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Farmacologia - FARMACOLOGIA DA REGULAÇÃO DO VOLUME E DO TÔNUS VASCULAR

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Aspectos gerais: pressão sanguínea e 
hipertensão 
Pressão sanguínea 
*Consiste na pressão exercida pelo sangue na parede dos vasos 
*O controle da pressão é fundamental para a manutenção de 
uma perfusão adequada nos órgãos 
*Influenciada por vários fatores, incluindo o débito cardíaco e 
a resistência periférica (e outros, como a rigidez da parede das 
artérias e o estado emocional, por exemplo) 
 
 
 
 
 
 
 
*PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA: pressão com a qual o 
sangue sai do coração 
*PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA: nível mais baixo de 
pressão atingido quando o músculo cardíaco relaxa entre as 
contrações (diástole) 
 REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
*A PA é diretamente proporcional ao produto do Débito 
Cardíaco e à Resistência Vascular Periférica 
 
 
 = FORÇA DE 
CONTRAÇÃO x VOLUME SISTÓLICO 
VENTRICULAR ESQUERDO (sangue ejetado 
do ventrículo em cada batimento) 
influenciado pela frequência cardíaca, pela 
contratilidade e pela pressão de enchimento 
(regulada pelo volume sanguíneo e pelo 
tônus venoso) 
: 
representa a resistência que a parede arterial 
impõe ao fluxo sanguíneo, e é, portanto, 
determinada pelo calibre do vaso (tônus das 
arteríolas) 
 
 
 
*A pressão arterial é mantida pela regulação contínua do DC e 
da RVP em três locais anatômicos: as arteríolas, as vênulas pré-
capilares (vasos de capacitância) e o coração 
→ além disso, o rim contribui para a manutenção da PA 
ou para a regulação do volume de líquido 
intravascular 
*O débito cardíaco e a resistência vascular periférica são 
controlados principalmente por 2 mecanismos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ regulação mediada pelo sistema nervoso simpático: 
ocorre aumento da atividade simpática (com 
envolvimento dos barorreflexos), ativada de forma 
rápida quando a pressão arterial diminui 
essa ativação provoca um aumento da 
noradrenalina, que ativa adrenorreceptores 
adrenorreceptores 1 no coração: estímulo 
resulta em aumento do débito cardíaco 
adrenorreceptores 1 no músculo liso: estímulo 
resulta em aumento da resistência vascular 
periférica 
como consequência, há o aumento da pressão 
arterial 
→ resposta mediada pelo sistema renina-angiotensina-
aldosterona: 
ocorre a longo prazo 
Regulação do Volume e do 
Tônus Vascular 
PA = DC x RVP 
 
barroreflexos são responsáveis 
por ajustes rápidos na PA 
SISTEMA NERVOSO 
AUTÔNOMO 
 SIMPÁTICO 
PARASSIMPÁTICO 
 
rim é responsável pelo controle 
a longo prazo da pressão 
sanguínea, alterando o volume 
sanguíneo 
RINS 
 
 
 
 
 
quando há diminuição da pressão arterial o fluxo 
sanguíneo renal diminui, o que resulta em duas 
consequências: 
diminuição da velocidade de filtração 
glomerular: ocasiona o aumento da retenção de 
sódio e de água no plasma, proporcionando 
aumento do volume sanguíneo → aumento do 
débito cardíaco e da pressão arterial 
indução do aumento da produção e da secreção 
de renina no aparelho justaglomerular do 
glomérulo renal: ocasiona o aumento da 
angiotensina II, que aumenta a resistência 
vascular periférica (auxiliando no aumento da 
pressão arterial) e estimula a secreção de 
aldosterona no córtex adrenal → estímulo da 
retenção de sódio e água, com aumento do 
volume sanguíneo e da pressão arterial 
Hipertensão 
*Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação 
sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg 
*Doença crônica na qual a pressão sanguínea se encontra 
constantemente elevada 
*Constitui fator de risco para várias doenças: acidente vascular 
encefálico, doença arterial coronariana, doença vascular 
periférica, insuficiência cardíaca e doença renal crônica 
VALORES QUE DEFINEM A HIPERTENSÃO ARTERIAL 
SISTÊMICA 
 
 
 
 
 
 
 
*Quando os dados de pressão são registrados, a pressão arterial 
sistólica é anotada primeiro, seguida pela pressão arterial 
diastólica 
ETIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
 
 
 
 
 
COMO TRATAR A HIPERTENSÃO ARTERIAL? 
*Abordagem farmacológica 
→ redução do volume sanguíneo 
→ redução do tônus vascular 
*Abordagem não farmacológica 
→ dieta (redução de sódio) 
→ atividade física 
→ redução de estresse, etc. 
Tratamento da hipertensão – abordagem 
farmacológica 
*Uso de mecanismos fisiológicos envolvidos na regulação da 
pressão sanguínea 
→ redução do volume sanguíneo 
→ redução do tônus vascular 
Anti-hipertensivos que reduzem o volume sanguíneo 
*Diuréticos 
→ diuréticos de alça, tiazídicos e poupadores de K+ 
*Fármacos que atuam no sistema renina-angiotensina 
→ inibidores da ECA 
→ antagonistas dos receptores de angiotensina 
DIURÉTICOS 
*Diminuem o volume intravascular ao aumentar a 
excreção renal de Na+ e H2O → aumentam o fluxo 
urinário 
REVISÃO DA FISIOLOGIA RENAL 
*O rim filtra grandes quantidades de plasma, 
reabsorve substâncias que o corpo precisa conservar e 
retira ou secreta substâncias que precisam ser 
eliminadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIPERTENSÃO ESSENCIAL 
OU PRIMÁRIA 
 
HIPERTENSÃO 
SECUNDÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA DO NÉFRON E SÍTIOS DE AÇÃO DOS 
DIURÉTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIURÉTICOS DE ALÇA 
* 
*Potentes (ação rápida) e duração de efeito curta (4-6h) 
*Menos prescritos para o tratamento da hipertensão leve e 
moderada, pois têm efeito anti-hipertensivo modesto 
*Mecanismo de ação: bloqueiam o transportador Na+ /K+ /2Cl- 
no ramo ascendente espesso da alça de Henle (inibe o 
transportador NKCC2) 
→ esse processo ocorre na membrana luminal das 
células epiteliais, de forma reversível e competitiva 
→ diminuem o volume intravascular por meio do 
aumento da excreção de sódio e água – aumento do 
fluxo urinário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
na figura: célula epitelial renal da alça de Henle 
(esquerda: membrana apical; direita: membrana 
basolateral) 
em condições normais, há um simporte que 
transporta para dentro da célula 1 íon de Na+, 2 íons 
de Cl- e 1 íon de K+ que, posteriormente, são 
transportados para o plasma por meio dos 
transportadores de membrana basolateral 
proporcionalmente, há cargas negativas na célula e 
cargas positivas no túbulo renal – DDP é suficiente 
para impulsionar a reabsorção paracelular de Ca2+ e 
Mg2+ 
o diurético utilizado inibe os transportadores na 
membrana: ocorre o aumento da eliminação de 
sódio e de cloreto, que deixam de entrar na célula 
epitelial renal 
nesse cenário, não há DDP, de forma que a 
reabsorção paracelular de Ca2+ e Mg2+ não ocorre 
– esses íons também são eliminados 
(hiponatremia, hipocloremia, hipocalcemia, 
hipomagnesemia) 
*Farmacocinética 
→ absorção rápida após administração oral 
biodisponibilidade: 60~80% 
também podem ser administrados por via 
endovenosa 
→ excreção renal 
meia-vida relativamente curta, ocorrendo aumento 
na reabsorção de Na+ após declínio na concentração 
dos fármacos 
*Efeitos adversos 
→ hipovolemia aguda: diurese intensa 
→ hipopotassemia (depleção de K+): aumento do risco 
de arritmias 
pode ser diminuída com a associação de um 
diurético poupador de potássio 
→ ototoxicidade (dano aos sistemas coclear e/ou 
vestibular resultante de exposição a substâncias 
químicas): em doses altas; transporte prejudicado de 
K+ pela membrana basolateral da estria vascular da 
orelha interna (pode ser reversível ou não) 
→ hipomagnesemia e depleção de cálcio 
 
 
 
 
→ hiperuricemia (aumento dos níveis de ácido úrico - 
gota) 
diuréticos competem com o ácido úrico pelo 
transportador de ânions orgânicos no túbulo 
proximal, diminuindo a secreção do ácido úrico 
→ hiperglicemia e hiperlipidemia (mecanismos ainda 
pouco conhecidos) 
*Usos clínicos 
→ tratamento da hipertensão 
não são os fármacos de primeira escolha – menos 
eficazes que os diuréticos tiazídicos 
→ manejo da insuficiência cardíaca congestiva crônica 
redução do volume de líquidoextracelular para 
minimizar a congestão venosa e pulmonar 
→ edema pulmonar agudo 
diurese reduz a pressão de enchimento do 
ventrículo esquerdo e consequentemente o edema 
pulmonar 
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS 
*
*Classe de medicamento mais comumente prescritos para o 
tratamento da hipertensão em monoterapia ou combinada 
*Em virtude de suas características farmacocinéticas e 
farmacodinâmicas (alta disponibilidade oral e ação de longa 
duração), podem ser administrados 1x/dia - meia-vida mais 
longa 
*Mecanismo de ação: bloqueiam o transportador Na+ /Cl- no 
segmento inicial do túbulo contorcido distal (aumentam a 
excreção de Na+ e água) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
inibem a reabsorção de sódio no túbulo contorcido 
distal em até 5% (menos potentes do que a dos 
diuréticos de alça) 
na figura: célula do túbulo contorcido distal 
em condições normais, o Na+ é transportado por meio 
do transportador de sódio e cloreto para dentro da 
célula tubular e, posteriormente, passa para o plasma 
sanguíneo por meio da bomba de Na+/K+/ATPase 
quando um diurético tiazídico é administrado, este 
inibe o transportador de sódio e cloreto, de modo que 
o Na+ é eliminado pelo túbulo renal – de forma que a 
água também é eliminada 
com a menor quantidade de sódio retornando ao 
plasma, há também menor quantidade de água nesse 
sentido, o que resulta em diminuição da volemia e, 
consequentemente, em diminuição da pressão 
arterial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o bloqueio do transportador de Na+ e Cl- resulta em 
maior ativação do trocador de Na+ e Ca2+ na 
membrana basolateral – como consequência, há 
maior reabsorção de cálcio (diferentemente do que 
ocorre com os diuréticos de alça) 
*Farmacocinética 
→ biodisponibilidade VO = 65~95% 
→ excreção predominantemente renal 
secreção tubular 
meia-vida mais longa do que os diuréticos de alça 
*Efeitos adversos 
→ hipopotassemia e hiperuricemia (idem ao mecanismo 
dos diuréticos de alça) 
→ hipercalcemia: bloqueio o transportador Na+/Cl- 
resulta em maior ativação de um trocador Na+/Ca2+ na 
membrana basolateral, resultando em maior 
reabsorção de Ca2+ (diferença em relação ao uso dos 
diuréticos de alça, que estão associados com redução 
da reabsorção de Ca2+) 
→ hiperglicemia (secreção de insulina) 
→ hiponatremia (perda de Na+) 
*Usos clínicos 
→ tratamento da hipertensão 
são menos potentes que os diuréticos de alça, mas 
os preferidos para o tratamento da hipertensão (em 
monoterapia ou combinados) 
podem ser administrados 1 x/dia (meia-vida mais 
longa) 
 
 
tratamento contínuo: recuperação do volume (ativa 
o sistema renina-angiotensina) e diminuição da 
RVP (causam vasodilatação) – efeito hipotensivo 
DIURÉTICOS POUPADORES DE K+ 
*
→ amilorida e triantereno bloqueiam o canal de Na+ 
→ espironolactona é um antagonista da aldosterona 
*Apresentam pequena eficácia diurética, mas associados aos 
tiazídicos ou aos diuréticos de alça são úteis na prevenção e no 
tratamento de hipopotassemia 
*Atuam no ducto coletor, região onde apenas uma pequena 
porção de Na+ é reabsorvida do filtrado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
atuam nas células principais do ducto coletor 
aldosterona: hormônio que age a nível nuclear – liga-
se a receptores de mineralocorticoides e determina a 
expressão de vários genes para transcrição de 
determinadas proteínas 
quando um antagonista (como a espironolactona) se 
liga ao receptor da aldosterona, esta não consegue 
mais fazer a regulação e a expressão de genes, como 
aqueles que codificam para a transcrição de proteínas 
relacionadas aos transportadores de sódio (ex: 
transportador de Na+/K+/ATPase na membrana apical 
– responsável por absorver o sódio e eliminar o 
potássio no ducto coletor) 
ao bloquear a ação da aldosterona, ocorre uma 
redução dos canais de sódio disponíveis no túbulo 
coletor, de forma que o Na+ deixa de ser reabsorvido e 
o K+ deixa de ser secretado no ducto coletor 
diuréticos não dependentes da aldosterona 
bloqueiam diretamente os canais de sódio 
nesse caso, a aldosterona continua regulando a 
expressão das moléculas 
sódio é eliminado, bem como a água 
ocorre redução da volemia 
potássio não é eliminado – razão pela qual esses 
diuréticos são chamados de poupadores de K+ 
esses diuréticos são considerados fracos porque a 
reabsorção de sódio no ducto coletor é baixa (1-2%) – 
são utilizados sempre em associação com diuréticos 
de alça ou diuréticos tiazídicos 
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA RENINA-
ANGIOTENSINA (SRAA) 
*Dois grupos de fármacos afetam o Sistema (SRAA) 
→ inibidores da ECA (Enzima Conversora de 
Angiotensina) 
→ antagonistas do Receptor de Angiotensina (AT1) 
*Promovem redução da reabsorção de Na+ e água e da ação 
vasoconstritora da angiotensina II 
EIXO RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o eixo renina-angiotensina-aldosterona auxilia na 
manutenção da hemostasia do volume vascular 
angiotensinogênio: pró-hormônio secretado pelos 
hepatócitos 
renina: enzima circulante secretada na célula 
justaglomerular do rim → cliva o 
angiotensinogênio em angiotensina I 
enzima conversora de angiotensina: protease expressa 
no endotélio capilar → cliva angiotensina I em 
angiotensina II 
essa angiotensina exerce 4 ações que aumentam o 
volume intravascular e mantêm a perfusão tecidual: 
estimula as células do córtex da suprarrenal (zona 
glomerulosa) a secretarem aldosterona (hormônio 
que aumenta a reabsorção renal de Na+Cl- em 
múltiplos segmentos ao longo do néfron) 
estimula diretamente a reabsorção tubular 
proximal de Na+Cl- 
provoca uma vasoconstrição arteriolar eferente, 
uma ação que aumente a pressão intraglomerular e, 
 
 
 
consequentemente, aumenta a taxa de filtração 
glomerular 
estimula o centro da sede do hipotálamo e promove 
o aumento da secreção de ADH 
o resultado final da secreção de renina é a 
vasoconstrição e a retenção e sódio – ações que 
mantêm a perfusão tecidual e aumentam o volume de 
líquido extracelular 
*Inibidores do sistema renina-angiotensina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ao inibirem a ECA, os inibidores evitam a conversão 
da angiotensina I em angiotensina II – como 
consequência, há redução da vasoconstrição mediada 
por AT1 e da secreção de aldosterona 
os inibidores da ECA também atuam na inibição da 
inativação da bradicinina (devido à inibição da 
atividade da CININASE II) – como consequência, há 
níveis mais elevados de bradicinina, promovendo a 
vasodilatação → diminuição da resistência vascular 
periférica e redução da pressão arterial 
antagonistas dos receptores de AT1/bloqueadores de 
receptores de angiotensina/BRA: diminuem a síntese 
de aldosterona e interrompem a vasoconstrição 
mediada pelos receptores AT1 
contudo, não alteram os níveis de bradicinina – a 
tosse (induzida pela bradicinina – efeito colateral 
dos inibidores da ECA) não ocorre com a 
administração dos antagonistas dos receptores de 
AT1 
INIBIDORES DA ECA 
*Apresentam ampla aplicação em todas as formas de 
hipertensão, sendo cada vez mais considerados agentes de 
primeira linha para a hipertensão 
 
 
* 
→ enalapril e ramipril são administrados como pró-
fármacos e convertidos no plasma no metabólito ativo 
(formas ativas são representadas pelo sufixo “ato”, 
acrescentado ao nome do fármaco) 
*A Inibição da ECA ocasiona: 
→ redução da formação de angiotensina II e secreção de 
aldosterona 
redução da vasoconstrição e da reabsorção de Na+ e 
água 
→ acúmulo de bradicinina (ECA degrada a bradicinina) 
resulta em vasodilatação, colaborando para 
redução da pressão arterial 
*Efeitos adversos 
→ tosse seca: devido ao acúmulo de bradicinina 
(observada em ~20% dos pacientes) 
→ hiperpotassemia: a redução da síntese de aldosterona 
diminui a reabsorção de Na+ e H2O e 
consequentemente também a excreção de potássio 
→ hipotensão grave após a primeiradose: 
principalmente em pacientes com renina plasmática 
elevada (iniciar com dose menor) 
→ contraindicados durante gestação 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES AT1 
*Alternativos aos inibidores da ECA 
* 
*Bloqueiam os Receptores de Angiotensina 1 (AT1) que 
mediam efeitos da angiotensina II 
→ contudo, a incapacidade dos antagonistas dos 
receptores AT1 de potencializar os efeitos 
vasodilatadores da bradicinina pode resultar numa 
vasodilatação menos efetiva 
*Efeitos mediados pelos AT1: vasoconstrição, secreção de 
aldosterona e aumento da reabsorção de Na+ e água 
*Efeito: bloqueio do receptor de AT1 
→ vasodilatação 
→ aumento da excreção de sal e de água 
→ redução do volume plasmático 
→ diminuição da hipertrofia celular (IC) 
*Efeitos adversos 
→ hiperpotassemia 
redução da síntese de aldosterona diminui a 
reabsorção de Na+ e H2O e, consequentemente, 
também a excreção de potássio 
→ contraindicados na gestação 
→ alternativa para pacientes em que a tosse limita o uso 
dos IECAs 
 
 
 
não ocasionam tosse (não há acúmulo de 
bradicinina) 
Anti-hipertensivos que reduzem o tônus vascular 
*Fármacos que atuam no sistema renina-angiotensina 
→ inibidores da ECA e antagonistas dos receptores de 
angiotensina 
*Bloqueadores de canais de cálcio 
*Vasodilatadores diretos 
*Fármacos que atuam no sistema nervoso simpático 
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO 
*Existem três classes químicas de bloqueadores dos canais de 
Ca2+ 
→ DI-HIDROPIRIDINAS: mais seletivas para canais das 
células musculares lisas 
→ BENZOTIAZEPINAS: mais seletivas para canais no 
músculo cardíaco 
→ FENILALQUILAMINAS: mais seletivas para canais no 
músculo cardíaco 
*Indicados quando os fármacos de primeira escolha estão 
contraindicados ou são ineficazes 
*Bloqueiam os canais de Ca2+ do tipo L no músculo cardíaco e 
no músculo liso arterial (consequência: bloqueio da contração) 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: CANAIS DE CÁLCIO VOLTAGEM DEPENDENTES DO 
TIPO L 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: CONCENTRAÇÃO INTRACELULAR DE CÁLCIO 
• papel importante na manutenção do tônus da 
musculatura lisa e na contração do miocárdio 
• músculo cardíaco: cálcio entra nas células por canais 
de cálcio tipo L e desencadeia a liberação de Ca2+ do 
retículo sarcoplasmático aumentando os níveis de 
Ca2+ citosólicos para a interação Actina/Miosina 
• músculo liso vascular: Ca2+ entra por canais do tipo L 
e ativa a calmodulina, que ativa a cinase da Miosina, 
que fosforilam e interagem com a actina, formando as 
pontes cruzadas 
 
em ambos os casos, ocorre a contração que irá mediar 
a contração muscular 
*Efeitos adversos e interações medicamentosas 
→ contraindicados na insuficiência cardíaca 
podem agravar o quadro pelo efeito inotrópico 
negativo 
→ intensa vasodilatação: pode gerar tontura, 
hipotensão, cefaleia, rubor e náuseas 
→ constipação e refluxo gastroesofágico: devido a ações 
no músculo liso não-vascular (ex: verapamil) 
→ não devem ser associados aos beta-bloqueadores: 
risco de depressão cardíaca excessiva 
→ verapamil pode aumentar concentração da digoxina 
VASODILATADORES DIRETOS 
* 
*Não constituem fármacos de 1ª linha 
*Atuam diretamente sobre o músculo liso vascular para 
diminuir o tônus vascular 
*Podem ser utilizados em associação com outros anti-
hipertensivos, como diuréticos e betabloqueadores 
 
 
 
 
 
 
*Efeitos adversos (justificativa para que esses fármacos não 
sejam mais primeira escolha no tratamento da hipertensão) 
→ taquicardia reflexa 
→ retenção hídrica 
→ cefaleia 
→ reação lupus-like (dose-dependente) – hidralazina 
→ hipertricose – minoxidil 
 
 
 
 
Na célula muscular lisa, a entrada de Ca2+ por 
canais do tipo L regulados por voltagem 
representam o estímulo principal para a 
contração muscular 
Após a entrada do cálcio na célula, este ativa a 
calmodulina que, por sua vez, ativa a cinase das 
cadeias leves de miosina, responsáveis por 
fosforilar essas cadeias e permitir a interação 
delas com a actina 
Como resultado, há a formação de pontes 
cruzadas, que mediam a contração muscular 
 O bloqueio do transporte transmembrânico do 
cálcio para o interior da fibra muscular lisa dos 
vasos sanguíneos e do músculo cardíaco inibe a 
contração muscular 
 
 
 
 
 
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO 
SIMPÁTICO (SNS) 
*Alteram a função do Sistema Nervoso Simpático – agentes 
simpaticolíticos 
*α- adrenérgicos 
*β-adrenérgicos 
ANTAGONISTAS -1 
* 
*Bloqueio dos receptores α1 adrenérgicos: inibe a 
vasoconstrição, reduzindo a resistência vascular 
periférica e a pressão arterial 
*As catecolaminas (epinefrina, norepinefrina) 
estimulam receptores α1-adrenérgicos no músculo 
liso vascular, portanto induzem vasoconstrição 
→ perante um antagonista, a ação dessas catecolaminas 
não ocorre, e, consequentemente, há uma 
vasodilatação por inibição da vasoconstrição 
*Efeitos adversos 
→ hipotensão postural após a primeira dose 
necessário iniciar com dose menor e ao deitar 
→ tontura, congestão nasal, cefaleia 
→ podem ocasionar retenção de sal e água – podem ser 
administrados em associação com bloqueadores β-
adrenérgicos e diuréticos para atenuar tais respostas 
compensatórias 
AGONISTAS -2 
 
*Utilizada em situações especiais: pacientes que 
não respondem bem a outros anti-hipertensivos ou 
pacientes com hipertensão matinal tratados com 
anti-hipertensivos padrão 
*Ocorre ativação dos receptores α2A adrenérgicos 
no tronco encefálico (“ação central”), reduzindo a 
descarga simpática 
→ ação inibitória de catecolaminas e diminuição da 
atividade de AMPc 
*Efeito hipotensor: relacionado à diminuição da concentração 
plasmática de noradrenalina 
*Efeitos adversos 
→ sedação 
→ hipotensão postural 
→ depressão 
→ pesadelos 
→ síndrome de abstinência 
→ contraindicada em pacientes com depressão 
*Devido à ação no SNC, não são largamente utilizados na 
hipertensão arterial 
*Tratamento da Hipertensão na Gravidez (efetividade e 
segurança para a mãe e para o feto) 
*Pró-fármaco: metabolizada a metilnorepinefrina no SNC 
→ armazenada nas vesículas secretoras dos neurônios 
adrenérgicos, substituindo a noradrenalina (NE) 
→ reduz a produção de sinais adrenérgicos 
vasoconstritores para o SNS periférico 
*Farmacocinética: administração por VO (2x/dia, dose de 
250mg) ou IV e excreção renal 
*Efeitos adversos 
→ sedação temporária, diminuição da energia 
(psíquica), secura da boca, redução da libido, etc. 
 
ANTAGONISTAS -ADRENÉRGICOS / -BLOQUEADORES 
*Reduzem a PA, pois diminuem o débito cardíaco e a 
resistência periférica 
*Mecanismos 
→ coração: bloqueio de receptores β-1 (efeitos 
cronotrópicos e inotrópicos negativos) 
redução da contratilidade e da frequência cardíacas 
redução do débito cardíaco 
→ rins: redução da secreção de renina, reduzindo a 
produção de AT-II 
redução da vasoconstrição e da resistência 
periférica 
além disso, a secreção de aldosterona é diminuída, 
reduzindo a retenção de sódio e de água, o volume 
sanguíneo e o débito cardíaco 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Recomendados como tratamento de primeira escolha na 
hipertensão quando está presente uma doença concomitante 
(ex: infarto, arritmias e insuficiência cardíaca congestiva) 
*Podem ser divididos em 3 gerações 
 
 
 A maior parte das ações de interesse terapêutico sobre o sistema 
cardiovascular se deve ao bloqueio dos receptores β1 
 
 
 
 
NÃO SELETIVOS: podem agir sobre receptores β2 e ocasionar 
broncoconstrição (devido ao bloqueio de receptores β2 no 
músculo liso brônquico) 
podem precipitar crises respiratórias – risco para 
pacientes com asma ou DPOC 
o bloqueio não seletivo de receptores β pode 
mascarar sintomas de hipoglicemia em pacientes 
diabéticos 
→ ATENOLOL (1-SELETIVO): meia-vida mais longa; 
eficaz na hipertensão em associação com diuréticos 
→ fármacos marcados com * também bloqueiam α1o bloqueio dos receptores α1 tende a diminuir a 
resistência periférica 
formulação intravenosa de labetalol: reduzir a PA 
em pacientes com emergências hipertensivas 
*Usos clínicos 
→ anti-hipertensivos 
→ antiarrítmicos (reduzem frequência cardíaca) 
→ insuficiência cardíaca: melhora da função ventricular 
e redução de morte súbita 
→ antagonistas β1 adrenérgicos (seletivos): não 
ocasionam broncoconstrição – preferíveis para 
pacientes asmáticos, diabéticos e com doença 
vascular periférica 
*Efeitos adversos 
→ a interrupção súbita pode causar hipertensão de 
rebote (suprarregulação de receptores durante o 
bloqueio) 
fármaco deve ser retirado gradualmente quando 
necessário 
→ evitar uso em asmáticos (bloqueio β2 – 
broncoconstrição) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÕES EFICAZES E FLUXOGRAMA DE 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS ANTI-
HIPERTENSIVOS

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