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Complicações Pós-operatórias: Prevenção e Tratamento ➢ Curetagem Pós-Operatória • Cuidado apropriado do alvéolo APÓS a remoção do dente; • Sempre necessário? - Lesão periapical visível ao RX; → imagem radiolúcida no ápice da raiz. Essa lesão pode sair junto com o dente, por isso tem que observar após a avulsão se saiu ou não. Se saiu pode ponderar a necessidade de curetagem ou não. Mesmo que tenha saído é necessário explorar o alvéolo com a pontinha da cureta cuidadosamente para ter certeza de que a lesão saiu toda. Se não tirar a lesão pode acarretar o desenvolvimento de cistos residuais - Resíduo no interior do alvéolo (amálgama, cálculo, fragmento de dente e/ou ósseo, etc que está dentro do alvéolo); qualquer tipo de resíduo ou corpo estranho dentro do alvéolo tem que fazer a curetagem cuidadosa, a manutenção desse corpo estranho dentro do alvéolo pode desenvolver um abcesso - independente da indicação tem que fazer uma curetagem cuidadosa (estruturas nobres); Exemplo de radiografia transoperatória que tem a presença de um corpo radiopaco no interior do alvéolo (deve ser fragmento de amalgama) e deve ser removido Essa radiografia transoperatória é feita para ter certeza de que o fragmento foi retira ou não (se estiver lá ainda tem que ser retirado) Curetagem desnecessária: • Remoção de remanescentes do ligamento favorecem o reparo rápido; (se remover vigorosamente todos os remanescentes do ligamento periodontal vai prejudicar o processo de reparo) • Possibilidade de lesões adicionais (iatrogênicas); nunca vai curetar excessivamente apicalmente a região de um alvéolo de um molar inferior (por causa do canal mandibular) e superior (por causa do seio maxilar) - IMPORTANTE: a limpeza e lavagem do alvéolo é DIFERENTE de uma curetagem vigorosa! NUNCA VAI CURETAR VIGOROSAMENTE O ÁPICE DOS DENTES POSTERIORES, PARA NÃO CAUSA IATROGÊNIA, E NÃO VAI CURETAR AS PAREDES DOS ALVEOLOS VIGOROSAMENTE, PARA NÃO RETARDAR O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO → PODE EXPLORAR O ALVEOLO DELICADAMENTE PODE ESTIMULAR A FORMAÇÃO DO COÁGULO NO TECIDO MOLE SE O DENTE FOR HIGIDO E NÃO SE FRAGMENTOU NÃO TEM A NECESSIDADE DE FAZER UMA CURETAGEM VIGOROSA, APENAS PASSAR DELICADAMENTE PARA TER CERTEZA QUE NÃO TEM NENHUM FRAGMENTO Palpação alveolar: • Cuidadosa; (não pode apertar) • Diretamente sobre o osso (quando tem osso exposto) e indiretamente sobre a gengiva (onde o osso não está exposto – se tiver espicula vai expor ela e remover) • Observação da presença de espículas ósseas; • Compressão alveolar? (não pode apertar) (manobra de chompre) • Acerto do tecido ósseo somente se tiver espícula óssea, se não tiver não precisa fazer nada A remoção da espícula pode ser com lima para osso, pinça goiva, broca com irrigação Se remover excesso de osso prejudica na reabilitação com implante ➢ Controle da Dor • GERALMENTE não é intensa; • Manejada com analgésicos leves, mantidos por, em média, 02 dias após a cirurgia; não precisa receitar analgésicos potentes como tylex e o tramadol porque são medicamentos de uso controlado e causa dependência, além disso causa muito efeito colateral. Só é prescrito quando a cirurgia causa um trauma muito grande • Etiologias distintas: - Trauma cirúrgico; - Infecção pós-operatória; - Alveolite; (muito dolorosa) - Ulcerações; - Origem da dor nem sempre é do dente que operamos, pode ser no dente vizinho (porque machucou o tecido em volta ou causou um trauma dele TEM QUE EXAMINAR O PACIENTE COM QUEIXA DE DOR PARA INDICAR CORRETAMENTE O TRATAMENTO (NÃO ADIANTA MEDICAR JÁ QUERENDO PREVER A DOR, SE TIVER DOR FAZ UMA NOVA CONSULTA E EXAMINA O PACIENTE) • Medicação pré-operatória: Para que essas medicações leves tenha o resultado desejado esse paciente tem que ser medicado no pré-operatório - Concentrações plasmáticas; (no momento em que for gerar o trauma já tem um pico de concentração estrategicamente calculado que pode auxiliar para que o pós-operatório seja mais confortável - Duração da anestesia; - O paciente tem que ser medicado 01 hora antes do procedimento; • Tratamento da dor pós-operatória: - Manejo mais difícil; - Queixa mais acentuada do paciente; PREVENÇÃO ! A DOSE INICIAL SERÁ NO PRÉ-OPERATÓRIO (1H ANTES) E CONTINUA NO PÓS-OPERATÓRIO Prescrição Usual: (tirando as exceções como pacientes alérgicos e etc) As duas prescrições (de ação periférica e AINE) vão se iniciar no pré-operatório, 1h antes, e ser mantida por um curto período de tempo de aproximadamente 3 dias • Analgésico de ação periférica: - Dipirona sódica (500mg ou 01g); - Paracetamol (500mg ou 750mg); - Intervalo de 06hs por 72 horas; • Anti-inflamatórios não esteroidais: (AINE) A vantagem se utilizar um AINE é que se já tem uma concentração de antiinflamatório na corrente sanguínea no momento do trauma consegue inibir a cascata inflamatória lá em cima então o paciente vai ter uma repercussão inflamatória menos acentuada e um pós operatório mais confortável (tem que ser em doses racionais se for dose muito alta vai interferir no processo de reparo tecidual) - Nimesulida (100mg), 12/12hs; - Ibuprofeno (600mg), 06/06hs; - Intervalos curtos (~72 horas). Prescrição Usual - ATENÇÃO: • Cuidadosa; • Letra legível; • Detalhada; • Datada; • Explicada oralmente para o paciente. Modelo de como tem que ser feito – tem que fazer uma cópia para ser anexado no prontuário e o professor tem que assinar Como prescrever: Dipirona sódica 500mg 1cx Tomar 1 comprimido 1horas antes do procedimento e continuar com a medicação de 6h em 6h por 3 dias ➢ Controle do Edema • Pode acontecer de diversas origens, mas estamos falando do edema causado pelo trauma cirúrgico (variáveis); • Primeiras 48 horas; • Origem puramente traumática; Depende do metabolismo do paciente (uns podem não ter nada outros podem inchar muito) Etiologia do edema traumático: extravasamento de líquido para a matriz extracelular. Se conseguir constringir a luz de um vaso isso diminui e o jeito mais simples de fazer isso é abaixando a temperatura (usando gelo) • Aplicação de gelo nos primeiros 2 dias; • Cuidado com a aplicação diretamente sobre a pele; (bolsa de gelo envolvido em um pano e passando um creme hidratante na pele para prevenir queimadura) • Medicamentos específicos variando com a previsão de trauma cirúrgico Procedimentos muito traumáticos que há a previsão de um trauma muito grande e por consequência a previsão de um edema grande pode medicar o paciente no pré-operatório pensando em prevenir esse edema usando um corticosteroide, que tem uma ação muito eficaz na prevenção do edema. mas no nosso caso não é necessário porque o nosso trauma não é grande ➢ Infecção Pós-Operatória • Edema persistente; • Sinais Locais: - Edema endurecido; quente e vermelho - Presença de pus (?); nem todo quadro infecciono apresenta pus - Dislalia/Disfagia; • Sinais Sistêmicos (Toxemia): - Febre; - Mal-estar; ATENÇÃO: Quadros muito instáveis, podem evoluir muito rapidamente em um período curto de tempo. Pode ter infecções muito graves na região de cabeça e pescoço e pode ter um prognostico muito ruim. Nesses casos tem que fazer a avaliação e tratamento criteriosos do paciente. Caso não seja possível fazer essa avaliação tem que orientar o paciente a procurar um posto de saúde Quadros infecciosos apresenta de várias maneiras diferentes. Mas é um paciente febril, prostado, não se alimenta e tem que ser feito alguma coisa ➢ Trismo • Dificuldade para abertura de boca; que pode acontecer por causa de diferentes origens: • Trauma e inflamação da musculatura mastigatória; Incisão em terceiro molar pode incisar alguma fibra do musculo temporal, ou masseter quando isso acontece um quadro inflamatórioacontece e o paciente tem dificuldade em abrir a boca Tem que avisar para o paciente • Punções anestésicas repetidas; • Para alguns casos, é esperado (cirurgias por via não alveolar); • Regressão espontânea ou demanda de tratamento (fisioterapia – ex: colocar palito de picolé entre os dentes para ir estimulando) tem que fazer o acompanhamento!. Equimose NÃO SÃO EMATOMAS PORQUE TEM A APARENCIA ROXEADA, MAS NÃO TEM AUMENTO DE VOLUME, NÃO TEM UM COAGULO APROSIONADO • Extravasamento de sangue para os tecidos subcutâneos ou submucosos; • Chance maior em idosos: menor tônus tecidual; • Trauma, punção anestésica; • Pode surgir nos primeiros 2 a 4 dias. Espera-se a regressão espontânea entre 7 e 10 dias. Não tem o que fazer, nem medicação para passar, só tem que esperar o tempo passar ➢ Lesão de Tecidos Moles Laceração Laceração ou dilaceração é quando o retalho rasga • Retalhos de tamanho insuficiente: - Incisão e descolamento cuidadosos; - Uso de incisões relaxantes; • Tração excessiva com o afastador; • Trauma desnecessário (abri o retalho maior seria melhor) • Suturar a área afetada (lacerada); (da um trabalho maior para fechar) • Acompanhamento pós-operatório. Lesões por queimadura; • Lesões por instrumentos rotatórios; (haste da broca que não tem lâmina fica girando em contato com o tecido e isso causa queimadura) Não tem que o fazer. Tem que avisar para o paciente o que aconteceu e passar um medicamento para dor ou pomada anti-inflamatória • Lesões iatrogênicas: - Deslize ou mau posicionamento de instrumentos operatórios, por exemplo, lâminas, alavancas e/ou descoladores. Quando uma dois instrumentos e belisca o tecido mole por minutos Prevenção • Retalho com dimensão adequada; (planejar corretamente o retalho) • Incisões relaxantes (quando necessárias); • Afastamento adequado; posicionar adequadamente o instrumental • Controle da aplicação da força nos instrumentos; • SEMPRE trabalhar com a ajuda de um/uma auxiliar. (ele tem que prestar atenção e ver o que não estou vendo) ➢ Comunicações Buco-Sinusais Complicações relacionadas diretamente com os dentes posteriores da maxila (onde está o seio maxilar) • Diagnóstico imediato: - Avaliação do risco; (na radiografia dá para ver o íntimo contato. A cortical do assoalho do seio está acompanhando a anatomia da raiz) O NOME DA PROJEÇÃO DA RAIZ DENTRO DO SEIO (IGUAL NA RADIOGRAFIA ABAIXO) É CUPULA ALVEOLAR - Planejamento Correto; (se sabe que o risco existe vai planejar a exodontia o menos traumático possível) - Iatrogenias; (se curetar com força vai abrir uma comunicação iatrogênica) - Estar preparado para o tratamento; - Manobra de Valsalva; → é uma manobra feita para saber se ouve a comunicação buco- sinuais, onde vai tampar o nariz do paciente e vai pedir para ele fazer a força como se fosse assoar o nariz e vamos observar o alvéolo. Se sair bolhas de ar junto com o sangue é porque está passando ar do seio maxilar para dentro do alvéolo, logo, ouve a comunicação Se houver bolha = manobra positiva / se vou houver bolha = manobra negativa - Se houver bolha vai avaliar a dimensão da comunicação; - Proposição do tratamento correto. Tratamento: Independente do tamanho vai prescrever antibiótico (o antibiótico de escolha é a amoxicilina + Clavulanato) e vai prescrever também um descongestionante nasal. Além disso vai fazer orientações para o paciente não fazer pressões negativas, como: não fumar; tampar o nariz para espirrar; chupar alguma coisa de canudinho... • Comunicações pequenas (<2mm) e moderada (até 6mm): medidas para manutenção do coágulo (fazer uma sutura bem cuidadosa para manter o coágulo lá dentro), prescrever antibiótico e orientações do paciente (sutura dentro do alvéolo ??) • Comunicações grandes (maior que 7mm): Associar tratamento cirúrgico de fechamento - Girar um retalho do palato para tampar a comunicação (imagem abaixo) ➢ Fraturas Alveolares • Força excessiva; • Técnica incorreta; • Planejamento incorreto; • Geralmente: parede vestibular de dentes anteriores e tuberosidade maxilar (terceiros molares); • Necessidade de exame detalhado clínico e radiográfico pré-op.; • Seleção da técnica correta; • NUNCA utilizar força excessiva; • Avaliação sobre a manutenção ou remoção do fragmento. (se acontecer a fratura e o fragmento sair junto com a raiz vai remover. Mas se o fragmento ficar preso no periósteo tem que avaliar a possibilidade de manutenção ou remoção do fragmento. Se o fragmento for muito pequeno e o retalho estiver muito solto idealmente vai remover esse fragmento (se não ele pode não vai ser revascularizado e vai ter infecção por sequestro ósseo). Se for um fragmento muito grande e estiver firmemente aderido no periósteo, ou seja, tem a irrigação proveniente do periósteo, pode avaliar a manutenção Existem biomateriais que podem ser usados para reparar esse tipo de lesão Motivos ➢ Lesões de Estruturas Nervosas • Lesão direta ou indireta; • Consequências; • Planejamento correto (necessidade de tomografia?); • Conhecimento da anatomia local; • Planejar corretamente as incisões de alívio/relaxantes; (não passar em regiões próximo de nervo) • Correta indicação de procedimentos. ➢ Alveolite • Perda do coágulo sanguíneo (“Alveolite Seca”): causa mais comum; • Pode ou não estar associado a quadro infeccioso; (geralmente é um quando sem infecção) • Dor intensa como característica principal; (dói muito) Dói porque o tecido ósseo do alvéolo é um tecido vital e todo tecido vivo tem terminações nervosas. Quando mantem o coágulo esse coágulo oblitera as terminações nervosas (não deixa estímulos acontecer), se perde o coágulo as terminações nervosas ficam expostas na boca, então qualquer estímulo (até mesmo a respiração) incomoda muito o paciente. Quando o paciente fala que está com muita dor provavelmente é alveolite • Início GERALMENTE após o terceiro dia pós op.; • Prevenção: técnica correta, cirurgia minimamente traumática, sutura sem tensão, orientação do paciente. (Mas o paciente pode não cooperar e o coágulo sair) Tratamento: O Processo é auto-limitante e irá regredir sem sequelas! (mesmo que vá resolver sozinho não pode deixar o paciente com dor, por isso vai fazer um curativo para minimizar a dor.) • Primeiro passo é anestesiar o paciente e fazer uma irrigação cuidadosa do alvéolo; (para limpar dentro dele) • Posicionamento de curativo dentro do alvéolo: gaze + anestésico tópico + eugenol; Vai pegar um pedaço pequeno de gaze, pingar umas gotinhas de eugenol, embeber no anestésico tópico e colocar dentro do alvéolo (a dor vai parar imediatamente) • Troca DIÁRIA até que haja remissão dos sintomas (dor); (tem que trocar porque o curativo vai sendo metabolizado e lavado pela saliva) • Medicação do paciente. (remédio para dor) Alveolex – curativo que já vem pronto (+ caro) Formar um novo coagulo não é uma opção porque pode ter uma reincidência da perda do coagulo e vai estar apenas atrasando o processo de cicatrização. ➢ Deiscência de Sutura (perda da efetividade do ponto – o ponto solta) • Ponto soltar e separação das bordas da ferida; • Possibilidade de exposição do osso subjacente; Causas: • Sutura com tensão (apertar de mais o ponto) - (necrose das bordas da ferida pois interrompe o fluxo sanguíneo, o tecido perde a resistência e o ponto vai soltar); • Retalhos não apoiados em osso sadio; • Manutenção de espículas ósseas; • Técnica incorreta; • Material incorreto. Tratamento • Uso de antisséptico bucal (Digluconato de Clorexidina 0,12% SEM álcool); tem que manter o coagulo limpo • Avaliar extensão da exposição: - Pequena: tendência a cicatrização por segunda intenção; (não precisa fazer nada) - Grande (quando tem uma exposiçãomuito grande da área operada): possibilidade de anestesia, debridamento e sutura. Tem que identificar a causa para não errar novamente