Buscar

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Sobre conceito de SUJEITO

Prévia do material em texto

RESUMO
A presente pesquisa, bibliográfica, tem como objetivo apresentar o conceito da palavra SUJEITO para a Psicanálise.
Porém para uma melhor compreensão, veremos o significado da palavra SUJEITO, segundo o dicionário Aurélio, conforme o dicionário de Psicologia APA, sob o ponto de vista Psicanalitico utilizaremos o Dicionário de Psicanalise de Elisabeth Roudinesco e Michel Plon e concluímos com uma explanação do Dr. Lucas Napoli, respondendo a seguinte pergunta: Por que Lacan disse que o sujeito é o que um significante representa para outro significante?
Palavras-chave: Sujeito, Lugar vazio, Significante, Outro.
ABSTRACT
This bibliographic research aims to present the concept of the word SUBJECT for Psychoanalysis.
However, for a better understanding, we will see the meaning of the word SUBJECT, according to the Aurélio dictionary, according to the APA Psychology dictionary, from the Psychoanalytic point of view we will use the Psychoanalysis Dictionary by Elisabeth Roudinesco and Michel Plon and conclude with an explanation by Dr. Lucas Napoli, answering the following question: Why did Lacan say that the subject is what a signifier represents for another signifier?
Keywords: Subject, Empty place, Significant, Other.
INTRODUÇÃO
Segundo Mini dicionário online Aurélio, a palavra sujeito deriva do latim subjectu, “posto debaixo”. 
Como adjetivo pode apresentar entre outros significado súdito, escravizado, cativo, que se sujeita à vontade dos outros, obediente, dócil.
Como substantivo masculino indivíduo indeterminado, ou cujo nome se quer omitir, como também pode ser usado como um indivíduo que não se nomeia ( exemplo: É um sujeito sem moral.).
No sentido filosófico o dicionário considera sujeito como o indivíduo real, que é portador de determinações e que é capaz de propor objetivos e praticar ações. E também na relação de conhecimento , o correlato objeto, isto é, o que conhece, em oposição ao que é conhecido: o pensamento, a percepção, a intuição. E também como agente, fonte de atividade.
No aspecto jurídico, como titular de um direito, cada uma das pessoas vinculadas a uma relação jurídica.
O dicionário de Psicologia da APA, 2010 , define como sujeito o indivíduo humano ou animal não humano que toma parte de uma experiência ou estudo de pesquisa e cujas respostas ou desempenho são relatados ou avaliados. Participante é agora frequentemente o termo preferido para indivíduos humanos, porque a palavra “sujeito” é despersonalizante e sugere passividade e submissão por parte do participante na experiência.
Também apresenta sujeito sob o aspecto da linguística como, o termo principal em uma oração ou sentença sobre a qual alguma coisa é dita (comparar com predicado). O sujeito é geralmente (mas nem sempre) o agente principal da ação e pode geralmente ser identificado como o termo cujo número e pessoa regem a forma do verbo principal.
Como sujeito da consciência , define o dicionário APA mencionado, como o ego observador, o “EU”, ou a subjetividade de um indivíduo.
Segundo Roudinesco, Elisabeth, Dicionário de psicanálise, 1998, p 742, o termo SUJEITO, corrente em psicologia, filosofia e lógica. É empregado para designar ora um indivíduo, como alguém que é simultaneamente observador dos outros e observado por eles, ora uma instancia com a qual é relacionado um predicado ou um atributo.
Segundo Roudinesco, em filosofia desde René Descarte (1596-1650) e Immanuel Kant (1724-1804) até Edmundo Husserl (1859-1938), o sujeito é definido como o próprio homem enquanto fundamento de seus próprios pensamentos e atos. É pois, a essência da subjetividade humana, no que ela tem de universal e singular. Nesta acepção, própria da filosofia ocidental, o sujeito é definido como sujeito do conhecimento, do direito ou da consciência, seja essa consciência empírica, transcendental ou fenomênica.
E em Psicanalise, segundo a autora, Sigmund Freud empregou o termo, mais somente Jacques Lacan, entre 1950 e 1965, conceituou a noção lógica e filosófica do sujeito no âmbito de sua teoria do significante, transformando o sujeito da consciência num sujeito do inconsciente, da ciência e do desejo. 
Foi em 1960, em “Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano”, que Lacan apoiando-se na teoria saussuriano do signo linguístico, enunciou sua concepção da relação do sujeito com o significante: “Um significante é aquilo que representa o sujeito para outro significante”.
O Dr.Lucas Napoli, Artigo Por que Lacan disse que o sujeito é o que um significante representa para outro significante?, 2012, analisa a relação que existe entre sujeito e significante, para responder a essa pergunta. 
Assim, este autor, analisa o Sujeito como lugar vazio, pois o conceito de sujeito para as ciências humanas, “comporta uma diversidade de interpretações e definições”. E no campo filosófico de Descartes, tudo o que diz a respeito de alguém pode ser colocado em dúvida pelo proprio sujeito.
Assim sendo, o autor demonstra como Lacan articula a noção de sujeito à de significante, considerando que o sujeito é como lugar vazio, ou seja não possui substância, seu valor significante depende da relação com outros significantes na cadeia linguistica, isto quer dizer relações contidas com os outros. 
O Dr.Lucas então reformula o enunciado de Lacan :“Um significante é aquilo que representa o sujeito para outro significante” para “o sujeito é aquilo que um significante representa para o outro significante” em outras palavras: “eu sou aquilo que um significante representa para outro significante”
E o autor conclui “Dito de modo mais simples e direto, o que Lacan pretende expressar com sua fórmula é a tese de que nós, nossos desejos, nossos projetos, nossas concepções sobre a vida, nossos amores, enfim, tudo o que decorre de nós estaria na dependência do discurso do Outro”. 
CONCLUSÃO:
Como vimos nas definições abordadas, o que nos chama a atenção que o termo sujeito, transita de um adjetivo que significa súdito, escravizado, cativo, que se sujeita à vontade dos outros, para um substantivo, ou seja um indivíduo indeterminado, cujo nome se quer omitir, como também pode ser usado como um indivíduo que não se nomeia. Neste dois aspectos tanto como adjetivo como substantivo, vemos em destaque o sujeito como escravizado, como o que não se nomeia, portanto alguém sem identidade, sem personalidade própria, sem subjetividade.
	No sentido jurídico, já começa a ter uma identificação, uma personalidade detentora de algum direito.
	No sentido da filosofia já como autor de seus próprios pensamentos e atos, com sua subjetividade, sujeito do conhecimento e da sua consciência.
	E finalmente para a Psicanálise, a partir de Freud e melhor elaborado por Lacan, o sujeito é entendido como o significante do outro, transformando o sujeito da consciência num sujeito do inconsciente, da ciência e do desejo. Conforme Lacan “Um significante é aquilo que representa o sujeito para outro significante.”, ou seja o sujeito passa a depender de como o outro o vê, isto nos dias atuais é bem notório nas redes sociais, quando o sujeito depende dos likes para se auto-afirmar como sujeito detentor do seu eu, e como que em busca de sua própria identificação com o eu real que lhe escapa. Como se o sujeito precisasse da aprovação do outro para saber quem ele é, ou seja para se encontrar como detentor de sua própria vida. E este é o perigo, pois o sujeito pode se perder, sem saber quem é, pois depende o outro. Por isso é preciso fazer o caminho inverso, para saber que sujeito sou eu, preciso olhar para dentro de mim e não para fora, pois posso me perder em conceitos e significantes dados por olhar estranho de outros.
REFERENCIAS:
Roudinesco, Elisabeth; Plon, Michel. Dicionário de psicanálise, tradução Vera Ribeiro, Lucy Magalhaes; supervisão da edição brasileira Marco Antonio Coutinho Jorge-Rio de Janeiro:Zahar, 1998.
5ª edição do Dicionário Aurelio da Lingua Portuguesa, 2010, Regis Ltda.
Dicionário de psicologia da APA/ Gary R.VandenBos,organizador; tradução Daniel Bueno, Maria Adriana Verissimo Veronese, Maria Cristina Monteiro; revisão técnica Maria Lucia Tiellet Nunes, Giana
https://lucasnapoli.com/confraria-analitica
https://lucasnapoli.com/2012/07/30/por-que-lacan-disse-que-o-sujeito-e-o-que-um-significante-representa-para-outro-significante/#:~:text=%E2%80%9CO%20significante%20produzindo%2Dse%20no,197).
Betencourt Frizzo, Porto Alegre; Artmed 2010.