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JAIRIANE FERREIRA MENDES ATIVIDADE 3

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JAIRIANE FERREIRA MENDES
TRINCAS, FISSURAS E FRATURAS SOB RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA 
JAIRIANE FERREIRA MENDES
TRINCAS, FISSURAS E FRATURAS SOB RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia. 
Orientadora: Ana Lopes
Imperatriz - MA
2021
JAIRIANE FERREIRA MENDES
TRINCAS, FISSURAS E FRATURAS SOB RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia.
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Imperatriz, novembro de 2021
MENDES, Jairiane Ferreira. Trincas, fissuras e fraturas sob restaurações de amálgama. 2021. 34 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade Pitágoras, Imperatriz - MA, 2021.
RESUMO
As restaurações com amálgama de prata surgiram há mais de um século e este material possui algumas propriedades que o tornam um restaurador ainda utilizado por alguns cirurgiões-dentistas, por facilidade de processamento, longevidade, durabilidade, compatibilidade biológica, propriedades físicas e mecânicas e baixo custo. No entanto, sugere-se que dentes com restaurações extensas em amálgama de prata estariam mais propensos a apresentarem trincas e fraturas catastróficas durante a atuação de forças oclusais. Assim, o objetivo deste estudo é apresentar, através de revisão de literatura, conceitos importantes sobre trincas, fissuras e fraturas sob restaurações de amálgamas. A coleta de dados foi nas bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs. No capítulo 2 foi abordado sobre a etiologia e classificação das trincas e fraturas, bem como seu diagnóstico e tratamento. No capítulo 3 foi explanado sobre a amálgama e os tipos de restaurações dentárias. Já no capítulo 4 foi relatado sobre a saúde bucal e sobre a prevalência e prevenção de cáries.
Palavras-chave: Amálgama. Restauração. Odontologia. Saúde Bucal.
MENDES, Jairiane Ferreira. Cracks, fissures and fractures under amalgam restorations. 2021. 34 páginas. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade Pitágoras, Imperatriz - MA, 2021.
ABSTRACT
Restorations with silver amalgam appeared more than a century ago and this material has some properties that make it a restorative still used by some dentists, due to its ease of processing, longevity, durability, biological compatibility, physical and mechanical properties and low cost. However, it is suggested that teeth with extensive restorations in silver amalgam would be more likely to present catastrophic cracks and fractures during the performance of occlusal forces. Thus, the aim of this study is to present, through a literature review, important concepts about cracks, fissures and fractures under amalgam restorations. Data collection was carried out in Pubmed, Scielo and Lilacs databases. Chapter 2 discussed the etiology and classification of cracks and fractures, as well as their diagnosis and treatment. Chapter 3 explained about amalgam and types of dental restorations. In chapter 4, it was reported on oral health and on the prevalence and prevention of caries.
Keywords: Amalgam. Restoration. Dentistry. Oral Health.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
AP		Amálgama de Prata
CEO		Centros de Especialidades Odontológicas 
DCN		Diretrizes Curriculares Nacionais 
DSM		Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
PUBMED		National Library of Medicine
SCIELO 		Scientific Electronic Library Online 
SDR 		Síndrome do Dente Rachado 
SUS		Sistema Único de Saúde
TCO		Tomografia de Coerência Óptica 
	
SUMÁRIO
1.	 INTRODUÇÃO	11
2.	 ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DAS TRINCAS E FRATURAS	12
2.1 SINTOMATOLOGIA..................................................................................13
2.2 DIAGNÓSTICO...........................................................................................14
2.3 TRATAMENTO.........................................................................................15
3.	 AMÁLGAMA E OS TIPOS DE RESTAURAÇÕES DENTÁRIAS	17
3.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO AMÁLGAMA DE PRATA..........18
3.1.1 Longevidade e resistência ao desgaste...................................................18
3.1.2 Micro infiltração marginal.........................................................................18
3.1.3 Limitações do amálgama.........................................................................18
3.1.4 Fator estético...........................................................................................19
3.1.5 Tendência a fraturas marginais...............................................................19
3.2 ATUAL VIABILIDADE DO AMÁLGAMA..................................................19
3.3 RESINAS COMPOSTAS.........................................................................20
3.4 CERÂMICA..............................................................................................21
4.	 SAÚDE BUCAL	23
4.1 A SAÚDE BUCAL COLETIVA..................................................................23
4.2 SAÚDE BUCAL E A DIETA NUTRICIONAL..............................................25
4.3 PREVENÇÃO DE CÁRIES........................................................................26
5.	CONsiderações finais	29
REFERÊNCIAS	30
1. INTRODUÇÃO
As restaurações com amálgama de prata surgiram há mais de um século e este material possui algumas propriedades que o tornam um material restaurador ainda utilizado por alguns cirurgiões-dentistas, por facilidade de processamento, longevidade, durabilidade, compatibilidade biológica, propriedades físicas e mecânicas e baixo custo. 
No entanto, o baixo módulo de elasticidade, alta dureza presentes no amálgama de prata cristalizado, unidos a um coeficiente de expansão térmica linear distante do observado nas estruturas dentárias, sugere que dentes com restaurações extensas em amálgama de prata estariam mais propensos a apresentarem trincas e fraturas catastróficas durante a atuação de forças oclusais.
Sendo assim, este trabalho está baseado na seguinte problemática: Seriam esses eventos (trincas, fissuras e fraturas) comuns em dentes submetidos a restaurações extensas em amálgama de prata?
Assim, o objetivo deste estudo é apresentar, através de revisão de literatura, conceitos importantes sobre trincas, fissuras e fraturas sob restaurações de amálgamas. 
Especificamente, sobre a etiologia e classificação das trincas e fraturas; relatar sobre os tipos de restaurações, especificando sobre as restaurações de amálgama e apresentar e esclarecer as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento imprescindíveis para garantir maior longevidade de dentes.
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. A coleta de dados foi realizada mediante busca eletrônica, nas bases de dados National Library of Medicine (Pubmed), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), sobre a temática em questão, referente ao período de 2011 a 2021. Como localizador dos artigos, foram utilizados os termos amálgama, amálgama de prata, fissuras, trincas, fraturas e restaurações. Esta pesquisa incluiu os artigos disponibilizados na íntegra, nas bases de dados que foram escolhidas; no período de publicação proposto e que tenham relação acerca dos objetivos do trabalho.
2. ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DAS TRINCAS E FRATURAS
A etiologia da síndrome dos dentes rachados é frequentemente multifatorial. Talvez a melhor forma de prevenir a fratura dentária seja entender os fatores que predispõem ao aparecimento de fissuras. A pressão constante exercida sobre o dente envolvido durante a mastigação pode piorar gradativa e progressivamente uma fratura ou fissura, causando umafratura completa do dente, onde a dentina e, consequentemente, a polpa e o ligamento periodontal ficam comprometidos. Inúmeras fraturas com síndrome do dente rachado são precedidas por fraturas incompletas que não foram previamente diagnosticadas e tratadas. No entanto, quando uma fratura dentária é incompleta, sua identificação é mais difícil e seus sintomas não são suficientes para o clínico diagnosticar (SCHMITT, 2014).
Quando falamos de um dente quebrado ou rachado, não devemos esquecer que as forças destrutivas encurtam a vida dos dentes. As forças mastigatórias, que variam de 2,4 a 14,9 kg, são pequenas se comparadas à força oclusal máxima. Essa força varia de 10 a 90 kg, sendo maior nos homens. Ainda variam de acordo com o dente em questão, tendo uma proporção de 4: 2: 1, levando em consideração molares, pré-molares e incisivos. Isso se deve ao fato dos dentes posteriores estarem mais próximos da articulação temporomandibular (AVELAR et al., 2017).
Segundo Menegassi et al. (2012), a etiologia é multifatorial e existem processos específicos que aceleram a propagação dessas fraturas, são eles: 
I - Procedimentos operatórios e restauradores: sendo os preparos extensos para restaurações de amálgama; trauma iatrogênico durante a condensação lateral da guta-percha na obturação do canal; colocação de pinos intradentinários, principalmente os auto-rosqueáveis e por fricção; extensiva instrumentação do canal radicular durante o tratamento endodôntico; pressão excessiva durante a cimentação de coroas metálicas fundidas.
II - Oclusão do paciente: relacionadas a restaurações com esculturas profundas ou abrasão do material restaurador pelo contato com a cúspide antagonista; hábitos parafuncionais de bruxismo; contatos no lado de balanceio.
III - Causas de desenvolvimento dentário: como a fusão incompleta de áreas de calcificação.
IV - Causas variadas: fraturas de esmalte, piercing lingual; abertura inadequada do anel do lacre das latas de bebidas; forças mastigatórias excessivas e repentinas.
Recentemente, três classificações básicas para fraturas foram propostas: trincas de esmalte, fraturas incompletas e fraturas completas. As fraturas, em geral, podem ser subdivididas em oblíquas, verticais ou horizontais. As rachaduras do esmalte são pequenas rachaduras visíveis na superfície do esmalte sem envolvimento da dentina. Eles são assintomáticos, mas requerem monitoramento periódico porque podem progredir. Nas fraturas incompletas, pode haver envolvimento de outras estruturas dentais, como cimento ou material restaurador, que podem atingir a polpa e o ligamento periodontal à medida que a fratura avança, não havendo separação dos segmentos dentais (PEREIRA et al., 2020).
2.1 SINTOMATOLOGIA
Vários são os sintomas relatados pelos pacientes e sua intensidade pode estar relacionada à extensão e profundidade da fratura. Durante a mastigação, essas fissuras se abrem e causam dor e desconforto devido à movimentação dos fluidos intratubulares no início ou no final da pressão exercida durante a mastigação, principalmente em alguns alimentos duros, e sensibilidade a diversas variações térmicas. Se a profundidade da fissura atingir a polpa, fluidos orais e microrganismos podem pulsar com ela, ocasionalmente desenvolvendo pulpite crônica sem sinais clínicos resultantes da micro permeação de subprodutos bacterianos e toxinas no tecido pulpar quando a fratura atinge o tecido pulpar (BORGES et al., 2018).
Mas também é possível que o paciente seja sensível a mastigar alimentos doces ou ácidos. Essa dor geralmente é aguda e imediata e os pacientes nem sempre são capazes de determinar qual dente está afetado, com o tempo, a dor pode ser muito forte. Em um estágio mais avançado, o dente apresenta sintomas dolorosos quando manuseado ou mastigado, pode sangrar e apresentar mobilidade (LÔBO et al., 2021).
A sensação dolorosa apresentada pelo paciente pode ser de origem polpa ou periodontal dependendo das estruturas relacionadas. A sensibilidade dolorosa quando originada da polpa pode estar relacionada à teoria hidrodinâmica de Brännström; aqui, o fluido dentinário oferece uma ação rápida durante a tentativa de separar os fragmentos dentais quebrados; ou devido à inflamação pulpar causada pela presença de toxinas bacterianas que penetram pela fenda (PANNUTI et al., 2019).
A sensibilidade à dor de origem periodontal pode ser confundida com a sensibilidade de origem inflamatória pulpar, mas o uso de métodos diagnósticos auxiliares, como radiografias Inter proximais, sondagem periodontal e testes de sensibilidade ao frio são úteis em sua detecção (DAVILA et al., 2014).
Devido ao difícil diagnóstico, há um atraso na identificação da fissura, com isso, a condição será diagnosticada apenas quando os sintomas se assemelharem aos sintomas de um problema endodôntico, ou seja, até que a medula fique inflamada e posteriormente necrotizada, ou quando a rachadura atingir a superfície externa da raiz (MATHEW et al., 2012).
2.2 DIAGNÓSTICO 
A dor aguda que ocorre ao morder alimentos sólidos e faz com que a pressão seja liberada, sendo um indicador importante no diagnóstico correto. Muitas vezes é complicado pelo fato de que alguns outros problemas dentários podem ser facilmente diagnosticados como síndrome do dente rachado (HASAN; SALATI, 2015).
Essas condições incluem: doença periodontal aguda, pulpite reversível, hipersensibilidade dentinária, dor galvânica associada à colocação recente de restaurações de amálgama de prata, sensibilidade pós-operatória associada a micro infiltração de restaurações de resina composta recém-colocadas, restaurações fraturadas, "pontos altos" ou dor orofacial devido às condições, tais como neuralgia trigeminal e transtornos psiquiátricos, como a dor facial atípica (WRIGHT; BARTOLONI, 2012).
No passado, o diagnóstico da síndrome do dente rachado (SDR) baseava-se apenas em sintomas dentários, tais como: dor local ao mastigar ou morder, sensibilidade inexplicada ao frio e dor após pressão. Porém, atualmente se sabe que além dos sintomas descritos pelo paciente, o diagnóstico de SDR pode ser confirmado por meio de uma sequência de procedimentos (LEE et al., 2016).
Os testes de vitalidade geralmente dão resultados positivos quando o dente geralmente não é sensível à percussão vertical. Significativamente, os sintomas podem ser obtidos quando a pressão é aplicada aos túbulos individuais, portanto, clinicamente o paciente tem músculos mastigatórios altamente desenvolvidos, desgaste das facetas nos molares e pré-molares, cúspides altas acompanhadas de sulcos e fossas profundas (LONGRIDGE; YOUNGSON, 2019).
O diagnóstico de uma fissura ou rachadura em um dente sem linha de fissuras visíveis requer a hipótese de ver alguns fatores que podem indicar que existe um elemento específico da fissura, como a existência de um manchamento natural da mesma. Quando isso não acontece, o uso de alguns corantes, trans iluminação, tomografia computadorizada e até mesmo as mais sofisticadas ferramentas de tecnologia atuais, como a tomografia de coerência óptica (TCO), podem facilitar sua visualização (BATALHA-SILVA et al, 2014).
2.3 TRATAMENTO
Após a identificação do dente e o diagnóstico da Síndrome do Dente Rachado, o primeiro procedimento a ser realizado é o ajuste da oclusão para eliminar o possível contato prematuro com o dente envolvido e, consequentemente, o alívio dos sintomas. Os ajustes devem ser feitos não só na conexão central, mas também na lateral e na protrusão (movimentos excursivos da mandíbula) (PALMIER et al., 2018).
Detectadas as interferências, devem ser aliviadas as cúspides não-funcionais. Se a remissão dos sintomas for alcançada apenas por meio da regulação oclusal inicial, o dente deve ser restaurado para evitar o comprometimento pulpar ou uma posterior fratura completa, portanto, a recuperação deve fornecer proteção contra as forças de oclusão (SHETTY et al., 2014).
A recuperação da resina composta é o primeiro método de recuperação que deve ser considerado. Com o desenvolvimento de novos sistemas adesivosresinosos, é possível “fechar” fragmentos resultantes de uma rachadura do dente e dos fragmentos resultantes da trinca, evitando a propagação da trinca e estabilizando o quadro sintomático pela não-movimentação dos fluidos nos túbulos dentinários. A restauração adesiva é capaz de restaurar não apenas a estética, mas também a resistência dos dentes danificados (CHALLAS; RANNI, 2019).
Tanto nas fraturas intermediárias incompletas (nas quais a cúspide pode ser reduzida ao nível da linha de fratura) quanto nas fraturas verticais incompletas, a recuperação onlay é indicada. Essa restauração é feita pelo método adesivo, que deve ser feito com uma camada de argamassa para manter os segmentos fissurados em estado estável e protegê-los, evitando seu deslocamento durante os movimentos de mastigação, e fortalecer a estrutura dentária (SADASIVA et al., 2015).
Resinas compostas de inlays de cerâmica são necessários durante grandes restaurações de dentes posteriores quando o istmo oclusal é maior que a metade da distância intersticial ou quando se prepara um ou mais cúspides e restaurações estéticas e uma restauração estética e adesiva for necessária para prolongar a permanência de um dente fraturado na boca, sem dor ou sensibilidade para o paciente (LONGUROVA et al., 2021).
Em alguns casos, as coroas de metaloplásticas ou metalo cerâmicas são mais adequadas, cuja borda deve ser colocada apicalmente à linha de fratura. O tratamento endodôntico pode ser necessário nesse caso, porém isso depende da saúde da polpa dos dentes afetados no momento do diagnóstico. Quanto mais próxima a fenda estiver da polpa, pior é o prognóstico do dente. Por si só, o tratamento endodôntico falha se a síndrome do dente fraturado não for reconhecida. O procedimento mais lógico é estabilizar os segmentos com uma restauração onlay ou coroa completa (GONZALEZ-GUAJARDO, 2021).
Em dentes unirradiculares, a extração é mais frequentemente indicada, enquanto em dentes multirradiculares as alternativas são a remoção cirúrgica de uma raiz e da porção coronária correspondente ou a extração completa, o que muitas vezes é necessário porque a perda óssea é extensa e o prognóstico é incerto em relação ao remanescente dental, se uma hemissecção for tentada (SAATWIKA et al., 2021).
3 AMÁLGAMA E OS TIPOS DE RESTAURAÇÕES DENTÁRIAS
A amálgama é utilizada ​​há muito tempo na odontologia. Ao mesmo tempo, seu uso tem sido amplamente questionado quando se é necessário manter um melhor padrão estético. Compreende-se que alguns problemas se apresentaram ao longo de sua evolução e aperfeiçoamento, contudo, suas indicações mantêm-se até os dias de hoje, porém foram reduzidas drasticamente (GUIMARÃES et al., 2020).
O amálgama de prata (AP) é feito de uma mistura de mercúrio, prata, estanho e cobre e, dependendo do processo de fabricação, também pode conter índio, zinco, platina e / ou paládio. Nas ultimas décadas, devido à presença do mercúrio, um metal pesado extremamente tóxico, muito se discute sobre a continuidade do uso do AP na prática clínica odontológica. Este argumento é baseado principalmente no risco potencial de poluição ambiental devido ao uso impróprio e desperdício (SPADÁCIO, 2011).
O amálgama possui algumas das propriedades que o tornam um material restaurador utilizado por alguns dentistas atualmente, como facilidade de processamento, longevidade, durabilidade, compatibilidade biológica, propriedades físicas e mecânicas e baixo custo (FERNANDES, 2014).
Mas o amálgama também apresenta algumas limitações, a saber: a presença de mercúrio, substância tóxica; estética inadequada e falta de adesão à estrutura dentária, o que em grandes cavidades com pouca estrutura dentária residual pode ocasionar em um risco de falha posterior (KLEIN, 2011).
Na odontologia, o mercúrio durante o preparo ou reposição do amálgama pode ser prejudicial à saúde, portanto o processamento, armazenamento e descarte do amálgama devem ser feitos com cautela, a fim de proteger os profissionais, os pacientes e o meio ambiente de efeitos tóxicos sistêmicos (CANTA; MARTINS; COELHO, 2011).
A restauração do amálgama só é possível devido às propriedades únicas do mercúrio, por isso o uso da redução de amálgama tem sido discutido por muitos pesquisadores de diversos países, onde muitos dizem que o mercúrio é responsável por graves formações degenerativa, como Alzheimer e esclerose múltipla (MELO et al., 2013).
Comparado às resinas compostas na restauração de dentes posteriores, o AP possui uma maior longevidade e durabilidade, sendo que em alguns casos, o dobro da durabilidade, além de ser mais resistente a fraturas e ao aparecimento de cáries secundárias, o que torna o AP, ainda hoje, um material utilizado na restauração de dentes posteriores, embora este seja cada vez mais menos utilizado (MIGGIANO et al., 2017).
3.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO AMÁLGAMA DE PRATA
3.1.1 Longevidade e resistência ao desgaste
A duração da obturação de amálgama depende de alguns fatores importantes a serem observados, como idade, higiene bucal, sensibilidade do paciente a cáries, habilidade do dentista, opções de tratamento e qualidade do amálgama em si. Porém, a idade média das restaurações com amálgama é de aproximadamente 8 a 12 anos. A resistência ao desgaste também é uma das vantagens da restauração de amálgama, pois está muito próxima da resistência da estrutura dentária (ARAÚJO; MELLO; HUHTALA, 2013).
3.1.2 Micro infiltração marginal
A micro infiltração é controlada pela adaptação marginal e pode ser uma desvantagem da recuperação com resinas compostas, embora mostrem melhor compatibilidade marginal inicial em comparação com a recuperação com a amálgama. Mesmo com resinas compostas que apresentam compatibilidade marginal primária, a recuperação do amálgama, por outro lado, é muito menos afetada devido à ocorrência de cárie secundária. Essa micro infiltração utilizando o amálgama, diminui com o tempo devido à deposição de produtos corrosivos na interface dente / recuperação e cria uma barreira à entrada de fluidos orais (MORAES et al., 2013).
3.1.3 Limitações do amálgama
A popularidade do AP como material restaurador reduziu drasticamente, relacionada aos problemas inerentes à saúde, poluição ambiental e estética. O AP apresenta várias desvantagens, além do fator estético, ele pode trazer efeitos biológicos desfavoráveis, tanto local quanto sistemicamente (DE ARAÚJO et al., 2015).
Os componentes orgânicos do mercúrio podem ser altamente tóxicos, como o metil mercúrio. Da mesma forma, os sais inorgânicos de mercúrio são altamente tóxicos, devido ao seu efeito cáustico, que dissolve o revestimento do estômago. Os efeitos tóxicos do vapor de mercúrio têm alta pressão e é absorvido pelos pulmões, o que é potencialmente perigoso para o paciente, o profissional e os auxiliares (SUNDFELD et al., 2013).
3.1.4 Fator estético
Nos últimos anos, a restauração odontológica mudou principalmente no que se refere à estética e à busca por métodos conservadores de tratamento. A atenção ao fator estético de pacientes e dentistas tem aumentado significativamente e essa preocupação com o fator estético é notada nos consultórios particulares, cada vez mais os dentistas têm praticamente abandonado o uso do amálgama dentário. A cor prateada do amálgama não atende às necessidades estéticas dos pacientes e dos profissionais médicos, que costumam usar materiais restauradores que, ao invés do amálgama, se aproximam da tonalidade natural dos dentes (ALCÂNTARA, et al., 2015).
3.1.5 Tendência a fraturas marginais
Outra delimitação intrínseca ao uso do amálgama de prata em restaurações dentárias são as grandes cavidades com pequenos restos de estrutura dentária, pois há um alto risco de ruptura posterior. Em resinas compostas, esse risco é reduzido graças aos sistemas adesivos, que fortalecem a estrutura remanescente do dente (FONSECA, 2019).
3.2 ATUAL VIABILIDADE DO AMÁLGAMA 
Essa questão ainda é controversa devido a uma série de fatores, como a probabilidade de contaminação dos pacientes com obturação de amálgama,que é inferior a 1%. Observa-se outro aspecto importante no que se diz respeito às qualidades clínicas da prática. A recuperação dura muito mais e seu custo é muito inferior ao das resinas, facilitando a aderência ao tratamento. (PERSICI; RIBEIRO; PAZINATTO, 2018).
Outra vantagem específica da prática é sua adaptação marginal, que melhora com o tempo. O selamento marginal ocorre devido ao acúmulo de produtos corrosivos no micro espaço dente/restauração. Portanto, o amálgama antigo tem cantos mais selados do que o novo. Em todos os outros materiais, a adaptação marginal se deteriora com o tempo. Esse fator aumenta seu desempenho, o que oferece melhores resultados em comparação com outros materiais. Assim, é esse selo marginal que contribui para o baixo índice de cáries recorrentes (SANTOS; DIAS; DOS SANTOS, 2016).
Em materiais como a resina composta, desgaste, fraturas, deterioração marginal, descoloração e infiltração periférica com aparecimento de cárie secundária são as principais causas de falha e limitação na longevidade das resinas compostas (SILVA, 2017).
Ressalta-se também que esta prática odontológica apresenta um dos aspectos menos problemáticos em termos de sensibilidade cirúrgica. Como o isolamento da área de operação é necessário para uma recuperação mais sustentável, a descontaminação ainda fornece uma recuperação aceitável, pelo menos por um curto período de tempo. Nesse aspecto, ele difere de outros materiais por ser impossível de ser usado na presença de saliva, fluido da garganta e sangue (CONSOLARO; PINHEIRO, 2013).
3.3 RESINAS COMPOSTAS
Os dentistas vivem em constante busca de materiais e métodos para solucionar problemas estéticos e funcionais. A resina composta, que já existe há muitos anos, foi um dos materiais que revolucionou o ambiente odontológico, o fato de reter a estrutura dos dentes e ter melhores qualidades estéticas do que a prática da amálgama tem resultado em mais pesquisas por parte de pacientes e profissionais, consequentemente as pesquisas e aprimoramentos seguiram evoluindo e hoje ainda é um material muito utilizado (FERNANDES et al., 2014).
Hoje, existem vários tipos de resinas no mercado que variam em sua composição, marca e limitações. A qualidade e proximidade das cores aos dentes, a combinação efetiva com a estrutura mineral dos dentes, aliadas à similaridade do módulo de elasticidade e estabilidade, apresentam grandes vantagens no uso da resina composta. Nesse sentido, temos uma maior conservação do tecido dentário sadio. As resinas, se são feitas com equipamentos e materiais adequados, duram em média dez anos (SCHWARZ et al., 2015).
O sucesso a longo prazo varia de acordo com o paciente, o tamanho e a localização do reparo, a resina selecionada e a técnica cirúrgica, e a formação de uma interface estável entre o substrato dentário e o material permite maior longevidade e resultado na recuperação. Além disso, a correta execução da técnica escolhida, aliado a um rigoroso processo de limpeza e preparo do campo operatório são fatores imprescindíveis quando se quer obter maior vida útil em restaurações (MENDES et al., 2021).
3.4 CERÂMICA
No que diz respeito ao restauro estético, a cerâmica surge hoje em dia como um material de muito prestígio, o que é um importante avanço tanto a nível de qualidade como de estética, que atrai os pacientes para o tratamento com este material (DIEGUES et al., 2017).
A porcelana tem sido utilizada na odontologia por suas propriedades estéticas, ou seja, sua semelhança com a estrutura natural do dente por suas propriedades ópticas e de transparência, além de ser biologicamente compatível. Porém, é um material fino e não suporta deformação plástica, mas os métodos de adesivo e cimentação melhoraram significativamente a resistência à fratura do material (SANTOS; COSTA; COSTA, 2020).
As cerâmicas dentárias são compostas por elementos metálicos (alumínio, cálcio, lítio, magnésio, potássio, sódio, lantânio, estanho, titânio e zircônio) e substâncias não metálicas (silício, boro, flúor e oxigênio dois) sendo caracterizadas por duas fases: fase cristalina e por uma fase vítrea. A matriz vitrosa está relacionada com a viscosidade e expansão térmica da porcelana, a fase cristalina está relacionada com as propriedades mecânicas e ópticas (MARQUES et al., 2019).
4 SAÚDE BUCAL
4.1 A SAÚDE BUCAL COLETIVA
Nos últimos 40 anos, ocorreram notáveis ​​transformações nos padrões epidemiológicos de agravos à saúde bucal, fazendo com que diferentes morbidades e condições ganhassem importância para a Saúde Pública. Historicamente, a formação profissional em odontologia tem se concentrado principalmente em procedimentos voltados para dois grandes problemas de saúde bucal, a cárie e a doença periodontal, abordando superficialmente a saúde bucal em um trabalho multidisciplinar (PEZZATO; L'ABBATE, 2011).
A formação do cirurgião-dentista está longe das reais necessidades socio epidemiológicas da população, o que leva à fragmentação da prática e à baixa qualidade dos serviços médicos no sistema de saúde. A integralidade das ações fica desarticulada a partir das instituições superiores de ensino, refletindo esse padrão nos serviços de saúde. A formação dos dentistas brasileiros vem renovando a flexibilidade e os padrões capitalistas, obrigando os profissionais a exercerem especialidades voltadas para o setor privado e deixando em segundo plano o atendimento à saúde pública e coletiva (CELESTE; WARMLING, 2014).
Nos últimos anos, houve uma reflexão crítica sobre os modelos tradicionais de formação profissional em diversas áreas da saúde. O sistema único de saúde (SUS) constitui um importante mercado de trabalho para o cirurgião-dentista, o que significa que a formação profissional não tem o impacto esperado nos futuros profissionais para incentivá-los a atuar no serviço público. 
Nos dias de hoje, existe uma proposta para reduzir o hiato entre o desenvolvimento de recursos humanos e as necessidades do SUS por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Isso faz com que as instituições de ensino superior e ensino técnico se aproximem mais de uma formação em odontologia de acordo com propósitos do SUS (SOARES et al., 2017).
O indicador DCN é para a inclusão de alunos de graduação no trabalho dos grupos de saúde, pois a abordagem multidisciplinar ensina os alunos a estimular e conscientizar as comunidades a se responsabilizarem pela própria saúde bucal (MATTOS et al., 2014).
No Brasil, o estímulo à aproximação das instituições de ensino superior aos serviços de saúde ocorreu por meio dos Ministérios da Saúde e da Educação, que em 2005 criaram o Pró-Saúde, programa de reorientação curricular dos cursos de graduação em enfermagem, medicina e odontologia, envolvendo projetos com Instituições de Ensino Superior em e secretarias municipais de saúde nos municípios vinculados aos projetos (CHAVES et al., 2018).
O objetivo principal é corrigir as inconsistências existentes entre a formação dos profissionais médicos e os princípios, diretrizes e necessidades da SUS. O Pró-Saúde visa estimular a transformação do processo educativo em uma abordagem integrada do processo saúde-doença. Seu foco principal é a integração ensino e serviços, integrando os alunos à realidade da rede SUS com foco atenção básica, desde o início de sua graduação. O objetivo dessa iniciativa é formar profissionais-chave com conhecimentos e habilidades que os capacitem a atuar em um sistema integrado de saúde (KUSMA; MOYSÉS; MOYSÉS, 2012).
O Programa Brasil Sorridente, proposto pelo governo Lula (2003-2006), visa ampliar o acesso à atenção à saúde bucal, levando em consideração a renovação do modelo existente com a garantia da rede de primeiros socorros com todo o atendimento rede como unidades de ações de saúde bucal, expressão individual e coletiva, promoção e prevenção do tratamento e reabilitação da população (MELLO et al., 2014).
A política educacional também se concentra na pesquisa científica para investigar os principais problemas de saúde bucal. Aexpansão e especialização na prestação de serviços odontológicos especializados devem se dar por meio da implantação e do aprimoramento de Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), que funcionam como unidades de referência das equipes médicas bucais e proporcionam procedimentos complementares às que estão em atenção primária, oferecendo procedimentos adicionais aos realizados nas unidades básicas de saúde, de acordo com a realidade epidemiológica de cada município (PEZZATO; L'ABBATE, 2012).
O modelo brasileiro de atenção odontológica é implantado no âmbito do Sistema Único de Saúde por meio de ações e serviços de saúde bucal, que são organizados e distribuídos de acordo com o nível de complexidade do procedimento. O nível de atenção primária inclui ações individuais e coletivas voltadas à promoção da saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção, ministradas por cirurgiões-dentistas da Estratégia Saúde da Família que atuam nas unidades básicas de saúde (AQUILANTE; ACIOLE, 2015).
A educação em saúde bucal é o método mais utilizado em programas de saúde bucal aliado a iniciativas de fluoretação de recursos hídricos, demonstração do uso de dentifrício, além de escovação supervisionada e uso do fio dental controlada, bochechos com solução fluoretada e aplicação tópica de fluoretos (SILVA; MACHADO, 2015).
4.2 SAÚDE BUCAL E A DIETA NUTRICIONAL
Segundo as evidências científicas mais recentes, a saúde pode estar muito mais relacionada ao modo de vida das pessoas do que à ideia antes hegemônica de sua estabilidade genética e biológica. Portanto, a redução dos riscos associados aos problemas alimentares e nutricionais está amparada na promoção de estilos de vida saudáveis ​​e na identificação de ações e estratégias que auxiliem as pessoas a poderem cuidar de si mesmas, de suas famílias e de sua comunidade de forma consciente e forma mais participativa (FREIRE et al., 2012).
A nutrição e a dieta alimentar são importantes no desenvolvimento, erupção e manutenção do dente íntegro e podem afetar a anatomia e a função das glândulas salivares. Porém, ao longo da vida, ao longo de toda a vida afetam a integridade e longevidade dentária, óssea, mucosa oral, bem como a resistência à infecção (DE MENDONÇA et al., 2021).
Portanto, a mucosa oral é particularmente vulnerável a mudanças anatômicas e fisiológicas como resultado da desnutrição ou alimentação excessiva, e os desequilíbrios nutricionais afetam o desenvolvimento dos dentes durante a formação e após a erupção, estabilizando diretamente a saúde bucal, sendo que a dieta tem um efeito local e sistêmico. A cariogenicidade dos alimentos também depende do tempo de permanência na cavidade oral e de suas propriedades adesivas e consistência (SCHERMA; DIAS; RASLAN, 2011).
Como a dieta é um dos principais fatores no desenvolvimento da cárie dentária, a avaliação dietética é uma parte fundamental de um exame odontológico. Segundo relatos, isso deve ser feito em pacientes com alta atividade cariosa ou em pacientes com formas anormais de cárie. As propriedades físicas dos alimentos e sua consistência também devem ser levadas em consideração (FEIJÓ; IWASAKI, 2014).
O alimento açucarado pegajoso é mais difícil de remover e permanece em contato com a superfície do dente por mais tempo. Refrigerantes e bebidas gasosas contêm ácidos carboxílicos, que alteram o esmalte devido ao pH dos ácidos e o tornam mais suscetível ao ataque cariogênico posterior (DA SILVA; DOS SANTOS; FAVRETTO, 2021)
Uma dieta adequada deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais, portanto, é extremamente importante esclarecer e orientar os pacientes sobre uma alimentação balanceada, rica em proteínas, gorduras, minerais, vitaminas e carboidratos não refinados. Ao mesmo tempo, um aumento no consumo de açúcares e carboidratos (sucos de frutas e bebidas ácidas) é visto como um importante fator de risco para o desenvolvimento de cáries, juntamente com o contato prolongado ao nível dos dentes (MELHADO; RODRIGUES; FARIA, 2015).
A promoção da saúde é considerada uma importante estratégia no processo saúde-doença-cuidado, visando fortalecer o caráter promocional e preventivo. Uma das estratégias mais eficazes que contribuem para a promoção da saúde é a combinação de apoios educacionais e ambientais, abrangendo não só as dimensões individual, mas também organizacional e coletiva, visando, assim, alcançar ações e condições de vida conducentes à saúde. Nesse sentido, a educação nutricional pode ser considerada um componente crucial na promoção da saúde (DE ALMEIDA et al., 2018).
4.3 PREVENÇÃO DE CÁRIES
Há menos de 50 anos, a odontologia tinha como meta a extração dentária. Posteriormente, investiu-se em procedimentos curativos e passou a se preocupar com a prevenção. Neste novo século, saúde bucal não se trata apenas de preservação dos dentes, mas de qualidade de vida. A prevenção é a forma mais econômica e eficaz de prevenir o aparecimento e desenvolvimento de doenças como cárie, gengivite e periodontite, sendo que várias atividades preventivas, a educação e a motivação do indivíduo ocupam lugar de destaque (OLIVEIRA; SANCHES; RODRIGUEZ, 2016).
A prevenção da cárie dentária é efetivamente alcançada por meio de higiene bucal regular, consumo racional de açúcar, uso de flúor como suplemento, uso de obturações de fissuras e desenvolvimento de ações regulares de sensibilização que afetam não apenas crianças e jovens, mas a sociedade como um todo. Para que a prevenção e o controle dessas patologias sejam eficazes, o autocuidado e a autoavaliação dentro dessas patologias devem ser incluídos (MOURA et al., 2012).
O principal objetivo da prevenção da cárie é prevenir o aparecimento da lesão primária, não apenas limitar os danos desta doença. A prevenção educacional torna-se mais importante quando a população cuja saúde bucal é mantida é composta por crianças pequenas. Nesse caso, o foco principal deve ser os pais. O atendimento odontológico deve ser iniciado antes da extração dos dentes decíduos, pois é possível prevenir o aparecimento de sinais e sintomas de cárie dentária ou minimizar a gravidade da doença e sua extensão por meio de programas educacionais e preventivos voltados à manutenção da saúde (SANTOS et al., 2021).
O flúor está associado à prevenção da cárie e foi o elemento mais utilizado para o fortalecimento das estruturas dentais em todas as formas de seu consumo, sejam sistêmicas, por meio da fluoretação da água ou da indicação de suplementos na forma líquida ou em comprimidos; e na forma tópica, por meio de dentifrícios, enxaguatórios bucais, géis e vernizes fluoretados (SILVA et al., 2015).
O aumento da exposição ao flúor também é um fator muito importante na luta contra a cárie dentária. Independentemente da fonte, os efeitos do flúor, associados a outras medidas preventivas, podem ser responsáveis ​​pelo relativo controle das lesões de cárie. Dado que os principais fatores etiológicos da cárie dentária são hospedeiros sensíveis, micróbios cariogênicos e substratos acidogênicos que interagem entre si em condições críticas durante um período de tempo (DO COUTO et al., 2017).
Por se tratar de uma doença difundida na população, a estratégia mais adequada para o combate à cárie é a coletiva, e entre as medidas eficazes de prevenção desta doença encontram-se diversos métodos educativos que enfocam a adaptação de higiene e nutrição da população. Além disso, outras intervenções de saúde pública, como a fluoretação dos recursos hídricos públicos e o controle do flúor em dentifrícios, bebidas e alimentos, agem como complemento para sua não ocorrência (RODRIGUES; DA SILVA; PEREIRA, 2018).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para restaurar um dente anterior com excelente estética, o médico precisa ter sensibilidade e uma visão clara da situação clínica, analisando o formato do dente para determinar qual o material mais adequado para cada situação, se é resina ou cerâmica ou amálgama, ao invés de escolher um material queé atualmente o mais popular e não usar o valor como fator decisivo. Além disso, deve-se ter em mente que a possibilidade de utilizar uma mistura de diferentes materiais é possível e, se devidamente demonstrada e implementada, a eficácia estética e funcional é garantida.
O amálgama é utilizado na odontologia há muito tempo e isso se deve principalmente às suas características como facilidade de processamento, longevidade, durabilidade, compatibilidade biológica, propriedades físicas e mecânicas e baixo custo. Porém, suas limitações também não são pequenas, a presença de mercúrio, substância tóxica, estética insuficiente e falta de adesão à estrutura dentária são muito importantes. Mesmo assim, restaurações de amálgama têm servido bem a profissão e continuarão a fazê-lo nos próximos anos, principalmente onde a odontologia de qualidade ainda não é realidade e o aspecto estético não é levado em conta.
Somente através de um compromisso com a educação para a saúde, onde os profissionais médicos busquem cuidados preventivos que possam oferecer ao paciente uma melhor visão de seus direitos e também entender sua real posição como seu agente de saúde, é que efetivamente estaremos contribuindo para uma condição de vida mais adequada de nossa população.
Diante do exposto, através da pesquisa bibliográfica, o presente trabalho teve seus objetivos cumpridos e como propostas para próximos trabalhos, sugere-se um estudo de casos reais para analisar a porcentagem da população que ainda utiliza esse método.
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