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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS:
Para ser possível classificar a qualidade dos solos, temos primeiramente que entender o que é solo e como se dá a sua formação e quais são suas propriedades.
I – FORMAÇÃO DO SOLO:
Solo, é um sistema aberto de diversos geoecossistemas em constante influencia de fluxos de matérias e energias, condição essa que se torna um sistema dinâmico contribuindo com a evolução do mesmo, onde ele pode se desenvolver de modo que não desapareça do ambiente que for inserido.
Suas feições morfológicas e caracterizações refletem na atuação dos processos pedogenéticos na sua formação, esses processos são estudados da seguinte forma: 
a) Modelo de processos múltiplos, sendo baseado em quatro processos básicos da formação: adição, perdas, transformações e translocações.
b) Modelo de processos específicos considerando as diferentes características de tipos de solo, resultado de atuação de mecanismo específicos na integração de fatores de formação dos solos. 
II – PROPRIEDADES DO SOLO:
São as características visíveis no solo que permitem sua distinção um d’outro, e são elas:
a) COR: de fácil identificação, possibilita fazer interferências a respeito do conteúdo gerado pela matéria orgânica, tipos de óxidos de ferro, processo de formação, etc. 
b) TEXTURA: é de grande influencia no comportamento físico, hídrico e químico do solo, sua avaliação é de suma importância para o manejo dos solos e se expressa pela proporção de componentes granulométricos da fase mineral do solo, areia, silte e argila. Segundo a Embrapa (1979), a classificação se dá ao tamanho de partículas utilizada e todas tem um padrão.
Seu valor definitivo é dado por analise de granulométria, realizada em laboratório. 
c) ESTRUTURA: arranjo estabelecido por ligação de partículas primarias do solo entre si e diversas substancias encontradas no mesmo, como matéria orgânica, óxidos de ferro, entre outros. 
A estrutura é caracterizada conforme três aspectos: 
Tipo – Laminar, prismático, colunar, blocos angulares, blocos subangulares, granular.
Tamanho – muito pequeno, pequeno, médio, grande ou muito grande.
Grau de desenvolvimento – solta, fraca, moderada, forte. 
d) CONSISTENCIA: diferencia a adesão e coesão de partículas do solo, e podem variar de acordo com a textura, deve-se observar três condições de umidade.
Consistência seca – para avaliação do grau de resistência à quebra ou esboroamento do torrão, podendo ser classificada em solta, macia, ligeiramente dura, dura, muito dura ou extremamente dura. 
Consistência úmida – se dá pela friabilidade do torrão úmido, se classifica em solta, muito friável, friável, firme, muito firme, extremamente firma. 
Consistência molhada – nesta, avalia-se a plasticidade, em três tipo: não plástica, ligeiramente plástica e muito plástica, e a pegajosidade em pegajosa, ligeiramente pegajosa, pegajosa e muito pegajosa. 
e) POROSIDADE – é visualizada no perfil do solo e deve ser descrita em quantidade de poros.
Quantidade: pouco, comuns ou muitos.
Tamanho: pequenos, médios grandes ou muito grandes. 
f) CEROSIDADE – é vista em campo a olho nu ou com auxilio de lupa na superfície de agregados, ocorre nas superfícies dos agregados ou nos poros e tem aspecto brilhante ou lustroso, que resulta da deposição de mateial inorgânico ou argila, se classificam em:
Grau de desenvolvimento: fraco, moderado ou forte.
Quantidade: pouco, comum ou abundante. 
g) NÓDULOS E CONCENTRAÇÃO DE MINERAIS – diferente da matriz, são corpos cimentados que podem ser destacados do solo. Nódulos não possuem organização interna, diferente de concreções, que são desenvolvidas em torno de um ponto de forma concêntrica. 
h) MINERAIS MAGNÉTICOS – se avalia por grau de atração magnética à um imã de bolso. 
i) CARBONATOS – detectável em campo por grau de efervescência da superfície quando em contato com acido clorídrico a 10%.
j) MANGANÊS – grau de efervescência da superfície aumenta quando em contato com peroxido de hidrogênio de volume 20. 
k) SULFETOS – comumente encontrado em áreas de mangue restritas a drenagem, e seu composto apresenta coloração amarelo-dourada e odor característico.
l) EFLORESCENCIAS – crostas de sais na superfície das estruturas, resultado de acumulo de sais após a evaporação, encontradas em solos em condição de secura.
m) COESÃO – característica observada pela dureza de horizontes superficiais quando secos e friáveis firmes quanto a úmido, comumente presente em latossolos e argilossolos amarelos de formação barreira. Podem ser descritos como:
Moderadamente coeso: material resistente a penetração de faca, martelos e trados, consistência dura quando seco e friável a firme quando úmido.
Fortemente coeso: resistente a penetração de materiais, e sua consistência varia de muito dura a extremamente dura quando seco e friável a firme quando úmido. 
Após o entendermos as propriedades e como se dá a formação do solo, passamos as classificações, que se inicia com a descrição morfológica de coleta de campo, devendo ser conduzidas conforme o critério estabelecido em manuais (IBGE, 2005; LEMOS; SANTOS, 1996; SANTOS et al., 2005).
Se faz necessário que as características morfológicas sejam relacionadas a profundida de ocorrência para fins de definição da seção de controle estabelecida para diferentes classes nos diversos níveis categóricos, e todas as características morfológicas são relevantes para a caracterização e classificação do solo, sendo indispensável as cores úmidas e secas das superfícies (H, ou O, A e AB) e cores úmidas superficiais conforme a caderneta de cores Munsell (MUNSELL..., 1994), textura, estrutura, cerosidade e outras características já mencionadas acima. 
São 13 tipos de solos os existente, todos com suas características e distinções, divididos em 6 niveis categóricos, onde os primeiros quatro se denominam ordens, subordens, grandes grupos e subgrupos.
Neste artigo iremos falar sobre 5 tipos, e seus subtipos. 
ARGISSOLOS – são constituídos por matéria mineral, apresentando horizonte B textural imediatamente abaixo do A ou E, podendo ser conjulgada por base de sua saturação ou caráter aluminico na maior parte do horizonte B, satisfazendo os requisitos de horizonte plíntico ou horizonte glei.
Argissolo Bruno-Acinzentado: Solo com matiz 5YR ou amarelado, com valor de 3 a 4 e croma menor ou igual a 4, no estado úmido, os valores e/ou cromas devem ser inferiores aos sub-horizontes imediatamente subjacente e quando em estado seco, os valore e cromas devem ser inferiores aos de pelo menos dois sub-horizontes B escurecido de forma que o solo seco tenha presença do horizonte superficial escuro evidenciado. 
Argissolo Acinzentado: Solo acinzentados em maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B, com matiz 7,5YR ou mais amarelo, e valores maiores ou iguais a 5 com cromas menores que 4. 
Argissolo Amarelo: Solo com matiz 7,5YR ou mais amarelo na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B, não se enquadrando nas classes anteriores. 
Argissolo Vermelho: Solos com matiz 2,5YR ou mais avermelhados na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B. 
Argissolo Vermelho-Amarelo: Outros solos de cores vermelho-amarelo ou vice e versa, não se enquadram em classes anteriores. 
CAMBISSOLOS – são solos constituídos por materiais minerais com horizonte B incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial ou horizonte.
Cambissolo hístico: Solo com horizonte O histico, não atende critério de espessura para organossolos (Ghani; Rocha; 1997, perfil 3; Reunião..., 2008, p. 165, perfil 12).
Cambissolo Humico: Solo com horizonte A húmico. 
Cambissolo Fluvico: Solo com caráter fluvico de 150cm a partir da sua superfície. 
Cambissolo Háplico: não se enquadra nas classes anteriores.
CHERNOSSOLOS – são solos caracterizados por materiais minerais que apresentam horizonte A chernozemico seguido por: horizonte B incipiente ou B textural, ambos com argila de atividade alta e eutrofica; horizonte cálcico, petrocalcico, ou caráter carbonatico coincidindo com horizonte A chernozemico ou horizonte C, admitindoentre os dois, horizonte Bi; contato licito desde que o horizonte A chernozemico contenha 150kg-1 de solo ou mais de carbonato de cálcio equivalente. 
Chernossolo Rendzico: Solos com horizonte A chernozemico e: horizonte cálcico, petrocalcico, ou de caráter carbonatico coincidindo com horizonte A chernozemico ou horizonte C, onde se admite, entre dois, horizonte Bi; contato licito desde que o horizonte A chernozemico contenha 150kg-1 de solo ou mais carbonato de cálcio equivalente. 
Chernossolo Ebânico: solos com caráter ebanico na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B.
Chernossolo Argiluvicos: solos com horizonte B textural abaixo do horizonte A chernozemico. 
Chernossolo Haplico: não se enquadra nas classes anteriores. 
ESPODOSSOLOS – são solos formados por materiais minerais apresentando horizonte B espodico abaixo do horizonte E, A ou horizonte histico dentro de 200cm a partir da superfície do solo ou de 400cm se a soma dos horizontes A+E ou horizontes histicos + ultrapassando 200cm de profundidade. 
Espossolo humiluvico: Solo com presença de horizonte espodico identificado com sufixos Bh ou Bhm, isolados ou sobrepostos a outro tipo de horizonte.
Espodossolo ferriluvico: solo com horizonte espodico identificado com os sufixos bBs ou Bsm, principalmente, de modo isolado ou sobrepostos a outros tipos de horizontes. 
Espodossolo ferri-humiluvico: outros espodossolos não se enquadram nas classes anteriores. 
GLEISSOLOS – são constituídos por material mineral com horizonte glei iniciado dentro dos primeiros 50cm da superfície do solo, ou profundidade maior que 50cm e menos ou igual a 150cm desde que de imediato abaixo do horizonte A ou E ou de horizonte histico com espessura sem suficiência para definir a classe de organossolos.
Não são presentes nesses, horizonte vertico em posição diagnostica para vertissolos ou textura exclusiva de areia ou areia franca em seus horizontes até a profundidade de 150cm.
Gleissolo tiomórfico: solo com materiais sulfídricos em um ou mais horizontes ou camadas ou horizontes sulfúrico, ambos de 100cm a partir do solo.
Gleissolo sálico: solo com caráter sálico em um ou mais horizontes dentro de 100cm a partir de sua superfície. 
Gleissolo melânico: solo com horizonte H histico com menos de 40cm de espessura ou horizonte A húmico, proeminente ou cheenozemico. 
Gleissolo haplico: outro solo não se enquadram nas classes anteriores. 
ATERROS
Aterro para a construção civil é a colocação de terra ou entulhos para a nivelação de uma superfície irregular, independentemente do volume do aterro ou mesmo do solo do local e da possibilidade de empréstimo da área (de qual o solo é retirado), ter um procedimento de execução de engenharia civil adequado proporcionará economia e segurança. Com o conhecimento geotécnico na construção de aterros, muitos problemas em pequenas e grandes obras podem ser evitados: recalques e recalques de pisos, ruas, estradas e fundações; vazamentos em redes hidráulicas e sanitárias, taludes, muros de arrimo e muros de arrimo, lagoas de descarte de resíduos, líquidos e erosão interna de diques e barragens; e incapacidade de encher lagoas, diques e barragens devido à perda de água.
A terraplenagem é definida como o movimento de terra necessário para modificar o terreno pré-existente, a fim de alcançar a configuração desejada em um projeto de engenharia. A fase de execução das obras de terraplanagem consiste principalmente em escavação - onde o nível de implantação é determinado inferior ao terreno existente - e aterro, onde o nível atual é inferior ao especificado pelo projeto.
A compactação do aterro nunca pode ser realizada apenas com um trator de esteira. Porque, ao contrário do que parece, a compactação com essas máquinas não é suficiente para dar uma boa estabilidade à barragem. Portanto, recomenda-se o uso de um rolo compactador de pé de ovelha, que pode compactar melhor o material, com alta eficiência, economizando tempo e esforço. Pensando bem, considerando dois tratores de mesmo peso, um com esteiras e outro com pneus, um trator de pneus teria melhor compactação porque a máquina teria uma pressão muito maior no solo.
Vale lembrar que o processo de construção inicial é muito mais simples quando o terreno para a construção da barragem é firme, profundo e argiloso. Neste caso, não haveria necessidade de construir um núcleo estanque. Portanto, é suficiente limpar o local, remover todas as ervas daninhas, marcar o fundo da barragem e arar profundamente. Feito isso, pode-se iniciar a construção do aterro, distribuindo as camadas de solo e compactando-o adequadamente.
BIBLIOGRAFIA: 
https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens/gleissolos/subordens - Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5ª Edição, revista e ampliada – EMBRAPA. 
https://www.cpt.com.br/dicas-cursos-cpt/vai-fazer-um-aterro-veja-as-dicas-de-compactacao-de-solo
https://revistaadnormas.com.br/2019/08/20/a-execucao-de-aterros-em-obras-de-edificacoes

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