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Aspectos gerais: pressão sanguínea e hipertensão Pressão sanguínea *Consiste na pressão exercida pelo sangue na parede dos vasos *O controle da pressão é fundamental para a manutenção de uma perfusão adequada nos órgãos *Influenciada por vários fatores, incluindo o débito cardíaco e a resistência periférica (e outros, como a rigidez da parede das artérias e o estado emocional, por exemplo) *PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA: pressão com a qual o sangue sai do coração *PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA: nível mais baixo de pressão atingido quando o músculo cardíaco relaxa entre as contrações (diástole) REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL *A PA é diretamente proporcional ao produto do Débito Cardíaco e à Resistência Vascular Periférica = FORÇA DE CONTRAÇÃO x VOLUME SISTÓLICO VENTRICULAR ESQUERDO (sangue ejetado do ventrículo em cada batimento) influenciado pela frequência cardíaca, pela contratilidade e pela pressão de enchimento (regulada pelo volume sanguíneo e pelo tônus venoso) : representa a resistência que a parede arterial impõe ao fluxo sanguíneo, e é, portanto, determinada pelo calibre do vaso (tônus das arteríolas) *A pressão arterial é mantida pela regulação contínua do DC e da RVP em três locais anatômicos: as arteríolas, as vênulas pré- capilares (vasos de capacitância) e o coração → além disso, o rim contribui para a manutenção da PA ou para a regulação do volume de líquido intravascular *O débito cardíaco e a resistência vascular periférica são controlados principalmente por 2 mecanismos: → regulação mediada pelo sistema nervoso simpático: ocorre aumento da atividade simpática (com envolvimento dos barorreflexos), ativada de forma rápida quando a pressão arterial diminui essa ativação provoca um aumento da noradrenalina, que ativa adrenorreceptores adrenorreceptores 1 no coração: estímulo resulta em aumento do débito cardíaco adrenorreceptores 1 no músculo liso: estímulo resulta em aumento da resistência vascular periférica como consequência, há o aumento da pressão arterial → resposta mediada pelo sistema renina-angiotensina- aldosterona: ocorre a longo prazo Regulação do Volume e do Tônus Vascular PA = DC x RVP barroreflexos são responsáveis por ajustes rápidos na PA SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO rim é responsável pelo controle a longo prazo da pressão sanguínea, alterando o volume sanguíneo RINS quando há diminuição da pressão arterial o fluxo sanguíneo renal diminui, o que resulta em duas consequências: diminuição da velocidade de filtração glomerular: ocasiona o aumento da retenção de sódio e de água no plasma, proporcionando aumento do volume sanguíneo → aumento do débito cardíaco e da pressão arterial indução do aumento da produção e da secreção de renina no aparelho justaglomerular do glomérulo renal: ocasiona o aumento da angiotensina II, que aumenta a resistência vascular periférica (auxiliando no aumento da pressão arterial) e estimula a secreção de aldosterona no córtex adrenal → estímulo da retenção de sódio e água, com aumento do volume sanguíneo e da pressão arterial Hipertensão *Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg *Doença crônica na qual a pressão sanguínea se encontra constantemente elevada *Constitui fator de risco para várias doenças: acidente vascular encefálico, doença arterial coronariana, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca e doença renal crônica VALORES QUE DEFINEM A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA *Quando os dados de pressão são registrados, a pressão arterial sistólica é anotada primeiro, seguida pela pressão arterial diastólica ETIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA COMO TRATAR A HIPERTENSÃO ARTERIAL? *Abordagem farmacológica → redução do volume sanguíneo → redução do tônus vascular *Abordagem não farmacológica → dieta (redução de sódio) → atividade física → redução de estresse, etc. Tratamento da hipertensão – abordagem farmacológica *Uso de mecanismos fisiológicos envolvidos na regulação da pressão sanguínea → redução do volume sanguíneo → redução do tônus vascular Anti-hipertensivos que reduzem o volume sanguíneo *Diuréticos → diuréticos de alça, tiazídicos e poupadores de K+ *Fármacos que atuam no sistema renina-angiotensina → inibidores da ECA → antagonistas dos receptores de angiotensina DIURÉTICOS *Diminuem o volume intravascular ao aumentar a excreção renal de Na+ e H2O → aumentam o fluxo urinário REVISÃO DA FISIOLOGIA RENAL *O rim filtra grandes quantidades de plasma, reabsorve substâncias que o corpo precisa conservar e retira ou secreta substâncias que precisam ser eliminadas HIPERTENSÃO ESSENCIAL OU PRIMÁRIA HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA ANATOMIA DO NÉFRON E SÍTIOS DE AÇÃO DOS DIURÉTICOS DIURÉTICOS DE ALÇA * *Potentes (ação rápida) e duração de efeito curta (4-6h) *Menos prescritos para o tratamento da hipertensão leve e moderada, pois têm efeito anti-hipertensivo modesto *Mecanismo de ação: bloqueiam o transportador Na+ /K+ /2Cl- no ramo ascendente espesso da alça de Henle (inibe o transportador NKCC2) → esse processo ocorre na membrana luminal das células epiteliais, de forma reversível e competitiva → diminuem o volume intravascular por meio do aumento da excreção de sódio e água – aumento do fluxo urinário na figura: célula epitelial renal da alça de Henle (esquerda: membrana apical; direita: membrana basolateral) em condições normais, há um simporte que transporta para dentro da célula 1 íon de Na+, 2 íons de Cl- e 1 íon de K+ que, posteriormente, são transportados para o plasma por meio dos transportadores de membrana basolateral proporcionalmente, há cargas negativas na célula e cargas positivas no túbulo renal – DDP é suficiente para impulsionar a reabsorção paracelular de Ca2+ e Mg2+ o diurético utilizado inibe os transportadores na membrana: ocorre o aumento da eliminação de sódio e de cloreto, que deixam de entrar na célula epitelial renal nesse cenário, não há DDP, de forma que a reabsorção paracelular de Ca2+ e Mg2+ não ocorre – esses íons também são eliminados (hiponatremia, hipocloremia, hipocalcemia, hipomagnesemia) *Farmacocinética → absorção rápida após administração oral biodisponibilidade: 60~80% também podem ser administrados por via endovenosa → excreção renal meia-vida relativamente curta, ocorrendo aumento na reabsorção de Na+ após declínio na concentração dos fármacos *Efeitos adversos → hipovolemia aguda: diurese intensa → hipopotassemia (depleção de K+): aumento do risco de arritmias pode ser diminuída com a associação de um diurético poupador de potássio → ototoxicidade (dano aos sistemas coclear e/ou vestibular resultante de exposição a substâncias químicas): em doses altas; transporte prejudicado de K+ pela membrana basolateral da estria vascular da orelha interna (pode ser reversível ou não) → hipomagnesemia e depleção de cálcio → hiperuricemia (aumento dos níveis de ácido úrico - gota) diuréticos competem com o ácido úrico pelo transportador de ânions orgânicos no túbulo proximal, diminuindo a secreção do ácido úrico → hiperglicemia e hiperlipidemia (mecanismos ainda pouco conhecidos) *Usos clínicos → tratamento da hipertensão não são os fármacos de primeira escolha – menos eficazes que os diuréticos tiazídicos → manejo da insuficiência cardíaca congestiva crônica redução do volume de líquidoextracelular para minimizar a congestão venosa e pulmonar → edema pulmonar agudo diurese reduz a pressão de enchimento do ventrículo esquerdo e consequentemente o edema pulmonar DIURÉTICOS TIAZÍDICOS * *Classe de medicamento mais comumente prescritos para o tratamento da hipertensão em monoterapia ou combinada *Em virtude de suas características farmacocinéticas e farmacodinâmicas (alta disponibilidade oral e ação de longa duração), podem ser administrados 1x/dia - meia-vida mais longa *Mecanismo de ação: bloqueiam o transportador Na+ /Cl- no segmento inicial do túbulo contorcido distal (aumentam a excreção de Na+ e água) inibem a reabsorção de sódio no túbulo contorcido distal em até 5% (menos potentes do que a dos diuréticos de alça) na figura: célula do túbulo contorcido distal em condições normais, o Na+ é transportado por meio do transportador de sódio e cloreto para dentro da célula tubular e, posteriormente, passa para o plasma sanguíneo por meio da bomba de Na+/K+/ATPase quando um diurético tiazídico é administrado, este inibe o transportador de sódio e cloreto, de modo que o Na+ é eliminado pelo túbulo renal – de forma que a água também é eliminada com a menor quantidade de sódio retornando ao plasma, há também menor quantidade de água nesse sentido, o que resulta em diminuição da volemia e, consequentemente, em diminuição da pressão arterial o bloqueio do transportador de Na+ e Cl- resulta em maior ativação do trocador de Na+ e Ca2+ na membrana basolateral – como consequência, há maior reabsorção de cálcio (diferentemente do que ocorre com os diuréticos de alça) *Farmacocinética → biodisponibilidade VO = 65~95% → excreção predominantemente renal secreção tubular meia-vida mais longa do que os diuréticos de alça *Efeitos adversos → hipopotassemia e hiperuricemia (idem ao mecanismo dos diuréticos de alça) → hipercalcemia: bloqueio o transportador Na+/Cl- resulta em maior ativação de um trocador Na+/Ca2+ na membrana basolateral, resultando em maior reabsorção de Ca2+ (diferença em relação ao uso dos diuréticos de alça, que estão associados com redução da reabsorção de Ca2+) → hiperglicemia (secreção de insulina) → hiponatremia (perda de Na+) *Usos clínicos → tratamento da hipertensão são menos potentes que os diuréticos de alça, mas os preferidos para o tratamento da hipertensão (em monoterapia ou combinados) podem ser administrados 1 x/dia (meia-vida mais longa) tratamento contínuo: recuperação do volume (ativa o sistema renina-angiotensina) e diminuição da RVP (causam vasodilatação) – efeito hipotensivo DIURÉTICOS POUPADORES DE K+ * → amilorida e triantereno bloqueiam o canal de Na+ → espironolactona é um antagonista da aldosterona *Apresentam pequena eficácia diurética, mas associados aos tiazídicos ou aos diuréticos de alça são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia *Atuam no ducto coletor, região onde apenas uma pequena porção de Na+ é reabsorvida do filtrado atuam nas células principais do ducto coletor aldosterona: hormônio que age a nível nuclear – liga- se a receptores de mineralocorticoides e determina a expressão de vários genes para transcrição de determinadas proteínas quando um antagonista (como a espironolactona) se liga ao receptor da aldosterona, esta não consegue mais fazer a regulação e a expressão de genes, como aqueles que codificam para a transcrição de proteínas relacionadas aos transportadores de sódio (ex: transportador de Na+/K+/ATPase na membrana apical – responsável por absorver o sódio e eliminar o potássio no ducto coletor) ao bloquear a ação da aldosterona, ocorre uma redução dos canais de sódio disponíveis no túbulo coletor, de forma que o Na+ deixa de ser reabsorvido e o K+ deixa de ser secretado no ducto coletor diuréticos não dependentes da aldosterona bloqueiam diretamente os canais de sódio nesse caso, a aldosterona continua regulando a expressão das moléculas sódio é eliminado, bem como a água ocorre redução da volemia potássio não é eliminado – razão pela qual esses diuréticos são chamados de poupadores de K+ esses diuréticos são considerados fracos porque a reabsorção de sódio no ducto coletor é baixa (1-2%) – são utilizados sempre em associação com diuréticos de alça ou diuréticos tiazídicos FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA RENINA- ANGIOTENSINA (SRAA) *Dois grupos de fármacos afetam o Sistema (SRAA) → inibidores da ECA (Enzima Conversora de Angiotensina) → antagonistas do Receptor de Angiotensina (AT1) *Promovem redução da reabsorção de Na+ e água e da ação vasoconstritora da angiotensina II EIXO RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA o eixo renina-angiotensina-aldosterona auxilia na manutenção da hemostasia do volume vascular angiotensinogênio: pró-hormônio secretado pelos hepatócitos renina: enzima circulante secretada na célula justaglomerular do rim → cliva o angiotensinogênio em angiotensina I enzima conversora de angiotensina: protease expressa no endotélio capilar → cliva angiotensina I em angiotensina II essa angiotensina exerce 4 ações que aumentam o volume intravascular e mantêm a perfusão tecidual: estimula as células do córtex da suprarrenal (zona glomerulosa) a secretarem aldosterona (hormônio que aumenta a reabsorção renal de Na+Cl- em múltiplos segmentos ao longo do néfron) estimula diretamente a reabsorção tubular proximal de Na+Cl- provoca uma vasoconstrição arteriolar eferente, uma ação que aumente a pressão intraglomerular e, consequentemente, aumenta a taxa de filtração glomerular estimula o centro da sede do hipotálamo e promove o aumento da secreção de ADH o resultado final da secreção de renina é a vasoconstrição e a retenção e sódio – ações que mantêm a perfusão tecidual e aumentam o volume de líquido extracelular *Inibidores do sistema renina-angiotensina ao inibirem a ECA, os inibidores evitam a conversão da angiotensina I em angiotensina II – como consequência, há redução da vasoconstrição mediada por AT1 e da secreção de aldosterona os inibidores da ECA também atuam na inibição da inativação da bradicinina (devido à inibição da atividade da CININASE II) – como consequência, há níveis mais elevados de bradicinina, promovendo a vasodilatação → diminuição da resistência vascular periférica e redução da pressão arterial antagonistas dos receptores de AT1/bloqueadores de receptores de angiotensina/BRA: diminuem a síntese de aldosterona e interrompem a vasoconstrição mediada pelos receptores AT1 contudo, não alteram os níveis de bradicinina – a tosse (induzida pela bradicinina – efeito colateral dos inibidores da ECA) não ocorre com a administração dos antagonistas dos receptores de AT1 INIBIDORES DA ECA *Apresentam ampla aplicação em todas as formas de hipertensão, sendo cada vez mais considerados agentes de primeira linha para a hipertensão * → enalapril e ramipril são administrados como pró- fármacos e convertidos no plasma no metabólito ativo (formas ativas são representadas pelo sufixo “ato”, acrescentado ao nome do fármaco) *A Inibição da ECA ocasiona: → redução da formação de angiotensina II e secreção de aldosterona redução da vasoconstrição e da reabsorção de Na+ e água → acúmulo de bradicinina (ECA degrada a bradicinina) resulta em vasodilatação, colaborando para redução da pressão arterial *Efeitos adversos → tosse seca: devido ao acúmulo de bradicinina (observada em ~20% dos pacientes) → hiperpotassemia: a redução da síntese de aldosterona diminui a reabsorção de Na+ e H2O e consequentemente também a excreção de potássio → hipotensão grave após a primeiradose: principalmente em pacientes com renina plasmática elevada (iniciar com dose menor) → contraindicados durante gestação ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES AT1 *Alternativos aos inibidores da ECA * *Bloqueiam os Receptores de Angiotensina 1 (AT1) que mediam efeitos da angiotensina II → contudo, a incapacidade dos antagonistas dos receptores AT1 de potencializar os efeitos vasodilatadores da bradicinina pode resultar numa vasodilatação menos efetiva *Efeitos mediados pelos AT1: vasoconstrição, secreção de aldosterona e aumento da reabsorção de Na+ e água *Efeito: bloqueio do receptor de AT1 → vasodilatação → aumento da excreção de sal e de água → redução do volume plasmático → diminuição da hipertrofia celular (IC) *Efeitos adversos → hiperpotassemia redução da síntese de aldosterona diminui a reabsorção de Na+ e H2O e, consequentemente, também a excreção de potássio → contraindicados na gestação → alternativa para pacientes em que a tosse limita o uso dos IECAs não ocasionam tosse (não há acúmulo de bradicinina) Anti-hipertensivos que reduzem o tônus vascular *Fármacos que atuam no sistema renina-angiotensina → inibidores da ECA e antagonistas dos receptores de angiotensina *Bloqueadores de canais de cálcio *Vasodilatadores diretos *Fármacos que atuam no sistema nervoso simpático BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO *Existem três classes químicas de bloqueadores dos canais de Ca2+ → DI-HIDROPIRIDINAS: mais seletivas para canais das células musculares lisas → BENZOTIAZEPINAS: mais seletivas para canais no músculo cardíaco → FENILALQUILAMINAS: mais seletivas para canais no músculo cardíaco *Indicados quando os fármacos de primeira escolha estão contraindicados ou são ineficazes *Bloqueiam os canais de Ca2+ do tipo L no músculo cardíaco e no músculo liso arterial (consequência: bloqueio da contração) OBS: CANAIS DE CÁLCIO VOLTAGEM DEPENDENTES DO TIPO L OBS: CONCENTRAÇÃO INTRACELULAR DE CÁLCIO • papel importante na manutenção do tônus da musculatura lisa e na contração do miocárdio • músculo cardíaco: cálcio entra nas células por canais de cálcio tipo L e desencadeia a liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático aumentando os níveis de Ca2+ citosólicos para a interação Actina/Miosina • músculo liso vascular: Ca2+ entra por canais do tipo L e ativa a calmodulina, que ativa a cinase da Miosina, que fosforilam e interagem com a actina, formando as pontes cruzadas em ambos os casos, ocorre a contração que irá mediar a contração muscular *Efeitos adversos e interações medicamentosas → contraindicados na insuficiência cardíaca podem agravar o quadro pelo efeito inotrópico negativo → intensa vasodilatação: pode gerar tontura, hipotensão, cefaleia, rubor e náuseas → constipação e refluxo gastroesofágico: devido a ações no músculo liso não-vascular (ex: verapamil) → não devem ser associados aos beta-bloqueadores: risco de depressão cardíaca excessiva → verapamil pode aumentar concentração da digoxina VASODILATADORES DIRETOS * *Não constituem fármacos de 1ª linha *Atuam diretamente sobre o músculo liso vascular para diminuir o tônus vascular *Podem ser utilizados em associação com outros anti- hipertensivos, como diuréticos e betabloqueadores *Efeitos adversos (justificativa para que esses fármacos não sejam mais primeira escolha no tratamento da hipertensão) → taquicardia reflexa → retenção hídrica → cefaleia → reação lupus-like (dose-dependente) – hidralazina → hipertricose – minoxidil Na célula muscular lisa, a entrada de Ca2+ por canais do tipo L regulados por voltagem representam o estímulo principal para a contração muscular Após a entrada do cálcio na célula, este ativa a calmodulina que, por sua vez, ativa a cinase das cadeias leves de miosina, responsáveis por fosforilar essas cadeias e permitir a interação delas com a actina Como resultado, há a formação de pontes cruzadas, que mediam a contração muscular O bloqueio do transporte transmembrânico do cálcio para o interior da fibra muscular lisa dos vasos sanguíneos e do músculo cardíaco inibe a contração muscular FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO (SNS) *Alteram a função do Sistema Nervoso Simpático – agentes simpaticolíticos *α- adrenérgicos *β-adrenérgicos ANTAGONISTAS -1 * *Bloqueio dos receptores α1 adrenérgicos: inibe a vasoconstrição, reduzindo a resistência vascular periférica e a pressão arterial *As catecolaminas (epinefrina, norepinefrina) estimulam receptores α1-adrenérgicos no músculo liso vascular, portanto induzem vasoconstrição → perante um antagonista, a ação dessas catecolaminas não ocorre, e, consequentemente, há uma vasodilatação por inibição da vasoconstrição *Efeitos adversos → hipotensão postural após a primeira dose necessário iniciar com dose menor e ao deitar → tontura, congestão nasal, cefaleia → podem ocasionar retenção de sal e água – podem ser administrados em associação com bloqueadores β- adrenérgicos e diuréticos para atenuar tais respostas compensatórias AGONISTAS -2 *Utilizada em situações especiais: pacientes que não respondem bem a outros anti-hipertensivos ou pacientes com hipertensão matinal tratados com anti-hipertensivos padrão *Ocorre ativação dos receptores α2A adrenérgicos no tronco encefálico (“ação central”), reduzindo a descarga simpática → ação inibitória de catecolaminas e diminuição da atividade de AMPc *Efeito hipotensor: relacionado à diminuição da concentração plasmática de noradrenalina *Efeitos adversos → sedação → hipotensão postural → depressão → pesadelos → síndrome de abstinência → contraindicada em pacientes com depressão *Devido à ação no SNC, não são largamente utilizados na hipertensão arterial *Tratamento da Hipertensão na Gravidez (efetividade e segurança para a mãe e para o feto) *Pró-fármaco: metabolizada a metilnorepinefrina no SNC → armazenada nas vesículas secretoras dos neurônios adrenérgicos, substituindo a noradrenalina (NE) → reduz a produção de sinais adrenérgicos vasoconstritores para o SNS periférico *Farmacocinética: administração por VO (2x/dia, dose de 250mg) ou IV e excreção renal *Efeitos adversos → sedação temporária, diminuição da energia (psíquica), secura da boca, redução da libido, etc. ANTAGONISTAS -ADRENÉRGICOS / -BLOQUEADORES *Reduzem a PA, pois diminuem o débito cardíaco e a resistência periférica *Mecanismos → coração: bloqueio de receptores β-1 (efeitos cronotrópicos e inotrópicos negativos) redução da contratilidade e da frequência cardíacas redução do débito cardíaco → rins: redução da secreção de renina, reduzindo a produção de AT-II redução da vasoconstrição e da resistência periférica além disso, a secreção de aldosterona é diminuída, reduzindo a retenção de sódio e de água, o volume sanguíneo e o débito cardíaco *Recomendados como tratamento de primeira escolha na hipertensão quando está presente uma doença concomitante (ex: infarto, arritmias e insuficiência cardíaca congestiva) *Podem ser divididos em 3 gerações A maior parte das ações de interesse terapêutico sobre o sistema cardiovascular se deve ao bloqueio dos receptores β1 NÃO SELETIVOS: podem agir sobre receptores β2 e ocasionar broncoconstrição (devido ao bloqueio de receptores β2 no músculo liso brônquico) podem precipitar crises respiratórias – risco para pacientes com asma ou DPOC o bloqueio não seletivo de receptores β pode mascarar sintomas de hipoglicemia em pacientes diabéticos → ATENOLOL (1-SELETIVO): meia-vida mais longa; eficaz na hipertensão em associação com diuréticos → fármacos marcados com * também bloqueiam α1o bloqueio dos receptores α1 tende a diminuir a resistência periférica formulação intravenosa de labetalol: reduzir a PA em pacientes com emergências hipertensivas *Usos clínicos → anti-hipertensivos → antiarrítmicos (reduzem frequência cardíaca) → insuficiência cardíaca: melhora da função ventricular e redução de morte súbita → antagonistas β1 adrenérgicos (seletivos): não ocasionam broncoconstrição – preferíveis para pacientes asmáticos, diabéticos e com doença vascular periférica *Efeitos adversos → a interrupção súbita pode causar hipertensão de rebote (suprarregulação de receptores durante o bloqueio) fármaco deve ser retirado gradualmente quando necessário → evitar uso em asmáticos (bloqueio β2 – broncoconstrição) ASSOCIAÇÕES EFICAZES E FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS ANTI- HIPERTENSIVOS