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ALVARO FREITAS RODRIGUES 
BEATRIZ FERREIRA DA SILVA 
CRISTINA VALOIS PIMENTEL DA FONSECA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUAÇÃO DOS/AS ASSISTENTES SOCIAIS NA GARANTIA DOS DIREITOS 
DA PESSOA LGBT E NO ENFRENTAMENTO A LGBTFOBIA EM BELEM-PÁ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém/Pará 
2021 
 
ALVARO FREITAS RODRIGUES 
BEATRIZ FERREIRA DA SILVA 
CRISTINA VALOIS PIMENTEL DA FONSECA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUAÇÃO DOS/AS ASSISTENTES SOCIAIS NA GARANTIA DOS 
DIREITOS DA PESSOA LGBT E NO ENFRENTAMENTO A LGBTFOBIA 
EM BELEM-PÁ. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Serviço Social do Centro Universitário 
Fibra para obtenção do grau de Bacharel sob 
orientação da professora Ma. Ana Paula Portilho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém/Pará 
2021 
 
ALVARO FREITAS RODRIGUES 
BEATRIZ FERREIRA DA SILVA 
CRISTINA VALOIS PIMENTEL DA FONSECA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUAÇÃO DOS/AS ASSISTENTES SOCIAIS NA GARANTIA DOS 
DIREITOS DA PESSOA LGBT E NO ENFRENTAMENTO A LGBTFOBIA 
EM BELEM-PÁ. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Serviço Social do Centro Universitário 
Fibra para obtenção do grau de Bacharel sob 
orientação da professora Ma. Ana Paula Portilho 
 
 
 
 
 
________________________________________ 
Orientadora: Profa.Ma. Ana Paula Portilho 
Centro Universitário FIBRA 
 
 
 
 
Data da aprovação: _____/_____/______
 
 
¹Concluínte do Curso de Graduação em Serviço Social. 
²Concluínte do Curso de Graduação em Serviço Social. 
³Concluínte do Curso de Graduação em Serviço Social. 
 
ATUAÇÃO DOS/AS ASSISTENTES SOCIAIS NA GARANTIA DOS DIREITOS DA 
PESSOA LGBT E NO ENFRENTAMENTO A LGBTFOBIA EM BELEM-PÁ. 
 
Aluno: Álvaro Freitas Rodrigues¹ 
alvaro.alvarozinho@hotmail.com 
 
Aluna: Beatriz Ferreira da Silva² 
beeatrizmaues@outlook.com 
 
Aluna: Cristina Valois Pimentel da Fonseca³ 
cristina.valois@hotmail.com 
 
Orientadora: Prof. Ma. Ana Paula Portilho 
apaulinh@gmail.com 
 
Centro Universitário FIBRA 
fibrapa@yahoo.com.br 
 
RESUMO: O interesse pelo tema da pesquisa surgiu a partir da participação de um 
dos integrantes da equipe de pesquisa, no movimento LGBT, e pelo fato dele ser um 
LGBT, diante da vivência e dos questionamentos e reconhecendo a importância do 
Serviço social se apropriar dessa discursão é que nasceu o interesse pelo assunto. O 
objetivo de pesquisa compreender o papel do assistente social junto a movimento 
LGBT, buscando apreender os desafios desse profissional na proteção e garantia de 
direitos da população LGBT. A pesquisa também visa conhecer as políticas voltadas 
a esse público na cidade de Belém do Pará. Quanto a metodologia, o estudo foi 
desenvolvido em etapas. Iniciamos com uma pesquisa exploratória e uma pesquisa 
bibliográfica buscando artigo científico, livros, periódicos, TCCs, Teses e dissertações 
que tratasse sobre o assunto em questão, com o intuito de nos apropriarmos sobre a 
história do movimento LGBT no mundo, no Brasil e no Estado do Pará. O método que 
deu base para a construção dessa pesquisa foi o método materialismo histórico 
dialético, a partir dele buscamos a interpretar o objeto a partir das suas determinações 
históricas, socais e políticas, para melhor compreender a realidade atual. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Serviço social, movimento LGBT, gênero e sexualidade. 
 
PERFORMANCE OF SOCIAL ASSISTANTS IN GUARANTEING THE RIGHTS OF 
LGBT PERSONS AND IN COMBATING LGBTFOBIA IN BETHLEHEM FOR 
__________________________________ 
file:///C:/Users/beeat/Downloads/alvaro.alvarozinho@hotmail.com
mailto:beeatrizmaues@outlook.com
mailto:Cristina.valois@hotmail.com
mailto:apaulinh@gmail.com
mailto:apaulinh@gmail.com
mailto:fibrapa@yahoo.com.br
 
 
6 
 
ABSTRACT 
 
The interest in the research topic arose from the participation of one of the members 
of the research team, in the LGBT movement, and because he is an LGBT, given the 
experience and questions and recognizing the importance of Social Work to 
appropriate this discourse is that interest in the subject was born. The research 
objective is to understand the role of the social worker in the LGBT movement, seeking 
to apprehend the challenges of this professional in protecting and guaranteeing the 
rights of the LGBT population. The research also aims to know the policies aimed at 
this public in the city of Belém do Pará. As for the methodology, the study was 
developed in stages. We started with an exploratory research and a bibliographical 
research looking for scientific articles, books, periodicals, TCCs, Theses and 
dissertations that dealt with the subject in question, in order to take ownership of the 
history of the LGBT movement in the world, in Brazil and in the State from Pará. The 
method that was the basis for the construction of this research was the dialectical 
historical materialism method, from which we seek to interpret the object from its 
historical, social and political determinations, in order to better understand the current 
reality 
 
 
 KEYWORDS: Social Service, LGBT movement, gender sexuality. 
 
1 INTRODUÇÂO 
O interesse pelo tema da pesquisa surgiu a partir da participação de um dos 
integrantes da equipe de pesquisa, no movimento LGBT, através da sua inserção na 
organização não governamental (OLIVIA), e pelo fato dele ser um LGBT, diante da 
vivência e dos questionamentos e reconhecendo a importância do Serviço social se 
apropriar nessa discursão foi importantíssimo para os surgimento pelo assunto. 
O papel do serviço social na luta das desigualdades sociais está diretamente 
ligado à garantia dos direitos das minorias sociais que são criminalizadas pela 
sociedade através do seguimento de modelo patriarcal imposto por uma sociedade 
conservadora, através de intervenções profissionais junto a população LGBT na 
erradicação da LGBTfobia. 
Portanto o objetivo da pesquisa é compreender o papel do assistente social 
junto a movimento LGBT, buscando apreender os desafios desse profissional na 
proteção e garantia de direitos da população LGBT. A pesquisa também visa conhecer 
as políticas voltadas a esse público na cidade de Belém do Pará. 
 
 
7 
 
A pesquisa foi desenvolvida em etapas. Iniciamos com uma pesquisa 
exploratória e uma pesquisa bibliográfica buscando artigo científico, livros, periódicos, 
TCC’s, Teses e dissertações que tratasse sobre o assunto em questão, com o intuito 
de nos apropriarmos sobre a história do movimento LGBT no mundo, no Brasil e no 
Estado do Pará. O método que deu base para a construção dessa pesquisa foi o 
método materialismo histórico dialético, a partir dele buscamos a interpretar o objeto 
a partir das suas determinações históricas, socais e políticas, para melhor 
compreender a realidade atual. 
O artigo foi dividido em três tópicos, o primeiro tópico traz um histórico sobre o 
movimento LGBT e sua origem no mundo, no Brasil e em Belém do Pará. O segundo 
tópico apresenta a conceituação e a discursão de gênero, identidade de gênero, 
sexualidade e orientação sexual e a sua importância na luta e no reconhecimento dos 
seus direitos. No terceiro e último tópico apresentamos a atuação dos/as assistentes 
sociais na garantia dos direitos da pessoa LGBT e no enfrentamento a LGBTfobia. 
 
1 HISTÓRIA DE LUTA DO MOVIMENTO LGBT. 
De acordo com as histórias quanto as memórias tornaram-se fundamentais 
como mecanismo para a criação do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e 
Transgênero - LGBT em muitos países, o tema obteve ao longo das décadas um 
espaço de grande aprofundamento crítico no cenário internacional. 
Nos Estados Unidos especificamente nos anos 50, foi criada a Mattachine 
Society1, uma organização em prol dos homossexuais que apontava à conexão dos 
LGBT com a sociedade, pois o termo homossexual era configurado como um termo 
marginalizado. De acordo com o autor Green (2003, p.24) 
[...] grupos relativamente pequenos e isolados, ofereceram as bases 
para a organização de outros esforços contra a discriminação e 
homofobia numa época em que os direitos civis e as atividades anti-
guerra inspiraram uma segunda onda de feminismo e novas 
organizações pelos direitos dos gays e lésbicas no final da década de 
1960. 
 
1A sociedade de mattachine society, seu nome original em inglês, foi a primeira organização duradoura em prol 
dos homossexuais. 
 
 
8 
 
A década de 60 foi fundamental para a extensão da militância 
homossexual nos Estados Unidos da América-USA, com a ajuda 
de grupos menores que ajudaram na revolução dos movimentos 
sociais o movimento feminista foi quem entusiasmou muitos 
movimentos LGBT dos países da América e da Europa, pois foi 
justamente nos USA que ocorreu o aparecimento do Movimento 
homossexual. 
No ano de 1969, ocorreu a famosa Revolta de Stonewall, um momento que 
marcou densamente os gays de todas as partes mundo. A revolta aconteceu em Nova 
York, no estabelecimento The Stonewall Inn, um ambiente visitado por Homossexuais, 
no qual sempre ocorriam visitas da polícia, e seus frequentadores eram obrigados a 
se retirar e, na maioria das vezes lidavam com a total repressão policial, contudo, no 
dia em questão, “ao invés de escapar, liderados por travestis, trancaram os policiais 
no bar, incendiaram e atiraram pedras e garrafas quando os policiais tentavam sair” 
(OKITA, 2007, p. 73). 
Segundo MacRae (2011, p. 26), a luta foi bastante violenta e os homossexuais, 
além de evidenciar a fúria inusitada contra seus tradicionais repressores, também 
gritaram palavras de ordem. A revolta durou perdurou de 04 a 06 dias, com grandes 
confrontos dos manifestantes e a polícia nas ruas de Nova York 
Segundo Camus (2008, p.68) a AIDS, como outras pestes, pegou o mundo de 
surpresa. Quando as sociedades industrializadas no final do século XX alardeavam 
ser capazes de controlar todas as doenças infecciosas por meio de imunização ou 
tratamento. O surgimento dessa epidemia no início dos anos 1980 foi grave e mortal, 
envolvendo diversos aspectos das relações humanas (sexo, morte, preconceito), 
podendo servir como exemplo para o enfrentamento de outras doenças. 
A AIDS, pegou o mundo de surpresa trazendo caos e muitas mortes para os 
países no mesmo momento em que as sociedades mais industrializadas achavam -
se capazes de controlar todas as doenças infecciosas por meio de imunização ou 
tratamento. O aparecimento dessa crise no início dos anos 80 foi grave e mortal, 
envolvendo diversos aspectos das relações humanas (sexo, morte, preconceitos), 
podendo servir como exemplo para o enfrentamento de outras doenças. 
De acordo com Camus (2008, p.69) 
Contraditória e positivamente, com a grave epidemia, a disseminação global 
da infecção pelo HIV e o envolvimento da sociedade civil clamando por 
 
 
9 
 
acesso à informação, verbas para pesquisa e novos medicamentos, bem 
como a oportunidade de expandir a discussão sobre temas complexos (por 
exemplo, sexualidade, morte, uso de drogas ilícitas, confidencialidade) 
trouxeram subprodutos benéficos. 
 
A participação de indivíduos infectados pelo HIV/AIDS em conferências 
médicas e em comitês governamentais de controle da doença colaborou para 
mudanças do paradigma criado no auge da crise da doença, tratada como peste e 
câncer gay como era chamada a doença fazendo referência com os homossexuais, 
com se eles fossem os causadores da epidemia. 
Segundo Ferrari (2003), o Movimento que defende os Direitos dos 
Homossexuais teve início na Europa, no final do século passado, tendo como principal 
bandeira a não criminalização da homossexualidade e a luta pelo reconhecimento dos 
direitos civis dos homossexuais. 
 A inquietação sobre a falta do conhecimento ligado a trajetória do movimento 
ampliou-se a partir da epidemia dos anos 80 que ceifou milhares de vidas, que no seu 
começo abordou, sobretudo, a comunidade homossexual masculina, sendo apelidada 
até mesmo de “câncer gay”, Como se a doença fosse ligada diretamente aos 
indivíduos LGBT, que felizmente Diante disso, documentar fatos históricos tornou-se 
uma forma primordial o possível esquecimento grupal em momentos de grandes 
atrasos e abusos dos direitos, as memórias história eram compostas pelos diversos 
membros da comunidade homossexual tornaram-se um grande fazer político dos 
grupos que lutavam pelos direitos LGBT. 
Diante da cobrança que foi construída contra a epidemia que devastava a 
sociedade na época, o movimento vinha reafirmar o valor que a educação como a 
melhor maneira de garantir a vitória nessa guerra, oferecendo diferentes cursos para 
a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), assim como projetos 
voltados diretamente para assistência de pessoas infectadas pelo HIV. 
 O Movimento homossexual foi um movimento que lutou por melhorias, por 
igualdade, por segurança, não somente para os membros do movimento, mas para 
todos aqueles que precisam das políticas e isso entusiasmou ao alargamento da luta 
contra o preconceito dentro dos outros países, inclusive no Brasil, como veremos no 
tópico a seguir. 
 
 
10 
 
Segundo Maria da Glória Gohn (1995), movimento social é a organização da 
sociedade com a intenção de protestar, lutar, reivindicar, por algum direito, promover 
alguma mudança desejada ou fazer permanecer alguma decisão que seja favorável à 
comunidade. Os movimentos sociais, em geral tem condição sociopolítica e devem 
ser efetuados de forma pública. Pensar em movimento social significa falar também 
numa dura luta ao longo das décadas, dependendo do que se tem como objetivo do 
movimento social tende em alcançar os principais objetivos como valores, ideologias 
e classes envolvidas no movimento. 
O Movimento LGBT iniciou a sua luta na década de 1960 e com a experiência 
do movimento nos Estados Unidos da América-USA e sua luta se radiou para os 
outros países da Europa e da América Latina. 
 
2.1 MOVIMENTO LGBT NO BRASIL 
 
De acordo com Green J. (2018), o movimento homossexual no Brasil começou 
a partir da década de 1970, quando tem as primeiras iniciativas de organização de um 
grupo. Em meio à ditadura no Brasil acontece a primeira reunião do Grupo de Ação 
pelos Direitos dos Homossexuais, o grupo foi formado a partir da publicação do 
periódico “O lampião da esquina2”, que se chamou inicialmente Núcleo de Ação Pelos 
Direitos Dos Homossexuais. O nome recebeu críticas por ressaltar proposta política. 
Considerou-se então usar o nome ‘’ Somos’’ em homenagem ao movimento 
homossexual argentino que teve circulação entre 1972 e 1976. Diante disse o nome 
oficial do grupo passou a ser ‘Somos que quer dizer Grupo de Afirmação 
Homossexual’’ que teve como um de seus fundadores João Silvério Trevisan, que é 
também autor do livro “Devassos no paraíso’’ o maior tratado sobre a história da 
homossexualidade no Brasil. Assim, 
A ideia de publicar um jornal que, dentro da chamada imprensa alternativa, 
desse ênfase aos assuntos que esta considera “não prioritários” surgiu em 
novembro de 1977, com a primeira visita que Wisntonleyland, editor do Gay 
Sunshine (revista homossexual americana) fez ao Brasil para divulgar seu 
livro intitulado NowtheVolcano: na anthologyoflatinamerican gay literature. 
Antologia que contém textos de quatro escritores brasileiros João Silvério 
 
2 O Lampião da Esquina foi um jornal homossexual brasileiro que circulou durante os anos de 1978 e 
1981. Nasceu dentro do contexto de imprensa alternativa na época da abertura política de 1970, 
durante o abrandamento de anos de censura promovida pelo Golpe Militar de 1964. 
 
 
11 
 
Trevisan, Gasparino Damata, Aguinaldo Silva e Darcy Penteado. Este grupo 
de escritores costumava se encontrar no apartamento de Darcy Penteado 
para ser e discutir seu conteúdo. A partir desses encontros, outros amigos se 
juntaram ao grupo, somando onzemilitantes intelectuais que assumiram o 
que a mesma imprensa nanica chamaria depois de “compromisso histórico”. 
Assim, foi criado Lampião e ficou decidido que os onze idealizadores 
formariam um Conselho editorial, encarregado de traçar e manter a linha 
editorial desta publicação. São estes onze membros: Adão Costa, Darcy 
Penteado, Francisco Bittencourt, GasparinoDamata, Jean-Claude Bernadet, 
João Antônio Mascarenhas, João Silvério, Trevisan e Peter Fry. (HEEREN, 
2011.p.47). 
 
O lampião da esquina foi um marco na história do movimento Homossexual 
Brasileiro. Pois foi a partir dele que as pautas do movimento começaram a ser 
discutidas possibilitando a formação de aliança com o movimento das demais 
“minorias” 3 , ou seja, as feministas, os negros, e o movimento ecológico. Essa 
relevância é reafirmada por Rodrigues na citação abaixo: 
O lampião da esquina inicia um movimento que em pouco tempo, e 
juntamente com outras mudanças sociais, vai beneficiar até então sem 
espaços para de expressar. A consciência de que se é cidadão e de 
que a homossexualidade é uma identidade a ser encarada como uma 
alternativa legitima a heterossexualidade e é apresentada nas 
diferentes narrativas do jornal, nas cartas dos leitores, nas charges, e 
ou/ nas vinhetas das seções. (RODRIGUES, 2007.p.75): 
 
Conforme Facchini (2005), o grupo Somos, foi considerado o primeiro grupo 
brasileiro em defesa dos direitos dos homossexuais, os indivíduos do grupo 
conversavam de maneira elementar como forma de narrar a própria história, com 
subjetividade para criar laços e entender melhor e se espelharem uns nos outros. Com 
isso beneficiavam uma comunidade que não tinha espaços para se expressar. 
Segundo o mesmo autor em novembro de 1979, foi à primeira vez que o grupo 
“Somos” foi para a rua em uma manifestação, ato convocado pelo Movimento Negro 
Unificado (MNU), na frente do teatro municipal em São Paulo, onde o grupo Somos 
vai prestar solidariedade contra a discriminação racial. 
 
3 Segundo o sociólogo Mendes Chaves: “o termo minoria, refere-se a um grupo de pessoas que de 
algum modo e em algum setor das relações sociais se encontra numa situação de dependência ou 
desvantagem em relação a um outro grupo, “maioritário”, ambos integrando uma sociedade mais 
ampla. 
 
 
12 
 
 De acordo com Green J. (2018), em maio de 1980 o grupo Somos sofreu uma 
divisão, dividindo-o em três grupo: O Somos, o Grupo de ação lésbico feminista, que 
posteriormente se chamará GALF (Grupo de ação Lésbico-feminista), e o grupo de 
ação homossexualista. A separação se deu em razão de expressar um caráter de 
supremacia masculina, pois a comunidade homossexual reproduz alguns desses 
valores patriarcais. Percebendo esse caráter as lésbicas romperam em 1980 e 
fundaram o seu próprio grupo. O grupo de ação lésbico-feminista – GALF segue com 
a militância, tornando-se fundamental para vários coletivos de lésbicas, publicando 
materiais importantes como o “Jornal Chana com Chana”, dirigido ao público feminino 
lésbico, destinado a apresentar as pautas da luta e especificar os problemas que as 
lésbicas enfrentavam dentro do movimento homossexual. 
Green J. (2018) assevera que com a redemocratização do Brasil, após anos de 
ditadura civil-militar (1964 a 1985) o impacto sobre as pautas LGBT, chega de 
maneiras diferentes para os vários grupos da sociedade, e mesmo com o fim da 
ditadura militar o movimento LGBT exigiu muita mobilização e engajamento para 
construir uma democracia no início dos anos 80, a partir da organização de grupos 
pelo país. 
De acordo com Green J. (2018), foi em 1997, ocorreu a primeira Parada do 
Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgênicos, tendo a participação de 2 mil 
pessoas. O objetivo era dar visibilidade e ocupar espaços públicos para fomentar a 
criação de políticas públicas voltadas para os homossexuais. E a cada ano percebe-
se que a diversidade tem gerado frutos positivos na luta pela erradicação do 
preconceito. 
 
 
2.2 MOVIMENTOS LGBT NO ESTADO DO PARÁ. 
 
De acordo com os estudos de Rozário (2016), foi no período pós ditadura 
militar, enquanto o país se redemocratizava, que o Estado do Pará iniciou os debates 
e levantes sobre as questões de sexualidade. O autor ainda destaca que a primeira 
 
 
13 
 
organização civil que abordou a causa LGBT, foi o coletivo intitulado de “movimento 
homoxessual de Belém” o (MHB), fundado em 1990. 
Em uma análise conjuntural do movimento em questão, fica evidente que os 
anos 90 foram cruciais para que hoje existam direitos conquistados pela comunidade 
LGBT. Frisa-se que, enquanto o país se manifestava de forma incisiva contra os 
preconceitos da sociedade heteronormativa, no Pará, os levantes se apresentavam 
em forma de música, cultura e arte, ou seja, em Belém, configurava-se de forma 
particularizada em processo de construção enraizado por manifestações culturais e 
artísticas, que o diferencia da perspectiva nacional. 
Rozário (2020) explicita que manifestações populares como “As filhas das 
chiquitas”, foram e é um dos movimentos artísticas mais expressivas do LGBT 
paraense. Além disso, essa festa contrasta o “profano e o sagrado” por ocorrer no 
período do Círio de Nazaré, a festividade católica que mais movimenta fiéis o mundo. 
As filhas das chiquitas, hoje conhecida como “festa da chiquita”, é uma festividade que 
inicia após a trasladação da imagem da santa de Nazaré, para Troi (2020, p. 81) “As 
Filhas da Chiquita, o mais tradicional encontro LGBTTQIA + da Amazônia [..] é um 
dos maiores exemplos de resistência da comunidade no Pará”. 
 Para Filho (2012), iniciada entre os anos de 1975 e 1976, com o nome de “Festa 
da Maria Chiquita”, ela reunia um grupo de boêmios, intelectuais, acadêmicos, 16 
artistas, jornalistas, fotógrafos, curiosos, etc. No entanto, era apenas um bloco 
carnavalesco que, a partir de 1978, ano em que a festa foi transferida para o sábado 
anterior ao Círio de Nazaré e devido às mudanças na estrutura e organização, a 
Chiquita transformou-se em um dos eventos não religiosos que fazem parte do 
calendário de comemorações religiosas do Círio de Nazaré 
FILHO (2012) nos diz: 
Apesar da visibilidade das pessoas LGBT na Festa da Chiquita, da frequência 
cada vez mais “tolerada e permitida” em boates, bares, saunas, cinemas, 
clubes e festas e do fortalecimento dos contatos e das redes sociais (online 
ou off-line) existe uma intensa manifestação no sentido contrário, 
externalizada em atos do que podemos chamar de homofobia institucional, 
como os descritos acima, operados por indivíduos e instituições contrárias às 
manifestações homoeróticas, isto é, a quaisquer divergências em relação às 
combinações impostas como “naturalmente determinadas” colocando os 
sujeitos que as expressam em lugar de desvantagem social; num período do 
ano, particularmente interessante em Belém, pois é o momento de maior 
sensibilidade religiosa por conta do Círio de Nazaré, ou, como nos diz Alves 
(1980), neste momento de “carnaval devoto” (FILHO, 2012, p. 12). 
 
 
14 
 
As críticas motivadas por preconceitos são as maiores dificuldades 
encontradas pelo movimento LGBT, no entanto, a quantidade de apoiadores, bem 
como a força dos envolvidos no movimento, sobrevive até os dias de hoje. 
Segundo Filho (2012), as reflexões acerca da Festa da Chiquita possibilitam 
uma análise crítica a partir das interlocuções com o Movimento LGBT do estado do 
Pará, visto que nos últimos anos este ajuda na organização da Festa e na obtenção 
de recursos para sua realização, assim como no diálogo que mantém com os órgãos 
de segurança pública, por conta da organização da Parada do Orgulho LGBT na 
capital paraense. Neste sentido, a festa da Chiquita é considerada: 
 (...) Como fruto de reivindicação e afirmação política de sujeitos 
homoeróticos que tomam a Praça da República assim que passa a 
Trasladação em direção à Catedral Metropolitana de Belém, tudoisso envolto 
numa atmosfera onde a noite representa um papel importante por permitir 
que as travestis, dragqueens, transexuais, lésbicas, gays, bissexuais e outros 
“carnavalizem” suas performances em plena noite de sábado, antes do 
domingo do Círio, no mês de outubro, no centro de Belém; contestar o 
“anonimato relativo” das sexualidades dissidentes, visto que, atualmente, o 
exagero faz parte da festa; e estabelecer um caminho de respeito e dignidade 
ao promover durante a festa os prêmios “Veado de Ouro”, “Botina de Prata”, 
“Amigo da Chiquita” e “A Rainha do Círio” (FILHO, 2007, p. 19). 
 Para chegar à contextualização atual dos movimentos LGBT de Belém, 
portanto, deve-se passar pela origem das manifestações desse movimento. Dessa 
forma, não poderíamos falar de movimento LGBT na capital paraense, no século XXI, 
sem ressaltar a profícua reflexão acerca da Festa da Chiquita e sua importância 
elementar para tal análise. Esse processo sócio histórico e político da origem e 
construção do movimento nos permite adentrar no universo particular de tal 
investigação social com minuciosa precisão metodológica. 
Souza (2014 p. 213) assegura, que primeiramente com o nome de a “Festa 
das Filhas da Chiquita”, a festa desde 1979 já reunia vários grupos de intelectuais, 
jornalistas, poetas, fotógrafos, artistas plásticos, atores, políticos, cantores e público 
em geral do cenário belenense. A origem do evento remonta de, aproximadamente, 
1975 quando grupos homossexuais e simpatizantes de Belém organizaram um bloco 
carnavalesco que saía das proximidades do extinto presídio São José, percorrendo 
as ruas do centro da cidade, até as avenidas Presidente Vargas e Assis de 
Vasconcelos. 
Filho e Melo (2014 p. 6), importante perceber que os movimentos sociais em 
favor dos direitos LGBT passam por uma construção histórica que nos remete a 
 
 
15 
 
meados do século XX com destaque nos Estados Unidos. Porém, o preconceito 
religioso que vê por vezes na homossexualidade o núcleo do pecado, da imoralidade 
e do profano já é datado de bem antes, sendo forte ainda hoje. Mesmo o discurso 
científico colocara em pauta a partir de estudos de medicina, a “patologização” do 
homossexualismo, ou seja, a transformação deste em doença. Dessa forma, ele 
passa a ser visto por muitos como um desvio mental, uma doença psicológica ou até 
genética. 
 
3. GENERO, IDENTITIDADES DE GENERO, SEXUALIDADE, ORIENTAÇÃO 
SEXUAL E O MOVIMENTO LGBT. 
 
3.1 GÊNERO 
Ferreira (1986, p.844) ressalta que o gênero atua como um instrumento que 
esconde sua própria gênese; a repetição performativa de suas normas tenta apagar a 
contingência de suas convenções e faz surgir à aparência de uma necessidade, de 
uma naturalidade, de m encontro natural, normativo e desejável entre os dois sexos. 
Para a sociedade em questão a criação de algo que não remeta normalidade e julgado 
e condenado aos olhos de todos. 
Segundo Ferreira: 
 Definição de Gênero torna-se, assim, complicada, pois além de apresentar 
vários significados, agrega no seu bojo os sentidos mais amplos ligados a 
"caracteres convencionalmente estabelecidos", bem como a "atividades 
habituais decorrentes da tradição" (FERREIRA, 1986, p.844). 
 
Ou seja, o autor nos mostra que existe um gênero predominante na sociedade 
imposto pelo patriarcado tradicional (Gênero Masculino) e os indivíduos são 
socialmente obrigados a se conformar com esses modelos pré-definidos pela 
sociedade acerca do termo gênero que acaba se agravando no decorrer das décadas 
e não necessariamente correspondem ao desejo de todas as pessoas. Já Butler nos 
diz que o termo gênero pressupõe de todo um sistema de relações que pode incluir o 
sexo, aparência física e corporal dos indivíduos em geral, mas não é diretamente 
determinado apenas pelo sexo, mas sim por um conjunto de informações estruturais 
de cada indivíduo ou seja tradicionalmente 
 
 
16 
 
 Assim, para Butler 
 O gênero “[...] é a estilização repetida do corpo, um conjunto de atos 
repetidos no interior de uma estrutura reguladora altamente rígida, a 
qual se cristaliza no tempo para produzir a aparência de uma 
substância, de uma classe natural de se (BUTLER 2015, p. 69) 
 
Conforme Butler o comportamento dos seres humanos é puramente baseado 
na natureza dos órgãos genitais, nas quais uma mulher é quem tem um aparelho 
reprodutor feminino, por isso existem diversas expressões diretamente ligada às 
mulheres (menina usa rosa, menina brinca de boneca) do mesmo modo que existem 
expressões ligadas aos homens (menino usa azul, menino joga futebol), expressões 
que foram criadas às gerações. 
Para Grossi (1998) a maneira com que os homens e a mulheres se comportam 
correspondem aos aprendizados socioculturais que nos ensinam a agir de acordo com 
prescrições de cada gênero. Exemplo disso é que existem diferenças de 
comportamento entre mulheres de diferentes países, do mesmo modo, os homens de 
séculos atrás não se expressavam do mesmo jeito que atualmente. 
Conforme Grossi, 
(...) ser homem ou mulher é muito mais complexo do que nascer com um 
pênis ou uma vagina, extrapola os atributos físicos, envolvendo diversas 
regras sociais de comportamento que são expressas através de 
feminilidades, masculinidades e dos padrões de gênero. (GROSSI,1998) 
Para a autora a maneira com que os homens e a mulheres se comportam 
correspondem aos aprendizados socioculturais que nos ensinam a agir de acordo com 
prescrições de cada gênero. Exemplo disso é que existem diferenças de 
comportamento entre mulheres de diferentes países, do mesmo modo, os homens de 
séculos atrás não se expressavam do mesmo jeito que atualmente. 
As representações de gênero são distintas de uma cultura para outra, sendo 
um dos objetivos dos estudos de gênero e das ciências sociais a análise da 
diversidade de identidades de gênero em diferentes grupos e locais, identificando e 
desnaturalizando tais padrões. Há uma grande expectativa social em relação às 
ações, atitudes e expressões de mulheres e homens. (GROSSI,1998) 
 
 
17 
 
 Segundo Bento: 
O ato de pôr uma roupa, escolher uma cor, acessórios, o corte de cabelo, a 
forma de andar, enfim, a estética e a estilística corporal, são atos que fazem o 
gênero. (BENTO, 2006, p. 228) 
 Para Bento, hoje nos meios de comunicação são as identidades das pessoas 
transgênero, transexuais e travestis que se tornaram pauta pois a desconstrução de 
um padrão de indivíduos dentro da sociedade vem se desfazendo ao longo dos anos 
com cada vez mais intensidade essas pessoas cuja identidade de gênero é diferente 
do gênero assignado no nascimento (gênero imposto). Com isso surge a 
desconstrução do indivíduo perante a sociedade, nesse sentido o pensamento 
tradicional onde e imposto para as pessoas que acabam se sentindo obrigadas a usar 
a cor da roupa, estilo de cabelo, a profissão que é estipulada pela sociedade 
conservadora através do gênero pré-definido do que significa homem ou mulher. 
Para Meyer gênero: 
Remete a todas as formas de construção social, cultural e linguísticas 
implicadas com processos que diferenciam mulheres de homens, incluindo 
aqueles processos que produzem seus corpos, distinguindo-os e nomeando-
os como corpos dotados de sexo, gênero e sexualidade. (MEYER, 2004, 
p.15) 
Portanto são corpos que se vestem de gêneros e não os gêneros que usam os 
corpos. A ideia é de as pessoas são ‘‘fabricadas’’ ou para ser homem ou para ser 
mulher, de acordo com o que está socialmente estabelecido para o seu sexo biológico, 
isso e algo impossível de detectar ou questionar antes do nascimento de qualquer 
indivíduo, esse papel em si e construído ou reconstruído no decorrer da vida de cada 
ser humano. 
De acordo com as autoras Petry e Meyer (2011, p.195), a heteronormatividade4 
visa regular e normatizar modos de ser e de viver os desejos corporais e a 
sexualidade’’. O maior problemada naturalização do que é ser homem e ser mulher é 
 
4 Refere-se à heteronormatividade, ao conceito de que apenas os relacionamentos entre pessoas de 
sexos opostos ou heterossexuais são normais ou corretos. E que enxerga a heterossexualidade como a 
norma numa sociedade. 
 
 
18 
 
o caráter de normalidade que essa construção social adquiriu, tornando ‘‘anormais’’, 
aos olhos da maioria da população. 
E dentro do movimento LGBT, o termo tem a função de contribuir para a alta 
aceitação do indivíduo LGBT, além dessa possibilidade permite a esses indivíduos 
aprender a encarar os julgamentos daqueles que querem impor uma normalidade que 
não existe, através de pré-julgamentos e pré-conceitos. 
 
 3. 2 SEXUALIDADE 
De acordo com Haraway (2004, p.59), “a sexualidade está interligada às 
relações de gênero, pois a mesma é gerenciada por normas morais que ditam as 
formas de vivenciá-la, associadas às concepções de masculino e feminino. Estão 
implícitos aí comportamentos relativos ao ato sexual e ao papel sexual.” Nesse sentido 
esses valores podem ser percebidos no tabu que é a sexualidade, uma vez que o 
prazer é criminalizado, e tudo que está diretamente vinculado ao prazer acaba sendo 
julgado pelo olhar conservador da sociedade. 
Ao pensarmos sobre gênero e sexualidade, é pertinente: 
 Enfatiza quanto ao fato de que, na perspectiva ocidental, conceito de gênero 
está colado ao de sexualidade, o que promove uma imensa dificuldade no 
senso comum. (MIRIAM GROSSI, 2005, p.4) 
Nessa definição, cabe a nós compreendemos o termo sexualidade enquanto 
um conjunto de preparações culturais, sociais e corporais, que concordam desde a 
parte erótica, do desejo e do afeto até elementos relacionados à saúde dos indivíduos, 
à reprodução sexual, e ao uso de tecnologias. 
Irineu e Rodrigues afirmam que: 
A sexualidade está posta como construto social e, portanto, é um conceito 
dinâmico, sujeito a diversos usos, múltiplas e contraditórias interpretações 
nos diferentes períodos históricos, e que se encontra sujeito a debates e a 
disputas políticas. Logo, a sexualidade envolve uma série de crenças, 
comportamentos, relações e identidades socialmente construídas e 
historicamente modeladas não podendo ser compreendida isoladamente 
(IRINEU e RODRIGUES, 2016, p. 40). 
 
 
19 
 
Na sociedade a heterossexualidade ocupa a posição superior e, logo todas as 
outras sexualidades pré-definidas no decorrer da história acabam sendo 
compreendidas como se fossem inferiores a sexualidade dominante (Sexo 
masculino/feminino). Em outras palavras, na sociedade em que vivemos, considera-
se normal ser heterossexual e com isso pode-se entender que a sexualidade é 
marcada por práticas heteronormativas que abrangem todas as sexualidades 
Para Scott: 
A heteronormatividade é definida como um conjunto de normas 
sociais compulsórias à heterossexualidade que orienta a sexualidade e as 
expectativas, possibilidades e obrigações sociais e históricas formadas a 
partir do pressuposto da heterossexualidade como natural. A 
heterossexualidade como padrão estabelece normas de poder e de controle 
das condutas ditas normais e assim, qualquer desvio dessas regras é 
considerado fora dos padrões de normalidade. (SCOTT,1995) 
Para isso é importante destacar que qualquer forma de sexualidade secundaria 
é socialmente imposta pela sociedade e tudo o que diz respeito de identidade de 
gênero, à orientação sexual e tudo o que está diretamente ligado a sexualidade, ou 
seja, qual o gênero um indivíduo sente atração sexual, romântica ou física. 
 
 3.2 IDENTIDADE DE GÊNERO 
A identidade de gênero de uma pessoa não depende do seu sexo biológico, 
mas de como ela se ver perante a sociedade. Essa identidade pode ser binária 
(homem ou mulher), mas também pode ir além dessas representações e rechaçar 
ambas as possibilidades de reconhecimento dentro dos outros gêneros. 
Segundo Woodward (1997 p. 77) a identidade oferece a pessoa uma ideia 
sobre quem ela é, sobre como ela deve se referir aos outros e de como ela se relaciona 
com o mundo em que vive. Quando falamos de identidade de gênero, temos como 
protagonistas pessoas travestis e transexuais, que não se identificam com os papéis 
padronizados de gênero que lhes foram socialmente condicionados. Transexualidade 
e travestilidade são experiências indenitárias, ambas apresentam pessoas que 
sentem que há uma incompatibilidade psíquica com o corpo físico. 
https://www.infoescola.com/sociologia/norma-social/
https://www.infoescola.com/sociologia/norma-social/
 
 
20 
 
Aderindo a compreensão de Woodward, Jesus (2012 p.46) afirma que as 
travestis nascem com o sexo biológico masculino mas assumem cotidianamente 
comportamentos femininos, mas não se reconhece como homem ou mulher. Também 
buscam mudanças corpóreas para terem em seus corpos características físicas do 
gênero feminino, mas não sentem desconforto com suas genitálias. A 
transexualidade, por sua vez, pode ser vivenciada por homens e mulheres. 
Segundo o mesmo autor, as transexuais ‘‘sentem que seu corpo não está 
adequado à forma como pensam e se sentem, e querem corrigir isso adequando seu 
corpo ao seu estado psíquico’’ (JESUS, 2012, p. 9). Portanto a identidade de gênero 
como o próprio nome indica, diz respeito ao gênero com o qual uma pessoa se 
identifica (masculino, feminino), portanto independe do sexo, tem a ver com a 
identidade psíquica por um gênero que muitas das vezes impulsiona mudanças no 
corpo físico. 
Para Jesus (2012.p 108) essa adequação do corpo físico à psique pode vir 
através de cirurgias e/ou hormonioterapias5. Todavia, o importante é o gênero com o 
qual a pessoa se identifica, sendo assim, a condição transexual independe de cirurgia 
de redesignação sexual (mudança de sexo) 
 
3.4 ORIENTAÇÃO SEXUAL 
O conceito que foi criado para orientação sexual pode ser modificado muito de 
área para área e de autor para autor. Na maioria das vezes, esse conceito está 
relacionado ao sentido do desejo sexual: se para pessoas do sexo oposto, do mesmo 
sexo ou para ambos. Aqui se considera a natureza da fantasia sexual de cada 
indivíduo como um critério mais eficiente para detectar a orientação sexual. 
No entanto, segundo Bozman e Becker (1991) 
Deve-se considerar que tem sido dada pouca atenção à separabilidade de 
dois aspectos interativos das fantasias sexuais: a natureza dos desejos e a 
excitação fisiológica. Assim, teoricamente, o desejo sexual é visto como 
 
5 A hormonioterapia é um tratamento seguido por muitas pessoas transgênero para modificar o seu 
corpo através do uso de hormônios, sejam eles masculinos ou femininos. 
https://www.scottishtrans.org/wp-content/uploads/2013/06/NHS-A-Guide-to-Hormone-Therapy-for-Trans-People.pdf
 
 
21 
 
determinado por aspectos intrapsíquicos, intrapessoais e sociais, assumindo 
a presença de um funcionamento físico típico e avaliável pelos tipos de 
parceiros sexuais, de práticas sexuais, etc. Já a excitação física, em 
contraste, é caracterizada por respostas físicas, como a intumescência do 
pênis para os homens e a lubrificação da vagina para as mulheres. (BOZMAN 
e BECKER,1991) 
 Portanto Orientação sexual está relacionada com as diferentes formas de 
atração afetiva e sexual de cada um, as pessoas não escolhem sua orientação elas 
desenvolvem sua sexualidade ao longo da vida influenciada por aspectos, 
intrapsíquicos, ou seja, uma construção mental sobre que determina quais sexos ou 
gêneros ela sente-se atraída, seja física, romântica e/ou emocionalmente, ou por 
aspecto intrapessoais, fruto de suas relações individuais e sociais. Podem inclusive 
um indivíduo ser assexual6·, bissexual7, heterossexual, homossexual ou pansexual8. 
 A importância em entender e discutir as categorias de gênero, sexualidade, 
identidade de gênero e orientação sexual, como categorias analíticas para 
compreender as questões de desigualdade e exclusão social que repercutem em 
todosos âmbitos da sociedade, para a assim contribuir com a desnaturalização das 
desigualdades sociais impostas na sociedade influenciadas pelo preconceito 
enraizado pelo patriarcado. 
 
4. ATUAÇAO DOS/AS ASSISTENTES SOCIAIS NO ENFRENTAMENTO A LGBT 
FOBIA. 
4.1 CONTEXTUALIZAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS LGBT EM BELÉM. 
De acordo Rafael Ventimiglia9 (2017, p.9), coordenador do Conselho Regional 
da Diversidade Sexual, os direitos humanos foram proclamados em Assembleia Geral 
 
6 Assexual, o termo descreve “uma pessoa que não sente atração sexual” 
7 Bissexual se refere à atração a mais de um gênero. 
8 Pansexual Aquele que sente atração sexual ou romântica independentemente da identidade de gênero. 
9 Rafael Ventimiglia, diversidade eu respeito e vocês? Este guia é parte integrante de um projeto idealizado pelos 
membros do Conselho Estadual da Diversidade Sexual - CEDS, em construir um material amplo e didático a ser 
compartilhado com as diversas Organizações Governamentais e Não Governamentais no sentido de contribuir 
para as discussões de enfrentamento à LGBTFOBIA e ampliação da cidadania LGBT e o empoderamento de 
militantes nos diversos municípios paraenses,2017. 
https://www.google.com/search?q=VENTIMIGLIA+2017+CARTILHA&rlz=1C1AVNG_enBR695BR698&oq=VENTI
MIGLIA+2017+CARTILHA&aqs=chrome..69i57.19425j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8 
https://www.google.com/search?q=VENTIMIGLIA+2017+CARTILHA&rlz=1C1AVNG_enBR695BR698&oq=VENTIMIGLIA+2017+CARTILHA&aqs=chrome..69i57.19425j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
https://www.google.com/search?q=VENTIMIGLIA+2017+CARTILHA&rlz=1C1AVNG_enBR695BR698&oq=VENTIMIGLIA+2017+CARTILHA&aqs=chrome..69i57.19425j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
 
 
22 
 
das Nações Unidas em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Vários 
dos 30 direitos incluídos no documento original estão diretamente relacionados ao 
tema da promoção da cidadania da população LGBT: 
Artigo I. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns 
aos outros com espírito de fraternidade; Artigo II. Todo ser humano tem 
capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta 
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, 
idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou 
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição; Artigo III. Todo ser 
humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal; Artigo V. 
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, 
desumano ou degradante; Artigo VII. Todos são iguais perante a lei e têm 
direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a 
igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração 
e contra qualquer incitamento a tal discriminação; artigo XII. Ninguém será 
sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em 
sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser 
humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques; 
entre outros (ONU,1948). 
 Conforme a cartilha da SEJUDH (2017.p.12) e a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (1949) e seus desdobramentos em pactos, tratados e convenções 
internacionais, outro marco referencial para os direitos humanos no Brasil e a 
Constituição Federal de 1988 asseveram a igualdade entre as pessoas. O artigo 5º 
da Constituição reitera os valores da Declaração Universal Humanos dos Direitos 
Humanos, estabelecendo que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza” (BRASIL, 2008, p.15). 
 A Declaração Universal e a Constituição Federal estabelecem os princípios 
para a dignidade humana e o respeito entre as pessoas quais se estendem a todos e 
todos os humanos e brasileiros respectivamente, não fazendo exceções que 
favoreçam ou desfavoreçam qualquer pessoa ou grupo de pessoas dentro da 
sociedade, inclusive as pessoas LGBT. 
 A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados 
Americanos (OEA) têm aprovado declarações e resoluções afirmando que a 
orientação sexual e a identidade de gênero devem ser consideradas como direitos 
 
 
 
 
 
 
23 
 
humanos. A exemplos temos a Declaração Conjunta nº A/63/635 da ONU Direitos 
Humanos, orientação sexual e identidade de gênero, 2008, na qual, reafirmando a 
vigência do princípio da não discriminação, alarmados pela violência, perseguição, 
discriminação, exclusão, estigmatizarão e preconceito que se dirigem contra 
pessoas de todos os países por causa de sua orientação sexual ou identidade de 
gênero. Assegurando que estas práticas aniquilam a integridade e dignidade 
daqueles submetidos a tais abusos. Tal declaração assevera: 
Condenamos as violações de direitos humanos baseadas na orientação 
sexual ou na identidade de gênero independentemente de onde aconteçam, 
em particular o uso da pena de morte por este motivo, as execuções 
extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, a prática da tortura e outros tratos ou 
penas cruéis, desumanos ou degradantes, a detenção provisória ou 
detenção arbitrarias e a recusa de direitos econômicos, sociais e culturais 
incluindo o direito à saúde. (ONU, 2008, p. 3) 
Nessa declaração n A/63/635 da ONU, foi reafirmada a proteção e não a 
discriminação contra LGBT, condenando qualquer violação dos direitos humanos 
baseado em orientação sexual e ou identidade de gênero e ainda condena qual a 
pena de morte e práticas de torturas e outras penas cruéis atribuídas por esse 
motivo. Portanto o Brasil sendo signatário dessa declaração deve combater a 
criminalização e LGBTfobia. 
A Secretaria de Saúde Do Estado do Pará-SESPA, inaugurou em 08 de outubro 
de 2015, o Ambulatório do Processo Transexualizador, portanto o Pará é o 5º Estado 
a alcançar esta política, sendo o 1º da Região Norte do Brasil. Sua conquista levou 
mais de 8 anos e somente foi alcançado por forte pressão e mobilização articulada 
pelo Movimento LGBT do Estado do Pará junto ao Ministério da Saúde e, sobretudo, 
junto à Secretaria de Estado de Saúde Pública - SESPA. Para isso foram organizadas 
diversas reuniões para a implementação da Política, com destaque para a que foi feita 
entre Movimento LGBT, Governo do Estado e Ministério da Saúde no Ministério 
Público do Estado e para a reunião realizada entre Movimento LGBT e o Governo do 
Estado na Universidade do Estado do Pará, ambas com o propósito de apresentar os 
limites e avanços na implementação do ambulatório, além de tentar ajustar a 
execução do projeto à realidade paraense. 
 
 
24 
 
Podemos concluir que a partir da Portaria nº 2.836 de 1º de dezembro de 2011, 
as Políticas reconheceram que a discriminação por orientação sexual e por identidade 
de gênero incide na determinação social da saúde, provocando sofrimento e 
adoecimento decorrente do preconceito e do estigma social a que está exposta a 
população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais para reverter isso as 
políticas sociais, e a política Nacional de saúde Integral LGBT é essencial. 
São diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral LGBT. 
I - Respeito aos direitos humanos LGBT contribuindo para a eliminação do 
estigma e da discriminação decorrentes das LGBTfobias, como a lesbofobia, 
gayfobia, bifobia, travestifobia e transfobia, consideradas na determinação 
social de sofrimento e de doença; II - Contribuição para a promoção da 
cidadania e da inclusão da população LGBT por meio da articulação com as 
diversas políticas sociais, de educação, trabalho, segurança; III - Inclusão da 
diversidade populacional nos processos de formulação, implementação de 
outras políticas e programas voltados para grupos específicos no SUS, 
envolvendo orientação sexual, identidade de gênero, ciclos de vida, raça-
etnia e território ;IV - Eliminação das LGBTfobias e demais formas de 
discriminação que geram a violência contra a população LGBT no âmbitodo 
SUS, contribuindo para as mudanças na sociedade em geral; V - 
Implementação de ações, serviços e procedimentos no SUS, com vistas ao 
alívio do sofrimento, dor e adoecimento relacionados aos aspectos de 
inadequação de identidade, corporal e psíquica relativos às pessoas 
transexuais e travestis; VI - Difusão das informações pertinentes ao acesso, 
à qualidade da atenção e às ações para o enfrentamento da discriminação, 
em todos os níveis de gestão do SUS; VII - Inclusão da temática da orientação 
sexual e identidade de gênero de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e 
transexuais nos processos de educação permanente desenvolvidos pelo 
SUS, incluindo os trabalhadores da saúde, os integrantes dos Conselhos de 
Saúde e as lideranças sociais; VIII - Produção de conhecimentos científicos 
e tecnológicos visando à melhoria da condição de saúde da população LGBT; 
IX - Fortalecimento da representação do movimento social organizado da 
população LGBT nos Conselhos de Saúde, Conferências e demais instâncias 
de participação social. (ONU, 2011, p.17) 
A inclusão dos LGBT’s no SUS trouxe ganhos consideráveis para a população, 
desde o momento que a homossexualidade foi retirada do livro de patologias, os 
mesmo começaram a serem visto como um indivíduo de direitos. O nome social de 
travestis e transexuais no cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) tem como objetivo 
reconhecer a legitimidade da identidade desses grupos e promover o maior acesso à 
rede pública. Um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde, atualmente, é 
combinar as políticas universais, que atendem a toda a população, com as políticas 
que visam quebrar barreiras sociais, culturais, e do preconceito que tanto atinge esse 
grupo. 
 
 
25 
 
Segundo a cartilha “Diversidade eu respeito e você?” um dos ganhos grandioso 
foi o Ambulatório do Processo Transexualizador foi implementado na Unidade de 
Referência Especializada em Doenças Infecto-Parasitárias - UREDIPE do Telégrafo, 
por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde Pública - SESPA, a 
Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos - SEJUDH e o Movimento LGBT 
do Estado do Pará no monitoramento responsável pelo Controle Social. 
Temos também os serviços de defesa e promoção da cidadania LGBT como a 
Delegacia de Combate aos Crimes Discriminatórios e Homofóbicos – DCCDH/DIOE 
a delegacia foi criada em 2009 e é responsável pela apuração de casos 
de homofobia, injúria racial, racismo, tráfico de pessoas e crimes contra pessoas com 
deficiência (DCCDH) e no mesmo prédio fica localizado a Divisão de Investigações e 
Operações Especiais (DIOE), da Polícia Civil do Pará. 
 Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia de maus tratos contra idosos ou 
LGBT, não sendo necessário ser a vítima da agressão. Para isso existem os serviços 
Disque Denúncia, o “Disque 100” da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e 181 
da Polícia Civil do Pará. As pessoas que entram em contato com estes serviços têm 
suas identidades preservadas e ajudam outras vítimas de violência. 
Na Constituição Federal a Inclusão do termo “orientação sexual” na 
Constituição do Estado do Pará, também é uma conquista. Em 24 de janeiro de 2007, 
com a Emenda Constitucional de nº 36, foi incluído, na Constituição Estadual do Pará, 
mais especificamente em seu Título I - dos Princípios Fundamentais, o Art. 3º Inciso 
IV, qual inclui o termo “orientação sexual”. Tal mudança vem com 
 Objetivo de demonstrar um comprometimento da gestão governamental e do 
legislativo com as minorias e, neste caso, sobretudo com a população LGBT. 
4.2 DIMENSÃO TÉCNICO OPERATIVA DOS/AS ASSISTENTES SOCIAIS. 
Segundo Guerra (2007), para o assistente social obter uma intervenção 
profissional de qualidade é preciso desenvolver uma instrumentalidade que não é 
apenas o uso de instrumentos, e sim colocar em prática o uso desses instrumentais 
de maneira correta. Então pode- se dizer que o instrumental é secundário frente à 
 
 
26 
 
perspectiva, que irá estabelecer o caminho correto a ser seguido no qual será 
fundamental para a inserção desses sujeitos na sociedade e como garantir que esses 
sujeitos históricos que não tem acesso aos bens e serviços da sociedade tenham de 
fato o uso de seus direitos de forma correta. 
Segundo PIANA: 
 
É necessário que se desenvolva a consciência moral, que se aproprie da ética 
como reflexão crítica sobre a moral para se estabelecer quais escolhas e 
ações táticas e estratégias que nos permitem organizar ações e sujeitos 
históricos para investir no processo de democratização da sociedade, visando 
a uma sociedade justa e equitativa, o que passa pela defesa da vida humana 
(PIANA, 2009, p. 27). 
 
Ou seja, no processo de intervenção contra a homofobia o profissional do 
serviço social também estará inserido nesse contexto e em relação aos discursos que 
tem em pauta a homossexualidade e entender qual é o lugar do assistente social na 
sociedade e como humanizar aquilo que não está humanizado. Pois o serviço social 
está diretamente ligado a garantia de direitos e projetos societários amparados pelo 
projeto ético-político profissional do/a assistente social, para pensar em estratégias 
coletivas que tenham caráter justo e igualitário independente da sua subjetividade. 
Segundo a secretaria de direitos humanos (2016) desde o ano de 1990, o 
Conjunto CFESS-CRESS vem desenvolvendo ações com o intuito de orientar os/as 
profissionais no atendimento às necessidades da comunidade LGBT, na garantia dos 
seus direitos. Dessa forma, pode-se enfatizar que desde 1993, ano de aprovação do 
Código de Ética do Serviço Social, a temática da diversidade sexual já está 
representada no nosso Código de Ética Profissional do/a assistente social, mais 
especificamente no seu 11º princípio que asseveram. 
Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por 
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, 
orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. (CÓDIGO DE 
ÉTICA, 1993, p. 24,) 
No âmbito do Serviço Social, a inserção de reflexões a respeito da sexualidade, 
da diversidade sexual e dos direitos LGBT é recente e de extrema importância que o 
serviço social se aproprie do código de ética nos fundamentos e princípios acerca dos 
direitos humanos e saber que esse código se posiciona a favor da liberdade, justiça 
 
 
27 
 
social, classe social, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero e dominar 
esses conceitos é dever do/a profissional de serviço social. 
Em 2006, o conjunto CFESS/CRESS, lançaram a Campanha pela Livre 
Orientação Sexual “O Amor Fala Todas as Línguas, e no mesmo ano foi aprovado 
pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) da resolução 489/2006, tal 
resolução veio para definir normas e vedar conduta profissional discriminatória por 
motivo de orientação sexual. 
Em 2011 temos a aprovação da resolução 615/2011, que dispõe sobre a 
inclusão e uso do nome social da assistente social travesti e do/a assistente social 
transexual nos documentos de identidade profissional, isso que vem como ganho 
social e de conquista pessoal, pois algo que vinha sendo parte de um debate de anos 
 E finalmente foi aprovado, não só para o profissional de serviço social mais 
sim para qualquer indivíduo transexual ou travesti. 
Mais recentemente, a Resolução CFESS nº 845/2018, que dispõe sobre 
atuação profissional do/a assistente social em relação ao processo transexualizador10. 
A respeito da troca do nome de batismo pelo nome social nos documentos por 
pessoas transexuais sem ser necessária cirurgia de resignação sexual para que o 
processo pudesse der realizado. Em 2016, o CFESS lançou a série de cadernos 
“Assistente social no combate ao preconceito”, que tem como intuito: 
Orientar e estimular assistentes sociais a uma compreensão crítica das 
variadas situações de preconceito que podem acompanhar os 
encaminhamentoscotidianos do exercício profissional, provocando a categoria 
a refletir sobre sua responsabilidade ética na defesa do projeto ético-político. 
(CFESS, 2016, p. 5) 
 
 A importância desses cadernos é orientar o profissional de serviço social na 
compreensão crítica aos acolhimentos ligados as diferentes formas de preconceito e 
destacar que os cadernos têm papel fundamental, no contexto de orientação 
educacional no atendimento ao usuário LGBT. É um instrumento que tem como 
objetivo detalhar, desenvolver e acrescentar a atribuição do profissional que já está 
em regimento. 
 
10 o Ministério da Saúde entende que essas pessoas têm o direito de adequar a imagem do seu corpo 
ao gênero com que se identificam e, por isso, o processo transexualizador foi incluído no SUS. 
 
 
28 
 
 De acordo com informações retiradas da “Cartilha Diversidade eu 
respeito e você?” (2017) 11, elaborada pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos-
SEJUDH, cabe aos/as profissionais de serviço social, amparados pelo projeto ético-
político profissional pensar em estratégias coletivas, que coloquem em destaque o ser 
social, independentemente de sua subjetividade. 
Os/as assistentes sociais atuam diariamente nos mais variados espaços sócio 
ocupacionais com a população LGBT e com as expressões da discriminação. São 
profissionais capazes de lidar com o impacto destas expressões na vida da população 
e de desenvolver meios de enfrentamento a qualquer coibição no acesso aos direitos 
e à plena realização da cidadania, assim como realizar mudanças no padrão 
sociocultural heteronormativo, que tanto incentiva a violência contra essa população. 
 Para tanto se faz necessário pensar como a profissão incorpora a discussão 
da diversidade sexual e também sobre os possíveis caminhos para a busca de 
respostas ao tema pelos/as assistentes sociais em seus espaços sócios ocupacionais 
Tomando como base a Declaração Dos Direitos Humanos, pensamos que é 
necessário o serviço social, buscar estratégias que possibilitem aos usuários nos seus 
mais diversos espaços sócios ocupacionais a reflexão sobre as mudanças mais 
recentes que possibilitaram alterações não só nos papéis de gênero que os indivíduos 
ocupam na família, mas que as relações podem ser concebidas a partir de uma 
determinada orientação sexual e de identidade de gênero. Mas infelizmente isso não 
é um padrão dominante na sociedade, a mesma continua sendo o heteronormativo. e 
é justamente esse padrão que dá sustentabilidade ao preconceito em relação à 
Lésbicas, Gay, Bissexuais, Travesti e Transexuais (LGBT) e gera consequências nas 
relações sociais de milhares de pessoas. O preconceito não atinge somente o 
indivíduo LGBT, mas a sua família também. 
 De acordo com Netto (1999, p. 94), nas últimas décadas, o Serviço Social no 
Brasil caminhou em direção ao amadurecimento do seu projeto ético-político e para o 
 
11 Diversidade eu respeito e você? Construída em 2017 para fins integrante de um projeto idealizado 
pelos membros do Conselho Estadual da Diversidade Sexual - CEDS, em construir um material amplo 
e didático a ser compartilhado com as diversas Organizações Governamentais e Não Governamentais 
no sentido de contribuir para as discussões de enfrentamento à LGBTFOBIA e ampliação da cidadania 
LGBT e o empoderamento de militantes nos diversos municípios paraenses. 
 
 
29 
 
entendimento de que o campo das orientações éticas é atravessado pela classe social 
e por “determinações de outra natureza”, como o gênero, culturais, étnicas, etárias, 
etc. Por essa razão, entende-se que a ética é desafiada a apontar um horizonte mais 
humano, justo e igualitário. Para o CFESS é necessário aos assistentes sociais 
(...) o empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, 
incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente 
discriminados e à discussão das diferenças. (CFESS, 1993, p.23). 
Para o CFESS a comunidade LGBT é um grupo vulnerável, inclusive em suas 
próprias residências e em espaços institucionais que deveriam ser de promoção e não 
de violação de direitos. As violações que essas pessoas sofrem são objeto de trabalho 
de assistentes sociais para preservar direitos e combater a questão social. Mas é de 
extrema necessidade que os assistentes sociais sejam conscientes que não dá para 
pensar políticas ou ações de combate ao preconceito sem que esse grupo esteja 
inserido, o seja, deve-se garantira a participação desse grupo vulnerável no processo 
de discussão e também de ação. 
A ética do/a Assistente Social exige uma postura totalmente contra a qualquer 
tipo de discriminação, desrespeito, e qualquer tipo de violência por questões de 
inserção de classe social, identidade de gênero, etnia, idade, condição física, 
orientação sexual e religião. 
Segundo o CFESS os assistentes sociais devem atuar: 
Com o compromisso de um projeto profissional vinculado ao processo de 
construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de 
classe, etnia e gênero (CFESS, 1993, p.24). 
De acordo com a citação acima, compreende-se que a eliminação da opressão 
por orientação sexual e identidade de gênero é requisito para a construção de uma 
nova ordem societária. Porém devemos entender que a opressão de gênero não se 
limita apenas a opressão sofrida pelas mulheres cisgêneras e heterossexuais, mas 
também a mulheres lésbicas e transexuais que tem seus direitos violados por conta 
de preconceito em relação a sua orientação sexual e identidade de gênero. As 
discriminações existem e se opor a elas é uma atribuição do/a assistente social, 
assegurada no Código de Ética e no projeto ético político do serviço e nas Diretrizes 
Curriculares do Curso de Serviço Social não se mostram diferentes, tendo em vista 
 
 
30 
 
que o preconceito é baseado no senso comum, fruto de uma construção ideológica, 
dominante e conservador. 
Uma das razões que justificam a recusa do preconceito é dada pela ética 
profissional. Nosso código é enfático a esse respeito. Podemos dizer também 
que a orientação teórica da nossa formação, objetivada nas Diretrizes 
Curriculares, também exige essa recusa, uma vez que o preconceito nega a 
razão crítica, a teoria, apoiando-se no senso comum, tornando-se facilmente 
cooptada pela ideologia dominante de evidente caráter 
conservador/reacionário no contexto atual (CFESS, 2016, p.17). 
 É importante combater o preconceito, porque ele gera o impedimento da 
liberdade e da autonomia do indivíduo, a negação do conhecimento crítico, dominação 
de classe e violação de direitos, entre outros fatores que vão contra O código de ética 
e o projeto ético-político do Serviço Social. Portanto o combate ao preconceito, 
inerente ao conservadorismo, é atual e necessário em um cenário em que a luta de 
classes e a luta entre projetos societários e profissionais estão evidentes. 
A luta contra preconceito traz algumas cobranças no âmbito profissional, como 
o total compromisso com os valores com os princípios da profissão; domínio teórico 
que oriente essa conduta; presença em iniciativas da categoria que ampliem a 
consciência ética política e a participação em diferentes atividades sociais, políticas, 
artísticas e culturais. É importante a formação de profissionais que estejam sempre 
em desenvolvimento, buscando novas soluções e colocando em prática ações que 
realmente caminham na direção da construção de uma nova ordem societária livre de 
todo e qualquer tipo de preconceito. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente artigo apresentou como seu objeto de estudo as atribuições e 
competências do assistente social no combate a LGBTfobia, articulando com o 
processo de trabalho do/a assistente social com a população LGBT em Belém-Pa. 
Para levantamento dos dados foi escolhido o método exploratório, de natureza 
qualitativa, com uma revisão bibliográfica em um arsenal de artigos, tccs entre outros 
documentos bibliográficosque refletem as competências teórico-metodológica, ético-
política e técnico-operativa do/a profissional de serviço social. 
 
 
31 
 
 Estas interpretações foram de suma importância para a nossa compreensão 
de uma forma mais profunda sobre as lutas diárias do/a assistente social no combate 
ao preconceito, contra a homofobia, baseado na perspectiva dos Direitos Humanos. 
Portanto a pesquisa se tornou fundamental para promover uma análise com 
perspectiva histórica social, e é importante para o Serviço Social entender qual o seu 
papel como provedor através da atuação na formulação e execução de programas e 
políticas sociais em virtude da preservação e ampliação dos direitos humanos e da 
justiça para com a população LGBT e suas lutas por equidade social. 
 É importante ressaltar que o Serviço Social sempre reconheceu a livre 
expressão social e de gênero participando de diversas campanhas nacionais que o 
conjunto CFESS realizou durante anos e tematizando as questões de gênero em 
seminários nacionais então pode-se analisar que o desafio do profissional do Serviço 
Social é continuar a luta junto a essas pautas fortalecendo os movimentos sociais de 
resistência ao conservadorismo do qual tem atacado de maneira bem especifica a 
temática de gênero, justamente porque o pensamento conservador tem a finalidade 
de manter o lugar social da heterossexualidade na família 
 
Então, é de extrema importância enfrentar o conservadorismo e entender os 
movimentos dos LGBT’S e as minorias sociais como lutas coletivas no qual o Serviço 
Social está reconhecido como profissão de incentivar, mobilizar e participar 
socialmente para assim avançar e produzir avanços na sociedade de uma maneira 
geral e importante para a consolidação dos direitos sociais humanos da população 
LGBT. 
 
Entretanto, ressaltamos ainda neste artigo que a atuação do Assistente Social 
consiste em prestar apoio as pessoas LGBTS que sofrem constantemente com o 
preconceito estrutural em nossa sociedade. Desta maneira, a academia é a principal 
base para intermediar junto ao profissional de Assistente Social sobre as intolerâncias 
sofridas pelos LGBTS, visando assim, implementar suas garantias de direitos e 
acompanha-los dando total suporte e fortalecendo ainda mais nas suas causas. 
 
 
 
32 
 
 É de devida importância entender que este artigo auxilia em questionar e 
refletir sobre o papel do Assistente Social, seus desafios em medir e combater a 
violência homofóbica a partir das concepções dos autores citados e de estudos 
colhidos, tendo como objetivo ampliar a visão e compreensão sobre sexualidade, seus 
obstáculos em sociedade e o enfretamento a LGBTfobia em Belém-Pa. 
 
 
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