Buscar

USF_EAD_GestÃo_de_custos_industriais_completo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

3
4
Título livro
WAGNER LUIZ VILLALVA
FORMANDO
MULTIPLICADORES 
DO BEM
EDUCANDO 
PARA A PAZ
GESTÃO DE 
CUSTOS INDUSTRIAIS
G
E
S
T
Ã
O
 D
E
 C
U
S
T
O
S
 IN
D
U
S
T
R
IA
IS
GESTÃO DE CUSTOS INDUSTRIAIS
2021
Wagner Luiz Villalva
PRESIDENTE 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
DIRETOR GERAL 
Jorge Apóstolos Siarcos 
REITOR 
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM 
VICE-REITOR 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO 
Adriel de Moura Cabral 
PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 
Dilnei Giseli Lorenzi 
COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD 
Renato Adriano Pezenti
GESTOR DO CENTRO DE SOLUÇÕES EDUCACIONAIS - CSE
Fernando Rodrigo Andrian
CURADORIA TÉCNICA
Mauricio Soares de Carvalho
CURADOR INSTITUCIONAL
Tadeu Vaz Pinto Pereira 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
Daniela Mandú
 REVISÃO ORTOGRÁFICA
Jairo Bastos
PROJETO GRÁFICO
Impulsa Comunicação
DIAGRAMADORE
Lucas Ichimaru Testa
CAPA
Lucas Ichimaru Testa
© 2021 Universidade São Francisco
Avenida São Francisco de Assis, 218
CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA 
FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – 
ORDEM DOS FRADES MENORES
WAGNER LUIZ VILLALVA
Wagner Villalva é especialista financeiro, contábil e tributário. Trabalhou na Área Finan-
ceira como Coordenador do Recebimento Contábil. Atua na área tributária a 35 anos, 
sendo 32 anos em Multinacional Americana, é consultor financeiro, Tributarista, especia-
lista em HP 12C, professor universitário - MBA e palestrante de assuntos pertinentes a 
Área Financeira, Motivacional e, Gerenciamento de custos. Formado em Ciências Con-
tábeis pela PUC Campinas, Especialização em Controladoria Auditoria e Contabilidade 
pela PUC Campinas – Modulo especifico em Matemática Financeira pela UNICAMP – 
Cursos Tributários a nível Brasil. Ministrou uma entrevista na revista Exame do mês de 
Junho/13. Possui vários artigos em jornais e revistas dentre eles “Como sair desta Crise”, 
“O comportamento do Brasileiro no Natal de 2015” e “A mudança de comportamento do 
Brasileiro com a crise econômica”. Teve seu livro “Competências Profissionais” lançado 
em Dezembro/2015 e habilidades gerenciais lançado em julho de 2017. Teve em 2017 
mais dois livros com os temas: Planejamento Financeiro ligado a Qualidade de Vida e A 
Legislação Tributária a favor das Organizações. Ministrou palestras para empresários em 
vários estados brasileiros sobre redução de custos. Ministrou entrevistas a Rede Bandei-
rantes e Rede Família sobre o comportamento financeiro do Brasileiro.
O AUTOR
SUMÁRIO
UNIDADE 01: FUNDAMENTO DE CUSTOS INDUSTRIAIS ................................6
1. Fundamentos da contabilidade de Custos Industriais: Gastos, Custos, 
Investimentos, Depreciação, Perdas e Produtividade .............................................8
2. Custos de Materiais Diretos, Mão de Obra Direta, Custos Indiretos de Fabricação ..18
3. Custeio por absorção ..........................................................................................20
4. Custeio em ABC e Custeio Variável ....................................................................23
UNIDADE 02: MODELOS DE CUSTOS .................................................................38
1. O custo dos Materiais Diretos: Perdas/Subprodutos/Sucatas/Material auxiliar 
de produção ...........................................................................................................39
2. O custo da mão de obra direta e indireta: Salários/Encargos/Benefícios ...........45
3. Custo de estoque: Matéria-prima/Materiais em elaboração/Produto acabado ......53
4. Modelo de custo industrial por rateio e por centro de custo ...............................60
UNIDADE 03: CUSTO-PADRÃO, VARIÁVEL, DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO 
E EXAUSTÃO ...........................................................................................................66
1. Custo-Padrão x Custo Apurado ...........................................................................67
2. Depreciação de máquinas e equipamentos ........................................................78
3. Amortização .........................................................................................................87
4. Exaustão .............................................................................................................89
UNIDADE 04: BLOCOS K, BLOCO H, LEAN MANUFACTURING E GERENCIA-
MENTO DE CUSTOS INDUSTRIAIS ......................................................................94
1. Bloco K ................................................................................................................96
2. Bloco H ................................................................................................................104
3. Manufatura enxuta – o modelo de custos na Filosofia Lean ...............................106
4. A importância de se conhecer e gerenciar seus custos variáveis industriais ......117
Fundamento de Custos Industriais
6
1 UNIDADE 1
FUNDAMENTO DE CUSTOS INDUSTRIAIS
INTRODUÇÃO 
Esta unidade abordará os seguintes tópicos: fundamentos da contabilidade de custos 
industriais: gastos, custos, investimentos, depreciação, perdas e produtividade; custos 
de materiais diretos, mão de obra direta, custos indiretos de fabricação; custeio por 
absorção; e, por fim, custos em ABC e custeio variável direto.
Nesta obra, será realizado o estudo sobre os custos industriais, mas, antes de iniciá-lo, 
é fundamental entender a importância de custos industriais após a Revolução Industrial. 
Até a Revolução Industrial, no século XVIII, as atividades contábeis abarcavam apenas 
a análise e o gerenciamento do estoque físico nas empresas comerciais, ou seja, era 
meramente um controle do que entrava e do que saía da empresa: o contador levantava 
o estoque físico e, por meio de dedução, apurava o custo da mercadoria vendida (CMV 
= estoque inicial + compras - estoque final). Com a Revolução Industrial e com o surgi-
mento de máquinas e manufaturas, os processos precisavam ser controlados, os custos 
deveriam ser mensurados, era necessário transformar em valores o que resultava da 
produção industrial. 
A partir do século XVIII, com o surgimento de máquinas, linha de produção e maté-
rias-primas, material secundário, custos indiretos de fabricação; a apuração de custos 
deveria ser mais detalhada, refletindo em acompanhamentos e gerenciamentos dos 
custos incorridos em um processo produtivo, pois, além das compras, começaram 
aparecer novos valores, novos ingredientes para atribuir aos estoques, como a mão 
de obra utilizada na produção custos indiretos de fabricação e outros. Com o advento 
das indústrias, novos critérios de avaliação surgiram e o controle passou a ser visto 
de uma maneira diferenciada. 
Diante disso, pode-se perceber que a Revolução Industrial foi o ponto crucial para a 
introdução do controle e gerenciamento de custos em uma organização. Com ela se ini-
ciou a contabilidade de custos, que se trata da contabilidade fundamentada no controle 
e no gerenciamento de custos em um processo produtivo com a finalidade de detectar 
e mensurar gastos, custos incorridos no processo produtivo, ou seja, a partir da conta-
bilidade de custos se inicia o controle do processo produtivo. 
7
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Com a necessidade de se mensurar ganhos no processo produtivo, a contabilidade de 
custos tomou corpo, analisando e reconhecendo todo o processo de ganhos, perdas e 
aprimorando e qualificando o processo.
Já com o aumento dos negócios Pós-Revolução Industrial, as informações de custos 
se tornaram relevantes e essenciais para o processo de tomada de decisão gerencial, 
além de medir e controlar os custos incorridos nos estoques fabris das empresas.
A Revolução Industrial intensificou o trabalho da contabilidade, pois o sistema de produção 
em série, com vários trabalhadoresenvolvidos no processo, trouxe o desafio de precificar 
as atividades de fabricação com recursos diferentes em meio a uma variedade de recursos 
utilizados para a obtenção do produto final (MARTINS, 2010, p. 45).
Nesta obra, ainda, abordaremos assuntos pertinentes a toda movimentação em uma 
linha de produção e a terminologia de custos e sua relevância no processo produtivo. 
Posteriormente, analisaremos o que são custos de materiais diretos e mão de obra 
direta; demonstraremos o que são custos indiretos de fabricação e a importância do seu 
gerenciamento; e apresentaremos o que são as despesas. 
Por fim, essa unidade será encerrada discorrendo sobre os métodos de custeio, como 
o custeio por absorção, custeio ABC e custeio variável e a aplicação de suas metodolo-
gias em um processo produtivo.
Reflita: será que os custos industriais são considerados relevantes para uma empresa 
fabril? A resposta é sim, no momento da formação de um preço de venda, a nascente 
da informação parte do custo unitário de fabricação e, se esse custo unitário não esti-
ver próximo da realidade da empresa, poderá causar distorções negativas, provocando 
perdas e/ou erro de análise gerencial. 
Caso o custo unitário de um determinado produto seja mensurado erroneamente para 
baixo de seu valor real, seu preço de venda refletirá em um valor baixo, a demanda de 
vendas será alta, porém sem o retorno financeiro para a empresa, o que poderá torná-la 
insolvente ao longo do tempo. 
No entanto, caso um custo unitário de um determinado produto seja mensurado er-
roneamente acima de seu valor real, seu preço de venda refletirá em um valor alto, a 
demanda de vendas será baixa e as mercadorias ficarão paradas nas áreas de vendas 
ou, até mesmo, na área de estoque de produto acabado. Observe que o material parado 
na prateleira por um certo tempo, significa que a empresa já pagou o seu fornecedor de 
insumos, a mão de obra direta e indireta, a energia elétrica, entre outros custos e ainda 
não obteve retorno financeiro pela venda do produto, o que poderá levar a empresa à 
insolvência ou à morte. 
Prezado estudante, essa obra o colocará dentro de uma empresa em uma planta fabril, 
conhecendo, absorvendo e praticando a metodologia de custeio e o conhecimento tá-
cito de um processo produtivo e os ingredientes necessários para que se ocorra esse 
processo. Neste estudo, perceba a importância do gerenciamento de custos industriais 
de uma organização.
Fundamento de Custos Industriais
8
1 1. FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS INDUSTRIAIS: 
GASTOS, CUSTOS, INVESTIMENTOS, DEPRECIAÇÃO, PERDAS 
E PRODUTIVIDADE
Com a concorrência mais acirrada e com consumidores exigindo produtos de qualidade 
a um valor cada vez menor, as organizações se sentem obrigadas a buscar a redução 
de custos e despesas, com o objetivo de que essas reduções se reflitam nos preços de 
vendas e, consequentemente, eles se tornem mais atraentes no mercado, sendo assim 
absorvidos pelos consumidores. 
Para isso, há a necessidade de que as empresas gerenciem adequadamente e com cui-
dado o seu processo produtivo e busquem reduzir ao máximo seus custos industriais. 
Por sua vez, essa redução poderá ocorrer desde o momento da compra de insumos 
(matéria-prima, embalagem e material secundário) até o final do processo produtivo.
Em uma empresa industrial, todos os recursos consumidos na fabricação dos produtos 
são considerados custos, como a energia elétrica da fábrica, a depreciação das máqui-
nas do processo produtivo, o salário do pessoal da produção, os insumos, entre outros 
custos (BORINELLI; PIMENTEL, 2017, p. 58).
Nesse contexto, vale ressaltar que o processo produtivo ocorre nas empresas de trans-
formação, ou seja, nas indústrias onde há transformação da matéria bruta (matéria-
-prima) em um produto acabado (produto final). Você pode estar se perguntando: no 
comércio ou em uma empresa prestadora de serviço não existem custos? A resposta é 
sim, porém, esses custos são vistos de uma maneira diferente (Figura 1).
INDÚSTRIA
COMÉRCIO
EMPRESA 
PRESTADORA 
DE SERVIÇO
É considerado custo todo gasto 
direcionado à produção, como: 
insumos, mão de obra direta e 
indireta, compra de peças de 
máquinas e outros. 
É considerado custo todo gasto 
direcionado à atividade da em-
presa, como: a compra do pro-
duto e o frete, se houver, refe-
rente à aquisição de um produto 
para revenda.
É considerado custo todo gasto 
direcionado à atividade da em-
presa, como: o salário do pres-
tador do serviço, como a compra 
de materiais utilizados para pres-
tação de serviço.
Figura 01. Custos nas indústrias, comércios e empresas prestadoras de serviços
Fo
nt
e:
 e
la
bo
ra
da
 p
el
o 
au
to
r. 
9
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Fo
nt
e:
 e
la
bo
ra
da
 p
el
o 
au
to
r. 
1.1 CUSTOS E DESPESAS
Antes de analisar a terminologia de custo, deve-se entender a diferença entre custos e despe-
sas, pois, caso a compra de algum material seja classificada indevidamente, isso pode acar-
retar problemas para a empresa no seu demonstrativo contábil, o qual será analisado adiante.
Como o foco deste estudo se refere aos custos, nesta unidade, você verá de uma forma 
transparente a diferença entre custos e despesas, geralmente, decorrentes nas indústrias.
CUSTO
DESPESAS
Todo gasto direcionado para atividade 
principal da empresa. 
Todo gasto direcionado às áreas: ad-
ministrativa, vendas e outras áreas 
não relacionadas à produção.
Figura 02. Diferença de Custos e Despesas
Para compreender a diferença de custos e despesas, analisaremos uma parte da estru-
tura da empresa Alpha, uma pequena indústria de produtos de limpeza e verificaremos 
a classificação de custos ou despesas.
Quadro 01. Mensuração de custos e despesas
ESTRUTURA CUSTOS/ DESP. DESCRIÇÃO
Matéria-prima consumida. Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Consumo de energia elétrica na fábrica. Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Mão de obra direta. Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Consumo de combustível. em empilhadeiras Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Consumo de telefone na administração. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Salário do pessoal do faturamento. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Depreciação das máquinas da fábrica. Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Tempo ocioso do pessoal na fábrica. Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Consumo de materiais limpeza (em vendas). Despesas Gasto ligado diretamente à área de vendas.
Salário do pessoal da contabilidade. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Honorários Administrativos. Despesa Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Honorários do Diretor Industrial. Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Consumo de embalagens. Custos Gasto ligado diretamente à produção.
Tarifas bancárias. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Encargos financeiros (juros pagos a 
fornecedores). Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Energia elétrica na administração. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Manutenção no escritório administração. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Depreciação de móveis do escritório. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Aluguel da parte administrativa. Despesas Gasto ligado diretamente à área administrativa.
Fonte: elaborado pelo autor.
Fundamento de Custos Industriais
10
1 A separação de custos e despesas elaboradas pela organização é tão importante que 
as empresas possuem em sua portaria um gráfico, em formato de pizza, denotando a 
relação percentual de sua área produtiva e administrativa.
A empresa Alpha possui na entrada de sua portaria o mapa demonstrado na figura a seguir.
Figura 03. Gráfico referente a separação do pátio fabril e administração em m2.
Área total da empresa em m2
20%
80%
Produção
Administração
Fo
nt
e:
 e
la
bora
da
 p
el
o 
au
to
r. 
Na Figura 3, observe que a empresa está mostrando em percentual a sua área admi-
nistrativa e a sua área fabril em m2. Essa separação se faz necessária, pois todos os 
gastos são direcionados para cada área e setor, por exemplo:
Se a empresa comprar material de papelaria para a área administrativa, isso será 
uma despesa.
 Se ela comprar matéria-prima, material de embalagem, peças para máquinas ou qual-
quer outra mercadoria para a produção, isso será um custo.
Caso a empresa possua somente um relógio de força, como é o caso da empresa Al-
pha, o valor deverá ser rateado. Nesse sentido, suponha que o valor da conta de ener-
gia elétrica da empresa Alpha seja de R$ 80.000,00. 
EXEMPLO
Total de R$ 80.000,00, sendo que a administração representa 20%, logo, R$ 16.000,00.
Por outro lado, como a produção representa 80%, logo, isso resulta em R$ 64.000,00.
Uma das grandes vantagens da separação é que a empresa poderá tomar o crédito de 18% 
do ICMS (Imposto de Circulação de mercadorias e Serviços) referente a parte produtiva, 
crédito permitido pela legislação do ICMS (Lei Complementar 102/12), logo, a empresa ob-
terá o crédito de R$ 11.520,00 (18% de R$ 64.000,00), reduzindo o seu custo de produção.
11
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Segundo Martins (2007, p. 34-35): “Deve-se lembrar que hoje incide ICMS sobre outros 
custos de produção que não materiais, como a energia elétrica, combustíveis etc.”. 
1.2 CONCEITOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade responsável pelo levantamento de dados na área produtiva é a contabi-
lidade de custos. A contabilidade de custos é uma ferramenta que dará suporte ao ges-
tor no gerenciamento de custos da organização, acompanhando o processo produtivo 
e mensurando todos os gastos ocorridos no processo. 
Além de contribuir na definição do resultado em função na contabilidade financeira, a 
contabilidade de custos tem uma relação direta com a contabilidade gerencial, a fim de 
suportar as decisões da organização com informações que sejam úteis para responder 
questões como: quanto produzir, qual produto enfatizar, se é ou não rentável continuar 
produzindo determinado produto, se a empresa deve produzir internamente ou comprar 
de um fornecedor, entre outras questões. 
Nesse contexto, se fazem necessários alguns conceitos compreendidos pela contabili-
dade de custos:
Gasto
Despesas 
De acordo com a contabilidade, entende-se por gastos os valores dispendidos pela organi-
zação. Esses gastos ocorrem por causa da necessidade da empresa em adquirir produtos, 
pagar funcionários, pagar prestadores de serviços, entre outros. O gasto poderá ocorrer na 
administração com a compra de material de papelaria ou com o combustível no carro do 
vendedor, nesses casos, considera-se como despesas. Os gastos também poderão ocorrer 
na compra de matéria-prima, material de embalagem, peças de manutenção das máquinas, 
enfim, gastos na área produtiva, que são conhecidos como custo. O gasto pode ser definido 
como o sacrifício para a compra de um produto ou outro qualquer serviço, ocorrendo o sacri-
fício financeiro para a empresa, o qual é representado pela entrega ou promessa de entrega 
de ativos, geralmente, em dinheiro (MARTINS, 2010, p. 32).
De acordo com a contabilidade, as despesas se referem a um gasto inevitável e necessário para que 
a empresa obtenha sua receita. Caso a empresa compre matéria-prima, material de embalagem e 
outros insumos, a nota fiscal dessa transação precisa ser registrada no livro de entradas, sendo de 
responsabilidade de uma área administrativa denominada como área fiscal. Posteriormente, essa 
nota fiscal é contabilizada, o que passa a ser responsabilidade de outra área administrativa, deno-
minada contabilidade. Para completar o processo após a contabilização, a nota fiscal ainda deverá 
ser paga no seu dia de vencimento, cabendo essa responsabilidade a outra área administrativa 
conhecida como contas a pagar. Já quando a empresa emite a sua nota fiscal de venda, por exem-
plo, cabe a área administrativa denominada de faturamento a responsabilidade da emissão da nota 
fiscal. Após a emissão da nota fiscal, outra área será responsável pela acomodação do material no 
caminhão, a área de logística. Em seguida, uma área administrativa se responsabiliza pelo rece-
bimento monetário dessa venda, a área de contas a receber. Não se pode deixar de se levar em 
consideração que, para ocorrer a venda do produto, outras áreas foram atuantes como marketing e 
vendas. Com a descrição anterior, pode-se entender que as despesas são gastos necessários para 
que a empresa possa ter as suas atividades regularizadas. 
Fundamento de Custos Industriais
12
1 Desembolso
Investimentos
Custos
Perdas 
É entendido pela contabilidade como o ato de pagamento de um gasto. Esse desembolso 
poderá ser no ato, caso a compra seja à vista, ou não, caso a compra seja a prazo.
Os investimentos podem ser considerados gastos ativados (ativo imobilizado), por exemplo, 
um bem durável como uma máquina ou equipamento. Porém, toda a compra que a empresa 
efetua até a sua real utilização é, também, considerada como investimento, como quando a 
empresa compra matéria-prima, essa aquisição é considerada como um investimento para 
a empresa e será considerado como custo no momento da sua utilização na produção. Por 
outro lado, quando a empresa compra material de papelaria, essa aquisição é considerada 
como um investimento para a empresa e será considerado como despesa no momento da 
sua utilização. 
Os custos são dispêndios financeiros para a área produtiva, por exemplo, compra de matéria-
-prima, material de embalagem, material secundário, salários e encargos sociais de mão de 
obra direta e indireta, ou seja, todo o cenário da planta fabril de uma empresa. 
São consideradas como um gasto involuntário, por exemplo, um vazamento de um solvente que 
é uma matéria-prima para a produção de um álcool em gel. Nesse caso, o solvente não foi derra-
mado espontaneamente, mas o fato é que houve perda do material. Outro exemplo se refere às 
perdas com incêndio, inundações ou pelo fato de determinado produto se tornar obsoleto. 
Em relação as definições apresentadas anteriormente, pode-se resumir que:
Se ocorrer a necessidade em uma indústria de se comprar um de-
terminado produto, haverá um gasto; caso seja o produto destina-
do à produção, isso será um custo; caso o produto seja destinado 
à outra área da empresa, isso será uma despesa.
Para a aquisição desses produtos se faz necessário um desem-
bolso, que poderá ser no ato, caso seja à vista, ou não, caso 
seja a prazo.
Todo o produto de valor unitário superior de R$ 1.200,00 e com 
vida anterior de um ano é considerado um investimento para a 
empresa e poderá ser ativado, tornando-se um ativo imobilizado 
(BRASIL, 2014, art. 15).
13
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Depreciação
Nos dias atuais, em busca de redução de custos, as organizações procuram melhorar a 
produtividade em seu processo, refletindo em menor custo.
Uma das frentes tomadas pelas organizações retrata o alinhamento do processo produ-
tivo, ou seja, conhecer esse processo e extrair melhorias, como:
 ` O uso de novas tecnologias.
 ` Enxugar operações nos processos produtivos.
 ` Implementação de ferramentas de qualidade de gestão como o Lean.
 ` Melhoria no processo em relação às horas trabalhadas por funcionário.
Nesse sentido, muitas empresas buscam ideias dentro da própria produção, afi-
nal, existe alguém que tenha domínio do processo produtivo e tenha ideias para 
minimizar os custos de produção. As empresas premiam os seus colaboradores 
de produção, oferecendo jantares e viagens no final de semana a eles e seus 
cônjuges. Quando a ideia do colaborador é mensurada e caso seja aprovada, ele 
é premiado, o que pode o incentivar a gerenciar o processo produtivo buscando 
novas melhorias. 
Um exemplo que vai de encontrocom essa situação ocorreu em uma multina-
cional, em que era utilizada uma correia na máquina e, devido ao seu constante 
rompimento pelo impacto com a lâmina da máquina, o colaborador tinha que se 
deslocar até o almoxarifado e buscar outra correia, estendendo o tempo de produ-
ção. O próprio operador da máquina teve a ideia de colocar dois braços de ferro 
na máquina, onde se depositava de 10 a 20 correias. O resultado em relação ao 
tempo despedindo para manutenção da máquina foi excelente. 
Muitas empresas utilizam essa melhoria para o aumento de produtividade, o que 
reflete em um número maior de produtos produzidos, consequentemente, há um 
custo unitário menor, achatando o preço de venda. 
A depreciação é a perda do valor de um bem em virtude devido ao seu desgaste. Quando 
uma empresa compra uma máquina, por exemplo, no início de sua atividade, a máquina tra-
balha com a sua potência total, porém, no decorrer do tempo, ela vai perdendo a sua potência 
e sua capacidade de produção. 
Fundamento de Custos Industriais
14
1 1.3 TERMINOLOGIA DE CUSTOS
Os custos podem ser reconhecidos pela sua apuração ou, até mesmo, pela sua 
formação. 
Figura 04. Classificação dos custos quanto a sua apuração
Fo
nt
e:
 e
la
bo
ra
da
 p
el
o 
au
to
r. 
CUSTOS DIRETOS 
CUSTOS INDIRETOS 
Se referem a todo gasto relacionado ao processo produtivo: 
como a mão de obra direta e a matéria-prima, que também são 
conhecidas como custos primário. Os custos primários, por sua 
vez, são os primeiros gastos referentes aos custos de um pro-
cesso produtivo.
Os custos indiretos são os custos que não estão ligados dire-
tamente ao produto, como a depreciação de uma máquina ou 
equipamento e a energia elétrica.
De volta ao exemplo da empresa Alpha, uma pequena indústria de produtos de limpeza, 
porém, analisaremos a sua área produtiva, ou seja, onde se encontram somente gastos 
relacionados aos custos. 
Quadro 02. Custos diretos e Custos indiretos
ESTRUTURA DIRETO/ INDIRETO DESCRIÇÃO
Combustíveis para máquinas de 
produção. Indireto
Indireto, pois não tem contato diretamente com o 
produto e sim com a máquina.
Depreciação das máquinas. Indireto Indireto, pois não tem contato diretamente com o produto e sim com a máquina.
Salários de vigilantes da fábrica. Indireto Indireto, pois não tem contato diretamente com o produto, não é ele quem faz o produto.
Salários da administração e da 
produção. Indireto
Indireto, pois não tem contato diretamente com o 
produto, não é ele quem faz o produto.
Matéria-prima. Direto Sem a matéria-prima não se fabrica, por isso, tem contato direto com o produto.
Insumos. Direto Sem os insumos não se fabrica, por isso, tem contato direto com o produto.
Mão de obra direta. Direto Sem o profissional para operar a produção ou a máquina, não se inicia o processo produtivo.
Fretes de matéria-prima direta. Indireto
Indireto, pois não tem contato diretamente com o 
produto, simplesmente, é o custo para o material 
chegar na empresa.
Honorários da diretoria da produção. Indireto
Patamar mais elevado na estrutura de custos de 
uma empresa. É indireto pois não tem contato 
diretamente com o produto.
Salário da supervisão da fábrica. Indireto
Indireto, pois não tem contato diretamente com o 
produto, não é ele quem produz o produto e sim 
as coordenadas para quem faz.
15
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Fo
nt
e:
 e
la
bo
ra
da
 p
el
o 
au
to
r. 
CUSTO FIXO
CUSTO VARIÁVEL
Todo o custo que a empresa tem, havendo produção ou não, 
vendendo ou não. Por exemplo: aluguel do barracão onde é 
produzido determinado produto. Se a empresa produzir uma 
única unidade, o valor do aluguel será “x” reais, se a empresa 
produzir 200.000 unidades, o valor do aluguel será o mesmo. 
A depreciação de todo o investimento em imobilizado para a 
produção é outro exemplo. Além disso, temos a mão de obra 
indireta, de supervisores, gerentes, diretor da fábrica, além de 
outros funcionários ligados à produção.
Todo o custo que a empresa tem relacionado à quantidade pro-
duzida. Nesse caso, temos a matéria-prima. Se uma empresa 
que produz esponja de limpeza tem como matéria-prima a man-
ta verde e a manta amarela, ao produzir 1.000 esponjas, ela 
necessitará de uma certa quantidade dessas mantas. Caso ela 
produza 1.000.000 de esponjas de limpeza, ela necessitará de 
uma quantidade maior de manta verde e de manta amarela. Por 
fim, caso ela não produza nenhuma esponja, ela não necessita-
rá de manta verde e nem da amarela.
Embalagens consumidas. Direto Todo produto produzido é, posteriormente, emba-lado, portanto, compõe o produto.
Gastos com alimentação pessoal da 
fábrica. Indireto
Considerado indireto, pois, não tem contato dire-
tamente com o produto.
Transporte de pessoal da produção. Indireto Indireto, pois não tem contato diretamente com o produto.
Energia elétrica na produção. Indireto Indireto, pois não tem contato diretamente com o produto.
Manutenção nos equipamentos da 
fábrica. Indireto
Indireto, pois não tem contato diretamente com 
o produto.
Aluguel do prédio da produção. Indireto Embora todo o processo produtivo ocorra dentro do prédio, não há contato diretamente com o produto.
ESTRUTURA DIRETO/ INDIRETO DESCRIÇÃO
Fonte: elaborado pelo autor.
Já quanto a sua formação, os custos devem ser compreendidos como custos fixos e 
custos variáveis (Figura 5)
Figura 05. Custo fixo e Custo variável
Para deixar bem transparente esse conceito, novamente, utilizaremos a estrutura de 
custos da empresa Alpha (Quadro 3).
Fundamento de Custos Industriais
16
1 Quadro 03. Custos Fixos e Variáveis
ESTRUTURA TIPOS DEFINIÇÃO
Combustíveis de máquinas de 
produção. Variável 
A quantidade de combustível na máquina varia de 
acordo com o volume de produção.
Depreciações . Fixo A depreciação, após ser calculada, é considerada até o final do tempo de vida útil de uma máquina.
Salários de vigilantes da fábrica. Fixo O salário se paga todo mês.
Salários da administração e 
da produção. Fixo O salário se paga todo mês.
Matéria-prima direta. Variável Depende da demanda de produção.
Insumos. Variável Depende da demanda de produção.
Mão de obra direta. Variável
Pelo fato de ser deslocada de área para área, a 
mão de obra pelo é considerada variável. Porém, 
aos olhos do RH é considerada fixa, pois, o salá-
rio se paga todo mês.
Fretes de matéria-prima direta. Variável
Depende da demanda de produção, se produzir 
em grande quantidade, ela deverá comprar mais 
matéria-prima e automaticamente aumentará o fre-
te; caso o contrário, há redução no valor do frete.
Honorários da diretoria da produção. Fixo O salário se paga todo mês.
Salário da supervisão da fábrica. Fixo O salário se paga todo mês.
Embalagens consumidas. Variável Depende diretamente da demanda de produção.
Gastos com alimentação pessoal 
da fábrica. Fixo
Devido ao contrato feito com a empresa que for-
nece o alimento, o pagamento será fixo todo mês 
até a próxima renovação de contrato.
Transporte de pessoal da produção. Fixo
Devido ao contrato feito com a empresa de 
transporte, o pagamento será fixo todo mês até a 
próxima renovação de contrato.
Energia elétrica na produção. Fixo Embora o valor oscile a cada mês, a energia é consi-derada fixa pelo fato de ser recorrente mensalmente.
Manutenção nos equipamentos 
da fábrica. Fixo
É considerado fixo, pois, geralmente, ocorrem manu-
tenções preventivas todos os meses nas empresas.
Aluguel do prédio da produção. Fixo É um gasto que se paga todo mês e, pelo menos, com o mesmo valor pautado em contrato.
Fonte: elaborado pelo autor.
Os custos podem ser classificados de acordo com a sua formação e apuração.
Figura 06. Formação e Apuração de custos
Fonte: elaborada pelo autor. 
FORMAÇÃO APURAÇÃO
São custos relaciona-
dos aos níveis de produ-
ção, podendo ser fixos 
ou variáveis.
São custos apropriados 
ao produto, podendo ser 
diretos ou indiretos.
17
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rsid
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Para que se possa compreender a metodologia e, principalmente, os cálculos ocorridos 
em uma produção, deve-se ter ciência de algumas fórmulas utilizadas pelas organizações. 
EXEMPLO
CUSTO TOTAL
O custo total é localizado pela somatória do custo fixo mais o custo variável ou pela somatória 
do custo direto com o custo indireto, logo:
Pela formação: 
C = +usto Total Custo Fixo Custo Variável
Pela apuração: 
= +Custo Total Custo Direto Custo Indireto
CUSTO UNITÁRIO
Por sua vez, o custo unitário é obtido pela divisão do custo total pela quantidade produzida:
=
Custo TotalCusto Unitário 
Quantidade Produzida
CUSTO MÉDIO
O custo médio é obtido pela divisão do custo total pela quantidade produzida de vários pro-
dutos:
=
Custo TotalCusto Médio 
Quantidade Total
1.4 PROBLEMAS COM A CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS
Suponha que uma empresa tenha fabricado 1.000 unidades de um determinado produ-
to, incorrendo em custos de R$ 9.000,00 e despesas operacionais de R$ 3.000,00. Ela 
vendeu 800 unidades a R$ 20,00 cada. Com isso, pode-se entender que:
9.000 $ 9,00.
1.000
Custounitáriodecada produto fabricado R= =
Assim, obtemos o DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício) para o período con-
siderado descrito na tabela seguir.
Fundamento de Custos Industriais
18
1 Tabela 01. DRE referente a separação correta de custos e despesas
Conta Valor (R$)
Vendas de mercadorias (800,00 x 20,00) 16.000,00
(-) Custos de produtos vendidos (800,00 x 9,00) (7.200,00)
(=) Lucro Bruto 8.800,00
(-) Despesas Operacionais (3.000,00)
(=) Lucro Líquido 5.800,00
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fonte: elaborada pelo autor. 
SAIBA MAIS
O DRE é um demonstrativo contábil que confronta receitas x custos x despesas e, posterior-
mente, apura o lucro da empresa. 
A seguir, você entenderá que, no momento da classificação de custos e despesas, um 
custo de R$ 1.000,00 foi indevidamente classificado como despesa, logo, ocorreu uma 
diminuição do Custo Unitário de Cada Produto Fabricado: 8.000/1.000 = R$ 8,00; con-
sequentemente, houve aumento das despesas operacionais para R$ 4.000,00. 
A Tabela 2 mostra uma nova DRE.
Tabela 02. DRE referente a separação incorreta de custos e despesas
Conta Valor (R$)
Vendas de mercadorias (800,00 x 20,00) 16.000,00
(-) Custos de produtos vendidos (800,00 x 8,00) (6.400,00)
(=) Lucro Bruto 9.600,00
(-) Despesas Operacionais (4.000,00)
(=) Lucro Líquido 5.600,00
Observe: no Demonstrativo do Resultado do Exercício referente a separação incorreta 
de custos x despesas houve uma queda de 3,45% na lucratividade da empresa (de R$ 
5.800,00 para R$ 5.600,00). A classificação indevida de custos para despesa inibe a 
empresa para recuperação de impostos que ela teria direito.
2. CUSTOS DE MATERIAIS DIRETOS, MÃO DE OBRA DIRETA, 
CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 
O custo de produção de um determinado produto é conhecido pela seguinte somatória:
 Custode produção Material direto Mãodeobra direta= + +
 .Custos indiretos de fabricação
19
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
2.1 MATERIAIS DIRETOS
Os materiais diretos são conhecidos como custo direto, pois, estão diretamente ligados 
aos produtos. Entre os materiais diretos, pode-se encontrar a matéria-prima, o mate-
rial de embalagem, o material secundário e o material auxiliar de produção. Eles são 
considerados os custos de maior relevância do processo produtivo. 
Matéria-prima 
Material secundário
Material auxiliar de produção
Material de embalagem
É considerado como o material de maior relevância de um produto. No caso da empresa 
Alpha, a empresa de produtos de limpeza narrada anteriormente, as matérias-primas a se-
rem consideradas são o solvente e o ácido. Ele é conhecido como material bruto necessário 
para se fabricar algo. Por ser um material de maior relevância, alguns cuidados deverão ser 
tomados em relação aos transportes, armazenamentos, fornecedores parceiros e controles.
No processo produtivo, esse produto que entra com quantidade menos relevantes. No caso 
da empresa Alpha, pode-se considerar os reagentes que são colocados pequenas dosagens 
no final do processo produtivo, a fim de verificar a qualidade do material produzido.
São materiais que participam do processo produtivo, se desgastando rapidamente, porém 
não compõe a formulação final do produto. No caso da empresa Alpha, como material auxi-
liar de produção se pode citar as mangueiras pelas quais o produto passa. Com o passar do 
tempo, a mangueira encrosta, sendo necessário trocá-la.
Se refere ao material que reveste e embala o produto acabado. No caso da empresa Alpha, 
pode-se citar as garrafas plásticas em que o líquido é envasado, o rótulo, a tampa, inclusive 
a tinta que demarca na embalagem a fabricação e a validade do produto. As caixas de pape-
lão, em que são depositadas uma quantidade de garrafas plásticas ou fardos, também são 
consideradas materiais de embalagem. 
2.2 MÃO DE OBRA DIRETA
São conhecidos como custos diretos pelo fato de atuarem diretamente com o produto. 
Em uma linha de produção é possível ter a mão de obra direta, conhecida como chão de 
fábrica, atuando diretamente na operação da máquina e a mão de obra indireta, como o 
supervisor, gerenciando as atividades praticadas pela mão de obra direta. 
2.3 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF)
Os custos indiretos de fabricação (CIF), ou também conhecidos como custos indiretos 
de produção (CIP), são custos relacionados indiretamente no processo produtivo, por-
Fundamento de Custos Industriais
20
1 tanto, sem condição de mensurá-los no processo. Entre os custos indiretos de fabrica-
ção, pode-se citar:
 ` Energia elétrica.
 ` Depreciação.
 ` Aluguel do prédio.
 ` Mão de obra indireta.
Observe que essa denominação se dá pelo fato da improbabilidade de se mensurar o 
quanto foi gasto de energia em um determinado produto ou o quanto de depreciação se 
deve considerar em cada máquina na produção de diversos produtos. 
Para isso, há a necessidade de se elaborar o custeio de rateio, que poderá ser feito pelo mé-
todo de custeio por absorção ou pelo custeio ABC, ou ainda pelo custeio variável ou direto.
3. CUSTEIO POR ABSORÇÃO
Considerado como o método de custeio embrião da contabilidade e, atualmente, é o mais 
praticado pelas empresas, pois se trata de um método mais simples e transparente. 
O custeio por absorção teve início no século XX, por meio do sistema RKW (Reichsku-
ratorium für Wirtschaftlichtkeit - Conselho Administrativo do Império para a Eficiência 
Econômica). Por esse método e pela absorção, todos os custos do processo produtivo 
são incorporados ao produto deixando as despesas refletirem diretamente no resultado. 
Figura 07. Metodologia do custeio ABC
Material direto/
Mão de obra direta
Produção 
em curso
Produtos 
acabados
Receita de 
vendas
Margem de 
contribuição
Outros 
custos/ 
Despesas
Resultado 
antes dos 
tributos
Custo 
variável dos 
produtos 
vendidos
(.)
(.)
(=)
(=)
Fonte: elaborada pelo autor. 
21
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
A partir da Figura 7, pode-se ressaltar os seguintes pontos importantes:
 ` Pelo custeio por absorção, o processo produtivo (os materiais diretos, a produção em 
curso até a chegada do produto acabado) é excluído da receita, promovendo a margem 
bruta da qual, posteriormente, são excluídos os demais custos e despesas, chegando ao 
resultado antes dos tributos.
 ` Para a elaboração do custeio por absorção, deve-se separar os gastos consumidos no 
processo de fabricação dos produtos das despesas que compõe os gastos da empresa 
necessários à gestão de sua atividade. 
 ` Após a separação dos gastos, inicia-se o procedimento de agregação deles ao(s) produto(s).
Esse método pode ser entendido como uma sequência de procedimentos para que se 
possa conhecer todos os custos fabris de um processo produtivo. Ele é chamado de 
absorção devido aos produtos absorveremtodos os custos. 
Para que se possa elaborar esse custeio há a necessidade de escolher uma base de 
rateio, a qual pode ser a mão de obra direta, hora máquina ou, até mesmo, o metro 
quadrado de cada barracão. 
As vantagens do método de custeio são:
Está pautado pela 
legislação Lei 6.404 
(BRASIL, 1976) e prin-
cípios contábeis.
Forma um custo total 
unitário mais próximo 
da realidade.
Mais simples.
Envolve todos os cus-
tos do processo.
Abre a visão do gestor 
para um planejamento 
a longo prazo. 
IMPORTANTE
Pelo método de custeio por absorção, os estoques são considerados como custos de produção.
A seguir apresentamos um exemplo de custeio por absorção e, nesse caso, analisa-
remos a confeitaria Bolo Saudável, que produz e comercializa quatro tipos de bolo 
(Tabela 3). 
Fundamento de Custos Industriais
22
1 Tabela 03. Valores dos custos dos bolos
Produto Chocolate Banana Laranja Morango Total
Quantidade 1.200 800 1.500 500 4.000
Horas máquina 20 70 50 60 200
Matéria-prima R$ 3.500,00 R$ 3.200,00 R$ 3.000,00 R$ 3.400,00 R$ 13.100,00
Embalagem R$ 600,00 R$ 800,00 R$ 3.000,00 R$ 500,00 R$ 4.900,00
Mão de obra 
direta R$ 600,00 R$ 400,00 R$ 600,00 R$ 400,00 R$ 2.000,00
Custos diretos R$ 4.700,00 R$ 4.400,00 R$ 6.600,00 R$ 4.300,00 R$ 20.000,00
Custos 
indiretos de 
produção
R$ 8.000,00
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Antes de iniciar os cálculos, vale a pena ressaltar alguns detalhes observados na 
tabela anterior:
 ` O custo direto se refere a soma da matéria-prima, embalagem e mão de obra direta.
 ` Os custos indiretos de produção no valor de R$ 8.000,00 deverão ser rateados para os 
quatro tipos de bolo.
 ` A empresa opta pela base de rateio da mão de obra direta.
Como a base de rateio é a mão de obra direta, há a necessidade de se verificar quanto, 
percentualmente, cada bolo representa do valor total da mão de obra direta (Tabela 4).
Tabela 04. Relação percentual entre produtos e o total
Produto Mão de obra direta %
Chocolate R$ 600,00 30,00%
Banana R$ 400,00 20,00%
Laranja R$ 600,00 30,00%
Morango R$ 400,00 20,00%
Total R$ 2.000,00 100,00%
Com isso, é possível calcular o quanto representa cada bolo em relação ao custo indi-
reto de produção (R$ 8.000,00).
23
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Tabela 05. Relação percentual entre produtos e o total
Produto Mão de Obra Direta % CIP Valor CIP rateado
Chocolate R$ 600,00 30,00% R$ 8.000,00 R$ 2.400,00
Banana R$ 400,00 20,00% R$ 8.000,00 R$ 1.600,00
Laranja R$ 600,00 30,00% R$ 8.000,00 R$ 2.400,00
Morango R$ 400,00 20,00% R$ 8.000,00 R$ 1.600,00
Total R$ 2.000,00 100,00% R$ 8.000,00
A partir dos dados da Tabela 5 é possível conhecer o custo direto e o custo indireto de 
cada produto, assim, o custo total (Tabela 6). 
Tabela 06. Custo total de cada produto
Produto Custo Direto Custo Indireto Custo Total
Chocolate R$ 4.700,00 R$ 2.400,00 R$ 7.100,00
Banana R$ 4.400,00 R$ 1.600,00 R$ 6.000,00
Laranja R$ 6.600,00 R$ 2.400,00 R$ 9.000,00
Morango R$ 4.300,00 R$ 1.600,00 R$ 5.900,00
Total R$ 20.000,00 R$ 8.000,00 R$ 28.000,00
Para finalizar, pode-se calcular o custo unitário de cada bolo, conforme a tabela a seguir.
Tabela 07. Custo unitário do bolo
Produto Custo Total Quantidade Custo Unitário
Chocolate R$ 7.100,00 1.200 R$ 5,92
Banana R$ 6.000,00 800 R$ 7,50
Laranja R$ 9.000,00 1.500 R$ 6,00
Morango R$ 5.900,00 500 R$ 11,80
Total R$ 28.000,00
Observe que, pelo método de custeio por absorção, os custos indiretos de produção (CIP) 
são alocados de acordo com a mão de obra, base de rateio escolhida pela empresa.
4. CUSTEIO EM ABC E CUSTEIO VARIÁVEL
Algumas empresas de pequeno e médio porte utilizam o custeio ABC, método que faz 
a tratativa do rateio por atividades, mas outras empresas utilizam o método de custeio 
variável ou direto para fins gerenciais. 
Fundamento de Custos Industriais
24
1 4.1 CUSTEIO ABC
As transformações ocorridas no mercado de negócios a partir de 1970 refletiram na 
competição global e na evolução de tecnologia, trazendo inovações em transações fi-
nanceiras e operacionais. Esse novo ambiente requer informações relacionadas aos 
custos e ao desempenho das atividades, processos, produtos, serviços e clientes.
Para atender a essa realidade, uma nova abordagem, que prioriza a máxima produti-
vidade e o maior nível de controle sobre os custos indiretos, é requerida: a introdução 
de uma nova visão na gestão da Contabilidade de Custos. O método do custeio por 
absorção, visto anteriormente, tradicionalmente utilizado pelas empresas, emprega fun-
damentos que foram criticados na década de 1980 por profissionais, pesquisadores e 
acadêmicos, em razão de não atenderem às atuais necessidades informacionais.
O custeio ABC pode ser visto como uma metodologia evoluída de apuração de custos, 
com foco nas atividades desempenhadas dentro das empresas, buscando a redução 
de arbitrariedades em apropriações dos custos indiretos. Conhecido como o Custeio 
Baseado em Atividades (ABC), em inglês Activity-Based Costing, foi desenvolvido nos 
Estados Unidos da América (EUA) no final da década de 1980, por Kaplan e Cooper, 
emergindo como uma alternativa aos métodos tradicionais (custeio por absorção, por 
exemplo) da Contabilidade de Custos e Industrial, sendo útil para minimizar distorções 
nas informações obtidas pelos rateios daqueles custos.
Esse custeio teve uma repercussão a nível internacional devido a sua qualidade analíti-
ca de informações, que até então era ausente nos relatórios gerenciais. 
Essa nova metodologia se aplica aos custos indiretos e diretos, porém, a esse último 
sem diferenças relevantes quanto aos métodos tradicionais. Logo, a diferença signifi-
cativa do método ABC reside no tratamento dos custos indiretos. Nesse contexto, as 
informações de custos são mais úteis quando voltadas à análise de desempenho or-
ganizacional e operacional, considerando que as informações obtidas por esse método 
resumem o volume de atividades, e a sintetizam nas informações contábeis, possibili-
tando comparações internas e externas, assim, servindo à gestão empresarial.
Os métodos tradicionais de custeio eram elaborados para atendimento das exigências 
legais e pouco serviam para fins gerenciais. Diante disso, as empresas acabaram por 
tomar decisões equivocadas, uma vez que as informações para as atividades não eram 
analisadas em um escopo analítico. O ABC foi criado e desenvolvido para responder 
aos problemas gerados pelos métodos de custeio tradicionais. Ele traz à tona a redu-
ção de distorções informacionais, contudo, a sua utilidade é direcionada à redução de 
desperdícios, à melhoria de serviços e de qualidade, ao aprimoramento do processo e à 
acurácia das informações de custos dos produtos, que são o foco de qualquer empresa. 
Esse método traz a ideia de que os custos são apropriados de acordo com a realização 
das atividades requeridas para prestar um serviço ou produto. Por sua vez, esses ser-
viços ou produtos acabam consumindo recursos no processo. 
O método ABC foca nas atividades da empresa, em que os custos são avaliados ten-
do em vista a relação das atividades com os produtos. Ao ser fabricado, cada produto 
precisa de um conjunto de atividades (processo produtivo) e elas serão expressas por 
25
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
custos. Sendo assim, o custeio ABC utiliza medições realizadas pelas atividades exe-
cutadas para servir de base de alocações de custos, as quais envolverão o tempo de 
manutenção ou ajuste de máquinas, ou ainda a quantidade de repetições. Assim, o ABC 
busca mensurar o custo e o desempenho de cada atividade, processo e produto.
Figura 08. Custeio por atividade de processos
Fonte: elaborada pelo autor. 
Re
cu
rso
s
Atividades
Mensuração 
de desempenho
Ob
jet
os
 
decu
ste
io
Fatores 
determinantes 
de custos
Observando a figura anterior, pode-se concluir que:
 ` Atribuição de custos para cada atividade da empresa.
 ` Atribuição de custos aos produtos ou serviços, alocando os custos relativos ao consumo 
de atividades.
 ` Reconhecimento de fatores determinantes de custos (cost drivers, no sentido de direciona-
dores de custos) que definem o montante de recursos a serem consumidos pelas atividades.
Quando implementado, esse método de custeio têm como principais objetivos: a preci-
são e a facilidade dos gestores e administradores na apuração e no controle dos custos 
reais de produção, em especial os indiretos. 
Dessa forma, o custeio pelo método ABC atenderá a:
 ` Identificação e mensuração dos custos da qualidade.
 ` Obtenção de informações para a eliminação de desperdícios e melhoria das atividades.
 ` Eliminação ou redução de atividades que não agreguem valor ao produto.
 ` Identificação de produtos e clientes rentáveis.
Fundamento de Custos Industriais
26
1 ` Fornecimento de base para adequações da plataforma de vendas.
 ` Melhoria significativa do rol de informações para tomada de decisão.
 ` Estabelecimento de indicadores de desempenho, que são fundamentais para mensurar a 
eficiência e a eficácia empresarial em todos as áreas da empresa.
No custeio ABC, os custos podem ser organizados em uma série de atividades e ta-
refas, possibilitando, a mensuração do custo em cada processo. Assim, esse método 
detalha as informações de custos e, por meio dele, é possível visualizar (Figura 9):
Figura 09. Detalhamento do processo por custeio ABC
Fonte: elaborada pelo autor. 
O recurso que 
foi gasto
Para que 
foi gastoOnde foi gasto
Quando se tem a informação de qual recurso foi gasto, onde foi gasto e por que foi gas-
to, fica mais fácil e transparente a identificação dos custos por área.
Não importa a estratégia ou o direcionamento da organização, pois, para criar e manter 
uma gestão sustentável é imprescindível identificar e mensurar as atividades prioritárias 
e de relevância no processo produtivo. 
Esse método objetiva:
Reduzir o desperdício 
e aumentar 
a produtividade.
Implementar a qualida-
de total na empresa, 
sem ocasionar prejuí-
zos às operações.
Implementar um sis-
tema de desempenho 
que considere 
recompensas.
Elaborar orçamentos 
baseados em 
desempenhos e 
metas atingidas.
Organizar e padronizar 
as atividades e 
os processos.
Reduzir custos sem 
trazer prejuízos 
à produção.
4.1.1. Conhecendo o ABC
O custeio ABC além de servir para apurar custos de produtos e serviços, fornecendo 
informações para a elaboração de balanços patrimoniais e demonstrações de re-
sultados, é acima de tudo um sistema de rastreio de gastos da empresa, sendo 
uma ferramenta para analisar e acompanhar as rotas de consumos de recursos 
com as atividades relevantes e, a partir delas, para produtos e serviços. Como 
27
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
sistema, esse método propicia uma base de análise de custos com conjunto de 
informações sobre os produtos e as atividades, identificando as atividades desem-
penhadas, rastreando os custos às atividades e aos produtos e serviços, por esse 
motivo, ele é recomendado para empresas que querem enxugar seus custos na 
produção, sem demissões, mas com o estabelecimento de padrões, reconhecendo 
seu custo real.
Ademais, pode-se verificar que o método ABC praticamente elimina as alocações 
de custos, sendo representados por produtos, clientes, regiões e outras formas de 
agrupamentos. A determinação sobre o método de custo que a empresa adotará 
em suas análises depende dos gerentes e administradores, que, por sua vez, de-
terminarão o nível de detalhamento requerido a ser analisado. Vale ressaltar que 
essa escolha também depende do escopo para o ABC e dos recursos disponíveis 
na empresa para aplicação e manutenção do sistema, pois, um sistema que forne-
ce informações com mais detalhes tende a ficar mais dispendioso.
SAIBA MAIS
Quer conhecer mais o método de custeio ABC? 
Acesse o link a seguir: https://www.dicionariofinanceiro.com/custeio-abc/. Acesso em: 26 abr. 2021. 
4.1.2. Direcionadores de custos
As alocações de custos pelo ABC são elaboradas por direcionadores de custos 
(cost drivers). Essas alocações ocorrem dos recursos para as atividades e, em 
seguida, delas para os respectivos objetos de custos. Os recursos são compreen-
didos como os fatores produtivos que serão consumidos em cada atividade, en-
quanto as atividades se referem ao modo de gestão de tempo e de recursos para 
o alcance dos objetivos empresariais. As atividades estão alinhadas aos recursos 
de diversas naturezas (humanos, materiais, tecnológicos e financeiros) para a 
elaboração de produtos e serviços.
Nos métodos tradicionais, os critérios de rateios são arbitrários, por outro lado, 
no ABC, o rateio está pautado nos direcionadores de custos, que são as bases 
de alocações que distribuem recursos às atividades e redistribuem custos aos 
objetos de custos, ou seja, por onde o produto passa desde a sua chegada na or-
ganização. O montante de recursos exigidos pelas atividades é determinado pelos 
determinantes de custos. 
Os direcionadores são muitos úteis para identificação de processos e atividades, 
alocação de custos dos recursos às atividades, processo das atividades e aloca-
ção de custos das atividades aos objetos de custos. A utilização dos direcionado-
res promove uma visão macro dos processos e atividades e o detalhamento de 
informações, servindo de apoio à gestão e subsidiando-a.
Fundamento de Custos Industriais
28
1 Figura 10. Metodologia do Custeio ABC
Materiais diretos
PRODUTOS
Apropriação direta
Custo indireto A
Atividade 1
D
irecionadores 
de recursos
D
irecionadores 
de atividades
Mão de obra direta Custo indireto X
Atividade n
Fonte: adaptada de Megliorini (2007, p. 152).
Os direcionadores representam a apropriação de custos das atividades aos objetos de 
custos (aos produtos), que são consumidos em cada atividade.
Quadro 04. Relação de atividades relevantes x direcionadores de custos
ATIVIDADES RELEVANTES DIRECIONADORES DE CUSTOS
1) Recebimento e armazenamento de insumos. Quantidade de entregas fornecedores.
2) Distribuição de insumos para a produção. Quantidade de requisições internas.
3) Programação e controle de produção. Quantidade de lotes de produção.
4) Inspeção de qualidade. Horas de supervisão.
5) Acabamentos finais. Tempo de acabamento (horas).
6) Armazenamento de produtos acabados. Tempo de armazenamento (horas).
Fonte: elaborado pelo autor.
Observe como cada atividade relevante está intimamente ligada a um direcionador:
 ` O recebimento e o armazenamento de insumos estão diretamente ligados à quantidade 
de entradas de fornecedores, pois quem entrega esses insumos são os fornecedores.
 ` A distribuição de insumos para a produção está ligada à quantidade de requisições inter-
nas, pois, a demanda de insumos para produção é solicitada via essas requisições.
 ` A programação e o controle de produção estão relacionados à quantidade de lotes de 
produção, em que essa atividade é feita por lotes a serem produzidos.
 ` A inspeção de qualidade está diretamente ligada às horas de supervisão, pois, quem veri-
fica a qualidade do produto produzido é o supervisor dessa atividade.
 ` Os acabamentos finais estão ligados ao tempo, às horas de acabamento, bastando 
analisar a quantidade de horas dispendidas.
 ` O armazenamento de produtos acabados está diretamente ligado ao tempo de armazena-
mento, em horas, visto o tempo requerido para sua estocagem.
29
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Fonte: elaborado pelo autor.
4.1.3. Diferença do custeio ABC para o custeio por absorção
Entre os métodos do custeio ABC e custeio por absorção, pode-se notar algumas dife-
renças (Quadro 5).
Quadro 05. Diferenças de custeio ABC e Custeio por absorção
CUSTEIO ABCCUSTEIO POR ABSORÇÃO
Custos
As atividades consomem re-
cursos e os produtos consome 
atividades, expressas em custos.
Os produtos consomem recursos 
e são mensurados como custos.
Cost Drivers
São atribuídos das atividades. 
Por exemplo: setup de máquinas 
e número de ocorrências de 
armazenagens.
São atribuídos ao produto. Por 
exemplo: horas de mão de obra; 
horas-máquinas e consumo de 
materiais.
Custos Indiretos Apropriado às atividades, confor-me o direcionador utilizado.
Rateado com base no volume 
produzido.
Atividades
Separação de atividades que 
consomem recursos, agregando 
valor, e as atividades que não 
consomem recursos.
Nem todas as atividades são as-
sociadas aos volumes produzidos. 
Por exemplo: setup de máquinas; 
gastos com manutenção e recebi-
mento de matérias-primas.
Base para rateio do custo indireto Geralmente, por atividades e seus direcionadores. 
Geralmente, horas de mão de 
obra direta.
Outro exemplo, utilizando as atividades relevantes e seus direcionadores para encon-
trar o custo unitário dos produtos da indústria Telefones de Qualidade, uma indústria 
que fabrica telefones e os vende para todo o território nacional. 
A Telefones de Qualidade produz e comercializa dois tipos de aparelhos celulares, um 
deles, modelo luxo, é vendido por R$ 1.000,00, já o modelo standard alcança o preço 
de venda de R$ 500,00. Por meio da apuração direta na produção em um certo período, 
chegou-se ao resultado apresentado na tabela a seguir.
Tabela 08. Dados dos moveis modelo luxo e modelo standart
Discriminação Modelo luxo Modelo standard
Produção/vendas 100.000 unidades 400.000 unidades
Preço de venda R$ 1.000,00/unidade R$ 500,00/unidade
Faturamento bruto R$ 100 milhões R$ 200 milhões
Mão de obra direta R$ 200,00/unidade R$ 200,00/unidade
Materiais diretos R$ 400,00/unidade R$ 200,00/unidade
Custo direto total R$ 600,00/unidade R$ 400,00/unidade
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fundamento de Custos Industriais
30
1 No período, os custos indiretos de fabricação (CIF) totalizaram R$ 20.000.000,00 (valo-
res que deverão ser rateados).
Com um trabalho mais apurado desenvolvido pela área de custos da empresa, para o 
custo indireto de fabricação (CIF) foram identificadas as atividades relevantes e seus 
respectivos valores, conforme a Tabela 9.
Tabela 09. Atividades relevantes
Atividades relevantes Valor (R$)
1) Recebimento e armazenamento de insumos 4.000.000,00
2) Distribuição de insumos para a produção 2.000.000,00
3) Programação e controle de produção 8.000.000,00
4) Inspeção de qualidade 1.000.000,00
5) Acabamentos finais 4.000.000,00
6) Armazenamento de produtos acabados 1.000.000,00
Total 20.000.000,00
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Na Tabela 10 foram verificados os direcionadores.
Tabela 10. Direcionadores
Direcionadores Modelo luxo Standard
1) Quantidade entregas fornecedores 16.000 4.000
2) Quantidade de requisições internas 2.000 8.000
3) Quantidade de lotes de produção 2.000 3.000
4) Horas de supervisão 200 300
5) Tempo de acabamento (horas) 80.000 20.000
6) Tempo de armazenamento (horas) 100 300
Para calcular o custo unitário de ambos modelos de telefone, siga os passos descritos 
a seguir:
Primeiro Passo
Verificar a relação percentual referente à quantidade de sapatos e de tênis (Tabela 11).
Tabela 11. Distribuição percentual para os direcionadores
Direcionadores Mod. Luxo Mod. Standard Total
Mod. 
Luxo
Mod. 
Standard
1) Quantidade entre-gas fornecedores 16.000 4.000 20.000 80% 20%
2) Quantidade de re-quisições internas 2.000 8.000 10.000 20% 80%
31
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Segundo Passo
Direcionadores Mod. Luxo Mod. Standard Total
Mod. 
Luxo
Mod. 
Standard
3) Quantidade de lotes de produção 2.000 3.000 5.000 40% 60%
4) Horas de super-visão 200 300 500 40% 60%
5) Tempo de acaba-mento (horas) 80.000 20.000 100.000 80% 20%
6)
Tempo de 
armazenamento 
(horas)
100 300 400 25% 75%
Colocar a respectiva porcentagem em cada atividade relevante (Tabela 12).
Tabela 12. Distribuição percentual nas atividades relevantes
Atividades relevantes Luxo % Valor (R$) % Standard
1) Recebimento e armaze-
namento de insumos
 3.200.000 80% 4.000.000,00 20% 800.000
2) Distribuição de Insumos 
para produção
400.000 20% 2.000.000,00 80% 1.600.000
3) Programação e controle 
de produção
 3.200.000 40% 8.000.000,00 60% 4.800.000
4) Inspeção de qualidade 400.000 40% 1.000.000,00 60% 600.000
5) Acabamentos finais 3.200.000 80% 4.000.000,00 20% 800.000
6) Armazenamento de 
produtos acabados
250.000 25% 1.000.000,00 75% 750.000
Total 10.650.000 20.000.000,00 9.350.000
Quantidade produzida 100.000 400.000
Custo Unitário Indireto 106,50 23,38
Custo Unitário Direto 600,00 400,00
Custo Unitário Total 706,50 423,38
Diante desse cálculo, pode-se ressaltar dois pontos:
I. O custo é distribuído por atividade, respectivamente, às quantidades diferenciadas que 
foram produzidas.
II. Cada atividade está ligada diretamente a um direcionador.
Fundamento de Custos Industriais
32
1 4.2 CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO
O método de Custeio variável ou Custeio direto trabalha, no momento da apuração dos 
custos, somente com os custos variáveis diretos e indiretos, já os custos e as despesas 
fixas impactam diretamente no resultado. 
A Figura 8 mostra a metodologia e a aplicabilidade do custeio variável ou direto.
Figura 11. Metodologia do custeio variável ou direto
R
ec
ei
ta
 d
e 
 
ve
nd
as
C
us
to
 v
ar
iá
ve
l d
os
 
pr
od
ut
os
 v
en
di
do
s
Produtos 
acabados
Fretes e 
Comissões 
de Vendas
Fretes e 
Comissões 
de Vendas
Fretes e 
Comissões 
de Vendas
Produção 
em curso
Material direto – 
MOD – Custos 
indiretos
D
es
pe
sa
s 
va
riá
ve
is
 
nã
o 
de
 p
ro
du
çã
o
M
ar
ge
m
 d
e 
 
co
nt
rib
ui
çã
o
C
us
to
s 
in
di
re
to
s 
de
 
pr
od
uç
ão
 fi
xo
D
es
pe
sa
s 
 
op
er
ac
io
na
is
 fi
xa
s
R
es
ul
ta
do
 
do
 p
er
ío
do
(.) (.) (.)(-) (+) (=)
Fo
nt
e:
 e
la
bo
ra
da
 p
el
o 
au
to
r. 
Esse sistema de custeio, embora não seja permitido pela legislação, é muito utilizado 
para tomada de decisão para fins gerenciais, visto que nele se concentra os custos 
variáveis e, ao se falar de custos variáveis é possível se lembrar da matéria-prima, do 
material de embalagem, do material secundário, enfim, insumos que representam gran-
de relevância de valores no processo produtivo. 
4.2.1 Como aplicar o custeio variável
Para a aplicação desse método é preciso a separação dos custos fixos e variáveis, para 
posteriormente se alocar os custos variáveis no produto. O segundo passo é calcular a 
margem de contribuição e apurar o resultado da empresa. 
IMPORTANTE
A diferença básica entre custeio por absorção e custeio variável ou direto se trata da identi-
ficação dos custos fixos.
33
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fo
nt
e:
 e
la
bo
ra
da
 p
el
o 
au
to
r. 
Observe na figura a seguir os passos para implementação no custeio variável ou direto.
Figura 12. Passos para o custeio variável ou direto
Separar custos 
do período em 
fixos e variáveis
Apurar o resulta-
do da empresa
Alocar os custos 
variáveis no res-
pectivo produto
Incluir Custos 
Fixos Indiretos e 
Despesas Fixas 
Operacionais
Alocar as des-
pesas variáveis 
no respectivo 
produto
Apurar a Margem 
de Contribuição
Algumas diferenças permeiam o custeio por absorção e o custeio variável ou direto, 
como mostra o quadro a seguir.
Quadro 06. Diferenças do Custeio por absorção e Custeio variável ou direto
CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO
Nos custos do produto são considerados todos os 
custos de fabricação.
Por esse método somente os custos variáveis são 
considerados.
O resultado oscila conforme a produção. O resultado oscila em função das vendas.Utilização de rateio para os custos fixos. Não se utilizam rateios, pois, os custos fixos são considerados despesas.
Não identifica a margem de contribuição. Identifica a margem de contribuição.
Essencial para tomada de decisão a longo prazo. Classifica os custos em diretos e indiretos e fixos e variáveis.
Classifica os custos em diretos e indiretos. Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de vendas.
Método considerado legal perante a fiscalização; 
preceitos contábeis aceitos pelo fundamento do 
regime de competência.
Esse método é um critério gerencial interno para 
tomada de decisão. Não é limitado aos preceitos 
contábeis, podendo contrariar os fundamentos do 
regime de competência.
Fundamento de Custos Industriais
34
1 Em seguida, analisaremos um exemplo da metodologia do custeio variável e sua apli-
cação. A empresa Piso Forte, que trabalha com um único tipo, o Splendor, e possui um 
volume de produção de 30.000 metros. A tabela a seguir mostra os gastos do mês da 
empresa Piso Forte.
Tabela 13. Gastos do mês da empresa Piso Forte
Gastos do mês Valor
Matéria-prima 100.000,00
Impostos sobre vendas 20.000,00
Mão de obra direta fixa 30.000,00
Mão de obra direta variável 58.000,00
Aluguel do prédio do escritório 15.000,00
Despesas com comunicação (internet, telefone) 5.000,00
Depreciação (instalações produtivas da fábrica) 25.000,00
Vigilância das lojas comerciais 12.000,00
Vigilância da fábrica 10.000,00
Fretes variáveis 15.000,00
Aluguel fixo do galpão da fábrica 40.000,00
Salários e encargos do pessoal administrativo 20.000,00
Embalagens de produtos 12.000,00
Combustível de acionamento da máquina 25.000,00
Salários e comissões de vendedores 13.000,00.
Total 400.000,00
Com essas informações é possível calcular o custo variável unitário por metro quadra-
do, conforme os passos a seguir.
Primeiro Passo
A separação dos custos fixos e variáveis e das despesas fixas e variáveis (Tabela 14).
Tabela 14. Separação de custos fixos – custos variáveis – despesas fixas – despesas variáveis
Custos variáveis R$ 220.000,00
Matéria-prima R$ 100.000,00
Depreciação (Instalações produtivas da fábrica) R$ 25.000,00
Mão de obra direta variável R$ 58.000,00
Embalagens de produtos R$ 12.000,00
Combustível de acionamento da máquina R$ 25.000,00
Custos fixos R$ 80.000,00
Mão de obra direta fixa R$ 30.000,00
Aluguel fixo do galpão da fábrica R$ 40.000,00
Vigilância da fábrica R$ 10.000,00
35
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Segundo Passo
Despesas fixas R$ 52.000,00
Aluguel do prédio do escritório R$ 15.000,00
Despesas com comunicação (internet, telefone) R$ 5.000,00
Vigilância das lojas comerciais R$ 12.000,00
Salários e encargos do pessoal administrativo R$ 20.000,00
Despesas variáveis R$ 48.000,00
Fretes variáveis R$ 15.000,00
Impostos sobre vendas R$ 20.000,00
Salários e comissões de vendedores R$ 13.000,00
Fonte: elaborada pelo autor. 
Fonte: elaborada pelo autor. 
Cálculo do custo unitário por método (Tabela 15).
Tabela 15. Cálculo do custo unitário
Custeio Variável – Custeio Direto
Custo de Produção (Custos variáveis) R$ 220.000,00
Quantidade produzida 30.000,00 M
Custo unitário R$ 7,33
A partir da Tabela 15 é possível perceber a importância da separação dos custos variáveis 
nos processos produtivos para aplicação do Custeio Variável.
CONCLUSÃO
Nesta unidade, você estudo sobre a importância do gerenciamento de custos que deve 
ocorrer em uma empresa. Além disso, pôde entender que reconhecer e gerenciar os 
seus custos tornará a empresa mais competitiva no mercado, com preços de vendas 
mais atraentes. A necessidade de mensurar os seus custos fixos, variáveis, diretos e 
indiretos tornará os seus gastos mais eficientes e transparentes para o gestor. 
Muitas indústrias possuem especialistas que percorrem o processo produtivo em busca 
de oportunidades financeiras ou oportunidades de melhoria de processo, retornando 
para a empresa um ganho financeiro. A busca de ganhos financeiros no processo pro-
dutivo traz reflexos positivos para a empresa, pois, a cada vez que se reduz o custo de 
produção, o preço final de vendas também é reduzido.
Literalmente, gerenciar os insumos da empresa em relação às perdas e aos desper-
dícios promoverá maiores ganhos para a organização e esses ganhos refletirão nos 
resultados fluxo de caixa. Logo, ter uma visão macro do processo produtivo poderá 
transformar um cenário produtivo em um cenário de oportunidades. 
Fundamento de Custos Industriais
36
1 Após buscarem a melhoria do processo produtivos, reduzindo os seus custos nos insu-
mos ou evitando perdas de produção no processo, as empresas proporcionarão uma 
queda no seu preço de venda, tornando-se mais competitivas no mercado. 
Outro detalhe importante para a organização está relacionado ao seu método de cus-
teio, a depender da escolha, podendo assim reduzir e reconhecer os seus custos. Por-
tanto, acompanhar o processo produtivo buscando melhorias e oportunidades é a cha-
ve de sucesso para qualquer empresa.
37
1
Gestão de custos industriais
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTONI, Gustavo. Gestão de custos industriais. Porto Alegre: SAGAH, 2017. 
BORNIA, Antônio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. [Acervo Virtual].
BORINELLI, Márcio Luiz; PIMENTEL, Renê Coppe Pimentel. Contabilidade para gestores, analistas e 
outros profissionais: de acordo com os pronunciamentos do CPC (comitê de pronunciamentos contábeis) e 
IFRS (Normas Internacionais de Contabilidade). São Paulo: Atlas, 2017.
BRASIL. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília, DF: 
Presidência da República, [1976]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. 
Acesso em: 23 set. 2021.
BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre 
a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL [...]. Brasília, DF: 
Presidência da República, [2014]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/
lei/l12973.htm. Acesso em: 22 set. 2021.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
COKINS, Gary. Activity-based cost management: an executive’s guide. [S.l.]: John Wiley & Sons, 2009. 
10. v.
FONTOURA, Fernando Batista Bandeira da. Gestão de custos: uma visão integradora e prática dos métodos 
de custeio. São Paulo: Atlas, 2013. [Acervo Virtual]
LUNELLI, Reinaldo Luiz. Créditos de ICMS – Energia Elétrica. Portal Tributário, [s. d]. Disponível em: 
http://www.portaltributario.com.br/artigos/creditoicmsenergia.htm#:~:text=A%20Lei%20Complementar%20
87%2F1996,2000%20e%20sucessivos%20atos%20complementares. Acesso em: 26 abr. 2021. 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2007.
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm
38
2
Modelos de Custos
UNIDADE 2
MODELOS DE CUSTOS
INTRODUÇÃO
Esta unidade abordará os seguintes tópicos: os custos dos materiais diretos, perdas, 
subprodutos, sucatas e material auxiliar de produção; o custo da mão de obra direta e 
indireta, salários, encargos e benefícios; o custo de estoque como matéria-prima, mate-
rial em elaboração e produto acabado; e, por fim, o modelo de custo industrial por rateio 
e por centro de custos. Dessa forma, você irá analisar e estudar, praticamente, todos os 
custos incorridos em um processo produtivo, o que certamente o levará a pensar sobre 
a importância do gerenciamento de custos nas organizações.Com esse estudo, você conhecerá os custos de uma organização e aqueles em que ela 
absorve ao adquirir materiais diretos. Além disso, poderá entender e analisar o custo 
que a empresa acarreta com a perda no processo produtivo de materiais, como maté-
ria-prima, subprodutos, entre outros.
Nos últimos anos, as organizações em busca de alavancar lucratividades vêm procu-
rando conhecer o custo real de seu processo produtivo, buscando reduzir e minimizar 
os seus custos. Anteriormente, você já aprendeu que custos são gastos ocorridos na 
planta fabril de uma organização, que as melhorias no processo produtivo já alcança-
ram os subprodutos, então, analisaremos aqui o que as empresas vêm fazendo para 
minimizar o subproduto e reduzir os custos dos processos produtivos.
Nesta unidade, abordaremos sobre a tratativa dada as sucatas e a metodologia utiliza-
da pelas organizações para reduzir as sucatas nas empresas, pois elas são conside-
radas perdas. Além disso, analisaremos a importância do reconhecimento do material 
auxiliar de produção para a organização e os benefícios que trazem para o fluxo de 
caixa da empresa. 
Em seguida, você estudará sobre o custo da mão de obra direta e mão de obra indireta 
e, com isso, entenderá a frase que o custo de um funcionário equivale a dois funcioná-
rios e meio para uma organização. Não se pode mensurar o custo de uma mão de obra 
direta e indireta somente pelo salário-hora contratado, mas pelos custos reais que ele 
proporciona à organização. Quando se contrata um funcionário, outros custos preen-
chem a folha de pagamento, como 13º salário, férias, prêmios, encargos sociais, entre 
outros, dependendo da categoria e do setor da empresa. 
Abordaremos, também, sobre o estoque, matéria-prima, material em elaboração e pro-
duto acabado e, assim, você irá comprovar e entender a importância da mensuração e 
2
39
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Gestão de custos industriais
do controle. Consequentemente, notará o quanto ele implica em uma empresa, como 
passar de um mês para outro com matéria-prima na produção e não no almoxarifado, 
observar a importância de controlar o estoque de produto em elaboração até ser consi-
derado como custo acabado. Você verá como se comportam os custos de produtos em 
elaboração em relação ao fechamento contábil de um mês para o outro.
Neste estudo, abordaremos o porquê o estoque de produto acabado deve ter o seu giro 
rápido e a comunicação entre vendas e produção deverá ser uma comunicação trans-
parente, bem como o reflexo negativo que poderá ocorrer na linha de produção caso 
falte essa comunicação.
Esse tema será encerrado com o modelo de custo industrial por rateio e por centro de 
custos, e você irá analisar e entender a importância do centro de custos para uma em-
presa e a mensuração do custo real por área de um processo produtivo, se refletindo 
em uma maior transparência de gastos por área, sem beneficiar ou penalizar esta ou 
aquela área da empresa. 
Observe que o foco deste tema é essencialmente a análise de custos do processo 
produtivo e a sua mensuração por excelência. As organizações buscam combater si-
tuações adversas que refletem em uma turbulência no fluxo de caixa com a contenção 
de custo, pois sabem que quando ocorre essa a redução, a lucratividade da empresa 
poderá aparecer e aumentar, mesmo com as vendas estabilizadas se forem tomadas 
tais medidas. 
Figura 01. Redução de custos
Fo
nt
e:
 1
23
R
F.
1. O CUSTO DOS MATERIAIS DIRETOS: PERDAS/SUBPRODUTOS/
SUCATAS/MATERIAL AUXILIAR DE PRODUÇÃO 
As organizações buscam incessantemente reduzir seus custos. Nesse contexto, muitas 
delas perceberam que a redução de custos está ligada intimamente com gerenciamento 
e monitoramento dos materiais diretos desde o estoque de matéria-prima até o estoque 
de produto acabado.
Antes de iniciar o estudo sobre o custo do material produtivo, você precisa entender 
qual é o valor do custo de determinado produto, ou seja, qual o valor da mercadoria 
quando ela vai para o estoque. 
BENEFÍCIOS
CUSTOS
40
2
Modelos de Custos
Por exemplo, imagine que a empresa Vale do Sol é uma empresa optante pelo Lucro 
Presumido. Ela comprou matéria-prima e o valor total da nota fiscal foi de R$ 500.000,00. 
Nesta nota fiscal consta ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria) de 18% e IPI 
(Imposto sobre Produto Industrializado) de 20%. Para calcular o valor do custo dessa 
matéria-prima, mercadoria adquirida pela empresa Vale do Sol, siga o seguinte cálculo: 
I. Subtrair o IPI do valor total.
II. Excluir o ICMS do resultado.
III. Somar o frete e o seguro, caso tenha a informação na nota fiscal.
Observe que a empresa Vale do Sol é uma empresa optante pelo Lucro Presumido e, 
por estar nessa categoria, não tem PIS (Programa de Integração Social) e COFINS 
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de 9,25%. Na tabela a se-
guir, analisaremos o custo da matéria-prima.
Tabela 01. Custo de matéria-prima de uma empresa optante pelo lucro Presumido
Fonte: elaborada pelo autor.
Valor da matéria-prima 
adquirida pela empresa 
Vale do Sol
Excluindo-se o IPI 
(Imposto sobre produto 
industrializado) da nota 
fiscal
Excluindo-se o ICMS 
(Imposto de Circulação 
de mercadorias e Servi-
ços) da nota fiscal
Valor do custo da maté-
ria-prima (sem impostos)
R$ 500.000,00 $ 500.000,00 $ 416.666,66.
1,20
R R=
 R$ 416.666,66 x 0,82 = 
R$341.666,66.
R$ 341.666,66
Primeiramente, exclui o 
IPI dividindo o valor total 
da nota fiscal pelo índice 
da alíquota do IPI. Para 
calcular o índice, se divi-
de a alíquota do IPI por 
100 e soma 1, ou seja,
 
20 1 1,20.
100
+ =
Em seguida, com o valor 
do resultado calculado 
anteriormente é multipli-
cado pela diferença da 
alíquota do ICMS para 
100 na forma decimal: 
100 18 82;− =
82 0,82.
100
=
Esse valor se refere ao 
valor do custo da mer-
cadoria adquirida pela 
empresa Vale do Sol.
Na Tabela 1, observe que o valor da nota fiscal que a empresa pagará é de R$ 
500.000,00, porém, o seu custo a ser considerado será de R$ 341.666,66. Note que, 
entre o valor que a empresa irá pagar e o valor do seu custo, há uma diferença de 
31,66% (
341.666,66 1 1 00
50.000,00
x− ). Isso ocorre em razão da carga tributária do Brasil ser 
onerosa para empresas com alíquotas altas. Pelo lado positivo, a empresa poderá aba-
ter esse imposto no momento da apuração no final do mês.
2
41
U
ni
ve
rs
id
ad
e 
S
ão
 F
ra
nc
is
co
Gestão de custos industriais
Fonte: elaborada pelo autor.
Já se houvesse um valor de frete na nota fiscal de R$ 5.000,00, esse valor deverá ser 
somado ao custo, ou seja, R$ 341.666,66 + R$ 5.000,00 = R$ 346.666,66.
Caso a empresa Vale do Sol fosse uma empresa optante pelo Lucro Real, haveria um 
aumento da carga tributária do PIS e do COFINS somada a uma alíquota de 9,25%, ou 
seja, a empresa comprou matéria-prima e o valor total da nota fiscal é de R$ 500.000,00. 
Nesta nota fiscal consta ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria) de 18% e IPI (Im-
posto sobre Produto Industrializado) de 20%, e por ser lucro Real também tem alíquota 
de PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social) de 9,25%, como mostra a tabela a seguir.
Tabela 02. Custo de matéria-prima de uma empresa optante pelo lucro Real
Valor da matéria-prima 
adquirida pela empresa 
Vale do Sol.
Excluindo-se o IPI 
(Imposto sobre produto 
industrializado) da nota 
fiscal.
Excluindo-se o ICMS 
(Imposto de Circulação 
de Mercadorias e Servi-
ços e o PIS (Programa 
de Integração Social) e 
COFINS (Contribuição 
para o Financiamento 
da Seguridade Social) 
da nota fiscal.
Valor do custo da 
matéria-prima (sem 
impostos).
R$ 500.000,00 $ 500.000,00 $ 416.666,66.
1,20
R R=
R$ 416.666,66 x 0,7275 
= R$ 303.124,99 
R$ 303,124,99
Primeiramente, se exclui 
o IPI dividindo o valor 
total da nota fiscal pelo 
índice da alíquota do IPI. 
Para calcular o índice, 
se divide a alíquota do 
IPI por 100 e soma 1. 
 
20

Mais conteúdos dessa disciplina