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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação Presencial 2 (AP2) – 2021.2
Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental 
Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad
INSTRUÇÕES
· Esta prova contém um texto e dez questões, no total de quatro páginas (incluindo esta página com cabeçalho e instruções).
· A prova é individual. É permitida a consulta a materiais de estudo, mas não a pessoas. Casos documentados de cópia (“cola”) receberão nota zero.
· Digite suas respostas no próprio arquivo da prova (em Word) após o enunciado de cada questão.
· Ao terminar de responder e revisar todas as suas respostas, salve o arquivo em formato PDF e entregue por meio da ferramenta especialmente criada para essa finalidade na sala de aula virtual da disciplina.
· Observe o prazo para entrega da prova. Nenhuma prova será aceita após o fim do prazo, em nenhuma hipótese. É recomendável fazer a postagem com antecedência para evitar contratempos na última hora.
· Depois de postar seu trabalho, saia da ferramenta, entre novamente, abra o arquivo enviado e verifique se está correto. Até o fim do prazo, você poderá excluir o arquivo e fazer nova postagem, caso note algum erro no envio. Provas enviadas por engano (arquivos em branco, provas de outras disciplinas, ou outros trabalhos quaisquer) receberão nota zero.
BOM TRABALHO!
O texto a seguir é um fragmento adaptado do artigo acadêmico Atualidade de Paulo Freire e a alfabetização na educação do campo, de Roseli Rodrigues de Mello e Cristiane Fontes de Oliveira. Após lê-lo, responda às questões que seguem. Cada questão tem o valor de 1,0 ponto.
Paulo Freire e a alfabetização na educação do campo
As reflexões de Paulo Freire, no conjunto de seus estudos sobre ensino de língua materna, expressam-se em uma teoria da linguagem que é parte de sua teoria do conhecimento, a qual começa em seus primeiros estudos sobre teorias e metodologias de ensino para alfabetização, estendendo-se até suas reflexões mais amplas e filosóficas sobre linguagem e ensino da língua materna. O cerne dessas reflexões está no “diálogo dialógico”, a dialogicidade, o “diálogo verdadeiro”, no dizer de Paulo Freire (1983; 2005); ou seja, diálogo que se faz na escuta fraterna das pessoas, para, com elas (e não para elas ou delas), produzir entendimentos, saberes e fazeres num processo de síntese, não de invasão, em “unidade na diversidade” (FREIRE, 2014, p. 208-212), não sobreposição ou exclusão.
Para Freire (1983; 2005; 2013; 2014) e Freire e Macedo (2013), existem dois movimentos que dão base à práxis humana, um dialógico e outro antidialógico. A “alfabetização emancipadora” (FREIRE; MACEDO, 2013) tem relação com a dialogicidade freiriana, com um movimento que se dá por meio do diálogo ético, solidário, que se faz com a humildade de quem compreende que aprende ao ensinar e pode ensinar ao aprender. Esse tipo de diálogo conhece, reconhece e fortalece as culturas, (re)conhecendo-as em suas diferenças, mas buscando a unidade nas lutas sociais. Tem, em suma, um “conteúdo programático” (FREIRE, 2005, p. 96-110) – pois possui um conteúdo rico em saberes “verdadeiros”, referendados pelas teorias e experiências sociais – e é humanizador – age na promoção do “ser mais” (FREIRE, 2005, p. 32). Por isso, é um diálogo crítico, problematiza as realidades do mundo, mostrando, dessa maneira, as possibilidades para o futuro. Por mostrar as possibilidades, faz perceber que a pessoa humana é um ser do “trânsito” (FREIRE, 1983, p. 47-48); está condicionada às estruturas sociais, mas não determinada por elas, podendo pensar e fazer melhores relações sociais. O outro tipo de alfabetização, que consideramos “alfabetização da sujeição”, antidialógica, tem relação com o total oposto da alfabetização da emancipação, porque é negação do “ser mais”; nega a vocação humana de humanização e a possibilidade de criação livre e fraterna da pessoa humana como ser “educável” – apta a melhorar constantemente a si e ao mundo.
Há uma relação, portanto, entre consciência, linguagem e mundo (nas relações subjetivas e objetivas), na medida em que nossa ação no mundo se faz com a linguagem, constituindo-a e sendo constituída por ela. Assim, Freire propõe a compreensão profunda dos aspectos constituidores da linguagem e cria uma proposta, em teoria e prática, para o ensino de língua, que começa por meio de uma perspectiva de “mergulho antropológico”, de estudo do universo dos educandos: como são, como vivem, o que e como falam.
Contar sua realidade e analisá-la juntamente com o educador é o próximo passo para o qual educandos são convidados. Seguidamente, cabe a educadores, sabedores da língua e do seu ensino, selecionar um conjunto de palavras com valores fonológico, semântico e pragmático para a composição de atividades para o processo de ensinar e aprender que será desenvolvido em aula (FREIRE, 1983). As palavras a serem primeiramente ensinadas devem se referir às temáticas da atualidade, promovendo o desenvolvimento da compreensão crítica sobre as coisas do mundo. Na alfabetização freiriana, primeiro compreende-se a palavra do e no mundo, a palavra em seu contexto – que é histórico, cultural, social – e, depois, explica-se como ela, em sua estrutura grafofonêmica, funciona; ou seja, como se faz para lê-la e escrevê-la. Dessa forma, a palavra possui sentido para o educando, que passa a querer aprendê-la porque compreende que, para ser pessoa de direito no mundo, ativa e não passiva, interferidora (em âmbito individual e coletivo), é preciso dominar a substância da palavra em sua totalidade, que não é só fonológica, morfológica, sintática, mas é também semântica, estilística, pragmática.
Em Paulo Freire, a alfabetização se expressa como conjunto de conhecimentos sobre a linguagem e é reflexão e ação, não apenas uma teoria ou um método. O ensino da língua, em sua complexidade, precisa se dar na relação dialógica que se estabelece entre educadores e educandos. Dessa maneira, tem potencialidade para levar à conscientização, porque tem um conteúdo programático, um problema da sociedade a ser pensado. Justamente por esse conteúdo, o ensino da língua começa com os “Círculos de Cultura” (FREIRE, 1983), ou seja, nos momentos em que, dialogicamente – em interação democrática e horizontal dos educadores com os educandos–, temas relevantes da sociedade contemporânea são discutidos, tendo como primeira fonte indutora da reflexão a “palavra geradora”, que depois vai ganhando forma de “tema gerador”.
Como bom professor, pensando em uma metodologia de fazer a alfabetização dialógica, Freire (1983) criou uma parte metodológica para seu sistema de alfabetização (parte de sua teoria da linguagem), que ficou conhecida como “Método Paulo Freire”. A parte mais significativa desse método – e que, acreditamos, ainda é pouco empregada nas escolas brasileiras – é a tomada da palavra como “palavra geradora” (FREIRE, 1983), como aquela que se expressa como base da reflexão e da ação, porque é capaz de “gerar” a reflexão crítica sobre as coisas do mundo e sobre nossa própria posição nele. Começa primeiro, portanto, com a pesquisa do universo vocabular do educando, que se faz de forma participante e, mais do que isso, é uma busca pela compreensão sobre a “leitura de mundo” dos alunos, para que o educador seja capaz de desenvolvê-la por meio da ampliação das atividades de “leitura da palavra – leitura do mundo” (FREIRE, 1983; FREIRE; MACEDO, 2013).
Com uma “educação verdadeira” de língua – “verdade” que se dá no ensino da língua materna em sua complexidade – o educando compreende melhor como as coisas do mundo se constituem, inclusive a si próprio. Trata-se de uma educação que se presta à conscientização, não é manipulação: é a maneira ética de ensinar ao educando não só os saberes científicos em forma puramente técnica, mas como eles se constituem e a partir de quais e para quais contextos. Nesse sentido, o diálogo-dialógicofreiriano quer garantir que as diferentes opiniões sejam igualmente ouvidas e avaliadas com base na validade da argumentação, que se dá nos saberes que apresenta, na capacidade de coerência entre fala e ação e na promoção de consensos por meio da unidade na diversidade (FREIRE, 2005, p. 89-139; 191-213).
Mello, Roseli Rodrigues de e Oliveira, Cristiane Fontes de. ATUALIDADE DE PAULO FREIRE E A ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DO CAMPO. Educação & Sociedade [online]. 2021, v. 42 [Acessado 25 Novembro 2021] , e255019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/ES.255019>. Epub 08 Nov 2021. ISSN 1678-4626. https://doi.org/10.1590/ES.255019.
1. Explique resumidamente a diferença entre a atitude dialógica e a atitude antidialógica na alfabetização segundo o pensamento de Paulo Freire.
Atitude dialógica é um elemento constitutivo da linguagem, “alfabetização emancipadora”, enquanto a atitude antidialógica é característica das elites dominadoras, “alfabetização da sujeição”.
2. Explique por que a linguagem tem um papel importante no pensamento de Paulo Freire.
Pois o diálogo produz entendimentos, saberes e fazeres.
3. Identifique o critério apontado no texto para a seleção das primeiras palavras que serão ensinadas no processo de alfabetização.
As palavras a serem primeiramente ensinadas devem se referir às temáticas da atualidade, promovendo o desenvolvimento da compreensão crítica sobre as coisas do mundo.
4. Aponte o elemento central do chamado “Método Paulo Freire”, segundo o texto.
Palavra geradora, que é aquela capaz de gerar reflexão crítica sobre as coisas do mundo e sobre nossa própria posição nele.
5. Indique a que se referem as palavras sublinhadas no fragmento abaixo.
Contar sua realidade e analisá-la juntamente com o educador é o próximo passo para o qual educandos são convidados.(4º parágrafo)
Sua – refere-se aos educandos.
La – refere-se a realidade.
6. Justifique o emprego das vírgulas nos fragmentos abaixo.
a.[...] cabe a educadores, sabedores da língua e do seu ensino, selecionar um conjunto de palavras [...] (4º parágrafo)
Entre vírgulas está uma explicação da palavra anterior, no caso, educadores. Um aposto.
b.[...]mas é também semântica, estilística, pragmática.(4º parágrafo)
A vírgula está separando as palavras.
7. Preencha a lacuna em cada reescrita do fragmento abaixo, em conformidade com a norma padrão.
Dessa maneira, tem potencialidade para levar à conscientização. (5º parágrafo)
a.Dessa maneira, tem potencialidade para levar à uma compreensão crítica da realidade.
b.Dessa maneira, tem potencialidade para levar a atitudes transformadoras.
8. No fragmento abaixo, o emprego da pessoa gramatical nós confere ao texto um tom pessoal. Reescreva o fragmento, empregando um recurso para torná-lo impessoal e mantendo o mesmo sentido.
O outro tipo de alfabetização, que consideramos “alfabetização da sujeição” [...] (2º parágrafo)
Outro tipo de alfabetização que é considerada é “alfabetização da sujeição” [...]
9. Aponte o sobrenome do estudioso que foi coautor, com Paulo Freire, de um trabalho citado no artigo.
Macedo.
10. Explique o que significam os números entre parênteses nos seguintes trechos do artigo:
a.Para Freire (1983; 2005; 2013; 2014) [...] (início do segundo parágrafo)
1983, 2005, 2013, 1014 – trabalhos do mesmo autor publicado em diferentes anos.
b.[...] (FREIRE, 2005, p. 89-139; 191-213). (fim do último parágrafo)
2005 – ano de publicação, 89-139, 191-213 – as páginas.

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