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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

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Indaial – 2021
Tecnologias da informação
e comunicação aplicadas
à educação
Prof.ª Karen Cris Sartori Frederico
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Karen Cris Sartori Frederico
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F852t
 Frederico, Karen Cris Sartori
 
 Tecnologias da informação e comunicação aplicadas à educação. 
/ Karen Cris Sartori Frederico – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 
 
 205 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-845-4
 ISBN Digital 978-65-5663-840-9 
 
 1. Tecnologia e educação. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 CDD 370
apresenTação
Olá, acadêmico. A generalização da internet como um potente 
recurso a serviço da sociedade do conhecimento está fomentando o 
desenvolvimento de novos cursos, como os on-line, os programas de 
educação a distância e as aplicações de tecnologias educacionais nos 
cursos presenciais. Por isso, apresentamos a você o livro de Tecnologias da 
Informação e Comunicação Aplicadas à Educação. Seja bem-vindo!
Na Unidade 1, intitulada Comunicação, Tecnologia e o Ensino: 
processo de conexão entre mensagens, abordaremos os conceitos básicos 
de tecnologias da informática, as tecnologias da informática aplicadas 
à educação, as implicações do uso das Tecnologias da Informação e 
Comunicação (TIC) no processo de ensino e aprendizagem e o desempenho 
e a formação docente no universo digital frente à informação na nova era. 
Aprenderemos também sobre a democratização do acesso à informação e as 
tecnologias e o fazer pedagógico do docente.
Na Unidade 2, com o título de Produção Didático-Pedagógica 
Digital de Materiais Instrucionais, aprenderemos sobre comunicação digital 
(mídia, cultura e subjetividade), convergência tecnológica, organizacional, 
profissional e cultural (tecnologias e ferramentas visuais) e, por fim, sobre 
ciberespaço (educação e produção do conhecimento em ambientes virtuais e 
aprender e desafiar a aprender em ambiente híbrido).
Por último, na Unidade 3, que recebe o título de Ferramentas 
pedagógicas e suas possibilidades, aprenderemos sobre como utilizar 
as redes sociais, os ambientes virtuais de aprendizagem e os softwares e 
aplicativos educativos (conceitos, tipos e ferramentas).
Esperamos que você aproveite ao máximo o conteúdo deste livro. 
Qualquer dúvida, lembre-se, estaremos sempre à disposição. Bons estudos!
Prof.ª Karen Cris Sartori Frederico
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO
 DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS ................................................................. 1
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO .......................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONCEITOS BÁSICOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .......................................... 3
2.1 DADOS ............................................................................................................................................. 4
2.2 INFORMAÇÃO .............................................................................................................................. 7
2.3 CONHECIMENTO ........................................................................................................................ 9
3 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO.............................. 11
4 IMPLICAÇÕES DO USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
 E COMUNICAÇÃO (TIC’S) NO PROCESSO DE ENSINO
 E APRENDIZAGEM .......................................................................................................................... 14
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21
TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO ................................ 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs)
 NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO ............................................................................................ 23
2.1 EDUCAÇÃO CONSEQUÊNCIA DE UMA NOVA SOCIEDADE - A SOCIEDADE
 DA INFORMAÇÃO .................................................................................................................... 24
3 A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO POR DIFERENTES
 MEIOS TECNOLÓGICOS E DIGITAIS ....................................................................................... 26
4 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A COMUNICAÇÃO
 NO CONTEXTO EDUCACIONAL ................................................................................................ 29
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 35
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO ................................................ 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA
 FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DO PROFESSOR ..................................................39
3 AS TECNOLOGIAS NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA ....................................... 43
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 49
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 61
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 63
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS .............. 71
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE ................................................................ 73
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73
2 COMUNICAÇÃO DIGITAL ......................................................................................................... 73
2.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ........................................................................................... 74
2.1.1 O Ser Humano e a Comunicação ....................................................................................... 76
2.1.2 Educação, Cultura e Comunicação Digital ...................................................................... 84
2.2 CULTURA x TECNOLOGIA DIGITAL ..................................................................................... 86
3 O RELACIONAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES COM SEUS PÚBLICOS
 NO AMBIENTE DIGITAL .............................................................................................................. 91
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 97
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL,
 PROFISSIONAL E CULTURAL ................................................................................ 99
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99
2 TECNOLOGIAS E MEDIAÇÃO ESCOLAR ............................................................................... 99
2.1 MEDIAÇÃO ESCOLAR ............................................................................................................ 100
3 FERRAMENTAS VISUAIS PARA CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS ................................. 101
3.1 FERRAMENTAS PARA CONSTRUÇÃO DE TEXTOS ......................................................... 101
3.1.1 Editores de textos ............................................................................................................... 101
3.1.2 Editores de Apresentação ................................................................................................. 103
3.1.3 Elementos Gráficos ............................................................................................................ 104
3.1.4 Redes Sociais ...................................................................................................................... 106
3.1.5 Ambientes virtuais de aprendizagem ............................................................................ 108
4 DESIGNER INSTRUCIONAL/EDUCACIONAL ...................................................................... 109
4.1 DESIGNER INSTRUCIONAL ................................................................................................... 110
4.2 DESIGNER EDUCACIONAL ................................................................................................... 112
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
 EM AMBIENTES VIRTUAIS .................................................................................. 117
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117
2 CIBERESPAÇO: RELAÇÃO ENSINANTE/APRENDENTE.................................................... 117
3 COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM: A CONSTITUIÇÃO DE REDES 
 SOCIOCOGNITIVAS E AUTONOMIA EM AMBIENTES VIRTUAIS
 DE APRENDIZAGEM ................................................................................................................... 120
4 APRENDER E DESAFIAR A APRENDER EM AMBIENTE HÍBRIDO ................................ 128
4.1 METODOLOGIAS ATIVAS ....................................................................................................... 129
4.2 ENSINO HÍBRIDO ..................................................................................................................... 131
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 134
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 137
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 140
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES ................ 147
TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES ............... 149
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149
2 CONCEITOS E UTILIZAÇÃO DE REDES SOCIAIS ............................................................. 149
2.1 REDES SOCIAIS DIGITAIS: TIPOS E POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO .................... 153
2.1.1 Facebook ............................................................................................................................ 154
2.1.2 Twitter.................................................................................................................................. 155
2.1.3 YouTube............................................................................................................................... 156
2.1.4 Instagram ............................................................................................................................ 156
2.1.5 Pinterest ............................................................................................................................... 157
3 REDES SOCIAIS POUCO CONHECIDAS, MAS COM POTENCIAL PEDAGÓGICO ......... 159
3.1 TIKTOK ........................................................................................................................................ 159
3.2 FOURSQUARE ............................................................................................................................ 159
3.3 MYSPACE .................................................................................................................................... 160
3.4 TUMBLR....................................................................................................................................... 160
3.5 PARLER ........................................................................................................................................ 161
3.6 LINKEDIN ................................................................................................................................... 161
3.7 BRAINLY...................................................................................................................................... 161
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 163
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 164
TÓPICO 2 — AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM ............................................... 167
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 167
2 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM-CONCEITOS E FINALIDADES ............... 167
3 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM – TIPOS E POSSIBILIDADES ................ 169
3.1 MOODLE .................................................................................................................................... 170
3.2 BLACKBOARD ........................................................................................................................... 172
3.2.1 Totalmente on-line ............................................................................................................. 173
3.2.2 Híbrido ou mesclado ......................................................................................................... 173
3.2.3 Aprimorado pela web ....................................................................................................... 174
3.3 CANVA......................................................................................................................................... 175
4 PLATAFORMAS DE APRENDIZAGENS (AVAS): AMBIENTES
 DE COLABORAÇÃO E PARTILHA ............................................................................................ 176
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 178
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 179
TÓPICO 3 — SOFTWARES E APLICATIVOS EDUCATIVOS ................................................. 181
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 181
2 SOFTWARES E APLICATIVOS – CONCEITOS E ESPECIFICIDADES ............................. 181
2.1 SOFTWARES EDUCACIONAIS ............................................................................................... 182
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SOFTWARES ..................................................................................... 183
2.3 SOFTWARES EDUCACIONAIS EXISTENTES NO MERCADO E SUAS 
ESPECIFICIDADES .................................................................................................................... 185
3 AVALIAÇÃO DE SOFTWARE ..................................................................................................... 187
3.1 AVALIANDO SOFTWARES ATRAVÉS DE CRITÉRIOS E MODELOS ............................. 189
3.1.1 Norma ISO de produto de software................................................................................ 189
3.2 O MODELO TUP ........................................................................................................................ 190
3.3 O MODELO DE REEVES .......................................................................................................... 192
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 197
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 200
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 201
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 203
1
UNIDADE 1 — 
COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E 
ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO 
ENTRE MENSAGENS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os aspectos relacionados aos conceitos de tecnologia, educação 
e o processo de informação na construção do saber;
• entender o papel do docente frente aos processos de sua formação e a 
importância da comunicação para a construção de um processo eficaz 
de ensino;
• compreender a relação entre educação, tecnologia e informação para a 
elaboração de uma comunicação eficaz através das mídias digitais;
• entender a importância do papel do professor na utilização dos meios 
para a educação.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
TÓPICO 2 – A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
TÓPICO 3 – AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO DO DOCENTE
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, estamos iniciando os estudos da disciplina 
Tecnologia da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação e queremos, 
neste tópico, apresentar a você, alguns conceitos relacionados à tecnologia com 
foco na comunicação alinhada à educação. Assim, a compreensão dos conceitos 
sobre tecnologia na educação e a democratização da educação farão parte do 
nosso estudo nesta unidade para embasar a prática docente.
Afinal, a educação e a formação docente estão intimamente ligadas ao ato 
de se comunicar e é significativa a relação entre o tripé: Tecnologia, Educação e 
Informação, sem entendermos essa tríade o fazer pedagógico fica comprometido 
na era digital.
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos os conceitos de tecnologias, mas 
sob o olhar da educação e como é a sua aplicabilidade, no Tópico 2 iremos nos 
focar na informação, no viés da construção do conhecimento numa era em que 
o fazer se faz tão importante e no Tópico 3, iremos nos ater no fazer do docente 
unindo os conceitos trabalhados focando na aplicabilidade.
Cabe ressaltar, prezado acadêmico, que você está sendo convidado a 
analisar, refletir, questionar, pesquisar e construir novas ideias a partir do material 
aqui apresentado, então faça um ótimo estudo! 
Vamos à leitura!
2 CONCEITOS BÁSICOS DE TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO 
Ao falarmos em tecnologia da informação, com certeza pensamos 
no profissional da TI, o que não está errado, afinal o conceito de Tecnologia 
da Informação é mais abrangente do que os de processamentos de dados, 
sistemas de informação, engenharia de software, informática ou o conjunto 
de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos 
e organizacionais (KEEN, 1993).
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
4
Ao analisarmos pelo olhar de Alter (1992), o qual faz distinção 
entre Tecnologia da Informação e Sistemas de Informação, restringindo à primeira 
expressão apenas os aspectos técnicos, enquanto à segunda corresponderiam as 
questões relativas ao fluxo de trabalho, pessoas e informações envolvidas.
O termo Tecnologia da Informação serve para designar o conjunto de 
recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. A TI 
está fundamentada nos seguintes componentes: hardware e seus dispositivos 
periféricos; software e seus recursos; sistemas de telecomunicações; gestão de 
dados e informações. Cerqueira e Fonseca (2009, p.130) afirmam que:
Um importante ponto a ser observado é que se conceituando a 
Tecnologia da Informação, temos, além dos equipamentos (hardware) 
e programas (software), a comunicação dos dados. Atualmente 
diversastecnologias são empregadas para o tráfego de informações 
nas organizações, podendo ser citadas as redes de computadores, 
sistemas de transmissão por fibras óticas, Bluetooth, micro-ondas, 
telefonia móvel e VoIP. É um verdadeiro arsenal disponível para o 
funcionamento adequado das empresas, dentro das novas demandas 
do mercado.
Ao falarmos em tecnologia da Informação estamos falando em dados, em 
fluxo e principalmente em tráfego de conhecimento, e para entender como ocorre 
é preciso o entendimento da sua evolução, que como todo o processo teve seus 
momentos.
A evolução da Tecnologia da Informação passa por basicamente 
quatro períodos, sendo que o último se caracteriza pelo surgimento 
de novos modelos de negócio, onde a ênfase está no atendimento 
das necessidades de toda a cadeia de valor agregada ao produto 
da empresa. Os aspectos importantes envolvidos nesta cadeia são 
o crescimento do grupo de clientes que necessitam de atendimento 
(demanda), aumento dos canais de distribuição, maior concorrência, 
utilização ampla da tecnologia para ganho de tempo e velocidade e 
maior relacionamento com fornecedores e parceiros (MURPHY, 2002 
apud ALBERTIN, 2004, p. 30).
Assim, cabe salientarmos que o conceito de Tecnologia da Informação 
tem sua base no conhecimento refletido em equipamentos e programas, criados 
e desenvolvidos para ambientes coorporativos, visando maximizar o “poder da 
informação” alinhada à segurança dele, seja em empresas ou em instituições 
educacionais.
2.1 DADOS
Para podermos ter uma informação é preciso entender que ela será 
composta de um dado, mas o que seria isso?
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
5
Dado é qualquer indício ou registro que permita identificar alguma 
característica de uma entidade ou evento.
• “indício ou registro”: porque um dado não é, necessariamente, 
resultado de uma intenção de registrar alguma coisa – um som 
qualquer, uma pegada, a sombra de um objeto, o aspecto de uma 
rocha, podem ser dados;
• o dado não precisa ser um registro físico – uma imagem ou um 
valor, guardados na memória de uma pessoa, ou transmitidos 
verbalmente, podem ser dados;
• “entidade” está representando qualquer coisa, concreta ou abstra-
ta, sejam objetos, entes, ideias, fatos, situações etc. (HASHIMOTO, 
2003, s.p.).
Segundo Ferreira et al. (1999, p. 602), dado é o “princípio em que se 
assenta uma discussão” ou o “elemento ou base para formação de um juízo”. A 
informação, segundo Ferreira et al. (1999, p. 1109), é o “ato ou efeito de informar 
(-se)”, ou seja, o ato de tomar conhecimento, de inteirar-se ou instruir-se sobre 
algo. No que diz respeito ao conhecimento Ferreira et al. (1999, p. 529) diz que é o 
“ato ou efeito de conhecer” ou “ideia, noção”.
FIGURA 1 - BOLAS DE GOLFE NUM MERCADO. FOTO DE KAPTAIN KOBOLD/FLICKR (CC)
FONTE: <https://escoladedados.org/tutoriais/o-que-sao-dados/>. Acesso em: 23 maio. 2021
Analisando a imagem nos deparamos com os seguintes questionamentos 
no tutorial da Escola de Dados (2021, p. 5):
https://escoladedados.org/tutoriais/o-que-sao-dados/
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
6
O que você pode dizer sobre essas bolas? Elas são bolas de golfe, 
correto? Logo, um dos primeiros dados que temos é que elas são 
usadas para o golfe, um tipo de esporte. Isso já nos ajuda a classificá-
las numa taxonomia. Mas há mais coisas. Sabemos a cor delas: branca. 
A condição delas: usada. Todas têm um tamanho, há um número 
determinado delas, provavelmente elas têm um valor monetário, e 
por aí vai. Mesmo os objetos mais comuns levam com eles um monte 
de dados. Você, também. Você tem um nome (muitas pessoas têm 
um nome e um sobrenome), uma data de nascimento, peso, altura, 
nacionalidade etc. Tudo isso são dados. Pelo exemplo das bolas, já 
é possível ver que há diferentes tipos de dados. As duas principais 
categorias são dados qualitativos e dados quantitativos.
Ao falarmos em dados quantitativos e qualitativos lembra também quan-
do realizamos uma pesquisa, então não fica tão longe das paredes das instituições 
educacionais, mas vamos depurar melhor para entender a linha de raciocínio 
deste tutorial.
Segundo a Escola de Dados (2021, p. 6):
Dados qualitativos: tudo o que se refere à qualidade de algo. Uma 
descrição de cores, textura, uma descrição de experiências, uma 
entrevista. Tudo isso é dado qualitativo.
Dados quantitativos: dados que se referem a números. O número de 
bolas de golfe, o tamanho, o preço, a nota em uma prova etc.
Há outras categorias com as quais você provavelmente vai se deparar:
Dados categóricos: são os que categorizam o item que você está 
descrevendo. A condição de “usadas” das bolas de golfe, por exemplo. 
Outros exemplos poderiam ser bolas novas, bolas quebradas etc.
Dados discretos: são dados numéricos com brechas na sequência entre 
eles. Por exemplo, a contagem das bolas de golfe. Só pode haver um 
número inteiro de bolas de golfes (0,3 bolas seria impossível). Notas de 
prova e tamanhos de calçados são outros exemplos.
Dados contínuos: são dados em que todos os valores são possíveis. Não 
há brechas entre eles. O tamanho das bolas de golfes pode ser qualquer 
valor, 10,53 mm, 10,54 mm ou 10,536 mm. O tamanho do pé é outro 
exemplo, ao contrário do tamanho do calçado, que é um dado discreto.
Então, podemos dizer que para a tecnologia da informação temos dados 
estruturados, aqueles que o computador consegue ler, dados semiestruturados 
tem alguma estrutura mão não está limitada e rígida e o dado não estruturado, 
aquele que o computador não lê, como nos explica Rocha (2021, p. 4):
Dado estruturado
Estrutura e organização rígidas e previamente definidas;
Dados organizados em relações semânticas (tabelas), com os mesmos 
atributos para cada registro de dados;
Facilmente interpretados por linguagem de máquina;
Exemplo: banco de dados.
Dado semiestruturado
Representação Estrutural Heterogênea;
Definição de estrutura à posteriori (estrutura é geralmente definida 
após a existência e análise dos dados, pois pode estar implícita entre 
eles, sendo auto descritivos);
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
7
Exemplo: XML.
Dado não estruturado
Não possuem estrutura e formato previamente definidos;
Não são de fácil interpretação por ferramentas convencionais;
Representam a maioria dos dados corporativos gerados;
Exemplos: relatórios, vídeos, fotos e áudios.
FIGURA 2 - COMPARAÇÃO ENTRE OS DADOS - AUTOR KÁSSIO H. SOBRAL ROCHA
FONTE: <https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dados-estruturados-e-nao-
estruturados/>. Acesso em: 27 maio. 2021
2.2 INFORMAÇÃO 
Ao analisar a palavra na sua origem, vamos nos deparar que, segundo 
Houaiss et al. (2001, p. 1615) ela é “o conhecimento obtido por meio de investigação 
ou instrução”. 
A informação pode ser entendida como o conjunto de Dados, antes de 
forma bruta e agora tratados e aplicados de forma homogênea a um contexto. 
Ferreira et al. (1999, p. 1109) afirmam que a informação constitui de “dados 
acerca de alguém ou de algo” ou “conhecimento, participação”. Houaiss et al. 
(2001, p. 1615) afirmam que a informação é “o conhecimento obtido por meio de 
investigação ou instrução”. Dessa maneira, a Informação é formada por dados 
relacionados entre si a respeito de algo ou alguém.
Ao trabalharmos com a informação como algo que percorre as instituições 
educacionais de forma síncrona ou assíncrona podemos dizer conforme Messias 
(2005, p. 10), em que a informação é composta de palavras, ou seja, “a palavra 
de fácil pronúncia e difícil definição tem sido alvo de investigação em diversos 
campos científicos, gerando polêmicas no meio acadêmico/científico. O motivo 
associa-se a sua imprecisão conceitual”.
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dados-estruturados-e-nao-estruturados/
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dados-estruturados-e-nao-estruturados/
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
8
Forma síncrona: quando estamos simultaneamentecom alguém nos comunicando ao 
vivo como no telefone.
Forma assíncrona: ocorre ao contrário da síncrona, ou seja, não é realizada de forma ao 
vivo ao mesmo tempo, é o processo interacional entre indivíduos ou grupos em que o 
receptor da mensagem não a receberá ou responderá imediatamente, ou seja, o outro 
interlocutor não replicará simultaneamente, como nas conversas habituais.
IMPORTANT
E
Ainda nesse pensamento, segundo Francelin e Pellegatti (2004, p. 124), 
“numa disposição formal, o fenômeno da informação é estudado em disciplinas 
diversas, confirmando assim as ramificações complexas e muitas manifestações 
a ele associadas”.
Seguindo o pensamento de H ashimoto (2003, s.p.):
• Informação é uma visão pessoal sobre um conjunto de dados – as 
relações percebidas associam ao dado um significado próprio, na 
medida em que são específicas para cada indivíduo, pois dependem 
de suas experiências anteriores, do que ele tem armazenado em sua 
memória e de sua capacidade de estabelecer essas relações. Assim, 
um mesmo conjunto de dados não gera a mesma informação para 
diferentes pessoas. Nos casos mais simples, envolvendo dados 
e relações menos complexas, as informações percebidas por 
diferentes pessoas poderão ser mais semelhantes. Quanto maior 
a complexidade da Informação, mais ela dependerá do repertório 
anterior e da capacidade de cada indivíduo de estabelecer essas 
relações e, portanto, mais pessoal será.
• Informação é, portanto, a leitura que cada indivíduo faz de um 
conjunto de dados, é o significado que lhe atribui ao “internalizar” 
esses dados.
• As relações mencionadas podem ser percebidas intuitivamente, 
e assim permanecerem, podem ser interpretadas posteriormente, 
ou podem ser estabelecidas pela reflexão. Em geral haverá 
uma mistura de todas essas situações. Quando as relações são 
predominantemente intuídas, e assim permanecem, podemos 
caracterizar a informação como tácita. Quando grande parte 
das relações é determinada conscientemente, ou interpretada 
conscientemente a partir da percepção inicial, ela é explicitável. 
Em geral a explicitação não pode ser total, pois raramente todas 
as relações serão determinadas ou interpretadas conscientemente 
– algumas delas podem permanecer inconscientes ou difíceis de 
descrever, ou podem estar associadas a impressões, lembranças 
etc., também difíceis de verbalizar.
Sendo assim, a informação faz parte de uma comunicação, seja verbal ou 
não, mas estabelece relações com os dados estruturados ou não, para podermos 
construir o conhecimento.
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
9
2.3 CONHECIMENTO 
O conhecimento é algo que não temos como concreto se tornando 
totalmente abstrato, mas de fácil percepção quando estamos imergidos ou 
em contato com ele. Alguns autores irão demonstrar de diversos vieses o seu 
significado e tipos para compreendermos.
Segundo Davenport (1998 apud CARVALHO, 2012), conhecimento é 
a informação que, devidamente tratada muda o comportamento do sistema. 
O conhecimento é o resultado de um processamento complexo e subjetivo da 
informação, pois quando a informação é absorvida por um sujeito, ela interage 
com processos mentais lógicos e não lógicos, experiências anteriores, insights, 
valores, crenças, compromissos e vários outros elementos que fazem parte da 
mente do sujeito, pois consciente ou não ele usa seu conteúdo psíquico para 
trabalhar a informação e como base nisso tomar uma decisão de acordo com o 
contexto no qual ele está envolvido.
Segundo Polanyi (1966 apud CARVALHO, 2012) e Nonaka e Takeuchi 
(1997 apud CARVALHO, 2012), o conhecimento é formado por uma estrutura 
paradoxal, na qual se identifica dois componentes aparentemente opostos: o 
conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
Para Carvalho (2012), o conhecimento tácito não é um conhecimento 
palpável, e nem explicável. Esse tipo de conhecimento é profundamente pessoal 
e por este motivo muito mais difícil de ser compartilhado.
[…] é altamente pessoal e difícil de formalizar, tornando-se de comu-
nicação e compartilhamento dificultoso. As intuições e os palpites 
subjetivos estão sob a rubrica do conhecimento tácito. O conheci-
mento tácito está profundamente enraizado nas ações e na experiên-
cia corporal do indivíduo, assim como nas ideias que ele incorpora. 
(NONAKA; TAKEUCHI, 2008 apud CARVALHO, 2012, p. 12).
Para Carvalho (2012), o conhecimento tácito é empírico e prático. Seu 
contexto é daqui e agora, aborda as sensações e emoções do indivíduo, como 
também suas crenças, intuições, habilidades e experiência informais, modelos 
mentais e percepções.
Para Cruz (2002), o conhecimento tácito é aquele que todos nós acumula-
mos dentro de nós mesmos, ele é fruto do aprendizado, da educação, da cultura 
e da experiência de vida de cada um. Segundo ele, esse tipo de conhecimento é 
muito comum em qualquer tipo de organização e considera esse tipo de conhe-
cimento como informal. Por esse motivo um dos grandes desafios que qualquer 
organização tem é o de coletar, organizar e utilizar esse tipo de conhecimento.
Quando falamos em conhecimento explícito, Carvalho (2012) afirma que 
ele pode ser mensurado, além de ser mais racional e teórico.
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
10
Para Cruz (2002), o conhecimento explícito é aquele compartilhado, que é 
passado a outros para que esses também desenvolvam suas habilidades e possam 
gerar mais conhecimento e ser passado a outros e assim por diante formando 
uma cadeia de desenvolvimento científico, cultural, organizacional, emocional 
etc. Ele considera esse tipo de conhecimento como formal.
Para Carvalho (2012), o conhecimento não é só tácito e nem só explícito, o 
conhecimento é a soma desses dois tipos, o Quadro 1 mostra a diferença entre os 
dois componentes do conhecimento.
QUADRO 1 – COMPONENTES DO CONHECIMENTO
FONTE: Nonaka e Takeuchi (1997 apud CARVALHO, 2012)
Cruz (2002) traz um olhar para o conhecimento que será explicito no 
Quadro 2, o qual tomando como base um ambiente organizacional tanto o 
conhecimento tácito quanto o conhecimento explícito podem ser classificados 
quanto ao seu uso em três distintos grupos.
QUADRO 2 – GRUPOS DO CONHECIMENTO EXPLÍCITO
Conhecimento Estratégico Conhecimento Operacional
Conhecimento 
Emocional
Serve para avaliar os setores: 
econômico, político, social, 
tecnológico, entidades reguladoras, 
governo, fornecedores, cliente e 
concorrentes permitindo que qualquer 
empresa possa tomar decisões 
de longo prazo, criar cenários, 
desenvolver estratégias de atuação, 
definir políticas, criar produtos e 
definir o modus operandi.
Absolutamente 
tudo que se faz em 
qualquer empresa, 
em qualquer 
organização, está 
inserido num 
processo de negócio.
Considera que é 
preciso levar em 
conta aspectos 
socioeconômicos, 
culturais, religiosos 
e políticos que serão 
atingidos por tais 
conteúdo.
FONTE: Adaptado de Cruz (2002)
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
11
Sendo assim, segundo McGarry (1999), podemos compreender que 
o conhecimento é um processo que envolve representações mentais. O ato de 
conhecer visa o desenvolvimento e a emancipação do sujeito, sendo então a 
construção do conhecimento um aspecto relevante na prática escolar. Para tal 
procedimento ocorre a aprendizagem significativa que desafia a criação e 
recriação de conceitos e soluções para situações problemas.
3 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO APLICADAS 
À EDUCAÇÃO
Num mundo em que a tecnologia se faz presente num simples controle 
remoto para adentrar uma porta, as famosas fechaduras de tags, como não 
refletirmos o seu uso na e para educação?
Todo e qualquer recurso bem como ferramenta necessita de utilização da 
tecnologia da informação, ou seja, dos conceitos trabalhados sobre tecnologia, 
dado, informação e conhecimento para que possamos entender as transformações 
de nossa sociedade e as relações.
Oliveira (2015, p. 2) afirma que “com o avanço tecnológico dispomos de 
uma infinidade de equipamentose ou ferramentas com a finalidade de facilitar 
os afazeres no dia a dia, tanto em nossa casa, quanto no trabalho como também 
inclusive, no ensino”. Ainda Oliveira (2015, p. 3), “a escola, muitas vezes, 
eximindo-se de seu papel social, tem deixado de lado a utilização das tecnologias 
para o ensino, mesmo dispondo minimamente de tais recursos”.
Os avanços científicos e tecnológicos impactam diretamente na área 
social e consequentemente nos processos educativos da escola. As tecnologias 
educacionais produzem possibilidades de interações entre educador e educando 
através do uso de “computadores pessoais em rede” permitindo assim o 
desenvolvimento de diferentes capacidades tanto na vida pessoal e quanto 
profissional dos sujeitos (ABEGG, 2009).
Oliveira (2015, p. 5) aponta que os “Parâmetros Curriculares Nacionais 
(1996) estabelecem que o uso das tecnologias de informação e comunicação 
na educação possibilitam o desenvolvimento intelectual, cultural e social dos 
educandos”. Na Base Nacional Comum Curricular, encontraremos o olhar para 
as tecnologias nas competências gerais: 
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
12
Competências gerais de forma resumida:
1. Conhecimento.
2. Pensamento científico, crítico e criativo.
3. Repertório cultural.
4. Comunicação.
5. Cultura digital.
6. Trabalho e projeto de vida.
7. Argumentação.
8. Autoconhecimento e autocuidado.
9. Empatia e cooperação.
10. Responsabilidade e cidadania.
Competências gerais de forma ampla, conforme texto da BNCC:
• Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, 
social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e 
processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), 
colaborando para a construção de uma sociedade solidária.
• Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo 
a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar 
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções 
com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
• Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações 
artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas 
diversificadas da produção artístico-cultural.
• Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ou verbo-visual (como 
Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para 
expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes 
contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
• Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, 
reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se comunicar, 
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas.
• Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos 
e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho 
e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida pessoal, profissional e social, com 
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
• Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar 
e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os 
direitos humanos e a consciência socioambiental em âmbito local, regional e global, 
com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
• Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo suas 
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a 
pressão do grupo.
• Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar 
e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de 
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem 
preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade, 
convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de 
uma coletividade com a qual deve se comprometer.
UNI
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
13
• Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e 
determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na escola, 
segundo princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
FONTE: <https://bit.ly/3nw6fwc>. Acesso em: 6 out. 2021.
Então, a tecnologia da informação aplicada à educação ganha um olhar 
especial uma vez que, segundo Abegg (2009, p. 20), “o processo de escolarização 
necessita do uso de tecnologias como forma a disseminar a informação e 
comunicação, através de “redes de produção colaborativa de conhecimento””. 
Hoje a forma como nos conectamos com o mundo é complexa e em forma 
de uma grande teia ou rede mesmo na qual a forma de comunicar-se não linear e 
sim através de links e pensamentos através de conectores, mudando inclusive as 
relações e a cultura.
Pretto (2011) e Fileno (2007) afirmam que a forma de escrever hoje se 
modificou com o uso de celulares, tablets e notebooks criando, assim, novas e 
diferentes linguagens e/ou formas de comunicação. Conforme Pretto (2011), 
os adolescentes e jovens vão além do consumo de informações, há uma 
produção de conhecimento e de cultura através da apropriação destes recursos 
tecnológicos, assim para a escola as tecnologias de informação e comunicação 
devem ser entendidas como “elementos de cultura, e não apenas como aparatos 
tecnológicos [...] que ilustram ou facilitam os processos escolares” (PRETTO, 
2011, p. 110). A respeito da cultura, Fileno (2007) afirma que escola e a cultura 
estão intrinsecamente interligados devendo dessa forma haver uma integração 
do meio no qual o educando está inserido.
Analisando o que os autores nos remetem, hoje os estudantes têm 
acesso muito mais rápido e fácil às informações, esse fator tornou as aulas 
expositivas desinteressantes e assim sua presença se tornou limitada, aos eventos 
protocolares como: exames e atividades extraclasses. O horizonte de uma criança, 
de um jovem, hoje em dia, ultrapassa claramente o limite físico da sua escola, 
da sua cidade ou de seu país, quer se trate do horizonte cultural, social, pessoal 
ou profissional. Diante disso é importante lembrarmos que os professores não 
nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim.
Segundo Xavier (2005), as novas gerações têm adquirido o letramento 
digital antes mesmo de ter se apropriado completamente do letramento alfabético 
ensinado na escola. Essa intensa utilização do computador para a interação entre 
pessoas a distância, tem possibilitado que crianças e jovens se aperfeiçoem em 
práticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de letramentos 
e alfabetizações. Essas inúmeras modificações nas formas e possibilidades de 
utilização da linguagem em geral são reflexos incontestáveis das mudanças 
tecnológicas que vem ocorrendo no mundo desde que os equipamentos 
informáticos e as novas tecnologias de comunicação começaram a fazer parte 
intensamente do cotidiano das pessoas.
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
14
Sendo assim, a aprendizagem intermediada pela tecnologia da informa-
ção aplicada à educação com suas linhas conceituais, gera profundas mudanças 
no processo de produção do conhecimento, se antes as únicas vias eram de sala 
de aula, o professor e os livros didáticos, hoje é permitido ao estudante navegar 
por diferentes espaços de informação, que também nos possibilita enviar, receber 
e armazenar informações virtualmente. 
4 IMPLICAÇÕES DO USO DAS TECNOLOGIAS DA 
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO(TIC’S) NO PROCESSO 
DE ENSINO E APRENDIZAGEM
A educação e principalmente as salas de aula gritam por mudanças, e nos 
últimos tempos com os avanços tecnológicos e a própria pandemia do Covid-19, 
as instituições se obrigaram a colocar em prática tudo que vínhamos estudando, 
dialogando e pesquisando nas últimas décadas.
Nesse momento, fez-se necessário mais que reflexões sobre as práticas 
pedagógicas, mas principalmente sobre como deveríamos utilizar e através desta 
discussão percebeu-se as grandes lacunas educacionais.
Para Lorenzato (1995, p. 4), 
Os recursos interferem fortemente no processo de ensino e aprendiza-
gem; o uso de qualquer recurso depende do conteúdo a ser ensinado, 
dos objetivos que se deseja atingir e da aprendizagem a ser desenvol-
vida, visto que a utilização de recursos didáticos facilita a observação 
e a análise de elementos fundamentais para o ensino experimental, 
contribuindo com o aluno na construção do conhecimento.
De acordo com Sancho (2001), o quadro de giz é o meio mais acessível, 
mais econômico e mais fácil de usar, apesar do inconveniente do professor ficar 
de costas para os alunos enquanto faz anotações, mas se torna funcional para 
demonstrações.
O giz é muito utilizado nas aulas expositivas, Libâneo (1994) afirma 
que os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentadas, explicadas ou 
demonstradas pelo professor e a atividade dos estudantes é receptiva, embora 
não necessariamente passiva. Diz também que o método expositivo é bastante 
utilizado nas escolas, apesar das críticas, principalmente por não levar em conta 
o princípio da atividade do estudante e que apesar desta limitação, é um impor-
tante meio de obter conhecimentos. Entre as formas de exposição, menciona a 
exposição verbal, a demonstração, a ilustração e a exemplificação. Essas formas, 
segundo o autor, em geral, podem ser conjugadas possibilitando o enriqueci-
mento da aula expositiva.
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
15
Para uma sociedade em que muitas escolas não conseguem ter acesso ao 
recurso do wi-fi, a aula expositiva é a que alcança o maior público. Temos outras 
questões como a formação dos professores, a utilização de ambientes com inter-
net e principalmente a desigualdade econômica das famílias.
Para Moraes (1997, p. 12), “o simples acesso à tecnologia, em si, não é o as-
pecto mais importante, mas sim, a criação de novos ambientes de aprendizagem 
e de novas dinâmicas sociais a partir do uso dessas novas ferramentas”.
Na organização de um novo olhar com a utilização, é preciso compre-
ender o fluxo entre ensino e aprendizagem. Masetto (2000, p. 140) afirma que o 
processo de ensino e de aprendizagem: “considero haver uma grande diferença 
entre o processo de ensino e o processo de aprendizagem quanto as suas finalida-
des e à sua abrangência, embora admita que seja possível se pensar num processo 
interativo de ensino aprendizagem”.
Importante entendermos que ao compreender o processo de ensino apren-
dizagem também teremos que analisar a mudança cultural que essa geração do 
século XXI sofreu, afinal nasceram em uma sociedade tecnológica e conectada, 
o uso de dispositivos tecnológicos durante a difusão do uso de tecnologias no 
processo de ensino e de aprendizagem. O que causa o choque com as pessoas nas-
cidas anteriormente ao século XXI desenvolveram uma relação com a tecnologia 
conforme descrita por Prensky (2010, p. 10):
Nativos digitais e imigrantes digitais são termos que explicam as dife-
renças culturais entre os que cresceram na era digital e os que não. Os 
primeiros, por causa de sua experiência, têm diferentes atitudes em 
relação ao uso da tecnologia. Hoje, há muito mais adultos que migra-
ram e, nos Estados Unidos, quase todas as crianças em idade escolar 
cresceram na era digital. Pode ser que em alguns lugares os nativos 
sejam separados dos imigrantes por razões sociais.
Essa articulação entre o entendimento das relações das gerações com a 
evolução das tecnologias e sua utilização mostra segundo Serres (2013, p. 22), 
acrescenta que: 
[...] essa geração que chega à escola é completamente diferente em re-
lação às gerações que a antecederam; os alunos e alunas têm outra 
cabeça, maneiras diferentes de pensar, de conviver, de relacionar, de 
interagir e de aprender.
As grandes barreiras que a educação enfrenta, além da econômica, é a 
dependência e a sua utilização conforme aponta Kenski (2007, p. 19):
[...] as tecnologias invadem as nossas vidas, ampliam a nossa memó-
ria, garantem novas possibilidades de bem-estar e fragilizam as capa-
cidades naturais do ser humano. Somos muito diferentes dos nossos 
antepassados e nos acostumamos com alguns confortos tecnológicos 
– água encanada, luz elétrica, fogão, sapatos, telefone – que nem pode-
mos imaginar como seria viver sem eles.
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
16
Desse modo, embora a tecnologia já faça parte do contexto cultural e social 
das pessoas, em que principalmente os mais jovens fazem parte de uma cultura na 
qual as pessoas ficam conectadas em rede por longos períodos, podem aproveitar 
esta ferramenta para a educação. Porém, os muros das diferenças sociais, das gera-
ções e do olhar da escola podem tornar os grandes empecilhos para sua utilização, 
além da formação e compreensão adequada por parte do corpo docente.
TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO 
CONTEXTO ESCOLAR: POSSIBILIDADES
Ao longo das últimas décadas, as tecnologias digitais da informação e 
comunicação, também conhecidas por TDICs, têm alterado nossas formas de 
trabalhar, de se comunicar, de se relacionar e de aprender. Na educação, as 
TDICs têm sido incorporadas às práticas docentes como meio para promover 
aprendizagens mais significativas, com o objetivo de apoiar os professores 
na implementação de metodologias de ensino ativas, alinhando o processo 
de ensino-aprendizagem à realidade dos estudantes e despertando maior 
interesse e engajamento dos alunos em todas as etapas da Educação Básica.
As razões pelas quais as tecnologias e recursos digitais devem, cada 
vez mais, estar presentes no cotidiano das escolas, no entanto, não se esgotam 
aí. É necessário promover a alfabetização e o letramento digital, tornando 
acessíveis as tecnologias e as informações que circulam nos meios digitais e 
oportunizando a inclusão digital. 
Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular contempla 
o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao uso 
crítico e responsável das tecnologias digitais tanto de forma transversal 
– presentes em todas as áreas do conhecimento e destacadas em diversas 
competências e habilidades com objetos de aprendizagem variados – quanto 
de forma direcionada – tendo como fim o desenvolvimento de competências 
relacionadas ao próprio uso das tecnologias, recursos e linguagens digitais, ou 
seja, para o desenvolvimento de competências de compreensão, uso e criação 
de TDICs em diversas práticas sociais, como destaca a competência geral 5:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação 
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas 
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, 
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, 
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida 
pessoal e coletiva (BNCC, 2018).
Nesse contexto, é preciso lembrar que incorporar as tecnologias digitais 
na educação não se trata de utilizá-las somente como meio ou suporte para 
promover aprendizagens ou despertar o interesse dos estudantes, mas sim de 
utilizá-las com os estudantes para que construam conhecimentos com e sobre o 
uso dessas TDICs.
TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
17
Para apoiar a construção de currículos escolares e de propostas 
pedagógicas que contemplem tal uso “ativo” das TDICs nas escolas, o Centro 
de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) elaborou e disponibilizou de 
forma aberta e gratuita o Currículode Referência em Tecnologia e Computação 
(2018), que prevê eixos, conceitos e habilidades alinhadas à BNCC e voltadas 
exclusivamente para o desenvolvimento de competências de exploração e de 
uso das tecnologias nas escolas, além de propor uma reflexão sobre os usos 
das TDICs.
Os eixos propostos nesse currículo perpassam todas as etapas da 
educação básica, e são:
Basear-se nesses eixos e nas habilidades propostas neste Currículo de 
Referência pode dar norte aos gestores e professores para implementar o uso 
de tecnologias no contexto escolar não somente como meio para promoção 
de aprendizagem ou como forma de estímulo e engajamento dos estudantes, 
mas também como objeto de conhecimento em si, preparando os alunos para 
o uso das TDICs nas esferas pessoais e profissionais.
Uma discussão importante que se tem feito nos últimos anos e que 
vale destacar é que não se deve prezar somente pela utilização das tecnologias 
em si, mas sim pela reflexão crítica e pelo uso responsável. Assim, cabe 
aos professores trabalharem também conceitos relacionados a segurança 
na rede, cyberbullying, checagem de fatos (com ênfase nas famosas fake 
news) e informações e o uso da tecnologia como ferramenta de construção 
e compartilhamento de conhecimentos. Nesse cenário, o professor não 
precisa ser o detentor do conhecimento técnico sobre o uso das ferramentas 
disponíveis, mas sim o mediador que vai auxiliar os estudantes na reflexão 
sobre os melhores usos possíveis das TDICs. 
Nas práticas apresentadas no Caderno dos Anos Iniciais destacam-
se tanto as práticas com usos das TDICs transversalmente ou para apoiar a 
implementação da sequência didática, ou seja, sendo suporte para promover a 
construção de conhecimentos e aprendizagem, quanto as práticas cujo objeto 
do conhecimento é a própria tecnologia.
No relato Sustentabilidade x Educação: Preservar É Nossa Missão! 
por exemplo, a professora utilizou uma página em uma rede social “para 
expandir as práticas pedagógicas e alcançar mais pessoas”. Em Professores 
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
18
Mirins e Alunos Escritores de HQ e Informação, apresenta-se o uso de softwares e 
aplicativos como meio para promover a aprendizagem e estimular a prática 
da escrita.
Já na prática Inclusão Digital como Inovação para Combater o Déficit de 
Leitura, Produção e Sistematização, o destaque está no uso das TDICs como 
meio para a promoção de aprendizagem sobre outro objeto de conhecimento, 
como objetivo de aprendizagem em si e, ainda, como fator motivacional para 
engajar e envolver os estudantes no tema da sequência didática. No relato, 
a professora responsável pela prática afirma: “Destaco o uso das TIC como um 
dos pontos positivos do projeto, pois gerou maior interatividade durante as aulas e, 
consequentemente, maior interesse e facilidade na compreensão dos componentes 
curriculares”.
Em resumo, incorporar as TDICs nas práticas pedagógicas e no 
currículo como objeto de aprendizagem requer atenção especial e não pode 
mais ser um fator negligenciado pelas escolas. É preciso repensar os projetos 
pedagógicos com o olhar de utilização das tecnologias e recursos digitais tanto 
como meio, ou seja, como apoio e suporte à implementação de metodologias 
ativas e à promoção de aprendizagens significativas, quanto como um fim, 
promovendo a democratização ao acesso e incluindo os estudantes no mundo 
digital. Para isso, é preciso fundamentalmente revisitar a proposta pedagógica 
da escola e investir na formação continuada de professores.
Além do uso das tecnologias para apoio à prática do ensino, como 
apresentações digitais, mostras de vídeos etc., e para o desenvolvimento de 
pesquisas, alguns relatos propõem o uso das TDICs para promover a criação 
de conteúdos digitais. Uma possibilidade para isso é o uso de softwares para 
a elaboração de histórias em quadrinhos (HQs). Outra possibilidade está 
na criação de conteúdos midiáticos ou multimidiáticos. Com o uso de 
ferramentas simples e acessíveis, os alunos podem criar áudios e vídeos para 
compartilhar as aprendizagens de uma aula ou sequência didática. Que tal 
conhecer algumas dessas possibilidades?
FONTE: <https://bit.ly/3vKNYyZ>. Acesso em: 1 jun. 2021
19
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• O conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do que os de 
processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software, 
informática ou o conjunto de hardware e software, pois também envolve 
aspectos humanos, administrativos e organizacionais.
• Dados são códigos que constituem a matéria prima da informação, ou seja, é a 
informação não tratada que ainda não apresenta relevância. Eles representam 
um ou mais significados de um sistema que isoladamente não pode transmitir 
uma mensagem ou representar algum conhecimento.
• O dado é o menor e mais simples elemento dessa hierarquia, é uma unidade 
indivisível, objetiva e abundante. Por esse motivo, o dado é o elemento mais 
fácil de ser manipulado e transportado, seja em um meio de transporte concreto 
(de um lugar para outro), seja de uma forma abstrata (de um sistema para 
outro ou de uma pessoa para outra).
• A informação seria qualquer estruturação ou organização desses dados.
• O conhecimento é a informação processada e transformada em experiência 
pelo indivíduo. O conhecimento é a capacidade que, o processamento da 
informação adicionado ao repertório individual, nos dá, de agir e prever 
o resultado dessa ação. Aprendizagem seria, então, toda exposição a 
novas informações que, a partir daí, modificam o nosso comportamento e 
relacionamento com o meio ambiente.
• A tecnologia da informação é o conjunto de recursos tecnológicos e compu-
tacionais para geração e uso da informação, utilizando também um conjun-
to de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento 
e comunicação da informação, bem como o modo como esses recursos estão 
organizados em um sistema capaz de executar um conjunto de tarefas.
• A preocupação com o impacto que as mudanças tecnológicas podem causar 
no processo de ensino-aprendizagem impõe a área da educação a tomada 
de posição entre tentar compreender as transformações do mundo, produzir 
o conhecimento pedagógico sobre ele auxiliar o homem a ser sujeito da 
tecnologia, ou simplesmente dar as costas para a atual realidade da nossa 
sociedade baseada na informação. 
20
• As tecnologias proporcionam que cidadãos construam seus saberes a partir de 
comunicação e interações com um mundo de pluralidades, no qual não há limi-
tes geográficos, culturais e a troca de conhecimentos e experiências é constante.
• Na sociedade atual em que estamos vivendo, por muitas vezes a diversidade 
cultural, social e econômica são pontos cruciais de distanciamentos, cabe 
ao homem à tarefa de ser criativo, ter boas ideias. Na era da informação e 
comunicação é indispensável que as pessoas saibam e consigam identificar o 
que há de essencial.
21
1 Sabemos que a tecnologia da informação é uma área que utiliza a 
computação como um meio para produzir, transmitir, armazenar, aceder 
e usar diversas informações. Como a tecnologia da informação pode 
abranger e ser usada em vários contextos, a sua definição pode ser bastante 
complexa e ampla. Sobre a definição de tecnologia da informação, assinale 
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Análise de dados para respostas rápidas.
b) ( ) Designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para 
geração e uso da informação
c) ( ) Palavras e frases com efeitos tecnológicos.
d) ( ) Pesquisa Operacional com tratamento de dados binários.
2 (ENEM, 2013) A tirinha retrata as questões da influência do uso das 
tecnologias da informação e da comunicação nas vidas das pessoas. Com 
base no exposto e na figura, assinale a alternativa CORRETA:
AUTOATIVIDADE
FONTE: <http://tirasnacionais.blogspot.com>. Acesso em: 13 nov. 2011
A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frenteao uso social 
da tecnologia para fins de interação e de informação. Tal posicionamento é 
expresso, de forma argumentativa, por meio de uma atitude.
a) ( ) Crítica, expressa pelas ironias.
b) ( ) Resignada, expressa pelas enumerações.
c) ( ) Indignada, expressa pelos discursos diretos.
d) ( ) Agressiva, expressa pela contra-argumentação.
22
3 Trabalhar com Tecnologia da Informação aplicada a Educação é um 
caminho que deve ser percorrido do dado até chegar ao conhecimento, 
passando por questões tecnológicas e estruturais. Na sua concepção, como 
seria esse percurso? Disserte sobre isso.
23
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, discutiremos temáticas que envolvem as questões sobre 
o acesso à informação, as formas como elas chegam até nós e principalmente 
como as transformamos em conhecimento numa era digital tão complexa em 
suas relações.
Além desses itens, é importante prestar atenção aos detalhes que abordam 
a educação como grande mentora do processo de democratização e processo de 
ensino e aprendizagem do saber.
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a utilização das tecnologias 
da informação e da comunicação (TICs) na sociedade do conhecimento, como 
elas podem auxiliar neste processo e o papel da escola como grande centro da 
alfabetização tecnológica. 
Um ótimo estudo!
2 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO (TICs) NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO 
Os avanços entre as gerações, as mudanças ocorridas nos processos de 
desenvolvimento e suas consequências na democracia e cidadania, principalmente 
após março de 2020 com o COVID-19, concorrem para uma sociedade 
caracterizada pela crescente influência dos recursos tecnológicos e pelo avanço 
exponencial das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), com impacto 
nas relações sociais, e principalmente nas instituições sejam elas, empresariais ou 
educacionais.
As TICs foram e podem ser consideradas um dos fatores mais impor-
tantes para as profundas mudanças nas relações educacionais e, com a dinâ-
mica da inovação, tornam-se imprescindíveis para as novas transformações e o 
desenvolvimento direto no que tange a sociedade. É a partir da década de 1990 
que a educação, a inovação contínua e os avanços tecnológicos passaram a ser 
vistos como as forças motrizes do desenvolvimento e alicerce no processo de 
ensino e aprendizagem. 
24
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Ao abordarmos o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação 
como ferramentas de geração do desenvolvimento social e intelectual, com 
ênfase na construção do saber olhando o percurso em que a união tem o foco 
na finalidade e nas relações existentes entre tecnologia e desenvolvimento, 
buscando analisar como são conjeturadas as formas de utilização das TICs 
pelos grupos como docentes e discentes para promover o desenvolvimento e 
reduzir as desigualdades educacionais promovendo a alfabetização tecnológica. 
A sociedade da informação é uma nova forma de organização da economia e 
da sociedade. É entendida como um estágio de desenvolvimento social que é 
realizado pela capacidade dos indivíduos de adquirir e compartilhar informações 
(PALHARES et al., 2018).
2.1 EDUCAÇÃO CONSEQUÊNCIA DE UMA NOVA 
SOCIEDADE - A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO 
As relações na busca e na organização de como interagimos entre a 
informação e o conhecimento são diversas, ainda mais numa sociedade que 
podemos ter acesso à informação de diversas formas. Essas informações podem 
ser adquiridas em variados meios de comunicação, como a Internet, a televisão 
e o rádio. Os benefícios que essas tecnologias proporcionam para a sociedade 
podem comprometer o enriquecimento cultural dos indivíduos. A mídia 
frequentemente confere a tudo aquilo que parece ter valor objetivo e publicitário 
uma subjetividade, que tende, portanto, a escravizar a sociedade além de fazer 
com que esta adquira um caráter consciente (TARGINO, 1995).
Segundo Silveira (2019, p. 2):
na “sociedade de informação” em que vivemos é baseada na 
informação e conhecimento, o que é diferente da antiga “sociedade 
industrial” em que tinha como base a produção e capital. Dessa 
forma, conforme Silveira (2019), vivemos em uma sociedade em 
que a informação chega a todo instante com algo novo e sempre 
atualizado em alta velocidade. As tecnologias estão presentes em 
todos os ambientes, inclusive na Educação.
A união e integração da tecnologia de informação e comunicação na 
educação favorece, em muito, a aprendizagem podendo aproximar e quebrar 
barreiras, uma vez que a tecnologia proporciona através do meio tecnológico a 
possibilidade da construção do conhecimento através interação, troca de ideias e 
experiências. 
Numa sociedade em que o conhecimento é e será tão valorizado o saber 
lidar com a ferramenta e suas potencialidades será o grande diferencial, exemplo 
disso, é o computador. Ele se tornou um grande aliado na busca do conhecimento, 
tratando de uma ferramenta que auxilia na resolução de problemas e até mesmo 
no desenvolvimento de projetos. As TICs têm como característica o fazer e 
o refazer, transformando o erro em algo que pode ser refeito e reformulado 
TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
25
instantaneamente para produzir novos saberes, cada indivíduo que explora 
as tecnologias de informação e comunicação se torna um emissor e receptor 
de informações, mais especificamente leitor, escritor e comunicador, esse 
emaranhado de possibilidade ocorre graças ao poder persuasivo das informações 
contidas nas TICs que envolve o sujeito incitando-o à leitura e à expressão através 
da escrita textual e hipertextual (RAMOS; CARMO, 2009).
Quando analisamos os fatores da educação no que tange a evolução 
da sociedade e as questões que permeiam as relações com os meios que o 
conhecimento vai ser construído, notamos que o avanço das sociedades atuais 
em direção a sociedades futuras pode seguir múltiplas vias, cujo eixo central 
é diferentes apostas na forma de organizar os recursos de matéria, de energia 
e informação utilizados em benefício dessas sociedades. Uma das vias desse 
desenvolvimento pode ser a construção de sociedades baseadas no uso das 
tecnologias de informação e orientadas pelo conhecimento científico nas decisões 
que tomam sobre a sua própria organização: sociedades cujo funcionamento 
terá como suporte fundamental a informação transformada em conhecimento 
fundamentado, em princípio, no nível das ciências que são o núcleo central da 
sua cultura e modo de ver a realidade (MASSON; MAINARDES, 2011).
Ainda nessa linha de pensamento, Santos e Weber (2013) relatam que, 
a partir do final do século XX, a intensificação e a abrangência de avanços 
tecnológicos relacionados à computação têm produzido transformações em 
diversos meios sociais, tanto presenciais quanto virtuais. Uma das tecnologias que 
proporcionou o avanço e abrangência atual do ensino a distância é a Internet, que 
permite a troca de informações entre os participantes de forma rápida e eficiente.
Ao alinharmos as formas de construirmos o conhecimento Silveira (2019, 
p. 10) aponta:
a tecnologia não pode ser excluída do modelo pedagógico e comuni-
cativo das escolas. Nesse caso, a tecnologia deve ser um aparato para 
melhorar, transformar e modernizar o ensino, e não para a transfor-
mação das estruturas metodológicas e das práticas de aprendizado. 
Diante desse cenário, a distância transacional pode ser um problema 
ligado a comunicação na educação.
Atualmente, a sociedade está imersa pela era digital que perpassa a 
tecnologia e suas ferramentas para podermos ter acesso às informações, sejam 
elas uma simples receita de ovo frito até mesmo um complexo circuito elétrico. A 
tecnologia é o agente das transformações e o responsável pela criação de novas 
linguagens, contribuindo para mudar o ambiente natural, os padrões de trabalho, 
os padrões de consumo e os padrões de lazer exercendo influênciaao homem de 
maneiras diferenciadas (TARGINO, 1995).
 
As novas formas de nos relacionarmos com a informação e como estamos 
nos conectando nesta sociedade presenciamos inúmeras mudanças em diversas 
áreas do conhecimento humano. As tecnologias de informação e comunicação 
26
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
têm provocado mudanças de conduta, de costumes, de consumo, no lazer, nas 
relações entre os indivíduos e nas formas como eles se comunicam. Recriando, 
então, novas identidades, novos hábitos sociais, novas formas de interação.
3 A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO POR 
DIFERENTES MEIOS TECNOLÓGICOS E DIGITAIS
Quando falamos em democratização do acesso estamos falando 
diretamente ao direito do cidadão em ter a informação inclusive de inclusão. 
Marques (2019) aponta que os avanços da tecnologia mudaram drasticamente as 
relações e devido aos avanços tecnológicos houve a necessidade de compartilhar 
conhecimentos, utilizando novos recursos e possibilitando a criação de um 
ambiente virtual de aprendizagem.
Para Marques (2019, p. 1):
com o desenvolvimento dos meios de comunicações a internet mudou 
a forma de comportamento da sociedade atual. Por ser uma ferramenta 
que permite a interação e criação de novas linguagens, levando a 
reflexões, posicionamentos críticos no processo de construção e difusão 
do saber. Esse processo vai além da esfera municipal, estadual e 
nacional, rompe com paradigmas cria novos espaços para a produção, 
possibilitando a comunicação a fim de viabilizar a autoformação do 
aprendizado por interação entre os colegas.
Nessa relação de mudanças e visando a maior conectividade entre as 
pessoas, encontramos dentro do território brasileiro diferentes realidades de 
acesso, sendo que antes do COVID-19, em 2018, segundo o IBGE, 4 em cada 
10 brasileiros não tinham acesso a internet, um dado que por si só justifica o 
investimento em políticas de inclusão digital, mas o fato de não terem acesso a 
internet não quer dizer exatamente que não tenham acesso a tecnologia, já que 
segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas de abril/2019 o Brasil tem 
230 milhões de smartphones ativos. 
Segundo o IRIS (Instituto de Referência em Internet e Sociedade), Carmo 
et al. (2019, p. 4):
Estamos no final da segunda década do século XXI, que é descrita com 
grande frequência como a “era digital” ou “sociedade da informação 
e do conhecimento”. Esses são termos relacionados a uma tecnologia 
que surgiu há algumas décadas, com a ideia principal de ser uma rede 
onde outras redes pudessem operar. A “rede das redes” foi chamada 
de internet e conquistou escala global graças as suas características 
predominantes: abertura, acesso e ligação fim-a-fim. Elas se refletem 
na possibilidade de qualquer dispositivo conectado à rede poder ter 
acesso exatamente ao mesmo conteúdo ou serviço de qualquer outro, 
independente de sua localização geográfica, e que a circulação entre 
esses dispositivos seja recebida da forma como foi enviada.
 
TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
27
Para entendermos a democratização e o acesso à informação é preciso 
retomar os dados e isso Carmo et al. (2019, p. 6) fazem muito e nos traz que: 
em 2018, a União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência 
da Organização das Nações Unidas (ONU), estimou que 3.9 
bilhões de pessoas estão conectadas à internet. Quando este dado é 
representado em porcentagem, percebe-se que 51,2% da população 
mundial possui acesso à internet.
Esse dado nos mostra que as pessoas estão muito conectadas e buscando 
interagir através da tecnologia em diferentes espaços e ferramentas. Segundo 
Gamboa (2012, p. 33), “o advento da internet é considerado ponto de inflexão para 
o surgimento de revoluções de várias ordens - como a revolução informacional”.
Segundo o IBGE (2017), nas últimas cinco décadas, estudos foram 
desenvolvidos em busca de respostas às perguntas originadas do uso da internet 
e da adoção de novos processos tecnológicos pela sociedade, por exemplo, 
segundo pesquisas do IBGE, são consideradas conectadas à internet as pessoas 
que utilizaram a rede ao menos uma vez nos últimos três meses.
Com esses dados notamos que a população e a sociedade em si, num 
modo geral, utilizam da internet para obter informação e interagir com o mundo, 
mas Carmo et al., (2019, p. 14) exploram:
a adoção das novas tecnologias e o uso da internet por governos, 
empresas, organizações, professores ou indivíduos possui um 
denominador comum: a inclusão digital. Ou seja, usufruir das 
novas formas de geração de renda, conhecimento e relações pessoais 
possibilitadas pela internet perpassa um processo anterior de inserção 
dos indivíduos ou grupos no ciberespaço. Esse processo pode ser 
coordenado pelo próprio indivíduo, por inclusão voluntária, ou 
estimulado por algum ente - como governos ou organizações sociais 
- que perceba a importância de oferecer e de inserir cidadãos nos 
espaços virtuais.
 
Segundo Mori (2021, p. 238):
a inclusão digital é recorrentemente compreendida de três formas. 
A primeira delas entende o significado de inclusão digital como a 
democratização do acesso às TIC, ou seja, fazer com que a tecnologia 
chegue até o indivíduo no âmbito de infraestrutura, incluindo, por 
exemplo, a aquisição de computadores com softwares atualizados 
e a presença de redes telefônicas na região do usuário. A segunda, 
entendida como alfabetização digital, compreende que é preciso 
desenvolver habilidades específicas para usufruir do meio digital, 
e essas competências são tão importantes quanto a possibilidade 
do acesso. A última delas aponta para a inclusão digital como a 
apropriação das TIC pelo indivíduo, quando ele deixa de ser somente 
um receptor, mas passa a se valer das ferramentas se valendo de sua 
capacidade criativa e de sua subjetividade.
28
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Estamos percebendo que a democratização da informação vai além do 
meio, ou seja, do ter o celular, mas da condição do acesso e da oportunidade de po-
der entender e inclusive de chegar o sinal em determinadas regiões do nosso Brasil. 
O acesso às Tecnologias da Informação é condição primeira para o 
esforço da inclusão digital, a falta de infraestrutura compromete todo 
o processo subsequente. Entretanto, na sociedade da informação 
a inclusão digital deve ser compreendida como um passo além do 
acesso: a plena capacidade do indivíduo interagir, criar e consumir 
conteúdos, bem como desempenhar tarefas on-line. A inclusão 
digital dos indivíduos pode significar uma mola propulsora para o 
seu desenvolvimento em múltiplas esferas, possibilitando o acesso 
à informação e ao conhecimento, aos serviços prestados on-line, à 
economia digital, entre outras ferramentas que possibilitam maior 
qualidade de vida aos sujeitos que interagem com o meio virtual 
(CARMO; DUARTE; GOMES, 2019, p. 22).
O Instituto IRIS mostra algumas alternativas e possibilidades para 
integrar e incluir para democratizar a informação através das tecnologias, como 
retrata em sua página que aponta para a importância do olhar da sociedade para 
as políticas públicas e para programas outrora considerados obsoletos, como 
a rede “Telecentros” são tão necessários ainda hoje, existe um abismo entre ter 
acesso a tecnologia, saber usar basicamente alguns recursos para comunicação e 
ser fluente na tecnologia.
O Instituto IRIS (CARMO; DUARTE; GOMES, 2019, p. 2) mencionou 
também que:
uma das experiências que considero mais incríveis para inclusão 
tecnologia é a formação de comunidades sobre temas específicos, 
isso porque o conhecimento circula de maneira horizontal, e fugimos 
do modelo tradicional e verticalizado da educação, isso porque as 
comunidades entendem o valor da partilha, não criamos apenas ilhas 
de excelência apenas, isso reduz desigualdades e promove autonomia 
dos indivíduos.
Então, é importante entender que se antes dapandemia já tínhamos uma 
lacuna, ou seja, antes de março de 2020, hoje os desafios para a democratização 
podem ser maiores, como mostra o IDCT (2020, p. 1):
Diante da pandemia, muitas questões afligem o povo brasileiro, e 
obter respostas é o principal caminho para uma sociedade mais justa 
e sem corrupção. Por isso, a Lei de Acesso à Informação (LAI) é um 
mecanismo fundamental para que a população participe ativamente 
da política do país, por meio de solicitações de informação à 
administração pública. Segundo dados do Informe Semanal da LAI, 
levantado pela Controladoria-Geral da União (CGU), até o dia 03 
de julho (última atualização), 9.922 pedidos foram respondidos com 
relação à Covid-19 (19,6% do total).
Ainda para o IDCT (2020, p. 2):
TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
29
O diretor de Transparência e Controle Social da CGU, Otávio Castro 
Neves, explica que a LAI contribui para a democracia no país, uma 
vez que amplia a participação popular e fortalece os mecanismos de 
controle da gestão pública. “É fundamental o cidadão ter consciência 
deste direito, pois a partir dele ele pode melhor exercer sua cidadania, 
conhecendo mais sobre outros direitos, sobre a execução das políticas 
públicas, sobre os serviços públicos e sobre o funcionamento do 
Estado” lembra. Além disso, os cidadãos precisam observar o 
andamento e a efetividade da Lei em sua localidade, assim, é possível 
saber como e onde recorrer caso necessite alguma informação pública 
que não esteja disponível.
Um fato importante que devemos trazer e que está no IDCT (2021, p. 2) 
“a média diária de pedidos aumentou de 377 para 528 e respondidos de 375 para 
499, se comparar antes e depois do Decreto de Calamidade Pública, em março”.
Em época de pandemia a população mostrou que o isolamento necessita-
va de interação e uma busca o que caracteriza as mudanças de comportamentos, 
formas de comunicação e interação têm promovido a revolução tecnológica mais 
significativa na educação desde a mudança do ensino baseada na oralidade para 
o ensino baseado na imprensa e no livro (SELWYN, 2008). Como argumenta Lévy 
(1999), essas dinâmicas implicam seriamente em uma nova relação que o homem 
estabelece com o saber que está imerso na cibercultura.
4 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A COMUNICAÇÃO 
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
Ao longo da vida somos imersos desde cedo ao sistema de ensino por 
décadas ficamos presos as leituras dos livros. Lembrando que a educação ao longo 
da vida será o único meio de evitar a paralisia, a desqualificação profissional 
e de atender às exigências do mercado de trabalho da sociedade tecnológica. 
Assim segundo BELLONI (1999 apud CAPELLO, 2011), faz-se necessário uma 
flexibilização forte de recursos, tempos, espaços e tecnologias, que abrigam à 
inovação constante, por meio de questionamentos e novas experiências.
Importante perceber que a sociedade vai buscar (como ocorre faz mais 
ou menos desde a década de 1990) a transformação do indivíduo, por meio de 
adequação das gerações através da educação e no que se referem à escola as 
tecnologias sempre esteve presentes na educação formal, o que faz necessário 
é o fato de que as instituições de ensino têm o papel de formar cidadãos críticos 
e criativos em relação ao uso dessas tecnologias. Para isso, é preciso que elas 
abandonem a prática instrumental das tecnologias e façam avaliações sobre o 
trabalho com a inserção das novas tecnologias educativas.
Segundo Santos (2012, p. 2):
30
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Dessa forma, temos de avaliar o papel das novas tecnologias aplica-
das à educação e pensar que educar utilizando as TIC (e principal-
mente a internet) é um grande desafio que, até o momento, ainda 
tem sido encarado de forma superficial, apenas com adaptações e 
mudanças não muito significativas. Sociedade da informação, era da 
informação, sociedade do conhecimento, era do conhecimento, era 
digital, sociedade da comunicação e muitos outros termos são uti-
lizados para designar a sociedade atual. Percebe-se que todos esses 
termos estão querendo traduzir as características mais representati-
vas e de comunicação nas relações sociais, culturais e econômicas de 
nossa época.
Necessário refletir sobre as tecnologias de informação e comunicação e 
suas potencialidades uma vez que tem desempenhado um papel importante na 
comunicação coletiva, pois através dessa ferramenta a comunicação flui sem que 
haja barreira. Segundo Levy (1999), novas maneiras de pensar e de conviver estão 
sendo elaboradas no mundo da informática.
O grande desafio da educação é conseguir lidar com a velocidade que a 
tecnologia da informação possui, segundo Kalinke (1999, p. 15):
Os avanços tecnológicos estão sendo utilizados praticamente por 
todos os ramos do conhecimento. As descobertas são extremamente 
rápidas e estão a nossa disposição com uma velocidade nunca antes 
imaginada. A internet, os canais de televisão à cabo e aberta, os 
recursos de multimídia estão presentes e disponíveis na sociedade. 
Em contrapartida, a realidade mundial faz com que nossos alunos 
estejam cada vez mais informados, atualizados, e participantes deste 
mundo globalizado.
Ramos e Carmo (2012, p. 12) apontam:
com toda agilidade que a internet proporciona a comunicação, esse se 
tornou o meio mais utilizado e eficaz na transmissão de mensagens. 
Atraindo pincipalmente os jovens que têm uma enorme necessidade 
de interagir entre si, e tudo para eles tem que ser e acontecer de 
forma rápida, em casa ou em outro local, crianças, jovens e adultos 
tem utilizado a internet diariamente para se comunicar com amigos e 
familiares, além de realizarem muitas outras ações.
Outros pontos que a tecnologia da informação favorece quando 
estão inseridas nas instituições educacionais Pierre Lévy (1999), em sua obra 
Cibercultura, afirma que a rede de computadores é um universo que permite 
as pessoas conectadas construir e partilhar inteligência coletiva sem submeter-se 
a qualquer tipo de restrição político-ideológico, ou seja, a internet é um agente 
humanizador porque democratiza a informação e humanitário porque permite a 
valorização das competências individuais e a defesa dos interesses das minorias.
TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
31
Livro: Cibercultura
O que é cibercultura? Quais suas implicações no campo da educação, do 
trabalho, da política, dos direitos? O filósofo Pierre Lévy responde a estas 
e outras questões suscitadas pela Internet e pelas novas tecnologias de 
forma clara e acessível aos não especialistas.
FONTE: <https://bit.ly/2ZA0fum>. Acesso em: 27 set. 2021
DICAS
Para Ramos e Carmo (2009), diante dessa realidade, surgem os desafios da 
escola, na tentativa de responder como ela poderá contribuir para que crianças, 
jovens e adultos tornem se usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando 
que se tornem meros consumidores compulsivos ou até mesmos depositórios de 
dados, que não fazem sentido algum. Para tanto, seria preciso estudar, aprender 
e depois ensinar a história, a criação, a utilização e a avaliação dos equipamentos 
tecnológicos, analisando de forma minuciosa como estas estão presentes na 
sociedade e qual o impacto e implicações causados por elas na sociedade.
Então, para que a sociedade e as instituições compreendam que as 
Tecnologias de Informação e Comunicação são aprimoradas dia após dia, hoje 
quando alguém precisa de uma informação que desconhece, é possível entrar 
na internet e pesquisar o que quer e ter a informação ao alcance de um toque, 
ou até mesmo através de comandos de voz. Porém, todas essas mudanças e 
inovações acontecendo a cada instante trazem alguns desafios para muitas áreas 
e a educacional, principalmente da educação pública, é uma das que mais sofre 
com esse avanço desenfreado das tecnologias. Conforme Guimarães e Ribeiro 
(2207, p. 10): 
Conhecer os desafios, o potencial, as restrições e as dificuldades destas 
tecnologiaspassa a ser essencial para qualquer pessoa, especialmente 
para qualquer aprendiz e qualquer educador. Os novos professores 
do século 21, chamados por Pierre Levy de “Arquitetos Cognitivos”, 
precisam se apropriar destas novas tecnologias com segurança e 
conhecimento, de forma favorável a seus alunos, permitindo maior 
variedade nos processos de ensino e aprendizagem e tornando-se 
criadores de ambientes de aprendizagem, utilizando os novos meios 
que surgiram e que continuam evoluindo.
32
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
INCLUSÃO DIGITAL NA PANDEMIA: DESAFIOS EM TEMPOS DE 
ENSINO ON-LINE
Entenda quais são os principais desafios envolvidos na inclusão digital 
na pandemia e a necessidade de continuar o estudo on-line.
A crise da COVID-19 escancarou diversos desafios na educação, 
um deles foi à inclusão digital na pandemia e as dificuldades dos alunos 
de acessarem as aulas on-line, não apenas no ensino superior, mas, 
principalmente, na educação básica.
O acesso à internet é um problema latente no nosso país, segundo 
a última pesquisa TIC Kids Online Brasil, realizada em 2019, cerca de 4,8 
milhões de crianças e adolescentes em idade escolar vivem em domicílios sem 
conexão com a rede.
Com a necessidade do ensino on-line para continuação da educação, 
diversos alunos não tiveram a oportunidade de manter os estudos frente à 
barreira tecnológica. Esse cenário, por sua vez, pode afetar consideravelmente 
toda a cadeia de aprendizagem e o futuro da educação.
Diante disso, para compreendermos os desafios da inclusão digital 
na pandemia tanto para estudantes, quanto para professores e outros agentes 
envolvidos no processo educacional, assim como o papel das instituições de 
ensino na democratização dos estudos, preparamos um conteúdo completo e, 
dessa vez, mais reflexivo. Confira!
Desafios da inclusão digital na pandemia
Se tratando de inclusão digital na pandemia, alguns dos principais 
desafios enfrentados por todos os envolvidos no setor educacional são:
Para os alunos:
Algumas pesquisas feitas durante a pandemia nos mostram a 
gravidade da situação, especialmente com a desigualdade social.
Segundo a Opinion Box, 54% dos alunos de escolas públicas não 
conseguiram fazer as aulas on-line. Se comparado com instituições de ensino 
particulares, esse número cai para 32% dos estudantes.
Outra pesquisa, essa realizada pela Pearson, nos revela que 9 em cada 
10 estudantes dizem não ter acesso à tecnologia necessária para estudar on-
line de maneira efetiva.
TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
33
Uma das razões para isso, sem dúvidas, pode ser a acessibilidade, 
visto que, de acordo com a Undime, 46% dos alunos acessam os conteúdos 
das aulas apenas pelo celular.
Como citado, o cenário de desigualdade e a falta de condições 
favoráveis para continuação das aulas on-line em todo o país desencadeia 
problemas no presente que serão refletidos no futuro.
Os alunos não conseguirão acompanhar as disciplinas e, 
consequentemente, podem reprovar em matérias importantes ou, se avançarem 
nos estudos, correm o risco de se formar sem algumas competências básicas.
Com essa realidade, teremos estudantes no ensino superior menos 
preparados e, no mercado de trabalho, profissionais cada vez menos 
qualificados. Nessas circunstâncias, toda a sociedade perde em 
desenvolvimento e retornos econômicos.
Para os professores:
Os professores também foram diretamente afetados pela pandemia e 
têm enfrentado desafios no quesito inclusão digital.
Uma pesquisa realizada pela Nova Escola, no ano passado, nos revela 
que 64% das instituições estavam preocupadas em garantir o devido acesso à 
tecnologia ao corpo docente.
Dentre outras dificuldades apontadas no levantamento estão: 
acompanhar a presença dos alunos e o processo de aprendizagem a distância 
(54,7%), orientar familiares (54,7%) e planejar as atividades das aulas (49,3%).
Com a necessidade de readaptação, os docentes não estavam 
totalmente preparados para lidar com as novas tecnologias, tanto em questão 
de conhecimento sobre as ferramentas, quanto em relação à infraestrutura 
tecnológica que tinham à disposição.
Para os pais e responsáveis:
Por fim, os pais e responsáveis de alunos do ensino básico também 
entraram no combo de agentes desafiados pela inclusão digital na pandemia.
Muitas famílias são compostas por mais de um filho em idade escolar, 
que precisam assistir as aulas, acessar as atividades, entregar trabalhos e se 
comunicar com os professores.
34
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
O problema? Nem sempre essas famílias possuem equipamentos 
tecnológicos para todas as crianças e adolescentes. Com isso, os estudantes 
fazem uma espécie de revezamento para conseguirem visualizar os conteúdos 
das aulas.
Para os pais e responsáveis, o desafio maior é garantir uma infraes-
trutura adequada e auxiliar os seus filhos nesse processo de aprendizagem 
on-line, papel que, muitas vezes, acaba sendo bastante dificultoso.
Como as instituições de ensino podem promover um processo 
educacional mais inclusivo? Como visto, promover a inclusão digital na 
pandemia não é apenas um esforço das instituições de ensino ou familiares, 
mas sim de toda a sociedade.
Os desafios são inúmeros e precisamos cada vez mais nos engajar na 
cobrança de políticas públicas que priorizem o acesso à informação, maximizem 
o investimento nos estudantes de baixa renda e promovam melhores 
condições de aprendizagem e desenvolvimento.
No entanto, escolas e universidades também possuem um papel 
importante na democratização do ensino com a adoção de ferramentas mais 
intuitivas e responsivas, que facilitam os estudos do aluno, independentemente 
das condições, por exemplo, permitindo acesso offline ou por diferentes 
dispositivos.
Além disso, a implementação de metodologias ativas torna o processo 
de aprendizagem mais dinâmico e efetivo, focado nas necessidades dos 
estudantes, viabilizando melhor desempenho nas disciplinas e minimizando 
os impactos gerados pela pandemia no ensino.
FONTE: <https://www.d2l.com/pt-br/blog/inclusao-digital-na-pandemia/>. Acesso em: 21 
jun. 2021.
35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os avanços tecnológicos e a pandemia levaram a sociedade a um novo olhar 
sobre as formas de comunicação e como a mesma ocorre.
• A Tecnologia da Informação e Comunicação mudou a forma das pessoas se 
relacionar e construírem seus saberes.
• Hoje, as TICs utilizadas na educação vão além de livros e um giz para passar 
o conteúdo para os alunos, a aprendizagem expositiva é quase que totalmente 
ultrapassada pela disponibilidade de tecnologias e formas com que o aluno 
recebe informação a todo momento, seja na internet, na televisão, revistas, 
jornais, anúncios, ou qualquer outro meio de transmissão de informação 
utilizado, existe uma participação do aluno na própria aprendizagem uma 
troca de conhecimentos dentro da sala de aula muito maior do que ocorria a 10 
anos atrás nas salas de aula.
• A revolução na área de tecnologias vem trazendo inovações e junto com essas 
inovações inúmeros desafios, principalmente dos educadores, pois para a 
maioria ainda é difícil dominar as TICs.
36
1 (IFRN, 2011) Analise atentamente a charge a seguir:
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://brainly.com.br/tarefa/28693282>. Acesso em: 7 out. 2021
Com base na charge, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As TICs são muitas vezes usadas para reforçar crenças existentes sobre 
ambientes de ensino em que ensinar é explicar e aprender é escutar. 
b) ( ) A contribuição mais significativa das tecnologias da informação e 
da comunicação é a capacidade para intervir como mediadoras nos 
processos de aprendizagem. 
c) ( ) As escolas planejam a utilização dos recursos tecnológicos como um in-
vestimento na capacidade dos alunos de adquirir sua própria educação. 
d) ( ) A utilização das TICs na escola é resultado de decisõescolegiadas que 
respondam, de forma satisfatória, às iniciativas dos professores.
2 (ENEM, 2019) “O computador, dando prioridade à busca pela própria 
felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. É assim que termina 
o conto O dia em que um computador escreveu um conto, escrito por uma 
inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos. Os cientistas 
selecionaram palavras e frases que seriam usadas na narrativa, e definiram 
um roteiro geral da história, que serviria como guia para a inteligência 
https://brainly.com.br/tarefa/28693282
37
artificial. A partir daí o computador criou o texto combinando as frases e 
seguindo as diretrizes que os cientistas impuseram. Os juízes não sabem 
quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por computadores, 
o que mostra que o conto estava bem escrito. O dia só não passou para 
as próximas etapas porque, de acordo com os juízes, os personagens não 
foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente 
impecável. A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade 
da IA para que ela se pareça cada vez mais com a humana. Simular esse 
tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, primeiro, um 
banco de dados vasto vinculado a uma programação específica para cada 
tipo de projeto — escrita, pintura, música, desenho e por aí vai.
FONTE: <https://super.abril.com.br>. Acesso em: 5 dez. 2018
Com base nas limitações da tecnologia utilizada na composição do conto, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A indistinção entre personagens produzidos por máquinas e seres 
humanos.
b) ( ) Necessidade de reformulação da base de dados elaborada por cientistas.
c) ( ) Autonomia de programas computacionais no desenvolvimento ficcional.
d) ( ) Diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem humana.
3 (IFRN, 2011) As transformações decorrentes do avanço das TICs têm cada 
vez mais exigido a formação de um professor com capacidades de mediar o 
processo de descoberta, assimilação e construção de novos conhecimentos. 
Esse professor seria o que inúmeros autores classificam como mediador. 
Sobre mediação pedagógica, analise as sentenças a seguir:
I- Uma prática, verdadeiramente mediadora, depende fundamentalmente dos 
meios tecnológicos, sem os quais se torna inviável o processo de interação.
II- A mediação é a característica da interação especialmente na experiência 
de aprendizagem e na transmissão cultural.
III- A mediação pedagógica não é possível em situações em que o professor 
utiliza técnicas didático-pedagógicas tradicionais.
IV- O uso das TIC não garante a qualificação da prática docente mediadora, 
podendo até mesmo ser um obstáculo a essa realização.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
38
4 A utilização dos recursos tecnológicos no contexto escolar requer um olhar 
especial para os avanços da comunicação e as transformações das relações 
sociais e culturais. Com base no exposto, disserte sobre os avanços e as 
transformações das relações sociais e culturais.
5 A democratização da informação deveria ser um direito de todos ainda 
mais quando estamos lidando com tecnologia da informação. Disserte 
sobre o que pode impedir que a informação chegue para todos de forma 
democrática.
39
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, até o momento, nos deparamos com diversos 
mecanismos que compõem todo o entendimento das tecnologias da informação 
e da comunicação, as possibilidades e suas formas na sociedade atual. Agora, 
entraremos numa das partes mais importantes para que essa melodia ocorra: 
o professor. Momento de perceber as tecnologias como aliadas do processo de 
ensino e aprendizagem.
 
Começaremos com um panorama sobre a utilização e a função docente 
frente as tecnologias e o currículo no processo de ensino e aprendizagem. Neste 
tópico, ao refletirmos sobre competências e habilidades para a relação entre 
tecnologia, informação, currículo, ferramenta e processos pedagógicos.
Bons estudos!
2 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DO PROFESSOR
Sabemos da importância da informação e dos meios pelos quais ela 
percorre para chegar até o indivíduo, mas acima de tudo perceber a importância 
que a educação tem na compreensão da mensagem. O ato educativo vem sofrendo 
transformações através das últimas décadas e a prática educativa é a que sofre a 
influência direta da crescente digitalização das atividades sociais. Queira ou não, 
o computador vai até a escola, seja na forma do desktop ou nos smartphones, não 
conseguimos mais escapar dessa educação tecnológica e em rede. 
 
Aoki (2004, p. 45) traz a reflexão:
Parece inevitável que a educação atual deva buscar o entendimento 
entre a sociedade contemporânea e a futura, que deva adquirir a 
capacidade de adequar-se e de apresentar resultados e propostas 
aos desafios que se apresentam. Ser capaz de compreender, de 
debater e desenvolver os novos elementos que surgem, como: 
questões ambientais, biogenética, AIDS, alteração dos polos de poder 
econômico e político. Isso implica ser capaz de perceber o mundo 
como uma aldeia, desenvolver o pensamento interdisciplinar; estar 
apto a propiciar condições para a organização de sociedade e Estado, 
desenvolvendo um senso democrático. E, principalmente, ter como 
objetivo máximo, a participação como sujeito nesse processo.
 
40
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Para poder efetivar um processo de aprendizagem efetivo é necessário o 
olhar na formação do grande maestro dessa orquestra toda, o PROFESSOR. Não 
podemos falar em ensino e aprendizagem se não buscarmos olhar em como esse 
ícone vai trabalhar e construir o saber com seus alunos.
A discussão e o olhar para a formação do professor é mais que necessária 
e importante quando falamos em educação em um trabalho que a escola faz com 
as tecnologias da informação e da comunicação, segundo Almeida e Menezes 
(2004, p. 1):
Ao explorar as potencialidades das TIC no seu cotidiano, principal-
mente com o acesso à Internet, a escola abre-se para novas relações 
com o saber, vivenciando a comunicação compartilhada e a troca de 
informações com outros espaços do conhecimento que possuem os 
mesmos interesses.
Ser estudante na sociedade do conhecimento tem vários desafios 
impostos pela Sociedade da Informação e da Sociedade da Comunicação: o fluxo 
de informação é abundante e, às vezes, pode ser nefasto, mais confundindo e 
distraindo os aprendizes do que os auxiliando na construção de novos saberes.
Essa realidade tem se constituído num grande desafio aos docentes, 
Coutinho e Lisboa (2011, p. 10) dão pistas de novos modos de ação que requerem 
a intervenção docente, em especial, que se “estabeleçam critérios para organizar e 
selecionar as informações, e não simplesmente ser influenciado e ‘moldado’ pelos 
constantes fluxos informativos disponíveis”. 
Para Coutinho e Lisboa (2011, p. 10), a inovação no processo educacional 
está pautada pelas “inúmeras possibilidades de propiciar aos utilizadores da 
rede global a construção dos seus conhecimentos por meio de processos infor-
mais, através da conectividade e dos constantes feixes de interações entre as 
pessoas”. Essa conectividade entre as pessoas, “cujo principal veículo conti-
nua sendo a palavra escrita embora não seja mais impressa” (POZO, 2004 apud 
COUTINHO; LISBÔA, 2011, p. 10), tem tomado proporções até então desconhe-
cidas pela sociedade, desafiando os modos de concepção e funcionamento das 
instituições modernas.
Para Coll e Monereo (2010), pensar o perfil do estudante do século XXI 
é considerar a alfabetização digital como algo necessário para seu desempenho 
acadêmico. Esses autores lembram que há diferentes níveis de alfabetização digital,como níveis mais operacionais ou ferramentais até o uso social, que resulta em 
práticas sociais e culturais de convívio e aprendizagem que podem potencializar 
a participação na construção de verdadeiras comunidades de aprendizagem.
 Lindo ouvirmos falar em como a aprendizagem pode ocorrer com as 
TICs, mas devemos olhar para a base de quem fará essa construção, é necessário 
que ele esteja disposto a uma atualização permanente e atento às mudanças que 
ocorrem cotidianamente. 
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
41
Segundo Cerqueira et al. (2009, p. 11): 
a formação adequada dos professores é imprescindível para que a 
aprendizagem esteja centrada no desenvolvimento intelectual de cada 
aluno, de forma que uma impossibilidade para andar, ouvir, enxergar, 
ou um déficit, não sejam classificados como falta de competência para 
aprender e nem tampouco como causa para que os alunos desistam da 
escolarização.
Para pensarmos em estrutura de educação e no professor, precisamos 
focar no início de sua jornada, buscando entender sua formação recebida no início 
da vida profissional. Para alguns profissionais da educação, o curso de magistério 
foi à formação inicial exigida antes do ingresso a carreira docente. Disposto no 
art. 30 da LDB 5.692/71, que exigia como formação mínima para o exercício do 
magistério no ensino de 1º grau, da 1ª à 4ª séries, habilitação específica de 2º grau. 
Como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/1996) 
o curso de licenciatura, de nível superior, passou a ser a formação inicial mínima 
exigida para a atuação docente. Conforme, determinado no artigo 62 que:
a formação de docente para atuar na educação básica far-se-á em 
nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em 
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como 
formação mínima para exercício do magistério na educação infantil e 
nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, oferecida em nível 
médio, na modalidade normal.
Nóvoa (1997, p. 24) afirma que: 
Infelizmente, a formação inicial do professor, algumas vezes, se 
distancia da realidade docente […] a formação de professores 
pode desempenhar um papel importante na configuração da nova 
profissionalização docente estimulando a emergência de uma cultura 
profissional no seio do professorado de uma cultura organizacional das 
escolas. A formação de professores tem ignorado, sistematicamente, 
o desenvolvimento pessoal, confundindo ‘formar’ e ‘formar-se’, 
não compreendendo que a lógica da atividade docente nem sempre 
coincide com as dinâmicas próprias da formação.
Ferreira (2014, p. 33) enfatiza que:
os alunos dos cursos de formação de professores, seja inicial ou 
continuada, sempre relatam a importância do conhecimento teórico 
em sua formação, mas enfatizam a necessidade de relacionar a teoria 
que está sendo contextualizada com a prática que será desenvolvida 
pelo professor da educação. 
O conhecimento teórico e prático deve estar presente desde a formação 
inicial, para que o professor tenha subsídios que integrem antigas e novas 
metodologias a sua prática pedagógica.
42
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Demo (1997, p. 94) afirma que é preciso:
consolidar ambiente acadêmico comprometido, nos alunos e nos 
professores, com pesquisa, elaboração própria, produtividade, mérito; 
[…] exigir, ao final do curso, a leitura de trabalho científico denso, cuja 
função principal é demonstrar que o aluno é capaz de construir projeto 
pedagógico próprio.
Segundo Pimenta e Anastasiou (2005, s.p.): 
a formação continuada é, sem dúvida um recurso à construção 
de uma docência com qualidade, proporcionando ao professor a 
oportunidade de refletir sistematicamente sobre a sala de aula, o 
seu papel, o significado do ensinar e do aprender, o planejamento, o 
encaminhamento metodológico, a avaliação, dentre outros.
Ainda nesse pensamento, Oliveira (2015, p. 14) considera que:
a Modernidade e a tecnologia estão do cerne desta questão, trazendo à 
tona um assunto que necessita de ampliação e aprofundamento teórico, 
ou seja, a formação de professores inicial e continuada, que permita 
criar espaços para refletir sobre o papel do docente na sociedade frente 
ao pensamento complexo. E, neste movimento, busca-se construir 
uma prática pedagógica que acolha o paradigma da complexidade, 
que projete uma aprendizagem com ênfase na transdisciplinaridade e 
que usufrua de uma visão crítica do uso da tecnologia.
A aquisição do conhecimento do professor nas TICs ocorre de maneira 
progressiva através de experiências, interações e formações pessoais. Para Piaget 
(1998 apud SLOCZINSKI; CHIARAMONTE, 2005):
[...] o conhecimento é fruto de um processo de ‘construção contínua’ 
que ocorre indefinidamente ao longo da vida, na ação pessoal, em 
cada realidade, oportunidade, contexto social, cultural e econômico. 
Para o construtivista, o conhecimento é uma atividade construída 
pelo aprendiz e não apenas uma descoberta, pois surge das relações 
estabelecidas, das ações realizadas e da sua experiência no mundo. 
Portanto, os processos, assim como os resultados, se diferenciam de 
um indivíduo e de um contexto para outro”.
Sette, Aguiar e Sette (2021, p. 38) ressaltam a importância da integração 
dos conhecimentos de informática e de ferramentas computacionais aos 
cursos de licenciatura “[...] os conhecimentos de informática e as ferramentas 
computacionais devem integrar processos pedagógicos amplos em situações 
de formação bem definidas”. Os alunos dos cursos de licenciatura não podem 
mais se abster dessa formação tecnológica articulada à dimensão pedagógica dos 
processos de ensino e aprendizagem, por isso, a abordagem interdisciplinar do 
trabalho pedagógico constitui um imperativo.
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
43
Para Costa (2019, p. 283), “a formação continuada deve ser capaz de qua-
lificar o docente conforme o dia a dia do docente, propor temas e métodos de 
operacionalização que busquem auxiliar os docentes a refletir e a enfrentar as 
adversidades vivenciadas na prática”. Para uma melhor atuação profissional do 
professor, ele deve passar pela experiência do aprendizado do uso pertinente 
das TICs.
Ao pensarmos em educação com foco no professor e as novas normativas, 
principalmente com o olhar na educação à distância a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional no 9.394/1996, regulamentou a Modalidade de Educação 
a Distância no Brasil. Nos seus artigos 80 e 87, parágrafo 3º, item III legislando 
sobre a importância da Educação a Distância em programas de Capacitação para 
Professores em Exercício, assegurando por meio da lei “que o poder público 
incentivará o desenvolvimento e a veiculação de educação continuada”.
As formações precisam ter em suas bases que ao contrário do que grande 
parte da sociedade pensa, os recursos tecnológicos não foram implantados nas 
escolas para facilitar o trabalho dos educadores, para que ele pudesse através de 
nossos percursos e ferramentas desafiasse o educando para que o seu aprender 
pudesse partir da realidade do mundo e principalmente para que esse indivíduo 
consiga então agir sobre essa realidade, transformando-a e assim transformando 
a si próprio. Todo e qualquer conhecimento implica uma série de ações, e todo 
indivíduo deve agir sobre o objeto do conhecimento para que se torne possível 
reconstruí-lo e até mesmo ressignificá-lo.
3 AS TECNOLOGIAS NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO 
BÁSICA
Quando olhamos e analisamos os perfis dos nossos estudantes e a evolução 
da sociedade percebemos que a escola ficou muito tempo parada em algum lugar, 
não acompanhando esse pensamento e essa tecnologia em teia. 
Buscando embasar, temos as colocações de Almeida e Valente (2011, p. 19) 
de que a inserção das tecnologias digitais no currículo são exatamente delineadas 
como dispositivos de complementaridade, integração e personalização de novos 
processos, contornos, linguagens, pensamentos,formas de promover a cultura e, 
principalmente, de “novos horizontes em relação à flexibilização de hierarquias 
espaço-temporais da escola, potencializam novas formas de aprender, ensinar e a 
lidar com os conhecimentos” que integram o currículo. 
Ainda dentro desse pensamento, acrescenta-se que a presença das 
tecnologias digitais no currículo proporciona o intercâmbio entre o conhecimento 
cotidiano e científico, cultural e popular dos estudantes, dos professores e da 
cultural digital com aqueles conhecimentos que emergem das relações de ensino 
e aprendizagem socialmente válidos e sistematizados no currículo.
44
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Todavia, o que seria o currículo?
Como as grandes obras nos trazem o termo currículo tem origem no 
latim e significa “curriculum”, cujo sentido original refere-se à “pista de corrida, 
caminhada, percurso a seguir e encerra” (MACEDO; MACEDO, 2012, p. 7), 
dando a entender, literalmente, segundo Lopes e Macedo (2011, p. 16), duas 
ideias pontuais: “[...] uma de sequência ordenada e outra de noção de totalidade 
de estudos”. Seguido por essa definição conceitual, as mesmas autoras comentam 
que o lexema currículo proveniente do étimo “currere” é definido “[...] como um 
processo das coisas, como uma ação, como um sentido particular e uma esperança 
pública” (LOPES; MACEDO, 2011, p. 35).
Costa et al. (2016, p. 523) abordam que os currículos:
[...] não são tecidos coesos, ordenados de um modo coerente, gradual, 
processual e sem contestações e sim campos de confluências de 
forças, os quais travam lutas para definir quais sentidos de educação 
prevalecem e quais os tipos de sujeitos terão primazia. As autoras 
mostram que o currículo é marcado por um campo que está em 
constante processo de construção coletiva, coparticipação colaborativa 
e de reconceptualização, face ao corpus cultural que vivem e com as 
quais convivem em sua dimensão contextual, do ambiente vivido e do 
espaço educativo.
Ao trazermos essa leitura para o entendimento do currículo se faz 
necessário a partir do momento que nossas normativas nos cercam e nos dão 
luz sobre a utilização e os caminhos que devemos percorrer para a utilização das 
tecnologias no e para a educação. 
O currículo está alinhado às competências gerais da Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC) e às habilidades da Base e seu objetivo é ajudar na 
implementação do que estabelece a 5ª competência geral: 
compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética, nas 
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, 
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver 
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Porém, como pensar nesses currículos e nessas escolas?
Segundo Marinho (2006, p. 1), “a escola e o currículo não estão dando 
conta de acompanhar essas mudanças da sociedade e de preparar seus alunos e 
alunas para um mundo que é bem diferente daquele para o qual, por exemplo, 
nós fomos preparados”, e ainda complementa:
Parecemos estar convencidos de que somos “modernos” porque 
colocamos computadores nas nossas salas de aulas. Mas, na verdade, 
somos o que Pedro Demo (1993) chama de modernosos. A postura 
modernosa seria aquela que maquia de moderno o que, no fundo, 
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
45
continua arcaico (DEMO, 1993, p.28). E o currículo, currículo que é 
retrato de escola, está envelhecido independente das tecnologias. É o 
arcaico que persiste. (DEMO, 1993, p28 apud MARINHO, 2006, p. 1).
Segundo Guerreiro e Battini (2014, p. 299), temos a seguinte reflexão:
Atualmente é ampla a discussão em relação à Educação Básica no 
Brasil. Vários são os fatores que levam esta pauta adiante nas esferas 
de construção de políticas públicas e de efetivação das mesmas. A 
busca pelo avanço na qualidade do ensino na educação básica permeia 
os documentos oficiais, onde diversos programas são desenvolvidos, 
seja na esfera federal, estadual ou municipal de ensino. Em torno 
de diversos apontamentos, de efetivações ou não da melhoria da 
qualidade de ensino, há dúvidas em relação as novas tecnologias no 
ambiente escolar, e muito se questiona se de fato ela pode ser uma 
aliada nos processos de ensino aprendizagem, ou de nada contribui 
como recurso pedagógico em sala de aula.
Ainda nesta linha, Guerreiro e Battini, (2014, p. 299) apontam que:
Quando refletimos não apenas nas inovações que percebemos 
através das tecnologias, mas de que forma elas podem se efetivar 
como oportunidades de recursos em especial na educação básica da 
rede pública de ensino, sem dúvida nos deparamos com diversos 
desafios, como por exemplo os desafios estruturais, como custos 
encarecidos para implantação de internet nas escolas, aquisição 
de computadores e outros materiais para utilização eficaz destas 
tecnologias; manutenção contínua destes recursos, que muito 
rapidamente evolui em termos tecnológicos; contratação de 
profissionais capacitados que estejam disponíveis na escolas com 
suporte para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico pautado 
na utilização de novas mídias e novos recursos didáticos. Existem 
programas nas diversas esferas governamentais que estão atingindo 
as escolas, mas ainda muito timidamente comparados ao número de 
escolas e demanda reprimida no aguardo da implantação.
Sacristán (2000, p. 101) salienta:
 
Sobre o currículo incidem as decisões sobre os mínimos a que se deve 
ater a política da administração num dado momento, os sistemas de 
exame e controle para passar para níveis superiores de educação, 
assessores e técnicos diversos, a estrutura do saber de acordo 
com os grupos de especialistas dominantes num dado momento, 
elaboradores de materiais, os seus fabricantes, editores de guias de 
livros-texto, equipes de professores organizados etc. 
Ao falarmos em currículo e na instituição escola como espaços e am-
bientes educativos que proporcionam a ampliação da aprendizagem humana e 
focada em construir o saber e preparar o indivíduo para a vida. Assim, é lugar 
de construção de conhecimentos, de convívio social e de constituição da cidada-
nia, isso nos leva a olhar para o campo do currículo escolar como uma dimensão 
que envolve múltiplos agentes que têm compreensões diversas, peculiaridades 
e singulares.
46
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Analisar, repensar e reconhecer as questões curriculares e suas interfaces 
com as práticas pedagógicas, ou seja, seus percursos formativos, implicam buscar 
possibilidades mais eficazes e a garantia do direito à educação para todos com 
qualidade e eficiência pedagógica, buscando a integralização com as ferramentas 
tecnológicas e sua utilização.
Quando falamos em existirem problemas curriculares, encontramos 
alguns autores, os quais indicam a necessidade de se compreender os aspectos 
políticos, administrativos, de produção de materiais institucionais, pedagógicos, 
entre outros, para se compreender as práticas pedagógicas cotidianas. Assim, 
para refletirmos sobre tal situação, é necessário olharmos para sua construção 
interna, que ocorre no desenvolvimento das práticas escolares, pois atualmente 
o que visualizamos em educação é que as decisões não se produzem linearmente 
conectadas com a prática educativa. É preciso alinhar a teoria com a prática efetiva 
de sala aula, currículo e demais normativas.
Nesse sentido: 
Concebemos o conhecimento escolar como uma construção específica 
da esfera educativa, não como uma mera simplificação de conheci-
mentos produzidos fora da escola. Consideramos, ainda, que o co-
nhecimento escolar tem características próprias que o distinguem de 
outras formas de conhecimento. Ou seja, vemos o conhecimento es-
colar como um tipo de conhecimento produzido pelo sistema escolar 
e pelo contexto social e econômico mais amplo, produção essaque 
se dá em meio a relações de poder estabelecidas no aparelho escolar 
e entre esse aparelho e a sociedade. O currículo, nessa perspectiva, 
constitui um dispositivo em que se concentram as relações entre a so-
ciedade e a escola, entre os saberes e as práticas socialmente construí-
dos e os conhecimentos escolares (MOREIRA; CANDAU, 2008, p. 22).
Retomando a linha de pensamento, o currículo é algo amplo e significativo, 
mais do que uma simples lista de objetivos, conteúdos e critérios de avaliação 
com os quais o professor deve trabalhar durante o ano letivo. Assim, “o currículo 
é sempre resultado de uma seleção de um universo mais amplo de conhecimentos 
e saberes” (SILVA, 2001, p. 15), pois a seleção é feita a partir de interesses diversos, 
o que irá constituir precisamente o currículo. Portanto, o currículo exprime 
relações de poder, identidade, conflito e interesses.
Para que o trabalho seja efetivo e coerente é preciso termos um currículo 
que pertença e, portanto, “qualquer tentativa de organizar uma teoria coerente 
deve dar conta de tudo o que ocorre nesse sistema curricular, vendo como a 
forma de seu funcionamento num dado contexto afeta e dá significado ao próprio 
currículo” (SACRISTÁN, 2000, p. 103).
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
47
FIGURA 5 - OS MOMENTOS DO CURRÍCULO
FONTE: Sacristán (2000, p. 105)
Valente (apud TEZANE, 2011, p. 42) afirma que as tecnologias 
proporcionarão um grande impacto no processo de ensino e aprendizagem, 
uma vez que essa facilidade de acesso às informações pode oferecer inúmeras 
possibilidades para a prática pedagógica. Entretanto, esse mesmo autor alerta 
que existe uma gama de atividades que podem contribuir para o processo de 
construção do conhecimento, mas os professores devem ficar atentos, pois as 
tecnologias podem ser utilizadas favorecendo o trabalho com os conteúdos de 
modo tradicional, sem inovação, e assim não contribuir para a construção de 
novos conhecimentos:
No trabalho com projetos há de se ir além da superação de de-
safios, buscando desvelar e formalizar os conceitos implícitos no 
desenvolvimento do trabalho para que se estabeleça o ciclo da 
produção do conhecimento científico que vai tecendo o currículo 
na ação (VALENTE apud TEZANE, 2011, p. 42).
Tezane (2011, p. 44) pontua brilhantemente o papel do currículo, das 
tecnologias e do professor no que tange a educação e o docente:
Ensinar não é simplesmente transmitir conhecimento, mas criar 
possibilidades para sua própria produção ou construção. Entretanto, 
consideramos que aprender é construir conhecimentos e, para tanto, 
é necessário que haja interação entre pessoas e objetos. Este processo 
interativo nos coloca em situações diversas, nas quais necessitamos 
buscar informações e saber aplicá-las. A aplicação da informação 
exige sua interpretação e seu processamento, o que implica a 
atribuição de significados, para que a informação passe a ter sentido 
para aquele aprendiz.
48
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
[...] há necessidade de que as barreiras de ordem administrativa e 
pedagógica sejam ultrapassadas, para que o sistema fragmentado 
se dilua e a abordagem integradora dos conteúdos, voltados para a 
elaboração de projetos temáticos, seja desenvolvida com os alunos. O 
desafio é enorme, pois falamos de integração efetiva das tecnologias 
no currículo, de modo que elas sejam incorporadas às práticas 
pedagógicas docentes.
[...] repensar a prática pedagógica cotidiana diante do contexto 
das TIC.
• Há possibilidade de integração real das TIC ao currículo escolar?
• A construção curricular é permeada por práticas democráticas? 
• Como preparar o docente para a integração das tecnologias ao 
currículo escolar? 
• Afinal, qual seria a melhor forma de integrar as TIC ao currículo 
escolar? 
• Como garantir que a prática pedagógica curricular cotidiana atenda 
aos anseios do processo de ensino e aprendizagem e trabalhe com 
as TIC de modo transversal?
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
49
LEITURA COMPLEMENTAR
FORMAÇÃO DOCENTE E NOVAS TECNOLOGIAS
Luís Paulo Leopoldo Mercado 
Universidade Federal de Alagoas – Brasil
1 INTRODUÇÃO
O reconhecimento de uma sociedade cada vez mais tecnológica deve 
ser acompanhado da conscientização da necessidade de incluir nos currículos 
escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias. No 
contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem 
diferente em que o componente tecnológico não pode ser ignorado.
As novas tecnologias e o aumento exponencial da informação levam a 
uma nova organização de trabalho, em que se faz necessário: a imprescindível 
especialização dos saberes; a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar; 
o fácil acesso à informação e a consideração do conhecimento como um valor 
precioso, de utilidade na vida econômica.
Diante disso, um novo paradigma está surgindo na educação e o papel do 
professor, frente às novas tecnologias, será diferente. Com as novas tecnologias 
pode-se desenvolver um conjunto de atividades com interesse didático-pedagógico, 
como: intercâmbios de dados científicos e culturais de diversa natureza; produção 
de texto em língua estrangeira; elaboração de jornais interescolas, permitindo 
desenvolvimento de ambientes de aprendizagem centrados na atividade dos 
alunos, na importância da interação social e no desenvolvimento de um espírito 
de colaboração e de autonomia nos alunos.
O professor, nesse contexto de mudança, precisa saber orientar os 
educandos sobre onde colher informação, como tratá-la e como utilizá-la. Esse 
educador será o encaminhador da autopromoção e o conselheiro da aprendizagem 
dos alunos, ora estimulando o trabalho individual, ora apoiando o trabalho de 
grupos reunidos por área de interesses.
A qualidade da educação, geralmente centradas nas inovações curricu-
lares e didáticas, não pode se colocar à margem dos recursos disponíveis para 
levar adiante as reformas e inovações em matéria educativa, nem das formas de 
gestão que possibilitam sua implantação. A incorporação das novas tecnologias 
como conteúdos básicos comuns é um elemento que pode contribuir para uma 
maior vinculação entre os contextos de ensino e as culturas que se desenvolvem 
fora do âmbito escolar.
50
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
Frente a esta situação, as instituições educacionais enfrentam o desafio 
não apenas de incorporar as novas tecnologias como conteúdo do ensino, mas 
também reconhecer e partir das concepções que as crianças têm sobre estas tec-
nologias para elaborar, desenvolver e avaliar práticas pedagógicas que promo-
vam o desenvolvimento de uma disposição reflexiva sobre os conhecimentos e 
os usos tecnológicos.
A sociedade atual passa por profundas mudanças caracterizadas por uma 
profunda valorização da informação. Na chamada Sociedade da Informação, 
processos de aquisição do conhecimento assumem um papel de destaque e 
passam a exigir um profissional crítico, criativo, com capacidade de pensar, de 
aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de se conhecer como indivíduo. 
Cabe a educação formar esse profissional e para isso, esta não se sustenta apenas 
na instrução que o professor passa ao aluno, mas na construção do conhecimento 
pelo aluno e no desenvolvimento de novas competências, como: capacidade de 
inovar, criar o novo a partir do conhecido, adaptabilidade ao novo, criatividade, 
autonomia, comunicação. É função da escola, hoje, preparar os alunos para 
pensar, resolver problemas e responder rapidamente às mudanças contínuas.
 
2 NOVAS TECNOLOGIAS E NOVAS FORMAS DE APRENDER
Com as Novas Tecnologias da Informação se abrem novas possibilidades 
à educação, exigindo uma nova postura do educador. Com a utilização de redes 
telemáticas na educação, pode-se obter informações nas fontes, como centros 
de pesquisa, Universidades, Bibliotecas, permitindo trabalhosem parceria com 
diferentes escolas; conexão com alunos e professores a qualquer hora e local, 
favorecendo o desenvolvimento de trabalhos com troca de informações entre 
escolas, estados e países, através de cartas, contos, permitindo que o professor 
trabalhe melhor o desenvolvimento do conhecimento.
O acesso às redes de computadores interconectadas à distância permitem 
que a aprendizagem ocorra frequentemente no espaço virtual, que precisa ser 
inserido às práticas pedagógicas. A escola é um espaço privilegiado de interação 
social, mas esse deve interligar-se e integrar-se aos demais espaços de conhe-
cimento hoje existentes e incorporar os recursos tecnológicos e a comunicação 
via redes, permitindo fazer as pontes entre conhecimentos se tornando um novo 
elemento de cooperação e transformação. A forma de produzir, armazenar e dis-
seminar a informação está mudando; o enorme volume de fontes de pesquisas 
é aberto aos alunos pela Internet, bibliotecas digitais em substituição às publi-
cações impressas e os cursos à distância, por videoconferências ou pela Internet.
A formação de professores para essa nova realidade tem sido crítica e não 
tem sido privilegiada de maneira efetiva pelas políticas públicas em educação 
nem pelas Universidades. As soluções propostas inserem-se, principalmente, 
em programas de formação de nível de pós-graduação ou, como programas de 
qualificação de recursos humanos. O perfil do profissional de ensino é orientado 
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
51
para uma determinada "especialização", mesmo porque, o tempo necessário 
para essa apropriação não o permite. Como resultado, evidencia-se a fragilidade 
das ações e da formação, refletidas também através dos interesses econômicos e 
políticos (COSTA; XEXÉU, 1997).
O objetivo de introduzir novas tecnologias na escola é para fazer coisas 
novas e pedagogicamente importantes que não se pode realizar de outras 
maneiras. O aprendiz, utilizando metodologias adequadas, poderá utilizar estas 
tecnologias na integração de matérias estanques. A escola passa a ser um lugar 
mais interessante que prepararia o aluno para o seu futuro. A aprendizagem 
centra-se nas diferenças individuais e na capacitação do aluno para torná-lo um 
usuário independente da informação, capaz de usar vários tipos de fontes de 
informação e meios de comunicação eletrônica.
Às escolas cabe a introdução das novas tecnologias de comunicação e 
conduzir o processo de mudança da atuação do professor, que é o principal ator 
destas mudanças, capacitar o aluno a buscar corretamente a informação em fontes 
de diversos tipos. É necessário também, conscientizar toda a sociedade escolar, 
especialmente os alunos, da importância da tecnologia para o desenvolvimento 
social e cultural.
O salto de qualidade utilizando novas tecnologias poderá se dar na for-
ma de trabalhar o currículo e através da ação do professor, além de incentivar a 
utilização de novas tecnologias de ensino, estimulando pesquisas interdisciplina-
res adaptadas à realidade brasileira. As mais avançadas tecnologias poderão ser 
empregadas para criar, experimentar e avaliar produtos educacionais, cujo alvo é 
avançar um novo paradigma na Educação, adequado à sociedade de informação 
para redimensionar os valores humanos, aprofundar as habilidades de pensa-
mento e tornar o trabalho entre mestre e alunos mais participativos e motivante.
A integração do trabalho com as novas tecnologias no currículo, como 
ferramentas, exige uma reflexão sistemática acerca de seus objetivos, de suas 
técnicas, dos conteúdos escolhidos, das grandes habilidades e seus pré-requisitos, 
enfim, ao próprio significado da Educação.
Com as novas tecnologias, novas formas de aprender, novas competências 
são exigidas, novas formas de se realizar o trabalho pedagógico são necessárias 
e fundamentalmente, é necessário formar continuamente o novo professor para 
atuar neste ambiente telemático, em que a tecnologia serve como mediador do 
processo ensino-aprendizagem.
3 PERFIL DO PROFESSOR E EXIGÊNCIAS DE FORMAÇÃO
Existem dificuldades, através dos meios convencionais, para se preparar 
professores para usar adequadamente as novas tecnologias. É preciso formá-los 
do mesmo modo que se espera que eles atuem.
52
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
As tentativas para incluir o estudo das novas tecnologias nos currículos 
dos cursos de formação de professores esbarram nas dificuldades com o 
investimento exigido para a aquisição de equipamentos, e na falta de professores 
capazes de superar preconceitos e práticas que rejeitam a tecnologia mantendo 
uma formação em que predomina a reprodução de modelos substituíveis por 
outros mais adequados à problemática educacional.
Os professores são profissionais que tem uma função recriação sistemática, 
sendo essa a única forma de proceder quando se tem alunos e contextos de ensino 
com características tão diversificadas, como sucede em todos os níveis de ensino. 
A função do professor é a criação e recriação sistemática, que tem em conta o con-
texto em que se desenvolve a sua atividade e a população-alvo desta atividade.
É preciso estimular a pesquisa e colocar-se a caminho com o aluno e estar 
aberto à riqueza da exploração, da descoberta de que o professor, também pode 
aprender com o aluno. na formação do professor, este, durante e ao final do 
processo, precisa incorporar na sua metodologia:
• conhecimento das novas tecnologias e da maneira de aplicá-las;
• estímulo à pesquisa como base de construção do conteúdo a ser veiculado 
através do computador, saber pesquisar e transmitir o gosto pela investigação 
a alunos de todos os níveis;
• capacidade de provocar hipóteses e deduções que possam servir de base à 
construção e compreensão de conceitos;
• habilidade de permitir que o aluno justifique as hipóteses que construiu e as 
discuta;
• especialidade de conduzir a análise grupal a níveis satisfatórios de conclusão 
do grupo a partir de posições diferentes ou encaminhamentos diferentes do 
problema;
• a capacidade de divulgar os resultados da análise individual e grupal de tal 
forma que cada situação suscite novos problemas interessantes à pesquisa.
A sociedade do conhecimento exige um novo perfil de educador, ou 
seja, alguém:
Comprometido - com as transformações sociais e políticas, com o projeto 
político pedagógico assumido com e pela escola.
Competente - evidenciando uma sólida cultura geral que lhe possibilite uma prá-
tica interdisciplinar e contextualizada, dominando novas tecnologias educacio-
nais. Um profissional reflexivo, crítico, competente no âmbito da sua própria dis-
ciplina, capacitado para exercer a docência e realizar atividades de investigação.
Crítico - que revele, através da sua postura suas convicções, os seus valores, a 
sua epistemologia e a sua utopia, fruto de uma formação permanente, seja um 
intelectual que desenvolve uma atividade docente crítica, comprometida com 
a ideia do potencial do papel dos estudantes na transformação e melhoria da 
sociedade em que se encontram inseridos.
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
53
Aberto às mudanças - ao novo, ao diálogo, à ação cooperativa, que contribua 
para que o conhecimento das aulas seja relevante para à vida teórica e prática dos 
estudantes.
Exigente - que promova um ensino exigente, realizando intervenções pertinen-
tes, desestabilizando, e desafiando os alunos para que desencadeie a sua ação 
reequilibradora, que ajude os alunos a avançarem de forma autônoma em seus 
processos de estudos, e interpretarem criticamente o conhecimento e a sociedade 
de seu tempo.
Interativo - que concorra para a autonomia intelectual e moral dos seus alunos 
trocando conhecimentos com profissionais da própria área e com os alunos, no 
ambiente escolar, construindo e produzindo conhecimento em equipe, promo-
vendo a educação integral, de qualidade, possibilitando ao aluno desenvolver-se 
em todas as dimensões: cognitiva,afetiva, social, moral, física, estética.
A formação de professores sinaliza para uma organização curricular 
inovadora que, ao ultrapassar a forma tradicional de organização curricular, 
estabelece novas relações entre a teoria e a prática. Oferece condições para a 
emergência do trabalho coletivo e interdisciplinar e possibilite a aquisição de uma 
competência técnica e política que permita ao educador se situar criticamente no 
novo espaço tecnológico.
Ao professor cabe o papel de estar engajado no processo, consciente não 
só das reais capacidades da tecnologia, do seu potencial e de suas limitações para 
que possa selecionar qual é a melhor utilização a ser explorada num determinado 
conteúdo, contribuindo para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, por 
meio de uma renovação da prática pedagógica do professor e da transformação 
do aluno em sujeito ativo na construção do seu conhecimento, levando-os, através 
da apropriação desta nova linguagem a inserirem-se na contemporaneidade.
O processo de preparação dos professores, atualmente, consiste em 
cursos ou treinamentos com pequena duração, para exploração de determinados 
programas, cabendo ao professor o desenvolvimento de atividades com essa 
nova ferramenta junto aos alunos, sem que tenha oportunidade de analisar as 
dificuldades e potencialidades de seu uso na prática pedagógica.
Essas mudanças exigem uma profunda alteração curricular, em que os 
conteúdos acumulados pela humanidade serão os objetos do conhecimento, mas 
os novos problemas e os projetos para suas soluções comporão os procedimentos 
e atividades que serão avaliados pelas escolas para constatar sua eficácia. Para 
inovações novos instrumentos e utensílios serão necessários, entre eles as estradas 
da comunicação como a Internet e a capacitação docente para o domínio das 
novas tecnologias.
Formar professores, nesse contexto, exige:
54
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
• mudanças na forma de conceber o trabalho docente, flexibilização dos currículos 
nas escolas e as responsabilidades da escola no processo de formação do cidadão;
• socialização do acesso à informação e produção de conhecimento para todos;
• mudança de concepção do ato de ensinar em relação com os novos modos de 
conceber o processo de aprender e de acessar e adquirir conhecimento;
• mudança nos modelos/marcos interpretativos de aprendizagem, passando 
do modelo educacional predominante instrucionista, isso é, que o ensino se 
constrói a partir da aplicação do conhecimento teórico formulado a partir das 
ciências humanas e sociais que dariam fundamentos para a educação;
• construção de uma nova configuração educacional que integre novos espaços de 
conhecimentos em uma proposta de inovação da escola, na qual o conhecimento 
não está centrado no professor e nem no espaço físico e no tempo escolar, mas 
visto como processo permanente de transição, progressivamente construído, 
conforme os novos paradigmas;
• desenvolvimento dos processos interativos que ocorrem no ambiente telemático, 
sob a perspectiva do trabalho cooperativo.
Para Frigotto (1996), um desafio a enfrentar hoje na formação do 
educador é a questão da formação teórica e epistemológica e essa tarefa não 
pode ser delegada à sociedade em geral. O locus adequado e específico de seu 
desenvolvimento é a escola e Universidade, em que se articulam as práticas de 
formação-ação na perspectiva de formação continuada e da formação inicial.
O professor, na nova sociedade, revê de modo crítico seu papel de 
parceiro, interlocutor, orientador do educando na busca de suas aprendizagens. 
Ele e o aprendiz estudam, pesquisam, debatem, discutem, constroem e chegam a 
produzir conhecimento, desenvolver habilidades e atitudes. O espaço aula se torna 
um ambiente de aprendizagem, com trabalho coletivo a ser criado, trabalhando 
com os novos recursos que a tecnologia oferece, na organização, flexibilização 
dos conteúdos, na interação aluno-aluno e aluno-professor e na redefinição de 
seus objetivos.
As informações que os jovens obtêm através da Internet não são apenas 
recebidas e guardadas. Elas representam um ponto de partida e não um fim em 
si mesmas. Quando um estudante encontra uma informação na Internet, ele a 
coloca no seu contexto, da sua realidade, busca mais informações a respeito, 
torna-a um elemento da sua própria formação, sabendo qual a importância 
daquilo que aprendeu.
Quando estudantes podem trocar experiências e conhecimentos com 
colegas do mundo inteiro, assim como bibliotecas, centros de pesquisas, 
universidades, museus, todo um universo de percepção se abre para eles, a própria 
perspectiva de mundo e de realidade se modifica, dando lugar à formação de um 
conhecimento mais global, menos limitado às fronteiras nacionais e imediatas. 
Eles podem construir pontes de conhecimento e entender outras culturas, outros 
modos de compreender o significado das coisas, da realidade.
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
55
As mudanças que vem ocorrendo em todos os campos do saber desloca 
o modelo de educação escolarizada, que ocorre numa determinada faixa etária 
do aluno e num determinado espaço físico, apoiada na especialização do saber, 
para uma educação continuada que dá importância ao sujeito, à reflexão e a 
aprendizagem em sua aplicabilidade à vida social, fundamentada em princípios 
de cidadania e liberdade.
A reflexão, como princípio didático, é fundamental em qualquer 
metodologia, levando o sujeito a repensar o processo do qual participa dentro 
da escola como docente. A formação deve considerar a realidade em que o 
docente trabalha, suas ansiedades, suas deficiências e dificuldades encontradas 
no trabalho, para que consiga visualizar a tecnologia como uma ajuda e vir, 
realmente, a utilizar-se dela de uma forma consistente.
O processo de formação continuada permite condições para o professor 
construir conhecimento sobre as novas tecnologias, entender por que e como 
integrar estas na sua prática pedagógica e ser capaz de superar entraves 
administrativos e pedagógicos, possibilitando a transição de um sistema 
fragmentado de ensino para uma abordagem integradora voltada para a resolução 
de problemas específicos do interesse de cada aluno. Deve criar condições para 
que o professor saiba recontextualizar o aprendizado e as experiências vividas 
durante sua formação para a sua realidade de sala de aula compatibilizando as 
necessidades de seus alunos e os objetos pedagógicos que se dispõem a atingir.
Essa formação propicia condições necessárias para que o professor 
domine a tecnologia - um processo que exige profundas mudanças na maneira 
do adulto pensar. O objetivo da formação, além da aquisição de metodologias de 
ensino, conhecer profundamente o processo de aprendizagem, como ele acontece 
e como intervir de maneira efetiva na relação aluno-computador, propiciando 
ao aluno condições favoráveis para a construção do conhecimento. A ênfase do 
curso deve ser a criação de ambientes educacionais de aprendizagem, nos quais 
o aluno executa e vivencia uma determinada experiência, ao invés de receber do 
professor o assunto já pronto.
Um curso de formação em novas tecnologias prevê espaços para o 
desenvolvimento de atividades de integração de tecnologias em educação, como 
trabalhar em grupos que desenvolvem formas de utilizar as tecnologias com 
finalidade educacional. Para essa capacitação:
• professores se apropriam das novas tecnologias como um recurso próprio, 
como livros e lápis, e não como uma "caixa preta" imposta externamente;
• educação permanente é um componente essencial da formação de professores. 
Seria útil se existissem centros de apoio em que os professores pudessem testar 
programas e receber orientações sobre o uso;
• há considerável necessidade para a cooperação local e inter-regional, estimulada 
através de encontros periódicos e jornais para a troca de experiências e de 
programas, estimulados pelo governo ou outrasinstituições;
56
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
• enfatizar atitudes pedagógicas de inovação e interação nas equipes 
interdisciplinares;
• uma visão integrada de ciência e tecnologia que busque entender os processos 
científicos e a mudança nos paradigmas científicos. Isso é recomendado de 
maneira a se colocar a tecnologia educacional na perspectiva de um esforço 
científico.
Para essa inserção social, é fundamental o trabalho em equipe, trabalhar 
em equipe e participar efetivamente de um processo contínuo que tem início 
na apropriação da intencionalidade de um projeto, mediante a tomada de 
consciência dos objetivos e do sentido da situação; planejamento das ações 
pelas quais se implementará o mesmo projeto; dos momentos de avaliação e 
de reorientações. Essa participação implica em compartilhar os esforços de 
descoberta dos caminhos, de elucidação dos obstáculos, visando-se sempre fazer 
com que a intencionalidade global do projeto se explicite claramente, se torne 
coletiva, enquanto visada de um grupo que, em volta dela, se constitui solidário.
O trabalho cooperativo como uma estratégia incentivadora nas relações 
de trabalho entre indivíduos, é estimulante e através dele encontra-se um modelo 
em que a convivência social e a autoestima são incrementadas. As ferramentas de 
apoio ao trabalho cooperativo utilizando novas tecnologias, são os hipertextos, 
correio eletrônico, editores cooperativos de textos e as salas de aula virtuais.
As mudanças que as tecnologias favorecem na postura do professor em 
aula: ajuda os alunos a estabelecerem um elo entre os conhecimentos acadêmicos 
com os adquiridos e vivenciados, ocorrendo uma troca de ideia e experiências, em 
que o professor, em muitos casos, se coloca na posição do aluno, aprendendo com 
a experiência deste. Durante as aulas os alunos são levados a pesquisar e estudar 
individualmente, bem como a buscar informações e dados novos para serem 
trazidos para estudo e debates em aula. Enfatiza-se uma aprendizagem ativa e 
um processo de descobertas dirigidas. Incentiva-se a aprendizagem interativa em 
pequenos grupos.
As principais diretrizes teóricas na educação na Sociedade da Informação 
(DOWBOR; DRUCKER, 1993), permitem desenvolver vários níveis de competência:
Conhecimento - transformar a informação em conhecimento, captar 
a informação relevante, senti-la, relacioná-la com a vida. Ajudar a estimular 
o que é relevante na informação, a transformá-la, a saber integrá-la dentro de 
um modelo mental/emocional equilibrado e transformá-la em ação presente ou 
futura. Aprender a navegar entre tantas e tão desencontradas informações, entre 
modelos contraditórios de conhecimento, de visões de mundo opostas.
Desenvolvimento pessoal - integração pessoal, trabalhar a identidade 
positiva, a autoestima, o valor dos professores. Permitir um professor com 
novos e variados papéis, que funcione como planejador e como orientador da 
aprendizagem, capaz de se comunicar, criativo, consciente de sua responsabilidade 
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
57
para contribuir com a transformação da sociedade, e de seus limites como pessoa 
e como profissional, em constante aperfeiçoamento, e assume conscientemente 
seu autoaperfeiçoamento. É o professor que usa as próprias experiências para 
refletir criticamente sobre sua própria prática docente, e na ação-reflexão-ação vai 
promovendo seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional.
Desenvolvimento cognitivo - os ambientes computacionais quando 
voltados para a inteligência e o desenvolvimento cognitivo como processos básicos 
da aprendizagem podem constituir-se num desafio à criatividade e invenção. Uma 
nova ecologia cognitiva (Lévy,1993) significa uma nova dinâmica na construção 
do conhecimento, um novo movimento, novas capacidades de adaptação e de 
equilíbrio dinâmico nos processos de construção do conhecimento, um novo jogo 
entre sujeito e objeto, um novo enfoque mostrando o enlace e a interatividade 
existentes entre as coisas do cérebro e os instrumentos que o homem utiliza.
Comunicação - Aprender a manifestar o que o indivíduo é, o que sente, 
deseja, captar o que é o outro em todas as suas dimensões. Aprender a comunicar-
se com todas as linguagens - oral, escrita, áudio-vídeo-gráfica - com todo o ser, 
corpo, mente, gestos. Desenvolver formas de interação, baseadas na confiança, na 
valorização mútua, na interação sensorial-emocional-intelectual aberta, criativa e 
organizada. O educador é um comunicador que expressa capacidade de motivar, 
de liderar, de coordenar e de adaptar-se aos vários ritmos dos diversos grupos.
Trabalho interdisciplinar - as redes de computadores podem oferecer 
efetivas oportunidades para trabalho cooperativo, mas problemas estruturais 
encontrados no contexto escolar para uso de redes, que incluem acesso, custos 
telefônicos para ligação on-line, tempo e equipamento, podem dificultar seu uso, 
devendo ser buscadas alternativas para superar esses problemas.
Criticidade - não basta que os alunos simplesmente se lembrem das 
informações: eles precisam ter a habilidade e o desejo de utilizá-las, precisam 
saber relacioná-las, sintetizá-las, analisá-las e avaliá-las. Juntos, estes elementos 
constituem o pensamento crítico aparecendo em aula quando os alunos se 
esforçam para ir além de respostas simples, quando desafiam ideias e conclusões 
e procuram unir eventos não relacionados dentro de um entendimento coerente 
do mundo. Mas sua aplicação mais importante está fora da sala de aula. A 
habilidade de pensar criticamente apresenta pouco valor se não for exercitada no 
dia a dia das situações da vida real. É aí que as redes telemáticas têm seu papel, 
fornecendo o cenário para interessantes aventuras do intelecto. É preciso que se crie 
condições para que os participantes desenvolvam visão crítica frente a utilização 
das Novas Tecnologias na Educação, e se desenvolva estudos sobre ambientes 
computacionais, proporcionando a ação e a reflexão sobre objetos de conhecimento, 
favorecendo a aprendizagem a partir de situações experimentais e conjeturais. 
 
58
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS
4 CONCLUSÃO
As novas tecnologias podem ter um significativo impacto sobre o papel 
dos professores, pela reciclagem constante recebida via rede, em termos de 
conteúdo, métodos e uso da tecnologia, apoiando um modelo geral de ensino que 
encara os estudantes como participantes ativos do processo de aprendizagem e 
não como receptores passivos de informações ou conhecimento, incentivando-se 
os professores a utilizar redes e começarem a reformular suas aulas e a encorajar 
seus alunos a participarem de novas experiências.
Alguns pontos positivos: ao ter acesso as tecnologias da informação e 
sua transformação em conhecimento durante todo o período escolar, os alunos 
serão posteriormente agentes de mudança no setor produtivo e de serviços ao 
influir naturalmente no uso destas. O uso adequado destas tecnologias estimula a 
capacidade de desenvolver estratégias de buscas; critérios de seleção e habilidades 
de processamento de informação, não só a programação de atividades. Em relação 
a comunicação, estimula o desenvolvimento de habilidades sociais, a capacidade 
de comunicar efetiva e coerentemente, a qualidade da apresentação escrita das 
ideias, permitindo a autonomia e a criatividade.
Os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros alunos e 
divulgados instantaneamente em rede para quem quiser. Alunos e professores 
encontram inúmeros recursos que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer 
trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação. A possibilidade 
de que os usuários tenham acesso às redes de informação de todo o mundo durante 
todo o período escolar, independente do lugar geográfico em que estudam, 
amplia sua visão de mundo, sua capacidade de comunicar-se com pessoas de 
outras culturas, idiomas,interesses.
Os projetos exitosos estão centrando seus esforços no interesse em 
incorporar as novas tecnologias como uma ferramenta habitual nas práticas 
docentes pode conseguir gradualmente mudanças significativas na qualidade e 
efetividade de seu trabalho.
A formação de professores em novas tecnologias permite que cada 
professor perceba, desde sua própria realidade, interesses e expectativas, como as 
tecnologias podem ser úteis a ele. O uso efetivo da tecnologia por parte dos alunos, 
passa primeiro por uma assimilação da tecnologia pelos professores. Se quem 
introduz os computadores nas escolas, o fazem sem atenção aos professores, o 
uso que os alunos fazem deles é de pouca qualidade e utilidade. Além disso, o fato 
de só colocar computadores em uma escola raras vezes traz impacto significativo. 
Para atingir efeitos positivos, é fundamental considerar uma capacitação intensiva 
inicial e um apoio contínuo, começando com os professores, quem a sua vez, 
poderão capacitar a seus alunos. É necessário planejar a integração da tecnologia 
na cultura da escola, fenômeno de avaliação gradual, que requer apoio externo.
TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO
59
Se espera do professor no século XXI que ele seja aquele que ajude a tecer 
a trama do desenvolvimento individual e coletivo e que saiba manejar os instru-
mentos que a cultura irá indicar como representativos dos modos de viver e de 
pensar civilizados, específicos dos novos tempos. Para isso, ainda são necessárias 
muitas pesquisas em novas tecnologias da informação, modelos cognitivos, in-
terações entre pares, aprendizagem cooperativa, adequados ao modelo baseado 
em tecnologia, que oriente a formação de professores no seu desenvolvimento e 
ofereça alguns parâmetros para a tarefa docente nesta perspectiva. 
FONTE: <http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/210M.html>. Acesso em: 27 set. 2021.
http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/210M.html
60
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
• Ser estudante na sociedade do conhecimento tem vários desafios impostos 
pela Sociedade da Informação e da Sociedade da Comunicação: o fluxo de 
informação é abundante e, às vezes, pode ser nefasto, mais confundindo e 
distraindo os aprendizes do que os auxiliando na construção de novos saberes.
• A inovação no processo educacional está pautada pelas “inúmeras 
possibilidades de propiciar aos utilizadores da rede global a construção dos 
seus conhecimentos por meio de processos informais, através da conectividade 
e dos constantes feixes de interações entre as pessoas”.
• Pensar o perfil do estudante do século XXI é considerar a alfabetização digital 
como algo necessário para seu desempenho acadêmico. Esses autores lembram 
que há diferentes níveis de alfabetização digital, como níveis mais operacionais 
ou ferramentais até o uso social, que resulta em práticas sociais e culturais de 
convívio e aprendizagem que podem potencializar a participação na construção 
de verdadeiras comunidades de aprendizagem.
• A formação continuada é, sem dúvida, um recurso à construção de uma 
docência com qualidade, proporcionando ao professor a oportunidade de 
refletir sistematicamente sobre a sala de aula, o seu papel, o significado do 
ensinar e do aprender, o planejamento, o encaminhamento metodológico, a 
avaliação, dentre outros.
• A modernidade e a tecnologia estão do cerne desta questão, trazendo à tona 
um assunto que necessita de ampliação e aprofundamento teórico, ou seja, a 
formação de professores inicial e continuada, que permita criar espaços para 
refletir sobre o papel do docente na sociedade frente ao pensamento complexo. 
Nesse movimento, se busca construir uma prática pedagógica que acolha o 
paradigma da complexidade, que projete uma aprendizagem com ênfase na 
transdisciplinaridade e que usufrua de uma visão crítica do uso da tecnologia.
61
1 Na sociedade da Informação, possuímos diretrizes teóricas que permitem 
desenvolver diversos níveis de competência. Com base nas competências 
que desenvolvemos, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Conhecimento, desenvolvimento pessoal, desenvolvimento cognitivo, 
comunicação, trabalho interdisciplinar e criticidade.
b) ( ) Informação, conhecimento, desenvolvimento pessoal, desenvolvimento 
cognitivo, comunicação, trabalho interdisciplinar e criticidade.
c) ( ) Informação, desenvolvimento coletivo, desenvolvimento cognitivo, 
comunicação, trabalho interdisciplinar e criticidade.
d) ( ) Informação, conhecimento, desenvolvimento pessoal, desenvolvimento 
cognitivo, comunicação, trabalho interdisciplinar e reflexão.
2 O professor, para trabalhar numa instituição engajada com as questões 
da sociedade do conhecimento e que busque alinhar com as normativas 
necessitam ter um certo perfil. Com base nesse perfil, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) ( ) Estudioso, Competente, Crítico, Aberto à mudanças, Empático, 
Exigente, Interativo.
b) ( ) Pesquisador, Competente, Crítico, Aberto à mudanças, Exigente, 
Interativo.
c) ( ) Comprometido, Competente, Crítico, Aberto à mudanças, Exigente, 
Interativo.
d) ( ) Reflexivo, Competente, Crítico, Aberto à mudanças, Exigente, Interativo.
3 (ENEM, 2019) Observe a imagem:
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://brainly.com.br/tarefa/45977093>. Acesso em: 9 out. 2021.
https://brainly.com.br/tarefa/45977093
62
Ao relacionar os problemas da acessibilidade à inclusão digital, assinale a 
alternativa CORRETA em que essa charge faz uma crítica a respeito da: 
a) ( ) Dificuldade na distribuição de computadores nas áreas rurais.
b) ( ) Capacidade das tecnologias em aproximar realidades distantes.
c) ( ) Possibilidade de uso do computador como solução de problemas sociais.
d) ( ) Escolha das prioridades no atendimento às reais necessidades da 
população.
4 Com base na formação do docente e sua qualificação para planejar e alfa-
betizar tecnologicamente seus alunos, você acredita que sua formação o 
habilita para estar atuando com as diversas metodologias?
5 Qual perfil deveria ser planejado e organizado pelas instituições na 
formação de um docente capaz de lidar com as tecnologias?
63
REFERÊNCIAS
ABEGG, I. Produção colaborativa e diálogo-problematizador mediados 
pelas tecnologias da informação e comunicação livres. Tese (Doutorado em 
Informática na Educação). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul, 2009.
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70
71
UNIDADE 2 — 
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA 
DIGITAL DE MATERIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 refletir	 e	 conhecer	 os	 processos	 de	 comunicação	 e	 seus	 fluxos	 para	 a	
elaboração	 e	 avaliação	 da	 criação	 e	 elaboração	 de	 materiais	 gráficos	
focados	na	educação;
•	 entender	 como	 as	 especificidades	 da	 educação	 refletem	 no	 material	
didático	desenvolvido	para	um	determinado	fim	educacional;	
•	 identificar	através	da	conexão	entre	educação	e	ferramentas	a	importância	
da	comunicação	e	tecnologia	para	a	construção	de	materiais	instrutivos	e	
formativos;
•	 compreender	e	perceber	a	interferências	das	linguagens	da	comunicação	
digital	 bem	como	os	ambientes	digitais	de	aprendizagem	precisa	 estar	
alinhado	para	que	ocorra	a	construção	do	saber.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontraráautoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	MÍDIA,	CULTURA	E	SUBJETIVIDADE
TÓPICO	2	–	CONVERGÊNCIA	TECNOLÓGICA,	ORGANIZACIONAL,
																						PROFISSIONAL	E	CULTURAL
TÓPICO	3	–	EDUCAÇÃO	E	PRODUÇÃO	DO	CONHECIMENTO
																						EM	AMBIENTES	VIRTUAIS
72
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
73
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro	 acadêmico,	 estamos	 dando	 continuidade	 aos	 nossos	 estudos	 em	
relação	a	este	tema	tão	fundamental	na	construção	de	uma	trilha	formativa	eficaz	
para	 a	 educação.	Até	 o	momento,	 vimos	 que	 a	 tecnologia	 da	 informação	 e	 da	
comunicação	é	base	para	a	elaboração	de	plano	de	educação	que	proporcione	ao	
educando	sinergia	e	principalmente	compreensão	na	sua	alfabetização	tecnológica.
Foi	notório	que	a	educação	mudou,	a	sociedade	evoluiu	e	suas	relações	
não	poderiam	ficar	para	trás,	assim	sendo,	os	processos	ligados	a	educação	e	seus	
atores	tiveram	que	acompanhar	essas	mudanças.	Novas	normativas	e	inserção	de	
tecnologias	se	fizeram	necessário,	tivemos	que	olhar	para	o	grande	maestro	desta	
harmonia,	o	professor.
 
Agora,	vamos	aprofundar	nossos	estudos	para	compreender	melhor	que	
uma	boa	aula	ou	percurso	 formativo	vão	além	de	normativas,	 investimentos	e	
formações	acerca	de	metodologias,	mas	sim,	na	elaboração	adequada	dos	materiais	
que	iremos	utilizar.	Tudo	faz	parte	de	uma	grande	harmonia	e	alinhamento.
No	Tópico	1,	abordaremos	a	relação	entre	mídia,	cultura	e	a	subjetividade	
que	 compõem	 a	 comunicação	 digital	 no	 que	 tange	 a	 mensagem	 entre	 as	
organizações	 e	 seus	 públicos-alvo.	 No	 Tópico	 2,	 aprofundaremos	 visando	
entender	a	usabilidade	adequada	e	estratégias	para	as	tecnologias	digitais	e	seus	
conceitos	 de	 designer.	 Para	 finalizar,	 no	 Tópico	 3,	 vamos	 abordar	 e	 refletir	 a	
comunicação	digital	e	sua	relação	com	as	metodologias	utilizadas	para	o	processo	
de	ensino	e	aprendizagem.
Com	certeza	será	uma	unidade	repleta	de	reflexões	e	ressignificados	para	
nossas	ações	pedagógicas	no	que	diz	respeito	à	elaboração	de	espaços	e	materiais	
instrucionais	educativos.
TÓPICO 1 — 
MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
2 COMUNICAÇÃO DIGITAL 
A	educação,	cultura,	meios	digitais,	meios	de	comunicação	e	organizações	
educacionais	 se	 misturam	 e	 buscam	 alinhar	 a	 sinergia	 com	 a	 velocidade	 da	
informação	e	a	evolução	do	educando.	
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
74
Quando	falamos	em	comunicação	digital	temos	que	refletir	em	torno	da	
comunicação	e	a	educação	lembrando	que	vivemos	momentos	de	efervescência,	
como	afirma	Kensky	(2007,	p.	662):
A	 educação	 e	 a	 comunicação	 como	 áreas	 do	 conhecimento	 fluem	
e	 se	 atualizam	 de	 acordo	 com	 as	 oportunidades	 oferecidas	 pelas	
mais	diferenciadas	 inovações	 tecnológicas.	As	crises,	portanto,	estão	
distantes	dos	conhecimentos	educacionais	ou	comunicacionais.	Não	é	
a	educação	ou	a	comunicação	que	estão	em	crise.	Ao	contrário,	ambas	
vivem	um	momento	de	efervescência	singular.
Para	Valente	(2014,	p.	142):
A	presença	das	tecnologias	digitais	de	comunicação	e	educação	(TDICs)	
no	nosso	dia	a	dia	tem	alterado	visivelmente	os	meios	de	comunicação	
e	como	nos	comunicamos.	As	possibilidades	e	o	potencial	que	essas	
tecnologias	 oferecem	 para	 a	 comunicação	 são	 enormes.	 É	 possível	
vislumbrar	 mudanças	 substanciais	 nos	 processos	 comunicacionais,	
alterando	 a	 maneira	 como	 recebemos	 e	 acessamos	 a	 informação.	
Infelizmente	 as	 mudanças	 observadas	 no	 campo	 da	 comunicação	
não	têm	a	mesma	magnitude	e	impacto	com	relação	à	educação.	Esta	
ainda	não	incorporou	e	não	se	apropriou	dos	recursos	oferecidos	pelas	
TDICs.	Na	sua	grande	maioria,	as	salas	de	aulas	ainda	têm	a	mesma	
estrutura	 e	 utilizam	 os	 mesmos	 métodos	 usados	 na	 educação	 do	
século	XIX:	as	atividades	curriculares	ainda	são	baseadas	no	lápis	e	no	
papel,	e	o	professor	ainda	ocupa	a	posição	de	protagonista	principal,	
detentor	e	transmissor	da	informação.
A	educação	necessita	de	um	processo	de	comunicação	para	que	a	apren-
dizagem	ocorra,	mesmo	que	a	comunicação	seja	baseada	em	modelos	internacio-
nais,	em	que	o	diálogo	e	a	 interação	entre	sujeitos	 fazem	a	relação,	ou	deveria,	
num	processo	bilateral,	o	conhecimento	que	cada	indivíduo	constrói	é	produto	do	
processamento,	da	inter-relação	entre	interpretar	e	compreender	a	informação	que	
recebe.	Como	nos	aponta	Valente	(2014,	p.	144),	“o	conhecimento	é	fruto	do	signi-
ficado	que	é	atribuído	e	representado	na	mente	de	cada	indivíduo,	com	base	nas	
informações	advindas	do	meio	em	que	ele	vive.	É	algo	construído	por	cada	um”.
2.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
Para	que	uma	mensagem	seja	bem	compreendida	é	preciso	entender	seu	
processo	como	um	todo,	ou	seja,	comunicar	é	mais	que	falar.	Para	transmitir	algo	
se	faz	necessário	o	entendimento	das	partes	ou	etapas	de	cada	processo	que	o	ato	
de	se	comunicar	passa	para	então	ocorrer	de	fato	a	chamada:	COMUNICAÇÃO.	
Ao	 falarmos	 em	 processo de comunicação,	 estamos	 mencionando	
de	 forma	 indireta	 os	 seis	 elementos	 da	 comunicação	 que	 formam	 o	 fluxo	
comunicativo,	cada	um	possui	sua	função	primordial	nesta	engrenagem	desde	o	
momento	em	que	a	mensagem	é	emitida,	até	quando	é	recebida	e	compreendida.	
Quando	falamos	em	comunicação,	seja	ela	digital	ou	não,	esses	elementos	estão	
presentes	e	podem	sofrer	alterações	para	adequarem-se	ao	contexto	em	questão.
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
75
FIGURA 1 - ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO, DE ROMAN JAKOBSON
FONTE: <https://www.emaze.com/@AOLITICZC>. Acesso em: 17 ago. 2021.
Analisando	os	 elementos	da	 comunicação,	 no	qual,	 para	 estabelecer	 as	
funções	 da	 linguagem,	 Jakobson	 tomou	por	 referência	 três	 funções	 básicas	 da	
língua	propostas	por	Karl	Buhler	-	função	expressiva;	função	conativa;	função	de	
representação	-,	e	também	os	fatores	constitutivos	do	ato	de	comunicação	verbal.	
Como	fatores	constitutivos,	o	linguista	apresenta:	
• Emissor ou locutor:	quem	elabora	a	mensagem,	quem	diz.
• Receptor ou interlocutor:	 a	 quem	 a	mensagem	 é	 dirigida,	 por	 quem	 ela	 é	
captada.
• Mensagem:	texto	verbal	ou	não	verbal	propriamente	dito,	é	a	estrutura	textual.
• Referente ou contexto:	o	assunto	que	perpassa	o	ato	comunicativo.
• Canal ou veículo:	o	meio	pelo	qual	a	mensagem	é	difundida,	divulgada,	o	seu	
veículo	condutor.
• Código:	 a	 forma	 como	 a	 mensagem	 organiza-se,	 é	 um	 conjunto	 de	 sinais	
organizados	de	maneira	que	tanto	o	locutor	quanto	o	interlocutor	conheçam	
e	tenham	acesso.
“Cada	 um	 desses	 seis	 fatores	 determina	 uma	 diferente	 função	 da	
linguagem”	(JAKOBSON,	2010,	p.	157).
Quando	 entendemos	 que	 a	 comunicação	 possui	 um	 fluxo,	 ou	 seja,	
funciona	ou	deveria	funcionar	como	engrenagens	em	que	cada	parte	precisa	estar	
alinhada	com	a	outra	para	que	possa	ocorrer	o	ato	de	comunicar-se	e	que,	um	
está	diretamente	ligado	ao	outro	e	é	imprescindível	entender	que	existe	no	ato	
de	comunicar	funções	estabelecidas	para	que	a	mensagem	possa	chegar	ao	seu	
destino	de	forma	eficaz	e	a	comunicação	de	fato	ocorra.	Para	que	o	processo	de	
comunicação	seja	eficaz	e	cumpra	seu	papel,	o	de	comunicar,	é	preciso	que	cada	
elo	desta	corrente	seja	bem	executado.
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
76
FIGURA 2 – FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/funcoes-da-linguagem/>. Acesso em: 18 jul. 2021.
Essas	 funções	 estão	 interligadas	 com	 a	 linguagem	 que	 veremos	 mais	
adiante.
2.1.1 O Ser Humano e a Comunicação
 Se uma pessoa ficar isolada de seus semelhantes, com alimentação e conforto 
físico garantidos, mas privada de qualquer forma de contato com o mundo exterior, 
tenderá a apresentar rapidamente sintomas de ansiedade. Uma manifestação básica dessa 
ansiedade será a necessidade de falar com outros [...]
 Com o prolongamentoda situação, a fala e o próprio pensamento deverão ficar 
desconexos e a pessoa começará a perder o autocontrole. Se a situação não for remediada 
a tempo, haverá uma desagregação psicológica, acompanhada de descontrole orgânico. O 
modo de remediá-la é fácil e evidente: basta romper o isolamento em que a pessoa se 
encontra. Com isso, ela poderá satisfazer a uma necessidade humana básica: comunicar-se.
FONTE: <https://bit.ly/3CtWcOo>. Acesso em: 6 out. 2021.
UNI
O	 ato	 de	 se	 comunicar	 faz	 parte	 do	 ser	 humano,	 do	 seu	 processo	 de	
evolução	 e	 até	 mesmo	 de	 hierarquia.	 Schlickmann	 e	 Skrsypcsak	 (2017,	 p.	 1)	
reforçam	que	“a	comunicação	é	um	ato	puramente	humano	e	inteligente	usada	a	
anos,	representa	a	forma	de	se	expressar	e	interpretar	ideias,	emoções	e	desejos”	
e	ainda	apontam	que	“a	comunicação	pode	levar	a	transformação	e	organização	
dos	conhecimentos	e	ações”.
https://www.todamateria.com.br/funcoes-da-linguagem/
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
77
Ao	analisar	o	ato	de	“comunicar-se	bem”,	Chiavenato	(2010)	afirma	que	não	
significa	apenas	expressar	ideias,	respeitar	cada	etapa	do	processo	de	comunicar,	
mas	estabelecer	um	ato	que	o	outro	possa	te	compreender	dentro	dos	elementos	da	
comunicação.	Ao	comunicarmos,	estamos	além	de	trocando	uma	informação,	es-
tamos	passando	um	conjunto	de	elementos	que	farão	com	que	a	mensagem	ocorra	
que	vão	além	da	palavra,	passando	pelos	gestos,	sentimentos,	expressões	etc.
[...]	é	 impossível	conceber-se	a	comunicação	humana	de	transmissor	
a	 receptor,	 sem	mensagem,	de	 transmissor	 e	mensagem	 sem	 recep-
tor,	 ou	de	mensagem	 sem	 transmissor	 e	 receptor.	A	mensagem	 é	 o	
elo	que	une	esses	dois	elementos,	sendo	o	seu	objeto	e	a	finalidade	da	
comunicação	humana.	Toda	mensagem	no	processo	da	Comunicação	
Humana	precisa	ser	significativa,	deve	dizer	coisas	em	comum	para	
transmissor	e	para	receptor.	Se	não	falo	nem	leio	japonês,	será	perfei-
tamente	inútil	a	mensagem	falara	ou	escrita	nessa	língua[...]	pode-se	
concluir	que	é	a	Linguagem	em	comum,	que	empresta	significado	à	
mensagem,	compreendendo-se	por	“linguagem”,	tudo	o	que	serve	à	
Comunicação	 Humana:	 palavras,	 sons,	 gestos,	 sinais,	 símbolos	 etc.	
(PENTEADO,	1976,	p.	6).
Ao	 falarmos	 em	 comunicação	 e	 nossa	 necessidade	 humana,	 estamos	
trabalhando	 na	 linha	 do	 conhecimento	 e	 de	 como	 o	 construímos	 nas	 nossas	
interações	e	que	tipo	de	relações	estabelecemos,	uma	vez	que	o	ser	humano	é	um	
ser	social.	Por	ser	um	ser	social,	o	processo	de	comunicação	necessita	de	um	fluxo	
para	que	o	ato	de	comunicar	ocorra	de	forma	efetiva	e	na	escola	não	é	diferente.	
Ao	trazermos	as	tecnologias	para	a	comunicação	estabelecemos	mais	que	
um	fluxo	de	comunicação	“simples”,	mas	um	complexo	ato	em	que	muitas	vezes	
será	necessário	lembrar	que	a	mensagem	terá	que	chegar	sem	a	presença	física	do	
interlocutor.	Aqui	cabe	entendermos	alguns	pontos	como:	Língua,	linguagem	e	
funções	da	linguagem.
FIGURA 3 – PROCESSO DE COMUNICAÇÃO (RAFAEL CASTRO)
FONTE: <https://bit.ly/3pG1XFu>. Acesso em: 20 jul. 2021.
O	processo	de	comunicação	precisa	ter	um	conjunto	organizado	de	sinais	
que	cada	pessoa	utiliza	para	se	comunicar	 (linguagem),	código	verbal	que	um	
grupo	de	indivíduos	compartilham	(língua)	e	utilização	pessoal	da	língua	(fala).
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
78
E	agora,	já	podemos	nos	comunicar?
Até	 podemos,	 porém	 precisamos	 compreender	 que,	 para	 essa	 nova	
realidade,	é	imprescindível	entender	o	universo	da	comunicação	da	língua	escrita,	
pois	essa	é	a	união	dos	códigos	e	regras	de	formais	de	uma	comunicação.	Afinal,	a	
língua	falada	e	a	língua	escrita	embora	possam	expressar	a	mesma	comunicação	
exigem	formatações	diferentes,	consequentemente,	há	diferenças.	Então	vamos	
ter	que	estabelecer	a	diferença	entre	língua	e	linguagem.
Segundo	Almir	(2017,	s.p.):
A	língua	é	um	conjunto	de	palavras	organizadas	por	regras	gramaticais	
específicas.	É	uma	convenção	que	permite	que	a	mensagem	transmitida	
seja	 sempre	 compreensível	 para	 os	 indivíduos	 de	 um	 determinado	
grupo.	A	 língua	 pode	 variar	 de	 acordo	 com	 a	 região,	 com	o	 grupo	
social,	a	cultura,	entre	outros	fatores.
É	 o	 ato	 de	 se	 comunicar	 com	 alguém,	 ou	 seja,	 a	 transmissão	 da	
mensagem.	 É	 a	 capacidade	 de	 comunicar	 ideias,	 pensamentos,	
opiniões,	sentimentos,	experiências,	desejos,	informações	etc.
A	linguagem	pode	ser	verbal,	não-verbal	e	mista:
• Verbal:	é	composta	plenamente	por	palavras,	podendo	ser	oral	ou	
escrita.
• Não verbal:	utiliza	outros	meios	comunicativos,	como	gestos,	sons,	
cores,	 imagens,	 expressões	 faciais	 e	 corporais,	 símbolos,	 dentre	
outros.
• Mista:	 é	 composta	 por	 linguagem	 verbal	 e	 não-verbal,	 como	
as	 histórias	 em	 quadrinhos,	 cinema,	 teatro	 e	 revistas.	 Ainda	 na	
linguagem	mista,	pode-se	encontrar	redes	sociais	como	Instagram,	
Facebook	e	Twitter,	que	possibilita	a	publicação	de	texto	e	imagem.
FIGURA 4 – COMUNICAÇÃO VERBAL
FONTE: <https://bit.ly/3np4KQw>. Acesso em: 18 jul. 2021.
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
79
FIGURA 5 – COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL- EXPRESSÕES CORPORAIS
FONTE: <https://url.gratis/5Dm0YQ>. Acesso em: 18 jul. 2021.
FIGURA 6 – COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
Fonte: <https://bit.ly/3GrRBi8>. Acesso em: 18 jul. 2021.
FIGURA 7 – COMUNICAÇÃO MISTA
Fonte: <https://bit.ly/3BfruY3>. Acesso em: 18 jul. 2021.
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
80
A	 partir	 das	 últimas	 décadas,	 o	 estudo	 da	 linguagem	 se	 tornou	 mais	
presente	no	ensino.	Para	Mendes	 (2012	apud	SCHLICKMANN;	SKRSYPCSAK,	
2017,	p.	5),	“a	linguagem	é	interpretada	como	uma	forma	de	expressão	do	mundo	
e	dos	 seus	pensamentos.	O	 ser	 humano	 se	 comunica	por	meio	da	 linguagem,	
refletindo	 sobre	 seu	 pensamento,	 sobre	 os	 seus	 conhecimentos	 do	 mundo”.	
A	 linguagem	 é	 forma	de	 interação	 e	 orientada	 para	 abranger	 e	 chegar	 a	 uma	
finalidade,	a	se	comunicar	e	enviar	uma	mensagem.
Vygotsky	 (1998)	 ao	 falar	 sobre	 a	 aquisição	 da	 linguagem	 se	 refere	 ao	
desenvolvimento	da	criança,	sendo	que	a	mesma	só	começa	na	faze	egocêntrica.	
A	 linguagem	 não	 é	 uma	 capacidade	 inata,	 mas	 precisa	 de	 tempo	 para	 se	
desenvolver,	somente	a	partir	do	momento	que	ela	começa	a	assimilar	que	ela	
aprende	uma	língua,	uma	forma	de	expressar.	
o	elo	de	todas	as	características	especificas	da	lógica	das	crianças	é	o	
egocentrismo	do	pensamento	 infantil.	A	 esse	 traço	 central	 relaciona	
todos	 os	 outros	 que	 descobriu,	 tais	 como	 o	 realismo	 intelectual,	 o	
sincretismo	e	a	dificuldade	de	compreender	as	relações	(VYGOTSKY,	
1998,	p.	14).
Vygotsky	(1998,	p.	35)	relata	que	“a	conquista	da	linguagem	para	criança	
dá-se	através	de	uma	constante	interação	de	disposição	internas	que	preparam	a	
criança	para	a	linguagem	e	para	condições	externas”.	Com	isso,	o	palavreado	que	
as	pessoas	que	as	rodeiam	definem	a	sua	linguagem,	estimulando	a	criança	e	a	
formação	da	sua	própria	forma	de	pensar	e	lidar	com	suas	emoções.
Penteado	(1976,	p.	31)	considera	“a	 linguagem	como	toda	comunicação	
compreensiva,	de	pessoa	a	pessoa”,	com	isso	a	linguagem	pode	ser	considerada	a	
forma	mais	utilizada	para	se	comunicar,	um	ato	repleto	de	identidade.
Esse	 ato	 vem	 composto	 de	 seis	 funções	 definidas	 que	 irão	 auxiliar	 na	
compreensão	da	mensagem	e	quando	estão	num	texto	ou	mesmo	na	verbalização	
terão	atribuições	diversificadas,	mas	que	juntas,	bem-organizadas	e	articuladas	
farão	com	que	a	comunicação	seja	assertiva.
QUADRO 1 – FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO- LINGUAGEM
FUNÇÃO DA COMUNICAÇÃO – Linguagem
Tipo Explicação Exemplo
Função 
Conativa 
(Apelativa)
É	uma	função	que	 tem como 
objetivo a persuasão de seu 
leitor (receptor).	 Para	 que	
isso	 ocorra,	 é	 comum	 obser-
var	 o	 imperativo,	 bem	 como	
imagens	 sugestivas	 a	 realizar	
determinada	 função	desejada	
pelo	emissor. Campanha	da	Dengue	do	RS
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
81
Função 
Emotiva(Expressiva)
Nessa	 função	 é	 frequente	
encontrarmos verbos em 
primeira pessoa,	bem	como	
a	 subjetividade	 do	 texto	
criado	 pelo	 emissor.	 Além	
disso,	 comumente	 obser-
va-se	 a	 presença	 do	 “eu”,	
demonstrando	 a	 caracterís-
tica	 centralizada	 da	 função	
emotiva.	 Interrogações, ex-
clamações e reticências	 fa-
zem-se,	 também,	 presentes,	
uma	 vez	 que	 auxiliam	 na	
subjetividade	da	mensagem	
a	ser	enviada.
“Não	permita	Deus	que	eu	morra
Sem	que	eu	volte	para	lá;
sem	que	desfrute	os	primores
Que	não	encontro	por	cá;
Sem	quinda	aviste	as	palmeiras,
Onde	canta	o	Sabiá”.
(Trecho	da	Canção	do	Exílio,	de	
Gonçalves	Dias)
Função 
Metalinguística
Entre	 as	 seis	 funções	 da	
linguagem,	essa	é	a	única	que	
discursa	sobre	si	própria.	É	a	
língua	 falando	 da	 língua,	 o	
poema	 falando	 da	 poesia,	 o	
quadro	 que	 se	 pinta,	 dentre	
outros	 exemplos.	 A	 função	
metalinguística	 é	 recorrente	
nos	poemas	do	Enem	em	que	
os	autores	falam	sobre	o	ato	de	
escrever,	 por	 exemplo,	 neste	
poema	 a	 seguir	 de	 Carlos	
Drummond	de	Andrade.
“Poema	que	aconteceu
Nenhum	desejo	neste	domingo
Nenhum	problema	nesta	vida
O	mundo	parou	de	repente
Os	homens	ficaram	calados
Domingo	sem	fim	nem	começo.
A	mão	que	escreve	este	poema
Não	sabe	que	está	escrevendo
Mas	é	possível	que	soubesse
Nem	ligasse”.
(Poema	que	Aconteceu,	de	Carlos	
Drummond	de	Andrade)
Função 
Referencial
Diferente	 da	 função	 expres-
siva,	 a	 referencial	 é	 carac-
terística	 de	 ser	 uma	 função	
informativa.	A	 linguagem	 se	
faz	objetiva	com	o	intuito	de	
emitir	 os	 dados	 de	 maneira	
concreta.	 O	 “contexto”	 é	 o	
objetivo	dessa	função,	relatar	
de	 maneira	 exata	 e	 livre	 de	
julgamentos.	 Essa	 função	 é	
notada	facilmente	em	jornais,	
revistas,	bulas	de	remédios	e	
manuais	de	instrução.
Manchete	do	Jornal	Folha	de	São	
Paulo
https://foconoenem.com/os-10-autores-mais-cobrados-no-enem/
https://foconoenem.com/os-10-autores-mais-cobrados-no-enem/
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
82
Função Fática
O	 foco	 aqui	 é	 o	 canal.	
Faz-se	 muito	 presente	
em	 diálogos, os quais há 
a tentativa de estabelecer 
uma comunicação adequada: 
“consegue	 me	 ouvir?”.	 Os	
objetivos	 de	 textos	 com	
esta	 função	 são	 de	 testar, 
interromper ou prolongar a 
comunicação criada.
Figurinha	do	Garfield	é	um	
exemplo	Função	Fática
Função Poética
O	foco	da	função	poética	é	a	
mensagem,	 o	 seu	 formato,	 o	
que	 contém	 em	 seu	 interior.	
São	textos, imagens, quadros 
ricos em subjetividade	 com	
conotação	 muito	 presente,	
bem	 como	 figuras	 de	 pleo-
nasmos	e	polissemia.
Fonte	de	mel
Nos	olhos	de	gueixa
Kabuki,	máscara
Choque	entre	o	azul	e	o	cacho
de	acácias
Luz	das	acácias
Você	é	mãe	do	sol	a	sua	coisa	é	
toda	tão	certa
Beleza	esperta
Você	me	deixa	a	rua	deserta
Quando	atravessa	e	não	olha	pra	trás
(Trecho	de	“Você	é	Linda”,	de	
Caetano	Veloso)
FONTE: <https://foconoenem.com/funcoes-da-linguagem/>. Acesso em> 18 jul. 2021.
https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/43884/
https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/43884/
https://foconoenem.com/funcoes-da-linguagem/
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
83
Filme: O abutre (2014).
Enfrentando dificuldades para conseguir um emprego formal, o jovem 
Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) decide entrar no agitado submundo do 
jornalismo criminal independente de Los Angeles. A fórmula é correr 
atrás de crimes e acidentes chocantes, registrar tudo e vender a história 
para veículos interessados. 
FONTE: <https://bit.ly/3End2zl>. Acesso em: 2 out. 2021
DICAS
Ribeiro	(1993,	p.	3)	pontua:
cada	 função	 terá	 seu	 lugar	 no	 processo	 de	 comunicação,	 seja	 ele	
através	 de	 uma	 mídia	 impressa	 ou	 digital.	 O	 que	 alguns	 autores	
abordam	 ainda,	 são	 as	 variações	 linguísticas	 que	 irão	 além	 das	
questões	 regionais,	 são	 as	 variantes	 que	 os	 homens	 estão	 criando	
diariamente	em	diversos	aspectos	como	sociais,	históricos	etc.
Segundo	Bagno	(2009	apud	RIBEIRO,	1993,	p.	8),	há	dentro	da	área	da	lin-
guística	uma	regra	muito	valiosa:	“só	existe	língua	enquanto	houver	seres	huma-
nos	que	a	falem”	(BAGNO,	2009,	p.	19).	Essa	simples	frase	mostra	o	quão	o	ato	de	
comunicar	depende	da	interação	entre	as	pessoas	e	algo	que	seja	comum,	como	a	
língua.	Para	alguns	algo	tão	óbvio	se	encarássemos	os	fatos	simples	dos	estudos	
da	língua	de	qualquer	falante.	Essa	ação	é	mais	que	falar	por	falar:	“pode	ser	que	
falem	de	formas	um	pouco	peculiares,	que	certas	características	do	seu	modo	de	
falar	nos	pareçam	desagradáveis	ou	engraçadas.	Mas	isso	não	impede	que	seja	
verdade	que	sabem	falar”	(POSSENTI,	1996,	p.	29	apud	RIBEIRO,	1993,	p.	7).
Ainda	nas	ideias	e	reflexões	de	Bagno	(2009,	p.	51	apud	RIBEIRO,	1993,	p.	
9):	“e	se	sabe	falar	é	porque	sabem	uma	língua”.	Se	sabem	uma	língua	é	porque	
sabem	 as	 regras	 de	 funcionamento	 dessa	 língua,	 ou	 seja,	 a	 gramática.	 “Todo	
falante	nativo	de	uma	língua	sabe	essa	língua”,	“saber	uma	língua,	na	concepção	
científica	da	linguística	moderna,	significa	conhecer	intuitivamente	e	empregar	
com	facilidade	e	naturalidade	as	regras	básicas	de	funcionamento	dela”.
Valente	(2014,	p.	147)	nos	traz	um	estudo	muito	pontual	sobre	a	comuni-
cação	e	a	era	digital	com	as	Tecnologias	Digitais	da	Informação	e	Comunicação	
(TDICs):
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
84
As	 TDICs	 têm	 contribuído	 muito	 para	 o	 desenvolvimento,	 a	
reformulação	 e	 a	 disseminação	 da	 Educação	 a	 Distância	 (EAD).	
Na	 verdade,	 essas	 tecnologias	 têm	 possibilitado	 uma	 revolução	
na	 EAD.	 No	 entanto,	 a	 maioria	 das	 ações	 de	 EAD	 ainda	 podem	
ser	 caracterizadas	 como	 uma	 imitação	 da	 educação	 presencial,	
como	 é	 o	 caso	 da	 abordagem	 broadcast	 e	 da	 “virtualização	 da	
escola	 tradicional”.	 Por	 outro	 lado,	 a	 EAD,	 ao	 utilizar	 recursos	
tecnológicos,	 apresenta	 características	 que	 podem	 contribuir	 para	
uma	 aprendizagem	 baseada	 na	 construção	 de	 conhecimento,	 já	
que	 as	 facilidades	 de	 interação	 via	 Internet	 permitem	 um	 tipo	
de	 educação	 que	 é	muito	 difícil	 de	 ser	 realizado	 presencialmente.	
A	 EAD	 pode	 utilizar	 abordagens	 pedagógicas	 que	 exploram	 os	
verdadeiros	 potenciais	 que	 as	 TDICs	 oferecem,	 ao	 facilitar	 não	
somente	 o	 aprofundamento	 da	 interação	 professor-aprendiz,	 mas	
também	entre	aprendizes,	o	que	propicia	meios	para	uma	educação	
dificilmente	implantada	em	ações	estritamente	presenciais.
Todo	 o	 processo	 de	 comunicação	 necessita	 estar	 alinhado	 para	 que	 a	
interação	mediada	pelas	TDICs	 tenha,	como	objetivo,	a	 realização	de	ciclos	de	
ações,	 facilitando	 o	 processo	 de	 construção	 de	 conhecimento	 ou	 a	 espiral	 de	
aprendizagem	(VALENTE,	2005).
2.1.2 Educação, Cultura e Comunicação Digital
A	 educação	 vem	 passando	 por	 severas	 transformações	 e	 consequen-
temente	nossa	cultura	acaba	sendo	atingida.	Basta	vermos	as	brincadeiras	e	os	
brinquedos	que	as	 crianças	 solicitam,	 sejam	crianças	ou	adultos,	 todos	os	dias	
mais	tecnológicos.	Isso	é	o	resultado	de	uma	evolução	vinda	da	comunicação	e	
da	forma	de	relação	que	os	seres	humanos	estão	estabelecendo	entre	si.	Assim,	as	
necessidades	de	interações	de	comunicação	acabam	por	ser	vistas	de	outra	“jane-
la”.	A	porta	da	comunicação	em	que	apenas	um	falava	e	transmitia,	visto	muito	
na	metodologia	tradicional	de	educação	já	não	pode	mais	conectar	e	fazer	sentido	
entre	os	seus	atores.	Hoje	o	mundo	está	na	palma	das	mãos	e	no	comando	da	voz.
Esse	mundo	novo	repleto	de	interatividade	e	ao	mesmo	tempo	cheio	de	
obstáculos	trouxe	uma	era	digital	que	mudou	radicalmente	as	formas	de	interações	
entre	as	pessoas	e	consequentemente	essas	mudanças	chegariam	à	escola.
Zygmunt	Bauman	(apud	MARANGON,	2015,	s.p.),	autor	do	 livro	Amor 
Líquido	–	que	trata	da	liquidez	como	característica	das	fragilidades	e	a	perda	de	
valores	nas	relações	contemporâneas	–,	fala	em	palestra	no	encontro	360:
[...] o	modo	de	pensar	também	foi	influenciado.	Exemplodisso	é	a	crise	
de	atenção.	“Somos	cada	vez	menos	capazes	de	nos	dedicar	por	um	
longo	tempo,	de	maneira	adequada,	a	uma	tarefa”,	revela.	Professores	
universitários	vivem	se	queixando	de	que	seus	alunos	não	conseguem	
ler	artigos	inteiros	e,	por	isso,	indicam	fragmentos	de	textos	e	citações	
de	frases	de	importantes	autores.
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
85
Chegamos	 ao	 ponto	 crucial,	 a	 função	 da	 escola	 da	 comunicação	 e	 da	
tecnologia	em	prol	de	uma	educação	de	qualidade,	se	tem	o	mundo	na	palma	da	
mão	qual	o	motivo	que	não	conseguimos	ter	o	letramento?	Aqui	é	o	marco	zero	
da	nossa	discussão:	como	estamos	nos	comunicando	com	os	materiais?
Quando	 estamos	 trazendo	 em	 jogo	 a	 comunicação	 e	 a	 educação	 como	
uma	 conectada	 na	 outra	 e	 a	 informação	 como	 fonte	 de	 possibilidade	de	 virar	
conhecimento.	O	processo	de	comunicação	deve	ser	alicerçado	nas	estratégias	de	
levar	o	aprendiz/educando	a	construir	e	não	a	reproduzir,	para	isso	é	necessário	
a	compreensão.
Valente	(2014,	p.	144)	aponta	sua	visão	nesta	busca	de	alinhamento	das	
Tecnologias	Digitais	da	informação	e	Comunicação	(TDICs):
A	ação	educacional	consiste	justamente	em	auxiliar	o	aprendiz,	de	modo	
que	a	construção	de	conhecimento	possa	acontecer.	Isso	implica	criar	
ambientes	de	aprendizagem	onde	haja	tanto	aspectos	da	transmissão	
de	 informação	 quanto	 de	 construção,	 no	 sentido	 da	 significação	 ou	
da	 apropriação	de	 informação.	 Portanto,	 a	 questão	 fundamental	 no	
processo	educacional	é	saber	como	prover	a	informação,	de	modo	que	
ela	possa	ser	 interpretada	pelo	aprendiz	que	passa	a	entender	quais	
ações	 ele	 deve	 realizar	 para	 que	 a	 informação	 seja	 convertida	 em	
conhecimento.	Ou	 seja,	 como	 criar	 situações	de	 aprendizagem	para	
estimular	a	compreensão	e	a	construção	de	conhecimento.	Uma	das	
soluções	tem	sido	o	uso	das	TDICs.	Porém,	se	tais	tecnologias	não	forem	
compreendidas	com	um	foco	educacional,	não	será,	simplesmente,	o	
seu	uso	que	irá	auxiliar	o	aprendiz	na	construção	do	conhecimento.
A	evolução	da	humanidade	é	uma	esteira	em	movimento	que	não	pode	
ser	parada.	Um	dos	meios	de	evolução	é	o	digital,	que	estabelece	mais	amplitude	
quando	se	trata	da	comunicação.
O	 ato	 de	 comunicar-se	 é	 o	 processo	 em	que	muitas	 vezes	 não	 passará	
por	uma	regra	fixa,	afinal	cada	grupo,	região,	país,	nesse	interim	está	envolvido	
diretamente	a	 linguagem	seja	ela	 formal	ou	 informal,	 tendo	que	 ter	esse	olhar	
sobre	o	processo	e	o	fluxo	para	que	a	comunicação	possa	ocorrer.
Rosenau	 et al.	 (2017)	 mostram	 que,	 ao	 utilizarmos	 as	 Tecnologias	
de	 Comunicação	 Digital	 (TCD),	 acabam	 por	 construir	 e	 mediar	 as	 grandes	
transformações	da	sociedade	e	suas	interações	desde	a	forma	de	um	simples	oi	
até	mesmo	a	forma	de	escrever	um	texto.
Esta	invasão	tecnológica	impacta	no	ambiente	escolar	por	diferentes	
meios,	 ora	 pelo	 estudante	 que	 cada	 vez	mais	 está	mergulhado	 no	
mundo	 tecnológico,	 ora	 pelo	 próprio	 sistema	 educacional	 que	
através	 de	 sites	 e	 softwares,	 buscam	 inserir	 essas	 ferramentas	 no	
processo	 burocrático	 da	 escola	 e	 através	 do	 docente	 que	 cada	 vez	
mais	se	vê	“engolido”	por	estas	novidades,	seja	em	sua	vida	pessoal	
e/	ou	profissional	(ROSENAU	et al.	2014,	p.	14294).
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
86
Leitura do texto: Gêneros Digitais: O avanço tecnológico provocou alterações 
nos meios de comunicação e na linguagem, o que deu origem aos gêneros digitais.
Autora: Luana Castro Alves Perez
FONTE: <https://www.portugues.com.br/redacao/generos-digitais.html>. Acesso em: 2 out. 2021
DICAS
2.2 CULTURA x TECNOLOGIA DIGITAL
Quando	 pensamos	 em	 evolução	 de	 uma	 sociedade	 e	 a	 forma	 como	
as	 pessoas	 interagem	 estamos	 falando	 em	 comportamento,	 estamos	 falando	
em	 mudanças	 culturais.	 A	 cada	 novo	 momento	 social	 os	 indivíduos	 acabam	
adaptando-se	e	reorganizando	suas	formas	de	inter-relação	com	o	outro	e	com	
o	meio,	por	exemplo:	ao	 ler	um	outdoor,	ver	uma	propaganda	está	 sim	 tendo	
acesso	direto	a	cultura	e	sua	forma	de	comunicar-se	com	o	meio.
Conforme	Santaella	(2003,	p.	31),	uma	definição	breve	e	útil	aponta	que	
“a	cultura	é	a	parte	do	ambiente	que	é	feita	pelo	homem”.	Importante	ressaltar	
que	esse	olhar	sobre	a	cultura	mostra	a	interação	e	modelagem	do	homem	no	
seu	meio.
Ao	mencionar	cultura	temos	que	analisar	que	ela	é	a	gênese	do	acúmulo	
espaço-temporal	do	conhecimento,	das	práticas	e	das	crenças	de	uma	população.	
Segundo	Johnson	(1997,	p.	59):
cultura	é	o	conjunto	acumulado	de	símbolos,	ideias	e	produtos	mate-
riais	associados	a	um	sistema	social,	seja	ele	uma	sociedade	inteira	ou	
uma	família.	Juntamente	com	estrutura	social,	população	e	ecologia,	
constitui	um	dos	principais	elementos	de	todos	os	sistemas	sociais	e	é	
conceito	fundamental	na	definição	da	perspectiva	sociológica.
Quando	analisar	a	cultura	como	algo	que	reflete	costumes	e	a	tradição	de	
um	povo,	é	inerente	que	se	aborda	o	desenvolvimento	do	ser	quando	indivíduo	e	
quando	sociedade.	Assim,	Barros	(2007,	p.	4)	chama	de	cultura	de	mudança	que	
“significa	pensar	na	maneira	como	sociedades,	instituições	e	sujeitos	constroem	
sentidos	para	mudá-lo”.
Barros	(2007)	nos	diz	que	a	cultura	da	mudança	é	a	transformação	para	o	
novo,	para	o	amanhã,	ou	seja,	resultado	de	uma	disponibilidade	para	o	futuro,	
para	o	novo,	para	o	desconhecido,	assim	explicado:
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
87
Resulta	 da	 capacidade	 de	 abertura	 para	 o	mundo.	Não	 se	 trata	 da	
afirmação	 da	 ditadura	 da	 mudança,	 do	 equívoco	 de	 se	 tomar	 a	
mudança	 como	 sinônimo	 de	 excelência	 e	 desenvolvimento.	 Trata-
se	 de	 se	 reconhecer	 que	 sociedades	 e	 instituições	 são	 desafiadas	
continuamente	 pela	 história.	Há	mudanças	 e	mudanças.	Mudanças	
que	 produzem	 movimento	 e	 desenvolvimento	 e	 mudanças	 que	
consolidam	a	permanência	da	desigualdade	(BARROS,	2007,	p.	6).
A	 cultura	 é	 fruto	 do	 reconhecimento	 do	 indivíduo	 como	Barros	 (2007,	
p.	 7)	 menciona	 que	 “cultura	 gera	 desenvolvimento	 humano	 porque	 fornece	
instrumentos	de	 conhecimento,	 reconhecimento	 e	 autoconhecimento”,	 ou	 seja,	
porque	gera	identidade.
A	 identidade	 vai	 perpassar	 ainda	 seguindo	 a	 ideia	 do	 autor,	 por	 uma	
DIMENSÃO	TRANSVERSAL,	que:
[...]	 na	 relação	 cultura	 e	desenvolvimento:	 a	 cultura	 tem	presença	 e	
importância	 em	 todas	 as	 dimensões	 sociais,	 ou	 seja,	 há	 sempre	 e	
necessariamente	 uma	 dimensão	 cultural	 na	 educação,	 na	 saúde,	 no	
trabalho	etc.	etc.	Todo	esse	debate	sobre	a	cultura	e	o	desenvolvimento	
pressupõe	 ainda:	 a	 perspectiva	 do	 crescimento	 autossustentado,	 ou	
seja,	crescimento	que	busca	integrar	passado,	presente	e	visão	de	futuro;	
a	busca	da	harmonia	entre	a	lógica	do	simbólico	e	a	razão	do	mercado	
de	 forma	a	 resgatar	o	 sentido	da	dádiva,	ou	 seja,	o	 reconhecimento	
da	vida	social	como	um	constante	dar	e	receber;	o	desenvolvimento	
do	 respeito	para	 com	o	patrimônio	natural	 e	 o	patrimônio	 cultural,	
tanto	material	quanto	imaterial;	a	redução	das	desigualdades	 locais,	
regionais	e	mundiais;	a	constituição	desta	integração	a	partir	de	um	
modelo	democrático	de	decisões	(BARROS,	2007,	p.	10).
A	cultura	é	e	faz	parte	da	construção	do	conhecimento,	seja	ele	através	da	
leitura	ou	da	escrita.	Córdula	e	Nascimento,	(2018,	p.	3)	dizem	que	“a	cultura	se	
processa	nas	sociedades,	representando	cada	etnia,	hábito/costumes,	crenças	e	a	
infinidade	de	características	próprias	e	que	diferenciam	umas	das	outras	(Figura	
8).	E	está	intimamente	relacionada	aos	aspectos	sociais	e	ambientais	nos	quais	as	
sociedades	estão	imersas.
FIGURA 8 – ESTRUTURAÇÃO DA CULTURA EM UMA SOCIEDADE
FONTE: Córdula e Nascimento (2018, p. 4)
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
88
A	cultura	fará	parte	direta	da	sociedade	e	da	construção	social	do	indiví-
duo	e	tudo	que	estiver	em	contato	sofrerá	essas	transformações.	Córdula	(2012,p.	23)	diz:
o	desafio	da	nova	sociedade	está	em	conseguir	inserir	os	conhecimen-
tos	para	que	a	sociedade	possa	voltar	a	respeitar	o	meio	ambiente	e	
utilizar	seus	recursos	de	forma	sustentável.	Assim,	sociedade	e	natu-
reza	 podem	novamente	 interagir	 de	 forma	 salutar,	 proporcionando	
equilíbrio.
Em	meio	ao	turbilhão	de	transformações	culturais	e	sociais	foram	surgindo	
novas	linguagens,	novas	formas	de	interações	e	segundo	Kenski	(2007,	p.	31):
Como	 tecnologia	 auxiliar	 ao	 pensamento,	 a	 escrita	 possibilita	 ao	
homem	a	exposição	de	suas	ideias,	deixando-o	mais	livre	para	ampliar	
a	 sua	 capacidade	 de	 reflexão	 e	 apreensão	 da	 realidade”.	 Por	 meio	
das	 diversas	 formas	 de	 interconexões	 com	 as	 informações,	 formou-
se	 obviamente	 a	 figura	do	 leitor,	 trazendo	 consigo	 idiossincrasias	 e	
especificidades	em	relação	à	construção	de	seu	processo	de	leitura	e	
interação	com	o	meio.
Com	o	advento	da	Tecnologia	da	Informação	e	da	Comunicação	(TICs)	as	
formas	de	interações	e	de	busca	com	o	conhecimento	mudaram,	levando	a	uma	
transformação	na	 cultura	 e	no	olhar	do	 indivíduo	para	 a	 informação	 e	para	 a	
instituição	escolar.	
A	cultura	que	antes	era	passada	e	cultuada	apenas	nas	 rodas	e	através	
das	relações	em	tempo	e	espaços	reais	do	tempo,	agora	ganham	proporções	que	
não	temos	como	mensurar,	as	tecnologias	fazem	surgir	na	e	para	a	sociedade	e	
consequentemente	para	a	educação	a	cultura	digital.
Podemos dizer que o termo “cultura digital” se refere às adaptações 
necessárias para acompanhar os avanços tecnológicos advindos da transformação 
digital, implicando o uso de ferramentas digitais em atividades cotidianas e a reflexão 
sobre isso. No contexto educacional, isso significa integrar esse tipo de recurso às 
práticas pedagógicas. Isto é, em vez de usá-los apenas de maneira pontual — como em 
apresentações de slides ou exibição de vídeos durante as aulas —, as escolas os incluem 
extensivamente no dia a dia, tornando-os parte do processo de ensino-aprendizagem. 
Em outras palavras, os colégios devem promover o uso dessas ferramentas, estimular a 
reflexão sobre elas, ensinar os alunos a utilizá-las em contextos distintos, mostrar como 
elas são criadas e de que maneira impactam a sociedade.
FONTE: <https://blog.elevaplataforma.com.br/cultura-digital/>. Acesso em: 6 out. 2021.
IMPORTANT
E
https://blog.elevaplataforma.com.brtransformacao-digital-na-escola/
https://blog.elevaplataforma.com.brtransformacao-digital-na-escola/
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
89
A	cultura	digital	 cria	uma	 linguagem:	a	 linguagem	digital	que	 como	o	
(PUGLIESE,	 2010,	 p.	 10),	 “a	 linguagem	 digital	 impõe	 mudanças	 radicais	 nas	
formas	de	 acesso	 à	 informação,	 criando	 consequentemente	novos	 e	dinâmicos	
processos	de	produção	e	difusão	de	conhecimentos.	Cria	dessa	forma,	uma	nova	
cultura,	a	partir	de	sua	estrutura	de	codificação	distinta	e	particular.”
Levy	(1993,	p.	121),	nos	aponta	que:
 
um	modelo	digital	não	é	lido	ou	interpretado	como	um	texto	clássico,	
ele	 geralmente	 é	 explorado	 de	 forma	 interativa.	 Contrariamente	
à	 maioria	 das	 descrições	 funcionais	 sobre	 papel	 ou	 aos	 modelos	
reduzidos	analógicos,	o	modelo	informático	é	essencialmente	plástico,	
dinâmico,	dotado	de	uma	certa	autonomia	de	ação	e	reação.
Então,	McLuhan	 (1974,	 p.	 110)	 afirma	 que	 “a	 falta	 de	 homogeneidade	
na	 velocidade	 do	 movimento	 informacional	 cria	 diversidades	 estruturais	 na	
organização”	e	Pugliese	(2010,	p.	5)	complementa:
Pode-se	 prever	 facilmente	 que	 qualquer	 novo	 meio	 de	 informação	
altera	qualquer	estrutura.	Se	o	novo	meio	é	acessível	a	todos	os	pontos	
da	estrutura	ao	mesmo	tempo,	há	a	possibilidade	de	ela	mudar	sem	
romper-	 se.	 Assim,	 a	 imagem	 e	 o	 som	 podem	 tornar-se	 os	 pontos	
de	 apoio	 de	 novas	 tecnologias	 intelectuais.	 Uma	 vez	 digitalizadas,	
imagens	podem	ser	decompostas,	recompostas,	indexada,	ordenadas,	
comentadas,	associadas	no	interior	de	hiperdocumentos	multimídia.
O	indivíduo	que	está	imerso	nessa	cultura	digital	é	um	leitor,	e	para	Bol-
ter,	citado	por	Marcuschi	e	Xavier	(2005,	p.	176),	“a	 imersão	irrestrita	do	leitor	
numa	atmosfera	multimidiática	o	faz	vivenciar	uma	experiência	de	leitura	sines-
tésica,	o	que	concorre	para	uma	atividade	de	leitura	multissensorial”.
Podemos	 dizer	 que	 a	 cultura	 digital	 é	 toda	mudança	 ocasionada	 pela	
tecnologia	e	pela	internet,	que,	em	poucos	anos,	transformou	o	mundo	e	a	maneira	
como	interagimos	nele	na	sociedade,	que	permanece	em	constante	crescimento	e	
transformação,	a	cultura	digital	emerge	com	práticas	sociais	que	buscam	sempre	
inovar	e	que	reconfiguram	a	maioria	dos	aspectos	de	nossas	vidas.	Atualmente,	
estão	diretamente	 por	meios	 eletrônicos,	 que	 nos	dão	 infinitas	 oportunidades,	
desafios	 e	 benefícios	 que	 vão	 da	 educação	 até	 as	 relações	 políticas.	A	 cultura	
digital	jamais	teria	surgido	sem	as	tecnologias	da	informação	e	da	comunicação	
(TICs).
Borges	(2019,	p.	2),	pontua	os	aspectos	inerentes	à	cultura	Digital:
World Wide Web
A	World	Wide	Web	(WWW)	é	a	maneira	sistemática	pela	qual	dife-
rentes	 tipos	de	documentos,	 imagens	 e	 hipertextos	 são	distribuídos	
por	meio	do	uso,	ou	não,	da	internet.	É	um	serviço	que	depende	de	
hiperlinks	e	páginas	para	navegar	entre	eles,	que	podem	ser:
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
90
•	 páginas	web;
•	 navegadores;
•	 links	e	URLs;
• HTML.
Mas	como	assim,	“por	meio	do	uso,	ou	não,	da	internet”?
A	WWW	é	responsável	pela	navegação	entre	páginas,	mas	 isso	não	
acontece	necessariamente	com	o	uso	da	internet.	Elas	podem	estar	em	
um	pendrive	e	serem	vistas	em	um	navegador	sem	a	necessidade	de	
uma	conexão,	ou	seja,	as	informações	são	armazenadas	em	um	meio	
local.
Internet
A	internet	é	a	infraestrutura	pela	qual	os	dados	trafegam	pelo	mundo	
—	 é	 o	 que	 interconecta	 computadores	 em	 uma	 única	 rede	 global.	
Apresenta	 vários	 elementos,	 como	 conexões,	 roteadores,	 sinais	 de	
rádio,	Wi-Fi,	satélites,	entre	outros.
Vale	esclarecer	que	a	World Wide Web não é o mesmo que a internet.	
Vamos	 dar	 um	 exemplo	 metafórico:	 se	 o	 serviço	 de	 água	 em	 uma	
cidade	fosse	a	tecnologia	em	geral,	a	internet	seriam	os	canos	e	a	web	
seria	a	água	que	passaria	por	eles.
A	internet	é	utilizada	por	vários	serviços,	como	WhatsApp,	Messenger,	
jogos	on-line,	mecanismos	de	busca,	Facebook,	Web,	entre	outros.
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
As	TICs	são	todas	as	ferramentas,	conhecimentos	e	práticas	que	fazem	
a	informação	fluir	de	qualquer	lugar	do	mundo.	Elas	foram	criadas	a	
partir	da	ascensão	da	internet	e	permitiram	criar	uma	sociedade	muito	
mais	informada.
•	 quadros	e	mesas	interativas;
•	 tablets;
•	 computadores;
•	 comércio	eletrônico;
•	 correio	eletrônico;
• busca	on-line.
As	 TICs	 são	 instrumentos	 para	 o	 processamento	 de	 informações,	
gestões	administrativas,	marketing	e	publicidade	de	novos	produtos	e	
serviços,	operando	em	alta	velocidade	e	atravessando	fronteiras.
Redes sociais
As	 redes	 sociais,	 como	 o	 nome	 indica,	 são	 estruturas	 sociais	 que	
facilitam	 a	 interação	 e	 a	 troca	 de	 informações	 entre	 indivíduos	 por	
meio	do	uso	da	internet.	Hoje	existem	inúmeros	tipos	de	redes	sociais	
que	facilitam	o	processo	de	globalização	social.
Entre	os	mais	importantes	estão:
• Facebook;
• Instagram;
•	 Snapchat;
•	 Twitter;
• YouTube;
• Tumblr;
• Pinterest.
Segundo	Lins	(2017,	p.	37):
A	 cultura	 digital	 e	 essa	 nova	 forma	 de	 perceber	 o	 mundo	 nos	
mostram	 como	 os	 pensadores	 como	 Lévy	 (1993),	 Castells	 (1999),	
Flusser	 (2008)	 e	 Bauman	 (2008,	 2011,	 2014a,	 2014b),	 entre	 outros,	
discutiram	 largamente	 os	 impactos	 das	mídias	 e	 novas	 tecnologias	
https://rockcontent.com/br/blog/url/
https://rockcontent.com/br/blog/html/
https://rockcontent.com/br/blog/site-de-busca/
https://rockcontent.com/br/blog/futuro-da-busca-online/
https://rockcontent.com/br/blog/o-que-e-marketing/
https://rockcontent.com/br/blog/tudo-sobre-redes-sociais/https://rockcontent.com/br/blog/marketing-no-facebook/
https://rockcontent.com/br/blog/marketing-no-instagram/
https://rockcontent.com/br/blog/gerenciar-canal-do-youtube/
https://rockcontent.com/br/blog/marketing-no-tumblr/
https://rockcontent.com/br/blog/pinterest/
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
91
nas	subjetividades	contemporâneas,	na	relação	com	as	formas	de	(re)
organização	 coletiva,	 evidenciando	 grandes	mudanças	 no	 cotidiano	
e	 possíveis	 análises	 delas.	 Pelbart	 (2000)	 nos	 possibilita	 resumir	 o	
quadro:	a	emergência	das	tecnologias	digitais	instaura	a	constituição	
de	“novas	formas	de	vida”,	onde	se	consome	cada	vez	mais	formas	de	
ver,	sentir,	perceber	e	refletir.
Ainda,	 Lins	 (2017,	 p.	 27)	 faz	 uma	 reflexão	 sobre	 essa	 evolução	 toda	 e	
aponta:
Certamente,	 tais	 possibilidades	 midiático-tecnológicas	 podem	 abrir	
uma	seara	para	novas	e	mais	autônomas	experiências	de	vida	(também	
das	crianças,	jovens	e	dos	docentes),	como	também	funcionar	como	dis-
positivos	de	poder	e	regimes	de	visibilidade	(relacionados	à	reprodução	
tão	discutida	pelos	estudos	na	área	da	Comunicação),	sob	a	égide	de	
uma	suposta	inclusão	e	acessibilidade	(agora	também	digitais)	que	tan-
to	são	clamadas	e	alardeadas.	Os	usos	da	mídia/tecnologia	são	tornados,	
portanto,	incontestáveis.	Isto	posto,	além	do	impacto	das	imagens/telas	
(seus	novos	usos	e	roupagens),	a	influência	e	o	tratamento	publicitários	
(particularmente	sobre	como	podemos	ser	afetados	por	elas	e	agir	sobre	
as	mesmas),	faz-se	importante	refletir	também	as	mudanças	ocorridas	
no	campo	da	leitura,	suas	(novas?)	influências,	também	como	campo	se-
miótico	e	cultural	(de	produção	coletiva	e	subjetiva),	especificamente	no	
que	se	refere	aos	suportes,	em	função	do	desenvolvimento	tecnológico	
que	foi	alcançado	para	uma	maior	liberdade	e	comodidade	do	leitor.	A	
referência	aqui	se	vale	do	que	é	gerado	a	partir	das	sofisticações	tecno-
lógicas	(dadas	as	demandas	subjetivas,	concretas	e	sócio	historicamente	
situadas),	em	que	a	novidade	sempre	esteve	atrelada	a	preocupações	
histórico-culturais	e	a	muitos	preconceitos	ou	 receios	explícitos	 sobre	
essas	novas	tecnologias	e	mídias.
A	 subjetividade	 da	 imersão	 que	 estamos	 inseridos	 e	 as	 constantes	
transformações	 sociais	 que	 estão	 correndo	 constantemente,	 estão	 mudando	 e	
construindo	 novas	 formas	 de	 pensar	 da	 comunicação	 e	 consequentemente	 de	
produzir	materiais.	
Entender	o	processo	de	 comunicação	 e	 seus	fluxos	 é	o	primeiro	passo,	
mas	não	o	único,	afinal,	no	mundo	moderno	em	que	o	movimento,	som	e	jogo	
de	conexões	ganham	espaços	o	estático	acaba	tendo	que	se	reinventar	para	poder	
comunicar	e	encantar	para	motivar	o	seu	acesso.
3 O RELACIONAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES COM 
SEUS PÚBLICOS NO AMBIENTE DIGITAL 
Quando	falamos	em	relacionamento	entre	públicos	estamos	mencionando	
comunicação	e	consequentemente	o	Marketing	de	Relacionamento	que,	segundo	
Rodrigues	(2020,	p.	1),	“é	o	conjunto	de	estratégias	de	construção	e	disseminação	de	
marca,	prospecção,	fidelização	e	criação	de	autoridade	no	mercado”.	
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
92
As	 tecnologias	 digitais,	 os	 avanços	 da	 internet,	 as	 transformações	 nas	
relações,	a	evolução	da	cultura	e	a	imersão	das	tecnologias	digitais	da	informação	
e	da	comunicação	(TDICs)	diretamente	conectadas	as	mídias	sociais,	mudaram	
a	dinâmica	que	envolve	o	 relacionamento	entre	pessoas	devido	ao	 seu	caráter	
colaborativo,	 cooperativo	 e	 interativo.	 Essas	 mudanças	 se	 estendem	 desde	 o	
como	um	conteúdo	é	apresentado	num	livro	até	o	relacionamento	on-line	entre	
instituições	e	usuários,	trazendo	novas	perspectivas	de	atuação	para	o	marketing,	
consequentemente	um	novo	olhar	para	a	comunicação	e	seu	processo.	
Brito	(2013,	p.	15)	pontua	que:
o	surgimento	e	consolidação	da	Internet	são	acontecimentos	imprescin-
díveis	para	o	entendimento	da	comunicação	do	cenário	atual.	Alicerça-
da	no	avanço	tecnológico,	a	mídia	permite	um	fluxo	e	armazenamento	
de	 informações	mais	abrangente,	 se	 comparada	aos	outros	meios	de	
comunicação,	além	de	possibilitar	acesso	instantâneo	de	informações	
e	 disponibilizar	 uma	 enorme	 variedade	 de	 conteúdos	 em	 seus	mais	
diversos	formatos.	Tornando-se	a	principal	responsável	por	fomentar	
requisitos	favoráveis	para	o	incremento	de	um	mundo	digital.
Hoje	 o	maior	difusor	de	 conteúdos	 com	 certeza	 é	 a	 Internet.	 Ela	 é	 um	
grande	 canal	 gerador	 de	 informações,	 conteúdos	 e	 a	 forma	 mais	 rápida	 de	
um	usuário	 testar	 e	 buscar	 algo,	 tornando	 o	 seu	 internauta	 o	maior	 criador	 e	
propagador	de	material,	o	que	resulta	em	um	ambiente	on-line	mais	diversificado	
e	 descentralizado.	 Além	 disso,	 essa	 mídia	 digital	 tem	 a	 interação	 como	
elemento	determinante	para	a	caracterização	da	sua	dinâmica,	proporcionando	
interatividade	entre	seus	usuários	em	grande	velocidade	e	sem	limites	geográficos.
Brito	(2013,	p.	30)	contribui:
O	impacto	causado	pela	Internet	na	sociedade	provém	dos	benefícios	
trazidos	pelas	novas	tecnologias	de	comunicação	nas	quais	se	alicerça.	
Elas	 são	 responsáveis,	 segundo	 Wolton	 (2007)	 por	 acrescentarem	
autonomia,	domínio	e	velocidade	à	sua	constituição.	Assim,	por	não	
necessitar	de	intermediários,	não	possuir	filtro	e	possibilitar	alcançar	
resultados	imediatos,	se	tem	uma	maior	liberdade	de	atuação	dos	seus	
usuários.	 Portanto,	 na	 rede,	 os	 seus	 usuários	 se	 tornam	 também	os	
arquitetos	dos	conteúdos,	alternando	nos	papéis	de	emissor	e	receptor	
na	transmissão	da	mensagem.
Ao	 buscar	 transmitir	 algo	 estamos	 imersos	 ao	marketing	 pessoal	 e	 no	
olhar	para	as	relações	e,	segundo	Kotler	(2006,	p.	7),	“marketing	é	um	processo	
social	do	quais	pessoas	e	grupos	obtêm	aquilo	de	que	necessitam	e	o	que	dese-
jam,	com	a	criação,	oferta	e	livre	negociação	de	produtos	e	serviços	de	valor	com	
outros”.	Marketing	não	tem	o	objetivo:	
exclusivo	de	vender	algo,	mas	estabelecer	uma	relação	de	troca	com	
o	 consumidor,	 por	 isso	 a	 intenção	 de	 se	 utilizar	 o	 marketing	 em	
instituições	de	ensino	é	despertar	e	estimular	o	desejo	e	a	necessidade	
nos	indivíduos	de	planejar	em	seu	futuro	(COLOMBO	2005,	p.	34).
TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE
93
Vamos	 entender	 que	 aqui	 o	 consumidor	 não	 necessariamente	 é	 aquele	
que	está	comprando,	mas	o	que	está	consumindo	algo	que	foi	em	busca,	como	
um	livro,	um	filme.
Para	Braido	(2005,	p.	3):	
Marketing	é	uma	orientação	organizativa	da	gestão,	que,	através	do	
conhecimento	 científico	 do	 mercado	 e	 das	 necessidades,	 desejos	 e	
valores	do	cliente,	permite	à	empresa	dar	satisfação	ao	seu	cliente,	e	
receber,	 em	 retorno,	do	 seu	mercado,	 a	possibilidade	de	 realizar	 os	
seus	objetivos,	definidos	a	partir	do	próprio	mercado.
A	construção	de	material	para	o	consumo	precisa:
entender	que	os	consumidores	procuram	bens	e	serviços	com	os	quais	
mantém	uma	relação,	isso	perpassa	os	valores	culturais,	as	expectativas	
individuais	sobre	determinados	produtos,	deixando	transparecer	seu	
estilo,	sua	resistência,	seus	costumes	e	hábitos	no	momento	da	compra	
(GODOY;	NARDI,	2006,	p.	56).
Muitas	vezes,	ou	na	grande	maioria,	estamos	envoltos	aos	ciberespaços,	
locais	ou	espaço	de	operações	tecnológicas,	de	informação	e	inteligência,	são	re-
des	sociais,	por	exemplo,	que	segundo	Torres	(2009,	p.113):
Faz-se	 necessário	 reconhecer	 que	 as	 redes	 sociais,	 muitas	 vezes	
chamadas	de	sites	de	relacionamento,	contribuem	para	a	composição	
das	 mídias	 sociais.	 As	 redes	 sociais	 são,	 acima	 de	 tudo,	 recursos	
que	permitem	a	interação	e	a	troca	de	informações	entre	as	pessoas,	
formando	 redes	 de	 pessoas	 e,	 ao	 produzirem	 conteúdo	 que	 é	
consumido	 e	 compartilhado	 na	 Internet,	 elas	 se	 tornam	 parte	 das	
mídias	 sociais,	que	 são	vistas	 como	“o	conjunto	de	 todos	os	 tipos	e	
formas	de	mídias	colaborativas.
Ao	elaborar	a	comunicação	com	o	nosso	cliente/usuário	é	imprescindível	
que	 essa	 relação	 sejapautada	 de	 um	 planejamento,	 linguagem	 e	 organização	
estratégica	para	que	o	fluxo	do	ato	de	comunicar-se	seja	eficaz	e	produza	efeitos	
esperados.	Os	materiais	que	produzimos	para	essa	nova	era	precisa	estar	alinhada	
sempre	 com	esse	novo	pensar	 e	 agir	da	 sociedade,	Cipriani	 (2011,	p.	 110)	nos	
pontua:
Ter	foco	é	imprescindível.	Assim,	se	faz	necessário	abordar	as	mídias	
sociais	de	forma	estratégica,	em	que	é	preciso	identificar	e	delinear	os	
objetivos	de	forma	bem	definida	e	que	se	ajustem	às	possibilidades	da	
instituição.	É	com	um	objetivo	definido	que	se	apresenta	o	primeiro	
elemento	para	uma	atuação	consciente	e	estratégica	dentro	das	mídias	
sociais,	 de	 modo	 a	 se	 aproximar	 do	 intento	 de,	 posteriormente,	
perceber	o	valor	e	o	resultado	alcançado	a	partir	do	relacionamento	
construído	 pelas	 mídias	 sociais.	 Com	 um	 objetivo	 definido,	 uma	
organização	deve	preocupar-se	em	como	e	quanto	este	é	mensurável,	
devendo	 se	 fazer	 possível	 medir	 o	 sucesso	 ou	 fracasso	 dele	 com	
métricas	que	provenham	das	próprias	mídias	sociais.
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
94
Quando	 pensar	 em	 produção	 de	 material	 para	 algo	 ou	 algum	 lugar	
devemos	sim,	estabelecer	algumas	conexões,	principalmente	alinhar	com	o	que	
o	nosso	público	busca	e	como	iremos	nos	relacionar.	Ser	consumidor	e	trabalhar	
para/e	 entender	que	 consumir	 conteúdo	 é	 buscar	 algo	 com	qualidade	 e	numa	
sociedade	voraz	e	líquida	precisa	ser	conciso,	objetivo	e	acima	de	tudo	que	prenda	
a	atenção.
95
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 A	 educação	 e	 a	 comunicação	 como	 áreas	 do	 conhecimento	 fluem	 e	 se	
atualizam	de	acordo	com	as	oportunidades	oferecidas	pelas	mais	diferenciadas	
inovações	tecnológicas.	As	crises,	portanto,	estão	distantes	dos	conhecimentos	
educacionais	 ou	 comunicacionais.	Não	 é	 a	 educação	 ou	 a	 comunicação	 que	
estão	 em	 crise.	 Ao	 contrário,	 ambas	 vivem	 um	 momento	 de	 efervescência	
singular.	Os	elementos	da	comunicação	são:	
○ Emissor ou locutor:	quem	elabora	a	mensagem,	quem	diz.
○ Receptor ou interlocutor:	a	quem	a	mensagem	é	dirigida,	por	quem	ela	é	
captada.
○ Mensagem:	 texto	 verbal	 ou	 não	 verbal	 propriamente	 dito,	 é	 a	 estrutura	
textual.
○ Referente ou contexto:	o	assunto	que	perpassa	o	ato	comunicativo.
○ Canal ou veículo:	o	meio	pelo	qual	a	mensagem	é	difundida,	divulgada,	o	
seu	veículo	condutor.
○ Código:	 a	 forma	 como	a	mensagem	organiza-se,	 é	um	 conjunto	de	 sinais	
organizados	de	maneira	que	tanto	o	locutor	quanto	o	interlocutor	conheçam	
e	tenham	acesso.
•	 Comunicar-se	bem	não	significa	apenas	expressar	ideias,	mas	é	garantir	que	a	
pessoa	que	está	com	você	entenda	aquilo	que	deseja	dizer.	É	trocar	sentimentos,	
transformando	 a	 realidade	 que	 está	 inserida,	 é	 compartilhar	 conhecimentos	
a	 partir	 de	 uma	 mensagem	 que	 pode	 ser	 escrita,	 verbal	 ou	 simplesmente	
corporal.	No	processo	de	comunicação,	faz-se	necessário	o	envolvimento	dos	
indivíduos	podendo	ser	em	ambientes	formais	e	informais.
•	 O	processo	de	comunicação	precisa	ter	uma	o	conjunto	organizado	de	sinais	
que	cada	pessoa	utiliza	para	se	comunicar	(linguagem),	código	verbal	que	
um	 grupo	 de	 indivíduos	 compartilham	 (língua)	 e	 utilização	 pessoal	 da	
língua	(fala).
•	 A	linguagem	pode	ser	verbal,	não	verbal	e	mista:
○ Verbal:	é	composta	plenamente	por	palavras,	podendo	ser	oral	ou	escrita.
○ Não verbal:	utiliza	outros	meios	 comunicativos,	 como	gestos,	 sons,	 cores,	
imagens,	expressões	faciais	e	corporais,	símbolos,	dentre	outros;
○ Mista:	é	composta	por	linguagem	verbal	e	não-verbal,	como	as	histórias	em	
quadrinhos,	 cinema,	 teatro	e	 revistas.	Ainda	na	 linguagem	mista,	pode-se	
encontrar	redes	sociais	como	Instagram,	Facebook	e	Twitter,	que	possibilita	
a	publicação	de	texto	e	imagem.
•	 A	linguagem	é	interpretada	como	uma	forma	de	expressão	do	mundo	e	dos	
seus	pensamentos.
96
•	 A	Classificação	das	Funções	da	Linguagem:
○	 Função	emotiva	(expressiva).
○	 Função	denotativa	(referencial	ou	informativa).
○	 Função	conativa	(apelativa).
○	 Função	metalinguística.
○	 Função	poética.
○	 Função	fática.
•	 Todo	o	processo	de	 comunicação	necessita	 estar	 alinhado	para	que	a	 inte-
ração	mediada	pelas	TDICs	 tenha,	como	objetivo,	a	 realização	de	ciclos	de	
ações,	facilitando	o	processo	de	construção	de	conhecimento	ou	a	espiral	de	
aprendizagem.
•	 A	ação	educacional	consiste	justamente	em	auxiliar	o	aprendiz,	de	modo	que	
a	construção	de	conhecimento	possa	acontecer.	Isso	implica	criar	ambientes	de	
aprendizagem	em	que	haja	tanto	aspectos	da	transmissão	de	informação	quanto	
de	construção,	no	 sentido	da	 significação	ou	da	apropriação	de	 informação.	
Portanto,	a	questão	fundamental	no	processo	educacional	é	saber	como	prover	
a	informação,	de	modo	que	ela	possa	ser	interpretada	pelo	aprendiz	que	passa	
a	entender	quais	ações	ele	deve	realizar	para	que	a	informação	seja	convertida	
em	conhecimento,	ou	seja,	como	criar	situações	de	aprendizagem	para	estimular	
a	compreensão	e	a	construção	de	conhecimento.	Uma	das	soluções	tem	sido	o	
uso	das	TDICs,	porém,	se	tais	tecnologias	não	forem	compreendidas	com	um	
foco	educacional,	não	será,	simplesmente,	o	seu	uso	que	irá	auxiliar	o	aprendiz	
na	construção	do	conhecimento.
•	 O	uso	das	Tecnologias	de	Comunicação	Digital	(TCD)	provocaram	mudanças	
profundas	na	sociedade,	encurtando	distâncias	e	mudando	a	noção	de	espaço	
e	 tempo,	 a	 profunda	 necessidade	 que	 nós	 seres	 humanos	 temos	 em	 nos	
comunicar,	 expressar	opiniões,	 ideias	 e	 interagir	 é	antiga	e,	 inevitavelmente	
estão	evidenciadas	neste	desenvolvimento,	ao	ponto	de	atingirmos	um	poder	
nunca	visto	de	comunicação,	interação	e	troca	de	informações.
•	 Traz	uma	definição	breve	e	útil	aponta	que	“a	cultura	é	a	parte	do	ambiente	
que	é	feita	pelo	homem”.	A	autora	assevera	ainda	que	a	cultura	“comporta-
se	sempre	como	um	organismo	vivo,	 inteligente,	com	poderes	de	adaptação	
imprevisíveis	e	surpreendentes”.	
•	 Cultura	 é	 o	 conjunto	 acumulado	 de	 símbolos,	 ideias	 e	 produtos	 materiais	
associados	a	um	sistema	social,	seja	ele	uma	sociedade	inteira	ou	uma	família.	
Juntamente	 com	 estrutura	 social,	 população	 e	 ecologia,	 constitui	 um	 dos	
principais	elementos	de	todos	os	sistemas	sociais	e	é	conceito	fundamental	na	
definição	da	perspectiva	sociológica.
•	 A	linguagem	digital	impõe	mudanças	radicais	nas	formas	de	acesso	à	informa-
ção,	criando	consequentemente	dinâmicos	processos	de	produção	e	difusão	de	
conhecimentos.	Cria	dessa	forma,	uma	nova	cultura,	a	partir	de	sua	estrutura	
de	codificação	distinta	e	particular.
97
1	 Entende-se	que	a	 linguagem	é	vista	como	meio	de	 interação	social	entre	
os	indivíduos	de	uma	comunidade	ou	de	um	mesmo	grupo.	Com	base	no	
exposto,	disserte	sobre	as	relações	estabelecidas	entre	os	interlocutores	da	
mensagem.
2	 Na	 elaboração	 de	 um	 material,	 quais	 os	 elementos	 devemos	 levar	 em	
consideração?
3	 Leia	o	poema	de	Fernando	Pessoa.	
Mar	português
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal! 
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar! 
Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu.
FONTE: <http://www.grijalvo.com/Citas/b_Pessoa_Mar_portugues.htm>. Acesso em: 2 out. 2021
Com	base	na	leitura	do	poema,	identifique	os	elementos	do	fluxo	do	processo	
de	comunicação:
a)	Emissor:
b)	Receptor:
c)	Mensagem:
d)	Código:
e)	Canal:
f)	Contexto:
4	 Uma	pessoa	é	convidada	a	dar	uma	palestra	em	Espanhol.	A	pessoa	não	
aceita	o	convite,	pois	não	sabia	falar	com	fluência	a	língua	Espanhola.	Com	
base	no	porquê	essa	palestra	seria	um	fracasso	se	a	pessoa	tivesse	aceitado,	
assinale	a	alternativa	CORRETA:	
AUTOATIVIDADE
http://www.grijalvo.com/Citas/b_Pessoa_Mar_portugues.htm98
a)	(			)	 Não	dominava	os	signos.
b)	(			)	 Não	dominava	o	código.
c)	(			)	 Não	conhecia	o	referente.	
d)	(			)	 Não	conhecia	o	receptor.
5	 Leia	com	atenção	a	frase:
“Comunicação	 só	 poderá	 existir	 quando	 duas	 ou	 mais	 pessoas	 estiverem	
interagindo	em	torno	de	uma	mensagem,	seja	ela	escrita	ou	oral	por	canais,	
como	 rádio,	 telefone,	 carta	 etc.	 Para	 que	 haja	 comunicação,	 é	 necessária	 a	
interação	de	vários	elementos”	(Professor	Jean	Rodrigues,	2018).
Sobre	 os	 elementos	 da	 comunicação,	 assinale	 a	 alternativa	 CORRETA	 que	
corresponde	ao	veículo	que	permite	a	transmissão	da	mensagem:
a)	(			)	 Emissor.
b)	(			)	 Receptor.
c)	(			)	 Ruído.
d)	(			)	 Canal.
e)	(			)	 Mensagem.
99
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro	 acadêmico,	 até	 o	 presente	 momento,	 trabalhamos	 sobre	 mídia,	
cultura	e	a	subjetividade	da	comunicação	e	suas	formas	de	ocorrer	na	atualidade.	
Agora,	 chegou	 o	 momento	 de	 buscar	 entender	 as	 questões	 da	 construção	 e	
organização	dos	materiais.	
Com	as	transformações	culturais	e	sociais	percebemos	que	está	cada	vez	
mais	desafiador	prender	a	atenção	do	consumidor	ou	dos	nossos	usuários,	seja	
nas	aulas,	nas	redes	ou	em	materiais	que	produzimos	para	despertar	o	interesse	
pelos	estudos.	
Acadêmico,	neste	tópico,	abordaremos	sobre	as	tecnologias	e	a	mediação	
escolar,	pois	para	trabalhar	com	as	inovações	é	preciso	estar	interligado,	sabendo	
como	integrar	a	utilização,	no	Tópico	3	trabalharemos	com	as	ferramentas	visuais	
para	a	construção	de	materiais	e	no	Tópico	4	aprofundaremos	sobre	o	designer	
educacional	na	elaboração	de	materiais	didáticos.
Bons	estudos!
TÓPICO 2 — 
CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, 
PROFISSIONAL E CULTURAL
2 TECNOLOGIAS E MEDIAÇÃO ESCOLAR 
As	 mudanças	 trazidas	 pelas	 TDICs	 mostram	 que	 mais	 que	 além	 das	
relações	 precisaram	 se	 reinventar	 como	 a	 forma	 de	 organizar	 um	 simples	
exercício	para	o	professor.	Com	a	evolução	das	relações	e	a	forma	de	interagir,	
as	 linguagens	 também	precisaram	sofrer	alterações	e	 trouxeram	em	seu	 rastro	
modificações	 em	 seus	 suportes.	 Desde	 a	 oralidade,	 até	 chegarmos	 ao	 tempo	
das	linguagens	digitais,	muitas	alterações	foram	observadas	nas	relações	que	o	
sujeito	estabelece	com	os	textos.	A	leitura,	que	encontrou	nas	palavras	a	sua	mais	
fiel	 referência,	 volta	 hoje	 à	 época	dos	primeiros	 registros	 feitos	pelos	homens,	
na	medida	em	que	se	realiza	por	meio	de	diversos	outros	dispositivos,	tendo	as	
imagens	como	o	seu	melhor	exemplo.	O	mundo	é	essencialmente	 imagético,	e	
saber	compreender	os	meandros	de	sua	linguagem	pode	significar	interpretá-lo	
melhor,	mais	eficazmente	(PUGLIESE,	2010).
Segundo	Pischetola	e	Rosa	(2019,	p.	3):
100
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
As	 mudanças	 aportadas	 pelas	 Tecnologias	 da	 Informação	 e	 da	
Comunicação	(TICs)	na	sociedade	contemporânea	estabelecem	novas	
formas	de	lidar	com	o	conhecimento	e	suas	produções,	assim	como	as	
relações	sociais	ensejadas.	As	especificidades	das	TICs	decorrem	dessas	
ferramentas	criarem	possibilidades	de	socialização	do	conhecimento	
de	maneira	colaborativa,	interativa	e	horizontal.
De	acordo	com	Lévy	(1999	apud	PISCHETOLA;	ROSA,	2019,	p.	5):
Na	 contemporaneidade	 existe	 uma	 fusão	 do	 social	 e	 do	 cultural	
com	o	tecnológico	e	produzem-se	novas	formas	de	sociabilidade	e	
arranjos	 associativos	na	 construção	 e	produção	de	 conhecimento,	
constituindo	a	chamada	“cibercultura”.	De	fato,	em	cada	época	da	
humanidade	 a	 separação	 entre	 tecnologia,	 cultura	 e	 sociedade	 é	
apenas	 conceitual,	 pois	 toda	 realidade	 social	 é	 técnica	 e	 cultural	
ao	 mesmo	 tempo:	 as	 técnicas	 desenvolvidas	 pelo	 homem	 são	
constituídas	historicamente	como	resultado	de	uma	cultura	e,	por	
sua	 vez,	 condicionam	 a	 evolução	 da	 sociedade.	A	 interconexão	 e	
o	 surgimento	 de	 comunidades	 virtuais,	 observados	 pelo	 autor	
como	 processos	 atuais	 de	 virtualização	 da	 comunicação	 e	 das	
relações	 sociais,	 alteram	 não	 apenas	 as	 trocas	 de	 informações,	
mas	 as	 próprias	 noções	 de	 informação,	 comunicação,	 interação,	
comunidade	e	relação	social.
Na	cibercultura,	aponta	Lévy	(1999),	os	sujeitos	sociais	estabelecem	uma	
nova	relação	com	o	conhecimento,	com	implicações	evidentes	para	a	educação	
e	 os	 caminhos	 da	 aprendizagem.	Nas	 últimas	 duas	 décadas,	 a	 perspectiva	 de	
interpretação	do	autor	tornou-se	cada	vez	mais	realista	e	atual.	As	TICs	abriram	
um	espaço	de	questionamento	da	educação,	colocando	em	xeque	a	organização	
do	sistema	educacional	e	o	próprio	papel	do	professor,	que	já	não	representa	a	
fonte	principal	de	conhecimento	e	se	 torna	um	mediador	em	sala	de	aula,	um	
incentivador	dos	processos	de	aprendizagem	em	rede	e	através	das	redes.
Ainda,	segundo	Levy	(1993,	p.	160):
É	 aqui	 que	 percebemos	 a	 mistura,	 então,	 do	 que	 é	 de	 alcance	
humano	 e	 do	 que	 é	 de	 alcance	 da	 tecnologia	 (tratadas	 aqui	 como	
cores	específicas),	que	passa	a	formar	novos	tons	e	composições	que	
já	não	podem	voltar	ao	“estado	original”.	No	mesmo	sentido,	como	
já	apontado,	“[...]	as	criações	de	novos	modos	de	representação	e	de	
manipulação	da	informação	marcam	etapas	importantes	na	aventura	
intelectual	humana.
2.1 MEDIAÇÃO ESCOLAR 
A	partir	do	momento	que	nascemos	já	estamos	iniciando	o	nosso	processo	
de	relação	com	o	mundo	e	nossas	aprendizagens	serão	orientadas	pelos	adultos,	
alguém	que	terá	a	função	de	nos	formar	e	guiar.
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL
101
No	campo	jurídico,	mediar	ou	mediação,	segundo	o	TJ-RS	(Tribunal	de	
Justiça	do	Estado	do	Rio	Grande	do	Sul)	(2021,	p.	1):	“a mediação	é	um	processo	
voluntário	que	oferece	àqueles	que	estão	vivenciando	uma	situação	de	conflito	
a	oportunidade	e	o	espaço	adequados	para	conseguir	buscar	uma	solução	que	
atenda	a	todos	os	envolvidos”.
Ao	 abordar	 o	 termo	 com	 foco	 na	 educação	 encontramos,	 segundo	 o	
Educa	Brasil	(2021,	p.	1),	“expressão	que	se	refere,	em	geral,	ao	relacionamento	
professor-aluno	 na	 busca	 da	 aprendizagem	 como	processo	 de	 construção	de	
conhecimento,	 a	 partir	 da	 reflexão	 crítica	 das	 experiências	 e	 do	 processo	 de	
trabalho”.
Mediação	no	que	tange	o	olhar	da	educação	está	relacionado	diretamente	
na	 relação	 entre	 o	 docente	 e	 o	 discente,	 como	 o	 processo	 é	 conduzido	 para	 a	
construção	do	saber.	Segundo	Gomes	(2002,	p.	72),	“baseia-se	na	modificabilidade,	
na	flexibilidade	da	estrutura	cognitiva,	e	tem	como	um	dos	aportes	conceituais	
centrais	o	pressuposto	de	que	o	 ser	humano	é	dotado	de	uma	mente	plástica,	
flexível,	aberta	a	mudanças”.
3 FERRAMENTAS VISUAIS PARA CONSTRUÇÃO 
DE MATERIAIS 
Ao	pensar	em	material,	aprendizagem,	conhecimento,	é	preciso	antes	de	
mais	nada	compreender	os	motivos	que	estão	nos	levando	a	produzir,	qual	nosso	
público,	nosso	objetivo	e	no	qual	queremos	chegar.
Cada	 rede,	 ferramenta	 ou	 recurso	 possui	 sua	 finalidade,	 então	 vamos	
dividir	em:	produções	textuais,	apresentações,	elementos	gráficos,	redes	socais	e	
ambientes	virtuais	de	aprendizagem.
3.1 FERRAMENTAS PARA CONSTRUÇÃO DE TEXTOS
Aqui,	teremos	uma	gama	de	ferramentas	e	softwares	para	trabalharmos	com	
textos,	desde	o	editor	de	texto	até	um	programa	para	editar	e	produzir	editoriais.
3.1.1 Editores de textos
São	programas/aplicativos	em	que	podemos	construir	textos	organizando	
e	editando	o	mesmo.
a)	ATOM:	é	um	editor	de	texto	de	código	aberto,	desenvolvido	pela	GitHub,	muito	
utilizado	por	várias	pessoas	ao	redor	do	mundo.	Além	haver	uma	versão	para	
download,	o	Atom	tem	uma	versão	em	HTML,	permitindo	editar	o	código	por	
meio	da	internet,	proporcionando	o	trabalho	on-line.	
102
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
FIGURA 9 – SITE DO ATOM
FONTE: <https://atom.io/>. Acesso em: 13 jul. 2021.
b)	Google	Docs	ou	Documentos	do	Google:	 inclusive	funciona	compartilhando	
com	mais	de	um	usuário,	esse	é	o	word	tradicional.
FIGURA10 – IMAGEM DO GOOGLE DOCS
FONTE: A autora
https://atom.io/
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL
103
3.1.2 Editores de Apresentação
Editores	 ou	 Programas	 correspondem	 um	 tipo	 de	 programa	 de	
computador	que	tem	por	objetivo	geração	e	edição	de	apresentação	utilizando	
meios	digitais.
a) O Prezi:	 consegue	 substituir	 qualquer	 outro	 perfeitamente.	 Para	 construir	
apresentações	nesta	ferramenta,	o	usuário	dispõe	o	conteúdo	em	uma	"mesa"	e	
usa	o	conceito	de	mapeamento	mental	para	organizar	ideias	com	movimentos	
de	zoom.
FIGURA 11 – IMAGEM DO PREZI
FONTE: <https://cursos.aldeia.cc/blog/melhor-apresentacao-de-prezi/>. Acesso em: 21 jul. 2021.
b) Google Drive:	as	apresentações	disponíveis	possuem	recursos	de	edição	mais	
limitados,	mas,	para	apresentações	urgentes,	a	eficiência	da	nuvem	do	Google	
pode	ser	muito	útil.
FIGURA 12 – IMAGEM DO GOOGLE APRESENTAÇÕES
FONTE: <https://glo.bo/3EiWcSa>. Acesso em: 2 out. 2021.
https://cursos.aldeia.cc/blog/melhor-apresentacao-de-prezi/
104
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
c) Microsoft PowerPoint: vem	melhorando	 a	 cada	 nova	 edição	do	Microsoft	
Office	 e	 já	 oferece	 integração	 com	 a	 nuvem.	 Seus	 recursos	 de	 edição	 são	
avançados	e	é	possível	adicionar	diversas	transições	e	efeitos	aos	slides.
FIGURA 12 – IMAGEM DO POWERPOINT
FONTE: <https://glo.bo/3EiWcSa>. Acesso em: 21 jul. 2021.
3.1.3 Elementos Gráficos
Aqui	 teremos	 as	 ferramentas	 para	 produção	 de	 cartazes,	 vídeos,	
montagem	de	organização	de	imagens,	produção	de	vídeos.
a)	CANVA:	é	uma	ferramenta	on-line	que	tem	a	missão	de	garantir	que	qualquer	
pessoa	 no	 mundo	 possa	 criar	 qualquer	 design	 para	 publicar	 em	 qualquer	
lugar,	 podendo	 acessar	 pelo	 celular	 ou	 computador	 para	 editar	 e	 construir	
novos	designers.	Possui	acesso	gratuito,	com	algumas	limitações	que	a	conta	
paga	não	tem.	Proporciona	fazer	desde	um	simples	cartaz	até	um	infográfico	
animado.
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL
105
FIGURA 13 – IMAGEM DO CANVA
FONTE: <https://www.canva.com/pt_br/modelos/>. Acesso em: 20 jul. 2021.
b) Genially:	 é	 um	 software	 de	 criação	 de	 conteúdo	 interativo.	 Permite	 criar	
imagens,	 infográficos,	 apresentações,	 micro	 sites,	 catálogos,	 mapas,	 entre	
outros,	que	podem	ser	dotados	de	efeitos	e	animações	interativos.	Ela	também	
é	uma	plataforma	que	proporciona	a	elaboração	de	diversos	materiais,	tem	a	
parte	gratuita	que	possui	suas	limitações.	Esse	funciona	apenas	no	computador,	
não	possui	o	APP	Mobile.
FIGURA 13 – PLATAFORMA GENIALLY
FONTE: <https://app.genial.ly/dashboard>. Acesso em: 2 out. 2021.
https://www.canva.com/pt_br/modelos/
https://app.genial.ly/dashboard
106
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
c)	Clipchamp:	 é	 uma	 nova	 funcionalidade	 criada	 para	 ajudar	 você	 e	 seus	
colaboradores	a	trabalhar	juntos	em	projetos	de	vídeo.	Agora,	você	pode	criar	
uma	equipe,	convidar	membros	e	editar	projetos	de	vídeo	no	Clipchamp.
FIGURA 14 – IMAGEM DO EDITOR DE VÍDEO
FONTE: <https://clipchamp.com/pt-br/video-editor/>. Acesso em: 2 out. 2021.
3.1.4 Redes Sociais
Estruturas	formadas	dentro	ou	fora	da	internet,	por	pessoas	e	organizações	
que	se	conectam	a	partir	de	interesses	ou	valores	comuns.
a)	Facebook:	proporciona	interação	entre	pares,	centro	de	interesse	e	sua	lingua-
gem	deve	 ser	mais	 casual.	Muitas	 instituições	 e	 empresas	possuem	páginas	
na	rede.	Ela	deve	ter	uma	constância	nas	publicações,	podendo	ter	a	opção	de	
fazer	um	perfil,	página,	poder	configurar	permissões	de	interações	etc.
https://clipchamp.com/pt-br/video-editor/
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL
107
FIGURA 15 – REDE SOCIAL FACEBOOK
FONTE: <https://www.facebook.com/uniasselvi>. Acesso em: 2 out. 2021.
b) Instagram:	 um	 álbum	de	 fotos	 virtuais	 com	 pouco	 textos	 e	 com	 opções	 de	
vídeos.	Ótima	forma	de	interação.
FIGURA 16 – REDE SOCIAL INSTAGRAM
FONTE: <https://www.instagram.com/uniasselvioficial/>. Acesso em: 2 out. 2021.
c) LinkedIn:	 rede	 mais	 focada	 as	 questões	 profissionais,	 inclusive	 aqui	 a	
linguagem	deve	ser	muito	observada	bem	como	as	regras	da	linguagem	e	da	
língua	portuguesa.
108
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
FIGURA 17 – REDE SOCIAL LINKEDIN
FONTE: <https://www.linkedin.com/school/grupo-uniasselvi>. Acesso em: 2 out. 2021.
3.1.5 Ambientes virtuais de aprendizagem 
São	sistemas	ou	softwares	que	reúnem	conteúdo,	exercícios	e	ferramentas	
de	cursos	on-line	para	uma	comunidade	virtual.
a)	AVA	–	Gioconda	–	UNIASSELVI	–	Sistema	programado	pela	instituição.
FIGURA 17 – AMBIENTE VIRTUAL GIOCONDA
FONTE: <https://areasegura.uniasselvi.com.br/identificacao>. Acesso em: 2 out. 2021.
b)	KITUTOR:	 é	 uma	 rede	 social	 educacional	 segura	 de	 colaboração	 e	
aprendizagem,	 em	 que	 alunos	 e	 professores	 terão	 acesso	 a	 conteúdo	 de	
qualidade,	filtrados	e	indexados	à	uma	base	de	conhecimento.
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL
109
FIGURA 18 - KITUTOR
FONTE: <https://kitutor.com.br/Login>. Acesso em: 2 out. 2021.
4 DESIGNER INSTRUCIONAL/EDUCACIONAL
Os	modelos	educacionais	estão	sofrendo	fortes	mudanças,	com	o	ensino	a	
distância,	ou	melhor,	com	aproximação	digital,	como	diz	o	mestre	e	gestor	Stavros	
Xanthopoylos,	que	pontua	muito	bem	que	a	sociedade	a	partir	da	década	de	1990	
iniciou	um	processo	que	não	 tem	como	voltarmos.	Esse	processo	de	 evolução	
necessitou	um	olhar	bem	crítico	e	reflexivo	para	a	construção	dos	materiais.
Garcia	et al.	(2017,	p.	4)	pontuam:
O	crescente	avanço	tecnológico	nos	últimos	anos	tem	proporcionado	
expressivo	crescimento	na	utilização	da	Educação	à	Distância	(EAD)	
para	capacitação	profissional	em	diversas	áreas.	Ao	mesmo	tempo,	
muitos	têm	sido	os	desafios	para	a	aplicação	de	métodos	de	ensino	
voltados	para	esta	modalidade	aliando-se	Tecnologias	da	 Informa-
ção	e	Comunicação	(TICs)	às	necessidades	pedagógicas	para	promo-
ção	de	conhecimentos	duradouros.
Embora	muitos	olhares	fiquem	nos	ambientes	é	preciso	olhar	“a	forma	de	
apresentação	do	conteúdo	na	educação	a	distância	sofreu	inúmeras	modificações	
ao	longo	dos	anos	pela	própria	evolução	das	tecnologias	digitais”	(VIDAL,	2010,	
p.	 23).	 Durante	 as	 primeiras	 experiências	 em	 EAD	 o	material	 impresso	 era	 o	
recurso	pedagógico	principal.	Com	amadurecimento	deste	modelo	educacional,	
que	 ocorre	 em	 decorrência	 do	 remodelamento	 social,	 sobretudo	 quanto	 às	
questões	de	comunicação	e	relação	interpessoal,	abre-se	espaço	para	a	inclusão	de	
novos	meios	de	viabilizar	a	troca	de	conhecimentos	para	suprir	as	necessidades	
da	“nova	sociedade”	(MAGNAVITA,	2003).
Sabemos	 que	 trabalhar	 com	 plataformas	 e	 uma	 educação	 a	 distância	
são	 ter	 como	base	um	modelo	pedagógico	flexível	e	 includente,	a	proposta	de	
apresentação	 do	 conteúdo	 deve	 ser	 diferenciada	 para	 cada	 público	 visando	
sempre	 a	 individualidade	 do	 sujeito	 que	 será	 responsável	 pela	 construção	 do	
próprio	conhecimento,	tendo	como	base	a	estrutura	que	tem	desde	a	proposta	da	
instituição	até	profissionais	devidamente	habilitados.	Para	tanto,	a	EAD:	
https://kitutor.com.br/Login
110
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
requer	técnicas	especiais	para	o	desenho	do	curso,	técnicas	especiais	de	
instrução,	diferentes	métodos	de	comunicação	através	das	tecnologias	
da	 informação	 e	 comunicação,	 além	 de	 arranjos	 organizacionais	
e	 administrativos	 necessários	 para	 a	 sua	 realização	 (KALATZIS;	
BELHOT,	2006,	p.	5).
Ao	falar	em	educação	e	unir	com	organização	de	material	pedagógico	ou	
educacional	e	essa	evolução	toda,	surge	o	Designer	Instrucional	ou	o	DI,	“pode	
ser	entendido	como	a	atividade	de	desenvolvimento	de	um	conjunto	de	ações	e	
objetos	que	atendam	determinadas	necessidades	de	aprendizagem”	(OZCINAR,	
2009,	p.	4).
4.1DESIGNER INSTRUCIONAL
Essa	atividade	é	a	união	do	conteúdo	com	a	comunicação	e	a	tecnologia	
focadas	na	aprendizagem,	visando	auxiliar	desde	o	planejamento,	passando	pela	
adaptação	da	linguagem	até	a	busca	de	meio	e	ferramentas	para	tornar	o	percurso	
formativo	mais	criativo	e	prazeroso,	seja	ela	on-line	ou	impresso.
FIGURA 19 – PROCESSO DO PLANEJAMENTO DO DESIGNER INSTRUCIONAL
FONTE: A autora
Como	aborda	a	Figura	19,	todo	e	qualquer	material	que	for	ser	produzido	
ou	pensado	precisa	ser	motivacional,	possui	um	conjunto	de	estratégias	para	a	
aprendizagem	e	que	esse	processo	seja	significativo.
O	 importante	 é	 perceber	 que	 o	 uso	 das	 TICs	 deve	 buscar	 mapear	 o	
conjunto	de	tarefas	e	questões	para	a	implantação	e	desenvolvimento	dos	cursos,	
respondendo	 as	 seguintes	 questões:	 para	 quem	 o	 projeto	 será	 desenvolvido?	
Para	que	o	projeto	será	desenvolvido?	E	como	o	projeto	será	desenvolvido?	E	são	
devido	à	utilização	das	TICs,	que	hoje	a	educação	tem	ultrapassado	eliminado	
ou	ao	menos	minimizadas	distâncias	geográficas	e	 temporais.	Segundo	Silva	e	
Castro	(2009,	p.	141):
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL
111
A	 literatura	 acerca	 do	 tema	 destaca	 alguns	 princípios	 pedagógicos	
de	 Design	 Instrucional	 que	 auxiliam	 no	 planejamento	 do	 ensino-
aprendizagem	em	Educação	a	Distância,	são	eles:
•	 Coerência	entre	os	objetivos	do	estudo	e	a	abordagem	pedagógica:	
é	necessário	levar	o	educando	a	atuar	como	protagonista	do	estudo;	
•	 Contextualização:	 de	 acordo	 com	 o	 público-alvo	 elabore	 a	
melhor	maneira	 de	 expor	 o	 conteúdo;	 Ênfase	 na	 formação	 e	 no	
desenvolvimento	de	competências:	organize	os	assuntos	de	modo	
que	promova	suas	habilidades;	
•	 Estímulo	da	autonomia:	procure	formar	pessoas	capazes	de	irem	a	
traz	de	seu	próprio	crescimento;	
•	 Aprendizagem	 significativa:	 atribua	 ao	 estudante	 significação	
àquilo	que	se	está	sendo	apresentado,	de	forma	que	ele	entenda	a	
importância	do	tema;
•	 Construtivismo:	procure	 sempre	que	possível	 remeter-se	à	 teoria	
de	 Jean	 Piaget,	 o	 qual	 afirma	 que	 o	 verdadeiro	 conhecimento	 é	
fruto	de	uma	elaboração	pessoal,	resultado	de	um	processo	interno	
de	 pensamento;	 e	 Abordagem	 crítica-reflexiva	 dos	 conteúdos:	
estimule	a	abordagem	dos	temas	dentro	de	uma	perspectiva	crítica	
levando	o	estudante	a	refletir	e	posicionar-se	diante	do	assunto.
Filatro	(2008)	também	destaca	que	design	instrucional	pode	acontecer	em	
nível	macro	e/ou	micro.	O	nível macro	implica	em	gerenciar	o	projeto,	envolvendo	
a	 análise	 dos	 requisitos	 de	 um	 curso,	 estratégias	 institucionais,	 os	 objetivos	 de	
aprendizagem,	 possível	 perfil	 dos	 alunos,	 a	 avaliação	 do	 curso	 etc.	 Já	 o	 nível 
micro	 está	mais	 centrado	 na	 organização	 e	 adequação	 do	 conteúdo,	 na	 criação	
de	recursos	educacionais,	objetos	de	aprendizagem	que	facilitem	e	qualifiquem	o	
conteúdo	disponibilizado	ao	aluno.
Filatro	e	Piconez	(2004,	p.	4)	complementam:
Assim,	apoiado	por	 tecnologias,	o	design	 instrucional	admite	meca-
nismos	de	efetiva	contextualização,	caracterizados	por:	maior	perso-
nalização	aos	estilos	e	ritmos	individuais	de	aprendizagem;	adaptação	
às	características	institucionais	e	regionais;	atualização	a	partir	de	fee-
dback	constante;	acesso	a	informações	e	experiências	externas	à	orga-
nização	de	ensino;	possibilidade	de	comunicação	entre	os	agentes	do	
processo	(professores,	alunos,	equipe	técnica	e	pedagógica,	comunida-
de);	e	monitoramento	automático	da	construção	individual	e	coletiva	
de	conhecimentos.
As	autoras	ainda	abordam	que:
Por	essa	 razão,	utilizamos	o	 termo	“design	 instrucional	 contextua-
lizado”	para	descrever	a	 ação	 intencional	de	planejar,	desenvolver	
e	aplicar	 situações	didáticas	específicas	que,	valendo-se	das	poten-
cialidades	da	Internet,	incorporem,	tanto	na	fase	de	concepção	como	
durante	a	implementação,	mecanismos	que	favoreçam	a	contextuali-
zação	e	a	flexibilização.	
Os	 modelos	 convencionais	 de	 design	 instrucional	 frequentemente	
estruturam	 o	 planejamento	 do	 ensino-aprendizagem	 em	 estágios	
distintos:	
a)	análise:	envolve	a	identificação	de	necessidades	de	aprendizagem,	
a	definição	de	objetivos	instrucionais	e	o	levantamento	das	restrições	
envolvidas;
112
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
b)	 design	 e	 desenvolvimento:	 quando	 ocorre	 o	 planejamento	 da	
instrução	e	a	elaboração	dos	materiais	e	produtos	instrucionais;	
c)	 implementação:	 quando	 se	 dá	 a	 capacitação	 e	 ambientação	 de	
docentes	 e	 alunos	 à	 proposta	 de	 design	 instrucional	 e	 a	 realização	
do	 evento	ou	 situação	de	 ensino-aprendizagem	propriamente	ditos;	
e	 por	 fim	 d)	 avaliação:	 envolve	 o	 acompanhamento,	 a	 revisão	 e	 a	
manutenção	do	sistema	proposto	(FILATRO;	PICONEZ,	2004,	p.	6).	
4.2 DESIGNER EDUCACIONAL
O	designer	 educacional	 é	 aquele	 que	pensa	 a	 educação	do	 século	XXI,	
ele	deve	 ter	a	capacidade	de	se	adaptar	a	 situações	desconhecidas	e	processos	
educacionais	 futuros,	 ele	 não	 está	 focado	 nos	 materiais	 e	 sim	 nos	 processos	
como	 um	 todo,	 ou	 seja,	 o	DE	 é	 aquele	 que	 facilita	 o	 caminho	 nos	 processos	
de	 aprendizagem.	 É,	 sobretudo,	 um	 profissional	 ligado	 nas	 competências do 
século XXI,	multidisciplinar,	colaborativo,	capaz	de	planejar,	coordenar	e	avaliar	
processos	educacionais	com	o	uso	de	novas	tecnologias.
Segundo	Lins	(2017),	em	suas	pesquisas,	ao	pensarmos	sob	as	questões	
das	normativas	que	embasam	as	relações	trabalhistas,	a	Classificação	Brasileira	
de	Ocupação	(CBO)	do	Ministério	do	Trabalho	e	Emprego	(MTE)	regulamenta	a	
profissão	do	designer	educacional	da	seguinte	maneira:	
2394-35	–	Designer	educacional.	Sinônimos:	Desenhista	 instrucional,	
Designer	instrucional,	Projetista	instrucional.	Implementam,	avaliam,	
coordenam	e	planejam	o	desenvolvimento	de	projetos	pedagógicos/
instrucionais	nas	modalidades	de	ensino	presencial	e/ou	a	distância,	
aplicando	metodologias	e	técnicas	para	facilitar	o	processo	de	ensino	
e	aprendizagem.	Atuam	em	cursos	acadêmicos	e/ou	corporativos	em	
todos	 os	 níveis	 de	 ensino	para	 atender	 as	 necessidades	dos	 alunos,	
acompanhando	e	avaliando	os	processos	educacionais.	Viabilizam	o	
trabalho	coletivo,	criando	e	organizando	mecanismos	de	participação	
em	 programas	 e	 projetos	 educacionais,	 facilitando	 o	 processo	
comunicativo	 entre	 a	 comunidade	 escolar	 e	 as	 associações	 a	 ela	
vinculadas	(BRASIL,	2012,	s.p.).
Para	Ramos	(2010,	p.	53-54):
o	 designer	 educacional	 é	 o	 responsável	 pelo	 diálogo	 entre	 a	 área	
técnica	 e	 a	 pedagógica,	 comportando-se	 como	 elemento	 mediador	
no	 processo	 de	 desenvolvimento	 dos	 conteúdos,	 desenvolvendo	 as	
seguintes	funções:	
•	 Orientação	e	assessoria	ao	profissional	responsável	por	escrever	o	
conteúdo,	que	pode	ser	um	professor	da	disciplina,	um	profissional	
da	área,	ou	outra	pessoa	que	domine	o	tema	do	curso,	normalmente	
denominado	de	conteudista.	
•	 Organização	do	conteúdo	on-line	buscando	adequar	o	formato	e	a	
linguagem	para	a	web.
•	 Criação	de	estratégias	aproveitando	as	potencialidades	e	recursos	
disponíveis	na	internet,	em	conjunto	com	o	conteudista.	
TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL
113
•	 Estruturação	do	conteúdo,	por	exemplo,	em	módulos,	obedecendo	
à	sequenciação	ou	não,	observando	a	navegação	no	conteúdo	e	os	
modos	de	acesso.	
•	 Previsão	de	recursos	como	animações,	simulações,	interações.	
•	 Mediação	entre	os	diferentes	profissionais	envolvidos	na	produção	
de	um	conteúdo	on-line.
•	 Acompanhamento	das	atividades	de	produção	do	conteúdo	pela	
equipe	técnica.
De	acordo	com	Maia	e	Mattar	(2007),	é	função	do	designer	também	pensar	
didaticamente	 como	o	 conteúdo	deverá	 ser	 percorrido	pelo	 aluno	 a	 distância:	
de	maneira	necessariamente	linear,	ou	com	a	possibilidade	de	o	aluno	“pular”	
conteúdo,	 com	 liberdade	 em	 determinado	módulo,	 ou	 de	maneira	 totalmentelivre.	O	designer	pode	ainda	refletir	 sobre	o	controle	e	a	autonomia	do	aluno,	
planejar	a	interação	do	curso	e	o	acesso	ao	material,	escolher	as	atividades	a	serem	
utilizadas	e	até	mesmo	se	envolver	com	o	custo	do	projeto.	
114
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 As	mudanças	aportadas	pelas	Tecnologias	da	Informação	e	da	Comunicação	
(TICs)	na	sociedade	contemporânea	estabelecem	novas	formas	de	lidar	com	o	
conhecimento	e	suas	produções,	assim	como	as	relações	sociais	ensejadas.	As	
especificidades	das	TICs	decorrem	dessas	ferramentas	criarem	possibilidades	
de	 socialização	 do	 conhecimento	 de	 maneira	 colaborativa,	 interativa	 e	
horizontal.
•	 Na	 cibercultura,	 os	 sujeitos	 sociais	 estabelecem	 uma	 nova	 relação	 com	 o	
conhecimento,	com	implicações	evidentes	para	a	educação	e	os	caminhos	da	
aprendizagem.	Nas	últimas	duas	décadas,	a	perspectiva	de	interpretação	do	
autor	 tornou-se	 cada	 vez	mais	 realista	 e	 atual.	As	 TICs	 abriram	um	 espaço	
de	 questionamento	 da	 educação,	 colocando	 em	 xeque	 a	 organização	 do	
sistema	educacional	e	o	próprio	papel	do	professor,	que	 já	não	representa	a	
fonte	principal	de	conhecimento	e	se	torna	um	mediador	em	sala	de	aula,	um	
incentivador	dos	processos	de	aprendizagem	em	rede	e	através	das	redes.
•	 Mediação	é	orientar,	ouvir,	organizar	e	proporcionar	e	dar	vez	de	forma	justa	
a	valorizar	cada	ação.
•	 O	Design	Instrucional,	ou	DI,	é	o	processo	sistemático	e	reflexivo	de	traduzir	
princípios	 de	 cognição	 e	 aprendizagem	 para	 o	 planejamento	 de	 materiais	
didáticos,	atividades,	fontes	de	informação	e	processos	de	avaliação”.	Designer	
Educacional	 (DE)	 é	 o	 profissional	 responsável	 pelo	 aperfeiçoamento	 dos	
processos	 de	 aprendizagem.	 Ele	 precisa	 ser	 colaborativo,	multidisciplinar	 e	
capaz	de	planejar,	coordenar	e	avaliar	processos	educacionais	com	o	uso	de	
novas	tecnologias.
115
1	 (IBGE,	2013)	O	designer	 instrucional	deverá	desenvolver	suas	atividades	
numa	 dimensão	 transdisciplinar,	 de	 modo	 a	 fazer	 a	 ponte	 entre	 os	
especialistas	de	diversas	áreas,	para	atingir	a	finalidade	que	é	promover	a	
melhor	instrução	e	a	aprendizagem	mais	significativa.
FILATRO, Andrea. Design Instrucional Contextualizado: educação e tecnologia. São Paulo: 
Senac, 2003. p. 141.
Com	base	em	quais	as	áreas	de	conhecimento	que	estão	envolvidas	na	atuação	
do	Designer	Instrucional,	assinale	a	alternativa	CORRETA:	
a)	(			)	 Educação,	comunicação,	filosofia	e	gestão.
b)	(			)	 Educação,	didática,	comunicação	e	gestão.
c)	(			)	 Educação,	didática,	política	e	gestão.
d)	(			)	 Educação,	tecnologia,	comunicação	e	gestão.
2	 (IBGE,	 2015)	Leia	 com	atenção	o	 caso	a	 seguir:	Lucas	 era	um	experiente	
designer	 instrucional	 e	 foi	 convidado	 a	 apresentar	 os	 passos	 para	 o	
desenvolvimento	de	uma	situação	de	aprendizagem	voltada	para	métodos	
ativos.	Lucas	 estudou	um	conjunto	de	 soluções	presentes	na	 literatura	 e	
observou	que	seria	possível	definir	uma	estrutura	comum	que	tivesse	um	
conjunto	 de	 sete	 passos.	 Para	 que	 o	 desenvolvimento	 de	 competências	
pudesse	 acontecer	 da	 forma	 adequada,	 as	 etapas	 a	 serem	 percorridas	
deveriam	obedecer	à	seguinte	sequência	lógica:
a)	(			)	 Contextualização	e	mobilização;	organização	da	atividade	de	aprendi-
zagem;	definição	da	atividade	de	aprendizagem;	análise	e	avaliação	da	
atividade	de	aprendizagem;	coordenação	e	acompanhamento;	referên-
cias	complementares;	síntese	e	generalização.
b)	(			)	 Definição	 da	 atividade	 de	 aprendizagem;	 contextualização	 e	
mobilização;	organização	da	atividade	de	aprendizagem;	coordenação	
e	acompanhamento;	análise	e	avaliação	da	atividade	de	aprendizagem;	
síntese	e	generalização;	referências	complementares.
c)	(			)	 Definição	 da	 atividade	 de	 aprendizagem;	 contextualização	 e	
mobilização;	organização	da	atividade	de	aprendizagem;	coordenação	
e	acompanhamento;	análise	e	avaliação	da	atividade	de	aprendizagem;	
referências	complementares;	síntese	e	generalização.
d)	(			)	 Contextualização	 e	mobilização;	 definição	 da	 atividade	 de	 aprendi-
zagem;	 organização	 da	 atividade	 de	 aprendizagem;	 coordenação	 e	
acompanhamento;	análise	e	avaliação	da	atividade	de	aprendizagem;	
referências	complementares;	síntese	e	generalização.
AUTOATIVIDADE
116
3	 Com	base	nas	 funções	 e	 atribuições	de	Designer	Educacional,	 analise	 as	
sentenças	a	seguir:
I-	 Organizar	e	unificar	recursos	disponíveis.
II-	 Determinar	prazos	para	executar	atividades.
III-	Realizar	avaliação	diagnóstica	para	intervenção	na	realidade.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Somente	a	sentença	I	está	correta.
b)	(			)	 Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	(			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
d)	(			)	 As	sentenças	I,	II	e	III	estão	corretas.
4	 Para	a	sociedade	do	século	XXI	a	Mediação	é	mais	que	apenas	interlocutor	
é	estar	presente	em	diversos	contextos.	Disserte	como	e	onde	a	mediação	
ocorre.
117
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico,	até	o	presente	estudo	estávamos	compreendendo	tudo	que	
está	alicerçando	a	construção	de	um	ambiente	de	aprendizagem	de	fato	que	seja	
instrutivo	e	que	leva	à	construção	do	saber.
Agora	entenderemos	a	relação	dos	ciberespaços	e	a	relação	ensinar	e	apren-
der	no	Tópico	1,	enquanto	no	Tópico	2	analisaremos	e	aprofundaremos	nossas	re-
flexões	acerca	das	comunidades	de	aprendizagem	para	no	Tópico	3	chegarmos	no	
grande	desafio	dessa	sociedade	do	saber,	o	ambiente	híbrido	e	a	aprendizagem.
Esperamos	que	você	até	aqui	tenha	conseguido	perceber	que	a	educação	
é	uma	grande	teia	e	que	os	seus	fios	precisam	estar	interligados	para	o	percurso	
ocorrer!
Bons	estudos!
TÓPICO 3 — 
EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 
EM AMBIENTES VIRTUAIS
2 CIBERESPAÇO: RELAÇÃO ENSINANTE/APRENDENTE
Ciberespaços	 ou	 espaço	 cibernético	 intensificou	 transformações	 sociais	
nos	mais	diversos	campos	da	atividade	humana,	é	o	que	Manuel	Castells	(1999,	
p.	34)	chama	de	sociedade	em	rede.
 
Segundo	Castells	(1999,	p.	36):
O	 "ciberespaço"	 é	 o	 ambiente	 criado	 de	 forma	 virtual	 através	 do	
uso	dos	meios	de	comunicação	modernos	destacando-se,	entre	eles,	
a	 internet.	 Este	 ambiente	 tornou-se	 possível	 graças	 a	 uma	 grande	
infraestrutura	 técnica	 na	 área	 de	 telecomunicação	 composta	 por	
cabos,	fios,	redes,	computadores,	etc.
Como	afirma	Lévy	(1999,	p.	17),	o	ciberespaço	é	"o	novo	meio	de	comu-
nicação	que	surge	da	interconexão	mundial	de	computadores".	A	partir	disso,	
seria	possível	identificar	a	Internet	como	sendo	esse	novo	meio	levando	a	con-
clusão	de	que	são	as	mesmas	coisas.	Contudo,	existe	uma	diferença	fundamental	
a	ser	considerada.	
118
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
As	grandes	tecnologias	digitais	surgiram,	então,	como	a	infraestrutura	
do	 ciberespaço,	 novo	 espaço	 de	 comunicação,	 de	 sociabilidade,	 de	
organização	e	de	transação,	mas	também	novo	mercado	de	informação	
e	do	conhecimento	(LÉVY,	1999,	p.	32).	
Assim,	a	Internet	pode	ser	vista	como	parte	dessas	tecnologias	digitais,	ou	
como	a	infraestrutura	de	comunicação	que	sustenta	o	ciberespaço,	sobre	as	quais	
se	montam	diversos	ambientes,	como	a	Web,	os	fóruns,	os	chats	e	o	correio	eletrô-
nico	para	ficar	apenas	com	os	exemplos	mais	comuns	e	disseminados.	Em	suma,	
o	ciberespaço	é	o	ambiente	e	a	Internet	uma	das	infraestruturas.	Segundo	Lévy:
a	 extensão	 do	 ciberespaço	 acompanha	 e	 acelera	 uma	 virtualização	
geral	 da	 economia	 e	 da	 sociedade.	 Das	 substâncias	 e	 dos	 objetivos	
voltamos	 aos	 processos	 que	 o	 produzem.	 Dos	 territórios,	 pulamos	
para	o	nascente,	 em	direção	 às	 redes	móveis	 que	os	valorizam	e	 as	
desenham.	Dos	processos	e	das	redes,	passamos	à	competências	e	aos	
cenários	que	as	determinam,	mais	ainda.	Os	suportes	de	inteligência	
coletiva	 do	 ciberespaço	 multiplicam	 e	 colocam	 em	 sinergia	 as	
competências.	Do	design	à	estratégia,	os	cenários	são	alimentados	pelas	
simulações	e	pelos	dados	colocados	à	disposição	pelouniverso	digital.	
Ubiquidade	da	informação,	documentos	 interativos	 interconectados,	
telecomunicação	 recíproca	 e	 assíncrona	 em	 grupo	 e	 entre	 grupos:	
ciberespaço	 faz	dele	o	vetor	de	um	universo	aberto.	Simetricamente	
a	extensão	de	um	novo	espaço	universal	dilata	o	campo	de	ação	dos	
processos	de	virtualização	(LÉVY,	1999,	p.	49-50).
Segundo	Junior	(2021,	p.	2):
Neste	novo	século,	a	sociedade	se	caracteriza	pela	vasta	quantidade	
de	 informação	em	fluxo	e	por	 seu	 consequente	acesso,	bem	como	a	
acelerada	 alteração	 e	 atualização	 da	 informação.	 Neste	 contexto,	 a	
familiarização	 com	 novas	 tecnologias	 da	 informação	 e	 a	 contínua	
atualização	 de	 conhecimentos	 serão	 necessários,	 potencializando	
ainda	 mais	 a	 influência	 da	 tecnologia	 sobre	 diversos	 aspectos	 da	
atividade	humana	relacionados	à	aprendizagem.
A	 educação	 contemporânea	 mostra	 que	 os	 atuais	 paradigmas	 não	
atendem	mais	o	momento	atual,	visto	a	velocidade	e	quantidade	de	
informações.	Como	o	conhecimento	tornou-se	dinâmico,	precisamos	
fazer	 novas	 conexões	 de	 fatos	 e	 informações,	 pois	 tudo	 está	
sistematizado.	Os	meios	de	produção	mudaram	para	o	paradigma	da	
produção	enxuta	em	 lugar	da	produção	em	massa.	Essa	nova	visão	
mostra	 a	 necessidade	 de	 um	 perfil	 diferenciado	 de	 cidadão	 para	
conviver	na	sociedade	da	informação	e	da	tecnologia.
Os	 ciberespaços	 são	 espaços	 que,	 conforme	 Kenski	 (2003),	 estão	
mudando	a	forma	de	aprender	e	viver,	as	tecnologias	além	de	trazer	um	novo	
olhar	 possibilitam	 a	 comunicação	 e	 informação	 de	 uma	 nova	 forma	 que	 vão	
desde	o	telefone	até	o	computador.	É	possível	perceber	que,	atualmente,	a	cada	
geração,	passou	a	existir	novas	tecnologias	que	se	transformam	radicalmente	em	
várias	 formas,	 como	na	organização	 social,	 comunicação,	 cultura	 e	na	própria	
aprendizagem.	 Toda	 aprendizagem	 é	 mediada	 pelo	 momento	 da	 tecnologia	
disponível,	tem-se	tecnologias	diferentes	do	ser	e	do	agir	na	sociedade.
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
119
Esses	novos	espaços	alteraram	inclusive	as	formas	como	estamos	intera-
gindo	com	nossos	processos	de	ensino	e	aprendizagem,	segundo	Rosenau	(2017,	
p.	14.298):
As	 novas	 tecnologias	 são	 instrumentos	 transformadores	 e	 contri-
buem	 para	 o	 processo	 de	 ensino-aprendizagem.	A	 interação	 nas	
redes	sociais	como	WhatsApp,	Messenger,	Facebook	e	outros	apli-
cativos	facilita	essa	interação	a	qualquer	momento	do	dia,	é	a	tec-
nologia	que	está	na	palma	da	mão.	Acredita-se	que	o	mediador	das	
interações	no	processo	de	ensino-aprendizagem	é	o	docente,	o	obje-
tivo	é	transformar	informação	em	conhecimento,	onde	docente	e	es-
tudante	interagem	a	todo	momento.	A	interatividade	da	ferramenta	
deverá	ser	planejada	previamente	para	que	as	 interações	ocorram	
com	clareza	e	intenção	educacional.
As	relações	do	processo	de	ensino	e	aprendizagem	nestes	espaços	tornam	
o	aprendizado	colaborativo,	mediado	pelas	tecnologias	interativas	de	informação	
e	comunicação,	vem	de	encontro	à	sociedade	da	informação	como	possibilidade	
no	 atendimento	 às	 demandas	 advindas	 das	 novas	 relações	 e	 percepções	 da	
realidade	e	produção	de	conhecimento.	Os	desafios,	as	ameaças	e	as	possibilidades	
características	da	contemporaneidade	exigirão,	cada	vez	mais,	o	desenvolvimento	
de	abordagens	pedagógicas	capazes	de	desenvolver	competências	e	habilidades	
e,	consequentemente,	resoluções	de	problemas.
Para	Silva,	Teixeira	e	Freitas	(2015,	p.	8):	
Segundo	 esse	 "mundo	dos	mundos"	 sem	 tempo	 e	 espaço,	 acelera	 e	
facilita	a	fragilização	da	narrativa	histórica	hegemônica	que	perdura	
até	 a	 Era	 Industrial,	 pela	 temporalidade	 que	 se	 contrai	 no	 instante,	
instaurado	 pela	 rapidez	 das	 ações.	 Essas	 características	 definem,	
assim,	uma	nova	era:	a	do	Conhecimento.
O	ciberespaço,	segundo	Lévy	(1998,	p.	104),	refere-se	ao	"universo	das	redes	
digitais	como	lugar	de	encontros	e	de	aventuras,	terreno	de	conflitos	mundiais,	
nova	 fronteira	 econômica	 e	 cultural".	Nos	dias	 atuais,	 há	 várias	 vertentes	 que	
propagam	 a	 arte,	 ideologias,	 músicas,	 ideias	 políticas,	 culturais,	 entre	 outros	
movimentos	que	se	originam	na	cibercultura.
O	 ciberespaço	 se	 configura	 como	um	meio	de	 socialização	do	 homem,	
que,	por	meio	de	relações	dialéticas,	apropria-se,	age	sobre	este	espaço,	sendo	os	
instrumentos	aplicados	a	essa	rede	nova	meios	de	o	homem	conhecer	e	interagir	
com	diversos	contextos	globais.	Assim,	o	computador	torna-se	uma	extensão	do	
corpo	humano,	bem	como	o	homem	pode	ter	seu	corpo	fundido	ou	estendido	
por	tecnologias,	hibridizando-se	em	um	organismo	protético	(ASSIS,	2010	apud 
SILVA;	TEIXEIRA;	FREITAS;	2015,	p.	12).
Silva,	Teixeira	e	Freitas	(2015,	p.	9)	ainda	complementam	que	as	relações	
nesses	espaços	se	diferem	do	mundo	 fora	dele,	mas	em	partes.	O	primeiro	 foi	
totalmente	construído	pelo	homem,	sem	ter	a	propriedade	natural	que	condiciona	
questionamentos	 sobre	 sua	 criação,	 inclusive	 a	 do	 homem.	 No	 ciberespaço	
120
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
o	 homem	 é	 seu	 criador,	 tal	 como	 concebem	 as	 doutrinas	 criacionistas,	 que	 a	
humanidade,	a	 terra	e	o	universo	 foram	criados	por	um	agente	sobrenatural	e	
os	evolucionistas	delegam	essa	criação	à	própria	natureza,	o	homem	se	apropria	
como	o	criador	do	espaço	cibernético.	Apesar	de	Lévy	(1999,	p.	120)	mencionar	
que	 a	 essência	 da	 cibercultura	 é	 ser	 universal	 sem	 totalidade,	 anunciando	 o	
paradoxo	 central:	 "quanto	mais	 universal	 (intenso,	 interconectado,	 interativo),	
menos	totalizável",	é	também	nesse	espaço	que	o	homem	busca	totalizar-se.
3 COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM: A CONSTITUIÇÃO DE 
REDES SOCIOCOGNITIVAS E AUTONOMIA EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
Falar	 em	 comunidade	 nos	 leva	 em	 o	 conceito	 segundo	 o	 Centro	
de	 Referência	 em	 Educação	 Integral,	 refere-se	 a	 um	 grupo	 de	 pessoas	 que	
compartilham	algo	em	comum,	como	uma	história	comum,	um	objetivo	comum,	
uma	 determinada	 área	 geográfica	 ou	 práticas	 comuns,	 como	 as	 comunidades	
quilombolas,	as	comunidades	virtuais	e	as	comunidades	escolares.
A	nossa	sala	de	aula	é	uma	comunidade	de	aprendizagem,	mas	quando	
construímos	 e	 adaptamos	 novas	 formas	 como	 os	 ciberespaços	 as	 formas	 de	
interações	também	mudam	e	consequentemente	a	construção	do	conhecimento.	
Segundo	Gadotti	(1992	apud	VALENTINI;	SOARES,	2010,	p.	22):
As	modificações	no	modo	de	transmissão	do	conhecimento	necessário	
para	 a	 manutenção,	 criação	 e	 recriação	 da	 estrutura	 social	 dá-se	
ao	 mesmo	 tempo	 que	 ocorrem	 grandes	 mudanças	 econômicas.	 A	
escola,	tal	como	a	conhecemos	hoje,	surge	no	contexto	da	Revolução	
Industrial.	 Há	 a	 necessidade	 de	 corpos	 domesticados	 para	 longos	
períodos	de	trabalho	em	locais	fechados,	em	modalidades	lineares	e	
repetitivas.	O	domínio	da	escrita,	da	matemática,	das	ciências	físicas	
e	mecânicas	alimenta	o	cotidiano	das	fábricas	e	dá	vida	às	máquinas.	
É	clássica	a	leitura	de	Althusser	(1980)	que	coloca	a	escola,	junto	com	
outras	 instituições,	 como	 sendo	 um	 aparelho	 que	 ensina	 saberes	
para	assegurar	a	sujeição	às	regras	da	ordem	estabelecida,	ao	mesmo	
tempo	que	 garante	 a	 reprodução	da	 qualificação	mista	 necessária	 à	
reprodução	da	força	de	trabalho.	Uma	outra	abordagem	vê	na	escola	
a	 possibilidade	 da	 construção	 do	 discernimento	 e	 da	 cidadania,	
quando	 ela	 puder	 fugir	 dos	 esquemas	 simplistas	 técnico-científicos	
reproduzidos	pela	pequena	burguesia	escolar	e,	assim,	contribuir	para	
o	amadurecimento	da	classe	trabalhadora.
 
A	educação	e	seus	espaços	sofreram	grandes	mudanças	ao	longo	dos	anos	
através	das	transformações	sociais	ligadas	a	economia	e	demais	questões	sociais	
da	nossa	sociedade.	Essas	evoluções	mudaram	diretamente	a	vida	do	indivíduo	
e	suas	relações	com	o	ato	de	aprender	e	seus	espaços.
Diante	dessas	mudanças,	Valentini	e	Fagundes	(2010	apud	FAGUNDES;	
SOARES,	2010,p.	33):
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
121
As	 possibilidades	 dos	 ambientes	 virtuais	 de	 aprendizagem	 vão	
além	 da	 simples	 apropriação	 de	 conteúdos.	 Novas	 aprendizagens	
se	 constituem	 nesses	 contextos	 digitais	 de	 interação,	 reconstruindo	
conceitos	 e	 concepções.	 Entretanto,	 são	 necessários	 estudos	 para	
a	 formalização	 dessas	 concepções	 e	 a	 construção	 de	 modelos.	 No	
processo	 de	 aprendizagem	 em	 ambientes	 virtuais,	 temos	 muito	 a	
desvendar	 sobre	 as	 interações,	 as	 aprendizagens,	 a	 formalização	
do	 ensino	 e	 como	 esses	 aspectos	 se	 relacionam	 com	 os	 diferentes	
recursos	 tecnológicos.	 O	 aprender,	 nessa	 concepção,	 é	 entendido	
como	a	 construção	 e	 reconstrução	do	 conhecimento	 e	 ampliação	da	
consciência	 do	 aprendiz.	 Não	 se	 trata	 do	 aprender	 a	 partir	 de	 um	
ensinante	 ou	 de	 regras	 estabelecidas,	 mas	 do	 aprender	 enquanto	
força	 e	 energia	 criativa	 que	 move	 o	 aprendiz	 em	 seu	 processo	 de	
constituir-se.	O	homem	vive	e	aprende;	a	sua	vida	só	é	possível	porque	
interage	e	 aprende.	O	aprender	 é	 aqui	 entendido	 como	a	 expressão	
da	inteligência	que,	para	Piaget	(1987),	compõe-se	de	duas	condições:	
organização	 e	 adaptação.	 Considerando	 a	 Biologia	 do	 Conhecer	 de	
Maturana	e	Varella	(1997),	e	Maturana	(1999),	o	viver	e	conhecer	podem	
ser	compreendidos	como	o	movimento	humano	de	aprender,	ou	seja,	
nesse	movimento	 está	 presente	 o	 aspecto	 da	 organização	 comum	 a	
todos	os	seres,	contemplado	no	conceito	de	autopoiese.	A	autopoiese	
define	os	seres	vivos	como	sistemas	que	produzem	continuamente	a	si	
mesmos,	numa	constante	autocriação	e	auto-organização.	Assim,	um	
sistema	autopoiético	é,	ao	mesmo	tempo,	produtor	e	produto.
Os	ambientes	 são	 locais	 ativos	de	aprendizagens,	mas	não	de	aprendi-
zagens	convencionais,	ou	seja,	da	forma	como	estávamos	acostumados.	Hoje	a	
forma	de	 interagir	com	a	 informação	e	os	meios	é	em	teia	ou	rede,	que	 foram	
trazidos	pelos	avanços	 tecnológicos	 rompendo	barreiras	e	quebrando	paradig-
mas	em	diversas	áreas.	A	educação	como	demais	setores	foram	impactados	pelas	
inovações,	 trazendo	novas	possibilidades	e	oportunidades	em	suas	atividades.	
Nesse	sentido,	os	diferentes	estilos	de	ensino	–	o	escolar,	acadêmico	e	empresa-
rial	–	também	passaram	a	adotar	métodos	inovadores	para	se	modernizar,	como	
a	aprendizagem	em	rede.
Esse	ensino	ou	abordagem	possibilitada	com	que	a	construção	do	saber	
seja	 conduzida	 pelo	 docente,	 mas	 realizada	 pelo	 discente,	 atualmente	 com	 a	
BNCC	(Base	Nacional	Comum	Curricular),	na	qual	o	protagonismo	é	tão	presente	
em	seu	percurso	esse	é	o	melhor	caminho.
No	 processo	 convencional	 temos	 os	 papéis	 bem	 claros	 e	 definidos,	
professor	ensina/transmite	e	o	aluno	aprende/aplica.	Quando	estamos	falando	em	
aprender	em	comunidade,	com	tecnologia	estamos	inclusive	revendo	as	funções	
e	 atribuições	 de	 todos	 os	 atores.	Ao	 olhar	 a	 aprendizagem	 como	uma	 grande	
comunidade	 de	 aprendizagem	 trazendo	 os	 ciberespaços,	 estamos	 trazendo	
também	ciberculturas	e	reformulando	a	forma	de	aprender	e	ensinar,	bem	como	
as	relações	entre	o	percurso	formativo.	Trabalhar	com	a	educação,	nesse	caso,	é	
um	perceber	que	os	meios	tecnológicos	são	bastante	conhecidos	e	implementados	
no	ensino,	tanto	formal	quanto	na	educação	empresarial.	O	aluno/colaborador,	
agora	assim	visto	por	 fazer	parte	ativa	do	seu	processo,	pode	acessar	as	aulas	
122
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
e	outros	conteúdos	informativos	em	qualquer	horário	e	local,	tendo	autonomia	
para	 estudar	 em	 seu	 ritmo.	Apesar	de	 suas	 qualidades,	 essa	metodologia	 tem	
algumas	 limitações	e,	em	comparação	a	outras	 ferramentas,	poderia	criar	uma	
dinâmica	mais	motivadora.
FIGURA 20 – APRENDIZAGEM ON-LINE
FONTE: <http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/>. Acesso 
em: 14 jul. 2021.
O	 trabalhar	 com	o	 pensamento	 em	 rede,	 em	 ciberespaços	 e	 com	 todas	
essas	 transformações	 culturais	 e	 sociais	 é	 pensar	 como	 vimos	 na	 Figura	 20,	 o	
pensar	fazer	em	todo	o	processo	para	que	a	aprendizagem	seja	ativa,	colaborativa	
e	efetiva	além	de	significativa	e	motivadora.
Um	 ambiente	 que	 busque	 desenvolver	 o	 protagonismo	 e	 autonomia	
do	 educando,	 de	 forma	 que	para	 construir	 ambientes	 estimuladores	 é	 preciso	
criar	uma	organização	e	 espaços	motivadores	que	estejam	alinhados	 com	essa	
proposta,	inclusive	trazendo	as	metodologias	ativas	para	o	processo.
Ao	construir	esses	espaços	será	necessário	criar	alguns	hábitos	como	rede	
de	 trocas	 cooperativas,	 rede	de	 identidade	 e	 vínculo,	 lembrando	que	 todas	 as	
relações	 em	 ambiente	 necessitam	de	 respeito	 e	 um	 olhar	 atento	 para	 o	 outro,	
segundo	Piaget	(1998,	p.	29)	afirma:
No	respeito	mútuo,	os	indivíduos	que	estão	em	contato	consideram-
se	iguais	e	se	respeitam	reciprocamente.	Em	decorrência	do	respeito	
mútuo,	 temos	 a	 moral	 que	 Piaget	 define	 como	 “um	 sentimento	
diferente,	o	sentimento	do	bem,	mais	interior	à	consciência,	cujo	ideal	
de	reciprocidade	tende	a	tornar-se	inteiramente	autônomo.
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
123
Podemos/devemos	(re)pensar	nossos	desenhos	didáticos	para	o	digital	em	
rede	nos	inspirando	nos	valores	e	práticas	da	cibercultura.	O	cenário	sociotécnico	
contemporâneo,	de	nossa	cultura	estruturada	pelas	tecnologias	digitais	em	rede,	
vem	nos	desafiando	a	 reconfigurar	 a	 educação	 formal	para	 estarmos	mais	 em	
sintonia	com	o	“espírito	de	nosso	tempo”.	
Os	 meios	 de	 comunicação	 de	 massa,	 unidirecionais,	 que	 foram	
característicos	 do	 século	 passado,	 hoje	 nos	 parecem	 datados,	 bem	
como	nos	parecem	ultrapassadas	as	práticas	pedagógicas	intuicionista-
massivas	que	muitas	vezes	são	equivocadamente	confundidas	com	a	
própria	modalidade	a	distância	(PIMENTEL,	2020,	p.	6).
Os computadores representam uma evolução das mídias e não modificam o 
modelo de comunicação de massa, predominantemente unidirecional, que tipicamente 
caracteriza a abordagem instrucionista-massiva.
NOTA
Pimentel	 (2020)	 aborda	 princípios	 da	 educação	 on-line	 que	 auxiliam	
diretamente	 nas	 concepções	 da	 elaboração	 e	 relações	 nas	 comunidades	
colaborativas	de	aprendizagens.
Princípio	1	–	Conhecimento	como	“obra	aberta”.
FIGURA 21 – CONHECIMENTO COMO “OBRA ABERTA”
FONTE: <http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/>. Acesso 
em: 18 jul. 2021.
Princípio	2	–	Curadoria	de	conteúdo	+	sínteses	e	roteiros	de	estudo	(em	
vez	da	produção	de	conteúdos	próprios	para	EAD).
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/
124
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
FIGURA 22 – CURADORIA DE CONTEÚDOS + SÍNTESES E ROTEIROS DE ESTUDO
FONTE: <http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/>. Acesso 
em: 18 jul. 2021.
Princípio	3	–	Ambiências	computacionais	diversas	(em	vez	de	se	restringir	
aos	serviços	do	Ambiente	de	Aprendizagem).
Na	modalidade	a	distância,	é	fundamental	a	adoção	de	um	Ambiente	Vir-
tual	de	Aprendizagem	(AVA),	como	Moodle,	Google	Classroom,	Canvas,	Grupo	
de	Aprendizagem	Social	do	Facebook,	entre	outros	(GOMES;	PIMENTEL,	2020,	
p.	7),	contudo,	a	grande	ênfase	que	é	dada	para	o	uso	de	AVA	na	modalidade	a	
distância	acabou	disseminando	uma	cultura	de	confinamento	e	exclusividade,	a	
tal	ponto	que	os	professores	na	EAD	chegam	a	supor	ser	proibido	usar	outros	sis-
temas	computacionais,	acreditando	que	tudo	deva	ser	realizado	dentro	do	AVA.	
FIGURA 23 – AMBIÊNCIAS COMPUTACIONAIS DIVERSAS
FONTE: <https://bit.ly/3Cm8I2H>. Acesso em: 18 jul. 2021.
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
125
Princípio	4	–	Aprendizagemem	rede,	colaborativa	(em	vez	de	aprendiza-
gem	individualista).
FIGURA 24 – APRENDIZAGEM EM REDE, COLABORATIVA
FONTE: <http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/>. Acesso 
em: 18 jul. 2021.
Princípio	 5	 –	 Conversação	 entre	 todos,	 em	 interatividade	 (em	 vez	 de	
apresentação	de	conteúdo).
FIGURA 25 – CONVERSAÇÃO ENTRE TODOS, EM INTERATIVIDADE
FONTE: <http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/>. Acesso 
em: 18 jul. 2021.
Princípio	6	–	Atividades	autorais	inspiradas	nas	práticas	da	cibercultura		
(em	vez	de	“estudo	dirigido”).
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/
126
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
FIGURA 26 – ATIVIDADE AUTORAIS INSPIRADAS NAS PRÁTICAS DA CIBERCULTURA
Princípio	 7	 –	 Mediação	 docente	 on-line	 para	 colaboração	 (em	 vez	 de	
“tutoria	reativa”).
FIGURA 27 – MEDIAÇÃO DOCENTE ON-LINE PARA COLABORAÇÃO
Princípio	 8	 –	 Avaliação	 formativa	 e	 colaborativa	 (em	 vez	 de	 apenas	
exames	presenciais).
FONTE: <https://bit.ly/3Cm8I2H>. Acesso em: 18 jul. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/3Cm8I2H>. Acesso em: 18 jul. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/3Cm8I2H>. Acesso em: 18 jul. 2021.
FIGURA 28 – AVALIAÇÃO FORMATIVA E COLABORATIVA
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
127
Segundo	Pimentel	(2020,	p.	6-9):
A	modalidade	a	distância	potencializa	novas	formas	de	avaliação.	Os	
rastros	 que	 os	 alunos	 deixam	 nas	 ambiências	 digitais	 ao	 participar	
das	 situações	 de	 aprendizagem	 arquitetadas	 pelo	 professor	
possibilitam	a	realização	de	uma	avaliação	com	base	em	competências,	
valorizando	 não	 apenas	 os	 conhecimentos	 (saber	 o	 que	 as	 coisas	
são,	os	conceitos,	as	 fórmulas),	mas	 também	as	habilidades	 (o	saber	
fazer,	o	conhecimento	em	ação)	e	as	atitudes:	presença,	participação	e	
colaboração.	Idealizamos	a	realização	da	avaliação	on-line	como	uma	
ação	coletiva,	realizada	não	apenas	pelo	professor	 (heteroavaliação),	
mas	também	pelo	próprio	aprendente	(autoavaliação)	e	por	todos	da	
turma	 (avaliação	 colaborativa,	 avaliação	 360º),	 fugindo	 da	 resposta	
certo-errado	e	voltando-se	para	a	valorização	dos	diferentes	olhares,	
da	 compreensão	 e	 da	 crítica	 de	 todos	 os	 envolvidos	 no	 processo	
formativo.	Que	a	avaliação	seja	feita	numa	perspectiva	formativa,	de	
maneira	 contínua,	 voltada	não	 apenas	para	 aprovar	 ou	 reprovar	 ao	
final	da	disciplina,	mas	sim	para	apoiar	a	tomada	de	consciência	sobre	
o	próprio	processo	de	aprendizagem	em	curso,	de	tal	maneira	que	os	
alunos	percebam	o	que	já	aprenderam	bem,	o	que	precisam	aprender	
mais	e	quais	ações	formativas	devem	realizar.
A	partir	do	momento	que	estamos	inseridos	nessas	comunidades	e	espaços	
os	processos	e	concepções	que	tínhamos	serão	quebrados	e	perceberemos	que	a	
aprendizagem	e	a	construção	do	saber	quando	elaborados	de	forma	colaborativa	
será	mais	eficaz:
QUADRO 2 – APRENDIZAGEM COLABORATIVA X APRENDIZAGEM INDIVIDUALISTA
Aprendizagem Colaborativa Aprendizagem Individualista
Estudo	em	grupo,	em	colaboração	
com	os	colegas	da	turma.
Estudo	sozinho,	em	competição	com	os	
demais	da	turma.
Aprendizagem	decorrente	da	
interatividade,	construção	ativa	e	
investigativa.
Aprendizagem	decorrente	da	recepção-
assimilação,	repetição	e	memorização.
Atividades	autorais	e	discussões. Atividades	repetitivas,	questionários	e	exercícios	de	fixação.
Professor	atua	como	mediador/
coordenador/líder.
Professor	atua	como	palestrante/
certificador/chefe.
Conhecimento	aberto	a	intervenções,	
a	ser	tecido	por	meio	da	interação	
social	(interatividade),	por	diferentes	
pontos	de	vista.
Conhecimento	fechado,	a	ser	
apreendido	de	conteúdos	e	de	
apresentações	do	professor,	de	um	
ponto	de	vista	único	(do	autor/
professor).
128
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
Ênfase	no	processo, 
na	participação-colaboração, 
na	tecedura	coletiva	de	saberes.
Ênfase	no	produto, 
nos	conteúdos	memorizados, 
na	capacidade	de	repetição.
Avaliação	continuada,	formativa	e	
realizada	colaborativamente.
Avaliação	pontual,	somativa	e	
realizada	pelo	professor.
FONTE: <https://bit.ly/3jI98sH>. Acesso em: 18 jul. 2021.
4 APRENDER E DESAFIAR A APRENDER EM AMBIENTE HÍBRIDO
Antes	 de	 falarmos	 em	 ambiente	 híbrido	 iremos	 refletir	 e	 buscar	
compreender	 alguns	 termos	 que	 se	 faz	 necessários	 como:	 aprender,	 desafiar,	
metodologias	ativas	e	ambiente	híbrido.
 Aprender: alcançar ou conseguir conhecimento, cognição, educação ou 
especialidade através da experiência ou do estudo; formar-se.
 Ficar-se competente ou apto em;
 Ficar-se eficiente ou capaz, em alguma coisa, de forma gradual.
 Ao analisarmos a origem da palavra, teremos: 
 APRENDER – de ad, “junto” mais prehendere, com o sentido de “levar para junto 
de si”, metaforicamente “levar para junto da memória”. E este verbo se origina em prae-, “à 
frente”, mais hendere, relacionado a hedera, “hera”, já que essa planta trepadeira se agarra, 
se prende às paredes para poder crescer.
FONTE: <https://www.lexico.pt/aprender/>. Acesso em: 6 out. 2021.
IMPORTANT
E
Então,	 aprender	 é	 construir	 algo,	 é	 poder	 ressignificar	 e	 inovar,	
transformar.	 Quando	 falamos	 em	 entender	 o	 que	 são	 desafios	 ou	 desafiar	
encontraremos	segundo	o	dicionário	Léxico:	“aliciar	alguém	a	fazer	algo:	desafiar	
alguém	para	um	jogo;	levar	alguém	a	fazer	algo	difícil:	Desafio-te	a	escreveres	as	
tuas	memórias;	não	ter	medo:	desafiar	os	perigos”.
Quando	falamos	em	conhecer	as	metodologias	ativas	estamos	falando	em	
aprender	e	em	novos	desafios,	em	se	jogar	num	novo	mundo	em	que	o	educando	
é	nosso	aliado,	que	a	aprendizagem	é	transversal	e	flexível.
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
129
4.1 METODOLOGIAS ATIVAS
Podemos	iniciar	lembrando	que	o	ato	de	aprender	é	uma	ou	deveria	ser	
uma	eterna	descoberta	e	que	devemos	levar	em	mente	os	quatro	pilares	sobre	os	
quais	as	nações	deveriam	enfatizar	suas	aprendizagens	no	novo	século	que	iria	
começar:	“Aprender a conhecer“,	“Aprender a fazer“,	“Aprender a conviver”	e	
“Aprender a ser“.
FIGURA 29 – OS QUATRO PILARES- QUEBRA CABEÇA
FONTE: <https://bit.ly/3jHjR6I>. Acesso em: 28 jun. 2021.
Segundo	Moura	(2020,	p.	2):
O	 relatório	 da	OCDE	 (Organização	 para	 a	Cooperação	 e	Desenvol-
vimento	Económico),	sugere	ser	necessário	repensar o que é ensina-
do, como é ensinado e como a aprendizagem é avaliada.	O	 relató-
rio	afirma	ainda	que,	no	século	XX,	o	conceito	de	aprendizagem	teve	
desenvolvimentos	 importantes,	sendo	na	atualidade	a	concepção	do	
sócio	construtivismo	a	mais	dominante.	Segundo	Driscoll	(1994),	por	
exemplo,	a aprendizagem é uma mudança persistente da interação 
do aprendiz com o ambiente,	 constrói-se,	 portanto,	 ativamente	 no	
contorno	social,	por	meio	de	negociação	com	pares	e	outras	pessoas.
A	educação	quando	modelo	e	abordagem	é	um	olhar	e	uma	reconstrução	
no	 currículo	desde	 a	 formação	do	docente	 até	 a	 estrutura	da	 instituição	 e	 seu	
fazer	pedagógico,	ainda	encontramos	muito	mais	aulas	expositivas	em	que	o	foco	
é	no	professor	e	não	no	conteúdo	ou	em	como	o	aluno	irá	construir	o	saber.
Segundo	Moura	(2020,	p.	3):
O	modelo	de	aula	mais	predominante	nos	ambientes	de	ensino	ainda	
é	a	aula	expositiva,	geralmente	na	apresentação	de	informação	verbal	
do	professor	a	um	grupo	de	estudantes,	observando-se	pouca	ativida-
de	aberta	e	pouco	entrosamento	entre	estudantes	e	professor;	somente	
em	alguns	 casos	 a	palavra	do	professor	 é	 interrompida	por	 comen-
tários	 e	perguntas.	Todo	professor	 em	algum	momento	 também	 foi	
aluno,	e	muitos	continuando	sendo,	e	é inevitável que o processo de 
replicar os métodos pelos quais aprenderam aconteça de forma na-
tural, pois atuamos dentro da concepção de mundo conhecida por 
cada um.
130
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAISQuando	 fomentamos	 e	 analisamos	 as	 mudanças	 e	 percebemos	 esses	
novos	caminhos,	abrimos	as	possibilidades	de	novas	abordagens	metodológicas	
e	a	certeza	de	que	a	evolução	e	as	transformações	socorreram	quebrando	velhos	
conceitos,	estereótipos	e	paradigmas.	As	escolas	já	não	são	mais	aqueles	espaços	
que	antes	era	possível	imaginar	sem	estar	lá	in	loco,	afinal	cada	dia	é	um	momento	
único	 e	 por	 isso	 o	maestro	 dessa	 banda	 precisa	 estar	 atento	 e	 conectado	 com	
esse	novo	mundo	e	novos	alunos.	Nossos	espaços	de	interações	ultrapassaram	
os	concretos	das	construções	e	hoje	estão	além	das	fibras.	As	salas	enfileiradas	
e	 silenciosas	dão	espaços	as	 ilhas	e	ao	ensino	em	movimento	com	abordagens	
ativas	colocando	o	aluno	no	centro.	
Segundo	Noemi	(2020,	p.	2):
A	 transformação	 do	 ensino	 obtida	 com	 essas	 metodologias	 se	 dá,	
principalmente,	por	conta	da	mudança	no	protagonismo	em	sala	de	
aula.	Com	abordagens	inovadoras	e	diferentes,	o	aluno	se	coloca	em	
uma	posição	mais	ativa,	sendo	ele	mesmo	o	condutor	de	seu	próprio	
conhecimento	(em	conjunto,	é	claro,	com	seus	colegas	de	classe).
Nesse	 cenário	 da	 sociedade	 do	 conhecimento	 surgem	 as	metodologias	
ativas	como	alicerce	no	princípio	teórico	em	que	a	sociedade	do	conhecimento	deve	
pressupor	um	estudante	autônomo,	que	autogerencie	autogoverne	seu	processo	
formativo.	 Sendo	 assim,	 essas	 metodologias	 utilizam-se	 da	 problematização	
como	metodologia	de	ensino-aprendizagem,	com	a	meta	de	alcançar	e	motivar	
o	estudante	mediante	ao	problema	apresentado	dentro	do	cenário	educacional,	
relacionando	sua	história	e	passando	a	ressignificar	as	suas	descobertas.
As	metodologias	 de	 aprendizagem	 ativa,	 trazem	 o	 aluno	 para	 o	 cen-
tro	das	discussões,	ele	 se	 torna	o	agente	principal	da	construção	do	aprendi-
zado.	Malpartida	 e	Martins	 (2013)	 ressaltam	que	 aprender	 é	um	ato	 interno,	
pessoal	e	voluntário,	efetivado	pelo	aprendiz	na	medida	em	que	se	constrói	e	se	
assume	o	sujeito	de	seu	processo	cognitivo;	isto	implica	volição,	compromisso,	
desejo,	responsabilidade,	esforço	e	disciplina.
Para	Malpartida	e	Martins	(2013),	discutir	sobre	metodologia	de	apren-
dizagem	ativa	tornando-a	como	centro	das	discussões	revela	o	questionamento	
em	que	se	colocam	as	formas	tradicionais	de	ensino	e	aprendizagem,	centradas	
na	transmissão/assimilação	e	reduzidas	à	memorização.	Para	os	autores,	enfocar	
metodologias	de	aprendizagem	ativa	significa	pontuar	uma	outra	forma	relacio-
nal	entre	professores	e	alunos.
Ao	utilizar	as	metodologias	de	aprendizagem	ativa	a	figura	do	professor	
é	 substituída	 pelo	 Educador,	 e	 é	 ele	 quem	 direciona	 e	 conduz	 o	 processo	
ensino-aprendizagem.	O	aluno	é	visto	como	uma	pessoa	concreta	objetiva,	que	
determina	e	é	determinada	pelas	dimensões	histórica,	social,	política,	econômica	e	
individual.	Os	objetivos	de	aprendizagem	são	definidos	a	partir	das	necessidades	
concretas	do	contexto	histórico-social	no	qual	se	encontram	os	sujeitos.
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
131
A	mudança	certamente	está	acontecendo,	de	forma	gradativa.	Algumas	
metodologias	já	são	aplicadas	com	muita	propriedade	por	professores:	“Sala	de	
aula	invertida”,	Resolução	de	problemas”,	“Gamificação”,	“Rotação	de	estações”,	
entre	outras.
4.2 ENSINO HÍBRIDO
Segundo	Moran	(2015,	p.	65):
Híbrido	 significa	misturado,	mesclado,	 blended.	A	 educação	 sempre	
foi	 misturada,	 híbrida,	 sempre	 combinou	 vários	 espaços,	 tempos,	
atividades,	 metodologias,	 públicos.	 Esse	 processo	 agora,	 com	 a	
mobilidade	 e	 conectividade,	 é	 muito	 mais	 perceptível,	 amplo	 e	
profundo:	é	um	ecossistema	mais	aberto	e	criativo.	Podemos	ensinar	
e	aprender	de	inúmeras	formas,	em	todos	os	momentos,	em	múltiplos	
espaços.	 Híbrido	 é	 um	 conceito	 rico,	 apropriado	 e	 complicado.	
Tudo	 pode	 ser	misturado,	 combinado	 e	 podemos,	 com	 os	mesmos	
ingredientes,	preparar	diversos	“pratos”	com	sabores	muito	diferentes.
Atualmente,	nossos	documentos	normativos	mostram	que	o	 caminho	é	
trabalhar	sob	a	ótica	do	Ensino	Híbrido,	a	Base	Nacional	Comum	Curricular	–	
BNCC	 como	 referência,	 assim	 como	 outros	 documentos	 anteriores,	 já	 se	 fala	
em	 aprendizagem espiralada,	 na	 qual	 podemos	 levar	 o	 aluno	 a	 aprender	 a	
partir	do	desenvolvimento	de	níveis	mais	simples	para	os	níveis	mais	complexos,	
acompanhando	 o	 ritmo	 de	 aprendizagem	 do	 aluno.	 Esses	 processos	 de	
aprendizagens	 são	múltiplos	 e	 todos	 nos	 direcionam	 para	 um	 único	 aspecto:	
o	 protagonismo do aluno.	 Esse	 protagonismo	 está	 bem	 claro	 no	 conceito	 na	
aplicação	de	metodologias	ativas	e	ensino	híbrido. 
Moran	(2018,	p.	76)	ainda	complementa:
Metodologias	ativas	são	estratégias	de	ensino	centradas	na	participação	
efetiva	dos	estudantes	na	construção	do	processo	de	aprendizagem,	
de	 forma	 flexível,	 interligada,	 híbrida.	As	metodologias	 ativas	 num	
mundo	conectado	e	digital	se	expressam	através	de	modelos	de	ensino	
híbridos,	com	muitas	possíveis	combinações.	A	junção	de	metodologias	
ativas	com	modelos	flexíveis,	híbridos	traz	contribuições	importantes	
para	a	o	desenho	de	soluções	atuais	para	os	aprendizes	de	hoje.
Trabalhar	de	forma	híbrida	é	desenvolver	ativamente	o	potencial	máximo	
dos	seus	atores,	é	buscar	alinhar	ferramentas	e	estratégias	pedagógicas	de	forma	
síncrona	e	assíncrona,	buscar	mediar	e	desafiar	o	educando	para	que	identifique	
seu	percurso	formativo.
O	ensino	híbrido,	também	denominado	blended	learning,	apresenta-
se	 como	um	processo	para	 inovar	 a	 sala	de	 aula,	 ao	 integrar	 o	 que	
temos	 de	 bom	 de	 um	 currículo	 tradicional	 com	 um	 currículo	
inovador,	mesclado	com	as	TDIC,	como	forma	de	garantir	um	melhor	
aproveitamento	das	atividades	em	sala	de	aula.	Essa	abordagem	se	faz	
em	 diversos	 “espaços,	 tempos,	 atividades,	 metodologias,	 públicos”	
combinando	 atividades	 presenciais	 e	 a	 distância.	 Essa	 perspectiva	
132
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
abre	 espaço	 para	 que	 tanto	 professor	 quanto	 estudante	 tornem-se	
protagonistas	do	ensino	e	da	aprendizagem,	já	que	o	ensino	híbrido	
faz	 com	 que	 todos	 se	 tornem	 atores	 do	 conhecimento	 (MORAN,	
2015,	p.	27).
Trabalhar	 de	 forma	 híbrida	 é	 desenvolver	 de	 forma	 mais	 completa	 o	
percurso	e	o	ciclo	de	cada	educando,	pois	essa	é	uma	metodologia	na	qual	estudantes	
vivenciam	o	processo	de	aprendizagem	por	meio	das	modalidades	presencial 
e à distância de forma integrada.	 Assim,	 esse	 procedimento	 une	 elementos	
tradicionais	 com	 ferramentas	 e	 dispositivos	 tecnológicos,	 o	 que	 resulta	 em	
uma	educação mais completa e relevante para	estudantes	do	século	XXI.
Essa	modalidade	proporciona	personalização	em	um	acompanhamento	
muito	mais	real	de	cada	caminha	formativa,	 investimento	correto	na	estratégia	
de	 cada	 necessidade,	 possibilidade	 de	 flexibilidade	 e	 desenvolvimento	 de	
competências	para	a	vida	em	sociedade,	sendo	possível entender quais são as 
necessidades e as carências	—	pedagógicas,	 tecnológicas	e	sociais	—	que	cada	
estudante	tem	e,	a	partir	disso,	elaborar	metodologias	específicas.
Segundo	 estudos	 realizados	 por	 algumas	 empresas,	 existem	 alguns	
modelos	e	características	do	ensino	híbrido,	que	são:
 É necessário entender que há três modalidades de ensino e de aprendizagem 
que se integram para a formação da educação híbrida. Cada uma delas tem as suas 
particularidades e devem ser usadas de acordo as necessidades previstas:
• on-school: trata-se dos momentos de interação presenciais que ocorrem dentro do 
ambiente escolar, também chamada de off-line;
• on-line: está relacionada ao uso de tecnologias para o desenvolvimento de atividades 
que ocorre de forma síncrona entre estudantes e escola;
• on-time: são as atividades desenvolvidas pelos estudantes por meio da tecnologia, mas 
fora do ambiente escolar e de forma assíncrona.
 A partir do entendimento das modalidades existentes, os modelos existentes são:Rotação por estações
 Nesse modelo, a turma é separada em grupos que se revezam em estações de 
aprendizagem. Cada estação vai explorar uma forma de aprender diferente, sendo que em 
uma pode haver o uso de tecnologia, na outra a elaboração de atividades coletivas e, em 
uma terceira, uma situação de interação com o professor.
 
 Além disso, capacidades e habilidades diferentes podem ser exploradas em cada 
uma das estações. Por exemplo, em uma estação pode ser exibido um material multimídia 
que trabalhe com o ver e o escutar; na outra pode ser explorado o fazer; e na última 
o ensinar. A quantidade de estações depende do número de estudantes e do tempo 
disponível para a aula.
UNI
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
133
 Sala de aula invertida
 Muito comum no ensino superior, esse modelo está centrado na autonomia dos 
estudantes, os quais têm o primeiro contato com o conteúdo da aula em casa, por meio 
de vídeos, textos, jogos educacionais e outros. Assim, os estudantes já chegam na sala de 
aula com uma boa bagagem do conteúdo e usam esse espaço para colocar em prática o 
que estudaram, tirar dúvidas e aprofundar o conhecimento.
 Laboratório rotacional
 Esse modelo consiste em dividir a aula em dois momentos: um no laboratório de 
informática e outro na própria sala de aula. Sendo assim, a turma pode ser separada em 
dois grupos, que trabalham em cada ambiente em tempos diferentes.
 
 No momento quando estão no laboratório, os estudantes trabalham de forma 
autônoma para executar as atividades propostas — resolução de exercícios  on-line, 
pesquisas, curadorias etc. Já na sala de aula, o momento pode ser aproveitado para tirar 
dúvidas, explicar conceitos, fazer projetos coletivos e outros, com o auxílio do professor. 
Além desses modelos, apresentados como sustentados, ainda há os modelos que se 
categorizam como disruptivos.
 Dentre esses é possível destacar:
 Rotação individual
 Nesse modelo, explora-se o conceito de personalização da educação, pois são 
elaborados diferentes roteiros de aprendizagem para uma mesma turma. Assim, cada 
roteiro deve propor atividades relacionadas às necessidades específicas do estudante ou 
grupo de estudantes que o receber.
 À la carte
 Para a realização desse modelo, os estudantes traçam os seus objetivos de 
aprendizagem e podem escolher disciplinas eletivas para complementar os estudos 
básicos. Assim, pelo menos uma dessas disciplinas é ofertada de modo totalmente on-
line, para que o estudante estude no momento que preferir.
 Flex
 O modelo  flex  é sustentado na educação  on-line,  que pode ocorrer tanto à 
distância quanto em laboratórios na escola. Tendo isso em vista, o professor atua apenas 
como mediador, tirando dúvidas, orientando a execução de tarefas e propondo discussões 
e projetos.
 Virtual aprimorado
 Nesse modelo, os estudantes têm todas as disciplinas on-line, porém, participam 
de momentos presenciais semanalmente, para discutir os conteúdos estudados, fazer 
atividades e obter acompanhamento pedagógico.
FONTE: <https://blog.conexia.com.br/o-que-e-ensino-hibrido/>. Acesso em: 6 out. 2021.
Falar	de	Ensino	Híbrido	 e	Metodologias	 ativas	 é	 realmente	um	grande	
desafio,	e	sempre	será.	Por	conta	disso,	sempre	seremos	aprendizes	dentro	desse	
processo.	
134
UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
PENSANDO O CIBERESPAÇO E A CIBERCULTURA
Gustavo	Souza
Nas	últimas	décadas,	assistimos	a	mudanças	revolucionárias	em	matéria	
de	educação	em	todo	o	mundo.	Novos	métodos,	técnicas	e	recursos	passaram	a	
habitar	as	salas	de	aula	e	o	imaginário	social.	Adentramos	novas	eras	em	que	a	
educação	supera	antigas	imagens	e	modelos	e	abre	alas	para	posturas	de	se	ensi-
nar	e	aprender	transformadoras,	que	extrapolam	os	muros	do	ambiente	escolar.
É	 fato	 que	 os	 desafios	 e	 as	 dificuldades	 ainda	 são	 muitas.	 Todavia,	 a	
capacidade	de	modificação	e	inovação	do	pensamento	educacional	tem	trazido	
experiências	 altamente	 significativas	 e	 interessantes,	 dando	 uma	 nova	 cara	
para	o	cotidiano	do	quadro	negro	e	do	giz.	Nesse	movimento	de	novidades,	as	
tecnologias	da	informação	e	da	comunicação	tem	um	grande	destaque.
O cotidiano do quadro negro e do giz tem sido revolucionado. Como 
entender todas essas mudanças?
Recursos	digitais,	sistemas	computacionais,	interatividade	e	ferramentas	
de	 comunicação	diversas	passaram	a	 fazer	 parte	do	universo	da	 sala	de	 aula.	
E	 hoje,	 pensar	 o	 futuro	 da	 educação	 passa	 pela	 fusão	 dessas	 tecnologias	 com	
o	 processo	 de	 ensino-aprendizagem.	 Além	 da	 perspectiva	 educacional,	 esses	
recursos	 também	 passaram	 a	 habitar	 o	 cotidiano,	 tornando-se	 mais	 do	 que	
acessórios,	mas	extensões	de	nossas	ações.
Você	 já	 parou	 para	 pensar	 qual	 é	 a	 origem	 de	 toda	 essa	 revolução	
tecnológica?	De	onde	vem	essas	novas	linguagens	que	unem	internet,	informação	
e	 comunicação?	 Por	 que	 tamanha	 força	 hoje	 em	dia?	 Por	 trás	 desses	 cenários	
sociais	 e	 educacionais,	 outras	 revoluções	 vêm	 acontecendo	 e	 chacoalhando	 as	
noções	de	sociedade	e	cultura.
Com	 a	 chegada	 dos	 computadores	 e	 sua	 popularização,	 uma	 série	 de	
estruturas	passaram	a	 cooperar	para	a	 fundamentação	de	um	novo	espaço	de	
operações	tecnológicas,	de	informação	e	inteligência:	o	ciberespaço.	Além	dele,	a	
internet	surgiu	com	a	premissa	de	conectar	não	apenas	máquinas,	mas	pessoas.	E	
desse	novo	espaço,	nasce	um	conjunto	de	práticas	culturais,	modos	de	se	viver	e	
expressar:	a	cibercultura.
Quem	 nos	 explica	 esses	 dois	 termos	 com	 maestria	 é	 o	 filósofo	
francês	Pierre Lévy	por	meio	de	sua	obra	Cibercultura	(2000):
http://www.ead.unimontes.br/nasala/author/gustavo/
TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS
135
O	termo	ciberespaço	especifica	não	apenas	a	infraestrutura	material	
da	comunicação	digital,	mas	também	o	universo	oceânico	de	infor-
mação	que	ela	abriga,	assim	como	os	seres	humanos	que	navegam	
e	 alimentam	 esse	 universo.	 Quanto	 ao	 neologismo	 ‘cibercultura’,	
especifica	aqui	o	 conjunto	de	 técnicas	 (materiais	 e	 intelectuais),	de	
práticas,	de	atitudes,	de	modos	de	pensamento	e	de	valores	que	se	
desenvolvem	juntamente	com	o	crescimento	do	ciberespaço	(LÉVY,	
2000,	p.	17).
Lévy	 é	 um	 grande	 estudioso	 dessas	 transformações	 ocorridas	 com	
o	ciberespaço	e	a	 cibercultura.	E	por	que	chegamos	até	elas?	Se	você	observar	
novamente	 as	 definições	 do	 próprio	 Lévy,	 vai	 entender	 que	 esse	 cotidiano	
tecnológico	 e	 interativo	 no	 qual	 estamos	 inseridos	 e	 nossa	 prática	 educativa	
também,	derivam	dessa	revolução	primeira,	alicerçada	no	ciberespaço	e	aquecida	
pela	cibercultura.
Para	entender	ainda	mais	como	isso	se	fortaleceu,	recorremos	ao	próprio	
Lévy	que	descreve	três	pulsões	que	nos	lançaram	nesse	dia	a	dia	frenético,	inovador	
e	promisso	de	tecnologias	educacionais,	redes	sociais,	recursos	computacionais	
e	 interatividade	on-line.	Essas	pulsões	 são	a	 interconexão de	computadores,	 a	
formação	de	comunidades virtuais e	a	geração	de	uma	inteligência coletiva.
Três	pulsões	da	cibercultura	segundo	Lévy:
• Interconexão: A	integração	de	computadores,	informações	e	pessoas	dispostos	
pelas	redes	e	caminhos	do	ciberespaço.
• Comunidades Virtuais:	Coletividades	geradas	pela	interconexão	de	pessoas,	
computadores	e	informações,	seja	por	afinidades,	projetos	comuns	ou	sentidos	
de	pertença	desenvolvidos	na	rede.
• Inteligência Coletiva:	A	 construção	 colaborativa	de	 saberes	 compartilhados	
produzidos	 no	 ciberespaço	 graças	 a	 interconexão	 e	 a	 coletividade	 das	
comunidades	virtuais,	cuja	meta	é	a	melhoria	do	ambiente	em	rede	e	metas	de	
progressos	contínuos.
O	trabalho	contemporâneo	de	produzir	e	aplicar	tecnologias	educacionais	
e	 promover	 novas	 formas	de	 ensino	 e	 aprendizagem	partilham	dessa	 origem.	
Com	 a	 interconexão,	 a	 coletividade	 virtual	 e	 a	 inteligência	 coletiva,	 podemos	
entender	como	se	expande	nossa	sociedadee	como	partir	dela	para	promover	
revoluções	ainda	mais	significativas	no	contexto	educacional.
Unir	 educação	 e	 tecnologias	 para	 produzir	 resultados	 passa	 pelas	
discussões	do	ciberespaço	e	da	cibercultura.	Entender	essa	origem	nos	habilita	
ainda	 mais	 a	 empreender	 projetos	 de	 trabalho	 com	 enfoque	 em	 produtos	
educacionais	para	essa	nova	e	sempre	nova	sociedade.
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UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS
As	 iniciativas	 educacionais	 atuais	 passam	 a	 transcorrer	 nesse	 novo	
espaço	 apresentado	 por	 Lévy.	 Com	 o	 ciberespaço,	 temos	 mais	 do	 que	 uma	
estrutura	 técnica	 e	 funções	 computadorizadas,	 mas	 um	 lugar	 que	 favorece	
iniciativas	que	 fazem	do	conhecimento	um	 intercâmbio	ainda	maior,	 ligando	
alunos	ao	conhecimento	e	tornando-os	protagonistas	na	busca	dos	saberes.	E	o	
conjunto	de	práticas	vividas	nesse	espaço,	a	cibercultura,	nos	fornece	modelos	
para	 entender	 comportamentos,	 funções,	 linguagens	 e	 cenários	 para	 ações	
educacionais	mais	precisar	e	interconectadas	com	as	novas	gerações	de	alunos	
e	uma	nova	era	para	educação.
FONTE: <http://www.ead.unimontes.br/nasala/pensando-ciberespaco/#ffs-tabbed-13>; Acesso 
em: 23 jun. 2021
http://www.ead.unimontes.br/nasala/pensando-ciberespaco/#ffs-tabbed-13
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 O	ensino	tradicional,	caracterizado	por	aulas	expositivas	e	pela	figura	central	
do	professor	no	processo	de	ensino	e	aprendizagem,	ainda	é	predominante	na	
realidade	educacional	brasileira	em	todos	os	níveis	de	ensino,	especialmente	
na	educação	básica.
•	 As	metodologias	ativas	dão	ênfase	ao	papel	protagonista	do	estudante,	ao	seu	
envolvimento	direto,	participativo	e	reflexivo	em	todas	as	etapas	do	processo,	
experimentando,	desenhando,	criando,	com	orientação	do	professor.
•	 Metodologias	ativas	o	ensino	é	centrado	no	estudante	e	contextualizado	com	o	
seu	cotidiano,	estimulando	que	sejam	ativos	e	criativos	no	processo	de	ensino	
e	aprendizagem.	
•	 As	metodologias	ativas	podem	ou	não	fazer	o	uso	de	TDIC,	pois	o	foco	não	
é	 a	 utilização	 de	 recursos	 tecnológicos,	 mas	 o	 estímulo	 à	 autonomia	 e	 ao	
protagonismo	do	estudante.	Porém,	reitera-se	que	se	nas	décadas	passadas	já	
se	cobrava	uma	mudança	metodológica	do	processo	de	ensino	e	aprendizagem,	
atualmente,	 com	 a	 utilização	 das	 TDIC	 e	 as	 possibilidades	 de	 trocas	 de	
informação,	experiências	e	aprendizagens	em	rede,	esses	anseios	por	mudanças	
estão	mais	fortes.
•	 Os	Pilares	da	Educação	são:
 ○ Aprender	a	conhecer:	é	necessário	tornar	prazeroso	o	ato	de	compreender,	
descobrir,	construir	e	reconstruir	o	conhecimento	para	que	não	seja	efêmero,	
para	que	se	mantenha	ao	longo	do	tempo	e	para	que	valorize	a	curiosidade,	a	
autonomia	e	a	atenção	permanentemente.	É	preciso,	também,	pensar	o	novo,	
reconstruir	o	velho	e	reinventar	o	pensar.
 ○ Aprender	 a	 fazer:	 não	 basta	 preparar-se	 com	 cuidados	 para	 se	 inserir	 no	
setor	 do	 trabalho.	A	 rápida	 evolução	 por	 que	 passam	 as	 profissões	 pede	
que	 o	 indivíduo	 esteja	 apto	 a	 enfrentar	 novas	 situações	 de	 emprego	 e	 a	
trabalhar	em	equipe,	desenvolvendo	espírito	cooperativo	e	de	humildade	na	
reelaboração	conceitual	e	nas	trocas,	valores	necessários	ao	trabalho	coletivo.	
Ter	iniciativa	e	intuição,	gostar	de	uma	certa	dose	de	risco,	saber	comunicar-
se	e	resolver	conflitos	e	ser	flexível.	Aprender	a	fazer	envolve	uma	série	de	
técnicas	a	serem	trabalhadas.
 ○ Aprender	a	conviver:	no	mundo	atual,	este	é	um	importantíssimo	aprendizado	
por	ser	valorizado	quem	aprende	a	viver	com	os	outros,	a	compreendê-los,	
a	 desenvolver	 a	 percepção	 de	 interdependência,	 a	 administrar	 conflitos,	 a	
participar	de	projetos	comuns,	a	ter	prazer	no	esforço	comum.
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 ○ Aprender	a	ser:	é	importante	desenvolver	sensibilidade,	sentido	ético	e	esté-
tico,	responsabilidade	pessoal,	pensamento	autônomo	e	crítico,	imaginação,	
criatividade,	iniciativa	e	crescimento	integral	da	pessoa	em	relação	à	inteli-
gência.	A	aprendizagem	precisa	ser	integral,	não	negligenciando	nenhuma	
das	potencialidades	de	cada	indivíduo.
•	 O	ensino	híbrido	pode	ser	estruturado	via	atividades	síncronas,	nas	quais	o	
professor	e	os	estudantes	trabalham	juntos	em	um	horário	predefinido	de	ma-
neira	on-line	ou	presencial,	ou	assíncronas,	quando	o	aluno	pode	estudar	em	
seu	próprio	tempo	e	velocidade,	sem	necessidade	de	estar	com	a	turma	ou	o	
educador.	O	ensino	híbrido	busca	unir	os	aspectos	positivos	das	duas	metodo-
logias,	a	fim	de	oferecer	melhores	condições	de	aprendizagem	para	os	alunos.
•	 Modelos	Híbridos:
 ○ Modelo	 Flex:	 os	 estudantes	 recebem	 uma	 lista	 de	 temas	 para	 pesquisar,	
o	 ensino	 ocorre	 de	 forma	personalizada,	 a	maioria	 do	 tempo	 on-line,	 e	 o	
professor	fica	disponível	para	tirar	dúvidas	sempre	que	necessário.	Os	grupos	
podem	ter	estudantes	de	turmas	diferentes,	sendo	esse	modelo	considerado	
disruptivo,	ainda	sem	referência	de	escolas	no	Brasil.
 ○ Modelo	à	La	Carte:	o	estudante	de	posse	dos	objetivos	gerais	é	o	responsável	
pela	organização	de	seu	estudo,	assemelhado	ao	home schooling	e	a	EAD.	Ele	
controla	o	tempo	e	o	local	da	aprendizagem.	Em	parceria	com	o	educador,	
em	projetos	personalizados	com	pelo	menos	um	curso	ofertado	on-line.	O	
modelo	propõe	uma	organização	de	escola	sem	regulamentação	no	Brasil.
 ○ Modelo	Virtual	Enriquecido:	o	tempo	é	dividido	entre	aprendizagem	on-line	
e	presencial,	e	todas	as	disciplinas	podem	ser	feitas	on-line,	possibilitando	
aos	estudantes	 comparecerem	em	aula	presencial	uma	vez	por	 semana.	É	
considerado	disruptivo,	sem	regulamentação	na	Educação	Básica	no	Brasil.
•	 Pode	ser	trabalhado	de	diferentes	formas	como:
 ○ Rotação	por	Estação.
 ○ Laboratório	Rotacional.
 ○ Sala	de	Aula	Invertida.
 ○ Rotação	Individual.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
139
1	 Pierre	 Lévy	 é	 hoje	 um	 dos	 mais	 expressivos	 filósofos	 do	 mundo	 no	
campo	da	informação,	novas	mídias,	Internet	e	cibercultura.	Com	base	no	
pensamento	desse	autor,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Para	Lévy,	a	Internet	não	permite	a	interatividade	total,	uma	vez	que,	
assim	como	a	televisão	e	o	rádio,	está	centrada	no	sistema	de	difusão	
Um-Todos,	 pois	 os	 usuários	 ainda	 dependem	 de	 provedores	 que	
controlam	a	transmissão	de	dados	e	limitam	o	acesso	à	rede.
b)	(			)	 Segundo	 esse	 autor,	 o	 ciberespaço	 propicia	 a	 criação	 de	 uma	
inteligência	coletiva,	
c)	(			)	 Para	Lévy,	os	CDs	e	DVDs,	por	serem	mídias	que	comportam	arquivos	
digitalizados,	fazem	parte	do	ciberespaço.
d)	(			)	 De	 acordo	 com	 o	 filósofo	 mencionado,	 o	 ciberespaço	 não	 possui	
capacidade	de	armazenar	memória,	e,	por	 isso,	 serve	apenas	para	a	
transmissão	de	dados	entre	usuários.
2	 Com	 base	 em	 uma	 das	 Metodologias	 Ativas,	 assinale	 a	 alternativa	
CORRETA:	
a)	(			)	 A	aprendizagem	baseada	em	problema	(da	sigla	inglesa	PBL).
b)	(			)	 A	aprendizagem	baseada	em	comandos	(da	sigla	inglesa	CBL).
c)	(			)	 A	aprendizagem	baseada	em	leitura	(da	sigla	inglesa	RBL).
d)	(			)	 A	aprendizagem	baseada	em	memorização	(da	sigla	inglesa	MBL).
3		Com	base	nos	modelos	do	Ensino	Híbrido,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 On-drive,	on-line	on-time.
b)	(			)	 On-school,	on-off	on-time.
c)	(			)	 On-school,	on-line	on-time.
d)	(			)	 On-school,	on-line	on-drive.
4	 Quais	 os	 benefícios	 da	 adoção	 do	 sistema	 híbrido	 de	 ensino	 no	 cenário	
atual?
5	 Quais	os	benefícios	pedagógicos	do	Ensino	Híbrido?
AUTOATIVIDADE
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146
147
UNIDADE 3 — 
FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E 
SUAS POSSIBILIDADES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• desenvolver a capacidade de organizar ideias, pensamentos e argumen-
tos, assim como de compartilhar informações e oferecer apoio à utilização 
de diversas ferramentas com o olhar pedagógico;
• conhecer e reconhecer a utilização de redes sociais como forma e meio à 
auxiliar e facilitar o percurso formativo;
•	 estabelecer	 a	 reflexão,	 expressão	 e	 habilidades	 comunicativas,	 tanto	
na parte oral da produção de vídeos, quanto escrita dos materiais 
compartilhados e produzidos nas redes sociais;
• desenvolver a criticidade em pensamentos e no processamento de 
informações, devido à articulação escrita, bem como a melhoria do 
aprendizado através dos ambientes virtuais, bem como a seleção da 
ferramenta adequada.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – UTILIZAÇÃO DE REDES SOCIAIS
TÓPICO 2 – AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
TÓPICO 3 – SOFTWARES E APLICATIVOS EDUCATIVOS
148
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
149
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos na nossa última unidade, até o presente momento 
perpassamos diversos assuntos para podermos entender como utilizar as 
tecnologias da informação e da comunicação em prol da educação. 
Agora chegou o momento de falarmos onde iremos aplicar todo esse 
conhecimento, em que iremos fazer a conexão entre todos os assuntos abordados 
e a educação
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos a compreensão sobre o que são 
redes sociais e como elas podem ser utilizadas na e para educação, no Tópico 2 
conheceremos alguns ambientes virtuais de aprendizagem e suas potencialidades 
no Tópico 3 iremos explorar alguns softwares e aplicativos educacionais que 
poderão enriquecer nosso trabalho.
 
Esperamos que tenha gostado e que essa unidade sirva de incentivo para 
seu lado criativo!
Bons estudos!
TÓPICO 1 — 
FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES
2 CONCEITOS E UTILIZAÇÃO DE REDES SOCIAIS 
O tema Redes Sociais se tornou no meio da educação algo polêmico e ao 
mesmo	tempo	desafiador	para	os	atores	envolvidos.	Nosso	sistema	educativo	passa	
por transformações diárias que até então,ou melhor, até 2020, não pensávamos 
que seriam tão rápidas e radicais. A pandemia trouxe a potencialização da 
utilização das ferramentas, não foi a culpada, mas a grande responsável por essa 
visão para a utilização na educação.
Até março de 2020, com a chegada da pandemia, falávamos em tecnologias 
e até utilizávamos alguma coisa, mas com o isolamento social tivemos que buscar 
alternativas para que os processos educativos continuassem ocorrendo, foi 
neste momento que em algumas práticas temos na escola um espaço temporal 
deslocado, ou seja, práticas que não dialogam com as realidades dos sujeitos ou 
da contemporaneidade.
 
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
150
Nesse momento, muitos docentes começaram a perceber o poder de 
alcance das redes sociais não apenas como forma de interação e entretenimento, 
afinal,	segundo	Barcelos,	Passerino	e	Behar	(2010,	p.	2),	as	redes	sociais:
Podem ser entendidas como um conjunto de nós, interconectados, 
formados	por	estruturas	não	lineares,	flexíveis,	dinâmicas,	compostas	
de organizações formais e informais. Esses nós representam indivíduos 
ou grupos de indivíduos responsáveis por alimentar as redes sociais 
por meio da troca e do compartilhamento de informações.
Uma	 outra	 definição	 de	 rede	 social	 é	 dada	 por	 Costa	 et al.	 (2003,	 p.	
73),	 que	 propõe	 compreendê-la	 como	 “forma	 de	 organização	 caracterizada	
fundamentalmente pela sua horizontalidade, isto é, pelo modo de inter-
relacionar os elementos, sem hierarquia”. Para eles, a horizontalidade desfaz a 
concentração do poder comunicacional nas mãos de um indivíduo e favorece as 
relações	todos-todos	e	reafirmando	a	importância	de	um	no	processo.
As redes sociais tornam-se meios comuns ou populares a partir do 
momento que começam a chegar de forma massiva em cada grupo, principalmente 
via os aparelhos que possibilitaram as interações sem fronteiras físicas. Essas 
possibilidades foram possíveis graças à internet.
Com o advento da internet, as redes sociais também foram para o mundo 
virtual, iniciamos as redes virtuais de interações e com isso muitas vezes vistas 
apenas como meios de entretenimento. Muitas vezes, e porque não dizer, na 
maioria	 delas,	 as	 redes	 sociais	 apenas	 são	 vistas	 como	 comunidades	 sem	fins	
educacionais.
Com as transformações da sociedade as redes sociais iniciam também 
seus processos de evolução. Essas transformações vão interferir diretamente na 
forma como os indivíduos se comunicam e interagem entre si.
A utilização das redes sociais torna o processo de comunicação mais 
ativo,	para	Barcelos,	Passerino	e	Behar	(2010,	p.	8):
Com o uso efetivo das redes sociais, essa troca/resposta acontece de 
forma	dinâmica.	Mais	do	que	 isso,	 é	possível	 saber	e	atender	a	 real	
necessidade do cliente, estabelecendo fortes elos com os consumidores 
dos produtos ou serviços oferecidos, o que se torna um diferencial 
positivo em relação àquelas empresas que somente disponibilizam 
seus produtos em sites impessoais de compra.
Para as autoras citadas, essa interação proporciona a possibilidade de 
vermos e percebemos as reais necessidades do outro, seja ele um cliente ou um 
estudante. Quando falamos em educação, as redes sociais foram muitas vezes 
deixadas de lado e não sendo utilizadas como instrumentos pedagógicos por não 
serem vistas como campos de percurso formativo.
TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES
151
Segundo	Lima	 (2011	apud	BERCELOS;	PASSERINO;	BEHAR,	2010),	 as	
redes	sociais	virtuais	são	grupos	ou	espaços	específicos	na	internet,	que	permi-
tem	partilhar	dados	e	 informações,	sendo	essas	de	caráter	geral	ou	específico,	
das	mais	diversas	formas	(textos,	arquivos,	imagens	fotos,	vídeos).	Diante	disso,	
os estuantes são estimulados a formar grupos de estudos em tecnologia da infor-
mação, usando esses espaços para discussões, debates e apresentação de temas 
transversais à informática.
Para entender melhor o que motiva os educandos a utilizarem tão 
ativamente as redes sociais é necessário saber o que elas são, como estão 
estruturadas	e	como	elas	funcionam.	Lima	(2011	apud BARCELOS; PASSERINO; 
BEHAR,	 2010,	 p.	 12)	 “define	 rede	 social	 como	uma	 estrutura	 social	 composta	
por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que 
partilham valores e objetivos comuns”. Uma das características fundamentais na 
definição	das	redes	é	a	sua	abertura	e	porosidade,	possibilitando	relacionamentos	
horizontais e não hierárquicos entre os participantes que naqueles grupos, 
páginas	ou	salas	podem	expressar	seus	pensamentos	e	buscar	suas	identificações.	
Essas buscas tornam-se um campo rico para o campo educacional, uma vez 
que	a	educação	dentro	da	BNCC	(Base	Nacional	Comum	Curricular)	como	já	foi	
dito, contempla o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas 
ao uso crítico e responsável das tecnologias digitais tanto de forma transversal 
– presentes em todas as áreas do conhecimento e destacadas em diversas 
competências e habilidades com objetos de aprendizagem variados – quanto 
de	 forma	 direcionada	 –	 tendo	 como	 fim	 o	 desenvolvimento	 de	 competências	
relacionadas ao próprio uso das tecnologias, recursos e linguagens digitais, ou 
seja, para o desenvolvimento de competências de compreensão, uso e criação de 
TDICs em diversas práticas sociais, como destaca a competência geral 5:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação 
e	 comunicação	 de	 forma	 crítica,	 significativa,	 reflexiva	 e	 ética	 nas	
diversas	práticas	 sociais	 (incluindo	as	 escolares)	para	 se	 comunicar,	
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver 
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva 
(BNCC,	2018).
Ao trabalharmos com a competência 5 da BNCC, não podemos deixar 
de trazer a competência 4:
Utilizar	diferentes	 linguagens	–	verbal	 (oral	ou	visual-motora,	como	
Libras,	 e	 escrita),	 corporal,	 visual,	 sonora	 e	 digital	 –,	 bem	 como	
conhecimentos	 das	 linguagens	 artística,	 matemática	 e	 científica,	
para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e 
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao 
entendimento mútuo.
Essas competências buscam que os estudantes se comuniquem bem. É 
preciso entender, analisar e criticar os variados tipos de linguagens e plataformas, 
incluindo a digital, para que, assim, eles possam se expressar e partilhar 
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
152
informações.	A	competência	relembra	também	a	importância	de	uma	experiência	
mais	completa	através	de	diferentes	 formatos	de	expressão,	a	fim	de	 tornar	os	
estudantes capazes de ouvir outras pessoas com atenção, interesse e respeito por 
suas ideias e sentimentos.
Rico	(2021,	p.	2)	reforça	referente	a	competência	5	da	BNCC:
Essa competência reconhece o papel fundamental da tecnologia e 
estabelece que o estudante deve dominar o universo digital, sendo 
capaz,	 portanto,	 de	 fazer	 um	 uso	 qualificado	 e	 ético	 das	 diversas	
ferramentas existentes e de compreender o pensamento computacional 
e os impactos da tecnologia na vida das pessoas e da sociedade. Os 
alunos irão desenvolver: 
1. Utilização de ferramentas digitais: precisam ser capazes de usar 
ferramentas multimídia e periféricos para aprender e produzir.
2. Produção multimídia: utilizar recursos tecnológicos para desenhar, 
desenvolver,	publicar	e	apresentar	produtos	 (como	páginas	de	web,	
aplicativos	 móveis	 e	 animações,	 por	 exemplo)	 para	 demonstrar	
conhecimentos e resolver problemas.
O trabalho com as redes sociais proporciona ao estudante, um campo 
de possibilidade de interações e aprendizagens, porém não aprendizagens 
convencionais em que a relação à unilateral e sim de forma transversal.
Ainda,	Hilu,	Oliveira	e	Rodero	(2011,	p.	15043):
Ao trabalhar pedagogicamente no terreno da comunicação digital, 
deve-se	ter	claro	que	ao	utilizar	meios	específicos,	estesnão	deixarão	
de ser e ter suas características próprias. Seus limites e características 
devem	ser	respeitados	a	fim	de	não	suprimir	o	que	estes	meios	têm	
de atrativo e popular e, assim, engessar seus princípios em condições 
escolásticas.	 Congruente	 com	 esta	 afirmação,	 o	 uso	 pedagógico	 de	
ferramentas comunicativas digitais pressupõe um acompanhamento 
constante do educador na proposta do trabalho ou atividade 
pedagógica. 
A presença e a intervenção em prol da construção de um conhecimento 
crítico não se efetivam no livremente ou por osmose, ela exige um ir 
e	vir	pedagógico,	a	fim	de	mediar	conhecimento	e	saberes.	Por	mais	
avançadas que possam ser as ferramentas tecnológicas, a intervenção 
do educador é crucial. Por mais que os sujeitos estudantes interajam 
sozinhos com o conhecimento posto, as mediações e aprofundamentos 
teóricos se consolidam nas relações com o docente. 
Partindo desses princípios, a aplicação pedagógica de uma determinada 
tecnologia exige uma intenção pedagógica clara, um planejamento 
de uso, uma perspectiva de aprendizagem para desenvolvimento do 
ensino proposto e uma intervenção e acompanhamento sistemáticos 
desta atividade, caso contrário poderá cair em descrédito dos 
participantes motivando-os a desistência.
É fundamental pensar a reação da educação com as transformações nas 
formas de comunicar, com as transformações na sensibilidade dos jovens. 
TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES
153
É importante esclarecer que se possui muitas formas de entendimento 
de mediação, porém, o conceito entendido aqui é o sentido mais amplo 
como	mediação	cultural	de	Martin	Barbeiro	que	“[...]	significava	que	
entre estímulo e resposta há um espesso espaço de crenças, costumes, 
sonhos,	 medos,	 tudo	 o	 que	 configura	 a	 cultura	 cotidiana”	 (p.	 154,	
2000),	esclarecendo-o.	O	que	se	quer	dizer	com	isso	é	que	por	mais	que	
se tenha um objetivo claro preciso de comunicação e se lança isto para 
que	as	pessoas	o	interpretem	isso	não	significa,	necessariamente,	que	
elas farão exatamente o que foi pensado pelo propositor. Ou seja, as 
pessoas interpretam as mensagens e o fazem dentro de suas culturas e 
conhecimentos	(BARCELOS;	MARTIN-BARBEIRO,	2000,	p.	158).
Esse novo olhar traz uma nova abordagem metodológica e uma nova 
cultura	que	antes	não	era	vista	pela	escola	e	nem	pelo	professor,	 como	afirma	
Perrenoud	(2000,	p.	74):
Uma cultura tecnológica de base também é necessária para pensar 
as	 relações	 entre	 a	 evolução	 dos	 instrumentos	 (informática	 e	
hipermídia),	as	competências	intelectuais	e	a	relação	com	o	saber	que	
a	escola	pretende	formar.	Pelo	menos	sob	esse	ângulo,	as	tecnologias	
novas não poderiam ser indiferentes a nenhum professor, por 
modificarem	 as	maneiras	 de	 viver,	 de	 se	 divertir,	 de	 se	 informar,	
de trabalhar e de pensar. Tal evolução afeta, portanto, as situações 
que os alunos enfrentam e enfrentarão, nas quais eles pretensamente 
mobilizam e mobilizarão o que aprenderam na escola.
2.1 REDES SOCIAIS DIGITAIS: TIPOS E POSSIBILIDADES 
DE UTILIZAÇÃO
As pessoas recebem, processam e apresentam as informações de maneiras 
diferentes, de acordo com suas características próprias de aprendizagem e o meio 
escolhido	ou	neste	caso,	a	rede	social.	“Ao	organizar	espaços	de	aprendizagem,	no	
mundo atual, é necessário considerar os estilos de aprendizagem dos envolvidos 
e prover formas distintas de trabalho com o intuito de motivar e envolver os 
alunos, de maneira participativa e responsável, em sua aprendizagem”, como 
afirmam	Mota	e	Rocha,	(2014,	p.	2).
 
A nova concepção de educador deverá contemplar as qualidades de 
um orientador, facilitador do processo, que aprenda a repensar suas sínteses, a 
tomar atitudes provisórias, permanentemente, refeitas mediante perspectivas e 
resultados obtidos com a utilização da tecnologia e dos recursos multimídias por 
ele	oferecidos	(MORAN,	1997).
 
Ao introduzir e perceber as possibilidades das redes sociais na e para a 
educação,	Mota	e	Rocha	(2014,	p.	4)	nos	pontuam	que:
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
154
Faz-se necessário repensar o ensino e a aprendizagem, colocando-se 
numa	postura	de	professor	inovador,	criando	situações	significativas	e	
diferenciadas,	cabendo	propiciar	diferentes	situações	“problemas”	ao	
educando.	Uma	das	formas	de	propiciar	“problemas”	seria	a	proposta	
de trabalhar através de uma pedagogia de projetos. Para Gardner 
(1995),	os	projetos	constituem-se	em	fontes	de	criação,	que	passam	por	
processos de pesquisa, aprofundamento, análise, depuração e criação 
de novas hipóteses.
Quando olhamos as redes sociais e seu crescente em todas as faixas 
etárias, percebemos pelas falas dos autores que eles acabam abrindo um leque de 
possibilidades e estratégias tanto no campo da educação quanto no ensino. Falar 
em utilizar algo que antes era apenas visto como entretenimento para reconstruir, 
construir e integrar conteúdos e processos de aprendizagem é valorizar o mundo 
do educando, dar voz e escutar as diversas formas que um docente pode mediar 
o percurso formativo.
Dentro do vasto mundo das redes sociais, tivemos diversas plataformas 
que ao longo da última década evoluíram agregando serviços, aplicativos 
e funcionalidades conforme a necessidade dos indivíduos e que podem ser 
aproveitados para a educação.
 
Vamos conhecer algumas redes sociais populares atualmente.
2.1.1 Facebook 
FIGURA 1 – FACEBOOK
FONTE: <https://bit.ly/2Zr7gNM>. Acesso em: 2 out. 2021.
Criado por Mark Elliot Zuckerberg, Eduardo Luiz Saverin e outros ex-
-alunos da Universidade de Havard, nos Estados Unidos da América, em 2004, 
inicialmente pensado para uso dos alunos na Universidade. Os colegas criadores 
da plataforma tinham um livro no dormitório estudantil que se chamava Face 
Book´s, baseado nessa ideia do livro de fotos os programadores colocaram no 
site duas fotos de dois homens e de duas garotas, assim os visitantes poderiam 
escolher	quem	estava	mais	adequado	ou	era	mais	“simpático”,	esse	ranking	era	
contabilizado.
TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES
155
Essa rede social permite que qualquer usuário que declare ter pelo menos 
13 anos possa se tornar usuário registrado do site. Para participar do Facebook, o 
usuário	deve	se	registrar	no	site	http://www.facebook.com/	e,	em	seguida,	criar	
um	perfil	pessoal,	 só	 então	o	usuário	 cria	 seu	grupo	de	 contatos,	 adicionando	
outros usuários do Facebook como amigos. A troca de mensagens é realizada 
entre os amigos e pode ser acompanhada na interface da própria rede social ou 
por	notificações	automáticas	recebidas	por	e-mail	a	cada	nova	atividade	realizada	
pelo	grupo,	tais	como	troca	discursiva	ou	atualização	de	perfil.	Os	usuários	têm,	
nessa rede social on-line, a possibilidade de participar do grupo de interesse 
comum de outros utilizadores, organizados por escola, trabalho, faculdade ou 
outras	características,	e	categorizar	seus	amigos	em	listas	como	“as	pessoas	do	
trabalho”	ou	“amigos	íntimos”,	atrelando	esses	subgrupos	ao	seu	perfil.	É	uma	
interface com código fonte fechado e interesses comerciais em publicidade e 
propaganda, gratuito para usuários em geral.
Essa rede possibilita ao professor ou a escola a organizar grupos abertos 
ou	fechados	para	compartilhar	desde	informações	até	mesmo	organizar	“salas	de	
aulas” para interações conforme projetos, conteúdos e assuntos.
2.1.2 Twitter
FIGURA 2 - TWITTER
FONTE: <https://bit.ly/3vTBi91>. Acesso em: 2 out. 2021.
Vasconcelos	(2010,	p.	26)	define	o	Twitter	como	um	serviço	de	microblog	
que permite contactar as pessoas através da postagem de mensagens curtas e 
instantâneas.	 O	 Microblog	 é	 uma	 versão	 simplificada	 do	 já	 conhecido	 blog,	
adaptada para o uso com base em dispositivos móveis com acesso à Internet. 
Também	é	considerado	o	“SMS	da	Internet”.	Oferece	duas	maneiras	de	
o	 assinante	ficar	 atualizado:	 via	web	ou	pelo	 telefone	 celular.	O	Twitter	 é	 um	
excelente serviçopara comunicação rápida, muitos usuários utilizam para se 
manter	informados	sobre	assuntos	de	seu	interesse	seguindo	perfis	específicos.
É uma forma que possibilita manter os estudantes informados a respeito 
do assunto, bem como de mantê-los atualizados do que há de novidades no 
mundo, postando notícias e links que possam ser de interesse dos estudantes. 
Isso colabora para fortalecer a cultura digital.
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
156
2.1.3 YouTube
FIGURA 3 - YOUTUBE
FONTE: <https://glo.bo/318vNbm>. Acesso em: 2 out. 2021.
 O YouTube é o site de compartilhamento de vídeos mais popular do 
mundo, possibilitando que milhões de pessoas assistam e compartilhem vídeos 
criados	por	profissionais	e	amadores.	O	aumento	de	banda	larga	e	da	popularidade	
dos vídeos digitais fez surgir uma verdadeira explosão de publicação de vídeos 
na web e o YouTube foi o grande catalisador dessa onda, permitindo a publicação 
de vídeos de qualquer natureza. 
Trata-se de uma verdadeira enciclopédia universal audiovisual, produ-
zida pela inteligência coletiva dos internautas. Com tamanha popularidade, é 
difícil encontrar algum jovem que tenha acesso a internet que não conheça o You-
Tube. Entretanto, com tantas possibilidades, o site é mais utilizado como serviço 
de entretenimento. Vídeos divertidos e de astros da música são os campeões de 
audiência. Todavia, como fazer desta biblioteca multimídia uma grande ferra-
menta pedagógica? 
O YouTube permite que usuários criem canais de comunicação. A escola, 
o professor e os próprios estudantes podem criar canais para interações. Nesse 
canal, os estudantes podem encontrar videoaulas gravadas pelos professores, 
como edição de imagens, criação de websites, programação e outras matérias. 
Além	 disso,	 é	 um	 eficiente	 canal	 de	 divulgação	 do	 trabalho	 realizado	 pelos	
estudantes e de eventos relacionados a instituição ou aulas propriamente ditas.
2.1.4 Instagram
FIGURA 4 - INSTAGRAM
FONTE: <https://bit.ly/3biqKH0>. Acesso em: 2 out. 2021.
TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES
157
Pellanda	 e	 Streck	 (2017)	 definem	 o	 Instagram como um aplicativo de 
rede social, destinado à publicação prioritária de imagens previamente tratadas 
e editadas pelo usuário. Eles explicam que o aplicativo foi originalmente 
criado para utilização exclusiva em smartphones, através dos quais as imagens 
seriam	 produzidas	 (fotografadas	 ou	 pesquisadas	 e	 em	 seguida	 tratadas)	 e	
instantaneamente publicadas, o que permite ao usuário interagir quase que 
em tempo real com os seus seguidores. É dessa noção que advém o nome do 
aplicativo,	 o	 prefixo:	 Insta,	 proveniente	 de	 instantâneo,	 acrescido	 de	 gram, 
derivado de telegrama, forma mais rápida de se enviar informações antes do 
advento das TICs.
O primeiro passo para se desenvolver um trabalho pedagógico com uma 
rede social é delimitar claramente o papel que o recurso tecnológico assumirá no 
processo. O aplicativo Instagram pode ser empregado das seguintes formas: 
• Portfólio	da	turma:	criação	de	um	perfil	para	compartilhar,	com	os	responsá-
veis e com a comunidade escolar, todos os projetos realizados pelos alunos. 
• Portfólio	de	um	projeto:	criação	de	um	perfil	para	documentar	o	desenvolvimento	
e	a	culminância	de	um	projeto	em	determinada(s)	disciplina(s).	
• Fonte	 de	 pesquisa:	 utilização	 dos	 perfis	 dos	 próprios	 alunos	 para	 reunir	
informações	sobre	determinado	assunto,	como,	por	exemplo,	a	visita	a	perfis	
de museus e artistas plásticos.
• Reforço	 extraclasse:	 criação	 de	 um	 perfil	 para	 determinada	 disciplina	 ou	
projeto, cujas postagens objetivem relembrar e substanciar o que foi visto em 
sala de aula.
• Ampliação	de	conhecimentos:	sugerir	que	os	alunos	sigam	perfis	em	que	são	
abordados temas educacionais de seu interesse, tais como a prática de alguma 
língua	estrangeira	ou	perfis	relacionados	a	dicas	de	estudo	para	o	ENEM,	por	
exemplo.
2.1.5 Pinterest
FIGURA 5 - PINTEREST
FONTE: <https://neilpatel.com/br/blog/publicidade-do-pinterest/>. Acesso em: 2 out. 2021.
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
158
É uma rede social de compartilhamento de fotos, assemelha-se a um 
quadro de inspirações, em que os usuários podem compartilhar e gerenciar 
imagens temáticas, como de jogos, de hobbies, de roupas, de perfumes, de animes 
etc. Cada usuário pode compartilhar suas imagens, e compartilhar novamente as 
de	outros	utilizadores	e	colocá-las	em	suas	coleções	ou	quadros	(boards),	além	de	
poder comentar e realizar outras ações disponibilizadas pelo site.
Segundo Alex Contin, do site Geek, ele pode ser usado na educação da 
seguinte forma: 
1 – Crie boards para guardar e organizar ideias: Isso é útil se você, 
como a grande maioria das pessoas, não sabe como guardar e 
organizar o enorme número de imagens, links e textos interessantes 
que encontra na internet. É possível criar um board no Pinterest para 
reunir só referências para a organização de sua sala, planos de aula 
ou informações para trabalhar quando for explorar alguma matéria 
específica.	Dica:	 ao	 postar	 o	 “pin”,	 é	 possível	 escrever	 observações.	
Aproveite esse espaço para deixar um lembrete sobre o que há de 
interessante e útil em cada um deles. Assim, será mais fácil lembrar 
por que estão ali quando sua coleção começar a crescer.
2 – Salve ilustrações, fotos e vídeos para usar em suas aulas: Apesar de 
ser possível salvar links, o Pinterest é uma ferramenta essencialmente 
visual, e essa é sua principal utilidade. Para os professores, é uma ótima 
chance de encontrar material e fazer um repositório de fácil acesso 
com imagens para enriquecer suas aulas – esquemas, ilustrações, 
fotos, imagens históricas, vídeos.
3 – Gerencie projetos com seus alunos: Você pode estimular seus 
alunos	a	usarem	o	Pinterest	em	projetos	específicos,	seja	para	reunir	
ideias, referências e conceitos ou mesmo para publicar seu próprio 
material. Em uma aula de artes, por exemplo, eles podem subir fotos 
mostrando a evolução de seu trabalho, permitindo ao professor dar 
feedbacks em tempo real. Outra possibilidade é criar um diário para 
o registro de uma viagem de campo, com a publicação de fotos e 
legendas, ou fazer um álbum descrevendo algum evento histórico. 
O estudo de idiomas estrangeiros também pode ser favorecido: você 
pode pedir para seus alunos postarem fotos com legendas em outra 
língua segundo um tema pré-estabelecido.
4 – Crie uma coleção literária: Muitas pessoas usam o Pinterest para 
gerenciar sua coleção de livros que já leram ou que pretendem ler. 
Seus alunos podem ser estimulados à leitura dessa mesma maneira. 
Crie um board com livros recomendados para a sua aula e proponha 
para que eles comentem o que acharam da leitura de cada um. Outra 
ideia é pedir para que cada aluno crie um board com os livros que já 
leu, seguidos de uma resenha, e promover o compartilhamento desses 
boards entre toda a sala. Isso poderá incentivar a turma a ler mais e 
ajudá-los a descobrir novos livros de interesse. Ou então proponha um 
desafio	 literário:	peça	para	que	seus	alunos	criem	um	board	com	os	
livros que pretendem ler naquele ano e os incentive a escrever resenhas 
à medida que completam a leitura, para acompanhar seu progresso.
TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES
159
3 REDES SOCIAIS POUCO CONHECIDAS, MAS COM 
POTENCIAL PEDAGÓGICO
Muitos usuários, ao falar em rede social, já lembram de algumas, 
normalmente as mais utilizadas. Conhecemos as redes mais utilizadas e que a 
grande maioria usa, porém existem outras que não são tão difundidas, mas que 
possuem alto poder pedagógico quando bem utilizadas. Importante mensurar 
que o trabalho dependerá de alguns fatores:
1. Conhecer a rede social
2. Planejar a utilização
3. Explorar as ferramentas
4. Determinar	a	finalidade
5. Estabelecer objetividade
3.1 TIKTOK
FIGURA 6 – TIKTOK
FONTE: <https://bit.ly/31bBntH>. Acesso em: 2 out. 2021.
É uma rede social atravésde um aplicativo de mídia para criar e 
compartilhar vídeos curtos. De propriedade da companhia de tecnologia 
chinesa ByteDance, o aplicativo de mídia foi lançado como Douyin na China 
em	setembro	de	2016,	e	introduzido	no	mercado	internacional	como	musical.ly	
um ano depois, porém em novembro de 2017 o TikTok comprou o Musical.ly. É 
uma plataforma de vídeos curtos líder na Ásia, nos Estados Unidos e em outras 
partes do mundo. O aplicativo ganhou popularidade e se tornou o aplicativo 
mais	baixado	nos	Estados	Unidos	em	outubro	de	2018.
3.2 FOURSQUARE
FIGURA 7 - FOURSQUARE
FONTE: <https://bit.ly/3Cg6vpn>. Acesso em: 2 out. 2021.
https://pt.wikipedia.org/wiki/ByteDance
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
160
É uma rede geossocial e de microblogging que permite ao utilizador 
indicar onde se encontra, e procurar por contatos seus que estejam próximo desse 
local. O aspecto lúdico vem do fato de ser possível acumular distintivos relativos 
a	lugares	específicos,	um	pouco	como	os	autocolantes	dos	anos	1970.
3.3 MYSPACE
FIGURA 8 - MYSPACE
FONTE: <https://bit.ly/3mhCa46>. Acesso em: 2 out. 2021.
É uma rede social americana que oferece uma rede interativa de amigos, 
perfis	pessoais,	blogs,	grupos,	fotos,	músicas	e	vídeos	enviados	por	usuários.	Foi	
criada em 2003. Inclui um sistema interno de e-mail, fóruns e grupos. Chegou a 
ser a rede mais popular, mas perdeu para o Facebook.
3.4 TUMBLR
FIGURA 9 – TUMBLR
FONTE: <https://www.cnnturk.com/teknoloji/internet/tumblr-tarih-verdi>. Acesso em: 2 out. 2021.
É uma rede social organizada como uma plataforma de blogging que 
permite aos usuários publicarem textos, imagens, vídeo, links, citações, áudio e 
"diálogos". A maioria dos posts feitos no Tumblr são textos curtos, mas a 
plataforma não chega a ser um sistema de microblog, estando em uma categoria 
intermediária entre os blogs de formato convencional Wordpress ou Blogger e o 
microblog Twitter. Os usuários são capazes de "seguir" outros usuários e verem 
seus posts em seu painel	(dashboard).	Também	é	possível	"gostar"	(favoritar)	ou	
"reblogar"	(semelhante	ao	RT	do	Twitter)	outros	blogs.	O	sistema de personalização 
enfatiza a facilidade de uso e permite que os usuários usem tags especiais do 
sistema para criar seus documentos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Microblogging
https://pt.wikipedia.org/wiki/Blog
https://pt.wikipedia.org/wiki/Texto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imagens
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADdeo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Links
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cita%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81udio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Microblogging
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wordpress
https://pt.wikipedia.org/wiki/Blogger
https://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter
https://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Painel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dashboard
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema
TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES
161
3.5 PARLER
FIGURA 10 - PARLER
FONTE: <https://bit.ly/3EpnuWL>. Acesso em: 2 out. 2021.
É um serviço de microblogue e rede social estadunidense lançado em 
agosto	de	2018.	Parler	se	apresenta	como	uma	alternativa	imparcial	de	"liberdade	
de	 expressão"	 às	 redes	 sociais	 convencionais,	 como	 Twitter	 e	 Facebook. No 
entanto, jornalistas e usuários têm criticado o serviço pelas políticas de conteúdo 
que são mais restritivas do que a empresa retrata e às vezes mais restritivas do 
que as de seus concorrentes.
3.6 LINKEDIN
FIGURA 11 - LINKEDIN
FONTE: <https://www.amocrm.com/br/integracoes/linkedin/>. Acesso em: 2 out. 2021.
É uma rede social de negócios fundada em dezembro de 2002 e lançada 
em 5 de maio de 2003. É comparável a redes de relacionamentos, e é principal-
mente	utilizada	por	profissionais	com	o	intuito	de	apresentar	suas	aptidões,	de	
uma	forma	que	outros	profissionais	da	mesma	empresa	possam	endossar,	dando	
credibilidade ao conteúdo.
3.7 BRAINLY
FIGURA 12 - BRAINLY
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Brainly>. Acesso em: 2 out. 2021.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Microblogue
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social_virtual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Facebook
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_redes_sociais
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
162
É uma empresa de tecnologia educacional localizada em Cracóvia, Po-
lônia, que gera um grupo de redes sociais de aprendizagem para estudantes e 
educadores. Está disponível em 13 versões linguísticas que são visitadas por 
mais de 40 milhões de usuários únicos mensais de mais de 35 países do mun-
do.	A	primeira	versão	do	grupo	foi	 lançada	em	2009	na	Polônia	sob	o	nome	
Zadane.pl. O sistema da plataforma é baseado em elementos de gamificação, 
como por exemplo: pontos que permitem os usuários fazerem e responder per-
guntas de matérias escolares. O objetivo do Brainly é promover a aprendiza-
gem colaborativa on-line aproveitando as novas tecnologias.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_educacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crac%C3%B3via
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%B4nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%B4nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ludifica%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem
163
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• Rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, 
conectadas por um ou vários tipos de relações, que compartilham valores e 
objetivos	comuns.	Uma	das	fundamentais	características	na	definição	das	redes	
é a sua abertura, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos 
entre os participantes. Redes não são, portanto, apenas uma outra forma de 
estrutura, mas quase uma não estrutura, no sentido de que parte de sua força 
está na habilidade de se fazer e desfazer rapidamente.
• Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação 
de	 forma	 crítica,	 significativa,	 reflexiva	 e	 ética	 nas	 diversas	 práticas	 sociais	
(incluindo	as	escolares)	para	se	comunicar,	acessar	e	disseminar	informações,	
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria 
na vida pessoal e coletiva. Essa competência reconhece o papel fundamental da 
tecnologia e estabelece que o estudante deve dominar o universo digital, sendo 
capaz,	portanto,	de	fazer	um	uso	qualificado	e	ético	das	diversas	ferramentas	
existentes e de compreender o pensamento computacional e os impactos da 
tecnologia na vida das pessoas e da sociedade.
• Facebook, atualmente, é uma das formas mais utilizadas entre aqueles que 
acessam a internet, para se conectar com outras pessoas e para realizar buscas 
rápidas de informações, além de funcionar como espécie de centralizador de 
contatos.
•	 Twitter	é	uma	rede	social	e	um	servidor	para	microblogging,	que	permite	aos	
usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos, por meio do 
website	do	serviço,	por	SMS	e	por	softwares	específicos	de	gerenciamento.
• Instagram é uma rede social de fotos para usuários de celular. Basicamente se 
trata de um aplicativo gratuito que pode ser baixado e, a partir dele, é possível 
tirar fotos com o celular, aplicar efeitos nas imagens e compartilhar com seus 
amigos.
• Youtube é um site de compartilhamento de vídeos enviados pelos usuários 
através da internet.
164
1 Com o avanço tecnológico surgiram várias Redes Sociais buscado espaço na 
rede de internet, porém tivemos uma em especial com o foco nas questões 
profissionais:	“maior	rede	profissional	do	mundo,	com	aproximadamente	
550	milhões	de	usuários,	 com	objetivo	de	 conectar	profissionais	de	 todo	
o mundo, focando no crescimento de suas carreiras, permitindo assim, a 
empresa	a	buscar	pelos	perfis	profissionais	nessa	rede	social”.
Com base na rede social apresentada no trecho anterior, assinale a alternativa 
CORRETA:
a)	(			)	 YouTube.
b)	(			)	 Instagram.
c)	(			)	 My	space.d)	(			)	 Linkedin.
2 O conceito de uma Rede Social é: tipo de rede de relacionamento que 
permite	que	os	usuários	criem	perfis	e	os	utilizem	para	se	conectar	a	outros	
usuários, compartilhar informações e se agrupar de acordo com interesses 
em comum.
Com base na rede social mais utilizada entre as pessoas no mundo, assinale a 
alternativa CORRETA:
a)	(			)	 Gmail.
b)	(			)	 Twitter.
c)	(			)	 Facebook.
d)	(			)	 Pinterest.
3	 Facebook,	 Instagram	 e	 Twitter,	 embora	 estejam	 nas	 lojas	 de	 APP	 para	
poderem ser utilizados nos celulares, são conhecidos como:
a)	(			)	 Programas.
b)	(			)	 Grupos.
c)	(			)	 Softwares.
d)	(			)	 Redes	sociais.
AUTOATIVIDADE
165
4 As redes sociais são atrativas e repletas de possibilidades pedagógicas. 
Como a escola poderia aproveitar esse mundo rico de oportunidades e uti-
lizar em prol da educação?
5 Quais motivos podem ser apontados para que as redes sociais se tornem 
uma ferramenta para a educação na sociedade atual?
166
167
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos no tópico em que iremos compreender o que são 
e	a	finalidade	dos	ambientes	virtuais	de	aprendizagem	e	principalmente	o	papel	
interlocutor do professor/tutor/mediador. 
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, os conhecidos AVAs, não são 
apenas salas de aula virtuais com um monte de apostilas e exercícios, tudo nesses 
ambientes são ou deveriam ser devidamente planejados e organizados com uma 
finalidade	pedagógica,	lembrando	que	a	educação	é	um	ato	intencional,	logo	seus	
espaços, sejam eles físicos ou presenciais também. 
No Tópico 1, abordamos a compreensão sobre o que são redes sociais e 
como elas podem ser utilizadas na e para educação, no Tópico 2, conheceremos 
alguns	ambientes	virtuais	de	aprendizagem	e	suas	potencialidades.	Por	fim,	no	
Tópico 3, exploraremos alguns softwares e aplicativos educacionais que poderão 
enriquecer nosso trabalho.
Vamos aos estudos!
TÓPICO 2 — 
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
2 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM-CONCEITOS 
E FINALIDADES
Falar em Ambientes Virtuais de Aprendizagem é falar em novas 
abordagens metodológicas e organização curricular. É pensar numa trilha 
formativa autoinstrutiva que converse com o estudante, que o leve a autonomia e 
isso requer planejamento. 
Para planejarmos, é necessário entendermos o que é um AVA, para muitos 
é apenas um software que colocamos as aulas, informação INCORRETA!
Um Ambiente Virtual de Aprendizagem se trata de uma plataforma ou 
também conhecido como software que reúne um conjunto de percursos e possi-
bilidades, tendo como objetivo principal simular uma sala de aula virtualmen-
te, facilitando a distribuição de conteúdo, materiais, provas e exercícios para os 
estudantes,	possibilitando	o	monitoramento	e	a	verificação	do	aproveitamento	
168
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
por parte do estudante. Através desse ambiente ou sistema virtual os professores 
podem gerenciar todas as atividades que fazem parte do curso analisando e ve-
rificando	o	percurso	do	estudante	e	podendo	inclusive	buscar	estratégias	perso-
nalizadas	para	intervenções.	Afinal,	os	profissionais	acompanham	o	desempenho	
e o histórico de aprendizagem de cada estudante, podendo oferecer conteúdo 
personalizado de acordo com a necessidade individual. 
Com	os	avanços	e	transformações	na	educação	e	no	perfil	do	estudante	
a	 aprendizagem	 tem	 passado	 por	 mutações	 significativas	 em	 que	 o	 acesso	 à	
informação vem sendo cada vez mais facilitado pelas redes móveis e as mídias 
digitais tem se tornado um elemento cada vez mais presente no cotidiano das 
pessoas	 e,	 segundo	 Filatro	 (2016),	 a	 paradoxal	 simultaneidade	 de	 presença	 e	
ausência	 ensejada	 pelas	 mídias	 digitais	 ressignifica	 o	 conceito	 de	 educação	 à	
distância,	 substituindo-o	pelo	 termo	educação	on-line	ou	mesmo	educação	em	
ambientes	virtuais	de	aprendizagem	(AVAs).
A	 função	dos	Ambientes	Virtuais	de	Aprendizagem	 (AVA)	é	possibilitar	
que	o	conteúdo	das	aulas	seja	oportunizado	como	uma	conversa	reflexiva	e	ati-
va aos usuários/estudantes, através de vários recursos e ferramentas que podem 
variar conforme o ambiente escolhido, o nível, a turma e até mesmo o projeto. Os 
AVAS são utilizados para atender todas as abordagens, sejam elas no on-line ou no 
presencial, trabalhando muito bem em parceria direta com as metodologias ativas.
Segundo	 Scherer	 (2020,	 p.	 75),	 mudar	 a	 práxis	 pedagógica	 tradicional	
através das Metodologias Ativas e utilizar as plataformas educativas para 
fortalecer o processo, é resultado da necessidade de ajustar a uma nova concepção 
de entendimento do mundo. Na medida em que a Universidade se desenvolve 
e transforma suas estratégias, seus métodos de trabalho e seus programas de 
“pesquisa	–	ensino”,	maior	se	faz	sua	necessidade	de	autonomia	e	de	liberdade	
de ação.
Ainda complementando a ideia do autor citado, Saviani et al.	 (1998,	
p.	 60)	 atribuem	 à	 formação	 profissional	 uma	 dupla	missão:	 “a	 formação	 de	
profissionais	de	nível	superior	e	a	cultura	superior,	destinadas	a	possibilitar	à	
toda população, a difusão e discussão aprofundada dos grandes problemas que 
afetam	o	homem	contemporâneo”.
A utilização desses ambientes só vem aumentando e é preciso saber como 
escolher	e	trabalhar,	por	isso,	para	Vilaça	(2010,	p.	78),	os	AVAs	têm	as	seguintes	
características:
• O acesso ao interior do AVA é feito por meio de login;
•	 Pouco	 conteúdo	 fica	 disponível	 ou	 visível	 para	 usuários	 não	
cadastrados; 
• Há papeis com permissões diferentes para os usuários. Adminis-
trador, criador do curso, professor ou tutor, alunos e visitantes são 
alguns exemplos; 
TÓPICO 2 — AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
169
•	 Os	cursos	são	separados	em	“salas	virtuais”	e	o	acesso	é	restrito	
por código, senha ou inscrição feita ou aprovada pelo responsável 
do curso;
• As ferramentas e funcionalidades encontram -se voltadas 
primordialmente para situações de ensino-aprendizagem;
•	 Há	 formas	 variadas	 de	 comunicação	 e	 interação	 (atividades	
diversas,	tarefas,	chat,	blog,	fórum	etc.);	
• O professor ou tutor pode acompanhar o desenvolvimento e a 
participação do aluno, elaborar e corrigir atividades, atribuir 
notas, estabelecer prazos para a realização de atividade, enviar 
mensagens, e muito mais; 
• Há exercício de naturezas diversas, alguns similares a aprendizagem 
presencial.	 Existem	 várias	 plataformas	 (softwares)	 destinada	 a	
formatação de AVAs que possuem características particulares e 
podem ser adquiridas gratuitamente. Algumas instituições optam 
em produzir sua própria plataforma.
Sendo assim, ao buscarmos trabalhar com as possibilidades das tecno-
logias é necessário perceber a funcionalidade e potencialidades das ferramen-
tas,	 segundo	Almeida	 (2004,	 p.	 89),	 “relaciona-se	 à	 sistemas	 computacionais,	
destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação 
e comunicação”. Permitem integrar múltiplas mídias e recursos, apresentam 
informações de maneira organizada, proporcionam interações entre pessoas e 
objetos de conhecimento, visando atingir determinados objetivos.
3 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM – TIPOS 
E POSSIBILIDADES
Atualmente, temos diversos tipos de AVAs, o funcionamento de um Am-
biente Virtual de Aprendizagem costuma ser bastante simples. A maioria das 
instituições utiliza sistemas próprios, baseados nas próprias necessidades espe-
cíficas	e	nos	diferenciais	oferecidos	por	cada	escola.	Isso	significa	que	cada	facul-
dade pode apresentar variadas funções em seu sistema de aprendizagem virtual. 
Basicamente, apenas o acesso à internet é exigido para que seja possível 
usufruir	de	um	AVA,	já	que	a	maioria	dos	sistemas	costuma	ser	leve	e	simplificada,	
sendo sua utilização de fácil acesso através de computadores, tablets e até mesmo 
smartphones	são	suficientes	para	assistir	a	uma	aula,	desde	que	tenham,	é	claro,	
alguma saída de áudio.
No mercado temos algumas possibilidades de AVAS prontosque podem 
ser personalizados conforme a necessidade da instituição e até mesmo curso.
170
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
3.1 MOODLE 
FIGURA 13 - MOODLE
FONTE: <https://ifrs.edu.br/erechim/orientacoes-de-acesso-ao-moodle/>. Acesso em: 2 out. 2021.
O Moodle	 (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment)	 é	
o AVA mais conhecido do mercado, possuindo aproximadamente 1.370.000 
usuários registrados no mundo. O Moodle oferece uma variedade de opções 
para trabalhar com os conteúdos e atividades, desde links até arquivos em 
formatos	 variados,	 recursos	 específicos	 para	 a	 formatação	 de	 conteúdos	 e	
espaços de comunicação e troca de mensagens. Ele foi concebido a partir da tese 
de	doutorado	de	Martin	Dougiamas	(DOUGIAMAS,	1999).	O	Moodle	permite	a	
integração de novas ferramentas a partir de plug-ins.
Segundo	Caldas	(2018,	p.	3):
Moodle é um sistema de gestão de aprendizagem e uma plataforma 
educacional on-line que fornece ambientes personalizados de apren-
dizado para os alunos. 
Os	educadores	(gestores	ou	professores)	podem	usar	o	Moodle	para:
• Criar aulas on-line por meio de videoaulas
• Estimular a aprendizado compartilhado por meio dos fóruns
• Compartilhar arquivos
• Gerenciar cursos
• Interagir com outros professores e alunos por meio de chats ou 
do fórum
Já	os	alunos	podem	usar	o	Moodle	com	a	finalidade	de:
• Revisar o calendário das aulas
•	 Enviar	tarefas	finalizadas	aos	professores
• Fazer questionamentos e tirar dúvidas sobre temas abordados nas 
disciplinas
• Interagir com os colegas, entre outros.
O Moodle é usado por milhares de instituições de ensino em todo o 
mundo e fornece uma interface organizada de apoio às estratégias de 
e-learning.
http://moodle.org/
https://moodle.org/plugins/
TÓPICO 2 — AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
171
O e-learning ou ensino eletrônico corresponde a um modelo de ensino 
não presencial apoiado em Tecnologia de Informação e Comunicação. Atualmente, o 
modelo de ensino/aprendizagem eletrônico assenta no ambiente on-line, aproveitando as 
capacidades da Internet para comunicação e distribuição de conteúdo.
DICAS
O Moodle nas suas funcionalidades proporciona a instituição organizar 
seus conteúdos de forma personalizada, conforme sua estrutura, podendo ser 
aplicado e organizado de diversas formas e situações, entre elas:
• Ensino on-line ou semipresencial qualquer instituição de todos os níveis, 
inclusive cursos preparatórios e cursos técnicos.
• Para a educação corporativa EAD ou como apoio ao treinamento e 
desenvolvimento de funcionários em cursos presenciais de empresas ou outras 
organizações.
• Na comunicação e troca de documentos entre colaboradores.
• Para compartilhamento de materiais de apoio pelos professores para ampliar o 
acesso à informação e conteúdo dos estudantes.
• Grande parte das atividades do Moodle estão relacionadas a aprendizagem 
colaborativa, como no caso dos exemplos de fóruns de discussão EAD.
Além de ser uma plataforma que proporciona a personalização ela tam-
bém possui funcionalidades básicas que podem ser utilizadas por todos os seus 
usuários, independente da função com a qual está determinado, como:
• Glossário:	lista	dos	termos	mais	usados	e	seus	significados.
• Fórum: para discussão de temas relacionados às disciplinas.
• Chat:	canal	de	comunicação	instantânea	para	resolução	de	dúvidas.
• Wiki: esse recurso permite que os participantes adicionem e editem uma 
coleção	de	páginas	da	web	sobre	os	temas	abordados	(como	a	Wikipédia,	mas	
exclusiva	para	àquela	turma	ou	curso).
• Espaço para avaliações de múltipla escolha ou dissertativas.
• O professor pode repassar pela plataforma as tarefas e atividades que os 
estudantes devem realizar em determinado período.
• Envio de tarefas e avaliações: em contrapartida, os estudantes podem enviar os 
trabalhos prontos para os professores, também pela plataforma.
Com	relação	a	adquirir,	Caldas	(2018,	p.	5)	nos	pontua:
172
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
O Moodle é um software livre, ou Open Source, portanto, ele é 
gratuito	e	pode	ser	copiado,	modificado	e	redistribuído	pelos	usuários	
gratuitamente.
Entretanto, software livre não é sinônimo de custo zero. Há custos com 
a equipe de TI, necessária para implantá-lo, tempo para realizar as 
necessárias customizações e investimento em infraestrutura.
É preciso montar ou terceirizar sua equipe de TI e uma estrutura de 
hardware e software básicos para atender às suas necessidades.
Os programadores envolvidos na implantação do sistema precisam 
saber PHP e MySQL.
Neste caso, também é necessária uma equipe de suporte, interna ou 
terceirizada, uma vez que a plataforma não oferece esse tipo de apoio.
Software de código aberto é o software de computador com o seu código 
fonte disponibilizado e licenciado com uma licença de código aberto no qual o direito 
autoral fornece o direito de estudar, modificar e distribuir o software de graça para qualquer 
um e para qualquer finalidade.
DICAS
3.2 BLACKBOARD
FIGURA 14 - BLACKBOARD
FONTE: <https://bit.ly/3pIa7wN>. Acesso em: 2 out. 2021.
Blackboard Learn é um ambiente de aprendizagem virtual e um sistema 
de gerenciamento de cursos desenvolvido pela Blackboard Inc. É um software 
baseado na Web que possibilita o gerenciamento de cursos, possui arquitetura 
aberta personalizável e design escalável que permite a integração com sistemas 
acadêmicos e protocolos de autenticação. Pode ser instalado em servidores locais 
ou hospedado pelo Blackboard ASP Solutions. Sua licença de distribuição é 
proprietária, contrapondo-se ao tipo de licença livre que é adotada pelo Moodle.
Segundo o fabricante, esse ambiente de aprendizagem on-line pode ser 
realizado em um ambiente síncrono ou assíncrono. Em um ambiente síncrono, os 
estudantes	e	os	instrutores	têm	interação	instantânea	ou	“em	tempo	real”.	Os	par-
ticipantes	do	curso	precisam	se	encontrar	em	uma	hora	definida,	o	que	pode	ser	
TÓPICO 2 — AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
173
visto	como	negativo.	No	entanto,	uma	hora	definida	pode	ajudar	os	estudantes	
a permanecer no caminho e gerenciar o tempo. Um exemplo de uma ferramenta 
síncrona é o Blackboard Collaborate. No Collaborate, sua turma se reúne para 
uma palestra. Você pode fazer horas adicionais e sessões de estudo, ter discus-
sões improvisadas e receber palestrantes convidados.
O Blackboard CollaborateTM é uma solução de webconferência simples, 
conveniente e confiável criada para ensino e treinamento. Interaja com os materiais e 
com seu instrutor. Graças às ferramentas robustas de colaboração e de conferências, todos 
sentem como se estivessem na mesma sala juntos, independentemente de sua localização 
ou dispositivo.
DICAS
Ainda, segundo o desenvolvedor, essa plataforma proporciona três tipos 
de modalidades de cursos, embora tenha sido pensado para as atividades on-line 
suas funcionalidades proporcionam que sejam utilizadas como complemento nos 
processos formativos, sejam eles educacionais convencionais ou corporativos.
Vamos conferir os três tipos de cursos.
3.2.1 Totalmente on-line
• Os participantes não se encontram pessoalmente na sala de aula, mas intera-
gem, totalmente on-line.
• Você fornece os materiais do curso no formato on-line.
• Você se comunica e interage com os estudantes com ferramentas on-line.
• Os estudantes interagem, se comunicam e colaboram on-line.
• Você avalia o trabalho do estudante on-line.
3.2.2 Híbrido ou mesclado
• Os participantes ainda se encontram em uma aula agendada ou usam o tempo 
de laboratório, mas o tempo é reduzido, por exemplo, você ministra uma aula 
em um curso que normalmente tem três aulas por semana. Se você adicionar 
alguns aspectos on-line, talvez só precise de duas aulas por semana.
• Você cria as atividades presenciais e on-line que reforçam, complementam e 
apoiam umas às outras.
174
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
• Você pode combinar os melhores recursos dos cursos on-line baseadosna 
sala	de	aula.	Os	estudantes	se	beneficiam	por	se	encontrarem	com	o	instrutor	
regularmente	e	ainda	desfrutam	da	flexibilidade	do	aprendizado	on-line.
3.2.3 Aprimorado pela web
• Os participantes se encontram em sala de aula nas horas programadas do 
curso, mas você adiciona algumas atividades educacionais on-line.
• Materiais complementares, como um programa de estudos de um curso, 
exercícios de dever de casa e discussões opcionais, são enviados on-line. Esses 
componentes têm a intenção de complementar, não de substituir, o trabalho do 
curso presencial. Ele funciona nos celulares e temos duas formas de aplicativos, 
segundo o site do fabricante: 
 ○ Blackboard: os estudantes recebem atualizações sobre os cursos, realizam 
exercícios e testes, participam de discussões, iniciam sessões do Collaborate 
e visualizam as notas.
 ○ Blackboard Instructor: o Blackboard Instructor é um aplicativo para 
dispositivos móveis que permite que os instrutores visualizem o conteúdo 
do curso, avaliem exercícios, conectem-se com os estudantes em discussões 
e iniciem sessões do Collaborate.
 O Blackboard Learn é onde os estudantes encontram os conteúdos e as 
ferramentas digitais para acompanhar as disciplinas presenciais ou virtuais e se aprofundar 
no conteúdo visto no curso, seja em sala de aula ou no AVA.
 Ele conta com o Menu do curso, que costuma estar localizado na barra lateral, 
que é onde o aluno vai acessar todas as áreas disponibilizadas, que variam de curso para 
curso. Essas ferramentas são flexíveis, e podem ser adaptadas pelos instrutores do curso de 
acordo com as necessidades, com novas cores, inclusão de ferramentas, subcabeçalhos ou 
outros links importantes.
 Na Página inicial do Menu, o estudante encontra os detalhes mais importantes 
do curso, com as matérias que estão em andamento, a caixa de avisos, de tarefas e uma 
aba com “novidades” que traz novos conteúdos do curso ou informações da instituição. 
O estudante pode gerenciar essas configurações e personalizar como prefere receber 
notificações e avisos, por exemplo.
 Em “Novidades”, o aluno vai acessar os conteúdos atualizados pelos professores 
dos cursos. Cada alteração no conteúdo disponibilizado vai aparecer neste módulo, 
que notifica os estudantes uma vez por dia se há, por exemplo, novos testes, pesquisas, 
exercícios, blogs, discussões e mensagens do curso.
UNI
TÓPICO 2 — AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
175
 A plataforma Learn ainda conta com o módulo “Para fazer”, que vai apresentar os 
prazos expirados ou a serem cumpridos das atividades que estão pendentes, ferramenta 
que auxilia o estudante a acompanhar o seu dia a dia do curso e o que ele precisa priorizar.
 A interação com outros usuários pode ser feita de diversas maneiras pelo 
Blackboard Learn, como por e-mail, mensagens, discussões, reuniões e com plataformas 
externas, como o Google Meet.
 Outras ferramentas da Blackboard
 A interação entre professores e alunos também pode ser feita pelo Blackboard 
Collaborate, que é uma outra plataforma disponível pelo serviço que conta com ferramentas 
de colaboração entre os usuários e oferece espaço para webconferências.
 Pelo Collaborate, as chamadas virtuais podem acontecer ao vivo e a interação 
dos presentes é feita de forma dinâmica, com opções de chat, respostas rápidas, comen-
tários sobre a aula e até uma opção “Erguer a mão”, que indica que um aluno possui uma 
dúvida pendente.
 Para acompanhar a exigência de personalização dos ambientes virtuais, a plata-
forma também conta com o Blackboard Open LMS, que disponibiliza que professores das 
universidades adaptem seus conteúdos de acordo com a necessidade das aulas e dos cursos.
 Há também o Blackboard Ally, que usa a tecnologia para que o conteúdo digital 
das aulas seja disponibilizado de forma mais acessível, com formatos compatíveis com a 
plataforma, como PDF, HTML, áudio, entre outros.
FONTE: <https://querobolsa.com.br/revista/conheca-os-principais-portais-do-aluno-das-
universidades-brasileiras>. Acesso em: 9 out. 2021.
3.3 CANVA
FIGURA 15 - CANVA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Canva>. Acesso em: 2 out. 2021
O Canva é considerado um coringa para a educação, além de trazer uma 
gama de ferramentas e possibilidades ainda abre o leque para transformarmos em 
um	ambiente	de	aprendizagem.	Segundo	Silva,	Mehlecke	e	Furtado	(2018,	p.	48):
O Canvas é um LMS lançado em 2011, pela Instructure, uma empresa 
de tecnologias educacionais, o qual foi distribuído para universidades, 
distritos	escolares	e	instituições	educacionais	(CANVAS,	2018).	
Configuração	 como	 um	 software	 aberto,	 que	 implementa	 uma	
plataforma colaborativa, também disponível para dispositivos móveis. 
176
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
A avaliação do LMS CANVAS foi organizada em 5 dimensões, a saber: 
a)	Administração;	
b)	Coordenação;	
c)	Comunicação;	
d)	Conteúdos;	e,	
e)	Ferramentas.	
Tais dimensões serão analisadas em relação aos seguintes níveis: 
a)	disponibilidade;	
b)	facilidade	de	uso;	
c)	diferencial	em	relação	a	outros	LMSs.
A plataforma oferece diversos recursos que possibilitam a melhor 
interação entre professores e estudantes, deixando o contato mais pessoal entre 
eles	mesmo	em	cursos	à	distância.	Veja	algumas	ferramentas:
• Conferências	virtuais	(aulas,	interação	entre	colegas	e	grupos	de	estudo).
• Anúncios, pelo qual os professores se comunicam sobre conteúdos com 
estudantes.
• Tarefas, em que as atividades, questionários e debates avaliados estão 
localizados.
• Análises, em que os professores abordam o andamento do aprendizado;
• Calendário.
• Chat.
• Página para trabalho colaborativo ou em grupo.
• Banco de perguntas e questões.
• Novos métodos de avaliação e acompanhamento do estudante.
• Portfólio dos estudantes.
4 PLATAFORMAS DE APRENDIZAGENS (AVAS): AMBIENTES 
DE COLABORAÇÃO E PARTILHA
As plataformas possuem enormes potencialidades, o que é preciso é uma 
articulação em torno do planejamento e organização conectando os conteúdos, meto-
dologias	e	perfil	do	estudante,	sem	esquecer	da	formação	e	perfil	do	docente	também.
As tecnologias abrem portas para novas realidades que fazem parte das 
vivências dos nossos alunos, com especial ênfase para as redes sociais – o Facebook, 
o	Twitter,	o	YouTube,	o	Ning,	o	hi5,	entre	outras.	Do	ponto	de	vista	pedagógico,	
têm	um	potencial	 infinito,	 já	que	constroem	verdadeiras	comunidades	virtuais	
e que poderão constituir-se de aprendizagem, as quais derrubam fronteiras e 
limites à aprendizagem – uma aula sem paredes – parafraseando o famoso artigo 
de McLuhan5. E, se efetivamente numa primeira fase estas comunidades podem 
assemelhar–se a pequenas ilhas de aprendizagem, rapidamente se transformam 
em densos tômbolos cuja rápida expansão permite extravasar continentes. A 
criação de grupos de aprendizagem constitui uma verdadeira mais-valia: são 
espaços sociais de aprendizagem informal, núcleos de motivação, entreajuda, 
intercâmbio	 de	 conhecimentos	 e	 de	 competências,	 de	 discussão	 e	 debate	 de	
ideias,	reflexão	e	construção	de	conhecimento.
TÓPICO 2 — AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
177
A	criação	de	grupos	de	aprendizagem	está	em	plena	consonância	com	as	
necessidades da sociedade, pois fornecendo vias para os grupos se comunicarem, 
não só se promove a intercomunicação, como se gera uma orientação prática, que 
dá resposta às necessidades de preparação para as ações coletivas e cooperativas 
exigidas na era da comunicação.
Os	desafios	vivenciados	estão	conectando	os	atores	que	buscam	fazer	a	
educação uma jornada de eterna transformação e letramento digital de busca 
pelo saber de forma autônoma e que desenvolva indivíduos protagonistas de 
suas histórias e escolhas.
Trabalhar com AVAs é reconhecer que o processe educativo não é de trans-
missão e sim de descoberta, mediação, orientação, resolução de problemas, diálo-
go,	reflexão	e	acima	de	tudo	de	confronto	de	ideias	através	de	desafios	que	possam	
e devem levar todos os envolvidos a umprocesso de partilha e colaboração.
O	desafio	que	se	coloca	à	escola	nesta	nova	era	é	o	digital,	o	qual	é	capaz	de	
mobilizar o aluno para a aprendizagem, como verdadeiro autor do conhecimento 
e não um mero consumidor de informação. O mundo digital centra no aluno as 
aprendizagens, através do manuseio das tecnologias e da necessidade da tomada 
de decisões perante o mundo da interatividade proporcionado pelas tecnologias 
de informação e comunicação. No entanto, reconhece-se que cada vez mais o 
mundo escolar diverge do mundo de interesses dos nossos alunos. E é progressivo 
o hiato entre a experiência cultural de onde falam os professores e aquela outra 
de onde aprendem os alunos. 
Assim, o buscar da educação torna-se um processo de cooperação, co-
laboração, partilha e descobertas em que professor, estudante e todos envolvi-
dos	possuem	a	flexibilidade	de	construir	seu	percurso	formativo,	dentro	de	uma	
orientação e não dentro de uma caixa fechada que as respostas precisam ser 
padronizadas.
178
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, os conhecidos AVAS, não são 
apenas salas de aula virtuais com um monte de apostilas e exercícios, tudo 
nestes ambientes são ou deveriam ser devidamente planejados e organiza-
dos	com	uma	finalidade	pedagógica,	lembrando	que	a	educação	é	um	ato	
intencional, logo seus espaços, sejam eles físicos ou presenciais também. 
•	 A	 função	dos	Ambientes	Virtuais	 de	Aprendizagem	 (AVA)	 é	 de	possibilitar	
que	o	conteúdo	das	aulas	se	já	possibilitando	uma	conversa	reflexiva	e	ativa	
aos usuários/estudantes através de vários recursos e ferramentas que podem 
variar conforme o ambiente escolhido, o nível, a turma e até mesmo o projeto. 
Os AVAS eles são utilizados para atender todas as abordagens sejam elas no 
on-line ou no presencial, trabalhando muito bem em parceria direta com as 
metodologias ativas.
• Moodle é um sistema de gestão de aprendizagem e uma plataforma 
educacional on-line que fornece ambientes personalizados de aprendizado 
para os estudantes. 
• Blackboard Learn é um ambiente de aprendizagem virtual e um sistema de 
gerenciamento de cursos desenvolvido pela Blackboard Inc. É um software 
baseado na Web que possibilita o gerenciamento de cursos, possui arquitetura 
aberta personalizável e design escalável que permite a integração com sistemas 
acadêmicos e protocolos de autenticação.
• O Canva é considerado um coringa para a educação, além de trazer uma gama 
de ferramentas e possibilidades ainda abre o leque para transformarmos em 
um ambiente de aprendizagem.
179
1 Com base nos conceitos sobre Ambientes Virtuais de Aprendizagem, 
analise as sentenças a seguir:
I- Os ambientes virtuais de aprendizagem são sistemas fechados 
desenvolvidos por empresas e precisam ser adquiridos por meio de planos 
com assinaturas semestrais, anuais ou bianuais. 
II- Para o professor organizar os materiais de sua disciplina no ambiente 
virtual de aprendizagem, ele precisa de conhecimentos técnicos sobre 
como programar em diversas linguagens.
III- Um ambiente virtual de aprendizagem é um sistema que proporciona 
a organização e distribuição de conteúdo diversos para cursos on-line e 
disciplinas semipresenciais para estudantes em geral com objetivo de 
auxiliar o processo de ensino e aprendizagem.
Assinale a alternativa CORRETA:
a)	(			)	 Somente	a	sentença	I	está	correta.
b)	(			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
c)	(			)	 As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
d)	(			)	 As	sentenças	I	e	III	estão	corretas.
2 Ao analisar os conceitos trabalhados em relação aos Ambientes Virtuais 
de	 Aprendizagem	 (AVAs)	 são	 páginas	 na	 internet	 que	 disponibilizam	
ferramentas síncronas e assíncronas, sendo um espaço de informação 
projetado, uma vez que a gestão de conteúdos se torna uma questão 
central para todos os professores envolvidos em ambientes virtuais de 
aprendizagem. Levando em consideração as características dos AVAs, 
assinale a alternativa CORRETA:
a)	(			)	 Os	ambientes	virtuais	de	aprendizagem	são	apenas	utilizados	para	a	
educação	à	distância,	não	podem	ser	utilizados	como	complementos	
de aulas presenciais.
b)	(			)	 AVAs	 são	 páginas	 na	 internet	 que	 disponibilizam	 ferramentas	
síncronas e assíncronas.
c)	(			)	 Os	 ambientes	 virtuais	 de	 aprendizagem	 não	 apresentam	 diferentes	
usos na educação ou no meio corporativo, pelo fato destes ambientes 
não tratarem de processos relacionados à aprendizagem.
d)	(			)	 Ambiente	 de	 aprendizagem	 virtal	 não	 é	 um	 espaço	 de	 informação	
projetado.
AUTOATIVIDADE
180
3	 Com	base	nas	finalidades	dos	Ambientes	Virtuais	de	Aprendizagem,	dis-
serte sobre os propósitos dos ambientes virtuais de ensino e aprendizagem.
4 Com base nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, quais as possibilidades 
que organização e interações que eles proporcionam ao tutor e ao aluno?
181
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos no último tópico que traz a conceitualização e as 
reflexões	sobre	softwares	e	aplicativos	utilizados	em	prol	da	educação.
 
O processo educativo não é composto e não deve por transmissão e sim 
por construção então o percurso formativo deve ser visando oportunizar ao 
docente e aos discentes ambientes e estratégias que visem contemplar a correta 
utilização e seleção de ferramentas para interligar conteúdo, aprendizagem e 
protagonismo.
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos mais que mostrar alguns softwa-
res,	 aplicativos	 e	 caminhos,	mas	 levar-te	 a	 refletir	 sobre	 o	papel	da	 escolha	 e	
conexão	do	profissional	que	deve	fazer	o	planejamento	da	ferramenta	visando	a	
aprendizagem	significativa.	
TÓPICO 3 — 
SOFTWARES E APLICATIVOS EDUCATIVOS
2 SOFTWARES E APLICATIVOS – CONCEITOS 
E ESPECIFICIDADES
A era tecnológica invadiu os espaços, sejam eles educativos ou não, o 
fato é que a sociedade é conectada e globalizada. A cada instante surgem novas 
formas de interações, redes e programas para celulares, computadores e tabletes, 
sejam	eles	específicos	para	educação	ou	não.	
Quando	falamos	em	softwares	precisamos	refletir	onde	eles	serão	usados	
e é então que iremos nos deparar com o uso do computador, mas não como meio 
de apenas armazenar dados e sim como ferramenta pedagógica.
Para iniciarmos nossos estudos é importante inicialmente estabelecermos 
se	há	diferença	entre	Software	e	Aplicativo	(App).	Segundo	Bonfim	(2021,	p.	3):
Software é basicamente o sistema operacional e todos os seus 
programas associados. Aplicação de software, também conhecido 
como aplicação ou aplicativo, é o software que é projetado para 
ajudar o usuário a executar várias tarefas no computador. Software 
e aplicativos são programas de computador. Software é composto 
por tudo o que não é hardware, incluindo aplicações. Simplesmente, 
um aplicativo é um tipo de software, no entanto, não são todos os 
softwares aplicativos.
https://mixmisturado.com/author/admin/
182
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
Os	 softwares	 educacionais	 são	 construídos	 para	 ser	 usado	 especifica-
mente	no	âmbito	educacional	e	seguem	uma	concepção	educacional.	Os	softwa-
res podem se constituir em uma importante ferramenta pedagógica para o pro-
cesso de ensino-aprendizagem. Os usos desses recursos evidenciam uma forma 
de dinamização no ensino e motivação pela aprendizagem da matemática, ao 
passo em que seus conceitos são construídos a dispor da informática e que está 
presente na realidade social de cada aluno. O uso dos softwares pode ser um 
importante aliado no desenvolvimento cognitivo de cada aluno facilitando um 
trabalho que se adapta a distintos ritmos de aprendizagens e permite que os 
educandos aprendam com seus erros.
A utilização da informática no ambiente escolar destaca o uso de softwa-
res educativos que oportunizam os professores trabalharem os campos conceitu-
ais através dos programas que apoiam as atividades didáticas. Segundo Gomes 
e	Padovani	 (2005,	p.	45),	“são	softwares	educativos	o	sistema	computacionale	
interativo intencionalmente concebido para facilitar a aprendizagem de conceitos 
específicos	como	os	conceitos	matemáticos	ou	científicos”.	
O uso de novas tecnologias como os softwares podem solucionar proble-
mas	encontrados	no	âmbito	educacional	desde	o	ensino	fundamental	ao	superior.	
Os softwares podem ser uma proposta pedagógica vivenciada em sala de aula 
para motivação da aprendizagem e a ruptura da postura passiva do aluno. As 
especificidades	que	caracterizam	a	qualidade	e	a	eficiência	dos	 softwares	edu-
cativos	atendem	a	características	que	apontam	suas	finalidades	e	enquadram	os	
softwares em duas categorias: os softwares aplicativos, aqueles que não possuem 
finalidades	educacionais,	mas	que	podem	ser	usados	para	este	fim,	como	o	uso	
do Excel em cursos de formação de professores de matemática, e os softwares 
educativos os que são elaborados para atender exigências educacionais favore-
cendo o processo de ensino-aprendizagem. Estes são criados para desenvolver 
conhecimentos sobre conteúdos didáticos e podem ser manipulados por alunos 
com ou sem a mediação do professor. 
2.1 SOFTWARES EDUCACIONAIS
Nossos	educandos	estão	sedentos	por	desafios	e	alinhar	a	sala	de	aula	ao	
mundo externo repleto de interações, e é neste momento que entram os softwares, 
em que os programas educacionais podem ser excelentes professores eletrônicos 
- desde que não limitem o processo de aprendizagem a um mero exercício de 
repetição e memorização. A competência, nesse caso, está com os softwares que 
incentivam o estudante a analisar, sintetizar e estabelecer relações entre eventos 
não diretamente associados.
 O software educativo é um dos elementos mais simples que contribuem 
na aprendizagem dos estudantes, pois os métodos que eram utilizados há muitos 
anos já não ajudam tanto, se reconhecermos que, basicamente, todas as necessi-
dades que os estudantes possuem, atualmente, estão aliadas ao uso da tecnologia.
TÓPICO 3 — SOFTWARES E APLICATIVOS EDUCATIVOS
183
Segundo	Gomes	e	Padovani	(2005),	para	avaliar	os	softwares,	é	necessário	
utilizar	diversos	critérios	na	classificação	de	softwares	educativos.	Esses	sistemas	
podem	ser	classificados	de	acordo	com	a	liberdade	de	criação	de	situações	pelos	
professores, o nível de aprendizagem do sequencial, relacional ou criativo, ou 
seus	objetivos	pedagógicos	(tutoriais,	aplicativos,	de	programação,	exercícios	e	
prática,	multimídia	e	internet,	simulação	e	jogos).
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SOFTWARES
Como vimos os softwares educacionais são o elo entre o conteúdo, 
a máquina e a utilização da tecnologia, nesse caso a internet a qual o grande 
objetivo seja o processo de ensino-aprendizagem.
Segundo	Vieira	(2000	apud	MARTINS,	2002,	p.	1):
os diversos tipos de softwares usados na Educação podem ser 
classificados	 em	 algumas	 categorias,	 de	 acordo	 com	 seus	 objetivos	
pedagógicos: tutoriais, programação, aplicativos, exercícios e práticas, 
multimídia e Internet, simulação e modelagem e jogos.
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DA TIPOLOGIA DO SOFTWARE
Tipo Especificação
Tutorais
Se caracterizam por transmitir informações pedagogicamente 
organizadas, como se fossem um livro animado, um vídeo interativo 
ou um professor eletrônico. A informação é apresentada ao aprendiz 
seguindo uma sequência, e o aprendiz pode escolher a informação 
que desejar. A informação que está disponível para o aluno é 
definida	e	organizada	previamente,	assim	o	computador	assume	o	
papel de uma máquina de ensinar. A interação entre o aprendiz e 
o computador consiste na leitura da tela ou escuta da informação 
fornecida, avanço pelo material, apertando a tecla ENTER ou usando 
o mouse para escolher a informação.
Exercícios e 
Práticas
Enfatizam a apresentação das lições ou exercícios, a ação do 
aprendiz se restringe a virar a página de um livro eletrônico ou 
realizar exercícios, cujo resultado pode ser avaliado pelo próprio 
computador. As atividades exigem apenas o fazer, o memorizar 
informação, não importando a compreensão do que se está fazendo.
Programação
As linguagens de programação são softwares que permitem que 
as pessoas, professores ou alunos, criem seus próprios protótipos 
de programas, sem que tenham que possuir conhecimentos avan-
çados de programação. Ao programar o computador utilizando 
conceitos estratégias, este pode ser visto como uma ferramenta 
para resolver problemas.
184
UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES
Programação
A execução de um programa exige que o aprendiz processe a 
informação, transformando-a em conhecimento. A programação 
permite	 a	 realização	 do	 ciclo	 descrição	 -	 execução	 -	 reflexão	 -	
depuração - descrição. O programa representa a ideia do aprendiz 
e existe uma correspondência direta entre cada comando e o 
comportamento do computador. As características disponíveis 
no processo de programação ajudam o aprendiz a encontrar seus 
erros, e ao professor compreender o processo pelo qual o aprendiz 
construiu conceitos e estratégias envolvidas no programa.
Aplicativos
São	 programas	 voltados	 para	 aplicações	 específicas,	 como	
processadores de texto, planilhas eletrônicas, e gerenciadores de 
banco de dados. Embora não tenham sido desenvolvidos para 
uso educacional, permitem interessantes usos em diferentes 
ramos do conhecimento. Nos processadores de textos, as ações 
do aprendiz podem ser analisadas em termos do ciclo descrição 
-	 execução	 -	 reflexão	 -	depuração	 -	descrição.	Quando	o	aprendiz	
está digitando um texto no processador de texto, a interação com 
o computador é mediada pelo idioma materno e pelos comandos 
de formatação. Apesar de simples de serem usados e de facilitar a 
expressão do pensamento, o processador de texto não pode executar 
o conteúdo do mesmo e apresentar um feedback do conteúdo e 
do	 seu	 significado	para	 o	 aprendiz.	A	 única	 possibilidade,	 em	 se	
tratando	 de	 reflexão,	 é	 comparar	 as	 ideias	 originais	 do	 formato	
com	o	resultado	apresentado,	não	dando	margem	para	a	reflexão	e	
depuração do conteúdo. Nesse sentido, o processador de textos não 
dispõe de características que auxiliam o processo de construção do 
conhecimento e a compreensão das ideias.
Multimídia e 
Internet
Com relação à multimídia, vale chamar a atenção para a diferença 
entre o uso de uma multimídia já pronta e o uso de sistemas de 
autoria para o aprendiz desenvolver sua multimídia. Na primeira 
situação, o uso de multimídia é semelhante ao tutorial, apesar 
de oferecer muitas possibilidades de combinações com textos, 
imagens, sons, a ação do aprendiz se resume em escolher opções 
oferecidas pelo software. Após a escolha, o computador apresenta 
a	 informação	disponível	 e	 o	 aprendiz	pode	 refletir	 sobre	 ela.	Às	
vezes o software pode oferecer também ao aprendiz, oportunidade 
de selecionar outras opções e navegar entre elas. Essa ideia pode 
manter o aprendiz ocupado por certo tempo e não lhe oferecer 
oportunidade	 de	 compreender	 e	 aplicar	 de	 modo	 significativo	
as informações selecionadas. Dessa forma, o uso de multimídia 
pronta e Internet são atividades que auxiliam o aprendiz a adquirir 
informações, mas não a compreender ou construir conhecimentos 
com a informação obtida.
TÓPICO 3 — SOFTWARES E APLICATIVOS EDUCATIVOS
185
Multimídia e 
Internet
Torna-se necessária a intervenção do "agente de aprendizagem" 
para que o conhecimento seja construído. Na segunda situação, 
o aprendiz seleciona as informações em diferentes fontes e 
programa construindo assim um sistema de multimídia. Dessa 
forma	 é	 possibilitado	 ao	 aprendiz	 refletir	 sobre	 os	 resultados	
obtidos, compará-las com suas ideias iniciais e depurar em 
termos	de	qualidade,	profundidade	e	significado	da	informação	
apresentada. Assim, pode-se garantir a realização do ciclo 
descrição	 -	 execução	 -	 reflexão	 -	 depuração	 -	 descrição,	 para	
representar	a	informação	de	forma	coerente	e	significativa.	O	tipo	
de execução do sistema de autoria se assemelha ao processador de 
texto, pois

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