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Peça U 1 EAD Final Criminal

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ______ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA_________. 
 
 
 
 GILBERTO, qualificação completa, Brasileiro, Casado, professor de Educação 
Física, Titular da Carteira de Identidade sob o n° XXX.XXX.XXX-XX, inscrito no 
CPF/MF nº XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na cidade de XXXXXXXXX 
onde reside na rua nº XX,XXX , Bairro XXXXXXX, CEP n° XX.XX-XXX, 
juntamente com sua advogada, vem respeitosamente, à Vossa Excelência 
requerer a concessão de : 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
 
Sem arbitramento de fiança, com fundamento no artigo 5°, LXVI, da Constituição 
Federal de 88, c/c artigo 310, inciso III e § 1° do CPP, pelos seguintes motivos: 
 
 
 
 
 
 
 
DOS FATOS: 
 
No dia 28 de junho de 2019, após o término das aulas, o paciente saiu com suas 
colegas de trabalho Maria e Juliana, que são professoras do colégio Sagrada 
Disciplina para tomar um chopp e comemorar a chegada das férias de meio de 
ano. 
 
Aduz o paciente que após alguns copos de chopp e muitas risadas, excedeu – 
se e por sempre achar Juliana muito bonita e atraente, passou a investir com 
algumas cantadas. 
 
Ademais, na ocasião, sua colega achava graça e sorria, porém não mostrava 
nenhuma reciprocidade. 
 
Disto posto, o paciente ainda aponta que naquele dia, sua colega Maria foi ao 
banheiro, e oportunamente, decidiu agarrar e beijar Juliana e a partir deste 
momento, a moça passou a gritar e pedir que ele a largasse. 
 
Nessa mesma linha, fora de si o paciente ressalva que só queria beijá-la e 
satisfazer sua lascívia, que no entanto, Maria ao retornar do banheiro e ver sua 
amiga sendo agarrada a força, gritou por socorro, sendo que as pessoas 
presentes no local o seguraram até a chegada da polícia. 
 
Nessa mesma ocasião, o paciente foi preso em flagrante e a autuação se fez 
com base pela suposta prática de delito cometido previsto no artigo 215 - A do 
CP, Importunação Sexual. 
 
O ato de prisão em flagrante respeitou os ditames legais e o paciente encontra 
– se atualmente na 1º DP da Comarca. 
 
DO DIREITO; 
 
De acordo com os artigos 5°, LXVI CF/88, artigo 310, inciso III, do CPP, nos 
ensina que deverá o juiz conceder o direito à liberdade provisória com ou sem 
fiança ao paciente se assim a lei admitir. Ademais, uma vez concedido a 
liberdade provisória, o paciente deverá mediante termo obrigatoriamente 
comparecer a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
 
Art. 5ºCF/88 “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
 
LXVI – “Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a 
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”; 
 
 
 
Art. 310 CPP. “Após receber o auto de prisão em flagrante, no 
prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização 
da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a 
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da 
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa 
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
III – “Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança”. 
 
§ 1º “Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o 
agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos 
incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, 
mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação”. 
 
 
 
Deste modo inicialmente, cumpre salientar que o auto prisão em flagrante 
respeitou os ditames legais. 
 
Entretanto, o paciente faz jus á concessão da liberdade provisória, sem fiança, 
levando se em consideração o dispositivo 310 CPP, inciso III, uma vez em que 
ausentes qualquer suporte de decretação de prisão preventiva, ser o paciente 
primário, bons antecedentes, ter trabalho honesto, (docs. fls.1) e não ter sido 
acusado da prática de delito violento, uma vez, que o paciente declara ter 
somente tentado beijar a força Juliana, não constituindo crime mais gravoso. 
 
 
Disto posto, ressalva – se em não haver motivos para decretação de prisão 
preventiva, uma vez que ausentes os requisitos do artigo 312 c/c 321 do CPP, 
e como já mencionado anteriormente, o paciente é primário ( docs fls.1) sendo 
assim, não registrando quaisquer antecedentes, haja vista possuir endereço fixo 
( doc fls 2). Logo, não haver motivos pela manutenção do cárcere do paciente. 
 
Art. 321 CPP. “Ausentes os requisitos que autorizam a 
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder 
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados 
os critérios constantes do art. 282 deste Código”. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Outrossim, não havendo qualquer evidencias que o paciente possa perturbar o 
correto tramite da ação penal, indícios que ponha em risco á ordem pública e 
econômica ou mesmo para assegurar a aplicação da lei penal quando houver 
prova da existência de crime e indícios suficientes da autoria e de PERIGO. 
 
Nesta senda, Vossa Excelência, deve ser juntamente considerado quanto ao 
princípio constitucional da presunção da inocência, conforme previsão artigo 5° 
inciso LVII/ CFB/88. 
 
Contudo, não se pode perder de vista o dispositivo na lei processual penal acerca 
da necessidade, caso assim entender, a decretação de medida cautelar diversas 
previsto no roll do artigo 319 do Código de processo Penal, uma vez que a 
liberdade provisória é a medida adequada ao paciente como forma de assegurar 
o correto tramite processual penal. Logo o paciente tem direito de aguardar o 
julgamento em liberdade. 
 
 
Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LVII – “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória”; 
 
Art. 319. “São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas 
pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
II - Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado 
permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela 
permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja 
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
V - Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga 
quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VI - Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza 
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para 
a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados 
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser 
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de 
reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VIII - fiança, nas infraçõesque a admitem, para assegurar o 
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento 
ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
IX - monitoração eletrônica”. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
“ 
 Neste sentido, o posicionamento Jurisprudencial: 
 
PENAL E PROCESSO PENAL – RECURSO CRIMINAL – PRISÃO EM FLAGRANTE 
– LIBERDADE PROVISÓRIA – ART. 310 PARÁGRAFO ÚNICO CPP – 
INOCORRÊNCIA DOS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A PRISÃO PREVENTIVA – 
ART. 311 E 312 CPP – RECURSO IMPROVIDO – 1. Não se justifica a manutenção 
da custódia cautelar quando a liberdade do acusado não tem a potencialidade de 
prejudicar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da Lei Penal. 2. 
Recurso Criminal não provido. (TRF 1ª R. – RCCR 37000085080 – MA – 4ª T. – Rel. 
Des. Fed. Carlos Olavo – DJU 20.02.2011 – p. 43) JCPP.310 JCPP.310.PUN 
JCPP.311 JCPP.312 
 Núm.:70084435544 
Inteiro teor: doc html 
Tipo de processo: Habeas Corpus Criminal 
Tribunal: Tribunal de Justiça do RS 
Classe CNJ: Habeas Corpus 
Relator: Rogerio Gesta Leal 
Órgão Julgador: Quarta Câmara Criminal 
Comarca de Origem: SAPIRANGA 
Seção: CRIME 
Assunto CNJ: Crimes do Sistema Nacional de Armas 
Decisão: Acordao 
Ementa: HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. PRISÃO 
PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE CONCRETA FUNDAMENTAÇÃO. PACIENTE 
ABSOLUTAMENTE PRIMÁRIO. REVOGAÇÃO DA CUSTÓDIA. SUFICIÊNCIA 
DAS MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS À PRISÃO. I – Os indícios de autoria 
delitiva não podem ser categoricamente afastados, na medida em que o paciente foi 
preso tripulando veículo automotor, no interior do qual foram apreendidas três armas de 
fogo. Por outro lado, para a imposição da prisão preventiva, não basta a prova da 
realização da conduta delitiva, sendo exigido o preenchimento de um dos requisitos do 
art. 312, do CPP, o qual não se verifica no caso em apreço, vez que o paciente é 
absolutamente primário e a decisão judicial proferida e ora combatida, é lacunosa em 
relação a ele. Ademais, o paciente estava empregado formalmente até pouco tempo, 
provendo o próprio sustento de maneira lícita. II – Suficiência 
das medidas cautelares diversas da prisão preventiva, adequadas à gravidade dos 
crimes, às circunstâncias dos fatos e à condição pessoal do acusado, nos termos do art. 
282, inc. II, c/c art. 319, ambos do CPP. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
CONFIRMAÇÃO DA DECISÃO LIMINAR.(Habeas Corpus Criminal, Nº 70084435544, 
Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rogerio Gesta Leal, 
Julgado em: 10-09-2020) 
https://www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php?nome_comarca=Tribunal%20de%20Justi%C3%A7a%20do%20RS&versao=&versao_fonetica=1&tipo=1&id_comarca=700&num_processo_mask=&num_processo=70084435544&codEmenta=7706337&temIntTeor=true
https://www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/download/exibe_documento_att.php?numero_processo=70084435544&ano=2020&codigo=856430
 
 
 
ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, nos termos do artigo 310 CPP, 
inciso III, do Código de Processo Penal conceder – lhe a LIBERDADE 
PROVISÓRIA com o arbitramento de fiança, fixados redução de ao máximo 2/3 
( dois terços) previsto artigo 325 inciso II do CPP, mediante termo de 
comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado. Termos em que 
ouvido o representante do Ministério Público e expedindo - se o alvará de 
soltura. 
Subsidiariamente não entendendo Vossa Excelência pela concessão da 
liberdade provisória, digne – se em substituir a prisão por medidas cautelares 
diversas de prisão, de modo a garantir o eficiente desenvolvimento da instrução, 
nos termos do artigo 319 do CPP. 
 
 
 
 
 
 Nestes termos; 
 Pede deferimento. 
 (local, data). 
 
 _________________________ 
 ADVOGADO - OAB n° XX.XXX