água é retirada da planta para o ambiente. Factores da transpiração Temperatura – Temperaturas elevadas implicam maior transpiração Superficie exposta – Maior superficie implica maior transpiração Pressão atmosferica – A transpiração aumenta com o aumento da pressão atmosferica. Ventilação – Maior ventilação implica maior transpiração Humidade relativa – Com o aumento da humidade a transpiração diminue. H(absoluta) Hr = *100 H(saturante) Tipos de transpiração Estomática por estomas Transpiração Cuticular por meio da cutícula Lenticular por lentículas Transpiração estomática É directamente controlada pela planta e liberta muita quantidade de vapor de água. É o tipo principal de transpiração. A transpiração estomática dá-se por difusão livre da água; do interior da célula para o ambiente. Parênquima lacunoso Camada subestomática Ambiente Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 75 Classificação da planta segundo a posição das células estomáticas na folha 1. Folhs epiestomáticas Com estomas na pagina superior. São geralmente folhas de plantas aquaticas com folhas flutuantes. 2. Folhas hipoestomáticas Com estomas na paginainferior. São folhas de plantas vulgares. São terrestres. 3. Folhas anfiestomáticas Com estomas nas duas paginas. São folhas das zonas temperadas Nota: Cada planta só pode ter um dos três tipos de folhas e nunca se encontram 2 tipos de folhas numa mesma planta. Número de estomas por mm2 da superfície foliar Planta Estomas na face inferior Estomas na face superior Ficus carica (Figueira) 145 0 Nymphaea sp. (Ninumphar) 0 460 Zea mays (milho) 68 52 As plantas das regiões temperadas húmidas têm folhas com muitos estomas pois uma vez que a humidade diminue a percentagem da transpiração. As plantas criaram adaptações para poder aumentar os sítios da transpiração. O número elevado de estomas eleva o poder de transpiração; eficiência que se chama – Efeito de margem. A transpiração é mais eficiente nas margens da folha, por isso as margens da folha são as primeiras a secar. 76 Erro! O estilo não foi especificado. Mecanismo de regulação da transpiração A planta regula a transpiração por meio de um mecanismo fisiológico que é o grau de abertura dos estomas. O grau ou a taxa de transpiração é directamente proporcional ao grau de abertura dos estomas. A abertura dos estomas deve-se a um movimento designado fotoactivo ou fotonástico que consiste no aumento da turgescência. Esquema de abertura dos estomas Os dois lados da parede celular das células-guardas possuem espessuras diferentes, onde um lado é mais grosso e o outro é mais fino. Essa diferença permite a abertura doorifício no estoma. Quando a pressão de turgor é mais intensa, ela afasta as duas paredes, permitindo a abertura do ostíolo. Quando a pressão diminui, o ostíolo se fecha. A água é o principal agente regulador da abertura e do fechamento dos estomas, pois quando a célula recebe água, a pressão de turgescência aumenta e permite a abertura do ostíolo, e quando a célula elimina água, o ostíolo se fecha. Podemos dizer que a intensidade do processo de absorção e transpiração é controlada pelo grau de abertura e fechamento dos estomas. Outro factor que também influencia no mecanismo de abertura e fechamento, é a concentração dos íões de potássio nas células-guardas, que provoca a pressão de turgescência. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 77 Causas da abertura dos estomas Presença de luz ___________ fotossíntese ________ consumo de CO2 ___________ diminuição de ácido carbónico ___________ aumento de pH __________ activação de enzimas para a decomposição de amido em glicose __________ a diminuição do potencial osmotico ψs do conteúdo vacuolar da célula estomática _________ o movimento da água das células vizinhas para as células estomáticas ___________ aumento da turgescência da célula estomática ___________ abertura da fissura do estoma ____________ transpiração. Factores que influenciam o movimento estomático 1. Radiação solar 78 Erro! O estilo não foi especificado. 2. Temperatura 3. Ventilação 4. Disponibilidade de água no solo 5. Humidade do ar atmosférico Periodicidade diária de transpiração A transpiração não se dá de igual maneira nos diferentes períodos do dia A transpiração deve-se à grande diferença de potencial hídrico entre o interior da folha e o ar atmosférico. Como consequência á agua tende a sair da folha para o meio ambiene. Ex: Folha Atmosfera-940 bar sentido do movimento da água Importância da transpiração 1. Permite o movimento interno passivo da água e transporte de sais minerais. 2. sendo um processo endotérmico visa reduzir a temperatura da planta. A planta (ou folha) conserva uma temperatura de cerca de 15° C enquanto o dia estiver muito quente. Deslocação da água através da planta -25 bar Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 79 A água circula dentro dos elementos condutores do xilema (células mortas) graças à existência de forças que permitem a ascenção de água às partes mais acima da planta. Forças que permitem a subida da água às partes mais acima da planta. 1. Pressão radicular O potencial hídrico nas raízes é mais negativo que o do solo por isso a agua flue do solo para as raízes. Esta força consegue fazer subir a água até cerca de 30 m de altura da planta. 2. Transpiração Por causa da transpiração a região das folhas fica menor quantidade de agua (potencial hidrico menor) isto faz com que a água (da região média da planta) suba até às folhas. 3. Força de coesão das moléculas de água Devido a união entre as moléculas de água, a subida de uma leva a subida de outras tantas. 4. Aderência capilar A aderência das moléculas de água às paredes capilares Resumo A hipótese da tensão-coesão-adesão, elaborada por Dixon, explica a ascensão da seiva bruta desde a raiz até às folhas com base na existência de uma relação entre a absorção radical e a transpiração estomática ao nível das folhas. Constitui um dos modelos mais aceites para explicar o transporte de seiva xilémica. Hipótese da tensão-coesão-adesão – A ascensão da seiva xilémica é explicada pela dinâmica criada por dois fenómenos relacionados: a transpiração estomática a nível foliar e a absorção radicular.A energia solar é a principal responsável pela transpiração, pondo em movimento ascendente a coluna de água e solutos. Na ascensão da seiva xilémica intervêm vários fenómenos sequenciais: 80 Erro! O estilo não foi especificado. - Perda de água por transpiração, ao nível das folhas , cria um défice de água, o que origina uma força de tensão que se transmite até ao xilema e a partir deste às células da raiz e à solução do solo, o que determina a absorção de água na raiz ; - as moléculas de água unem-se por pontes de hidrogénio, devido a forças de coesão, o que vai facilitar sua ascensão em coluna ; - as moléculas de água também estabelecem ligações com as paredes dos vasos xilémicos, por acção de forças adesão que vão facilitar, também, a ascensão em coluna da água; - a água ascende sob a forma de uma coluna contínua. Fisiologistas vegetais calcularam que a tensão produzida pela transpiração é suficiente para fazer ascender água a cerca de 150 metros em tubos com o diâmetro dos vasos xilémicos, assim, este mecanismo pode explicar a ascensão da seiva, mesmo nas árvores mais altas. 2.2.3.2. Gutação É a perda de água em forma líquida pela planta. Ocorre quando a transpiração é deficiente ou não é possivel geralmente devido à temperaturas baixas. A gutação observa-se geralmente nas manhãs. As células que realizam a gutação chamam-se Hidátodos e localizam-se geralmente nas margens da folha. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 81 As gotas de água resultantes da gutação aparecem nas margens da folha (pois os hidátodos localizam-se nas margens). Os hidátodos se encontra distribuídos em muitas espécies de Angiospérmicas (350 géneros pertencentes a 115 famílias botânicas) Nas plantas tropicais como a Colocasia (Araceae), a quantidade de água eliminada por noite pode superar os 300ml. Nota: As gotas de água que aparecem na superficie da folha não é resultado da gutação mas sim da condensação de vapores de água da atmosfera. 2.2.3.3. Exsudação É a eliminação de soluções aquosas em lugares de ferimentos na planta. Outro fenómeno relacionado a absorção de água pela planta é a exsudação. Assim se cortarmos o caule de uma planta, esta começa a eliminar a seiva bruta na região do corte. Tal fenômeno ocorre porque a absorção contínua de sais, eleva a pressão osmótica no interior do xilema, fazendo entrar mais água. Isto cria no interior da raiz, uma pressão denominada de pressão da raiz, responsável pela exsudação quando cortamos o caule da planta. 82 Erro! O estilo não foi especificado. 2.2.4. Absorção da água pela planta A água executa papéis cruciais na vida da planta.ela representa 80 a 95% da massa dos tecidos em crescimento, sendo portanto o principal constituinte do protoplasma. De todos os recursos que a plantanecessita para o seu desenvolvimento, a água é o mais abundante, e ao mesmo tempo, o mais limitante para a produtividade agrícola. A disponibilidade de água também limita a produtividade de Ecossistemas naturais As plantas absorvem água através de toda a sua superficie mas principalmente através das raízes. A absorção de água pelas raízes é uma característica muito especial das plantas cormófitas. As talófitas briófitas etc, absorvem água através da superfície do corpo da planta. O solo É um componente sólido de composição variada; de partículas sólidas, líquidas, gasosas agrupadas de diferentes maneiras. Solo é o meio natural para o crescimento e desenvolvimento de diversos organismos vivos. O solo fornece às raízes fatores de crescimento como suporte, água, oxigênio e nutrientes. Resumindo: o solo é o meio natural onde as plantas encontram condições necessárias para crescer e desenvolver Água no solo Como no caso do Ψw de célula de plantas, o Ψw do solo húmido pode ser expresso em dois componentes, Ψs e Ψp Ψw = Ψs + Ψp (Ψm) O potencial osmótico (Ψs) de solos é geralmente desprezível, isso por que a concentração de sais na solução do solo é baixa. Um típico valor é - 0,02 MPa. Para solos salinos, no entanto, a elevada concentração de sais produz Ψs da ordem de –0,2 ou menores. Já o Ψp de solos húmidos é próximo de zero. Quando o solo desidrata, a pressão torna-se negativa e é referida como potencial mátrico (Ψm ). Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 83 Na prática, o Ψw dos solos normais é geralmente medido como sendo aproximadamente igual ao Ψm , desprezando-se o Ψs. Em solos secos, o valor de Ψm na água do solo torna-se completamente negativo por que o raio de curvatura na superfície ar–água torna-se muito pequeno. O conteúdo de água no solo depende, também, da textura e da estrutura do solo. Em solos de textura arenosa, os espaços entre partículas são grandes e a água tende a drenar facilmente entre eles, permanecendo somente nas superfícies das partículas e nos interstícios entre partículas. Nos solos de textura argilosa, os canais são estreitos e a água não drena facilmente. Este fenômeno é refletido na capacidade de retenção de humidade ou capacidade de campo. A capacidade de campo é o conteúdo de água do solo após ele ter sido saturado com água e o excesso ter sido drenado pela ação da gravidade. Ela é maior em solos argilosos e solos que possuem alto conteúdo de húmus e muito menor nos solos arenosos. Água livre Diz-se à água disponível para a planta e que circula livremente pelos espaços entre os corpúsculos do solo. Água fixa Aquela que se encontra dentro das partículas do solo e não é livre de circular. A raíz duma planta necessita duma grande capacidade para retirá-la. Em solos muito secos, o Ψw pode cair até o conhecido valor do ponto de murcha permanente, quando não existe mais água disponível para as plantas. Neste ponto, o Ψw do solo é tão baixo que a planta não pode manter a turgescência, mesmo que toda a transpiração seja parada. A 84 Erro! O estilo não foi especificado. planta permanece murcha mesmo à noite, quando a transpiração cessa quase completamente. Isso significa que o Ψw do solo é igual ao Ψs da folha (neste caso Ψp = 0 e Ψw = Ψs ). Em muitos estudos considera-se o valor de – 1,5 MPa para o potencial hídrico do solo, correspondente ao ponto de murcha permanente. No entanto, visto que o Ψs varia com a espécie vegetal, o ponto de murcha permanente (PMP) depende não apenas do solo, mas, também, da espécie em estudo. Então, o PMP é a situação em que o Ψw do solo = Ψw da folha = Ψs da folha Espécie Observações no ponto de murcha permanente (MPa) Ψs na folha Ψw na folha Ψw no solo Lycopersicon esculentum (Tomate) -1.8 -1.9 -2.0 Ligustrum japonicum (Alfena) -4.7 -4.5 -4.8 Gossypium hisutum (Algodão) -3.8 -4.3 -3.8 Água de hidratação Designa-se aquela que se encontra a rodear as particulas do solo/dos sais devido à interacção entre as cargas da molécula de agua e iões dos sais. Esta água é muito fixa. Potencial de água no solo 1. ψ = -1 a-3 bar Solo saturado 2. ψ = solo seco aumenta o valor negativo do potencial 3. ψ = -100 bar Solo salgado Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 85 Para que a água do solo seja absorvida pela planta é indispensável que haja uma diferença de potencial de água entre o solo e a raíz. O potencial na raíz deve ser mais negativo que o do solo. A Raíz Por exemplo a raíz da planta de trigo/mapira. É uma raíz fasciculada e homorrhiza (não tem raíz principal) e podem atingir 2 m de profundidade e juntos as raízes de uma única planta podem perfazer aproximadamente 80 Km de extensão. A superficie das raízes é formada de pêlos radiculares. Os pêlos radiculares além de aumentarem a superficie de absorção das raízes também permitem a ligação entre as raízes e as partículas do solo. Tipos de absorção (Absorção Simplástica e absorção Apoplástica). Absorção Simplástica Ocorre através das células vivas. É controlada pela membrana da célula e a água passa pelo vacúolo. Ocorre graças à osmose e transporte activo. Absorção Apoplástica 86 Erro! O estilo não foi especificado. Ocorre através dos espaços intercelulares e por isso não é controlada pelas membranas das células. Esta via termina na endoderme que não permite a passagem de substância (água) pois são células suberificadas. Ocorre através de difusão. 2.2.5. Inchação/Imbibição/Turgescência É a absorção da água por um corpo inchável e polimolecular que sofre um aumento de volume. Razões deste fenómeno A inchação deve-se à existência no corpo, de corpuscúlos/partículas com cargas à volta das quais se formam invólucros de água. A capacidade de inchação depende do volume e tipo de iões Li+ Na+ K+ Rb+ Cs+ Aumento do raio iónico Capacidade de formação de água de hidratação Efeito capilar É um fenómeno ligado com as paredes celulares. As estruturas da parede celular composta por uma rede de (macro e microfibrilas) limitam a capacidade de aumento de volume da célula. Este fenómeno resulta numa Inchação limitada; acontece com a celulose, amido e mais. A inchação não limitada ocorre por exemplo nas moléculas de proteínas e agar-agar. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 87 2.2.6. Tipos gerais de plantas segundo o balanço hídrico Adaptações da Folha A folha é o órgão que melhor reflete as adaptações estruturais adquiridas pelas plantas, que as tornam aptas para sobreviver nos diferentes tipos de ambientes. Essas adapatações foram acontecendo, durante a evolução do vegetal, impostas pelos diferentes habitats, conferindo aos vegetais maiores vantagem para crecerem nesses ambientes. De acordo com a disponibilidade de água no ambiente as plantas são classificadas como xerófitas, mesófitas e hidrófitas. Xerófitas são aquelas plantas adaptadas à ambientes secos com pouca disponibilidade hídrica; as mesófitas precisam de considerável suprimento hídrico no solo e umidade relativa alta para sobreviverem e as hidrófitas precisam de grande suprimento hídrico, crescendo parcial ou totalmente submersas na água. A análise morfológica, entretanto, não é suficiente para se chegar a classificação da planta quanto ao fator água, devendo ser complementada por estudos ecológicos, e fisiológicos. Isto porque existem plantas que apresentam caracteres concernentes a certo tipo de ambiente, porém não fazem parte do mesmo, como é o caso de Nerium oleander -espirradeira que apresenta os estomas escondidos em criptas porém, não é considerada xerófita. Por outro lado, pode-se ter espécies de ambiente seco, que não apesentam caracteres morfológicos adaptativos para esses ambientes. Usamos os termos xeromórficas, mesomórficas e hidromórficas para aquelas espécies que apresentam morfologia externa e/ou anatomia de plantas que vivem em ambientes secos ou com muita água à disposição, sem no entanto, estaremrestritas à esses ambientes. 6.1 Mesófitas As mesófitas geralmente apresentam folhas dorsiventrais, com o parênquima clorofiliano palissádico sob a epiderme superior ou adaxial e o parênquima lacunoso, restrito á face inferior da folha, sob a epiderme da 88 Erro! O estilo não foi especificado. face abaxial. Os estomas, geralmente, estão presentes nas duas faces da epiderme, assim estas folhas são anfiestomáticas. 6.2 Hidrófitas A temperatura, o ar e a concentração e composição dos sais na água são fatores que influenciam as plantas aquáticas. A característica mais marcante na anatomia foliar das espécies que vivem neste ambiente é a redução significativa observada na quantidade dos tecidos de sustentação e de condução, principalmente, do xilema, além do desenvolvimento de grandes espaços intercelulares, com a formação de aerênquima Nessas plantas a epiderme participa da absorção de água e nutrientes e suas células apresentam paredes celulares e cutícula delgadas e frequentemente, a epiderme é clorofilada. Nas folhas totalmente submersas a epiderme não apresenta estômatos, porém nas folhas flutuantes, os estômatos aparecem na epiderme superior ou adaxial - folhas epiestomáticas. Algumas espécies aquáticas apresentam hidropótios, que são estruturas que absorvem e eliminam os sais, que a planta tenha absorvido da água em excesso. Nas folhas (também no caule e na raiz) das plantas aquáticas, são comuns câmaras de ar, que são grandes espaços intercelulares, geralmente de forma regular. Essas câmaras são separadas entre si, por tabiques formados por apenas uma ou duas camadas de células clorofiladas. 6.3 Xerófitas A caracteística mais marcante neste grupo de plantas, diz respeito a razão volume/superfície externa ou seja, considerando-se o volume da folha, a sua superfície externa é reduzida. As folhas da espécies xerófitas são relativamente pequenas e compactadas. Admite-se que a redução da superfície externa esteja acompanhada por certas mudanças na estrutura interna da folha, como: células epidérmicas com paredes e cutícula espessas; um maior número de estomas geralmente na epiderme inferior ou abaxial - folha hipoestomática, muitas vezes escondidos em críptas ou sulcos da folha; Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 89 parênquima clorofiliano paliçádico em quantidade maior do que o parênquima clorofiliano lacunoso ou apenas parênquima clorofiliano paliçádico espaços intercelulares relativamente pequenos e redução do tamanho das células; maior densidade do sistema vascular; grande quandidade de esclerênquima, fibras e/ou essclereídes; é comum folhas suculentas, com o desenvolvimento de parênquima aquífero; desenvolvimento de uma hipoderme, com ou sem cloroplastos, também relacionada com o armazenamento e distribuiçãode água. A redução do tamanho das folhas, acontece como uma forma de diminuir a superfície de transpiração. O aumento do número de estômatos possibilita maior rapidez nas trocas de gases, assim como o aumento de parênquima clorofiliano paliçádico favorece a fotossíntese. O grande número de tricomas, principalmente tectores, está geralmente associado ao isolamento do mesofilo, protegendo-o do excesso de calor. Também é comum, um grande desenvolvimento de esclerênquima nas folhas das xerófitas. Entretanto, nem sempre a presença dessas características está elacionada com o fator água; eles também podem ser resultado de um solo deficiente em nutrientes. A falta de nitrogênio, conduz à formação adicional de esclerênquima, nesse caso, a presença de uma grande quantidade de esclerênquima seria uma conseqüência da deficiência daquele nutriente no solo e não devido à falta de água disponível. É sabido também, que o grau de salinidade dos solos está relacionado com o aparecimento de suculência na folha. A intensa iluminação acompanhada de deficiência de água resulta, aparentemente, num maior desenvolvimento de parênquima em palissada. Nesses dois últimos exemplos o carater é dito xeromorfo e não xerofítico. 90 Erro! O estilo não foi especificado. 2.2.7. Absorção e transporte de sais minerais Analisando a composição químca duma planta verificamos que se divide em dois grupos de elementos. 1. Macroelementos: Existem em maior percentagem e, são eles o H, C, O, N, K Ca, Mg, P, S 2. Microelementos Existem em baixas concentrações e são eles o Cl, B, Fe, Mn, Zn, Cu, Mo, (Na) *Outros ainda aparecem em concentrações extremamente baixas tais como Si, Al, V, Co Exemplo duma composição química completa duma planta (Zea mays Percentagem de peso seco total Elemento % do peso seco Elemento % do peso seco O2 44.4 Mg 0.18 C 43.6 S 0.17 H 6.2 Cl 0.14 N 1.46 Al 0.11 Si 1.17 Fe 0.083 K 0.92 Mn 0.035 Ca 0.23 Não deter 0.93 P 0.20 Esta composição perfaz 10-20% do peso vital da planta e os restantes 80-90% são de água O silício serve de estabilizadoe da parede da planta O2, H2 e C são os mais importantes e aparecem em maiores percentagem e, estão envolvidos nos processos da fotossíntese. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 91 2.2.7.1. Potencial das membranas Na+/(K+/Mg2+) e Cl-/Ca2+. Estes elementos podem formar um potencial na membrana da célula devido a um gradiente de concentrações desses iões. 2.2.7.2. Estrutura das moléculas orgânicas (por ex: enzimas) K+, Ca2+, Mg2+, Mn2+ estes elementos(iões) participam na formação de compostos peptidicos da estrutura em rede da parede celular. 2.2.7.3. Aumento da polarização dos grupos reactivos Mg2+, Cu2+, Mn2+ além de participarem nas reacções redox podem ser parceiros duma reacção em cadeia. 2.2.7.4. Reacções redox Cu (plastocianina), Fe (Citocromos), Co, Mn (fotolise), Mo São transportadores de electrões 2.2.8. Transporte de sais minerais a distâncias longas O transporte de sais minerais e agua ocorre em vasos especiais nos vasos condutores: xilema, traqueia e traqueides. O transporte pode ser activo ou passivo. 1. Transporte de sais e água pelos elementos de xilema Sendo o xilema constituido por células mortas o transporte é passivo (apoplástico). 92 Erro! O estilo não foi especificado. Formações tubulares especializados por onde ocorre o transporte 2. Transporte pelo floema Floema é composto por células vivas e o transporte é activo (Simplastico). O floema ou líber está localizado próximo á casca da planta, e é constituído de seiva elaborada uma substância orgânica. É formado por células variadas: Células dos vasos crivosos (liberianos) e células anexas ou companheiras a) Células dos vasos crivados (liberianos) Os vasos crivosos são formados por células anucleadas que ficam empilhadas. As paredes transversais destas células são chamadas de placas crivadas, que possuem poros por onde ocorre a passagem da seiva orgânica. Esses poros são formados por uma substância polissacarídeo, a calose, que ocasiona a obstrução dos crivos dos vasos crivosos, enquanto os mesmo se apresentam inactivos. b) Células anexas ou companheiras Sempre ao lado das células crivsoas estão as células companheiras. c) No floema, existem ainda as células de parênquima, que são contidas de substâncias derivadas de fenol, amido, etc., e também as células de esclerênquima, que são formadas por fibras. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 93 Velocidade varia de 50-100 cm/h Porque os vasos crivosos não possuem núcleo, mitocôndrias nem vacúolos a energia necessaria para o transporte activo é fornecida pelas células companheiras. Nota: O sistema de transporte de substância na planta é muito complexo e inclue muitas e diversas forças; as indicadas são portanto as mais importantes. A deslocação de materiais no floema tem sido explicada pela teoria do fluxo de massa proposta pelo Munch em 1926. 94 Erro! O estilo não foi especificado. Esta teoria considera que a sacarose se desloca através dos vasos crivosos, devido à existência de um gradiente deconcentração, desde o órgão de produção, as folhas, até aos locais de consumo que são os tecidos ou órgãos em formação ou crescimento e os órgãos de reserva durante a fase de acumulação de reservas. A glicose, produto resultante da fotossíntese, é convertida em sacarose. A sacarose desloca-se do mesófilo (na epiderme), para os elementos do tudo crivoso por transporte ativo com a ajuda da célula companhia (energia). Com o aumento de concentração da sacarose no floema dá-se um aumento da pressão osmótica nos tecidos circundantes e a água do xilema e das células vizinhas entra por osmose nos tubos crivosos do floema aumentando a pressão de turgência e causa a deslocação da seiva elaborada, através das placas crivosas para locais com menor pressão. A sacarose passa, possivelmente por transporte ativo para os órgãos onde vai ser utilizada ou de reserva. Esta saída faz com que as células dos tubos crivosos fiquem hipotónicos, a pressão osmótica desce, e água regressa às células vizinhas e ao xilema por osmose. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 95 A passagem da sacarose a todas as células será feita, posteriormente, através de transporte citoplasma a citoplasma. É depois degradada em glicose e utilizada para a respiração celular, ou polimeriza-se e forma amido (produto de reserva). O contacto entre a superfície das raízes e o solo fornece a área superficial para a absorção de água, a qual é maximizada pelo crescimento das raízes e dos pêlos radiculares dentro do solo; O íntimo contacto entre o solo e as raízes é facilmente rompido quando o solo é revolvido. É por esta razão que plântulas transplantadas precisam ser protegidas da perda de água nos primeiros dias do transplante. As novas raízes crescendo restabelecem o contacto solo–raiz, e a planta pode melhor resistir ao estresse hídrico. A água penetra nas raízes principalmente na parte apical que inclui a zona dos pêlos radiculares. Os pêlos radiculares são microscópicas extensões das células epidérmicas que aumentam grandemente a superfície de absorção de íões e de água. No solo, a água move-se predominantemente por fluxo em massa (gradiente de potencial mátrico) embora a difusão (gradiente de concentração) possa também ser verificada. No entanto, quando a água atinge a superfície da raiz, a natureza do transporte torna-se mais complexa. Da epiderme até a endoderme, a água pode seguir duas vias distintas Sumário A transpiração é um fenômeno que ocorre nos animais e vegetais. É a eliminação de água na forma de vapor que nos vegetais ocorre através dos estômatos. A transpiração é importante no controle da temperatura e na ascensão de água no corpo do vegetal. A taxa de transpiração é comandada por mecanismos fotoativos e hidroativos, podendo ser considerada a somatória da transpiração estomática e a transpiração cuticular. 96 Erro! O estilo não foi especificado. Exercícios Auto-avaliação 1. As afirmações seguintes dizem respeito ao transporte da seiva elaborada no floema. Ordene-as segundo a sequência correcta de ocorrência a) Entrada de agua, por osmose, para os tubos crivosos b) Fluxo, sob pressão, de água e solutos entre célumlas adjacentes. c) Entrada de sacarose, por ttransporte activo, para o floema d) Saida de agua dos tubos crivosos e) Diminuição da pressão osmotica f) Aumento da pressão osmotica nos tubos crivosos g) Saida de sacarose, por transporte activo, do floema. 2. Que factores condicionam a abertura dos estomas nas proimeiras horas da manhã 3. Que relação existe entre a concentração de iões de K+ no interior das células-guarda e a abertura dos estomas 4. Explique a variação da concentraçéao de sacarose ao longo do dia 5. Que relação existe entre a concentração de sacarose nas células-guarda e a abertura dos estomas 6. Explique a razão pelo qual as plantas murcham quando se efectua uma adubagem excessiva do solo 7. Faça a correspondência da letra da chave da coluna I com a afirmação da coluna II Coluna I Coluna II A. Teoria da pressão radicular B. Teoria da tensão-coesão-adesã o C. Teoria do fluxo de massa 1. Explica a translocação da seiva elaborada 2. A transpiração provoca uma pressão negativa junto das células estomáticas 3. A gutação é uma prova da existência de uma pressão hídrica ao nível da raiz 4. Ocorre um transporte activo de sacarose do floema para a raíz 5. A água ascende sob a forma de uma coluna coesa 6. A água ascende às folhas estando ligada por forças de adesão ao xilema Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 97 8. Os esquemas A, B e C da figura abaixo representam células em que ha passagem de substâncias através de suas membranas. 8.1.Caracterize o meio intracelular em cada uma das situações A, B e C 8.2. Identifique o tipo de transporte existente em cada um dos esquemas A, B e C 8.3.Caracterize o tipo de transporte existente em cada um dos esquemas A, B e C 9. A figura abaixo representa uma experiência efectuada em que se dminuiu a temperatura do peciolo da folha, verificando-se a velocidade da seiva elaborada também diminuiu. 9.1.Explique a diminuição da velocidade da seiva elaborada quando se baixou a temperatura do peciolo da folha. 9.2.Comparando-se a quantidade de amido existente em II, provavelmente encontrar-se-a amido: A. Apenas na folha I B. Apenas na folha II C. Nas duas folhas, em quantidades iguais D. Nas duas folhas, mas em I a quantidade sera maior E. Nas duas folhas, mas em I a quantidade sera menor 9.3. Justifique a opção efectuada na questão anterior 98 Erro! O estilo não foi especificado. 9.4. Indique o nome da teoria que explica o movimento da seiva elaborada nas plantas Unidade III Balanço do Metabolismo do Azoto Introdução Com a exceção da água, o nitrogênio é geralmente considerado o nutriente mais limitante para o crescimento de plantas no seu ambiente natural. Além do carbono e hidrogénio, o nitrogénio é o nutriente mais abundante na matéria viva. Entretanto, apesar de ser requerido em quantidades significativas pelos seres vivos, na natureza este elemento é encontrado em abundância numa forma quimicamente muito estável e portanto sua pronta assimilação pela maioria dos seres vivos é limitada, requerendo sua transformação para uma forma combinada que facilite sua assimilação. O aumento da população neste século foi suportada, primeiro, pelo processo de Haber-Bosch (que combina nitrogénio e hidrogénio, formando amônia ou produzindo outros compostos como uréia), sendo necessário cerca de 1,3 toneladas de combustível fóssil para fixar 1 tonelada de nitrogênio em alta pressão (35 a 100 Mpa) e temperatura (300 a 400°C), com cerca de 77x106 toneladas de nitrogênio aplicados globalmente como fertilizante, o requerimento de combustível fóssil é cerca de 91x109 toneladas por ano, isto corresponde a aproximadamente 1,4% de todo o combustível fóssil consumido. Os fertilizantes azotados são considerados os mais importantes em nutrição vegetal uma vez que, excepção feita às leguminosas, o azoto é o elemento mais limitante das produções. Por um lado, as plantas absorvem grandes quantidades deste nutriente. Por outro, como não é possível constituir reservatórios de azoto inorgânico nos solos, devido à sua elevada mobilidade, é aquele que mais frequentemente aparece em deficiência, sendo sistematicamente necessário suplementar as disponibilidades naturais do solo recorrendo à aplicação de fertilizantes. Por estas razões, os fertilizantes azotados são aqueles que originam uma maior resposta por parte das plantas quando medida na produção. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 99 A resposta espectacular que o azoto induz no desenvolvimento vegetativo leva a que os agricultores tenham tendência a exagerar as quantidades aplicadas, relativamente a outros nutrientes igualmente importantes. A aplicação de doses excessivas de azoto, associada à sua elevada mobilidade no sistemasolo-planta-atmosfera, pode traduzir-se em prejuízos económicos e ter importantes implicações na saúde humana, na sanidade animal e no meio ambiente. Os prejuízos económicos resultam do facto do valor da produção não aumentar de forma proporcional ao azoto aplicado como fertilizante, atingindo-se um ponto, que é comum designar de “óptimo económico”, a partir do qual possíveis acréscimos na produção não cobrem os gastos com o excesso de fertilizante aplicado. Também, do azoto aplicado como fertilizante, a fracção que não é recuperada pelas plantas constitui uma perda económica importante, uma vez que o azoto é de entre todos os macronutrientes o de preço mais elevado. Na saúde humana, as implicações da utilização de doses excessivas de azoto relacionam-se com a presença de nitratos em quantidades excessivas na água de consumo (devido às perdas por lixiviação) e em vegetais (devido à facilidade com que as plantas absorvem azoto para além das suas necessidades metabólicas imediatas e o acumulam nos seus tecidos na forma de nitratos), aos quais estão associados a doença infantil designada metamoglobinémia ou “doença azul”, que pode ser fatal nos primeiros meses de vida, e, de forma ainda controversa, o cancro gástrico. Na sanidade animal, elevados níveis de nitratos em forragens podem originar toxicidade, sobretudo em ruminantes. Outros compostos antinutritivos, como amidas e ácido oxálico, também se podem acumular em forragens, quando o azoto está disponível em quantidades excessivas. Dos principais inconvenientes para o meio ambiente referem-se: o contributo dos nitratos lixiviados na eutrofização de cursos de água e lagoas; a acção do óxido hiponitroso (N2O) como gás de estufa (cada molécula de N2 tem um efeito cem vezes superior ao do dióxido de carbono), resultante da desnitrificação dos nitratos; a implicação do N2O na destruição da camada de ozono da estratosfera; e a acção do amoníaco volatilizado na química da troposfera e a sua implicação na formação de deposições atmosféricas ácidas. A utilização de doses excessivas de azoto pode obrigar a uma maior utilização de fitofármacos, uma vez que as plantas ficam mais susceptíveis 100 Erro! O estilo não foi especificado. à acção de pragas e doenças, sendo também, muitos deles, acusados de agredirem o meio ambiente Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de: Objectivos Inserir aqui os objectivos de aprendizagem para esta unidade / lição. Tem várias linhas para poder inserir vários objectivos de aprendizagem. Terminologia Insira aqui a terminologia nova que vai ser introduzida nesta unidade / lição. Este elemento é completamente opcional. Se não quiser utilizar, seleccione a tabela e faça: Table / Delete / Table a partir do menu principal. 3. Metabolismo do Azoto na planta As plantas têm a capacidade de fixar o nitrogénio e elas podem sintetizar todos os compostos orgânicos azotados que necessitam a partir do nitrogénio inorgânico (são organismos N-autotroficos). Fontes de nitrogénio para as plantas São os nitratos do solo e N2 (molecular) As principais formas de azoto absorvidas pelas plantas são os iões amónio (NH4+ ) e nitrato (NO3-). O ião nitrito (NO2-) e certos compostos orgânicos simples (aminoácidos, ureia, ácido úrico, etc.) podem também ser absorvidos pelas raízes mas em quantidades reduzidas. As plantas parecem mostrar preferência por uma ou outra forma de azoto. De uma maneira geral, as plantas absorvem predominantemente a forma nítrica, uma vez que, em solos bem arejados e de pH próximo da neutralidade, esta forma de azoto ocorre em concentrações mais elevadas Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 101 Também, a maior facilidade com que se movimenta no solo, inicialmente por fluxo de massa e posteriormente por difusão quando a sua concentração na rizosfera se reduz, facilita a sua absorção pelas raízes No entanto, as espécies calcífugas (plantas adaptadas a solos ácidos) e espécies adaptadas a solos de baixo potencial redox (ex. arroz) parecem mostrar preferência pelo ião amónio. Pelo contrário, as espécies calcícolas (plantas adaptadas a solos de pH elevado) utilizam sobretudo o ião nitrato. Para outras plantas, como o milho, a combinação de ambas as formas de azoto parece originar maiores taxas de crescimento e produção. O azoto é um constituinte importante das células vivas, sendo a sua concentração nas plantas da ordem de 1 a 5 %, quando referida à matéria seca. O azoto faz parte da clorofila, de todas as proteínas, incluindo os enzimas, dos ácidos nucleicos e de muitos outros componentes essenciais para os processos de crescimento. Está, assim, directamente envolvido na fotossíntese, na utilização dos glúcidos, na regulação hormonal e nos processos que controlam a hereditariedade Compostos azotados utilizados pelas plantas N° de oxid. +5 NO3- Nitrato +3 NO2- Nitrito 0 N2 Nitrogénio molecular -1 NH2OH Hidroxilamina -3 NH4+, NH2- amonio, grupo amina 102 Erro! O estilo não foi especificado. 3.1. Redução de nitrato (processo assimilatório) Este processo ocorre nas plantas mediante consumo de 8 equivalentes redutivos e em duas etapas: O ião nitrato para ser incorporado em compostos orgânicos e desempenhar as suas funções de nutriente tem de ser reduzido a NH4+. Nitrato (+5) Amoníaco (-3) A redução é mediada pelas enzimas nitrato redutase, que reduz o ião nitrato a ião nitrito, e nitrito redutase, que reduz o ião nitrito a ião amónio. Na maioria das espécies, a redução dos nitratos pode ocorrer tanto na raíz como na parte aérea, uma vez que o ião nitrato é móvel no xilema e pode ser armazenado nos vacúolos das raízes, das folhas e orgãos de reserva. A sua localização na planta depende, entre outros factores, dos níveis de NO3- absorvidos. Quando a absorção de NO3- é baixa, uma percentagem elevada é reduzida na raíz. Quando aumenta a absorção de azoto, a capacidade das raízes para reduzir os nitratos é limitada e aumenta a proporção translocada para a parte aérea na forma nítrica. A redução nas raízes exige um elevado Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 103 consumo de glúcidos, facto que, é um dos factores que mais limita a capacidade das raízes para reduzir os nitratos. A nitrato redutase é um complexo enzimático de elevado peso molecular que contém vários grupos prostéticos, incluindo o molibdénio, e se localiza no citoplasma. Requer NADH ou NADPH como dadores de electrões, sendo os electrões transferidos directamente do molibdénio para o nitrato. A nitrito redutase é um complexo enzimático de menor peso molecular que, nas folhas, se localiza nos cloroplastos e, nas raízes, nos proplastídeos. Nas folhas, o dador de electrões é a ferredoxina, regenerada no fotossistema I. Embora os complexos enzimáticos se encontrem separados espacialmente, os nitritos raramente se acumulam em plantas intactas, o que se supõe ser devido ao facto da nitrito redutase ser muito mais abundante que a nitrato redutase. A redução do ião nitrato a ião amónio é, assim, condicionada pela actividade da nitrato redutase. 3.1.1. Nitrificação O processo de nitrificação é realizado pela ação de bactérias pertencendo a dois gêneros mais freqüentes, o Nitrosomonas, responsável pela passagem da amônia a nitrito (ou seja, bactérias que oxidam o amônio), e o Nitrobacter responsável pela conversão de nitrito a nitrato ( ou seja as bactérias que oxidam o nitrito) Nitrobactérias (nitrosomonas) 2NH3 + 3O2 2HNO2 + 2H2O Bactérias aeróbicas Nitrobactérias (nitrobacter) 2HNO2 + O2 2HNO3 Essas bactérias são autotróficas, ou seja, utilizam o CO2 como fonte de carbono ou, ainda, quimiolitotróficas, pois oxidam compostos inorgânicos para a obtenção de energia, caracterizando-se por serem bactérias de crescimento muito lento, o que obviamente traz conseqüências no que se refere às velocidades de transformação que se verificam. Outra observação de importânciaé que essas duas etapas geram H+, ou seja, apresentam tendência a consumir alcalinidade (alcalinidade de 7,14 mgCaCO3/mgN-NH4), de forma a ter queda do pH, o que pode limitar a 104 Erro! O estilo não foi especificado. velocidade do processo. Sendo que sua faixa de pH ótimo está entre 7,8 e 9. A cinética da nitrificação é influenciada por diversos factores ambientais, como relação C/N, temperatura, pH, alcalinidade, concentração de oxigénio dissolvido, (como em todo sistema aeróbio) sendo a nitrificação inibida por altas taxas de matéria orgânica que propicia o crescimento de microrganismos heterotróficos que competem com os autotróficos nitrificantes pelo oxigénio e nutrientes, por isso a implantação de um sistema anaeróbio antes da etapa aeróbia propicia uma maior nitrificação no sistema do que em sistemas puramente aeróbios (Lodos Ativados). 3.1.2. Desnitrificação Desnitrificação é um processo redutivo pelo qual os nitratos, nitritos e óxido hiponitroso servem de aceitador de electrões a bactérias anaeróbias facultativas. Em condições aeróbicas, estas bactérias utilizam o oxigénio como aceitador terminal de electrões. Em condições de anoxia, usam os nitratos e nitritos donde resulta a formação de N2 e/ou N2O Para que a desnitrificação ocorra, quatro factores devem estar presentes simultaneamente. São eles: (i) condições de anoxia; (ii) dadores de electrões (carbono orgânico, enxofre, hidrogénio); (iii) presença de microrganismos com capacidadade de desnitrificação; e (iv) presença de NO3-, NO2-, NO ou N2O como aceitadores terminais de electrões. NO3- N2 Bactérias anaeróbicas 3.1.3. Fixação biológica de N2 A Fixação Biológica de Nitrogénio é o processo pelo qual a maior parte do nitrogênio atmosférico foi incorporado à matéria viva, ao longo da evolução do nosso planeta. Ainda hoje, este processo constitui a principal via de incorporação de nitrogénio ao ecossistema, que constantemente é reciclado para a atmosfera principalmente pela ação de organismos decompositores de matéria orgânica do solo. Dessa forma, a ação de Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 105 microorganismos fixadores de nitrogênio e desnitrificadores garante um reservatório inesgotável de nitrogênio na atmosfera. N2 NH3/NH4+ Fixação de N2 por microorganismos livres (singulares) Bactérias fotoautotróficas Ex: Rhodospirillum, Chlorobium Bactérias heterotróficas Ex: Azotobacter (aeróbia), Clostridium (anaeróbia) Cianobactérias (ex: Nostoc, Anabaena) Entre essas bactérias livres alguns vivem na água e outras no solo. Os da água são os mais importantes. Bactérias do solo - Podem fixar 5 Kg N2/ha/ano Bactérias da água - Podem fixar 50 Kg N2/ha/ano No arrozal Fixação de N2 por microorganismos simbióticos São bactérias auto ou heterotróficas que se fixam principalmente em plantas do grupo Fabales (Fabaceae). Essas bactérias penetram na planta através das regiões mais sensíveis (pêlos radiculares e movem-se no interior da raíz. A planta reage formando nódulos radiculares (estruturas específicas para fixação de N2) 106 Erro! O estilo não foi especificado. A capacidade de fixar nitrogênio simbioticamente é encontrada em vários grupos de microrganismos e, em alguns casos, observa-se a formação de estruturas diferenciadas. Em relação ao rizóbio, durante a sua associação com leguminosas, são observadas estruturas chamadas nódulos. Esses microrganismos são tipicamente hábeis para invadir as raízes de plantas leguminosas de zonas temperadas e tropicais, fazendo com que ocorra a formação do nódulo. Nos nódulos, o rizóbio, na forma pleiomórfica (bacteróide) está normalmente envolvido na fixação do nitrogênio atmosférico dentro de uma forma combinada (amónia), que pode ser utilizado pela planta hospedeira. Actualmente, são conhecidos cinco géneros de diazotrofos da família Rhizobiaceae: Azorhizobium, Bradyrhizobium, Rhizobium, Sinorhizobium, Mesorhizobium e Allorhizobium. As leguminosas têm diversos usos, sendo que a maioria das espécies de importância económica são capazes de formar nódulos e fixar N2 atmosférico em condições mínimas de nitrogénio. A taxa de fixação varia com a espécie, mas é geralmente limitada pelas condições abióticas do solo, como: a acidez do solo, o tipo de solo, textura e composição, temperatura e humidade e metais pesados. Entretanto, em condições favoráveis, inoculando com o rizóbio específico, corrigindo deficiências dos demais nutrientes e adequando a espécie às condições edafopedoclimáticas, altas taxas de fixação podem ser obtidas. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 107 Rhizobium Com capacidade de fixação de 200 Kg/N2/ano As casuarinas, a cana-de-açúcar também vivem com certas bactérias que permitem a fixação de N2 Bioquimica de fixação de N2 Nitrogenase é a enzima que participa na fixação e conversação de N2 em NH4+ na presença de 15 ATP, 6e e ferrodoxina. 3.2. Assimilação primária de NH4+/NH3 e sintese de aminoácidos Incorporação de NH4+ A. Aminação redutora de α–cetoglutarato para glutamato O glutamato é o ácido principal dador do grupo amina noutros processos. B. Transaminação 108 Erro! O estilo não foi especificado. C. Glutamina-Glutamato-Sintetase Glutamato* - É o primeiro produto resultante da incorporação de NH4+ mas o próprio glutamato serve para a incorporação de NH4+ Glutamato+ - Outras das 2 moléculas formadas vão para o metabolismo 3.3. Reservas de Nitrogénio nas Plantas Qualquer organismo precisa de um certo minimo de concentração de substâncias indispensáveis para poder realizar processos indispensáveis à manutenção da vida. Por isso os organismos criam mecanismos de reserva de tais substâncias indispensáveis. As plantas reservam o nitrogénio que depois é usado na formação de proteínas, aminoácidos para o funcionamento das actividades da célula. As plantas podem gerar todos os 20 aminoácidos necessários para a síntese das proteínas Nas plantas o nitrogénio encontra-se reservado na forma de aminoácidos tais como: Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 109 Glutamato Em de Aspargina sp de Aspargus Aspartato Glutamina Serina Citrulina Arginina Em Rosaceae Canavinina (em sp de Canavanum) =Fabaceae L-canavanina é um aminoácido não protéico produzido por certas plantas não-leguminosas, por exemplo, Canavalia ensiformis. Está estruturalmente relacionada com amino ácido protéico L-arginina. A canavanina acumula principalmente nas sementes, que serve como um composto de defesa contra herbívoros e também como uma fonte de azoto vital para o crescimento do embrião L-asparagina não é um aminoácido essencial, o que significa que podem ser sintetizados a partir de intermediários da via metabólica principal em humanos, e não é necessária na dieta. A asparagina está localizada em: aspargos, batata, legumes (incluindo a soja), nozes e sementes Arginina (Arg ou R) é um dos 20 aminoácidos que fazem parte das proteínas Alho, cebola, aspargos, repolho, rabanete, pepino, alface, banana, pêssego, aveia também são fontes deste nutriente essencial. Outras fontes incluem nozes, avelãs, nozes, castanha do Brasil, sementes de gergelim e sementes de girassol, arroz, passas, coco, gelatina, trigo, amêndoas, castanha de caju, cevada, cereais, milho, aveia, amendoim. 110 Erro! O estilo não foi especificado. L-Arginina é encontrada naturalmente em muitos frutos do mar, peixes, mariscos, crustáceos, grandes mamíferos aquáticos, como as baleias, Mas a mais importante fonte de L-arginina é o azeite. A serina é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos. Ela faz parte da composição da maioria dos glicolipídios das células animais. A serina representa cerca de 4% dos aminoácidos das proteínas do nosso organismo. Os alimentos ricos neste aminoácido são o arroz, os ovos e o leite. Citrulina é um α-aminoácido quenão é codificado pelo ADN, sendo produzido nas proteínas que o contém a partir da arginina, por um processo enzimático. Seu nome é derivado de Citrullus. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 111 Pessoas podem ter intolerância a alimentos com este aminoácido, como melancia, de onde foi primeiramente isolado pela primeira vez em 1914 por Koga & Odake. 80% dos pacientes de artrite reumatoide e pessoas com deficiências genéticas chamadas de citrulinemia possuem esta intolerância. A citrulina, junto com a arginina, participam do ciclo da ureia. Ácido glutâmico (abreviado como Glu ou E) é um dos aminoácidos 20-22 proteinogénicos, e os seus codões são GAA e GAG. É um aminoácido não essencial. Os aniões carboxilato e os sais de ácido glutâmico são conhecidos como glutamatos. Em neuroscience, o glutamato é um importante neurotransmissor que desempenha um papel fundamental na potenciação a longo prazo e é importante para a aprendizagem ea memória Todas as carnes, aves, peixes, ovos, laticínios e Kombu são excelentes fontes de ácido glutâmico. Alguns alimentos ricos em proteínas de plantas também servem como fontes. Trinta a 35% da proteína do trigo é o ácido glutâmico. Noventa e cinco porcento do glutamato da dieta é metabolizado pelas células intestinais na primeira passagem Auxigro é uma preparação de crescimento da planta, que contém 30% de ácido glutâmico. Glutamina (abreviado como Gln ou Q) é um dos 20 aminoácidos codificados pelo código genético padrão. Ele não é reconhecido como um aminoácido essencial, mas pode tornar-se condicionalmente essencial em certas situações, incluindo a formação atlética intensivo ou certas perturbações gastrointestinais 112 Erro! O estilo não foi especificado. A glutamina tem papel numa variedade de funções bioquímicas, incluindo: A síntese da proteína, assim como qualquer outro dos 20 aminoácidos proteinogénicos Regulamento do equilíbrio ácido-base no rim pela produção de amonio Como uma fonte de energia celular, proximo à glicose Dador de azoto para muitos processos anabólicos, incluindo a síntese de purinas Dador de carbono, como uma fonte de recarga do ciclo do ácido cítrico Transportador não tóxico de amónia na circulação sanguínea Fontes alimentares de L-glutamina incluem carne bovina, frango, peixe, ovos, leite, produtos lácteos, trigo, repolho, beterraba, feijão, espinafre e salsa. Pequenas quantidades de L-glutamina livre também são encontrados em sumos de vegetais. Ela é encontrada em alimentos de origem animal e na planta com alto teor protéico, o problema é que ela é destruída ao cozinhar. Muitas vezes devem ser comidos crus. As nozes são também ricas em glutamina bem como o queijo. Locais de armazenamento Hialoplasma Plastideos Elioplastos Aleurona Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 113 3.4. Transformações do Nitrogénio durante o desenvolvimento da planta A mudança nas quantidades de nitrogênio total nas raízes, caules, folhas e sementes de uma leguminosa (Vicia faba) a partir da fase de plântula até a maturidade são aqui mostrados pelo grafico abaixo. Estas alterações reflectem amplamente a degradação e síntese de proteínas, porque a maior parte do azoto, em qualquer parte da planta encontra-se nas proteínas. Nas folhas, cerca de metade da proteína está nos cloroplastos. Note-se que o nitrogênio na leguminosa fica perdido durante os meses de agosto e setembro, enquanto as sementes foram acumulando. Esta transferência de compostos de nitrogênio das folhas, especialmente aqueles que são maduras, para o desenvolvimento de corpos de proteína em sementes ou frutos através do floema é típico de herbáceas e de plantas lenhosas. Os compostos orgânicos activos são translocados na forma de glutamina, glutamato, asparagina, aspartato e, não NH4+ ou NO3- Fig : Mudanças no conteùdo do nitrogénio pelos varios orgãos do feijoeiro (Vicia faba) durante o crescimento. A extensa acumulação dos compostos de nitrogénio nas frutas (sementes mais cascas) foram acompanhadas pela perda a partir das folhas e e uma ampla absorção no solo (Salisbury & Ross) 114 Erro! O estilo não foi especificado. Inicie aqui a exposição do conteúdo da unidade. Utilize Headings 3 - Título de tópico, Heading 4 - Sub-título de tópico e Heading 5 - Sub-título do sub-título de tópico para organizar o conteúdo dentro de 1 secção.Heading 2 é título de secção.Ver a seguir Sumário Apresente aqui um breve sumário ou resumo do que foi abrangido nesta unidade/lição (pode rever objectivos e fazer o seu resumo com base nos objectivos para a unidade / lição) Exercícios Auto-avaliação Unidade IV Metabolismo Secundário das Plantas Introdução Metabolismo secundário - São todas as outras substâncias essenciais ou não básicas; são laterais. Muitos destes componentes não são partes da estrutura básica molecular das células de plantas (metabolismo primário) mas são somente formados em tecidos particulares de desenvolvimento. Esses compostos são chamados substâncias secundárioas das plantas. Nesta interpretação clorofila por exemplo é visto como substância secundária porque ocorre somente em células fotossinteticamente activas na planta. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 115 Plantas e microorganismos são capazes de formar substâncias secundárias e so é caracteristico deles. Em animais não existe metabolismo secundário e consequentemente substâncias secundárias. Em palntas efectua-se a formação de substâncias do metabolismo secundário via de regra em células ou orgãos definidos. A sintese e acumulação de matéria do metabolismo secundário é um resultado da diferenciação e especialização das células vegetais isto é, resultado do desenvolvimento das células vegetgais. Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de: Objectivos Inserir aqui os objectivos de aprendizagem para esta unidade / lição. Tem várias linhas para poder inserir vários objectivos de aprendizagem. Terminologia Insira aqui a terminologia nova que vai ser introduzida nesta unidade / lição. Este elemento é completamente opcional. Se não quiser utilizar, seleccione a tabela e faça: Table / Delete / Table a partir do menu principal. A formação das substâncias muitas vezes esta relacionado com as condições externas. As substâncias do metabolismo secundário podem ser caracteristicos so para uma espécie, género, família, ordem, etc. A existência destas substâncias podem estar ligadas à caracteristicas taxonomicas onde forma-se uma disciplina especial – Quimiotaxonomia – que estuda a base da existência dessas substâcias. 116 Erro! O estilo não foi especificado. Existe um número muito elevado de substâncias secundárias isto como resultado da derivação de uma substância básica. Poucas substâncias básicas formam varias substâncias sec. TCA – Tricarboxilic Acid Intermediário do ciclo do ácido tricarboxílico Funções das substâncias do metabolismo secundário Funções ecológicas Por ex. Há certas flores que criam maior atracção pela cor ou cheiro permitindo uma eficiência na polinização. - Partes de plantas criam sabores amargos contra predadores - Taninos substâncias colagéneas anti-predadores (são toxicas, venenosas) Plantas com função ecologica têm certa vantagem quanto à selecção natural são melhores adaptadas. Para o homem as susbtâncias do metabolismo secundário servem como: Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 117 Medicamentos Actividade farmacológica Alacaloides Antibiótica Acção alucinogénica Estimulante Utilização industrial (cauchú, óleos voláteis) Isoprenóides (Terpenóides) São constituidos basicamente por isoprenos Isopreno Monoterpenos (2xC5H8 = C10H16) Formam um grande grupo de compostos geralmente aromáticos. Acumulam-se em células isoladas ou grupos de células ou pêlos glandulares. Têm a característica de óleos voláteisEx: Família Lamiaceae Mentha sp Mentol, mentona Lavandula sp (alfazema) Thymus sp Timol 118 Erro! O estilo não foi especificado. Pinus sp Terebentina Limão citral, limonena Sesquiterpenos (3xC5H8=C15H24) Farnesol Ácido abscísico (Fitohormona) Componentes de desodorisantes Diterpenos (4xC5H8=C20H32) Ex: Fitol (Parte da clorofila hidrofóbica) Giberelinas (Fitohormona) Vitamina A1 Triterpenos (6xC5H8=C30H48) Ex: Esteróides Saponinas (na família saponinaceae) Tomatina (venenosa em tomate imaturo) Esqualeno Tigogenin HOOC OH OHCH 2 O HO O Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 119 Tetraterpenos (8xC5H8=C40H64) Ex: Carotenóides β-caroteno Politerpenos [nxC5H8=(C5H8)n] Ex: Latex Líquido existente em 200 espécies Guttapercha sp Chuingam ~100 unidades de isoprenos Manilkara zapota chiclete (1 planta produz 15-18 Kg por ano) Hevea brasilensis Cauchú 500-5000 unidades de isoprenos (Euphorbiaceae) Fenóis e derivados do grupo fenólico Fenóis simples Hidroquinona Ubiquinona (nas mitocôndrias) Plastoquinona (Pq) nos cloroplastos transportadores de electrões As quinonas podem ser oxidantes, colorantes nas flores (especialmente na formação de cores vermelhas) Ácidos carbónicos fenólicos O O CH 3 OCH 3 OCH 3 R O O CH 3 CH 3 HCHCCHCH n)( 22 CH 3 COOH O O OH OH H2 H2 120 Erro! O estilo não foi especificado. Ácido Benzóico Vanilina ou Ácido vanílico Ex: Vanilla sp “Baunilha” em cuja decomposição forma substância com aroma que se aplica em sorvetes, pudins, etc. Ácido gálico/ácido tânico Forma-se tanino substância usada no tratamento de napa e, na base de denaturação de proteínas ela estabiliza-se – é uma substância ou composto adstringente – mata bactérias. Fenilpropanóis Estrutura básica possui 3 a 6C CHO 3 OH COOH CHO 3OCH 3 COOH OH CCC Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 121 Coniferilalcool (álcool coniferilico) Lignina (Macromolécula) Sinapilalcool (álcool sinapílico) Cumarilalcool (álcool cumarílico) Ácido de canela (ácido cinnâmico) Ex: Cinnamomum verum Cumarina “Fitohormona” usada como especiaria no fabrico de doces, refrigerantes. É uma fitohormona de stress Flavanóides Estrutura básica Anthos=Flores kyanos = Azul escuro Antocianidinas + glicose = Antocianinas R1 = R2 = OH R3 = H Vermelha Flores de rosa OH OHCHCHCH 2 OH CHO 3OCH 3 OHCHCHCH 2 OHCHCHCH 2 CHO 3 OH COOHCHCH O O O O OHO OH R1 R 2 R3 OH 122 Erro! O estilo não foi especificado. R1 = R2 = R3 = OH Azul Flores de malva Meio ácido Vermelha Meio básico Azul São pigmentos coloridos que ocorrem comummente em vermelho, púrpura e flores azuis. Também ocorrem noutras partes de plantas certos frutos, caules, folhas e raízes. Existem cerca de 20 diferentes colorantes Substituições R1, R2, R3 As cores dependem: Valores de pH Complexos com iões metálicos (Fe3+, Al3+) Antoxantina: é um colorante de cor amarelo. A cor da laranja ou tangerina madura resulta deste colorante. Alcalóides É um grupo muito heterogéneo de compostos básicos que reagem como bases. Estes contêm geralmente átomos de azoto. Solanaceae Papaveraceae Ranunculaceae Rubiaceae Apocinaceae Fabaceae Mais de 3.000 alcalóides já foram encontrados em cerca de 4.000 espécies de plantas frequentemente em erbáceas dicotiledoneas. OH OH 2 N H N HH Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 123 Piridinas, purinas pirimidinas quimicamente fazem parte dos alcalóides e resultam do metabolismo primário. Os alcalóides: Resultam do metabolismo secundário Agem contra predadores Servem de armazenagem de nitrogénio São usados no fabrico de medicamentos Nicotina (Nicotiana tabacum) O efeito fisiológico para o homem é da redução dos vasos sanguíneos (quanto ao diâmetro) e aumento da pressão sanguínea. Cafeína Ex: Coffea arábica cafeína (café, sementes) R1=R2=R3=CH3 Theobroma cacau Teobromina (cacau sementes) R1=H R2= R3=CH3 Camelia sinensis Teofilina (chá, folhas) R1=R2=CH3 R3=H Base purínica Todos têm o mesmo efeito fisiológico, são estimulantes – aumentam a pressão sanguínea N CH 3 NN N NN N NR1 R3 R 2 O O 124 Erro! O estilo não foi especificado. Atropina Atropa belladonna (fruto) Especificamente na oftalmologia é usada para a visualização interna do olho Quinina Cinchona officinalis (casca da quinina) Usada contra a malária, gripe, actividade da musculatura do coração Estricnina/curare Extraída da Strychnos nux vomica é usada: por caçadores para a caça, na enfermagem para a contracção muscular Colquicina Colchicum autumnale Usa-se para evitar a separação de cromatídeos e como consequência haverá aumento da informação genética (2.2n – células poliplóides) Maioritariamente é prejudicial mas, por ex: na bananeira permite a produção de frutos grandes e saborosos. N OCH 3 OH CH CH 2 CH 2 CHCH 2 CHO 3 OCH 3 OCH 3 OCH 3 CHCONH 3 O Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 125 Estupefacientes São substâncias que causam estimulação do organismo e causam uma mania ou vício de consumo destas substâncias excessivamente. Opiáceos e derivados ~20 (Papaver somniferum) Papaverina Morfina Tem o efeito de reduzir as Adquire pela desidratação de dores – anestésico frutos imaturos Morfina foi o 1° alcalóide a ser isolado e cristalizado em 1805 do ópio Papaver somniferum Cocaína Erythroxylum coca (folhas) Coca verticillata (sementes) Tem efeito anestésico e narcótico. Estimulação do sistema nervoso e depois causa a depressão Mescalina Lophophora williamsii Echinocactus sp OCH 3 CHO 3 N OCH 3 CHO 3 B A CHN 3 O HO HO A B OCH 3 OCH 3 OCH 3 NHCHCH 222 CO CHOC 3 O O N CH 3 126 Erro! O estilo não foi especificado. Tem efeito halucinogénico – leva à formação de imagens, ideias que nunca existiram. Sumário Apresente aqui um breve sumário ou resumo do que foi abrangido nesta unidade/lição (pode rever objectivos e fazer o seu resumo com base nos objectivos para a unidade / lição) Exercícios Auto-avaliação Unidade V Fisiologia de Crescimento e Desenvolvimento Introdução O desenvolvimento de uma planta requer uma seqüência de eventos que deve ocorrer de forma precisa e ordenada. A partir de um zigoto, os processos de crescimento, diferenciação e morfogênese, operando conjuntamente, irão produzir um indivíduo adulto. A planta adulta poderá, então, florescer, produzir frutos com sementes, senescer e, eventualmente, morrer. Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 127 Todos estes eventos constituem o desenvolvimento da planta. O entendimento do desenvolvimento e dos factores que o controlam (factores ambientais, factores endógenos, etc.) é um dos principais objetivos da Fisiologia Vegetal. Muitas actividades dos vegetais são comandadas pela ação de hormonas ou fitormonas, que determinam o crescimento e o desenvolvimento dos vegetais. O propósito desse capítulo é servir como uma introdução ao desenvolvimento vegetal, incluindo os seguintes itens: • Breve apresentação dos conceitos de crescimento, diferenciação e morfogênese, que representam o desenvolvimento; • Apresentação dos padrões de crescimento e desenvolvimento das plantas; • Análise cinética do crescimento; • Uma breve discussão sobre as condições, endógenas e exógenas, que regulam o desenvolvimento vegetal. Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de: Objectivos Inserir aqui os objectivos de aprendizagem para esta unidade / lição. Tem várias linhas para poder inserir vários objectivos de aprendizagem. Terminologia Insira aqui a terminologia nova que vai ser introduzida nesta unidade / lição. Este elemento é completamente opcional. Se não quiser utilizar, seleccione a tabela e faça: Table / Delete / Table a partir do menu principal. 128 Erro! Oestilo não foi especificado. Crescimento e desenvolvimento O crescimento de uma planta começa a partir da germinação da semente. A hidratação da semente, por exemplo, ativa o embrião. As reservas contidas no endosperma ou nos cotilédones são hidrolisadas por ação enzimática. As células embrionárias recebem os nutrientes necessários, o metabolismo aumenta e são iniciadas as divisões celulares que conduzirão ao crescimento. A radícula é a primeira estrutura a imergir; a seguir, exterioriza-se o caulículo e a plântula inicia um longo processo que culminará no vegetal adulto. Qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? Esses dois termos são frequentemente utilizados como sinônimos. No entanto, há uma diferença entre eles: O crescimento corresponde a um crescimento irreversível no tamanho de um vegetal, e se dá a partir do acréscimo de células resultantes das divisões mitóticas, além do tamanho individual de cada célula. De modo geral, o crescimento também envolve aumento do volume e da massa do vegetal. O crescimento envolve parâmetros quantitativos mensuráveis (tamanho, massa e volume). O desenvolvimento consiste no surgimento dos diferentes tipos celulares e dos diversos tecidos componentes dos órgão vegetais. É certamente um fenómeno relacionado ao processo de diferenciação Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 129 celular. O desenvolvimento envolve aspectos quantitativos, relacionados ao aumento da complexidade do vegetal. A ocorrência desses dois processos é simultânea. Um vegetal cresce e se desenvolve ao mesmo tempo. 5. Fisiologia do crescimento e desenvolvimento Desenvolvimento é um processso de modificações qualitativas da formação da célula embrionaria até ao fim da sua existência Crescimento é uma modificação quantitativa irreversivel ou é uma multiplicação do número de células e/ou aumento de volume delas Diferenciação Formação das diferenças qualitativas entre as células com novas estruturas e funções. Desenvolvimento = Crescimento + Diferenciação 5.1.1 Processos diferentes de crescimento 1. Multiplicação das células Por divisão das células (mitose e meiose) 130 Erro! O estilo não foi especificado. 2. Crescimento do citoplasma Aumento das substâncias vivas que fazem parte do metabolismo; aumento da quantidade de proteínas 3. Alongamento celular Parede celular apenas com Aumento de volume do vacuolo Lamela média e parede primária (30-50) Parede celular com lamela Média parede primária e secundária 5.1.2. Progresso e medição de crescimento Índices principais: Aumento do número de células Aumento do peso fresco/de peso seco Aumento de comprimento, area foliar, volume, diâmetro das célulaz, orgãos Auxinas: β-ácido indolacético IAA Aumenta a plasticidade da parede o que permite o crescimento Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 131 Percentagem de proteínas e ácidos nucléicos ou quaisquer outros produtos metabólicos. 132 Erro! O estilo não foi especificado. Tipos de crescimento das plantas Crescimento realativamente ilimitado Raízes Crescimento limitado Folhas, Caule Folhas Caule Progresso correspondente Raízes grafico sino de Gauss(Gauβ) τ τ Taxa de velocidade por dia Raízes + caule 1-2 cm/dia Milho 8-12 cm de alongamento do caule Ramo floral de agave de sisal 15 cm/ dia Rebento jovem de bambu 60 cm/dia Progresso de crescimento dos organismos unicelulares cultivados “log fase” fase fase refractaria fase estacional inicial fase Módulo de Fisiologia Vegetal Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 133 exponencial Todos os organismos unicelulares crescem conjuntamente. Quando as condições forem favoraveis por ex: na presença de quantidades suficientes de O2 crescem todos mas quando este rareia alcançam a fase estacional. Taxa de crescimento absoluto K Constante de crescimento dGt/dt = GoK Go Matéria viva no inicio Gt Matéria viva num tempo definido t Tempo Taxa de crescimento relativo DGt/dt Estas expressões fornecem a vantagem de permitir K = a comparação dos diferentes estagios de Gt crescimento 5.2. Diferenciação É um processo em que a partir duma unica célula (zigoto) formam-se diferentes células com tamanhos diferentes células com tamanhos, funções, localizações diferentes e especializações diferentes. Cada célula não diferenciada é Omnipotente ou Totipotente Ex: Saintpaulia sp Uma folha duma planta pode originar uma nova planta graças à remeristematização 134 Erro! O estilo não foi especificado. A partir de pequenas particulas raspadas no tronco da planta pode-se fazer o seu cultivo num tubo de ensaio pela adiçéao de proteínas, lipidos, sacarideos, etc. Desta cultura surgem plantas geneticamente iguais (clone) Plantas assim produzidas artificialmente sem intervenção de estruturas reprodutoras dificilmente são atacadas por doenças. Tanto para o 1° como no 2° caso parte-se duma célula diploide para formar uma também diploide. Um nucleo haploide pode dar um organismo completo tal como o diploide o é. Este processo designa-se de Fenomeno da androgénese. 5.2.1. Gene Expressão diferenciada Genoma – conjunto de toda a informação genética (DNA) Nucleo de trabalho Tem rede de cromatina complexos de histona e não histonas com partes de DNA Nu cle A B Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 135 Nisto ocorre uma activação da transcrição (DNA RNA). Sob influência de enzimas específicas pode separar do complexo as pequenas subunidades de histonas e não histonas formando-se uma estrutura primária de DNA capaz de transcrever DNA RNA De RNA à proteínas 5.2.2. Regulação dos processos da diferenciação Gen activação diferencial Polaridade + Condições Cél. vizinhas Determinação Hormonas Factores ambientais Explicação do esquema Polaridade Posição das células (lateral, topo, base) têm influência na regulação da diferenciação na base da transcrição. As condições têm função similar Geneactivação – é a formação do DNA transcritivo a RNA Objectivo – Formação de proteínas específicas Diferenciação 136 Erro! O estilo não foi especificado. Polaridade e condições – Influenciam a regulação até à determinação e, a existência de enzimas específicas leva à diferenciação. É na determinação onde ocorre a formação de proteínas. Indução homogenética Influências na formação de células do mesmo tipo Pelo câmbio interfasciculado ocorre a formação de células do mesmo tipo. Indução Heterogenética As células de passagem que se formam são de diferentes tipos. Inibição Efeito de bloqueio de estomas Epiderme Inferior Superior Influências na formação de células de tipos diferentes Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 137 Zea mays 6800 5200 Solanum tab 16100 5100 Pyras malus 29400 0 Na fase embronária formam-se estomas que quando ha diferenciação esses estomas inibem a formação dos outros pelo que é um efeito inibidor. Esta inibição surge de factores externos e não é determinada geneticamente. Dominância apical O meristema apical situa-se mais acima dos outros e forma uma dominância (estimulação) e cresce continuamente. Para as outras partes elas tomam um crescimento retardado (inibição). A estimilaçéao é resultado da existência de fitohormonas que no induzem Importância da dominância : Produção de frutos. 5.3. Fitohormonas ou hormonas vegetais 5.3.1. Conceito Hormona A palavra hormona é de origem animal pelo que nas plantas designa-se de fitohormonas. Geralmente são substâncias sintetizadas em locais especificos de um organismo e com capacidade de trasporte de energia acentuada, com 138 Erro! O estilo não foi especificado. efeitos fisiológicos em outros locais do mesmo organismo numa muito baixa concentração. Fitohormonas actuam em concentrações extremamente baixas (μmoles) para o crescimento e diferenciaçéao séao mais efectivas que as hormonas animais. Nos animais existem orgãos especificos onde ocorre a formação de hormonasmas nas plantas são inúmeros locais de formação (as membranas, todos os meristemas, etc.) O transporte pode ser não polar; baseando-se na difusão. Nos animais e homem ocorre um transporte a longas distâncias. Como também pode o transporte ser Polar; o que implica existir uma direcçéao de transporte. A velocidade de transporte é de 2-30 mm/h Fitohormona gasosa: Etileno (CH2 = CH2) que se transmite de planta para planta. Nos animais formam-seferomonas – substâncias gasosas que servem de atracção para o acto sexual. Também existem fitohormonas sintetizadas artificialmente com o mesmo efeito das fitohormonas – substâncias reguladoras de crescimento. Fitohormonas actuam sempre com acção mutua (acções multiplas) 5.3.2. Auxinas Ácido indol-3-acético (IAA) É a unica fitohormona (auxina) natural A sua formação ocorre nos meristemas, embriões folhas jovens, flores, inflorescência Todas as partes jovens duma planta. COOHCHO 2 N H | Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 139 Transporte Transporte Polar (de baixo para cima e vice-versa) Transporte não polar Por difusão nos locais de formação. Went observou que o transporte de auxina só ocorria da parte apical para a basal do segmento de coleóptilo, i. é, em direcção basípeta. Certos órgãos quando jovens apresentam movimentos estritamente basípeto, mas, com o envelhecimento, ocorre um progresso aumento do movimento acrópeto. O transporte basípeto é activo. O ácido triiodobenzóico (TIBA), ácido naftil-ftalâmico e derivados do ácido fluorenolcarboxílico (morfactinas) sejam forttes competidores para os transportadores envolvidos no transporte polar. O transporte de auxinas nas raízes também é polar. Acções/Efeitos Alongamento de células e orgãos Activação das células cambiais Formação das raízes laterais que se realiza a partir do periciclo. Acção artificial Estimulação do enraizamento de estacas Fototropismo – éé um crescimento orientado pela acção da luz que estimula as auxinas Geotropismo (gravitropismo) – crescimento orientado à acção da força de gravidade. É negativa para o caule (para cima) e positivo para as raízes (para baixo) Dominância apical – Meristema apical inibe a acção do crescimento dos ramos laterais tornando-se mais desenvolvido o ramo principal. 140 Erro! O estilo não foi especificado. Partenocarpia – Efeito da formação do fruto sem ocorrência da fecundação. Pode ser natural/artificial. Iniciação floral – Para o inicio da formação da flor é necessario a existência de certa quantidade de IAA. Abscisão – Neste processo o IAA tem um efeito contra a bscisão. A abscisão ocorre especialmente nas folhas velhas devido à falta de IAA às raízes. A abscisão – é um efeito que ocorre nas plantas de folhas caducas e que causa a sua caida. Isto deve-se à desnaturação pelas pectinases e celulases Efeito estimulante ou inibidor no desenvolvimento de caules e raízes Auxinas sintéticas Ácido 2naftilacético (NAA) Ácido indol-3-butirico (IBA) Ácido 2,4 diclorofenoxiacetico (2,4D) (Usa-se como herbicida, pode estimular o crescimento excessivo e desproporcionado) N H | COOHCHCHO 22 COOHCH 2 COOHCH 2 ClCl Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 141 Ácido 2,3,5-triiodobenzoico (TIBA ou 2,3,5 T) (antiauxina; antagonista de auxina) Testes de curvatura (90 min) A curvatura para um dos lados deve-se ao crescimento rapido de um dos lados devido à grande quantidade de IAA que a estimula para tal. 5.3.3. Giberelinas Bakanae – Planta louca que tem um desenvolvimento intensivo e não da sementes. Desenvolvem-se no arrozal Em 1926 Kurosawa descobre um ascomycete Giberella fujikuroi Fusarium moniliforme Em 1938 Yabuta e Sumihi decobrem a giberelina e que podem ser do tipo GA1, GA2, GA3, GA4, .... Sua estrutura é de um diterpeno C20H32 GA3 Ácido Giberélico (C19) Local de formação: Meristemas Sementes imaturas II I CH 2 COOH CH2 CO O OH HO 142 Erro! O estilo não foi especificado. Frutos imaturos Folhas jovens GA7 GA4 Transporte A translocação da giberelinas ocorre tanto no xilema como no floema. Verifica-se ainda o transporte lateral das giberelinas entre os dois sistemas condutores, provavelmente através das células radiais do floema e do xilema. Acções Alongamento celular Activação das células cambiais Dominância apical Iniciação floral Paternocarpia Quebra de dormência Expansão foliar Teste com milho – nanismo CH 2 COOH CH 2 CO O HO CH 2 COOH CH 2 CO O HO Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 143 Usam-se giberelinas para insentivar plantas a produzirem fruto sem sementes. Antigiberelinas (antagonista de giberelinas) CCC – Cloreto de clorocolina (estabilizador) CH3 Cl-CH2-CH2-N-CH3.Cl CH3 O CCC reduz o alongamento celular Outros antagonistas (industriais) Amo – 1618 Fosfon D 5.3.4. Citocininas Adenina a) Cinetina - Tem efeito na divisão celular (inicia-a)Citocinese N N N N NH 2 N N N N NHCH 2O 144 Erro! O estilo não foi especificado. - Não existe em plantas - Foi isolado em 1954 em esperma de peixe b) Zeatina - Foi isolada em 1964 em cariopses imaturas de milho - Tem acção em concentrações de 5x10-11M c) Benzilaminopurina Citocinina cintética Local de formação da Zeatina - Sementes em germinação - Meristemas apicais das raízes - Tecidos em crescimento de biossíntese protéica intensiva Transporte não polar Acções Activação do metabolismo em geral Activação da divisão celular Activação do alongamento celular Anulamento de dominância apical Activação dos gomos laterais e rebentos e aumento de ramificações Quebra de dormência de sementes sensíveis à luz N N N N NHCH 2 CC HOCH CH H |! 2 3 N N N N NHCH 2 Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 145 Atraso de senescência (envelhecimento) 5.3.5. Ácido Abscísico ABA Sesquiterpeno (C15H24) 1963 um grupo de cientistas descobriu a substância dormina – relativa à quebra da dormência. No mesmo ano descobriu-se a abscisina relativa à abscisão nas cápsulas de sementes se algodão ou de frutos bem como da quebra de dormência. Ambas são derivadas do ABA Local de Formação Folhas, sementes maduras e frutos vegetais diferentes Transporte De cima para baixo em locais jovens e de baixo para cima em partes velhas. Acções/Efeitos Formação da abscisão do fruto Promoção da dormência dos gomos Compensações das acções de IAA e GA Hormona de stress quanto ao fecho de estomas Activação da formação das flores de plantas de dia curto. Inibição da formação de flores das plantas de dia longo Inibição da germinação da semente Atraso do crescimento e senescência CH 3 CH 3CH 3 CH 3 COOH OH O 146 Erro! O estilo não foi especificado. 5.3.6. Etileno Molischi 1930 descobriu que é uma substância gasosa Local de formação Frutos em maturação Partes vegetais diferentes Transporte - Das partes intercelulares da planta, fruto para fora Acções Activação da abscisão das folhas Amadurecimento dos frutos Epinastia (inclinação para baixo das folhas) Geotrpismo transversal (direcção horizontal) Iniciação da floração no ananás (causa floração simultânea dos ananaseiros Ananas comosus Família das Bromeliaceae) Libertam etileno carboretos, etefon para fins de iniciação da floração – São produtos artificiais Inicie aqui a exposição do conteúdo da unidade. Utilize Headings 3 - Título de tópico, Heading 4 - Sub-título de tópico e Heading 5 - Sub-título do sub-título de tópico para organizar o conteúdo dentro de 1 secção.Heading 2 é título de secção.Ver a seguir CHCH 22 Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia 147 Sumário O crescimento do vegetal corresponde ao aumento do número de células, aumento do volume celular e da própria massa do vegetal. Alguns tipos de movimentos dos vegetais estão relacionados com seu crescimento. O desenvolvimento do vegetal está relacionado com o aparecimento de novas características e de estruturas que desempenham funções específicas comoraiz, caule, folhas, flores, sementes e frutos. Exercícios Auto-avaliação Visão geral Benvindo ao Módulo de Fisiologia Vegetal Objectivos do curso Quem deveria estudar este módulo Como está estruturado este módulo Ícones de actividade Acerca dos ícones Habilidades de estudo Precisa de apoio? Tarefas (avaliação e auto-avaliação) Avaliação Unidade I Introdução LIÇÃO N° 1. ENERGÉTICA DO METABOLISMO 1.2. TIPOS DE METABOLISMO 1.3. TIPOS DE ALIMENTAÇÃO Sumário Exercícios LIÇÃO Nº 2. FOTOAUTOTROFIA 1.4.1. Energia Solar ou Radiante 1.4.2. Pigmentos Fotossintéticos 1.4.3. Fotossistemas LIÇÃO Nº 3. FOTOAUTOTROFIA 1.4.6. Fotofosforilação acíclica 1.4.7. Fotofosforilação cíclica 1.4.7. Fotofosforilação. Hipótese de Mitchell Hipó 1.4.7.1. Assimilação de CO2 ou fase química 1.4.8. Fotorrespiração (Via ácido glicólico) LIÇÃO Nº 4. FOTOAUTOTROFIA 1.4.9. C4-Fotossíntese e CAM (Via de Hatch–Slack) 1.4.10. Ecologia da fotossíntese 1.4.10. Ecologia da fotossíntese 1.4.10.1. Luz 1.4.10.2. Factores CO2 e O2 1.4.10.3. Comparação entre plantas C3, C4 e CAM 1.4.11. Bactérias fotossintéticas 1.4.12. Bactérias quimiossintéticas LIÇÃO Nº 5. FOTOAUTOTROFIA 1.5. Desassimilação/Catabolismo 1.5.1. Degradação das substâncias de reserva 1.5.2. Tipos de Organismos com base no Catabolismo 1.5.3. Decomposição da glicose Glicólise Formação de Acetil CoA e ciclo de Krebs Cadeia transportadora de electrões e fosforilação Unidade II Introdução 2. Troca e transporte de matéria LIÇÃO Nº 6. Processos Fisiologicos de Transporte 2.1. Processos fisiológicos de transporte através 2.1.1. Tipos de transporte 2.1.1.1. Difusão 2.1.1.2. Permeação Facilitada 2.1.1.3. Propriedades de um transportador 2.1.2. Transporte Activo 2.1.3.3. Endocitose e Exocitose (ou Estusão) 2.2.Economia da água na planta 2.2.1. Potencial da água(ψ) 2.2.2. Sistema osmótico da célula 2.2.3. Perda de água na planta 2.2.3.1. Transpiração 2.2.3.2. Gutação 2.2.3.3. Exsudação 2.2.4. Absorção da água pela planta 2.2.5. Inchação/Imbibição/Turgescência 2.2.6. Tipos gerais de plantas segundo o balanço h 2.2.7. Absorção e transporte de sais minerais 2.2.7.1. Potencial das membranas 2.2.7.2. Estrutura das moléculas orgânicas (por ex 2.2.7.3. Aumento da polarização dos grupos reactiv 2.2.7.4. Reacções redox 2.2.8. Transporte de sais minerais a distâncias lo Sumário Exercícios Unidade III Introdução 3. Metabolismo do Azoto na planta 3.1. Redução de nitrato (processo assimilatório) 3.1.1. Nitrificação 3.1.2. Desnitrificação 3.1.3. Fixação biológica de N2 Fixação de N2 por microorganismos simbióticos 3.2. Assimilação primária de NH4+/NH3 e sintese de 3.3. Reservas de Nitrogénio nas Plantas 3.4. Transformações do Nitrogénio durante o desenv Sumário Exercícios Unidade IV Introdução Sumário Exercícios Unidade V Introdução 5. Fisiologia do crescimento e desenvolvimento 5.1.1 Processos diferentes de crescimento 5.1.2. Progresso e medição de crescimento 5.2. Diferenciação 5.2.1. Gene Expressão diferenciada 5.2.2. Regulação dos processos da diferenciação Epiderme 5.3. Fitohormonas ou hormonas vegetais 5.3.1. Conceito Hormona 5.3.2. Auxinas 5.3.3. Giberelinas 5.3.4. Citocininas 5.3.5. Ácido Abscísico 5.3.6. Etileno Sumário Exercícios