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Joelho e perna: · Traumas; Fraturas do Fêmur Distal: · Comum em idosos por traumas de baixa energia; · Não é comum em jovens e resulta de traumas de alta energia; · Região dos côndilos femorais; · Podem ser intra ou extra-articulares, supracondilares, unicondilares e intercondilares; · Fraturas de difícil redução; · Supracondilares: trauma em hiperextensão, força o osso em flexão no plano sagital, com a base da patela sendo pressionada sobre a metáfise e agindo como fulcro; · Unicondilares: trauma indireto, forçando o joelho em valgo ou varo; · Intercondilares: trauma direto contra o joelho fletido, onde a patela força a separação dos mesmos. Tratamento: · Cirurgia de redução com material de fixação de síntese; · Geralmente fraturas cominutivas; · 12-16 semanas de consolidação; · Lesões neurovasculares e síndrome compartimental da perna; · Muita perda de ADM, perda muscular e sensório-motora e osteopenia pela falta de carga no tecido; · 3 meses sem sustentação de peso; · Deambulação sem apoio e com muletas; · Rigidez articular e artrose pós-trauma. Fratura da tíbia proximal – platôs: · Mecanismo de lesão: trauma grave em valgo ou varo, sem que haja ruptura dos ligamentos colaterais. · Complicações: rigidez articular do joelho. · Fixação por placa de compressão · Tempo esperado de consolidação óssea é de 10 a 12 semanas. · Comum em indivíduos acima de 60 anos – osso esponjoso osteoporótico. Fratura da Patela: · Trauma direto: maior casuística; · Trauma indireto: contração violenta do quadríceps – raro; · Dor, edema e incapacidade para estender o joelho; · São divididas em transversas (mais comuns), longitudinais, cominutivas e osteocondrais. · Fratura osteocondral: fratura que afeta a cartilagem articular – atinge o osso que está profundo à cartilagem. Tratamento clínico / cirúrgico da fratura de patela: · Gesso ou imobilizador (Brace): fraturas simples sem deslocamento; · Redução aberta e fixação interna: fraturas cominutivas ou com desvio; · Patelectomia parcial / total: fraturas com cominução significativa e de difícil reparo: · Parcial: reinserção tendão-osso; · Total: reinserção tendão-tendão. Gonartrose: · Definição: lesão em espelho das superfícies articulares (tíbia e fêmur) com abrasão da cartilagem e, pelo menos em um ponto, o osso subcondral está exposto na superfície de contato; · Podem ocorrer na superfície fêmorotibial e/ou patelofemoral. · Muito relacionado ao sobrepeso. Fatores etiológicos: · Idade: início entre 50 e 60 anos; · Sexo: predomínio no sexo feminino; · Morfologias: deformidades em varo e valgo; · Obesos apresentam excesso de peso e fraqueza muscular; · Lesão e cirurgias prévias nos joelhos; · Estresses mecânicos – erosão – aparecimento de fibrilações – degradação da cartilagem – proliferação óssea – osteófitos. · A AO se desenvolve a partir de uma carga anormal sobre uma cartilagem normal ou uma carga normal sobre uma cartilagem anormal. Quadro clínico de Osteoartrose: · Sintomas de AO: dor, edema, crepitações e rigidez articular; · Estreitamento do espaço articular; · A dor é proveniente do osso, membrana sinovial, cápsula articular e espasmo muscular periarticular. · Agrava-se com o movimento e melhora com o repouso, com exceções comuns e grande variabilidade individual; · Dor, edema, perda de ADM e atrofia. · Formação de osteófitos. Tratamento: · Artroscospia com desbridamento – limpeza do local; · Mosaicoplastia – retirados cilindros de cartilagem das áreas que não tem ou tem muito pouco carga (áreas periféricas) e são transplantados para áreas com falhas de cartilagem. · Novidade: membranas de cartilagem (biológica) são implantadas no defeito da cartilagem – procedimento em evolução. · Prótese total de joelho em casos de AO avançada – atroplastia; · Resultados muito positivos. · Joelho em varo: sobrecarga medial; · Joelho valgo: sobrecarga a parte lateral. Lesões Articulares – Meniscos: · Menisco lateral: rotação interna associada à flexão ou descarga de peso; · Menisco medial: rotação externa associada à flexão ou descarga de peso; · Menisco absorve 50-60% de carga; · Importante na congruência da articulação – aumento da estabilidade. · Lesão na margem externa do corpo do menisco – tem capilares na região que podem cicatrizar espontaneamente. · Lesão nos cornos ou mais internamente – difícil cicatrização. Classificação das lesões: · Horizontal; · Em flap ou asa; · Degenerativa; · Radial; · Longitudinal; · Alça de balde – tratamento cirúrgico necessariamente! · Uma parte medial do menisco descola e pode ficar presa entre os côndilos – o joelho trava e o paciente não consegue esticar a perna. Diagnóstico: · Dor na linha articular do joelho à palpação ou durante os movimentos em cadeia fechada. · Derrame / edema e hipotrofia do quadríceps; · Bloqueio articular – principalmente na alça de Balde; · Testes especiais: teste de compressão, tração de Apley, McMurray. Tratamento: · Conservador; · Cirúrgico: sutura, retirada de parte do menisco ou retirada total do menisco. · Grande problema: na retirada total de menisco tem sobrecarga do joelho, instabilidade e provavelmente o paciente desenvolverá artrose! Ligamentos colaterais: · Ocorrem por estresse em valgo ou varo; · Tratamento cirúrgico geralmente só para LCM; · Comumente associadas a outras lesões; · Também pode ser por rotação externa excessiva da tíbia sobre o fêmur (associada à flexão do joelho); · Teste de estresse em valgo e varo. · Dificuldade na marcha – descarga de peso; · Geralmente não há presença de derrame significativo, mas há considerável sensibilidade no local da lesão. Tendinopatia Patelar: · Lesão a nível do tendão / ligamento patelar – ocorrem microtraumas associados a rupturas das fibras, seguidas de fenômenos inflamatórios VER SLIDE · VER SLIDE · Pode chegar ao ponto de ter uma calcificação intratendinosa; · Uso do tirante patelar de forma paliativa; · Pode ser feita a raspagem do tendão para retirada do tecido necrosado e da calcificação – tem caído em desuso e tem-se usado mais os métodos conservadores. · Procurar sobre a ortotripsia – terapia por ondas de choque!! Cisto de Baker: · Ou cisto poplíteo; · Evaginação da cápsula e da membrana sinovial na face posterior do joelho · VER SLIDE · Complicação: em casos cirúrgicos – região de difícil consolidação da sutura; · Geralmente não trata o cisto, e sim a sua causa: · Geralmente, com isso o cisto reduz até a sua impercepção. · Formação do cisto não tem motivo muito esclarecido – inflamação crônica do joelho por exemplo. Lesão de LCA: · Representam 50% de todas as lesões ligamentares; · Nos EUA, ocorrem cerca de 80mil por ano; · Não existem dados precisos sobre a situação brasileira; · Média de idade: 15 a 55 anos; · 85% das lesões decorrem de atividades esportivas. Mecanismos mais comuns na literatura: · Trauma torcional: o corpo gira em rotação externa sobre o MMII apoiado no solo, acentuando o valgismo do joelho, provocando a lesão do menisco medial, LCM e LCA (tríade infeliz) – é o mecanismo mais frequente; · Hiperextensão do joelho sem apoio: descrita como e lesão isolada do LCA (chute no ar); · Lesões por contato: mecanismo mais comum é um golpe na face lateral do joelho, levando a um estresse em valgo na articulação. Geralmente acompanhado de lesão do LCM e do MM (menisco medial). · Obs: paciente com a região intercondilar muito fechada é mais propensa a romper o LCA. · Aproximadamente 30% das lesões de LCA são resultados de contato direto, os outros 70% não resultantes de contato direto e com o mecanismo de lesão ainda em debate. · Atividades que parecem estar associadas a risco significativo de lesão de LCA incluem desaceleração e rotação. · Mulheres são mais susceptíveis à lesão do LCA: · A pelve feminina é mais larga – tendência a ter um Ângulo Q mais acentuado do que no homem; · Mulher que pratica esporte com estresse em valgo, ficam sob maior tensão. · Existe uma predisposição familiar para a ruptura do LCA. Riscos potenciais de lesões: · Piso molhado; · Equipamento: interação calçado-solo; · Largura do intercôndilo – posição do ligamento;· Variações na largura do intercôndilo: · Maior: em reconstruções, exigirá a retirada de um enxerto com grande comprimento, que deixará o local doador enfraquecido; · Menor: é um fator de risco para lesão do LCA, pois o ligamento fica “aprisionado” dentro do túnel intercondilar. · Frouxidão ligamentar; · Maior quantidade de receptores de estrogênio (mulheres) – deixa o ligamento mais susceptível à lesão por maior elasticidade do ligamento; · Déficit no equilíbrio da musculatura; · Diferença no controle sensório-motor; · Treino de propriocepção. Relatos de lesão do LCA fora do esporte: · Descendo do ônibus; · Queda; · Acidentes automobilísticos. Diagnóstico da lesão do LCA: · Hipotrofia no terço distal da coxa; · Edema ao redor do joelho e na região distal – favorecimento do cisto poplíteo; · Perda de ADM na articulação do joelho; · Teste de gaveta anterior; · Teste de Lachmann; · Teste Pivot-shift; · Jerk Test; · Ressonância magnética – confirma a lesão a mostra outras lesões que podem estar associadas; · Ressonância do LCA normal: · Localização anatômica; · Hiposinal característico – cor escura na RM; · Orientação das fibras. · LCA rompido: · Ligamento fica de cor clara, com presença de edema / líquido. · É raro, mas o exame feito na fase aguda pode dar um falso positivo. Outros critérios de avaliação: · KT-1000: faz o teste de Lachmann ou o de gaveta e ele mede quando mm a tíbia vai para frente; · Mede a translação da tíbia sobre o fêmur; · Até 3mm de variação é normal. · Avaliação isocinética: · Avaliação da força do quadríceps – essa lesão afeta muito o grupo muscular. Tratamento cirúrgico? · Fatores a serem considerados pré-cirurgia: · Idade do paciente; · Lesões intra-articulares e capsulares associadas; · Atividade de lazer (retorno ao esporte); · Demanda do trabalho; · Motivação do paciente; · Expectativa. · Indicado para paciente jovem, que pratica atividade física e tem instabilidade no joelho; · Tratamento conservador: paciente que não exige muito do joelho e tem estabilidade. Disponibilidade e características dos enxertos: · Tendão patelar; · Semitendinoso; · Grácil; · Trato iliotibial; · Fáscia lata; · Retináculo. Complicações – tendão patelar: · É o enxerto mais firme, mas tem maior possibilidade de complicações; · Dor local; · Artrofibrose; · Ruptura do tendão. · Fratura da patela · Fraqueza do quadríceps. Complicações grácil / semitendinoso: · Menor força tênsil; · Menor qualidade de fixação. Complicações tendão do quadríceps: · Morbidade no sítio doador; · Baixa qualidade de fixação. Complicações trato iliotibial: · Menor resistência ao estresse e maior índice de falhas. Complicações aloenxerto – enxerto de cadáver: · Infecções; · Custo elevado; · Resultado imprevisível. Insucessos no tratamento: · Erro na técnica cirúrgica: · Lesões ligamentares complexas; · Incisura inadequada; · Posicionamento dos túneis; · Tensionamento do enxerto; · Fixação insuficiente; · Deficiência de incorporação: não maturação e remodelagem do enxerto; · Traumatismo: · Reabilitação insuficiente ou excessiva; · Lesão recorrente – irresponsabilidade do paciente. Lembrar: · Tríade infeliz: perigosa – LCA, LCM e menisco medial. Lesões do LCP: · Ligamento responsável por 95% de contensão da translação posterior da tíbia sobre o fêmur; · Outras funções: limita a rotação interna da tíbia, resiste a hiperextensão, limita a hiperflexão e previne varo e valgo do joelho. Mecanismo de lesão: · Queda sobre o joelho flexionado ou trauma direto na região anterior com o joelho estendido; · Hiperextensão do joelho com rotação externa da tíbia – incomum. · Teste de gaveta posterior positivo; Síndrome patelofemoral: · A articulação patelofemoral é um grande mecanismo para o funcionamento do quadríceps, acompanha o movimento do joelho e é uma articulação sinovial plana. · Funções da patela: · Melhora na eficiência dos últimos 30° de extensão do joelho, pois mantém o tendão do quadríceps afastado do eixo do movimento; · Oferece proteção óssea às superfícies articulares distais dos côndilos femorais quando o joelho é fletido; · Diminui a pressão e distribui as forças sobre o fêmur; · Aperfeiçoamento estético do joelho. · Anatomia: · Estabilizada pela congruência com o côndilo femoral · Relação entre tendão patelar e tamanho da patela 1:1; · Controle dinâmico: músculos do core, quadril e joelho; · Contato patela-fêmur: · 30° face superior patelar; · 90° fossa condilar e facetas medial e lateral; · 135° côndilos medial e lateral. · A força resultante máxima foi calculada em 4 vezes o peso do corpo com o joelho em 70°-80° de flexão. · A síndrome é comumente idiopática, mas associada a: · Desequilíbrio muscular; · Traumas; · Fatores biomecânicos – aumento do ângulo Q, patela lateralizada ou inclinada, rotação femoral, geno valgo, torção tibial, instabilidade patelar, posição subtalar. Condromalácia patelar? · Muito associada à síndrome patelofemoral – é um amolecimento da cartilagem patelar; · Não é determinante para o aparecimento de dor; · Grau I – superfície patelar intacta, amaciamento e edema; · Grau II – quebras e fissuras na superfície, mas sem cavidades grandes; · Grau III – fibrilação, o osso pode estar exposto, aspecto de “desfiado”; · Grau IV – formação de cratera; envolvimento do osso subjacente. Dor na síndrome patelofemoral: · Início insidioso; · Frequentemente bilateral. · Dor na região superior e lateral da patela que exacerba ao subir e descer escadas, agachar e permanecer sentado com o joelho fletido por algum tempo. · Muito associada à carga em cadeia fechada – muito tempo sentado, subir e descer escada. · Frequentemente tem-se dor sem a presença da condromalácia. · Sinal de Clarke e Teste de Waldrom positivos. Tratamento conservador: · Uso de AINH; · Repouso; · Agentes eletrofísicos; · Bandagens; · Órteses; · Cinesioterapia. Tratamento cirúrgico: · Considerar o realinhamento da patela. · Hoje em dia é considera apenas para pacientes que possuem instabilidade – patela fica saindo do lugar. · Realinhamento distal e liberação retinacular lateral. Ângulos de estresse: · Em cadeia cinética fechada, quanto maior o ângulo de flexão, maior o estresse; · Em cadeira aberta, tem-se uma zona de 15° a 50° de muito estresse de contato; · Zona de 90° a 50° e de 15° a 0° é segura para cadeia cinética aberta! Instabilidade na Síndrome Patelofemoral – Luxação Patelofemoral · Luxação: perda total de relação anatômica entre patela e sulco intercondilar femoral, normalmente deslocando-se para lateral; · Luxação recidivante: presente em joelhos com alterações anatômicas predisponentes à luxação ou resulta de um ou mais episódios de luxação traumática. · Fatores predisponentes: · Sulco intercondilar raso; · Côndilo femoral lateral hipoplásico; · Patela alta; · Desequilíbrio muscular; · Frouxidão ligamentar; · Geno valgo; · Torção externa da tíbia; · Aumento do ângulo Q. · Teste de apreensão patelar positivo. Quadro clínico: · Instabilidade / insegurança (mudança de direção, terrenos irregulares); · Edema/ derrame articular; · Dor; · Crepitação. Tratamento cirúrgico: · Liberação do retináculo lateral (release); · Realinhamento proximal; · Realinhamento distal; · Realinhamento combinado. Síndrome da Hiperpressão Patelar: · Importante causa de dor no joelho; · Não há presença de sinais inflamatórios; · Pode ou não limitar as atividades de vida diária e profissionais; · Causada por mecânica insatisfatória da patela, produzida pelos fatores seguintes: · Intrínsecos: displasia da patela, troclear ou posição anormal da patela em relação à tróclea; · Extrínsecos: aumento do ângulo Q (anteversão femoral, tíbia em RE e TAT lateralizada, retração de isquiotibiais e gastrocnêmicos e desequilíbrio muscular). Tendinopatia Patelar: · A nível do tendão / ligamento patelar, ocorrem microtraumas associados a rupturas das fibras, seguidas de fenômenos inflamatórios e degenerativos e de uma certa reparação cicatricial; · Conhecida como jumper’s knee, é mais comum em atletas maiores de 30 anos, com a musculatura extensora e flexora encurtadas, podendoser bilateral; Cisto de Baker: · Formação de um acumulo sacular localizado de líquido na borda medial da fossa poplítea do joelho, proveniente de uma herniação da membrana sinovial. · Provoca edema, dor à movimentação e à palpação (dificuldade em flexionar o joelho); · Diagnóstico diferencial: artrite reumatoide, sarcoma de tecidos moles, troboflebite. · Em caso de tratamento cirúrgico: · Complicação: cicatrização da incisão devido à região de muita movimentação de flexão e extensão. Bursite de Joelho: · É a inflamação da Bursa e estruturas adjacentes; · Principais bolsas sinoviais ao nível do joelho: pata de ganso, pré-patelar, suprapatelar, infrapatelar superficial e profunda; · Quadro clínico: dor, tumefação, limitação do movimento. Doença de Osgood-Schlatter: · Aumento do volume da tuberosidade tibial com dor e tumefação; · Mais comum em homens – 8 a 12 anos; · Reação inflamatória, tumoração e dor autolimitante; · Casos mais graves: avulsão do tendão patelar e fechamento da porção anterior da epífise de crescimento – formando o geno recurvatum; · Etiologia: necrose avascular da tuberosidade tibial, tração do tendão patelar e sobre a tuberosidade tibial.