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Universidade Federal da Grande Dourados Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais – FCBA Disciplina de Microbiologia – P3 Professora Dra. Kelly Mari Pires de Oliveira Acadêmica: Sammara Valim Luz Relatório prática I – Coloração de Gram Dourados – 2022 Introdução A microbiologia é a área da ciência que estuda os microrganismos existentes no mundo, ela analisa suas funções, características, metabolizações, distribuições e seus efeitos. Estes microrganismos podem ser eucariontes (cujo núcleo celular está envolto por uma membrana) como algas, fungos e protozoários, podem ser procariontes (nos quais o material genético está disperso no interior da célula) como as bactérias ou podem ser acelulares (sem célula) como os vírus, viroides e prions. O surgimento da microbiologia está ligado ao desenvolvimento tecnológico tendo um grande avanço no período de 1857 a 1914, particularmente na Europa. Louis Pasteur estabeleceu a relação entre o processo de fermentação do vinho com microrganismos (as leveduras, organismos unicelulares pertencentes ao Reino Fungi) e, na busca de uma solução para um problema dos viticultores de uma região da França – a acidificação dos vinhos armazenados – relacionou essa deterioração com a contaminação por bactérias. Pasteur descobriu que, aquecendo o vinho a uma temperatura de 56ºC, os organismos que alteravam o gosto do vinho eram eliminados. Esse processo ficou conhecido como pasteurização, ainda hoje largamente utilizado na indústria de alimentos, principalmente como processo de conservação do leite. Já a coloração de Gram ou técnica de Gram, é uma técnica de coloração secular descrita em 1884 pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram. É rápida e simples, tendo como objetivo diferenciar as bactérias de acordo com as características de sua parede celular após exposição a diferentes corantes e soluções, sendo assim possível verificar, além da forma da bactéria, a cor que adquirem, sendo esse resultado importante para definir outras estratégias de identificação da espécie bacteriana. Sua preparação consiste em um esfregaço em lâmina de vidro para microscopia, de preferência da porção mais purulenta/sanguinolenta da amostra. No caso de líquidos corporais, pode-se realizar uma citocentrifugação para se concentrar o material, obtendo assim uma melhor visualização das estruturas. A amostra é então mantida em ar ambiente para sua secagem ser fixada por metanol ou por meio de um leve aquecimento. Um corante (cristal violeta) é adicionado, por um a dois minutos, e, em seguida, inserido o lugol, também por um a dois minutos. Dessa reação, forma-se o complexo iodo-pararosanilina na parede celular das bactérias, que coram-se de roxo (nessa fase, tanto as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas retêm o corante). Na próxima etapa, após a lavagem da lâmina, inicia-se a etapa de descoloração, acrescentando-se uma solução de álcool-éter ou de álcool-acetona ao material. Nesse momento, em virtude das diferenças entre a constituição das paredes celulares (as bactérias Gram-positivas possuem uma espessa camada de peptidoglicanos e de ácidos teicóicos, já nas Gram-negativas essa camada é mais delgada, com maior proporção lipídica), as Gram-positivas resistem à descoloração, retendo o corante, permanecendo roxas. Em contrapartida, as finas e lipídicas paredes celulares das bactérias Gram-negativas, quando expostas ao álcool, fazem com que as mesmas percam o corante, tornando-se incolores. Na fase de contra-coloração, após uma lavagem da lâmina com água, é adicionado safranina (corante de cor vermelha), o qual é o responsável pela coloração avermelhada das bactérias Gram-negativas. Nova lavagem com água é realizada, secando-se cuidadosamente o material em seguida. A lâmina é então colocada no microscópio, sendo primeiramente visualizada em objetiva de pequeno aumento, para em seguida ser observada em objetiva de imersão em óleo (aumento de mil vezes) (MORALES, 2020). Objetivo O objetivo da aula prática foi inocular bactérias e observar seu crescimento em diferentes meios de cultura. Na segunda parte da aula nós pegamos parte das bactérias de levedura e fizemos a coloração de Gram, fizemos também um swab bucal e realizamos a coloração das bactérias bucais também. Observamos a coloração no microscópio para saber se a bactéria é Gram-positiva ou Gram-negativa. Materiais ➔ Placas de petri com meio de cultura; ➔ Tubo de ensaio com meio líquido; ➔ Tubo de ensaio com meio sólido inclinado; ➔ Tubo de ensaio com o meio semi-sólido; ➔ Alça de platina; ➔ Agulha de platina; ➔ Microscópio óptico; ➔ Lâmina; ➔ Óleo de imersão; ➔ Solução salina; ➔ Bico de bunsen; ➔ Placa de petri contendo uma Staphylococcus Aureus para a coloração de Gram; ➔ Colônia de bactérias A; ➔ Cristal Violeta; ➔ Lugol; ➔ Álcool; ➔ Safranina; ➔ Pipeta. Métodos A aula foi dividida em duas partes, a primeira parte fizemos a inoculação do meio, primeiramente transferimos uma bactéria A para os tubos de ensaio e em seguida para as placas de petri. Os resultados da inoculação ficaram prontos após 24h. No resultado, observamos se há presença de flagelos nas bactérias ou se houve alguma contaminação do meio externo nos tubos/placas. Para a transferência, utilizamos duas alças de platina, uma tipo agulha e outra tipo alça. Com a agulha tocamos levemente em uma colônia de bactérias, e passamos para o primeiro tubo de ensaio, que no meu caso foi o meio semi-sólido. Tocamos a agulha no fundo do tubo, sem encostar nas beiradas, e com a agulha devidamente esterilizada e dentro do campo de calor do bico de bunsen, para evitar contaminação. No segundo tubo, que foi o meio sólido com o ágar inclinado, primeiro tocamos a agulha com a colônia de bactérias no fundo do tubo, e subimos para a superfície do ágar fazendo estrias com a agulha, sem perfurar o ágar, para observar se o crescimento de bactérias é maior com maior ou menor presença de oxigênio. No terceiro e último tubo, o de meio líquido, pegamos com a alça de platina a bactéria do tipo Staphylococcus Aureus presente no tubo e inoculamos em outro tubo com o meio líquido. Após todo o procedimento com os tubos, fizemos o mesmo com as placas de petri, utilizamos duas, uma com as bactérias em meio sólido e a outra no meio líquido. Identificamos todo o material e levamos para a estufa para observar no dia seguinte. Na segunda parte da aula, fomos para a coloração de Gram. Utilizamos três lâminas de vidro para observar as amostras coletadas. A primeira amostra foi a da bactéria em meio sólido, onde pegamos com a pinça de platina uma colônia, colocamos solução salina na lâmina e fizemos o esfregaço. Na segunda lâmina, fizemos a mesma coisa, mas com as bactérias em meio líquido, e na terceira, fizemos com as bactérias presentes na nossa boca, que pegamos com um swab e fizemos o esfregaço normalmente na lâmina. Após, foi preciso deixar todas as lâminas trabalhadas secando por alguns minutos e passamos as lâminas três vezes no fogo do bico de bunsen, para se certificar que estava bem fixado e não precisar repetir todo o procedimento. Na etapa da coloração (que é igual em todas as lâminas), primeiro pingamos um pouco de cristal violeta, deixamos agir por 1 minuto e colocamos em seguida o lugol que vai agir por mais 1 minuto; após isso, realizamos a lavagem da lâmina com álcool e água, e aplicamos safranina, deixando agir por apenas 30 segundos. Após a safranina, lavamos novamente, mas dessa vez apenas com água, enxugamos o excesso com um papel toalha e deixamos secar. Depois de seco, levamos até o microscópio óptico para observar a coloração e identificar se as bactérias eram Gram-positivas ou Gram-negativas. Resultados Em ambas as placas pode-se observar o crescimento de algumas colônias, mas foram contaminadas pelo meio externo. No tubo com meio sólido, não apareceram quase nada relacionado a colônia, nem na parte de oxigênio e nem na parte com menos oxigênio, provavelmente também por erro de manuseio na hora da inoculação. No tubo semi-sólido a inoculação teve um grandesucesso, pois foi inoculada sem contaminação, também notou-se que a bactéria não possui flagelos, pois cresceu somente onde a agulha contaminada tocou, ao invés de se espalhar por todo o tubo. No tubo com meio líquido também obtivemos sucesso e observamos que a bactéria possui flagelos pois turvou bastante o nosso meio de cultura. ➔ PLACA COM MEIO SÓLIDO: ➔ PLACA COM MEIO LÍQUIDO: ➔ TUBO COM MEIO SÓLIDO (ÁGAR INCLINADO): ➔ TUBO COM MEIO SEMI-SÓLIDO: ➔ TUBO COM MEIO LÍQUIDO: Conclusão Com a aula prática do dia 22 de março de 2002, podemos concluir que devemos sempre prestar muita atenção ao manusear o material, pois ele é de fácil contaminação. A atenção deve ser redobrada também ao flambar as alças e agulhas, para não cometer o erro de esquentar demais e acabar matando as colônias selecionadas. Referências MORALES, Pedro. “Microbiologia: em que consiste, características e utilidade da coloração de Gram”. Pebmed, 2020. Disponível em: <https://pebmed.com.br/microbiologia-em-que-consiste-caracteristicas-e-utilidade-da-col oracao-de-gram/#:~:text=Selecionados%20para%20voc%C3%AA-,Colora%C3%A7%C 3%A3o%20de%20Gra> Acesso em: 24 de março. NÓBREGA, Francisco. “Introdução à Microbiologia". Microbiologia USP, 2011. Disponível em: <https://microbiologia.icb.usp.br/cultura-e-extensao/textos-de-divulgacao/microbiologia- geral/introd>. Acesso em: 24 de março.