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Desigualdades sociais e ética nos países da SADC Rodrigues Zicai Fazenda1 Resumo Este trabalho fala das desigualdades e ética nos países da SADC. Em termos gerais ninguém quer que as desigualdades existam apesar delas serem o câncro de qualquer sociedade. A equidade social onde estão os direitos básicos (saúde, água, renda, alimento, educação, igualdade do género, equidade, energia, emprego, voz ativa e resiliência) é o que todo o mundo deveria ter como direitos básicos. Outros limites planetários, nomeadamente, uso da água doce, mudança climática, mudança no uso da terra, perda da biodiversidade, destruição da camada de ozono, concentração de aerosol atmosférico, poluição química, acidificação dos oceanos, ciclos de nitrogénio e fósforo são também importantes, aliás são a base da existência dos refugiados ambientais, outras forma de desigualdade. Pelas várias situações descritas é fácil perceber que com o não cumprimento das diretivas que a própria SADC emana, aliado a ratificação e não cumprimento dos ODS, dá garantia de não se poder eliminar as desigualdades sociais existentes. Assim deve haver participação das populações, colaboração, existência de comunidades autocríticas, processo sistemático de aprendizagem – orientado a praxis, indução da teoria sobre a prática, registar, coletar, analisar próprios juizos, relações e impressões sobre o que está a ocorrer, ser um processo político (trocas que afetem as pessoas) e análises críticas das situações. Palavras Chave: Desenvolvimento, desigualdade, direitos, equidade, ética, ODS e sustentabilidade. 1. Introdução Este trabalho discute desigualdades sociais e ética nos países da SADC. A SADC (Southern Africa Development Community) que em português se designa por Comunidade de Desenvolvimento da África Austral é constituída por quinze países 1 Doutorando em Sustentabilidade Social e Desenvolvimento (DSSD) na UAb de Lisboa. Dezembro 2018 1 | P á g i n a africanos, nomeadamente, África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe e Seycheles. A Southern Africa Development Community [SADC] (2012) define como suas principais metas: (1) promoção do crescimento e desenvolvimento económico, alivio a pobreza, aumento da qualidade de vida do povo, e promoção do auxílio aos mais desfavorecidos; (2) desenvolvimento de valores políticos, sistemas e instituições comuns; (3) promoção da paz e da segurança; (4) promoção do desenvolvimento sustentável por meio da interdependência coletiva dos estados membros e da autoconfiança; (5) alcance da complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais; (6) promoção e maximização da utilização efetiva de recursos da região; (7) alcance da utilização sustentável dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente; e (8) reforço e consolidação das afinidades culturais, históricas e sociais de longa data da região. É de fácil entendimento que as oito metas que a SADC (2012) define aparentemente tem o seu epílogo na eliminação das desigualdades sociais a nível da região. Se vislumbrarmos as realidades no terreno, a situação não parece ir ao de encontro das metas mas sim o oposto dessas boas intenções, como pode-se vêr pelo índice de desenvolvimento humano (IDH) que é apresentado na figura seguinte. Figura 1: Índice de Desenvolvimento Humano dos países africanos. Fonte: Índice de Desenvolvimento Humano dos países africanos [IDHPA](2019) 0.750–0.799 0.700–0.749 0.650–0.699 0.600–0.649 0.550–0.599 0.500–0.549 0.450–0.499 0.400–0.449 0.350–0.399 0.300–0.349 Sem informação 2 | P á g i n a A figura 1, indica que 9 (60%) dos países da SADC possuem um IDH baixo que não chega a 0.54, querendo isso dizer que em termos de aspectos relacionados a saúde, educação e renda, para os povos desses países, ainda há longo caminho a percorrer, acabando por ser um dos espelhos das desigualdades nesses mesmos países. A tabela seguinte IDHPA (2019) apresenta o ranking de IDH para os países da SADC no contexto africano Tabela 1: Ranking de IDH para os países da SADC no contexto africano Ranking País IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) Desenvolvimento Humano Alto 1 Maurícias 0,777 2 Seycheles 0,772 Desenvolvimento Humano Médio 6 Botswana 0,698 9 África do Sul 0,666 12 Namíbia 0,628 15 Zâmbia 0,586 Desenvolvimento Humano Baixo 19 Angola 0,532 20 Swazilândia 0,531 21 Tanzânia 0,521 24 Madagáscar, 0,510 25 Zimbabwe 0,509 28 Lesotho 0,497 38 Malawi 0,445 41 República Democrática do Congo 0,433 45 Moçambique 0,416 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_da_%C3%81frica_por_%C3%8 Dndice_de_Desenvolvimento_Humano. Recuperado em 16 de Março de 2019. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_da_%C3%81frica_por_%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_da_%C3%81frica_por_%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano 3 | P á g i n a 2. Desigualdades sociais e ética nos países da SADC Dicio (2019) define desigualdade social como sendo “Fenómeno social que diferencia os indivíduos, colocando alguns em condições mais vantajosas que outros; materializa-se no espaço social, podendo ser intelectual, económico ou se apresentar sob outras formas (género, raça etc.), desde que haja distinção entre grupos, sendo uns favorecidos e outros prejudicados”, que também pode ser percebida como a falta de equilíbrio entre duas partes. A desigualdade não significa diversidade (no sentido de que nem todos são iguais), mas que representa a ideia de falta de equilíbrio entre duas ou mais partes envolvidas. Em geral o termo em si é colocado como sendo a relacionado com questões sociais e de acesso ao mesmo padrão de vida, fenómenos que tem a ver com a sociedade e que representam o estabelecimento de hierarquias sociais, diferenças e distinções entre diversas classes ou grupos sociais. No tópico 4 de SAT2 I , No vídeo CAPITAL NATURAL # 9 - sobre desigualdade social e desenvolvimento sustentável, onde são entrevistados Ricardo Abramovay e Aron Belinky, eles afirmam que cada um dos cidadãos da terra por ano consome nove toneladas ao ano de entre quatro materiais: Combustíveis fósseis, biomassa, materiais de construção e minérios, daí que, o indiano que nascer hoje vai consumir 4 toneladas ao ano ao longo da vida e o canadiano 25 toneladas ao ano. Isso revela de certa forma alguma desigualdade entre povos. Se todos no mundo passarem a consumir 25 toneladas ao ano, então precisaremos de 4 planetas. Geralmente as pessoas procuram colocar o bem estar e felicidade como se fosse a mesma coisa, quer dizer que ter muito e juntar muito é o que as pessoas tendem a chamar de felicidade e bem estar. A equidade social onde estão os direitos básicos (saúde, água, renda, alimento, educação, igualdade do género, equidade, energia, emprego, voz ativa e resiliência) é o que todo o mundo deveria ter como direitos básicos. Outros limites planetários, nomeadamente, uso da água doce, mudança climática, mudança no uso da terra, perda da biodiversidade, destruição da camada de ozono, concentração de aerosol atmosférico, poluição química, acidificação dos oceanos, ciclos de nitrogénio e fósforo são também importantes, aliás são a base da existência dos refugiados ambientais. Para o caso das zonas ou países ricos a riqueza extrema é um 2 Seminário de Aprofundamento Teórico I 4 | P á g i n a problema, porque deve-se ter em conta das diferenças muito grandes entre riqueza e prosperidade, entre riqueza e bem estar. Nem toda a riqueza exprime prosperidadeou em real bem estar para as pessoas. Isto quer dizer que, também são tocados aspetos importantes, por parte dos entrevistados, acerca da desigualdade. Outras formas de desigualdades são devidas a xenofobia que graçou a África do Sul, as guerras na República Democrática do Congo, alguns conflitos religiosos ou armados no norte de Moçambique e a constante instabilidade política que graça Madgáscar, causando outras formas de desigualdade no acesso aos recursos, vide figura 8 em anexo, levando a existência de refugiados políticos e ambientais. Pacífico & Gaudêncio (2014, p.135) alicerçam-se também nessa afirmativa quando dizem que atualmente a maior parte dos refugiados é devida a problemas étnicos, religiosos que culminam com a desigualdade, problemas de saúde, violência e insegurança. Gostaria aqui destacar a não aceitação de diversidade de ideias. Por exemplo, em moçambique são assassinadas pessoas, intelectuais, jornalistas ou mesmo políticos só por terem ideias diferentes. Falo de pessoas que não são políticos ou que não fazem política. Falo de meros opinadores. Quando as desigualdades são existentes e criam desconforto, o resultado é o de aparecimento de grupos e lutas sociais. Para Nunes (2013) “se as lutas de classes se exprimem, de igual forma, enquanto lutas de classificação social, nelas disputam-se a perpetuação da dominação, os interesses de classe, as “visões do mundo” e o reconhecimento social que ditam o sentido dos lugares sociais a conquistar ou a reproduzir na sociedade”, daí que, “as estratégias de classificação ou de desclassificação social, e consequente reclassificação, constituem as tarefas dos atores coletivos e dos agentes envolvidos nos processos de ação coletiva das sociedades modernas, nas quais, naturalmente participam nos conflitos os valores e as representações sociais das classes sociais” (idem). Em geral e na percepção de vários atores sociais as desigualdades mais gritantes ocorrem quando são expressas olhando o ponto de vista económica. É o problema da renda. Mas Euzébios Filho e Guzzo (2009) entendem que “O rico aparece aqui como o sujeito ativo das relações, aquele que toma a iniciativa em construir um cotidiano próprio, longe da pobreza. É assim que o participante parece compreender as origens da segregação entre ricos e pobres. Mas a diferenciação entre ricos e pobres não constitui uma simples 5 | P á g i n a diferenciação económica. Tal diferenciação reflete um conjunto de relações sociais, um padrão de relacionamento social que se estabelece entre diferentes segmentos sociais.”. O IDHPA (2019) tende a expandir não só a realidade sob ponto de vista económico, mas também reparando em outras questões do bem estar dos cidadãos, nomeadamente: Saúde, educação e renda. Há mais formas de desigualdades, como por exemplo, a existência de favelas3 ou guetos4, fome e miséria, mortalidade infantil, desemprego, baixa qualidade de ensino público, aumento da criminalidade, surgimento de diferentes classes sociais, atraso no desenvolvimento da economia no país, dificuldade de acesso aos serviços básicos, como saúde, transporte público e saneamento básico, diminuição do acesso a atividades culturais e de lazer, etc. etc. Essa lista de desigualdades afeta toda ela todos países da SADC. As desigualdades criam alienação da pessoa ou sociedade perante interesses. Marx (1844/2004a) citado em Euzébios Filho et al. (2009) “comenta que a alienação é a marca das relações sociais no capitalismo porque é ela quem determina o padrão de relacionamento mais elementar dessa sociedade”, por exemplo, “a relação entre empregado e empregador. Dessa forma, Marx chama a atenção para a relação reificada, ou seja, coisificada, inumana em que a maioria absoluta da população é submetida – o trabalhador não é dono de si mesmo, quanto menos dono do processo de trabalho e da riqueza por ele produzida (mesmo no caso da empregada doméstica, que não produz lucro para o patrão, a primeira fica, a priori, subjugada como aquela que só pode contar com sua força de trabalho).” (idem). A adoção da economia de mercado por parte de todos países da SADC veio aumentar mais o nível dessas desigualdades. Partidos que lutaram para libertar os povos da SADC transformaram-se no centro para acesso a todas formas de recursos negando as suas gentes e populações o acesso aos mesmos recursos, criando-se desigualdades que a cada minuto parecem estar a avolumar. Podemos mesmo olhar o sentido democrático das eleições que acontecem e sempre com 3 Caso do Brasil, 4 Caso da África do Sul 6 | P á g i n a o reconhecimento da comunidade internacional, apesar de certas coisas caricatas como a existência de mais votos numa urna do que o número de votantes, a não chegada de material de votação a locais de votação onde a oposição tem maioria entre outras formas que perpetuam e perpetuarão o modelo de desigualdades existentes dentro e na periferia da SADC. Quer dizer que as transições realizadas a nível da SADC pós independências e pós apartheid estão todas embuídas numa autêntica malícia de parto, daí que Coelho (2011) afirme que “em termos políticos, tais transições envolvem a substituição dos antigos regimes autoritários, caracterizados pelo colonialismo, pelo apartheid ou por sistemas de partido único, por uma nova ordem democrática dirigida por governos eleitos” e “em termos económicos, elas dizem respeito ao surgimento de novas economias liberais de mercado. E, finalmente, de um ponto de vista da defesa e segurança, referem-se às profundas mudanças relacionadas com a substituição da anterior confrontação militar por uma cultura de cooperação e segurança comum” (idem). A relação entre os estados da SADC é de uma cumplicidade política vinda dos entreapoios das guerras para a independência, causando monoculturas5 agrárias, rendimento produtivo baixo6, dificuldades de acesso a terra, falta de habitação, qualidade de ensino bastante fraco, entre outras formas patentes na atual conjuntura da SADC, roçando a uma imaginável desigualdade entre a nova classe oligarca, as periferias, dentro das cidades e a relação campo-cidade bastante frágil. As desigualdade não devem ser entendidas somente em termos de rendimento e riqueza. Podem ser “económicas, políticas, sociais, culturais, ambientais, espaciais e com base no conhecimento” (ISSC, 2016). ISSC (2016) aponta 7 dimensões da desigualdade, nomeadamente: 1. Desigualdade económica – diferenças entre níveis de renda, recursos, riqueza e capital, padrões de vida e emprego; 5 Por imposição de outros grupos de interesses 6 Alicerçado em cumplicidade política em todas empresas e dos sindicatos 7 | P á g i n a 2. Desigualdade social – diferenças entre o status social de diferentes grupos populacionais e desequilíbrios no funcionamento dos sistemas de educação, saúde, justiça e proteção social; 3. Desigualdade cultural – discriminações com base em género, etnia e raça, religião, deficiências e outras identidades de grupo. 4. Desigualdade política – a capacidade diferenciada que indivíduos e grupos têm de influenciar os processos políticos de tomada de decisões, de se beneficiar dessas decisões e de participar da ação política. 5. Desigualdade espacial – disparidades espaciais e regionais entre centros e periferias, áreas urbanas e rurais, e regiões com recursos mais ou menos diversificado; 6. Desigualdade ambiental – irregularidade no acesso a recursos naturais e aos benefícios de sua exploração; exposição à poluição e a riscos; e diferenças quanto à capacidade de ação para se adaptar a tais ameaças; 7. Desigualdade com base no conhecimento – diferenças quanto ao acesso e à contribuição para diferentes fontes e espécies de conhecimento,bem como as consequências dessas disparidades. A seguir estão algumas imagens que mostram alguma conjuntura quanto ao nível de bem estar das pessoas nesta região. Figura 2: Situação de pobreza em alguns bairros de algumas capitais dos países da SADC Fonte: Autor. A figura 2, mostra situação da lixeira de Hulele em Maputo, um bairro de lata em Pretória e população vendendo produtos numa rua da cidade de Mutare no Zimbabwe. 8 | P á g i n a Figura 3: Situação de pobreza em alguns bairros de algumas capitais dos países da SADC. Fonte: Autor. A figura 3, mostra a situação de uma escola moçambicana, um hospital moçambicano e um hospital angolano. Figura 4: Situação de hospitais e pobreza em Maputo e num distrito rural de Moçambique Fonte: Autor. As figuras 2, 3 e 4, mostram uma parte das desigualdades que são vividas a nível da SADC. O que é de preocupante que essas figuras apresentam? A resposta é simples. (i) degradação do património colonial herdado; (ii) falta ou fraca intervenção dos orgãos públicos e dos governos em acções concretas para alívio das desigualdades; (iii) não existência de espaços a nível local para facilitar ações de intervenção. O mais grave é a falta de equidade no acesso aos recursos, a falta de investimento e uma autêntica distância entre o agora até as metas que a região precisa alcançar no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Não se honra o bem comum. Assim remete a pensar que a questão dos bens comuns e da sua utilização responsável, sustentável e equitativa, é central ao Desenvolvimento Sustentável, e por isso amplamente abordada no Relatório de Brundtland, Our Common Future, elaborado pela World Commission on Environment and Development, a quem é atribuída a definição mais holística de Desenvolvimento Sustentável (BRUNDTLAND, 1987). 9 | P á g i n a Uma das coisas que as figuras 2, 3 e 4 mostram é a falta de energia para a iluminação principalmente em bairros de lata, zonas rurais e em algumas escolas nas periferias das cidades e nas zonas rurais, o que é corroborado pelas figuras 5 e 6 em anexo, que mostram outras formas de desigualdade a nível da SADC para se ter acesso a energia. Se o ODS 7 (Energias Renováveis e Acessíveis), aconselha recorrer as energias renováveis e acessíveis para eliminar a desigualdade de acesso as energias e sabendo que as energias renováveis são aquelas “que possuem um ciclo de renovação em escala de tempo humana, ou seja, estão sempre disponíveis para utilização e não se esgotam, sendo a principal delas a energia solar proveniente da luz do sol, além das fontes eólica, biomassa, hídrica, maremotriz e geotérmica” (BlueSol, 2018), os dados da figura 5 em anexo, mostram que seria a melhor forma a ser implementada pelo estado em zonas de baixa renda, rurais e sem acesso as outras formas de energia que o país usa, sobretudo para a iluminação ou para a conservação de material hospitalar. Na figura 5 vê-se que para Moçambique o acesso a todo e qualquer tipo de energia é ainda baixo comparativamente ao universo populacional que é de 28861863 habitantes (http://www.ine.gov.mz/) e que desse número somente 5% dos habitantes usa outras formas de combustíveis modernos (renováveis). Para países como Portugal, Queirós et al. (2009) afirmam que espera ter mais de 59% da sua energia proveniente de fontes eólica e hídrica e com melhores metas a cumprir até 2020, pois além de serem recursos muito abundantes, no país, são dos que têm maiores avanços tecnológicos. Voltando a SADC, as figuras 6 e 7 em anexo, mostram que os países dessa região em geral produzem mais energia eléctrica a partir de fonte hídrica do que qualquer outro tipo de energia e para o caso específico de Moçambique constitui uma exclusividade (REN21, 2018) e (ALER, 2017). Acrescentar ainda sobre Moçambique que 24,8% da população utiliza eletricidade de fonte hídrica, 13,2% de gasóleo, 39,7% bateria e 14,2% lenha. Destes 94,3% vivem nas zonas urbanas e 5,7% nas zonas rurais (idem). Para Nunes (2013) se repararmos “no centro da teoria sociológica de Pierre Bourdieu existe a inquietação sobre como certas formas da desigualdade social persistem sem uma tenaz resistência. Os modos de dominação atuais cumulativamente diferem dos existentes no nascente capitalismo industrial, constituindo a economia política do poder simbólico, proposta por Bourdieu, uma poderosa ferramenta de desocultação dos processos sustentadores das desigualdades sociais contemporâneas”. Bourdieu citado em Nunes (2013) sugere “complementarmente para o domínio do cultural o que Marx houvera proposto para o domínio do económico: entender as estruturas fundamentais e as http://www.ine.gov.mz/ 10 | P á g i n a dinâmicas do poder centrais das relações sociais (culturais). É, nesse sentido, que propõe os conceitos de modos de reprodução, capital cultural, habitus e de violência simbólica, também eles relevantes para o estudo das relações entre as desigualdades sociais e a ação coletiva” Durante o texto assumo que os países mais desenvolvimdos tem mais liberdade do que os menos desenvolvidos, isto quer dizer que, quando o desenvolvimento é alto há mais liberdade e vice versa. Essa minha primeira declaração leva a aquilo que muitos dizem que nos países africanos e alguns latino americanos o desenvolvimento é fraco e por consequência menos liberdade. Não excluo aqui Moçambique onde vivo que apesar de eleições democráticas mas poucas vezes livres e justas este conceito também se discuta. As imagens 1 e 4 da figura 8 que trago a coação mostram isso mesmo. Se dentro da SADC repararmos para Moçambique, vemos dados procupantes como, um país onde perto de 30% dos alunos anualmente ficam sem vagas passando ao abandono, a taxa de desemprego ronda nos 27%, o poder de compra decresce anualmente porque a inflação sempre supera os aumentos reais nos salários, as desigualdades sociais são elevadas entre as diferentes formas como elas podem ser vistas a seguir. É claro que esta existência de desigualdades também se associa ao desenvolvimento com o IDH como é nos mostrado no vídeo Geografia Desenvolvimento e desigualdades de SAM I, tópico 4. O IDH de Moçambique é de 0,418. Em 2018 “apresentou 0.390 valores no Índice de Pobreza Multidimensional, 0.574 pontos no Índice de Desigualdade do Gênero e 0.879 no Índice de Desenvolvimento do Género. Com a pontuação obtida, Moçambique é o pior colocado no IDH entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), encontrando-se três lugares abaixo da Guiné-Bissau, o segundo pior da comunidade, no lugar 178 do quadro. O país também é o pior no contexto da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), encontrando-se, em termos regionais, atrás da RDCongo, o segundo pior colocado na África Austral, com 0.435. A nível global, a Noruega ocupa o primeiro lugar do índice e a República Centro-Africana o último” (Sapo, 2018). Daí que, se repararmos no objectivo 10 (Reduzir as Desigualdades) dos ODS, por exemplo, a AIP(2014) Moçambique criou o NDP com o objetivo de introduzir uma estratégia de longo prazo para um combate definitivo à pobreza e para reduzir as desigualdades sociais até 2030 e que tem como principal foco (i) a melhoria do bem estar da população, (ii) a redução dos custos associados 11 | P á g i n a à realização de negócios, (iii) o aumento das exportações e (iv) a criação de mais emprego, com o objetivo último de tornar o crescimento económico inclusivo. Entretanto Faria (2011) entende que a relação entre as reformas de descentralização administrativa em Moçambique, particularmente os conselhos locais e o OIIL que ajudarão na redução dessa pobreza e desigualdades. Esta análise parte do pressuposto de que o fraco grau de institucionalização do estado a nível local leva à viciação das reformas,o que diminui a possibilidade do seu impacto na melhoria das condições de vida a nível local (idem). No caso da SADC Coelho (2011) entende que “apesar da vontade da maioria dos países da região em levar até ao fim tais transformações, e da evidência dos passos concretos que estão a ser dados nesse sentido, as transições são fenómenos complexos e não seguem itinerários pré-determinados. Pelo contrário, manifestam sempre avanços e recuos, uma vez que o que as faz mover são actores sociais concretos com interesses diversos, ou mesmo contraditórios, num contexto regional em que nem sempre é clara a distinção entre aquilo que se consideram interesses nacionais e o que é o interesse regional comum. Muitas vezes este último é encarado até como estabelecendo uma relação de conflito com os interesses nacionais. Umas das formas de redução das desigualdades na ótica da SADC é com a industrialização da região, cumprindo de certa forma com o objectivo 9 (Indústria, Inovação e Infraestruturas) dos ODS. Para este ODS e reparando especificamente países como Moçambique, Castel-Branco (2003) analisa a situação económica olhando em três aspectos: crescimento, estabilidade e evolução do investimento privado, como forma de diminuição das desigualdades, porque a economia moçambicana por exemplo não está a industrializar, o que é demonstrado pelo facto do peso do valor acrescentado da indústria transformadora (VAIT) no PIB ser muito baixo. Mais grave ainda é que o crescimento industrial mostra sinais muito fortes de desaceleração e tendência para estagnação. A SADC (2015) criou uma estratégia de insdustrialização 2015 e 2063. É uma estratégia regional orientada pelas visões e planos nacionais de desenvolvimento e, primariamente, pelo Tratado da SADC, pelo Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP), pelos protocolos da SADC e, especificamente, pela Estrutura Política de Desenvolvimento Industrial (PQDI) e com referência ao Desenvolvimento Industrial Acelerado para África e a Agenda 2063 da União Africana (SADC, 2015). Entretanto um maior investimento em novas infra-estruturas tanto materiais quanto imateriais aliado a uma melhor gestão, desempenho e despesas adicionais com a manutenção, são pré-requisitos para o arranque do processo de industrialização (SADC, 2015). 12 | P á g i n a Bielschowsky & Torres (2018, p.235) afirmam que “Apesar dos avanços, persistem altos niveis de desigualdade, que conspiram contra o desenvolvimento e são uma poderosa barreira para a erradicação da pobreza, a ampliação da cidadania e o exercicio dos direitos, assim como para a governabilidade democrática”. Assim sendo, só reduzindo essas desigualdades “é que se pode avançar no desenvolvimento sustentável” (idem), o que pode-nos levar como pretexto a tocar também no objectivo 13 (Ação Climática) dos ODS, que Fernandes (2015) olha dizendo que é necessário atuar simultaneamente ao nível da mitigação, reduzir as emissões de gases com efeitos estufa (GEE) e ao nível da adaptação e minimizar a vulnerabilidade em relação aos efeitos negativos das alterações climáticas. É do conhecimento geral e está plenamente demonstrado que as alterações climáticas constituem um problema à escala global, pelo que as decisões relativas quer à mitigação quer à adaptação envolvem ações e opções a todos os níveis da tomada de decisão, do local ao internacional, envolvendo todos governos nacionais. Cumprir com o ODS 13 ajuda com que não existam ou se diminua o constante aumento de refugiados ambientais por falta de alimentos devido a secas extremas, cheias e falta de alimentos. Sem nada se fazer podemos cair no círculo vicioso da desigualdade, representado pela figura seguinte: Figura 9: Círculo vicioso da desigualdade Fonte: Autor O aumento demográfico, é uma das razões que podem perpetuar este circulo sobretudo quando falamos de famílias de baixa renda como são os casos dos países da SADC. Assim a criação de hábitos que levem ao cumprimento dos ODS ajuda também na eliminação completa das desigualdades, aliás, um dos pilares da criação e existência dos ODS é mesmo para a eliminação de desigualdades sociais. Pessoas provenientes de famílias de baixa renda e de grupos marginalizados (áreas rurais) têm menos acesso à educação de qualidade, habitação, etc se comparado a outras Mais tarde, essa desigualdade conduz-as à desigualdade relacionada ao emprego e ao salário 13 | P á g i n a Lelé (2013) e Viriato Soromenho-Marques (2012) refletem sobre isso chegando mesmo a admitir que há problemas graves na relação desenvolvimento sustentável e os hábitos que devem ser criados para esse desenvolvimento. Não é somente o abandono dos EUA ao protocolo de quioto e outras convenções sobre as alterações climáticas, como também a péssima imagem vinda de áfrica devido a degradação dos ecossistemas, motivado pela constante descoberta de recursos, o constante conflito de terra entre as populações e as multinacionais, pela ocupação de espaços. Veja-se agora os conflitos infindáveis que estão a ocorrer na áfrica do sul entre a maioria negra e os agricultores brancos. Veja-se os vários conflitos que ocorrem na província de Tete – Moçambique para a extração do carvão de Moatize onde se elimina a vida selvagem de vários kilómetros de terra e a vida das populações. Os conflitos existentes na Bacia do Rio Rovuma – Moçambique com as companhias petrolíferas após descobertas de jazigos de gás; Os conflitos em Nhamanumbir – Moçambique devido a extração de pedras preciosas, etc etc. São conflitos que estão sendo criados entre a natureza e o homem, entre o homem e as multinacionais, agravando o nível de pobreza, a nomadez da população, a exclusão social, a falta de infraestruturas, em suma a degradação da responsabilidade social com culpa explícita para os estados. Como é que se pode acabar ou diminuir desigualdes se retiramos o cidadão das suas zonas de origem para o substituirmos por uma pessoa ou empresa que vai passar a explorar recursos do local onde o cidadão residia? Se formos a ver para os casos de zonas de petróleo em Cabinda (em Angola), das minas de Ouro (na África do Sul), das minas de cobre (na Zãmbia), de diamantes no (Zimbabwe), das regiões de carvão e gás natural (em Moçambique) há sempre essa substituição dos camponeses das suas terras por multinacionais que precisam dos recursos, com os governos a esquecer os seus concidadãos que passam para o abandono e agora sem terra para cultivo que era a única fonte de sustento familiar. Assim voltamos aos problemas de desigualdade que em vez da sua minimização, tendem a piorar. 3. Ações para melhoria e combate as desigualdades A eliminação das desigualdades sociais a nível da SADC passam pelo cumprimento escrupuloso das oito metas previstas pela SADC (2012) e apresentadas ao longo da introdução deste trabalho, eliminar as 7 dimensões da desigualdade apontadas em ISSC 14 | P á g i n a (2016) e o cumprimento excrupuloso dos ODS. Tenha-se em conta que os ODS em última instância englobam os objetivos e metas previstos em ISSC (2016) e em SADC (2012). O cumprimento dos ODS ajudam a resolver as questões éticas do desenvolvimento. Uma das formas de se poder eliminar desigualdades a nível da SADC é partir para a realização de ações concretas, investigando o problema das sociedades, comunidades e populações dessa região. A investigação ação para este caso é importante para todos atores sociais. A investigação-ação possui as seguintes caraterísticas (Latorre, 2008, p.25) citando Kemmis et al. (1988): É participativa – as pessoas trabalham para melhorar as suas práticas (planificação, ação, observação e reflexão) É colaborativa – realiza-se em grupo com as pessoas implicadas Cria comunidades autocríticas – as pessoas participam em todasfases do processo É um processo sistemático de aprendizagem – orientado a praxis Induz a teorizar sobre a prática Somente testa as práticas – as ideias e as posições Implica registar, coletar, analisar nossos próprios juizos, relações e impressões sobre o que está a ocorrer É um processo político – porque implica trocas que afetam as pessoas Realiza análises críticas das situações Começa com pequenos ciclos de planificação, ação, observação e reflexão avançando até aos problemas de maior envergadura. É simples entender que a investigação-ação é de natureza participativa. Reparando nas caraterísticas acima apontadas percebe-se que a investigação-ação em muitas vezes ou quase sempre, é aplicada em ações de intervenção como por exemplo em: Programas de promoção de Saúde através da mudança de comportamento para eliminação da malária com participação comunitária – vide http://www.fdc.org.mz/wp-content/uploads/2017/03/Ultimo-1.pdf http://www.fdc.org.mz/wp-content/uploads/2017/03/Ultimo-1.pdf 15 | P á g i n a Reforço da colaboração para uma resposta melhorada do HIV e TB em Moçambique, através de uma parceria efectiva entre o Governo e a Sociedade Civil – vide http://www.fdc.org.mz/wp-content/uploads/2018/01/Fundo-Global- Actualizado.pdf Programa de Empoderamento da Rapariga – vide http://www.fdc.org.mz/wp- content/uploads/2017/03/Programa-da-Rapariga.pdf etc, etc. São ações dessas que podem melhorar o ambiente e eliminação das desigualdades sociais a nível da SADC. Entretanto, também as práticas sustentáveis no consumo ajudam a diminuir o consumismo, colocando assim justiça e solidariedade o que sobremaneira diminui desigualdades. Falo por exemplo de práticas como a utilização da logística reversa porque lida com o descarte ecologicamente correto de embalagens e outros componentes. De Souza & da Fonseca (2009) definem logística reversa “como aquele segmento da cadeia de suprimentos que trata dos processos logísticos de produtos que já foram vendidos em duas frentes. A primeira refere-se ao fluxo de retorno de produtos que foram entregues com algum tipo de problema (qualidade, quantidade etc.), produtos que necessitam reparos (recall), e produtos que o produtor assume a responsabilidade sobre o mesmo, após sua vida útil. A segunda frente se refere ao fluxo de retorno de produtos que se destinarão basicamente a venda ou reciclagem, produtos que tenham sido originários do comércio, indústria, ou residências”. Evidentemente, quando se fala que o produto deve retornar a sua origem, não se pretende dizer que ele deve ser devolvido exatamente ao ponto em que foi fabricado, mas sim voltar para a Empresa que o produziu. A Empresa, por sua vez, dará o destino que lhe for mais conveniente, pode ser recuperá-lo, reciclá-lo, vendê-lo para outra empresa ou, até mesmo, jogá-lo no lixo (Shibao et al., 2010). A logística reversa é um trabalho em parceria como uma das formas de ações de solução das desigualdades, só que desta vez para situações de consumo. A parceria é uma estrutura em rede e é uma estratégia de trabalho colaborativo (Carmo et al., 2015), que de certa forma é um dos maiores pilares para a intervenção social, porque a parceria de acordo http://www.fdc.org.mz/wp-content/uploads/2018/01/Fundo-Global-Actualizado.pdf http://www.fdc.org.mz/wp-content/uploads/2018/01/Fundo-Global-Actualizado.pdf http://www.fdc.org.mz/wp-content/uploads/2017/03/Programa-da-Rapariga.pdf http://www.fdc.org.mz/wp-content/uploads/2017/03/Programa-da-Rapariga.pdf 16 | P á g i n a com Carmo (2014b) citado em Carmo et al. (2015) “é um trabalho de um conjunto de pessoas, grupos, equipas e organizações dotado de heterogeneidade e identidade” (idem), Ela, segundo Carmo et al. (2015), deve partir de uma população alvo, delinear plano de ação, objetivos gerais e específicos, estratégias e atividades, conceber um plano de monitoria e avaliação, atendendo aos quatro tipo de exigências: Controlo do narcisismo individual e organizacional Estilo democrático de orientação Conjunto de regras que dêem coesão à rede Maturidade emocional dos protagonistas Com as 4 exigências criadas aí a intervenção social pode ser “planeada, implementada e avaliada com qualidade quer porque se criam condições para responder de forma articulada às necessidades reais da população-cliente quer porque será possível fazê-lo de forma participada, estreitando laços interpessoais e aumentando o capital social” (Carmo, 2014b) citado em Carmo et al. (2015). A parceria não deve esquecer as competências das pessoas. Se atendermos que melhor é primeiro as competências das pessoas que vão integrar a parceria, o que chamamos de cidadania, então uma parceria é também um exercício de educação para a cidadania e fonte para a eliminação de desigualdades 4. Considerações Finais Pelas várias situações descritas é fácil perceber que com o não cumprimento das diretivas que a própria SADC emana, aliado a ratificação e não cumprimento dos ODS, então não será possível eliminar as desigualdades sociais. As desiguladades sociais nunca serão eliminadas se não há participativa das populações, colaboração, existência de comunidades autocríticas, processo sistemático de aprendizagem – orientado a praxis, indução da teoria sobre a prática, registar, coletar, analisar próprios juizos, relações e impressões sobre o que está a ocorrer, ser um processo político (trocas que afetem as pessoas) e análises críticas das situações. 17 | P á g i n a A nível do consumo, a aplicação da logística reversa será umas das formas de garantir maior refluxo do produto para todos, permitindo que aqueles com poucas posses o readquiram tanto como permitindo a reciclagem como forma de garantir uma ação climática que leva ao cumprimento dos ODS. Para terminar dizer que, é necessário ter em conta a “escala estruturante das organizações e redes integrantes na SADC (escala meso), daí que o trabalho colaborativo em rede passa aqui a ter um papel fundamental, mas extremamente exigente” (Carmo, 2019), porque obriga a se ter “um nível elevado de responsabilidade social dos indivíduos e das organizações, particularmente se a rede for suficientemente apertada assumindo a forma de parceria” (Idem). Referências Bibliográficas AIP Projecto [AIP](2014). Moçambique – integração regional na SADC e relacionamento com os países da CPLP. Maputo: Lusofonia Económica. Associação Lusófona de Energias Renováveis [ALER](2017). Energias Renováveis em Moçambique. Relatório Nacional do Ponto de Situação. Outubro 2017. 2ª ed. ISBN: 978-989- 99675-5-7. Lisboa: RECP (Africa-EU Renewable Energy Cooperation Programme). BlueSol Energia Solar [BlueSol](2018). Fontes de Energias Renováveis: O que Você Deveria Saber [Mas Ainda Não Sabe]. 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Vídeo - CAPITAL NATURAL # 9 - desigualdade social e desenvolvimento sustentável– Autor Fernando Gabeira entrevista Ricardo Abramovay – Professor Titular https://noticias.sapo.mz/actualidade/artigos/desenvolvimento-humano-mocambique-entre-os-oito-paises-com-o-mais-baixo-indice https://noticias.sapo.mz/actualidade/artigos/desenvolvimento-humano-mocambique-entre-os-oito-paises-com-o-mais-baixo-indice 20 | P á g i n a do departamento de economia da USP e Aron Belinky ambientalista responsável pelas questões internacionais do instituto Vitais Sidlis Video - Geografia Desenvolvimento e desigualdades Video - Jeffrey Sachs - Desenvolvimento Sustentável (Management TV) 2 de 3 Anexos Figura 5: Distribuição populacional no uso de enegia renovável para a cozinha Fonte: http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2015/10/REN21_webfile.pdf http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2015/10/REN21_webfile.pdf 21 | P á g i n a Firgura 6: Tipo de energia consumida para cada um dos países da SADC em 2015 Fonte: http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2015/10/REN21_webfile.pdf Figura 7: Distribuição % de consumo residencial de energia para iluminação em Moçambique Fonte: ALER (2017) http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2015/10/REN21_webfile.pdf 22 | P á g i n a Figura 8: Outras formas de desigualdades patentes na SADC. Fotos tiradas em Moçambique, Zimbabwe e Malawi. Fonte: Autor