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Adaptações Evolutivas dos Gnatostomados

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA EDUCAÇÃO 
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
DISCIPLINA DE VERTEBRADOS I 
 
 
 
 
 
 
LARA DOS SANTOS SILVA 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA SOBRE AS ADAPTAÇÕES EVOLUTIVAS DOS GNATOSTOMADOS 
CHONDRICHTHYES E OSTEICHTHYES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paragominas-PA 
2021 
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LARA DOS SANTOS SILVA 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA SOBRE AS ADAPTAÇÕES EVOLUTIVAS DOS GNATOSTOMADOS 
CHONDRICHTHYES E OSTEICHTHYES. 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de pesquisa apresentado ao curso de 
Licenciatura em Ciências Biológicas da 
Universidade do Estado do Pará – UEPA, campus 
VI – Paragominas, como requisito parcial para 
obtenção de nota na disciplina de Vertebrados I. 
Sob avaliação do Prof. Dr. Klebson Daniel Sodré do 
Rosário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paragominas-PA 
2021 
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Durante o processo evolutivo, todas as espécies sofreram e sofrem adaptações por conta 
da exigência do meio. Os vertebrados, surgiram a partir de um ancestral comum com os 
protocordados, e dentro deste subfilo estão incluídas as superclasses Agnata e Gnatostomata. 
O primeiro é dividido em duas classes: Myxini (feiticeiras) e Cephalaspidomorphi (lampreias), 
e a ausência de mandíbula é uma característica exclusiva desse grupo. O segundo é dividido em 
seis classes: Chondrichthyes, Osteichthyes, Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia; 
representados, especificamente, pelos peixes cartilaginosos, peixes ósseos, anfíbios, répteis, 
aves e mamíferos, cada qual com características exclusivas. 
 
CHONDRICHTHYES 
Os peixes cartilaginosos, da classe Chondrichthyes, surgiram durante o reinado dos 
placodermas, e se caracterizam por conter um esqueleto formado apenas por cartilagem, embora 
bastante calcificado; crânio formado por uma única peça esquelética, sem suturas; um par de 
órgãos copuladores nas nadadeiras pélvicas dos machos e pele revestida por dentículos 
dérmicos, também citados na literatura como “escamas placóides” 
Esses peixes tiveram os primeiros registros há cerca de 440 milhões de anos, no período 
Siluriano. os representantes da classe são os peixes-elefantes e quimeras (Holocephali) e os 
tubarões e as raias (Elasmobranchii). 
As classes são facilmente diferenciados atraves do número de fendas branquiais. 
Tubarões e raias possuem de cinco a sete pares de arcos branquiais em cada lado da cabeça, que 
se abrem separadamente na forma de fendas branquiais externas. As quimeras possuem 
cinco pares de arcos branquiais de cada lado da cabeça, mas todos cobertos externamente por 
uma placa cartilaginosa revestida de pele. Dessa forma, há apenas uma abertura para o meio 
externo em cada lado da cabeça (semelhante, em forma, aos opérculos dos peixes ósseos). 
Reprodução 
Os peixes cartilaginosos se reproduzem com singularidade e uma grande variação na 
estratégia de nutrição dos fetos/embriões durante a gestação. Espécies ovíparas depositam ovos 
e o desenvolvimento do embrião ocorre fora do corpo materno. Este é o caso de todas as raias-
emplastros (ordem Rajiformes) e muitas espécies de tubarões (por exemplo, os cação-gato, da 
família Scyliorhinidae), e todas as quimeras. Nas espécies vivíparas, o embrião se desenvolve 
dentro do corpo materno, utilizando os seguintes recursos de nutrição embrionária: 
1) viviparidade lecitotrófica – o embrião se nutre por meio de bolsa vitelínica 
(Hexanchiformes, Pristiformes, Torpediniformes e Rhinopristiformes). Nos Myliobatiformes o 
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embrião recebe nutrição adicional através de estruturas tubulares pequenas que revestem a 
parede interna do útero (chamadas trofonematas), que secretam uma substância rica em lipídios; 
2) viviparidade ovofágica - o embrião se nutre de óvulos e ovos (oofagia) liberados pela 
mãe durante a gestação (Lamniformes). No tubarão mangona (Carcharias taurus) ocorre a 
adelfofagia – em que o embrião consome outros embriões; 
3) viviparidade placentária - o embrião se nutre por meio de ligação placentária com a 
mãe, como nos tubarões das famílias Carcharhinidae (exceto no tubarão-tigre, Galeocerdo 
cuvier) e Sphyrnidae. 
 
OSTEICHTHYES 
Os Osteichthyes apresentam o esqueleto ossificado e as brânquias cobertas pelo osso 
denominado opérculo. Na verdade, como você pôde observar anteriormente, o esqueleto ósseo 
não é uma característica única dessa classe, uma vez que apareceu desde os ostracodermas, 
passando pelos acantódios e placodermas. No entanto, o nome osteichthyes foi dado pelos 
pesquisadores a esse grupo de peixes por ainda conhecerem a estrutura óssea nas formas mais 
antigas. No período Devoniano, duas subclasses se diversificaram: os Sarcopterygii (peixes 
com nadadeiras carnosas) e os Actinopterygii (peixes com nadadeiras com raios) surgiram. 
Reprodução 
Nos osteíctes, a fecundação é externa. O macho e a fêmea liberam seus gametas na água, 
onde ocorre a fecundação e a formação do zigoto, que se desenvolve no interior de um ovo, 
fazendo destas espécies ovíparas. 
 
ASPECTOS DE FLUTUABILIDADE 
Os peixes apresentam algumas variações fisiológicas de acordo com a classe da qual 
fazem parte. Por exemplo, com relação à capacidade de nadar em profundezas, os peixes ósseos 
possuem a bexiga natatória, que auxilia no aumento da densidade, enquanto os peixes 
cartilaginosos não possuem essa estrutura, cabendo aos seus fígados acumular líquidos para 
garantir o aumento da densidade desses organismos. 
 
ASPECTOS OSMORREGULATÓRIOS 
A osmorregulação é um processo físico-químico que leva as células a perder ou ganhar 
água, com variação de volume, é a capacidade que alguns animais têm de manter de forma ativa 
o equilíbrio da quantidade de água e dos sais minerais no organismo, isto é, a manutenção da 
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homeostasia através da regulação da pressão osmótica interna dentro de certos limites, 
independentemente da concentração do meio externo. 
Os osmorreguladores de água doce excretam a água por osmose, mas mantêm os sais 
nela dissolvidos, produzindo uma urina bastante diluída. Nos peixes ósseos de água doce o meio 
interno é hipertônico em relação ao meio externo, tendendo a absorver muita água por osmose. 
Esta tendência é contrariada pela eliminação do excesso de água e pela absorção ativa de sais 
do meio a nível das brânquias, apresentando para isso algumas adaptações: ingerem muito 
pouca água; captam ativamente sais da água e dos alimentos ingeridos; produzem grandes 
quantidades de urina em rins com glomérulos bem desenvolvidos; produzem urina muito 
diluída, reabsorvendo grande quantidade de sais pelos rins. No caso dos que vivem em água 
salgada o processo é contrário, a urina é muito concentrada, para conservar a maior quantidade 
de água e eliminar os sais. 
Nos peixes ósseos de água salgada, o meio interno é hipotônico em relação à água do 
mar, por isso tendem a perder água por osmose (osmose é a passagem do solvente de uma região 
pouco concentrada em soluto para uma mais concentrada em soluto, sem gasto de energia), para 
o meio principalmente a nível das brânquias durante a hematose. Para compensar estas perdas 
de água e ganho de sais por difusão (consiste na passagem das moléculas do soluto, do local de 
maior para o local de menor concentração, até estabelecer um equilíbrio). 
Apresentam algumas adaptações, como ingerir grandes quantidades de água; excretar o 
excesso de sais por transporte ativo, a nível das brânquias; possuir rins reduzidos, com 
glomérulos pouco desenvolvidos ou inexistentes, diminuindo as perdas de água por filtração, e 
formando pequenas quantidade de urina; excretar sais pelos rins, produzindo uma urina muito 
concentrada. 
Os peixes ósseos marinhos bebem água com 3,5% de sais e eliminam o excesso desses 
sais no sangue pela atividade de células especiais das brânquias, através de um mecanismo de 
transporte ativo. Os rins também contribuem para expulsar o excessode sais, porém a urina 
produzida não seria suficiente para manutenção do equilíbrio osmótico, visto que é menos 
concentrado do que a água do mar. 
Nos peixes ósseos dulcícolas (de água doce) a concentração do sangue é mais alta do 
que a do meio, pois eles conseguem absorver sais pelas brânquias, através de transporte ativo. 
Seus rins têm capacidade de filtração eficiente e eliminam uma urina abundante e diluída. Não 
bebem água, pois ela entra constantemente, por osmose, através das mucosas que estão em 
contato permanente com a água do meio. 
 
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REFERÊNCIAS 
 
BARBOSA, O. L; GOMES, U. L. Diversidade Biológica dos Deuterostomados. vol. 2. 3ª 
ed. Fundação Cecierj. Rio de Janeiro, 2009. 
 
GOMES, U. L. et. al. Guia para identificação dos tubarões, raias e quimeras do estado 
Rio de Janeiro (Chondrichthyes: Elasmobrachii e Holocephali). Disponível em: 
https://periodicos.ufpb.br/index.php/revnebio/article/view/47122/31348. Acesso em: 
16/12/2021. 
 
KLACZKO, J. Atlas Fotográfico de Anatomia Comparada de Vertebrados – Sistemas 
Esquelético e Muscular. vol. 4. Universidade de Brasília. Brasília, 2019. 
 
MIRA, W. Peixes. Disponível em: https://querobolsa.com.br/enem/biologia/peixes. Acesso 
em: 17/12/2021. 
 
 
 
https://periodicos.ufpb.br/index.php/revnebio/article/view/47122/31348
https://querobolsa.com.br/enem/biologia/peixes