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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO ALECXANDER BONESSI - 2142718 BRUNA NAYARA SOUZA - 1908862 JOÃO VICTOR RAMALHO - 1704285 RENAN BARBOSA -1906365 VIVIANE MONTEIRO - 1908534 RESENHA CINEMATOGRÁFICA: ERIN BROCKOVICH – UMA MULHER DE TALENTO Direito Civil III – Contratos - Atividade N1 Turma - DIR192N01 - Grupo 01 Orientadora: Myriam Benarros Clementoni MANAUS 2021 2 ERIN Brockovich, uma mulher de talento. Direção: Steven Soderbergh, 2000. NETFLIX. (130 minutos) O filme conta a história de Erin Brockovich, uma mulher americana, mãe de três filhos, que se envolve em um primeiro momento num acidente de trânsito, o qual não deu causa, vai à procura de um Escritório de Advocacia, pois sente que os seus direitos foram lesados e contrata os serviços do Advogado Ed Masry, que recorre pleiteando na justiça danos materiais para tentar resolver o impasse, nasce aí a ação judicial, entra com um processo contra o causador do acidente. Apesar de ser a vítima de toda a situação, Erin acaba perdendo a causa -, ela sucumbe na lide, pois o advogado do motorista responsável pelo acidente alega que seu cliente, um médico que trabalha atendendo os pacientes da cidade, é um homem de índole impecável, que trabalha para o bem da sociedade, enquanto ela, por ser mãe solteira, saindo do segundo divórcio e estar desempregada, e por ter o linguajar não apropriado no tribunal e quanto ao seu comportamento desviante do que se constrói enquanto padrão, buscava meios de conseguir dinheiro às custas de qualquer pessoa. Surge então o primeiro dilema ético do filme, onde o juiz e o júri ignoram todos os fatos que apontam que o real causador do acidente havia sido o médico, mesmo este agindo com uma conduta negativa voluntária de avançar em alta velocidade e ultrapassar o sinal vermelho. Fazendo uma análise da situação em tela, e mesmo tendo como norte o Precedente Histórico da Responsabilidade Civil, encontramos no direito romano a Lex Aquilia, que serviu de base para a responsabilidade civil delitual ou extracontratual, inserindo a ideia de reparação do dano sofrido; onde se obteve a primeira visão de jurispruência romana, com efeito, regulava ela à injúria que para o direito romano, seu significado é a violação de um direito, ato ilícito, a deteriorização da coisa alheia. Podemos então conceituar que a Responsabilidade Civil é o dever de reparar os danos provocados numa situação onde determinada pessoa sofre prejuízos jurídicos como consequência de atos ilícitos praticados por outrem. Retomando os fatos e trazeno à baila o ordenamento Jurídico do Novo Código Civil Brasileiro -da conduta praticada pelo médico, tendo nesta ação elemento constitutivo da responsabilidade, como o nexo causal que liga a conduta do agente e o resultado danoso; evidenciado pela conduta ilícita do agente em uma relação de causa e efeito, o ato ensejador da responsabilidade seja a causa do dano e que o prejuízo sofrido pela vítima seja em decorrência desses pressupostos, observamos no caso em tela os 3 elementos que responsabilizam o agente – o médico – quanto à Responsabilidade Civil Subjetiva – Extracontratual - Aquiliana tem como principais dispositivos legais os arts. 159 do Código de 1916, e os arts. 186 e 927 do Novo Código Civil (lei 10.406, de 10/01/02) - preconiza o art.186 do Novo Código Civil - “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Desta forma, restou configurado o ato ilícito causado pelo médico gerando o dever de indenizar, como estabelece o art. 927 do Novo Código Civil o dever de indenizar, in verbis: “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obriga do a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” A história segue mostrando que após o julgamento, Erin começa a trabalhar no escritório do advogado que a representava na causa anterior. Apesar de não possuir nenhum tipo de benefício ou garantia trabalhista como os outros funcionários do escritório, o advogado reluta em contratar sua antiga cliente, atribuindo a ela as tarefas de menor importância. Nesse cenário, é notável que existe uma situação irregular com relação ao modo como é encarado o trabalho desempenhado pela protagonista, que tem de abrir mão de todos os benefícios que tem direito como funcionária e se vê obrigada a aceitar apenas um salário menor do que aquele recebido por funcionários antigos. Assim, no desempenho de suas funções, entre arquivos e processos, Erin descobre um processo de compra e venda no qual constam exames médicos. Intrigada com a relação entre os exames médicos e um procedimento de venda de um imóvel, ela começa a questionar investigar o caso e descobre que uma eminente empresa de gás e eletricidade – Pacific Gás and Eletric – estava envolvida na contaminação do meio ambiente de determinada região, visto que, negligentemente e, despejava no solo e na água um composto químico extremamente prejudicial à saúde, o cromo hexavalente. A contaminação da água originou diversos problemas de saúde nos moradores da região. Algumas pessoas sofreram tão somente problemas respiratórios, outros contraíram, inclusive, câncer. Após sua descoberta, Erin dedica seu tempo a colher provas e, devido à sua assessoria, o pequeno escritório no qual trabalha move uma ação sem precedentes nos Estados Unidos, e consegue vencer a lide, conseguindo cerca de 330 milhões em 4 indenizações para os litigantes – tendo cada qual recebido sua parte de acordo com a extensão do dano sofrido. Quanto à Responsabilidade Objetiva o elemento culpa é absolutamente desprezado, pois bastará ao lesado provar o nexo de causalidade entre o dano que experimentou e ato do agente que o causou para fazer surgir a obrigação de indenizar. Os pressupostos da responsabilidade civil por danos ambientais são, basicamente: a existência de atividade de risco para a saúde e o meio ambiente; o dano ou risco de dano, efetivo ou potencial; o nexo de causalidade entre a atividade e o resultado lesivo. Não são admitidas excludentes de responsabilidade, que seriam meras condições do evento, tampouco a cláusula de não indenizar. Observa-se, por conseguinte, que o novo Código faz expressa remissão à responsabilidade objetiva no referido art. 927. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Art.187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por consequência, a referida empresa perdeu a ação judicial e foi obrigada a reverter os danos causados com o pagamento de US$ 333 milhões de dólares para 648 pessoas contaminadas com o cromo 6, todavia, os danos sofridos por essa população são irreversíveis. O filme é bastante interessante, pois, apesar de possuir uma dramatização, possui um conteúdo significativo capaz de aumentar percepção das pessoas em relação às práticas utilizadas por grandes corporações, sobretudo, aquelas que têm em suas atividades a exploração do meio ambiente.O filme traz também um alerta em relação à responsabilidade civil e social, uma vez que a protagonista não se mostra preocupada apenas com os números, mas sim com os danos irreversíveis causados, visto que, quantia alguma seria capaz de revertê-los, mas ajudaria no tratamento das pessoas. 5 Referências CALIXTO, Marcelo Junqueira; A culpa na responsabilidade civil: estrutura e função. Rio de Janeiro: Renovar, 2008. SCHREIBER, Anderson; Novos paradigmas da responsabilidade civil: da erosão dos filtros da reparação à diluição dos danos. São Paulo: Atlas, 2007. STOLZE, Pablo Gagliano; PAMPOLNA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: Responsabilidade Civil. 7 ed. Volume III. São Paulo: Saraiva, 2009. STOLZE, Pablo Gagliano; PAMPOLNA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. Parte Geral, 2012; Id. Manual de Direito Civil. Volume Único. São Paulo: Saraiva. 2017. BARRETO, Raimundo S. Lourido; Apontamentos de Direito Civil III, 2018.