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1METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! e-book METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Como promover uma educação para a compreensão 2 3METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! PREFÁCIO A cada dia que passa, mais educadores(as) constatam em suas rotinas que aquela forma de aprendizagem tradicional tão amplamente empregada em sala de aula já está obsoleta. O desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação abriu as portas para que os(as) jovens e as crianças ressignifiquem o que entendíamos até hoje como aprendizagem. Esse contexto tem exigido o desenvolvimento de competências que auxiliem essa nova geração na busca, seleção, reflexão crítica e produção de informações de qualidade – ou seja, que fomentem a construção de saberes significativos para uma atuação social consciente e cidadã. Você já deve ter ouvido o termo “estudante autônomo(a)” ou a “formação integral do(a) estudante”. Despertar o interesse dos(as) estudantes pelo conhecimento e cumprir com essas premissas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) são responsabilidades da escola, da coordenação e de seus educadores e suas educadoras. Muitas são as formas de incentivar o aluno ou a aluna ao aprendizado mais significativo, de modo que todos(as) e todas se sintam donos(as) da construção de seus conhecimentos e tenham mais prazer em estudar. O que você vai encontrar neste e-book Então, como é possível promover uma educação voltada para a compreensão? Pensando nesse desafio, reunimos neste livro um conjunto de práticas educacionais contemporâneas fundamentais para tornarmos nossos(as) estudantes protagonistas de seu próprio conhecimento: é o caso das rotinas de pensamento do Project Zero, organização educacional da Harvard Graduate School of Education, e das metodologias ativas. Temos, com isso, o intuito de ajudar você nessa jornada rumo a uma aprendizagem mais ativa, visível, conectada e personalizada. Para isso, apresentamos um material prático para ser lido, estudado e consultado constantemente. Em cada seção você encontrará a contextualização e a descrição necessárias para entender a estrutura e a proposta de cada prática, rotina e metodologia ativa que elencamos. O objetivo, aqui, não é apenas apresentar um passo a passo de como colocar essas estratégias em prática, mas também refletir sobre o potencial de cada uma delas para o processo de aprendizagem dos(as) estudantes de sua escola. Logo, esperamos que este e-book gere momentos ricos de aprendizagem e trocas de experiências entre gestão, coordenação e docentes. Quando a colaboração e a corresponsabilidade pela aprendizagem dos(as) estudantes é a prioridade máxima, todos(as) podem brilhar juntos e juntas. Boa leitura! Equipe Geekie 4 1. Introdução 2. A mentalidade no processo de aprendizagem 3. Criando uma cultura a favor da aprendizagem 4. Como definimos a aprendizagem? 5. Como mensurar a aprendizagem? 6. As metodologias de aprendizagem ativa: práticas, rotinas e metodologias ativas 7. Práticas ativas Questionamentos Dê um, pegue um 8. Rotinas de pensamento Ver-Pensar-Perguntar Conversa de papel Manchete Antes eu pensava… Agora eu penso... Cor-Símbolo-Imagem O que faz você pensar assim? Pensar, Trocar e Compartilhar 9. Metodologias ativas Sala de aula invertida Rotação por estações Quebra-cabeça Design thinking 10. Quais são os benefícios das metodologias de aprendizagem ativa para o(a) professor(a)? E para o(a) estudante? 12. Referências 13. Posfácio SUMÁRIO 5METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS!1INTRODUÇÃO 6 INTRODUÇÃO É na escola, em grande parte, que formamos a nossa mentalidade, ou seja, o nosso modelo mental, e aprendemos as competências, as habilidades e os valores essenciais para a vida. De acordo com Ron Ritchhart (2015), mais importante desenvolver em nossos(as) estudantes é “um amplo conjunto de características que motivam a aprendizagem e levam à geração de conhecimento utilizável”. Esse conjunto de características, que motiva a aprendizagem, forma a identidade de uma pessoa e serve para motivar o comportamento ao longo da sua vida. No contexto escolar, é essencial pensar em quais habilidades, competências e valores queremos que nossos(as) alunos(as) desenvolvam para a vida. A aprendizagem ativa é focada nesse objetivo. Ela possibilita inovar na sala de aula, de modo que novas vivências, formas de aprender e oportunidades de aprendizagem são criadas com intencionalidade para nossos(as) estudantes. Um aprendizado com foco no desenvolvimento de habilidades e competências, com o uso de metodologias e materiais estimulantes, é capaz de promover a curiosidade, a reflexão, o sucesso acadêmico e a formação de cidadãos(ãs) críticos(as) e criativos(as), aptos(as) para trabalharem de forma colaborativa e comunicativa conforme as demandas atuais. Formar estudantes em completude permite um bom desempenho acadêmico e também uma atuação crítica como cidadãos(ãs) do século XXI. 7METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS!2A MENTALIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 8 MENTALIDADE DE CRESCIMENTO E APRENDIZAGEM ATIVA A mentalidade é a maneira como nosso cérebro elabora as coisas que fazemos (metacognição). Ela nos ajuda a olhar para os sucessos, e também para os problemas (e até para os erros), de modo positivo ou negativo (Carol S. Dweck, Mindset: a nova psicologia do sucesso, 2006). Carol Dweck, professora de Psicologia da Universidade de Stanford, conduziu uma pesquisa de mais de 30 anos sobre como as pessoas alcançam o sucesso. Seu trabalho mostra que existem dois tipos de mentalidades nas pessoas: a mentalidade fixa e a mentalidade de crescimento. Explorar nossas mentalidades nos ajuda a reconhecer as diferenças de nossas atitudes e nossos comportamentos nas situações desafiadoras que surgem em nossa vida, inclusive no aprendizado. De acordo com Ron Ritchhart, nossas mentalidades são desenvolvidas por nossas interações com outros indivíduos nas situações de aprendizagem. Elas podem promover ou limitar o desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento. Estudantes que desenvolvem uma mentalidade de crescimento aprendem que são capazes de ter sucesso em todas as áreas, se se esforçarem. Portanto, quando criamos oportunidades desafiadoras para nossos(as) estudantes, eles e elas desenvolvem a habilidade de focar no processo de aprendizagem, e não no resultado final (Ron Ritchhart, 2015). Errar, para essas pessoas, é algo insuportável. Elas tendem a evitar desafios e experiências novas com medo de parecerem menos inteligentes. Pessoas com bem desenvolvido acreditam que a sua inteligência melhora cada vez mais pela aprendizagem. O caminho do sucesso está no seu esforço e na sua prática dedicada ao longo do tempo. Mentalidade de crescimento Mentalidade fixa growth mindset 9METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS!3CRIANDO UMA CULTURA A FAVOR DE APRENDIZAGEM 10 CULTURA DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA Cultura é “um processo de internalização gradual dos valores e das histórias que vivenciamos repetidamente por meio da interação com o ambiente social.” (Ritchhart, 2015). Portanto, a cultura que criamos define como a aprendizagem ocorrerá. É necessário envolver nossos(as) estudantes em experiências de aprendizagem que desenvolvam suas habilidades cognitivas e socioemocionais, a fim de ajudá-los(as) a construir sua própria compreensão. De acordo com Lev Vygotsky (1978), “as crianças se desenvolvem a partir do meio intelectual em que convivem.” Existem forças culturais que impactam a criação de uma cultura de pensamento, ou seja, uma comunidade de aprendizagem entre educadores(as), estudantes e famílias. Expectativas, linguagem, oportunidades, interações, rotinas, tempo, orientações e ambiente são indicadores de cultura. Todos esses fatores são forças que podem promover ou dificultar a nossa evolução como aprendizes.A força de expectativas é fundamental para a criação de cultura em nossas escolas e na sala de aula. Ela representa nossas crenças sobre a aprendizagem, crenças que nos ajudam a direcionar nossa atenção e nossas ações e definem nossa compreensão de como as coisas funcionam. Nossas expectativas em relação às forças da linguagem, às oportunidades, às interações, ao tempo, às orientações, ao ambiente e ao tempo na sala de aula impactam em uma cultura de pensamento para todos(as) os(as) envolvidos(as). Referência: Ron Ritchhart, Creating Cultures of Thinking, 2015. [Imagem da Geekie] AS FORÇAS NA CULTURA DE PENSAMENTO Como usar efetivamente o tempo em sala de aula a favor da aprendizagem? As oportunidades que criamos para nossos(as) estudantes são desafiadoras? Elas promovem engajamento e incentivam a curiosidade? 1. Dispositiva: Que comportamentos promovem o pensamento e a aprendizagem? 2.Cognitiva: Como tornar o pensamento visível? Como as interações positivas estão sendo promovidas nas aulas? Como a aplicação das rotinas ajuda os(as) estudantes a organizar seu pensamento? (Ex.: com rotinas de pensamento.) Como a linguagem direciona o nosso pensamento, nossa autopercepção e nossa afinidade de grupo? Como a sal reflete o(a) professor(a) e processo de aprendizagem? O que queremos para nós e para os(as) nossos(as) estudantes? TEMPO OPORTUNIDADES ORIENTAÇÕES INTERAÇÕES ROTINAS LINGUAGEM AMBIENTE EXPETATIVAS 11METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS!4COMO DEFINIMOS A APRENDIZAGEM? 12 COMO DEFINIMOS A APRENDIZAGEM? Aprendizagem é a aquisição de novos saberes que permite ao(à) aprendiz construir ideias, oportunidades, relações éticas e ações que o(a) transformam e lhe permitem transformar a sociedade em que vive. Ela acontece por meio do desenvolvimento dos big understandings, ou, em português, dos “grandes entendimentos” (David Perkins, Future Rise, 2014). Reflita sobre as seguintes descrições dos grandes entendimentos. Com relação ao conteúdo, de que forma os temas principais podem transformar as ideias, as ações, as relações éticas e as oportunidades de aprendizagem dos(as) estudantes? Que ações podemos tomar para garantir que isso ocorra em nossas aulas? ATIVO A aprendizagem é uma consequência do pensamento. David Perkins NOVOS SABERES SIGNIFICATIVO Ideias Ações Relações éticas Oportunidades + TRANSFORMAÇÃO APRENDIZADO DO ESTUDANTE 13METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! De acordo com David Perkins, “A aprendizagem é uma consequência do pensamento”. Portanto, indicar aos(às) estudantes a forma de pensamento (veja o mapa de compreensão abaixo) que eles(as) vão praticar potencializa a aprendizagem e fornece oportunidades de construir a compreensão. Essas formas de pensamento devem ser trabalhadas, por exemplo, por meio das rotinas de pensamento nas aulas, para desenvolver as habilidades cognitivas e socioemocionais dos(as) estudantes. Desta forma, conseguimos mapear o pensamento dos(as) estudantes, ou seja, tornar a aprendizagem mais significativa. Referência: Mapa de compreensão por Ron Ritchhart, Cultures of Thinking Project, Project Zero. [Imagem e tradução da Geekie] O entendimento ajuda a revelar como o nosso mundo físico, social e, artístico funciona. OS GRANDES ENTENDIMENTOS Grande em IDEIAS Grande em AÇÕES Grande em RELAÇÕES ÉTICAS Grande em OPORTUNIDADES O entendimento ajuda a revelar como o nosso mundo físico, social, artístico funciona. O entendimento incentiva pensamentos e uma conduta mais ética, humana e cuidadosa. O entendimento surge de maneira significativa em contextos variados. 145COMO MENSURAR A APRENDIZAGEM? 15METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! DADOS E EVIDÊNCIAS PARA MENSURAÇÃO DA APRENDIZAGEM As evidências que permeiam a jornada de aprendizagem permitem tornar o aprendizado visível. Elas servem para direcionar as decisões pedagógicas ao longo dessa jornada, que se inicia pela definição dos objetivos de aprendizagem e se concretiza pela execução das práticas pedagógicas (confira o exemplo de planejamento em 3 etapas abaixo). As evidências são criadas para mensurar se esses objetivos estão sendo atendidos. Em outras palavras, nossas práticas devem fornecer as evidências necessárias para avaliar se os objetivos de aprendizagem foram contemplados. Mas lembre-se de que, na realidade, a aprendizagem em sala de aula não é linear: as práticas e evidências coexistem. Definir objetivos de aprendizagem Determinar evidências de aprendizagem Planejar a experiência de aprendizagem verbo *+ objeto do conhecimento **+ contexto evidências mensuráveis metodologias, estratégias e materiais utilizados PLANEJAMENTO EM 3 ETAPAS Exemplos: Identificar Relacionar Sintetizar Resumir Descrever Interpretar Fazer conexões Construir explicações Exemplos: Pesquisa Vídeos Projetos Desenho Esquemas Rotinas Questões dissertativas e de múltipla escolha Exemplos: Rotação por estações Trabalho em grupo Por dentro (aula invertida) Manchete; Ver, pensar, perguntar, pensar, falar, trocar ideias, pensar, ouvir, debater. Verbo* - processo cognitivo ou verbos de pensamento Objeto do Conhecimento** - conteúdo ou conhecimento Referência: Wiggins, G & McTighe, J. Understanding by Design. 2000 [Imagem e tradução da Geekie] 16 Na dimensão “formato”, existem dois tipos de evidência: direta e indireta. As evidências diretas apresentam o processo de aprendizagem pelo(a) estudante e normalmente são documentadas e avaliadas pelo(a) professor(a). Já as evidências indiretas são comportamentos e/ou ações por meio dos quais os(as) estudantes demonstram o seu aprendizado. Referência: Ron Ritchhart, Creating Cultures of Thinking, 2015. Evidências diretas: rubrica, questões, atividades (individual/ grupo), rotinas de pensamento, experimentos. Evidências indiretas: anotações híbridas, tempo de estudo. Atividades: podem ser feitas na aula ou como tarefa de casa. Trabalhos: podem se estender por vários dias, consistindo em várias etapas. Projetos: podem se estender por meses, ir além do acadêmico e promover o desenvolvimento pessoal e social. DURAÇÃO Dimensão do tempo Cognitivo Afetivo Psicomotor FORMATO Os diferentes tipos de evidências COMPLEXIDADE O nível de engajamento e aprendizado hashtags, AS DIMENSÕES DAS EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGEM: 17METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! 6. As metodologias de aprendizagem ativa: prá- ticas, rotinas e metodolo- gias ativas 6AS METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA: PRÁTICAS, ROTINAS E METODOLOGIAS ATIVAS 18 AS METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA Com base na explicação de José Moran a seguir, é importante considerar as progressões de flexibilidade e complexidade/autonomia das metodologias de aprendizagem ativa ao planejar suas aulas. Pensando em sua realidade, quais fatores e/ou forças influenciam sua decisão de aplicar essas metodologias em suas aulas? Será possível mudar essa mentalidade? O que te faz pensar isso? Referência: José Moran, Mudando a educação com metodologias ativas; Disponível em: www2.eca.usp.br/moran. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que devam tomar decisões e avaliar os resultados, com o apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de mostrar sua iniciativa. Metodologias Ativas Rotinas de Pensamento Sala de aula invertida Rotação por estações Quebra-cabeça Ver-Pensar-Perguntar Conversa de papel MAnchete Antes eu pensava... Agora eu penso... Cor-Símbolo-Imagem O que faz você pensar isso? Pense e compartilhe Questionamentos Dê um, pegue um AS PROGRESSÕES DE FLEXIBILIDADE E COMPLEXIDADE/AUTONOMIA Práticas ativas METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM Mais flexívelMenos flexível/Mais estruturada Mais complexo/Autonomia Menoscomplexo Autonomia http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf 19METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS!7PRÁTICAS ATIVAS 20 PRÁTICAS ATIVAS I) Questionamentos O que é? Questionamentos estimulam o pensamento do(a) estudante. A forma de construir as questões pode inibir ou facilitar a criação de uma comunidade de aprendizagem. Por exemplo, a forma como usamos nossa linguagem na construção das questões direciona nosso pensamento, nossa autopercepção e nossa afinidade de grupo (Ritchhart, 2015). Se incentivarmos nossos(as) estudantes a compartilharem várias ideias e opiniões, eles(as) se tornarão mais confiantes e engajados(as) para aprender. Quando usar essa prática? Use essa prática para incentivar a construção de ideias ou o desenvolvimento de argumentos e elaborações. Salas flexíveis Salas em fileiras Turmas pequenas Turmas grandes Onde podemos fazer as práticas ativas? Pode variar entre 5 e 20 minutos Tempo de atividade:Tempo de atividade: Qual é a resposta? Quem pode me dizer… ? COMO PODEMOS MUDAR NOSSA FORMA DE QUESTIONAR Qual seria o resultado se… ? Que conexões você poderia fazer? Qual seria uma outra perspectiva? 21METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Formas de questionar Como essa prática fornece evidências? O diálogo com base nas perguntas cria oportunidades para construir ideias ou fornecer argumentos e elaborações, além de considerar outros pontos de vista. Os(As) estudantes podem registrar suas reflexões de várias maneiras, por exemplo, no caderno, em Post-its, no campo de anotações do Geekie One (se for possível) ou utilizando aplicativos educacionais como Google Docs, Google Classroom, Padlet etc. Exemplo das perguntas facilitadoras na prática: como essa rotina promove o desenvolvimento de argumentos e elaborações? Reflita sobre as seguintes perguntas facilitadoras que se relacionam com as 8 forças culturais. Elas nos ajudam a exercitar a mentalidade de crescimento no nosso dia a dia e nos incentivam a elaborar práticas a favor da aprendizagem. Como uso efetivamente o tempo em sala de aula a favor da aprendizagem? As experiências de aprendizagem que desenho para a minha turma são desafiadoras? O que me faz pensar isso? Como minhas ações na sala de aula promovem o pensamento crítico dos(as) estudantes? Como torno o meu pensamento visível? Como desenvolvo as interações positivas nas minhas aulas? Minhas rotinas de sala de aula ajudam cada estudante a construir a sua compreensão? O que me faz pensar isso? Como utilizo a força da linguagem para entender melhor o processo cognitivo de cada estudante? Como reorganizo a sala de aula para promover o processo de aprendizagem para a minha turma? Minhas expectativas para os(as) estudantes refletem as minhas crenças sobre a aprendizagem? O que me faz pensar isso? TEMPO OPORTUNIDADES SENDO MODELOS INTERAÇÕES ROTINAS LINGUAGEM AMBIENTE EXPECTATIVAS Que conexões você poderia fazer entre… ? O que mudou a respeito do que você pensava até agora? Quais são as semelhanças e/ou diferenças que você encontrou entre esse conceito e o outro? Questões construtivas: construção de ideias Questões facilitadoras: desenvolvimento de argumentos e elaborações O que faz você pensar assim? Você pode elaborar mais? Você pode explicar seu raciocínio? 22 23METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! II) Dê um, pegue um O que é? Essa prática incentiva a troca de aprendizados entre colegas. A escuta ativa é desenvolvida por meio das conexões feitas às ideias discutidas. Dê um, pegue um estimula a participação de modo que os(as) estudantes compartilhem e desenvolvam colaborativamente o conhecimento sobre um tópico. Quando usar essa prática? Use essa prática para promover a escuta e o compartilhamento de informações entre os(as) colegas. Passos • Os(As) estudantes anotam suas ideias ou informações importantes em resposta a uma provocação feita pelo(a) professor(a). • A turma circula na sala de aula e, a pedido do(a) professor(a), encontre um par. • Os(as) estudantes se revezam compartilhando suas ideias com seu par (etapa “dar”) e anotam (ou “pegam”) algo que aprenderam ou que chamaram sua atenção durante as discussões. • Após alguns minutos, o(a) professor(a) sinaliza para encontrar um novo par e o processo se repete. • Depois de repetir o processo várias vezes, a turma compartilha e discute as ideias aprendidas em diferentes pares. Neste momento, o(a) professor(a) pode destacar alguns temas comuns que surgiram, pontos de interesse e/ou coisas que chamaram sua atenção. Algumas dicas para aplicar na prática essa prática Essa prática pode ser aplicada para gerar novas ideias sobre um tópico, revisar os principais conceitos após uma unidade de estudo ou coletar evidências em resposta às perguntas de interpretação do texto. Como essa prática fornece evidências? Nessa prática, as discussões com base na provocação, fornecem oportunidades para cons- truir explicações, considerar diferentes pontos de vista e desenvolver a escuta. As discussões feitas, além do registro de novas ideias, permitem ao(à) professor(a) coletar evidências dos aprendizados que os(as) estudantes estão construindo. 248ROTINAS DE PENSAMENTO 25METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! ROTINAS DE PENSAMENTO O que é o Project Zero? As rotinas de pensamento são sequências simples de três ou quatro passos que direcionam e estruturam o pensamento do(a) estudante, em que cada passo dado se constrói em decorrência do anterior. Elas são estratégias que ativam ações específicas de pensamento (consulte o mapa de compreensão) que, quando são aplicadas, praticadas e repetidas em contextos apropriados, estimulam padrões de pensamento que se expandem para diferentes contextos. Em geral, as rotinas minimizam a confusão e direcionam as atividades mais claramente. Lembre-se, selecionar uma rotina e usá-la de forma contínua e flexível é preferível a escolher várias rotinas e usá-las apenas como atividades. Pense nas rotinas como estratégias que visam tornar o pensamento visível no contexto do aprendizado. Usando esses “hábitos de pensar”, vez após vez, em sala de aula, e em vários contextos, constrói-se uma cultura de pensamento, ou seja, uma comunidade de aprendizagem entre os(as) professores(as) e estudantes. As rotinas de pensamento são estratégias que visam tornar o pensamento visível no aprendizado. Elas foram criadas pelo projeto Visible Thinking, no Project Zero (Faculdade de Educação de Harvard). Salas flexíveis Salas em fileiras Turmas pequenas Turmas grandes Onde podemos fazer as práticas ativas? Pode variar entre 5 e 20 minutos Tempo de atividade:Tempo de atividade: Project Zero é uma organização educacional na Harvard Graduate School of Education que promove diversas investigações sobre o pensamento, a criatividade e a compreensão, e como apoiá-las entre múltiplos contextos. Ele consiste em vários projetos, um dos quais é o projeto Visible Thinking (Pensamento Visível, em português). O pensamento visível é uma abordagem flexível baseada em pesquisas que desenvolve a compreensão do(a) estudante, além de promover a transferência e a aplicação de habilidades em diferentes situações de aprendizado. 26 As seguintes rotinas de pensamento podem ser usadas em qualquer conteúdo, não importando o ano dos(as) estudantes. Use-as de forma contínua e flexível, encaixando-as no seu contexto. Introduzir e explorar as ideias Sintetizar e organizar as ideias Descrever Interpretar Questionar Observar Construir hipóteses Gerar ideias Sintetizar Resumir Relacionar Refletir Determinar a importância Identificar e compreender a ideia central Fazer conexões Diferenciar Argumentar Desenvolver contra-argumentos Testar hipóteses Definir Conceituar Debater ideias Comprovar Desenvolver diferentes perspectivas Revelar complexidades Aprofundar as ideias AS TRÊS CATEGORIASPRINCIPAIS DAS ROTINAS DE PENSAMENTO 27METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Rotina Formas de pensamento Ver-Pensar-Perguntar Descrever, interpretar e perguntar. Fazer observações cuidadosas e interpretações bem pensadas; estimular a curiosidade. Conversa de papel Descobrir o conhecimento prévio, construir ideias e incentivar o questionamento. Estimular a discussão aberta no papel; considerar ideias, questões ou problemas; garantir que todas as vozes sejam ouvidas. INTRODUZIR E EXPLORAR AS IDEIAS Aplicações Rotina Formas de pensamento Manchete Sintetizar, compreender a ideia central, resumir. Capturar a essência de um assunto, conceito ou ideia. Antes eu pensava… Agora eu penso Refletir e promover a metacognição. Estimular uma reflexão sobre os aprendizados e as mudanças provocadas após o trabalho em torno de um assunto. Cor-Símbolo-Imagem Capturar a essência de uma ideia por meio das metáforas, fazer conexões. Incentivar a comunicação não verbal de ideias; fornecer conexões visuais. Aplicação SINTETIZAR E ORGANIZAR AS IDEIAS Rotina Formas de pensamento O que faz você pensar isso? Construir explicações, justificar e raciocinar com evidências. Estimular o compartilhamento de interpretações; considerar diferentes perspectivas. Pense, trocar e Compartilhar Raciocinar, fornecer elaborações. Promover a compreensão por meio de raciocínio e explicação. Aplicação APROFUNDAR AS IDEIAS 28 VER-PENSAR-PERGUNTAR O que é? Essa rotina incentiva observações cuidadosas e interpretações bem pensadas, além de estimular a curiosidade. Quando usar essa prática? Use essa rotina na introdução de um assunto para motivar o interesse da turma e captar o conhecimento prévio dos(as) estudantes. Passos • Olhe para um objeto e responda: Formas de pensamento: descrever, interpretar e refletir. » O que você vê? » O que você pensa ou que relações você faz? » Que perguntas ou curiosidade esse objeto desperta em você? Algumas dicas para aplicar na prática essa rotina Peça ao(às) estudantes que façam observações sobre um objeto (por exemplo, pode ser uma obra de arte, uma imagem, uma peça artesanato ou até mesmo um assunto) e siga com uma conversa sobre as reflexões feitas. Eles e elas podem discutir cada passo da rotina em duplas ou em pequenos grupos, baseando-se no pensamento dos(as) outros(as). Convide voluntários(as) para compartilhar suas ideias ou as ideias de seu grupo. Encoraje-os(as) a embasarem suas interpretações com argumentos. Quando eles e elas respondem usando como base as três perguntas principais, a rotina de pensamento fica mais completa (“Eu vejo… Eu penso… O que seria…”). No passo ver, peça à turma que liste apenas as coisas que ela vê, que seja descritiva, sem fazer interpretações. No passo pensar, peça à turma que diga o que ela vê que está acontecendo no objeto. E, por último, no passo perguntar, peça à turma que crie perguntas ou questionamentos com base em suas reflexões no passo anterior. 29METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Ver: Observe a imagem. O que você vê nela? Pensar: Você acha que poderia existir algum tipo de padrão de repetição, nessa imagem? Se sim, tente explicar esse padrão. Perguntar: O que você acha que essa imagem poderia representar? Exemplo 1 Capítulo do Geekie One: Sistema Sol, Terra e Lua por 8º ano Exemplo 2 Day and Night por MC Escher, 1938. Explorando como usar uma imagem nas diferentes conteúdos. Ver: Observe a imagem. O que você percebe? Pensar: Que relações você pode fazer com o que você vê? Perguntar: Com base em suas relações, quais foram os temas que surgiram? Em que disciplinas esses temas poderiam ser estudados? O que faz você pensar isso? Como essa rotina fornece evidências? As discussões entre os(as) estudantes sobre as provocações de cada passo da rotina evidenciam o seu aprendizado. As respostas dos(as) estudantes a essa rotina podem ser registradas por escrito, de modo que a turma tenha um painel de observações, interpretações e conclusões, ou você pode pedir aos(às) estudantes que registrem suas ideias no caderno ou no campo de anotações do Geekie One (se for possível). Exemplo da rotina na prática Como essa rotina promove a interpretação e a reflexão em Ciências? 30 Conversa de papel O que é? Conversa de papel é uma rotina praticada nas aulas de Educação Digital. Essa rotina estimula a discussão aberta no papel, incentivando a turma a considerar ideias, questões ou problemas apenas respondendo por escrito em um papel suas impressões iniciais e considerações sobre o pensamento de outras pessoas. Quando usar essa rotina? Use essa rotina para gerar ideias, construir hipóteses, incentivar o questionamento e considerar outras perspectivas. A discussão aberta no papel garante que todas as vozes sejam ouvidas. Desta forma, essa rotina facilita a manifestação daquelas pessoas que não se sentem confortáveis em falar para toda a turma. “Conversa de papel” na aula de Educação Digital [Imagem da Geekie] Formas de pensamento: descobrir o conhecimento prévio, construir ideias e incentivar o questionamento. 31METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Passos • Separe pelo menos três papéis grandes e escreva, em cada um, uma pergunta, um tópico ou um conceito sobre o tema a ser trabalhado. Espalhe os papéis em diferentes mesas em diferentes locais da sala. • Dividindo a turma em grupos que correspondam à mesma quantidade de papéis dispostos, peça que todos(as) reflitam sobre o tópico apresentado e escrevam quais ideias surgem à mente ao considerará-lo. Cada grupo passará por um papel a cada rodada, sendo que todos os grupos deverão passar por cada um dos cartazes ao final. • Incentive a turma a rodar novamente pelos cartazes e a refletir sobre quais conexões podem estabelecer com as ideias das outras pessoas, anotando-as no cartaz. • Disponha os cartazes para toda a turma, de modo que todos(as) possam apreciá-los por um tempo. Em seguida, abra a discussão. • Consolide, com a turma, as conclusões a respeito das ideias, das questões e dos problemas trabalhados. Algumas dicas para aplicar na prática essa rotina O objetivo dessa rotina é incentivar uma discussão silenciosa sobre o tópico, a ideia ou o problema em estudo. Lembre-se de que, para criar um ambiente seguro, é importante não julgar as reflexões de outras pessoas. Este é um momento para expressar abertamente suas impressões iniciais e aprender com o pensamento dos(as) outros(as). É importante organizar as mesas de modo que as pessoas possam circular livremente em volta delas e registrar suas impressões em diversos sentidos no papel. Dessa forma, não é necessário que alguém fique esperando sua vez de escrever. Opcional: Colocar uma música suave de fundo para criar um ambiente descontraído. Como essa rotina fornece evidências? Nessa rotina, o diálogo escrito no papel fornece oportunidades para construir explicações e considerar diferentes pontos de vista. Ela incentiva a participação dos(as) estudantes que ainda não têm muita facilidade para expor suas ideias oralmente. Os cartazes podem ser afixados na parede; desta forma, a turma pode revisitar a “Conversa de papel” ao longo da unidade em estudo, relacionando os pontos discutidos na rotina aos conceitos trabalhado nas aulas. 32 33METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Manchete O que é? Essa rotina lembra a ideia de manchetes jornalísticas como modo de resumir e capturar a essência de um assunto, conceito ou ideia. Quando usar essa rotina? Use essa rotina para ajudar os(as) estudantes a capturarem a essência do assunto que está sendo estudado ou discutido. Isso pode levá-los(as) resumir os assuntos e a chegar a conclusões experimentais. Passos • Essa rotina demanda uma questão central: Formas de pensamento: sintetizar, compreender a ideia central, resumir. Se você precisasse escrever um título (como manchetes de jornais)para este tópico, com a intenção de registrar o aspecto mais importante a ser lembrado, qual seria? • Uma segunda questão explora como o pensamento sobre o tópico mudou no decorrer do tempo: Como ficaria o seu tema baseado na discussão de hoje? Como ele se diferencia do que você teria dito? Algumas dicas para aplicar na prática essa rotina Essa rotina é especialmente adequada para o final de uma discussão em aula ou uma sessão em que os(as) estudantes exploraram um tópico e adquiriram novas informações e/ou opiniões. Lembre-se de que uma manchete é um título que descreve o aspecto mais importante a ser lembrado. Como essa rotina fornece evidências? As respostas dos(as) estudantes a essa rotina podem ser registradas em uma lista, para que o(a) professor(a) e os(as) estudantes possam avaliá-las posteriormente e extrair delas interpretações ou conclusões. Elas também podem ser registradas no caderno ou no campo de anotações do Geekie One (se for possível). Exemplo da rotina na prática: Como essa rotina promove a compreensão da ideia central? 34 Exemplo 2 Bett Educar 2019 - Participantes na formação de aprendizagem ativa colaboram para capturar a essência das práticas ativas. Se você precisasse escrever uma manchete de jornal para o design thinking com a intenção de registrar o aspecto mais importante a ser lembrado, qual seria? “Perceber as necessidades do cliente de modo a criar o melhor produto para ele.” Exemplo 1 Carol Brant, designer pedagógica na Geekie, foi perguntada sobre a importância da metodologia do design thinking para o seu trabalho. 35METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Antes eu pensava… Agora eu penso… O que é? Essa rotina estimula uma reflexão sobre os aprendizados e as mudanças provocadas após o trabalho em torno de um assunto. Formas de pensamento: refletir e promover a metacognição. Quando usar essa rotina? Use essa rotina para que os(as) alunos(as) reflitam sobre o seu atual entendimento sobre um tópico e como ele mudou ao longo do tempo. Passos • Peça para os(as) estudantes refletirem sobre como o seu entendimento do tópico em estudo mudou, com base no que foi visto, discutido e/ou debatido. • A seguir, peça que completem estas frases baseados(as) nas suas reflexões: Antes eu pensava… Agora eu penso… Algumas dicas para aplicar na prática essa rotina Essa rotina funciona bem quando os pensamentos, as opiniões ou as impressões iniciais dos(as) estudantes provavelmente mudaram como resultado de uma experiência de aprendizagem, por exemplo: depois de ler novas informações, assistir a um filme, ouvir um(a) palestrante, experimentar algo, ter uma discussão em sala de aula ou no final de uma unidade de estudo. Peça para os(as) estudantes compartilharem e explicarem suas mudanças de pensamento. Inicialmente, é bom fazer isso com toda a turma para que você possa orientar e facilitar as discussões, incentivando os(as) estudantes a explicarem seu raciocínio. Uma vez que eles(as) estão acostumados(as) a explicar seu pensamento, os(as) estudantes podem compartilhar em pequenos grupos ou em duplas. Como essa rotina fornece evidências? As novas ideias, conexões, entendimentos etc. sobre um tópico, temo ou conceito evidenciam o aprendizado dos(as) estudantes. Eles(as) podem registrar suas reflexões no caderno, em Post-its ou no campo de anotações do Geekie One (se for possível). 36 Exemplo da rotina na prática: Como essa rotina estimula uma reflexão sobre como o entendimento mudou ao longo do tempo? Exemplo 1 Uma aluna do 4° ano reflete sobre a sua experiência ao visitar o Sítio do Carroção, Tatuí (SP). Exemplo 2 O time Pedagógico da Geekie aplicou essa rotina para direcionar seu pensamento e, como resultado, foi capaz de se aprofundar em como nossa linguagem pode influenciar a forma como escrevemos o conteúdo para o Geekie One. 37METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Cor-Símbolo-Imagem O que é? Essa rotina incentiva a comunicação não verbais de ideias. Ela ajuda a capturar a essência de uma ideia por meio de metáforas. “Cor-Símbolo-imagem” desperta a criatividade e novas formas de pensar e, por sua vez, aprofundando a compreensão do tema ou conceito em estudo. Quando usar essa rotina? Use essa rotina para melhorar a compreensão de ler, ouvir ou assistir. Ela também pode ser usada para estimular uma reflexão sobre aprendizados anteriores. A síntese acontece quando os(as) estudantes selecionam uma cor, um símbolo e uma imagem para representar três ideias importantes. Passos • Enquanto os(as) estudantes estão lendo/ouvindo/assistindo, peça para que eles(as) anotem o que acharem interessante, importante ou o que chamou atenção. Quando terminarem, eles(as) devem escolher três coisas que mais se destacam. • Peça ao(às) estudantes que respondam às seguintes perguntas da rotina: » Se você fosse escolher uma COR, para uma delas que represente ou capture a essência dessa ideia, qual seria? » Se você fosse escolher um SÍMBOLO, para outra que represente ou capture a essência dessa ideia, qual seria? » Se você fosse escolher uma IMAGEM, para a outra que represente ou capture a essência dessa ideia, qual seria? Formas de pensamento: Capturar a essência de uma ideia por meio de metáforas, fazer conexões. 38 Algumas dicas para aplicar na prática essa rotina Essa rotina também facilita a discussão de um texto ou evento à medida que os(as) estudantes compartilham suas cores, seus símbolos e suas imagens. Lembre-se de que o objetivo é capturar a essência de uma ideia por meio das formas não verbais. Ser criativo(a) é fundamental para a execução dessa rotina, a fim de desenvolver a compreensão dos conceitos aprendidos. Você pode diferenciar um símbolo de uma imagem da seguinte maneira: um símbolo é algo simples, por exemplo, um número, um sinal de pontuação ou um ícone. Um símbolo também pode ser um desenho descomplicado, como duas linhas cruzadas para indicar uma interseção de ideias ou um círculo para representar totalidade ou completude. Enquanto uma imagem é algo mais complexo e totalmente desenvolvido do que apenas um símbolo. Uma imagem pode ser um desenho detalhado. Como essa rotina fornece evidências? Essa rotina estimula uma sintetização dos aprendizados após o trabalho em torno de um tema após desenvolver um trabalho de estudar um conceito. As novas ideias, entendimentos, conexões, insights etc. evidenciam o aprendizado dos(as) estudantes. Eles(as) podem usar papel e canetas coloridas para responder às perguntas da rotina “Cor-Símbolo-Imagem” ou podem falar sobre cada escolha, explicando primeiro a cor, depois o símbolo e por último, a imagem. O uso de ferramentas digitais também pode ajudar a criar maiores conexões com a aprendizagem. Incentive seus(as) estudantes a serem criativos(as)! “O que faz você pensar isso?” também serve para complementar a rotina “Cor-Símbolo-Imagem”. Pode ser feita de forma escrita e/ou oral para ajudar a construir as explicações. • Peça para os(as) estudantes compartilham primeiro sua cor em duplas ou em pequenos grupos, explicando o motivo pelo qual escolheram essa cor como representação dessa ideia. O processo será repetido até que todos(as) compartilhem sua cor, seu símbolo e sua imagem. 39METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Exemplo da rotina na prática Como essa rotina ajuda a capturar a essência de uma ideia por meio das metáforas? Exemplo 1 Estudantes do 5° ano estudavam as etapas que orientam o planejamento de uma história. A professora pediu à sua turma que escolhesse uma etapa e descrevesse sua importância para o desenvolvimento de um conto por meio da rotina, “Cor-Símbolo-Imagem”. 40 Exemplo 2 Claire Arcenas, designer pedagógica na Geekie, mostra como usar fotos na criação da sua rotina “Cor-Símbolo-Imagem” para sintetizar os aprendizados das suas experiências em Ruanda. Mercado em Kigali: A cor vermelha exemplifica a PAIXÃO de Ruanda… Paixão porsuperar as dificuldades extremas e violentas do passado e escolher o AMOR como solução para avançar como uma comunidade, uma única Ruanda. Isso me faz perceber a grande capacidade do espírito humano de perdoar, um desafio que nem sempre é fácil cumprir de fazer. Crianças no Parque Nacional dos Vulcões, Ruanda: Estou inspirada pelos ruandeses de hoje. A sua história descreve uma jornada de coragem, força, perseverança e, finalmente, perdão. Este símbolo de CRIANÇAS SORRINDO representa um futuro brilhante, não apenas para Ruanda, mas para o mundo. Isso me faz perceber que nossa juventude é nosso futuro. Proporcionar às nossas crianças oportunidades de crescer em seu aprendizado, de modo que experimentar coisas novas, colaborar e aceitar falhas sejam incentivados, levará ao seu sucesso. Isabukuru gorila no Parque Nacional dos Vulcões, Ruanda: Esta imagem me faz perceber a importância da NATUREZA em nosso mundo. Conservar nossos recursos naturais é necessário para nossa sobrevivência, não apenas para a saúde física, mas também para a saúde mental e emocional. O legado de Dian Fossey é fortemente evidente no trabalho que os(as) ruandeses fazem para promover a conservação e a educação dos gorilas. Eles e elas se orgulham de seus parques nacionais. No contexto escolar, nossas ações para manter, sustentar e promover nossa própria comunidade de aprendizagem devem ser tão significativas quanto os esforços de conservação ruandeses. 41METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! APROFUNDAR AS IDEIAS O que faz você pensar assim? O que é? Essa rotina promove a justificação e o raciocínio com base em evidências. Formas de pensamento: construir explicações e raciocinar com evidências. Quando usar essa rotina? Use essa rotina para promover o raciocínio com base em evidências, pois estimula os(as) estudantes a compartilharem suas interpretações e a considerarem as diferentes perspectivas. Passos • Pergunte à turma “O que faz você pensar assim?”, para ajudá-los(as) a construir suas explicações. • Faça uma segunda pergunta: “Com base em que você pensou isso?”, para que ela possa construir seus argumentos. Algumas dicas para aplicar na prática essa rotina Essa rotina solicita aos(às) estudantes que descrevam algo, como um objeto ou conceito, e que apoiem sua interpretação com evidências. A natureza flexível dessas perguntas as torna úteis na observação de objetos como obras de arte ou artefatos históricos, mas elas também podem ser usada para explorar um poema, fazer observações, desenvolver hipóteses científicas ou investigar ideias mais conceituais (ex. democracia). Como essa rotina fornece evidências? A rotina pode ser adaptada a qualquer contexto e também pode ser útil para coletar informações sobre o entendimento geral dos(as) estudantes ao introduzir um novo tópico ou conceito. Ela serve também para complementar as outras rotinas. Pode ser feita de forma escrita e/ou oral. 42 Investigue! Junte-se com seus(suas) colegas e responda: 1. De que se trata esse gráfico? 2. Você consegue identificar três conjuntos de dados numéricos nesse gráfico? O que cada um desses conjuntos representa no contexto do gráfico? 3. Você acredita que, de acordo com os dados apresentados, a situação na Terra estaria melhorando ou piorando? O que faz você pensar assim? 4. O que estaria causando tamanha mudança nas condições climáticas do planeta? 5. Como você acha que esse gráfico foi construído? Como esse assunto é muito importante para a aula de Geografia, vamos ajudá-lo(a) a entender melhor as informações contidas no gráfico. Exemplo da rotina na prática Como essa rotina promove a construção de explicações e o raciocínio com evidências em Matemática? Capítulo do Geekie One: Introdução à estatística - 6º ano 43METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Pensar, Trocar e Compartilhar O que é? Essa rotina promove a compreensão por meio de raciocínio e elaborações do(a) esdutante. Quando usar essa rotina? Use essa rotina para que os(as) alunos(as) reflitam sobre algo, como um problema, uma questão ou um tópico - e depois articularem os pensamentos em duplas ou pequenos grupos. Ela incentiva os(as) estudantes a considerarem as diferentes perspectivas por meio da escuta ativa e da troca de ideias. Formas de pensamento: raciocinar, fornecer elaborações. Passos • Faça uma pergunta à turma. • Reserve alguns minutos para a turma refletir sobre a pergunta e anotar suas reflexões. • Depois, peça que eles e elas procurem um(a) colega próximo(a) para compartilhar seus pensamentos. 44 Pensando sobre sua tarefa de casa (escolher uma prática ativa ou rotina e experimentá-la em sala), responda: O que correu bem? O que foi um desafio? Você faria algo diferente? Você aplicaria essa prática ou rotina regularmente em suas aulas? Compartilhe suas reflexões em duplas ou trios. DINÂMICA PENSE COMPARTILHE Promover a compreensão por meio de raciocínio e explicação. 10 min. Algumas dicas para aplicar na prática essa rotina Essa rotina pode ser aplicada a qualquer momento da aula, por exemplo. Ao abordar uma solução; resolver um problema de matemática, antes de um experimento científico; ou depois de ler um trecho ou capítulo de um livro. Peça à turma que eles e elas pensem em uma pergunta e, depois, procurem um(a) colega para compartilhar seus pensamentos. Os(As) estudantes também podem formar pequenos grupos. Dependendo do contexto, algumas vezes você precisará que as duplas ou os grupos resumem suas ideias para toda a turma. Dicas para estruturar as discussões em duplas ou pequenos grupos: O(A) primeiro(a) pessoa apresenta. Depois, os(as) ouvintes podem questioná-lo(a) para esclarecer dúvidas e levantar suposições. O processo se repete com cada membro do grupo. Pode-se também escolher uma pessoa para marcar o tempo, por exemplo. cada pessoa terá 2 minutos para apresentar e os(as) ouvintes terão entre 1 e 2 minutos para questioná-lo(a). Como essa rotina fornece evidências? As discussões com base na pergunta e os resumos de ideias fornecem oportunidades para construir explicações e considerar diferentes pontos de vista. Incentive a turma a escrever ou desenhar suas ideias antes e/ou depois de trocar com um(a) colega. Peça que eles e elas compartilhem os pensamentos de seu par com o todo grupo. Uma lista de ideias pode ser criada na sala para ajudar os(as) estudantes a extraírem delas padrões ou conclusões. Exemplo da rotina na prática Como essa rotina promove a compreensão por meio de raciocínio e explicação? Ao longo dos workshops de Aprendizagem Ativa, apresentados pelo Geekie One, os(as) professores(as) participantes receberam tarefas que os(as) orientavam a escolher uma das metodologias de aprendizagem ativa (práticas, rotinas de pensamento ou metodologias ativas) aplicadas nos workshops e experimentá-la nas aulas. Utilizamos a rotina “Pensar, Trocar e Compartilhar”, para discutir qual era a intencionalidade pedagógica ao escolher a metodologia. 45METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS!9METODOLOGIAS ATIVAS 46 O que elas são? As metodologias ativas são abordagens inovadoras que, quando trabalhadas de maneira complementar, tornam a aprendizagem mais envolvente, prática e significativa, além de promover mais tempo e maior espaço para desenvolver habilidades do século XXI. Elas são estratégias de inovação em sala, ajudam a despertar o interesse dos(as) estudantes pelo conhecimento fazendo-os(as) sentirem donos(as) do conteúdo. As metodologias ativas incentivam a criação de um ambiente em que diferentes conteúdos se tornem relevantes, aplicáveis, por meio de dinâmicas adequadas ao contexto da turma. As metodologias ativas necessitam de uma maior estruturação para organizar a sala de aula de diversas maneiras (com uso ou não da tecnologia), como o ensino baseado em projetos, a sala de aula invertida ou a rotação por estações. A forma como a sala de aula estáorganizada pode promover o processo de aprendizagem dos(as) estudantes. As seguintes metodologias ativas são práticas teóricas consolidadas e estruturadas que transformam a sala de aula de forma mais ativa: Sala de aula invertida Rotação por estações Quebra-cabeça Design thinking METODOLOGIAS ATIVAS Salas flexíveis Salas em fileiras Turmas pequenas Turmas grandes Onde podemos fazer as práticas ativas? Pode variar entre 35 e 45 minutos Tempo de atividade:Tempo de atividade: x 47METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Sala de aula invertida O que é? Na sala de aula invertida (ou flipped classroom, em inglês), os(as) alunos(as) estudam os conteúdos previamente, de forma assíncrona, com o uso de materiais diversos: videoaulas, textos, podcasts etc. Quando usar essa metodologia ativa? Esse método serve como introdução aos temas que, mais adiante, serão aprofundados com professores(as) e colegas. Essa estrutura promove o desenvolvimento de uma aprendizagem ativa e investigativa, além de ressignificar o papel do(a) estudante, transformando-o(a) em protagonista do processo. “Os alunos aprendem o conteúdo em suas próprias casas, por meio de videoaulas ou outros recursos interativos, como games ou arquivos de áudio. A sala de aula é usada para a realização de exercícios, atividades em grupo e realização de projetos. O professor aproveita para tirar dúvidas, aprofundar no tema e estimular discussões” (Porvir, É a combinação do aprendizado online com o offline, 18 de julho de 2013). Como essa metodologia fornece evidências? O(A) professor(a) conduz a reflexão sobre o tema de maneira a possibilitar a construção de conhecimento de forma relevante para o(a) estudante. A aplicação das práticas ativas e/ou rotinas de pensamento é uma forma de registrar as reflexões dos(as) estudantes; elas também facilitam as discussões em sala de aula, direcionando o pensamento dos(as) estudantes. https://porvir.org/ensino-hibrido-ou-blended-learning/ 48 1º PASSO O conteúdo é introduziso aos(às) alunos(as) antes da aula presencial - uo seja, o primeiro contato é virtual, através de vídeos, videaulas, resumos que podem ser explorados individualmente. O(A) aluno(a) rever o material caso tenha dificuldade, além de fazer outras pesquisas que aprofundem o tema estudado de acordo com seu interesse. Esse é o momento em que ele(a) vai levantar as dúvidas, comentários e complementos que levará à sala de aula. Em sala de aula, os(as) alunos(as) tiram dúvidas e o professor propõe e orienta projetos, atividades e debates acerca do tema. O momento presencial, portanto, deve não só trazer conteúdos, mas desenvolver habilidades intra e interpessoais. 3º PASSO 2º PASSO TEXTOS VÍDEOS FÓRUNS EXTRAS DÚVIDAS PROJETOS DEBATES ATIVIDADES QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CRIATIVIDADE AUTONOMIA AUTOMOTIVAÇÃO COLABORAÇÃO ORGANIZAÇÃO 49METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES O que é? A metodologia de rotação por estações é uma das abordagens inovadoras de ensino e aprendizagem que, quando trabalhada de maneira complementar, torna a aprendizagem mais envolvente, além de promover mais tempo e maior espaço para desenvolver habilidades do século XXI. Nesse modelo, a sala de aula é dividida em vários “cantos” (ou estações), cada um preparado para uma experiência diferente de aprendizagem. Quando usar essa metodologia ativa? Sempre que fizer sentido, o(a) professor(a) realiza atividades diversificadas em sala simultaneamente, de tal forma que cada estação apresente um objetivo de aprendizagem própria. Essa metodologia pode ser utilizada para promover o ensino híbrido; neste caso, ao menos uma das estações deve incluir tecnologia! ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES Criar um circuito dentro da sala de aula com atividades diversificadas sobre um mesmo tema: desenvolvimento das habilidades do século 21. O primeiro modelo, de rotação, é aquele em que, dentro de um curso ou uma disciplina (ex. Matemática), os(as) alunos(as) se revezam entre atividades pre-determinadas, sendo uma delas necessariamente virtual. Na rotação por estações, diferentes atividades são propostas durante uma aula. A turma é dividida em subgrupos, que se revezam nas tarefas (Porvir, Educação sob medida). https://personalizacao.porvir.org/#indice 50 Quais são as estações? Individual Parte dos(as) estudantes pode se dedicar ao ensino individual, por exemplo, via plataformas digitais. O uso de artefatos digitais facilita o acesso a uma grande diversidade de materiais e informações, exigindo do(a) estudante o emprego do pensamento crítico para fazer uma curadoria dos dados disponíveis. Além disso, a escolha permite que cada estudante se aproprie de seu aprendizado e, por sua vez, personalize a própria experiência de aprendizagem. Colaborativa Os(As) estudantes podem desenvolver atividades ou projetos em pequenos grupos. Participar de uma experiência de aprendizado compartilhada promove a troca e a discussão de nossos pensamentos, auxiliando no desenvolvimento de ideias e da criatividade de todos(as). Esse recurso nos estimula a considerar as múltiplas perspectivas para uma mesma ideia ou problema, promovendo uma aprendizagem em grupo, de modo que a troca de ideias, as conexões entre os pensamentos e a busca por padrões tornam a nossa aprendizagem visível. Diretiva Um grupo de alunos(as) pode estar com o(a) professor(a), tirando dúvidas ou recebendo instruções adicionais para desenvolver ainda mais a compreensão. O(a) professor(a) ajuda a mediar o processo de aprendizagem, incentivando os(as) estudantes a construírem suas ideias, fornecer argumentos e promover conexões entre seus próprios pensamentos. A estação diretiva incentiva uma cultura de pensamento, ou seja, uma comunidade de aprendizagem entre o(a) professor(a) e seus(suas) estudantes. Como essa metodologia fornece evidências? Para cada uma das estações de aprendizado, o(a) professor(a) elabora atividades distintas e determina evidências para cada uma das estações para a conferência da aprendizagem. Por exemplo, o uso das práticas ativas e/ou rotinas de pensamento nas estações facilita as discussões e/ou direciona o pensamento dos(as) estudantes, permitindo ao(à) professor(a) coletar evidências dos aprendizados que eles(as) estão construindo. 51METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! QUEBRA-CABEÇA O que é? A metodologia do “Quebra-cabeça” é uma técnica de aprendizagem cooperativa baseada em pesquisa. É dada a oportunidade aos(às) estudantes de se tornarem experts em um assunto em particular e de compartilharem esse conhecimento com seus pares. A metodologia do Quebra-cabeça permite que o(a) professor(a) seja capaz de se mover livremente entre os grupos, observando o aprendizado que está ocorrendo, ouvindo as discussões e as soluções de problemas, e também tirando as dúvidas que os(as) estudantes possam ter. Quando usar essa metodologia ativa? Use essa metodologia para promover tanto o processo de estudo individual como o de compartilhamento de conhecimento com os(as) colegas. Isso requer que cada estudante compreenda o material trabalhado em um nível mais aprofundado para que possa se engajar em discussões, na solução de problemas e na aprendizagem. Passos 1. Dividir times de origem: • Divida as(os) estudantes em pequenos grupos, dando a cada participante de cada grupo um número (1, 2, 3, 4… a depender do número de divisões do conteúdo). Esses grupos serão denominados times de origem. • Dê a cada estudante um conceito ou tópico - sua “peça do quebra-cabeça” - para se especializar. • Os(As) estudantes ganham tempo para estudar seu tópico de forma independente, sintetizando as informações e determinando as ideias-chave. Eles(as) podem registrar seus pensamentos no caderno ou no Geekie One. 52 Dicas para implementação: Este primeiro passo da rotina do “Quebra-cabeça” também pode forneceruma oportunidade para aplicar a metodologia da sala invertida. Os(As) estudantes podem estudar sua “peça” do “Quebra-cabeça” em casa, preparando-se para a discussão com seus grupos de especialistas. Dessa forma, o(a) professor(a) pode definir o cenário para a rotina do “Quebra-cabeça” em sala de aula. Por exemplo: criar times de origem e grupos de especialistas, atribuir a cada especialista seu tópico específico para estudar mais profundamente em casa, fornecer esquemas para anotar os aprendizados etc. Na aula a seguir, os(as) estudantes podem se reunir imediatamente com seus grupos de especialistas e iniciar o “Quebra-cabeça” no passo 2. Dicas para organizar os times de origem: Se for possível, agrupe o mesmo número de estudantes em cada time (ex.: grupos de 3, 4, 5 ou 6 integrantes). Se houver estudantes “extras”, combine-os(as) com outro(a) participante do time. Dessa maneira, dois(duas) estudantes receberão o mesmo tópico, mas ainda serão responsáveis por completar o trabalho de forma independente. Uma outra opção é combinar um(a) estudante que precisa de maior apoio no processo de aprendizagem com outro(a) estudante. A oportunidade de trabalhar em par pode ajudar a desenvolver uma compreensão maior do que a obtida ao trabalhar sozinho(a). A METODOLOGIA DO QUEBRA-CABEÇA 1º PASSO - DIVIDIR TIMES DE ORIGEM 1º TIMES DE ORIGEM 2º GRUPOS DE ESPECIALISTAS PROFESSOR(A) MEDIADOR(A) 53METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! 2. Reunir grupos de especialistas: • A seguir, peça que cada participante dos times de origem se reúna com os(as) demais participantes dos outros times de número semelhante ao seu e que estão se aprofundando no mesmo tópico. Serão formados novos grupos com estudantes de mesmo número (todos(as) de número 1 se reúnem, todos(as) de número 2 etc.). Eles serão chamados grupos de especialistas. • De mesma forma que a estação de colaboração em rotação por estações, cada grupo de especialistas trabalhará em conjunto para aprofundar seu conhecimento de sua “peça” do “Quebra-cabeça”. Por exemplo: anotações são comparadas, perguntas esclarecedoras são feitas, ideias-chave são determinadas, diferentes perspectivas são compartilhadas, conclusões são feitas de forma colaborativa etc. • O objetivo do grupo é determinar colaborativamente o melhor jeito de explicar sua peça do “Quebra-cabeça” aos seus times de origem. Por exemplo, o grupo pode usar uma rotina de pensamento ou um mapa mental para sintetizar seu aprendizado de uma maneira significativa. A METODOLOGIA DO QUEBRA-CABEÇA 2º PASSO - REUNIR GRUPOS DE ESPECIALISTAS 1º TIMES DE ORIGEM 2º GRUPOS DE ESPECIALISTAS PROFESSOR(A) MEDIADOR(A) 54 3. Voltar aos times de origem: Reportar de volta ao seu time • Cada participante especialista explica a sua parte do quebra-cabeça ao seu time de origem, garantindo que cada pessoa tenha entendido o material apresentado. Cada especialista terá um tempo para dar a sua “aula”. • Lembre a cada participante de registrar os novos aprendizados no caderno e faça perguntas para esclarecer sua compreensão do material apresentado. • Escolha uma pessoa para marcar o tempo; por exemplo: cada participante especialista terá 5 minutos para dar a sua “aula”. Discussão com seu time • Ao final das apresentações dos(as) especialistas, chega o momento em que os times de origem devem fazer uma conexão entre cada uma das explicações, para que todos(as) os(as) estudante possa perceber como cada parte apresentada forma um todo maior. • Os times podem criar uma representação visual e/ou usar uma rotina de pensamento para sintetizar os novos aprendizados. Se houver tempo ao final da aula, cada time apresentará sua aprendizagem para a turma. A METODOLOGIA DO QUEBRA-CABEÇA 3º PASSO - VOLTAR AOS TIMES DE ORIGEM 1º TIMES DE ORIGEM 2º GRUPOS DE ESPECIALISTAS PROFESSOR(A) MEDIADOR(A) 55METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Como essa metodologia fornece evidências? • O(A) professor(a) pode avaliar o time com base na síntese visual e/ou escrita das ideias- chave apreendidas nas “aulas” de cada participante especialista. A avaliação individual pode assumir a forma de questionário, prova, tarefa ou projeto para avaliar a compreensão de cada estudante sobre o conteúdo aprendido por meio da aprendizagem cooperativa em pequenos grupos. Veja como o exemplo da metodologia do “Quebra-cabeça” conversa com a jornada de aprendizagem. Definir temas a partir dos objetivos de aprendizagem e dividir times QUEBRA-CABEÇA X JORNADA DE APRENDIZAGEM Objetivos de aprendizagem Mobilizar/levantar conhecimentos prévios Desenvolver/construir o raciocínio Sistematizar Checar e avaliar(sala e casa) Validar e multiplicar Estudo individual 1ºpasso Times de Origem Sintetizar conhecimentos Explicar Analisar Analisar Descrever 2º passo - Grupos de Especilistas 3º passo - Times de Origem 56 DESIGN THINKING O que é? A abordagem do design thinking é muito utilizada para orientar processos reflexivos e criativos, que estimulam uma melhor compreensão das oportunidades e direcionam a elaboração de soluções assertivas, por meio da investigação em busca da causa de um problema. Quando usar essa metodologia ativa? Use o design thinking para buscar a resolução de problemas complexos de forma mais simples, propondo uma nova maneira de pensar, baseada nos valores da empatia, colaboração e experimentação. Empatia: Centrado no ser humano, o design thinking nos ajuda a desenvolver uma profunda empatia e o entendimento das necessidades e motivações do(a) outro(a). Colaboração: O design thinking cria oportunidades significativas para desenvolvermos nossos relacionamentos interpessoais, trabalhando colaborativamente. Experimentação: Focar no processo de aprendizagem nos dá a flexibilidade de errar e aprender com nossos erros, reforçando a importância de buscar sempre a evolução e a melhoria contínua. As etapas do design thinking Um dos principais benefícios da utilização do design thinking consiste em seu processo estruturado de expansão e afunilamento da compreensão sobre um determinado tópico, permitindo um movimento cognitivo de abertura para explorar novas possibilidades acerca do que está sendo analisado (por exemplo: um problema/uma oportunidade). Entender as necessidades e motivações do(a) outro(a) Como podemos delimitar a principal oportunidade? Gerar ideias que podem servir como soluções Contruir protótipos para tornar as ideias tangíveis Testar a experiência do público-alvo diante do protótipo DESCOBERTA IDEAÇÃO EXPERIMENTAÇÃO EMPATIA DEFINIÇÃO IDEAÇÃO PROTOTIPAÇÃO VALIDAÇÃO 57METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Após esse momento de abertura, fazemos o momento inverso de fechamento para definir ou escolher uma solução. Esse processo ajuda a identificar a causa central do problema, fazendo deste uma ótima oportunidade para aprender. O design thinking estimula novas formas de pensar e diferentes ideias são desenvolvidas por meio de um processo focado na descoberta, na ideação e na experimentação. Etapa de empatia: entender as necessidades e motivações do(a) outro(a) O design thinking começa com um exercício profundo de empatia para o entendimento das necessidades e motivações das pessoas – estudantes, professores(as), pais, coordenação, gestão – que fazem parte da comunidade de aprendizagem da escola. Etapa de definição: como podemos delimitar a principal oportunidade? Esta etapa ajuda a especificar a origem do problema em questão e a definir a principal oportunidade. Ela orienta os processos reflexivos e criativos, estimulando uma melhor compreensão sobre como transformar um desafio em uma oportunidade que direcionará a criação de soluções viáveis. Etapa de ideação: gerar ideias que podem servir como soluções A reflexão e a criatividade são praticadas e aplicadas à criação de soluções que respondem às questões definidas na etapa anterior. Ao escreveras suas ideias, procure ser o mais específico(a) possível, evitando hipóteses ainda abstratas. Etapa de prototipação: construir protótipos para tornar as ideias tangíveis Agora chegou o momento de construir a melhor versão possível da sua ideia para testar no ambiente escolar. É possível tangibilizar uma ideia de várias maneiras, porém, é importante escolher a forma que mais se adéqua à solução desejada. Validação: testar a experiência do público-alvo diante do protótipo Nesta etapa, queremos validar a experiência das pessoas diante do protótipo que foi construído. Queremos entender como a pessoa se sente, descobrir quais benefícios ou problemas ela percebe e de que maneira a experiência potencializa o seu aprendizado. A validação é muito mais focada na pessoa e em sua experiência de uso do que na solução. Leitura complementar… Leia o artigo que publicamos no InfoGeekie para saber mais sobre como utilizar o design thinking promoção de uma aprendizagem personalizada: Design thinking na aprendizagem personalizada https://site.geekie.com.br/blog/design-thinking-na-aprendizagem-personalizada/ https://site.geekie.com.br/blog/design-thinking-na-aprendizagem-personalizada/ 5810OS BENEFÍCIOS DAS METODOLOGIAS ATIVAS 59METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! Quais são os benefícios das metodologias de aprendizagem ativa para o(a) professor(a)? E para o(a) estudante? Com as práticas e rotinas de pensamento: • O(A) professor(a) torna-seempoderado(a) e estimula o pensamento do(a) estudante, ganhando evidências sobre os pensamentos que estão sendo construídos. • O(A) estudante torna-se empoderado(a) e a ganha maior autonomia em seu processo de aprendizado, de modo a tornar sua reflexão mais importante. Com as metodologias ativas: • O(A) professor(a) se torna curador(a) das informações, oferecendo fontes confiáveis, atuais e interessantes à sua turma. • Promove-se um olhar atento para o desenvolvimento de cada estudante, possibilitando a construção de conhecimento de forma relevante para o(a) aluno(a). • Há foco no(a) estudante, aplicação e do desenvolvimento da criatividade, da autonomia, da automotivação, da colaboração, da organização e da construção do conhecimento. • Possibilitam-se novas vivências, formas de aprender e oportunidades de aprendizagem para todos(as). 60 REFERÊNCIAS DWECK, Carol S. Mindset: a nova psicologia do sucesso. 2006. Design Thinking para educadores. Versão em português: Instituto Educadigital. Teaching Toolkit Series: Jigsaw Technique. Institute for Teaching and Learning Innovation. The University of Queensland, Australia. MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. Disponível em: www2.eca.usp.br/moran. PERKINS, David. Future Wise. 2014. PERKINS, David. Smart Schools. 1992. RITCHHART, Ron. Creating Cultures of Thinking. 2015. RITCHHART, Ron. Making Thinking Visible. 2011. VYGOTSKY, Lev. Mind in Society. 1978. QUEM FEZ ESTE E-BOOK Claire Ellen Arcenas Designer pedagógica na Geekie, mestre em Educação pela Framingham State College (EUA) e bacharel em Educação pela Universidade de Toronto (Canadá). Lecionou internacionalmente por 16 anos, trabalhando e vivendo na Guatemala, na Zâmbia e no Brasil. É também formada em Artes, Espanhol, Ciências, Educação Física e Educação em Saúde pela Queen’s University, em Kingston, Ontário (Canadá). Claire é educadora da International Baccalaureate (IB) e, desde 2009, lidera e facilita formações pedagógicas para o Primary Years Programme. https://itali.uq.edu.au/files/3077/Resources-teaching-methods-jigsawtechnique.pdf http://www2.eca.usp.br/moran 61METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS! POSFÁCIO A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propôs às escolas de Educação Básica um compromisso conjunto pela formação integral do(a) estudante. Formar e desenvolver um indivíduo global, em suas dimensões intelectual e afetiva, exige e permite que o(a) estudante seja protagonista da construção de seu próprio conhecimento. Toda essa tarefa, sobre a qual escolas, educadores e educadoras estão se debruçando para encontrar caminhos, é potencializada pelo uso de metodologias, rotinas e práticas ativas em sala de aula. Isso acontece porque o foco se desprende do ensino tradicional e posiciona o aluno e a aluna no centro do processo. Eles e elas estabelecem vínculos com a aprendizagem de maneira mais significativa. Não se trata mais de apenas consumir, sem reflexão nem ação, uma série de conteúdos transmitidos ao longo de tantos anos em um modelo passivo de aquisição de conhecimento. O imperativo, agora, é dar a autonomia necessária, criar significados e vínculos entre o conhecimento e as demais competências, habilidades e demandas da vida. Esperamos que o conteúdo deste e-book, fruto de nossos estudos e estratégias pedagógicas, tenha ajudado você a desenvolver e aperfeiçoar suas práticas. Fique à vontade para compartilhar este material e seu aprendizado com outros educadores e outras educadoras, afinal, são iniciativas como essa que colaboram para uma melhoria do ensino como um todo. 62 Torne a aprendizagem de sua escola mais ativa com o Geekie One Uma aprendizagem ativa, significativa e focada no(a) estudante é um dos componentes centrais para a elaboração do conteúdo do Geekie One. O Geekie One é uma plataforma de educação baseada em dados que integra material didático completo e hiperatualizado, inteligência de dados e consultoria parceira na jornada de inovação personalizada de cada escola. Construído para atender ao desenvolvimento de competências por meio de habilidades da BNCC, o Geekie One torna visível a jornada de aprendizagem para estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio. Por isso as metodologias, rotinas e práticas ativas são tão presentes nos capítulos, nas páginas e nos recursos integrados pela plataforma. Por meio delas, a intenção pedagógica por trás de cada atividade, do emprego de dispositivos digitais, das formações de professores e professoras é evidente, trazendo à tona o brilho individual de cada estudante, docente, família, coordenadores(as) e gestores(as) da comunidade escolar. Conheça mais como o Geekie One pode tornar a aprendizagem de sua escola ainda mais ativa e sustentada na inteligência de dados que só a Geekie tem. PEDIR UMA DEMONSTRAÇÃO https://materiais.geekie.com.br/demonstracao-geekie-one?utm_medium=referral&utm_source=Ebook&utm_campaign=Demo-e-book-praticas-ativas&utm_term=Demo-e-book-praticas-ativas&utm_content=link 63METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA PARA NÃO ESQUECER MAIS!