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CBMERJ - LPLB - Módulo 3

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LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
1 
Todas os exercícios da apostila que tiverem essa câmera , estão 
gravados em vídeo para você. Nossos professores resolveram as 
questões, comentando cada detalhe para te ajudar na hora de estudar. 
Muitas questões trazem dicas preciosas. Não deixe de assistir aos 
vídeos dentro da plataforma on-line do Perspectiva e bons estudos! 
 
Língua Portuguesa e Literatura Brasileira 
 
Tópico da aula: 
Tipologia Textual; intertextualidade; interdiscursividade, Variação 
linguística 
“Matamos o tempo; o tempo nos enterra” 
(Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas) 
 
A. A interpretação de texto – gêneros textuais 
Sabemos que uma das estrelas da prova de linguagens nos vestibulares 
é a interpretação de texto. Assim, por essa razão, torna-se fundamental 
saber reconhecer os principais tipos textuais que aparecerão na prova. 
Assim, neste módulo, iniciaremos nossa discussão abordando os as 
tipologias textuais e as melhores estratégias para reconhecer os textos. 
Além dos tipos textuais, veremos aos poucos – em módulo 
diversificados – os gêneros textuais. Esses mecanismos são 
classificados conforme as características comuns que os textos 
apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo. Existem muitos 
gêneros, os quais promovem uma interação entre os interlocutores 
(emissor e receptor) de determinado discurso. 
Dessa maneira, é importante considerar seu contexto, função e 
finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. 
Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista 
de ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo 
(texto injuntivo). Nesse sentido, vamos primeiro embarcar nas 
descobertas acerca da tipologia textual, para, assim, só depois 
compreendermos melhor os diversificados gêneros existentes. 
 
B.1 Tipologia textual 
 
Segundo Marcuschi (2002), tipologia textual é um termo que deve ser 
usado para designar uma espécie de sequência teoricamente definida 
pela natureza linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais 
abrangem as categorias narração, dissertação, descrição e injunção. 
Segundo ele, o termo tipologia textual é usado “para designar uma 
espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de 
sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações 
lógicas). Logo, podemos considerar que os tipos textuais pertencem a 
uma categoria macro e os gêneros textuais são os textos 
materializados no nosso cotidiano, como, por exemplo, blog, email, 
cardápio, entrevista, listas de compras entre outros. 
Diante dessa distinção fundamental, já podemos analisar cada 
categoria textual: 
 
B.2 Narração 
 
A narração caracteriza-se pelo relato de um determinado 
acontecimento, a partir da organização de elementos, como narrador, 
personagens, espaço e tempo. Esse tipo textual é muito comum nos 
textos literários como crônicas e até mesmo nas ficções 
cinematográficas. 
Observe o fragmento abaixo da obra de Rubem Fonseca, Feliz Ano 
Novo: 
 
Vi na televisão que as lojas bacanas estavam vendendo adoidado roupas 
ricas para as madames vestirem no reveillon. Vi também que as casas de 
artigos finos para comer e beber tinham vendido todo o estoque. 
Pereba, vou ter que esperar o dia raiar e apanhar cachaça, galinha morta 
e farofa dos macumbeiros.Pereba entrou no banheiro e disse, que fedor. 
Vai mijar noutro lugar, tô sem água. 
 Pereba saiu e foi mijar na escada. 
Onde você afanou a TV, Pereba perguntou. 
Afanei, porra nenhuma. Comprei. O recibo está bem em cima dela. Ô 
Pereba! você pensa que eu sou algum babaquara para ter coisa estarrada 
no meu cafofo? 
Tô morrendo de fome, disse Pereba. 
De manhã a gente enche a barriga com os despachos dos babalaôs, eu 
disse, só de sacanagem. 
Não conte comigo, disse Pereba. Lembra-se do Crispim? Deu um bico 
numa macumba aqui na Borges de Medeiros, a perna ficou preta, 
cortaram no Miguel Couto e tá ele aí, fudidão, andando de muleta. 
Pereba sempre foi supersticioso. Eu não. Tenho ginásio, sei ler, escrever 
e fazer raiz quadrada. Chuto a macumba que quiser. 
Acendemos uns baseados e ficamos vendo a novela. Merda. Mudamos 
de canal, prumbang-bang, Outra bosta. 
As madames granfas tão todas de roupa nova, vão entrar o ano novo 
dançando com os braços pro alto, já viu como as branquelas dançam? 
Levantam os braços pro alto, acho que é pra mostrar o sovaco, elas 
querem mesmo é mostrar a boceta mas não têm culhão e mostram o 
sovaco. Todas corneiam os maridos. Você sabia que a vida delas é dar a 
xoxota por aí? 
Pena que não tão dando pra gente, disse Pereba. Ele falava devagar, 
gozador, cansado, doente. 
Pereba, você não tem dentes, é vesgo, preto e pobre, você acha que as 
madames vão dar pra você? Ô Pereba, o máximo que você pode fazer é 
tocar uma punheta. Fecha os olhos e manda brasa. 
Eu queria ser rico, sair da merda em que estava metido! Tanta gente rica 
e eu fudido. 
Zequinha entrou na sala, viu Pereba tocando punheta e disse, que é isso 
Pereba? 
Michou, michou, assim não é possível, disse Pereba. 
Por que você não foi para o banheiro descascar sua bronha?, disse 
Zequinha. 
No banheiro tá um fedor danado, disse Pereba. Tô sem água. 
As mulheres aqui do conjunto não estão mais dando?, perguntou 
Zequinha. 
Ele tava homenageando uma loura bacana, de vestido de baile e cheia de 
jóias. 
Ela tava nua, disse Pereba. 
Já vi que vocês tão na merda, disse Zequinha. 
Ele tá querendo comer restos de Iemanjá, disse Pereba. 
Brincadeira, eu disse. Afinal, eu e Zequinha tínhamos assaltado um 
supermercado no Leblon, não tinha dado muita grana, mas passamos um 
tempão em São Paulo na boca do lixo, bebendo e comendo as mulheres. 
A gente se respeitava. 
Texto extraído do livro "Feliz Ano Novo", Editora Artenova – 
Rio de Janeiro, 1975, pág. 
 
Ao ler com cautela o texto acima, vemos que as palavras em destaque 
denunciam que o narrador relata suas próprias experiências, trata-se, 
portanto, de um narrador personagem. 
 Vejamos mais um exemplo de texto narrativo na obra de 
Monteiro Lobato: 
 
O cavalo e o burro 
 
O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da 
vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro — 
coitado! gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e 
disse: 
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é 
repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um. 
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada. — Ingênuo! Quer 
então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar 
com as quatro? Tenho cara de tolo? 
O burro gemeu: — Egoísta, lembre-se que se eu morrer você terá que 
seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha. O cavalo 
pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro 
tropica, vem ao chão e rebenta. 
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as 
oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
2 
cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade. — Bem 
feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre 
burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da 
carga em excesso? Tome! Gema dobrado agora… [...] 
 (Criança Brasileira, Theobaldo Miranda Santos, Quarto Livro de Leitura: de acordo 
com os novos programas do ensino primário. Rio de Janeiro, Agir: 1949.) 
 
Características próprias da tipologia narrativa: 
 
1. FOCO em ações que acontecem numa relação de causa e 
consequência; 
2. FOCO em figuras (elementos concretos para criar as personagens e 
fazê-las agir em determinados lugares.); 
3. FOCO nas transformações de estado; pois marca temporalmente 
essas ações, numa relação de anterioridade e posterioridade, 
responsável pela causalidade; 
4. O fatorcausalidade não permite a mudança ou inversão dos 
segmentos linguísticos formadores do texto sem que se altere o seu 
sentido; 
5. FOCO na progressão de acontecimentos(ideias) que se desenrolam 
no tempo; 
6. O FOCO do texto narrativo é relatar o modo como se desenrolou um 
acontecimento, nas suas várias etapas. 
 
A. Dissertação 
 
A dissertação – a categoria mais famosa em nossas aulas de redação 
– trabalha com ideias, por isso é temático, e não figurativo. Como seu 
objetivo é defender um ponto de vista, argumentar em defesa de uma 
tese, opera, predominantemente, com palavras abstratas. As 
afirmações estabelecem relações de causa, consequência, condição, 
concessão, tempo, etc., por isso não se pode alterar a ordem do texto. 
Estabelece-se um raciocínio que supõe uma organização do 
pensamento e, para chegar à conclusão que se deseja, há de conceber 
uma ordem de ideias, a que denominamos progressividade. É uma 
disposição organizada de ideias a respeito de um tema (exteriorização 
de reflexões de maneira impessoal), no qual o autor defende sua tese 
por meio de argumentos colocados em progressão. Para efeito 
didático, podem distinguir-se dois tipos de textos dissertativos: os 
expositivos e os argumentativos. 
 
>>Dissertação expositiva – é a simples apresentação por alguém de um 
saber próprio ou de uma opinião, sem a intenção de influenciar e 
formar a opinião do receptor da mensagem. Observe o exemplo a 
seguir: 
País mal-educado 
A má qualidade da rede pública de ensino e a alta dos custos da 
educação privada colocam um pesado ônus financeiro às famílias de 
renda média. Ademais, comprometem as chances de avanço social das 
crianças pobres, sujeitas a um ensino de baixa qualidade. Causam, 
assim, enormes danos ao potencial de desenvolvimento do país. A 
educação, que deveria ser estimulada, hoje é cara e ruim, quando não, 
ambas.Entre julho de 94 e janeiro último, o custo das mensalidades, 
matrículas, material escolar e livros didáticos aumentou 114% contra 
uma inflação de 62%, segundo dados da FIPE. 
Ao longo de 20 anos da educação de um filho em estabelecimentos 
privados, os gastos com pagamento de escolas e faculdade equivalem, 
na data da formatura, a R$ 160, no caso de um curso superior de menor 
duração. Chega a R$ 205 mil quando se trata de uma formação 
universitária mais cara. Esses cálculos, publicados domingo por esta 
Folha, consideram a capitalização das mensalidades a juros reais de 
0,5% ao mês. Os elevados gastos da classe média com educação são o 
reverso do descaso em relação à escola pública, em que se encontram, 
em sua maioria crianças de famílias de menor poder aquisitivo. Se o 
ensino gratuito fosse de melhor qualidade, haveria maior competição e, 
previsivelmente, menores preços na rede particular. 
O contraste entre a precariedade da rede básica e a melhor qualidade 
das universidades públicas atua, ademais, como um mecanismo de 
transferência de renda dos mais pobres para os de faixa mais elevada. 
Sem acesso a boas escolas, a criança de menores recursos encontra-se 
em posição desvantajosa para competir por uma vaga nas 
universidades estaduais e federais. E essas instituições absorvem 
grande parte das verbas destinadas ao setor. 
No Brasil, infelizmente, as prioridades ainda são invertidas. É preciso 
que não apenas o destino dos recurso públicos seja revisto como 
também sejam combatidos os habituais desperdícios que atingem, 
entre outros setores, a educação. 
(Adaptado do jornal Folha de São Paulo, 2009) 
 
>>Dissertação argumentativa – é a apresentação por alguém de um 
saber próprio ou de uma opinião, com a intenção de influenciar e 
formar a opinião do receptor da mensagem. 
O bom exemplo da USP 
✓ Não é sem razão que a USP, após 75 anos de existência, 
conquistou a posição de universidade de classe mundial, ocupando 
lugar de destaque entre as 130 melhores do mundo. Além disso, é a 
mais bem classificada entre as universidades brasileiras nos rankings 
mundiais, sendo responsável por cerca de 28% das publicações do país, 
e primeira na América Latina, com produção científica comparável à de 
alguns países dessa região. 
Se tais fatos, por um lado, representam o reconhecimento da 
competência da universidade em produzir ciência, de outro implicam 
responsabilidade, assumida com seriedade, em mantê-la como 
paradigma no ensino superior nacional. À dedicação e à qualidade de 
docentes, funcionários técnico-administrativos e estudantes, 
comprometidos com a construção de um patrimônio intelectual de 
referência, se deve o reconhecimento a que a instituição faz jus 
nacional e internacionalmente. É zelando pelos direitos de seus 
recursos humanos, com base na liberdade acadêmica e nos princípios 
éticos e morais, à luz de um regimento que pauta suas ações, que a 
universidade mantém seu prestígio. 
A credibilidade da universidade, construída ao longo de 75 anos, não 
pode e não deve ser questionada por ilações com relação a seus 
procedimentos, que sempre se nortearam pela transparência, 
respeitados os preceitos jurídicos que regem suas relações internas e 
com a sociedade. É inconcebível que um fato isolado seja tomado 
como regra e condene uma comunidade inteira ao sabor de uma 
suspeita, ainda em julgamento. É preciso ressaltar que os processos 
relativos à apuração de denúncias na universidade passam por etapas, 
de caráter sigiloso, que se iniciam em uma comissão de sindicância e 
podem assumir caminhos diferentes, dependendo da complexidade e 
gravidade envolvidas. As vias possíveis são a comissão de ética e/ou a 
instauração de processo administrativo. 
A sindicância não se encerra com a elaboração do relatório final por 
parte da comissão formada para tal finalidade, uma vez que sua 
conclusão depende de outros atos, tais como a análise jurídica formal. 
A USP prevê em seu regimento sanções, que vão desde a advertência 
até a demissão sumária. No caso em questão, a comissão de 
sindicância observou a necessidade do encaminhamento do processo à 
comissão de ética, na qual os autos se encontram para apreciação. 
Ressalte-se que os membros dessas comissões foram escolhidos com 
base em sua experiência acadêmica e impessoalidade e orientam sua 
atuação na ética e no cumprimento das normas regimentais. 
O suposto caso de plágio está sendo apurado nos trâmites da lei. O 
rigor que permeia as ações na USP não pode, portanto, ser atropelado 
por ações impensadas em nome da simples presteza dos resultados ou 
sucumbir a pressões internas ou externas. Cabe salientar que a USP, 
comprometida em fazer da ética um valor inerente às suas atividades, 
possui um Código de Ética, que contempla os princípios universais e as 
recomendações peculiares às instituições de ensino superior. Também, 
comissões de ética na pesquisa, existentes em suas faculdades e 
institutos, além de disciplinas relacionadas, na graduação e na pós-
graduação, fazem parte do cotidiano das relações da universidade com 
sua comunidade. 
Essas questões despertam interesse crescente da comunidade 
científica mundial, e a USP se alinha a essa tendência. A USP tem claro 
compromisso de prestar contas à sociedade e o faz, regularmente, 
divulgando pesquisas, cursos, programas, ações culturais, relatórios 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
3 
financeiros e procedimentos internos com transparência, como o faz 
nessa oportunidade, respeitados os limites legais e éticos. 
A universidade continua seu caminho como exemplo, sim, mas de 
qualidade e de responsabilidade na condução das atividades 
administrativas, de ensino, pesquisa e extensão universitária, que 
transcendem as fronteiras do seu país. 
(Adaptado do jornal Folha de São Paulo, 2009.) 
 
CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA DISSERTATIVA: 
 
1. Trabalha com ideias, por isso é temático e não, figurativo; 
2. Opera, predominantemente, com palavras abstratas; 
3. A função da linguagem predominante é a referencial; 
4. No texto dissertativo, predomina o presente atemporal, ou seja, as 
formas verbais não se restringem a um momento; 
5. Texto construído para tecer comentários gerais sobre um dado 
assunto. 
6. Apresenta uma construção ideológica gradativa. 
 
A. Descrição 
A descriçãofocaliza estados e não ações. Serve para caracterizar seres 
sensíveis, isto é, que podem ser apreendidos pelos órgãos dos sentidos 
(visão, audição, olfato, tato e paladar). Como não há temporalidade, 
descreve-se o que existe em um dado momento da realidade (presente 
ou passada), por isso seus elementos não mantêm relação de 
anterioridade e posterioridade. Não existindo a causalidade, pode-
semudar ou inverter a ordem dos elementos do texto sem alterar seu 
sentido. É um retrato (foto) do referente (assunto). O objetivo desse 
tipo de texto é a descrição dos traços mais particulares do objeto em 
questão, a imagem. 
 
Vejamos abaixo o exemplo: 
(...) 
Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num 
colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia alargando-se até a calva, 
vasta e polida, um pouco alongada no alto; tingia os cabelos que duma 
orelha a outra faziam colar por trás da nuca — e aquele preto lustroso 
dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode. 
Tinha-o grisalho, farto e caído aos cantos da boca. Era muito pálido; 
nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as 
orelhas grandes muito despegadas do crânio. 
Fora outrora diretor geral do ministério do reino, e sempre que dizia — El 
Rei! erguia-se um pouco na cadeira. Os seus gestos eram medidos, 
mesmo a tomar rapé. Nunca usava palavras triviais; não dizia vomitar, 
fazia um gesto indicativo e empregava restituir. 
Adaptado de Eça de Queirós. O Primo Basílio, pág. 40-41 
 
CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA DESCRITIVA: 
 
1. O FOCO está em estados e não em ações; 
2. As qualidades dos objetos são da ordem do sensorial (tato, visão, 
audição, olfato, paladar). Dessa maneira, o texto descritivo convida o 
leitor a construir o objeto até compor o conjunto da figura, numa 
espécie de construção de um quadro; 
3. Não há temporalidade, logo os elementos desse tipo de texto não 
mantêm relação de anterioridade e posterioridade; 
4. Não há a ideia da causalidade; 
5. A ordem dos eventos no texto é livre, logo há simultaneidade dos 
fatos ou dos eventos; 
 
A. Injunção 
Objetiva orientar como realizar uma determinada ação. Ele 
normalmente pede, manda ou aconselha. Com verbos empregados no 
modo imperativo, em sua maioria, deve-se utilizar linguagem direta, 
objetiva e simples. Observe abaixo um exemplo da categoria injuntiva: 
Receita - Massa de Panqueca Simples 
Ingredientes: 
1 ovo 
1 xícara de farinha de trigo 
1 xícara de leite 
1 pitada de sal 
1 colher de sopa de óleo 
Modo de Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador. A seguir, 
aqueça uma frigideira untada com um fio de óleo em fogo baixo. 
Coloque um pouco da massa na frigideira não muito quente e 
esparrame de modo a cobrir todo o fundo e ficar só uma camada fina 
de massa. Deixe igualar os dois lados, até que fiquem levemente 
douradas. Retire com a espátula, e sirva com o recheio de sua 
preferência. Sugestão de recheio: carne moída, queijo e geleia.” 
 
B. Intertextualidade em jogo 
Os dicionários definem intertextualidade como sendo a superposição 
de um texto a outro; a influência de um texto sobre outro que o toma 
como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto 
citado. Verificamos, dessa forma, que o conceito de intertextualidade, 
como o próprio nome indica, diz respeito à relação que se estabelece 
entre textos. Na verdade, todo texto é absorção e transformação de 
uma multiplicidade de outros textos, o que vale dizer que não existe um 
texto que seja totalmente original. 
A Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma 
que essa relação pode ser estabelecida entre as produções textuais que 
apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escrita), sendo 
expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, dança, 
cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, provérbios, 
charges, dentre outros. 
Em geral, temos quatro tipos de intertextualidades principais, são elas: 
paródia, paráfrase, epígrafe e citação. Para compreendê-las melhor 
cabe analisarmos uma a uma 
 
B.1 Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em 
forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (parodès) a 
palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante) e “odes” 
(canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”. Esse recurso é 
muito utilizado pelos programas humorísticos. 
 
Exemplo 1: 
Texto original 
 
 E agora, José? 
 
A festa acabou, 
a luz apagou, 
o povo sumiu, 
a noite esfriou, 
e agora, José? 
e agora, você? 
você que é sem nome, 
que zomba dos outros, 
você que faz versos, 
que ama, protesta? 
e agora, José? 
Está sem mulher, 
está sem discurso, 
está sem carinho, 
já não pode beber, 
já não pode fumar, 
cuspir já não pode, 
a noite esfriou, 
o dia não veio, 
o bonde não veio, 
o riso não veio 
não veio a utopia 
e tudo acabou 
e tudo fugiu 
e tudo mofou, 
e agora, José? 
E agora, José? 
Sua doce palavra, 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
4 
seu instante de febre, 
sua gula e jejum, 
sua biblioteca, 
sua lavra de ouro, 
seu terno de vidro, 
sua incoerência, 
seu ódio - e agora? 
Com a chave na mão 
quer abrir a porta, 
não existe porta; 
quer morrer no mar, 
mas o mar secou; 
quer ir para Minas, 
Minas não há mais. 
José, e agora? 
Se você gritasse, 
se você gemesse, 
se você tocasse 
a valsa vienense, 
se você dormisse, 
se você cansasse, 
se você morresse... 
Mas você não morre, 
você é duro, José! 
Sozinho no escuro 
qual bicho-do-mato, 
sem teogonia, 
sem parede nua 
para se encostar, 
sem cavalo preto 
que fuja a galope, 
você marcha, José! 
José, para onde? 
 
Paródia 
 
E AGORA JOSÉ? 
E agora, José? 
A festa acabou, 
a luz apagou, 
o povo sumiu, 
a noite esfriou, 
e agora, José? 
e agora, você? 
você que é sem nome, 
que aponta o dedo nos outros, 
prende e arrebenta, 
adora dar entrevista, receber prêmio, capa de revista 
posar de fuzil na mão. 
viola a lei e quer mudá-la, em nome da sua própria moral, mas se enrola 
todo 
pra explicar auxílio moradia em dobro. 
E ainda diz que era pouco! 
Está sem discurso, 
está sem carinho, 
a noite esfriou, 
o dia não veio, 
o bonde não veio, 
o riso não veio. 
A Globo lhe dá as costas 
A folha ignorou e até Reinaldo Azevedo esculacha. 
E agora, José? 
A aposentadoria ameaçada, 
o auxílio acabou, 
o abuso de autoridade passou, com o nome do reitor. 
Sozinho no escuro 
qual bicho-do-mato, 
sem teogonia, 
sem parede nua 
para se encostar, 
sem cavalo preto 
que fuja a galope, 
você marcha, José! 
José, para onde?” 
 (texto de autor desconhecido) 
 
Exemplo 2: 
 
 
Exemplo 3: 
 
 
 
B.2 Paráfrase: 
Um dos exemplos mais conhecidos de intertextualidade é a que se 
estabelece entre dois textos: o texto-matriz e o texto-derivado, que 
constitui uma paráfrase do primeiro. A paráfrase define-se como o 
desenvolvimento do texto de um livro ou de um documento, 
conservando-se as idéias originais, ou ainda, o modo diverso de 
expressar frase ou texto, sem que se altere o significado da primeira 
versão. 
 
Exemplo 1: 
Texto original: 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá, 
As aves que aqui gorjeiam 
Não gorjeiam como lá. 
[...] 
Gonçalves Dias 
 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
5 
Paráfrase 
 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos 
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. 
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? 
Eu tão esquecido de minha terra… 
Ai terra que tem palmeiras 
Onde canta o sabiá! 
[...] 
Carlos Drummond de Andrade 
 
Exemplo 2: 
Texto original 
Para que mentir? 
Para que mentir 
tu ainda não tens 
Esse dom de saber iludir? 
Pra quê? Pra que mentir, 
Se não há necessidade 
De me trair? 
Pra que mentir 
Se tu ainda não tens 
A malícia de toda mulher? 
Pra que mentir, se eu sei 
Que gostas de outro 
Que te diz que não te quer? 
Pra que mentir tanto assim 
Se tu sabes que eu sei 
Que tu não gostas de mim? 
Se tu sabes que eu te quero 
Apesar de ser traído 
Pelo teuódio sincero 
Ou por teu amor fingido? 
(Vadico e Noel Rosa, 1934) 
 
Paráfrase 
Dom de Iludir 
Não me venha falar na malícia 
de toda mulher 
Cada um sabe a dor e a delícia 
de ser o que é. 
Não me olhe como se a polícia 
andasse atrás de mim. 
Cale a boca, e não cale na boca notícia ruim. 
Você sabe explicar 
Você sabe entender, tudo bem. 
Você está, você é, você faz. 
Você quer, você tem. 
Você diz a verdade, a verdade 
é seu dom de iludir. 
Como pode querer que a mulher 
vá viver sem mentir. 
(Caetano Veloso, 1982) 
 
B.3 Epígrafe: 
recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, 
resenhas, monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma 
frase ou parágrafo que tenha alguma relação com o que será discutido 
no texto. 
Exemplo 1: 
 Podemos citar um artigo sobre Patrimônio Cultural e a epígrafe do 
filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): "A cultura é o melhor conforto 
para a velhice". 
 
B.4 Citação: 
Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma 
que dialoga com ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já 
que se trata da enunciação de outro autor. Esse recurso é importante 
haja vista que sua apresentação sem relacionar a fonte utilizada é 
considerado “plágio”. 
Exemplo 1: 
 
A. A variação linguística 
Durante os inúmeros processos comunicativos que realizamos ao longo 
da vida, percebemos que existem diferenças entre esses, mas não só 
pelo conteúdo abordado, mas, principalmente, pela forma com a qual os 
falantes de uma língua se comunicam. Por vezes, você já deve ter 
notado que um amigo ou até mesmo um familiar tem uma forma (um 
‘jeito’) de falar distinto do seu, seja um sotaque ou gírias. Nesse 
sentido, cabe analisarmos e compreendermos um pouco melhor as 
razões que nos encaminham para essas diferenças na hora de se 
comunicar. 
As variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, 
de acordo com as condições sociais, culturais, regionais, e históricas 
em que é utilizada. 
 
A.1 Tipos de variações linguísticas 
 
Variação diafásica 
 
 
 
Variação diatópica 
 
 
 
 
 
 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
6 
Variação diastrática 
 
 
 
Variação diacrônica 
 
Antigamente 
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas 
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam 
primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, 
faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses 
debaixo do balaio." (...) 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
Preconceito linguístico 
 
O Poeta da Roça 
Sou fio das mata, canto da mão grossa, 
Trabáio na roça, de inverno e de estio. 
A minha chupana é tapada de barro, 
Só fumo cigarro de paia de mío. 
 
Sou poeta das brenha, não faço o papé 
De argunmenestré, ou errante cantô 
Que veve vagando, com sua viola, 
Cantando, pachola, à percura de amô. 
Não tenho sabença, pois nunca estudei, 
Apenas eu sei o meu nome assiná. 
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, 
E o fio do pobre não pode estudá. 
Meu verso rastero, singelo e sem graça, 
Não entra na praça, no rico salão, 
Meu verso só entra no campo e na roça 
Nas pobre paioça, da serra ao sertão. 
(...) 
(Patativa do Assaré – poeta nordestino analfabeto. Sua filha escrevia os poemas 
para ele 
 
Variedade padrão ou norma culta é a variedade linguística de maior 
prestígio social. 
Variedade não padrão ou língua não padrão são todas as variedades 
linguísticas diferentes da padrão. 
 
Exercícios 
 
1. Leia o texto a seguir e responda à questão: 
A Independência (que tem seu ponto de partida na transferência da 
corte portuguesa em 1808) assinala a estruturação do Estado 
Brasileiro, o que determina, com a configuração da nova individualidade 
nacional que o Brasil passava a apresentar, a grande e variada série de 
consequências que derivam da inclusão no próprio país e sobre a base 
exclusiva de nacionais, do seu centro político, administrativo e social. A 
inspiração, orientação e direção do conjunto da vida brasileira se farão 
daí por diante a partir de seu próprio interior onde se localizarão seus 
estímulos e impulsos, o que torna possível definir, propor e realizar as 
aspirações e interesses propriamente nacionais. Do ponto de vista 
estritamente econômico, destaquemos unicamente o que a 
estruturação do Estado nacional representaria como fator de ampliação 
das despesas públicas, com reflexo imediato nas particulares; e 
portanto de ativação de vida econômica e financeira, aumento da renda 
nacional e do consumo que isso representa. O efeito conjugado desses 
fatores resultará, em consequência da brusca transformação ocorrida, 
no profundo desequilíbrio financeiro e nas crises que caracterizam a 
vida do Império até meados do século. E constitui circunstância que 
influi poderosamente no sentido de estimular a integração nacional da 
economia brasileira. Isso será tanto mais sensível e de efeitos mais 
amplos, que acresce um fator de ordem político-administrativa a atuar 
no mesmo sentido. Até a Independência, as capitanias brasileiras, 
depois províncias e hoje Estados, se achavam dispersas e cada qual 
muito mais ligada à metrópole portuguesa que às demais. A 
administração sediada no Rio de Janeiro era de fato, no que respeita ao 
conjunto da colônia, puramente nominal, e sua jurisdição não ia 
realmente além da intitulada capital e sede do Vice-reinado e das 
capitanias meridionais. A transferência da corte torna o Rio de Janeiro 
efetivamente em centro e capital do país que se articulará assim num 
todo único. Essa situação se consolidará com a efetivação da 
Independência e a formação do Estado nacional brasileiro, que 
constituem assim a definitiva integração territorial do país antes 
disperso e interligado unicamente através e por via da metrópole. 
De maior proporção ainda, no que respeita à transformação da antiga 
colônia em coletividade nacional integrada e organizada, são estes 
primeiros passos decisivos da incorporação efetiva da massa 
trabalhadora à sociedade brasileira que consistem na supressão do 
tráfico africano (1850) e seus corolários naturais: o estímulo à 
imigração europeia de trabalhadores destinados a suprir a falta de mão-
de-obra provocada pela supressão daquele tráfico, e a abolição da 
escravidão (1888). (Caio Prado Júnior. A revolução brasileira.) 
 
Assinale a alternativa que apresenta o significado da palavra 
“corolários”, conforme ela é empregada no texto: 
a) Eventos. 
b) Razões. 
c) Causas. 
d) Pétalas. 
e) Consequências. 
 
2 – TEXTO 2 
MINHA INFÂNCIA (trecho) 
(Freudiana) 
 
Cora Coralina 
A rua... a rua!... 
(Atração lúdica, anseio vivo da criança, 
mundo sugestivo de maravilhosas descobertas) 
 
- proibida às meninas do meu tempo. 
Rígidos preconceitos familiares, 
normas abusivas de educação 
 
- emparedavam. 
 
Na quietude sepulcral da casa, 
era proibida, incomodava, a fala alta, 
a risada franca, o grito espontâneo, 
a turbulência ativa das crianças. 
 
Contenção. motivação.Comportamento estreito, 
limitando, estreitando exuberâncias, 
pisando sensibilidades. 
A gesta* dentro de mim... 
Um mundo heroico, sublimado, 
superposto, insuspeitado, 
misturado à realidade. 
*Gesta: composição poética que narra feitos memoráveis ou heroicos. 
CORALINA, Cora.[coordenação, apresentação crítica e biografia Darcy França 
Denófrio].(Coleção melhores poemas). São Paulo: Global, 2004. (p. 95 a 100). 
 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
7 
Cora Coralina (1889-1985), doutora honoris causa pela Universidade de 
Goiás, membro da Academia Goiana de Letras, recebeu, como poeta e 
ficcionista, o troféu Jabuti e o prêmio Juca Pato como intelectual do 
ano em 1984. Cora cursara somente o primário, mas poetara desde os 
14 anos. 
TELLES, Norma. Escritoras, escritas, escrituras. In: PRIORE, Mary Del. (org.); 
PINSKY, Carla Bassanezi (coord. de textos). 10.ed. 6a. reimpr. São Paulo: 
Contexto, 2018. p.408-409. 
 
O enunciado “A rua... a rua!...”, no contexto do poema, constitui uma 
frase 
a) optativa que expressa um desejo deinfância. 
b) exclamativa que expressa um receio de menina. 
c) declarativa que expressa uma referência à realidade. 
d) imperativa que expressa um convite ao amadurecimento. 
 
3 - 
 
Assinale a alternativa em que se verifica a análise correta de um fato 
linguístico presente na tira. 
a) Em “Viu, Senhor?” (3° quadrinho), o termo “Senhor” exerce a função 
sintática de sujeito do verbo “viu”. 
b) Em “um cão nervoso correndo em círculos, amarrado ao poste da 
ignorância” (2° quadrinho), a oposição entre os termos “correndo” e 
“amarrado” configura um pleonasmo. 
c) Em “A humanidade é isso” (2° quadrinho), o termo “isso” retoma o 
conteúdo de um enunciado expresso no quadrinho anterior. 
d) Em “Ele vai voltar atrás, você vai ver” (3° quadrinho), a expressão 
“voltar atrás” constitui uma redundância. 
e) Em “Ele vai voltar atrás, você vai ver” (3° quadrinho), a expressão 
“voltar atrás” pode ser substituída por “se arrepender”. 
 
4 – 
 
O segundo parágrafo do texto revela mais claramente a compreensão 
do menino acerca daquela sociedade de papéis bem definidos, a partir 
da situação econômica de cada um. 
 
O par de vocábulos, presentes no texto, que remete à divisão entre 
grupos sociais, tal como caracterizada pelo narrador, é: 
a) chá – fantasmas 
b) elegância – laçarote 
c) privativa – verdadeira 
d) encanados – espichado 
 
5 - A EDUCAÇÃO PELA SEDA 
 
Vestidos muito justos são vulgares. Revelar formas é vulgar. Toda 
revelação é de uma vulgaridade abominável. 
 
Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a 
norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar. 
Rosa Amanda Strausz 
Mínimo múltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990. 
 
O conto contrasta dois tipos de texto em sua estrutura. 
Enquanto o segundo parágrafo se configura como narrativo, o primeiro 
parágrafo se aproxima da seguinte tipologia: 
a) injuntivo 
b) descritivo 
c) dramático 
d) argumentativo 
 
6 – 
 
 
No primeiro parágrafo, o autor apresenta uma caracterização negativa 
do mundo atual, ao mesmo tempo que propõe um procedimento de 
análise desse contexto que permitiria superá-lo. 
 
Esse procedimento de análise está explicado em: 
a) contestação de práticas históricas que geram injustiças sociais 
b) simulação de cenários futuros que possibilitem novas relações 
humanas 
c) formulação de conceitos gerais que simplifiquem uma tese 
controversa 
d) delimitação de aspectos distintos que compõem um problema 
complexo 
 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
8 
7 - A crise final da escravidão, no Brasil, deu lugar ao aparecimento de 
um modelo novo de resistência, a que podemos chamar quilombo 
abolicionista. No modelo tradicional de resistência à escravidão, o 
quilombo-rompimento, a tendência dominante era a política do 
esconderijo e do segredo de guerra. Por isso, esforçavam-se os 
quilombolas exatamente para proteger seu dia a dia, sua organização 
interna e suas lideranças de todo tipo de inimigo, curioso ou forasteiro, 
inclusive, depois, os historiadores. 
Já no modelo novo de resistência, o quilombo abolicionista, as 
lideranças são muito bem conhecidas, cidadãos prestantes, com 
documentação civil em dia e, principalmente, muito bem articulados 
politicamente. Não mais os grandes guerreiros do modelo anterior, mas 
um tipo novo de liderança, uma espécie de instância de intermediação 
entre a comunidade de fugitivos e a sociedade envolvente. Sabemos 
hoje que a existência de um quilombo inteiramente isolado foi coisa 
rara. Mas, no caso dos quilombos abolicionistas, os contatos com a 
sociedade são tantos e tão essenciais que o quilombo encontra-se já 
internalizado, parte do jogo político da sociedade mais ampla. 
(Quilombo abolicionista – cap. 1; p. 11. SILVA, Eduardo: As Camélias do Leblon e 
a abolição da escravatura: uma investigação de história cultural. SP: Cia das 
Letras, 2003.) 
 
As expressões ‘cidadãos prestantes’ e ‘instância de intermediação’, no 
segundo parágrafo, podem ser interpretadas, segundo o contexto de 
ocorrência, respectivamente, como: 
a) ‘pessoas que têm crenças religiosas’ e ‘foro oficial’. 
b) ‘indivíduos que prestam serviços’ e ‘lugar de recurso’. 
c) ‘cidadãos que se distinguem na sociedade’ e ‘nível de mediação’. 
d) ‘cidadãos que são prestativos’ e ‘intermediários eventuais’. 
e) ‘pessoas que protestam contra injustiças’ e ‘nível intermediário’. 
 
8 - (...) plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, 
*macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, construí passarolas 
de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de 
uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que 
Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-
pães, andai: reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a 
equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. – No fim de 
tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas 
dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos 
moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso 
condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à 
infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria 
absoluta, para produzir um rico? 
*Macadamizar: pavimentar. 
(Almeida Garrett, Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012, p.77.) 
 
Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a 
formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices. 
(Almeida Garrett, Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012, p.190.) 
 
Vários discursos organizam a estrutura narrativa do romance Viagens 
na minha terra, de Almeida Garrett. Isso permite afirmar que a visão de 
mundo dessa narrativa 
a) compartilha exclusivamente dos valores éticos dos ricos e é 
demagógica com a miséria social, marca inconfundível do romance de 
Garrett. 
b) relativiza posições dogmáticas sobre a vida social, cultural e 
política, permitindo vários ângulos de observação. 
c) denuncia as condições sociais injustas dos pobres da sociedade, o 
que indica o caráter panfletário do romance de Garrett. 
d) divide o mundo entre ricos e pobres e não leva em consideração 
que uma vida justa depende da riqueza produzida na sociedade. 
 
9 - ‘Ferrugem’: um ótimo nacional encara o cyberbullying 
Um celular perdido, um vídeo viralizado, e Tati, de 16 anos, se vê no 
meio de um furacão que abalaria qualquer um – e muito mais uma 
menina a quem ainda falta o equipamento emocional para lidar com 
uma situação tão drástica de exposição da intimidade e de ostracismo 
social. Os amigos e amigas vão caindo fora; com os pais, ela não 
consegue falar. Renet, o garoto com quem ela começava a engatar um 
flerte quando tudo começou, dá as costas a ela. E Tati, interpretada 
pela ótima novata Tiffanny Dopke, de fisionomia suave e jeitinho 
cativante, sucumbe à pressão. 
‘Ferrugem’, do diretor Aly Muritiba, é um dos pontos altos de uma safra 
surpreendentemente boa do cinema nacional nos últimos meses 
(completada ainda por ‘Aos Teus Olhos’, ‘As Boas Maneiras’, ‘O Animal 
Cordial’ e ‘Benzinho’). Da agitação e cacofonia dessa primeira parte do 
filme, Muritiba vai, na segunda metade, para um estilo oposto: com 
atenção e reflexão, acompanha o sofrimento de Renet (o também muito 
bom Giovanni de Lorenzi) com as consequências do episódio que 
afetou Tati. Aqui, duas visões morais muito distintas se opõem: a do pai 
(Enrique Diaz), que quer poupar Renet, e a da mãe (a calorosa Clarissa 
Kiste), que quer obrigá-lo a enfrentar os fatos. 
Maduro, lúcido, muito bem escrito e filmado, ‘Ferrugem’ está na 
comissão de frente dos possíveis indicados do Brasil ao Oscar do ano 
que vem. 
(Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tveja/em-cartaz/ferrugem-um-otimo-
nacional-encara-o-cyberbullying/> . Acesso em 31/08/2018.) 
 
As expressões ‘equipamento emocional’ e ‘ostracismo social’, no 
segundo parágrafo, podem ser interpretadas, segundo o contexto de 
ocorrência, respectivamente, como:a) objeto que regula emoções – exílio. 
b) capacidade de sentir emoções – exclusão. 
c) experiência – falta de exposição. 
d) maturidade – isolamento. 
e) malícia – incapacidade de se expressar. 
 
10 - Leia a crônica “Premonitório”, de Carlos Drummond de Andrade 
(1902-1987). 
Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama: 
 
“Não saia casa 3 outubro abraços”. 
O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em 
cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, 
telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo 
Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E 
passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com 
broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem. 
 
Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e 
precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais 
ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha,mas a voz de d. Anita não 
respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de 
ouvir o “pois não” melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, 
que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; 
insistira:“como é?”, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na 
linha.Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que 
talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as 
sílabas de arma vir um que cano1, disse que achava pouco cem mil 
unidades, em tal emergência, e arrematou:“Dia 4 nós conversamos.” 
Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de 
aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um 
carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a 
contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou 
qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato 
bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, 
mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do 
pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a 
tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em 
riste advertiu: “Passe de largo”; a Delegacia Fiscal estava cercada de 
praças, havia armas cruzadas nos antos. Nos Correios, a mesma coisa, 
também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões 
conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram 
sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima. 
 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
9 
Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a 
fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone 
chamava: “Desculpe, é engano”, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-
se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava 
para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a 
noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz. 
Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o 
convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. “Deve ser 
engano.” “Não é não, o chefe está à espera.” “Tão cedinho? Precisa ser 
hoje mesmo? Amanhã eu vou.” “É hoje e é já.” “Impossível.” Pegaram-
lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de 
guerra, toda a polícia a postos. “O senhor vai dizer a verdade bonitinho 
e logo” – disse-lhe o chefe. – “Que sabe a respeito do troço?” “Não se 
faça de bobo, o troço que vai estourar hoje.” “Vai estourar?” “Não 
sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” 
“Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda 
abalado. Quer ver? Eu tiro.” “Não, mas e aquela frase em código muito 
vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e 
cano?” “Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho.” 
“Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para 
vencer?” “São unidades de penicilina que um colega tomou para uma 
infecção no ouvido.” “E os cálculos que o senhor fazia diante do 
palácio?” Emudeceu. “Diga, vamos!” “Desculpe, eram uns versinhos, 
estão aqui no bolso.” “O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este 
telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem 
coragem de negar que está alheio ao golpe?” “Ah, então é por isso que 
o telegrama custou tanto a chegar?” “Mais custou ao país, gritou o 
chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de 
prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa.” “Mas, 
doutor…” Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, 
Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: “O senhor entende conversa de 
pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família 
acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu 
saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro!” 
Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: 
realmente, não devia ter saído de casa. 
 (70 historinhas, 2016.) 
 
1 arma vir um que cano: “canto as armas e o varão” (palavras iniciais da 
epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias). 
 
Em relação ao sonho do pai, a reação do filho é de 
a) desconfiança. 
b) apatia. 
c) perplexidade. 
d) desdém. 
e) respeito. 
 
11 - Há mais de uma década, no mesmo ano em que o Ministério da 
Justiça publicou o Manual da nova classificação indicativa, a Folha de 
S. Paulo trouxe o seguinte texto da chargista e cartunista Laerte: 
 
 
A alternativa que traz informações corretas sobre o texto e seu 
respectivo gênero é: 
a) Entre a imagem e os discursos verbais que constituem a charge há 
perfeita coerência, de que resulta o núcleo do sentido desse gênero, 
que é o humor. No caso, satiriza-se a falta de responsabilidade dos pais 
quanto à educação dos filhos. 
b) O efeito de humor produzido no cartum resulta da ironia presente na 
fala do personagem, que, explicitamente, representa o discurso de pais 
que controlam a vida dos filhos, impedindo-os de assistir a 
determinados programas na TV. 
c) A charge comporta, além de um efeito de humor, decorrente da 
contradição entre os elementos não verbais e os discursos verbais, uma 
crítica à ineficácia das normas da programação de TV, distantes da 
realidade social. 
d) O cartum aborda uma situação que pode ocorrer em qualquer 
tempo ou lugar, satirizando certos costumes humanos, como o de 
preferir fumar, jogar e beber a assistir a programas educativos na TV. 
e) A tirinha representa a rebeldia dos filhos e sua desobediência às 
ordens dos pais em relação aos programas de TV a que podem ou não 
assistir. 
 
12 – 
 
Assinale a afirmação que está de acordo com o sentido global do texto. 
a) O autor trata da importância de aprender e armazenar 
permanentemente na memória cada palavra individual para o falante 
usar uma língua e aprender outras, como francês ou japonês. 
b) O autor defende que o falante não aprende casos individuais, mas 
regras gerais que lhe permitem usar uma língua, materna ou 
estrangeira. 
c) O autor enfatiza a importância do vocabulário nos diferentes 
métodos de ensino e aprendizagem de língua materna e estrangeira. 
d) O autor argumenta que considerar a distinção entre singular e plural 
das palavras pode levar à criação de um método eficaz de aprendizado 
de línguas estrangeiras. 
e) O autor aborda as causas do armazenamento de palavras pelo 
falante e as consequências desse armazenamento no uso da língua 
materna e na aprendizagem de línguas estrangeiras. 
LPLB MÓDULO 03 CBMERJ 
 
 
 
10 
13 – 
 
 
David Cooper dirige uma crítica à psiquiatria quando esta define saúde 
como ausência de doença e, desse modo, acaba por não definir 
adequadamente a própria doença mental. 
 
Essa forma de definição incorre em um sofisma conhecido como: 
a) círculo vicioso 
b) falsa autoridade 
c) argumento contra a pessoa 
d) confusão entre causa e efeito 
 
14 – 
 
 
No último parágrafo, o autor expressa uma crítica à teoria de Linnaeus, 
por reconhecer na classificação que este propôs o seguinte problema: 
a) omissãob) abstração 
c) incorreção 
d) fragmentação 
 
15 - Leia o seguinte excerto: 
“Assentada neste banco onde a empregada me trouxe o jantar e após a 
sobremesa uma garrafa de café, estou com os olhos no azul da serra e 
no sol que nele se abriga, nessa estranha hora em que o silêncio é 
cortado apenas pelo berro de uma rês ou pelo cruzar de uma ave, e em 
que faço mais um cigarro, sem, no entanto, livrar-me dos latejos que em 
fincadas sucessivas voltam às minhas pernas e doem como as antigas 
lembranças de minha infância.” 
LOPES, Carlos Herculano. A dança dos cabelos. Rio de Janeiro: Record, 2017. 
 
Considerando que o romance apresenta, entre outras, três personagens 
femininas, sendo estas avó, mãe e filha, todas com o nome de Isaura, 
assinale a alternativa correta em relação ao trecho apresentado. 
a) Trata-se de uma carta da avó Isaura ao avô Antônio. 
b) O trecho é referente à carta redigida pela mãe Isaura ao seu marido. 
c) Refere-se a uma reflexão da mãe Isaura. 
d) Refere-se ao sonho da filha Isaura quando retorna à casa na qual 
cresceu. 
 
16 - Nova canção do exílio 
Um sabiá 
na palmeira, longe. 
Estas aves cantam 
um outro canto. 
 
O céu cintila 
sobre flores úmidas. 
Vozes na mata, 
e o maior amor. 
 
Só, na noite, 
seria feliz: 
um sabiá, 
na palmeira, longe. 
 
Onde é tudo belo 
e fantástico, 
só, na noite, 
seria feliz. 
(Um sabiá, na palmeira, longe.) 
 
Ainda um grito de vida e 
voltar 
para onde é tudo belo 
e fantástico: 
a palmeira, o sabiá, 
o longe. 
Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo. 
 
O sentido do poema depende, em boa medida, do reconhecimento de 
que, em sua composição, o autor se vale de uma relação intertextual 
com a “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. 0 que viabiliza a escolha 
do poema gonçalvino como referência intertextual é, em primeiro lugar, 
o fato de ele ser 
a) ainda pouco utilizado em paródias e textos assemelhados. 
b) um dos textos mais amplamente conhecidos da literatura brasileira. 
c) emblemático do patriotismo que o poema de Drummond tratava de 
satirizar. 
d) objeto da aversão que as vanguardas modernistas nutriam pelos 
poetas românticos. 
e) pouco respeitado pela crítica literária do tempo de Drummond. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
17 – 
 
 
Alguma coisa que eu disse distraído − talvez palavras de algum poeta 
antigo − foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. 
(l.18-19) 
 
O cronista revela que sua fala ou escrita pode conter algo escrito por 
“algum poeta antigo”. 
Ao fazer essa revelação, o cronista se refere ao seguinte recurso: 
a) polissemia 
b) pressuposição 
c) exemplificação 
d) intertextualidade 
 
18 - Onde começa o pensamento? 
É possível “esvaziar a mente”? 
R: Antes de tudo, precisamos entender que o pensamento é uma 
percepção do nosso consciente. Ele tem início no córtex cerebral. 
Fisicamente, o pensamento não é algo tangível, assim como as 
emoções. Mas o pensamento possui uma base física, que é a rede 
neural. (...) Essa transmissão de informações consiste na atividade 
mental, que pode ser considerada uma manifestação física dos nossos 
pensamentos. Tudo acontece em um curto espaço de tempo. Estima-se 
que demorem 300 milissegundos antes de o pensamento se tornar 
consciente. “Não é possível esvaziar a mente, mas práticas como 
meditação podem auxiliar a concentração e o gerenciamento das 
nossas ideias”, diz o médico Fernando Gomes Pinto, membro da 
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Isso porque, quando alguém 
medita, a atividade de algumas regiões do cérebro se torna mais 
acelerada, como: hipocampo (memória), córtex cingulado anterior 
(concentração), córtex pré-frontal (coordenação motora) e amídalas 
cerebelosas (emoções). 
Fonte: Galileu, nº 276, p. 18, julho/2014. 
 
No texto, os parênteses contendo reticências estão indicando que um 
segmento foi suprimido. Analise as frases das alternativas para 
verificar qual delas contém o segmento que se encaixa no texto e 
assinale a alternativa CORRETA. 
a) O pensamento é composto por neurônios que se comunicam por 
sinapses elétricas ou químicas. 
b) A rede neural é formada por neurônios, as células cerebrais. 
c) Ela nada mais é do que um grupo de células cerebrais, os 
neurônios, que se comunicam entre si por sinapses elétricas ou 
químicas. 
d) Nessa rede, a atividade mental dos neurônios dá início ao nosso 
pensamento. 
e) As emoções também não são tangíveis, palpáveis. 
19 – 
 
*A frase em latim traduz-se, comumente, por “liberdade ainda que 
tardia”. 
 
Considere as seguintes afirmações: 
I. O diálogo com outros textos (intertextualidade) é procedimento 
central na composição da estrofe. 
II. O espírito de contradição manifesto nos versos indica que o amor da 
pátria que eles expressam não é oficial nem conformista. 
III. O apego do eu lírico à tradição da poesia clássica patenteia-se na 
escolha de um verso latino como núcleo da estrofe. 
 
Está correto o que se afirma em 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
20 – 
 
 
O trecho transcrito acima, a intertextualidade se dá na forma de 
a) paráfrase, por causa das recriações de textos de outros autores e 
epígrafe, porque há trechos de outros autores no início do texto lido. 
b) paráfrase, pois o texto apresenta reprodução explícita de outros 
textos, reforçando ideias e alusão, por causa da menção a outros 
textos. 
c) citação, por causa de transcrições de trechos de outros autores e 
alusão, porque há menção a outros textos, de outros autores. 
d) paródia, pois há ironia na construção do texto, referindo-se a outros 
autores e pastiche, porque o autor imita o estilo de outros autores. 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
21 – 
 
 
No texto utilizado, marcadamente informativo, para dar maior 
credibilidade às informações que apresenta, o autor 
a) critica a burocracia do Egito Antigo, caracterizada pelo costume de 
se registrar em documentos até mesmo as atividades mais banais do 
dia a dia. 
b) faz referência a elementos da religiosidade egípcia, tendo em vista 
que o Egito Antigo tinha a religião como elemento de grande 
importância. 
c) faz um elogio à leitura e à escrita, cuja disseminação no Egito fez 
desse povo um dos mais desenvolvidos da Antiguidade. 
d) usa o recurso da intertextualidade, ao inserir o discurso de outros 
autores, o que é marcado linguisticamente pelas aspas. 
 
22 
 
 
A imagem e o texto acima 
a) enfocam a violência inerente às narrativas futebolísticas. 
b) criticam a banalização da narrativa futebolística na mídia. 
c) valorizam a perspectiva artística na narrativa de um jogo de futebol. 
d) apresentam características da narrativa européia no futebol 
brasileiro. 
23 – 
 
 
A partir da leitura dos textos não verbais e verbais, assinale a 
alternativa INCORRETA: 
a) A função de persuadir é reforçada através do jogo intertextual, 
presente na peça publicitária. 
b) A Mona Lisa representada na peça publicitária parodia a obra de 
Leonardo da Vinci, considerada perfeita pelos críticos de arte, com o 
objetivo principal de criticá-la. 
c) A ideia da peça publicitária é provocar no consumidor o desejo de 
ter suas roupas perfeitas, limpas e perfumadas. 
d) Elementos da obra de Leonardo da Vinci foram incorporados na 
peça publicitária: cabelos compridos, sorriso indefinido e a posição das 
mãos, provocando comicidade no leitor. 
e) A obra de Leonardo da Vinci serviu de paródia para a peça 
publicitária, ressaltando um jogo cômico. É uma forma diferente de 
convencimento, cuja intenção é vender o produto. 
 
24 - Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio 
Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida, para responder a questão. 
 
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com 
estranhos. À noite, não saia para caminhar, principalmente se estiver 
sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as 
portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for 
assaltado, não reaja– entregue tudo. 
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas 
recomendações. Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e 
sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser 
um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. 
As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo 
sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O 
outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o 
desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança 
transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de 
encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os 
espaços públicos transformam-se em palco do horror, do pânico e do 
medo. 
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena 
recursos públicos já escassos, ceifa vidas – especialmente as dos 
jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando nossas 
existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, 
passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse 
quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pelos jornais e 
alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na 
democracia e no Estado de direito? 
(Violência urbana, 2003.) 
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13 
O modo de organização do discurso predominante no excerto é 
a) a dissertação argumentativa. 
b) a narração. 
c) a descrição objetiva. 
d) a descrição subjetiva. 
e) a dissertação expositiva. 
 
25 – Por que o senhor não escreve coisas poéticas, soltas, 
gostosas? As crônicas, antigamente, nos deixavam mais leves, de bem 
com a vida e o mundo. Agora, tudo o que a gente lê nos leva para baixo. 
Está difícil de suportar. Escrevo na manhã de um domingo. Sete horas. 
Aquele sol que nos tem castigado, começava a dar sinais de ardência 
profunda. Olhei pela porta de vidro do terraço e descobri, maravilhado e 
feliz, que a pitangueira plantada em vaso, que chegou há dois anos, 
estava repleta de frutos vermelhos, reluzentes, envernizados. Os 
primeiros. Fiquei admirado. Os pássaros não tinham descoberto? 
Aquelas frutinhas tinham se salvado? Chupei uma, duas três, queria 
todas, mas precisava guardar para a família, afinal, eram as primeiras. 
Pitanga, coisa de infância, do interior. Uma das frutas mais sofisticadas 
do Brasil, a meu ver. Antigamente, quando viajávamos pela Varig, ao 
sair do Recife, recebíamos um copo de suco fresco de pitanga, 
perfumado. Dia desses, Maria Eduarda, amiga pernambucana, me disse: 
“Você está chegando aqui, sabemos que gosta de vinhos. Que vinho 
prefere?”. E eu: “Nenhum! Quero suco de pitanga”. Maria Eduarda: “Pois 
vai tomar das pitangas do pomar de meu pai, Cornélio”. Foi uma 
celebração! 
 
Esta é a pitada de poesia que encontrei neste momento. Mas ficaram 
em minha mente essas perguntas cotidianas que todos estão fazendo. 
Ouço no dia a dia, pela manhã ao comprar o pão e o leite, no 
supermercado, no bar, numa escola, na livraria, ao entrar no cinema. 
Ouvi agora, ao percorrer cinco cidades do litoral (...). Jovens e mais 
velhos, acreditando que o escritor tem as respostas, me olhavam: “O 
senhor acha que a gente sai dessa?”. Só consegui dizer: “Não sei e 
acho que ninguém sabe”. 
 
Ignácio de Loyola Brandão, O Estado de S. Paulo, 02/10/2015. 
Sobre os procedimentos do autor quanto aos recursos de construção, a 
única afirmação que NÃO está correta é: 
a) Emprega tanto o discurso indireto como o direto e o indireto livre. 
b) Recorre a frases nominais (sem verbo), visando a dar mais 
agilidade à narração. 
c) Permite-se algum grau de informalidade, no uso de expressões, 
como “a gente” e “Dia desses”. 
d) Expressa ideia de causa por meio de orações como “ao sair do 
Recife” e “ao entrar no cinema”. 
e) Incorpora ao texto manifestações que atestam a interação com o 
leitor. 
 
26 – 
 
O TEXTO 4 faz parte de uma campanha contra a violência nos estádios 
de futebol. As principais estratégias utilizadas para conquistar a 
adesão do público alvo à campanha são 
I. a relação entre a palavra “guerra” e a imagem central da bola/bomba. 
II. o uso da negação antes dos verbos no indicativo, como em “não 
deixe” e “não leve”. 
III.o emprego de verbos no imperativo, como “deixe” e “leve”. 
IV.a oposição entre dois campos semânticos: o do futebol e o da paz. 
V. a sinonímia entre arma e guerra, futebol e paz. 
 
Estão CORRETAS, apenas, as afirmativas 
a) II e IV. 
b) IV e V. 
c) II e III. 
d) I e V. 
e) I e III. 
 
27 – 
Texto 3 
 
 
O TEXTO 3 é uma charge que foi publicada no dia 24 de maio de 2014, 
ano de Copa do Mundo no Brasil, e faz referência ao dia em que a taça 
da competição começou a ser exibida em Pernambuco. Ela foi levada a 
várias cidades do país e muitos torcedores foram vê-la de perto. 
Sabendo disso, conclui-se que, nessa charge, há uma 
a) crítica à relevância que se dá ao futebol no Brasil, o que é 
representado pela posição de reverência dos personagens com relação 
à taça da Copa. 
b) mensagem otimista sobre a conquista da Copa do Mundo de 2014, 
o que é representado pela devoção dos personagens à taça. 
c) mensagem pessimista sobre a conquista da Copa do Mundo de 
2014, o que é representado ironicamente pelas súplicas ao Fuleco 
(mascote) e à Brazuca (bola). 
d) construção de sentido que se apoia na devoção dos personagens à 
taça para mostrar que os torcedores estavam inseguros com o 
desempenho da seleção brasileira. 
e) crítica bem-humorada sobre os contrastes sociais e problemas 
políticos que são esquecidos em períodos de Copa do Mundo no Brasil. 
 
28 - A COPA DO MUNDO NA RÚSSIA PODE SER A ÚLTIMA 
TENTATIVA DE UNIÃO NACIONAL 
(1) Mais do que a principal competição do maior esporte no planeta, a 
Copa do Mundo deve ser considerada um evento político. Futebol é 
política, e vice-versa. Como instituição, é parte estrutural da formação 
de diversos povos e sua cultura, contribuindo para a formatação de 
seus costumes, de suas marcas, hábitos, vocabulário. Quem ignora o 
papel do futebol, na formação histórica de algumas nações, pouco 
entende da antropologia social e cultural delas -  e nisso estamos 
inclusos. As seleções nacionais são representantes de seus países 
muito mais importantes e reconhecidas do que o melhor dos 
embaixadores. E a Copa, o único espaço pelo qual países frágeis na 
economia e geopolítica mundial podem derrotar países muito à frente 
nesses aspectos. 
 
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14 
(2) Como Diego Maradona sempre gosta de lembrar, a seleção 
argentina, na Copa de 1986, entrou em campo contra a Inglaterra, pelas 
quartas de finais, para jogar pelos mortos na Guerra das Malvinas, e 
não simplesmente para ganhar um jogo. Isso não era restrito apenas 
aos jogadores: era o sentimento nacional de todos os argentinos. E, 
quando questionado sobre o gol de mão que abriu o placar na partida, 
El Pibe não teve dúvidas sobre a sensação: “Foi como bater a carteira 
de um inglês”. 
 
(3) Na França, a vitória na Copa de 1998 ajudou a amenizar o conflito 
racial que pairava na nação - entre brancos, negros e árabes - e a 
derrota nas duas Copas seguintes o acirrou novamente. A Copa do 
Mundo também foi capaz de colocar no mesmo espaço de disputa o 
que um dos muros mais implacáveis da história separava: em 1974, 
Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental se enfrentaram pela primeira 
fase, com vitória da ala soviética (que muitos afirmam ter sido entregue 
pela parte capitalista para evitar adversário mais forte na fase 
seguinte). Momento épico. 
 
(4) Copa traz integração. A última vez que a Champs-Élysées tinha 
enchido tanto quanto na final da Copa de 98 foi na Queda da Bastilha. 
Na Copa de 2014, o esboço que vimos disso não aconteceu nos 
estádios, elitizados, mas sim nas fan-fests, que, como o próprio nome 
diz, foram espaços de festa, miscelânea, diversidade. Mas é muito 
maior do que isso: Copa traz a união comunitária. A gente não trabalha, 
a gente pinta a rua de casa, a gente compra camisado Neymar ou do 
Ronaldinho ou do Ronaldo ou do Romário. Na hora do gol ou da vitória, 
a gente abraça até quem não conhece. Muitas vezes, uma 
televisãozinha é o suficiente para que toda a vizinhança se amontoe e 
torça pela sua representante internacional naquele momento. O País se 
volta, inteirinho, para um momento em que 11 homens são capazes de 
mudar, a qualquer instante, todo o seu sistema nervoso. E quem sequer 
reconhece isso tem que revisar seu próprio elitismo e sair da bolha. 
PROIETE, Gabriel. A Copa do Mundo na Rússia pode ser a última tentativa de união 
nacional. Disponível em: < https://medium.com/@gabriel_proiete/a-copa-do-
mundo-da-r%C3%BAssia-pode-ser-a- %C3%BAltima-tentativa-de-uni%C3%A3o-
nacional-8aa3a939ed53 >. Acesso em: 07 maio 2018 (adaptado). 
 
A partir da leitura atenta do TEXTO 1, infere-se que 
a) a Copa do Mundo é mais do que um evento, pois tem uma dimensão 
política grande e pode até provocar um conflito internacional. 
b) o futebol faz parte da formação de diversos povos e suas culturas, 
mas não se relaciona à antropologia social das nações. 
c) o futebol faz parte da construção sócio-histórica e política de 
algumas nações, influenciando costumes, hábitos e, até mesmo, o 
vocabulário de um povo. 
d) a Copa é também um evento político, já que, em 1974, foi capaz de 
cooperar diplomaticamente sobre acordos de paz entre a Alemanha 
Oriental e Ocidental 
e) o futebol provoca a união de classes sociais das mais elitizadas às 
mais populares, principalmente nos estádios que abrigam jogos da 
Copa. 
 
29 - Nos últimos tempos, surgiu um novo critério para avaliar 
jornalistas da TV – a relação do profissional com os seus admiradores 
nas redes sociais. O tamanho dos fãs-clubes e a forma de interação 
com eles se tornou, igualmente, uma maneira de “medir” o talento de 
apresentadores. 
 
A estreia de Dony de Nuccio na bancada do “Jornal Hoje”, ao lado de 
Sandra Annenberg, nesta segunda-feira [07.08.2017], deixou claro o 
peso destes aspectos mais subjetivos. O novo apresentador até deu um 
beijo em sua colega na abertura do telejornal. Foi mais um gesto, entre 
outros, no esforço de mostrar aos fãs que a saída de Evaristo Costa, 
parceiro de Sandra por mais de 13 anos, não vai afetar em nada o bom 
andamento do telejornal. 
 
Não à toa, Dony festejou no ar o seu antecessor: “É um grande desafio 
substituir o Evaristo Costa, tão querido por todos, tão competente na 
condução do telejornal por tantos anos.” 
 (https://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br) 
 
Na frase “O novo apresentador até deu um beijo em sua colega na 
abertura do telejornal.” (2° parágrafo), o emprego do termo em 
destaque permite concluir que 
a) o novo apresentador provavelmente não queria dar um beijo na 
colega. 
b) a atitude do novo apresentador já era esperada pelo público. 
c) o beijo teve um efeito nulo na estreia do novo apresentador. 
d) o beijo entre apresentadores do telejornal é um ato excêntrico. 
e) a abertura dos telejornais é ocasião para manifestações efusivas 
entre os apresentadores. 
 
30 - Essas coisas 
 
“Você não está mais na idade 
de sofrer por essas coisas.” 
Há então a idade de sofrer 
e a de não sofrer mais 
por essas, essas coisas? 
As coisas só deviam acontecer 
para fazer sofrer 
na idade própria de sofrer? 
Ou não se devia sofrer 
pelas coisas que causam sofrimento, 
pois vieram fora de hora, e a hora é calma? 
E, se não estou mais na idade de sofrer, 
é porque estou morto, e morto 
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas? 
 (Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012) 
 
Na tessitura textual, a última estrofe do poema constitui 
a) uma comprovação apresentada pelo eu lírico para mostrar que viver 
é sofrer, por meio da qual ele revela ser impossível fugir de certas 
coisas. 
b) uma retomada das considerações anteriores, por meio da qual o eu 
lírico nega com veemência que sofre por algumas coisas. 
c) um exemplo do eu lírico para ilustrar a efemeridade de todas as 
coisas da vida, por meio do qual ele se mostra incapaz de sofrer 
novamente. 
d) uma conclusão, por meio da qual o eu lírico contesta a ideia de que 
não tem idade para sofrer por determinadas coisas. 
e) uma contraposição de ideias às informações anteriores, por meio 
da qual o eu lírico reconhece que é praticamente um morto. 
 
Gabarito 
 
1. E 
2. A 
3. E 
4. A 
5. D 
6. D 
7. C 
8. B 
9. D 
10. E 
11. C 
12. B 
13. A 
14. C 
15. C 
16. B 
17. D 
18. C 
19. C 
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15 
20. C 
21. D 
22. C 
23. B 
24. A 
25. D 
26. E 
27. A 
28. C 
29. D 
30. D

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