VOLIÇÃO ou CONAÇÃO

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Psicopatologia - 2021 
Giovanna Fortes Frota 
VOLIÇÃO ou CONAÇÃO – VONTADE. 
 
➔ “VONTADE DO FAZER!!!”. 
 
Volição: processo cognitivo pelo qual o individuo se decide a praticar uma ação em particular. É um esforço 
deliberado e é uma das principais funções psicológicas humanas. 
Os processos podem ser aplicados: 
− Conscientemente 
− Automatizados como habito no decorrer do tempo. 
 
Aspectos psíquicos: o que leva ao desejo. 
1. Instinto: modo organizado, fixo e complexos de resposta comportamental. Extinto de sobrevivência. 
Envolve conjunto de respostas e comportamentos herdados que apenas com modificações superficiais, 
serve sempre a adaptação de organismo (fome e medo). Instinto = pulsão. 
 
2. Desejo: É o querer, consciente ou inconsciente, que busca sempre a sua satisfação. 
*Diferente de necessidade, que são ideias físicas independente da cultura. 
 
3. Inclinação: tendencia a desejar, gostar, buscar algo relacionado a personalidade do indivíduo, com 
componente genético. Ex.: alcoolismo. 
 
4. Motivação: atitudes que estimula e regula seu comportamento e dos outros. 
 
 
➢ Força de vontade: é a volição propriamente dita → “preferência eletiva” ou eleçao da atitude = escolha. 
 
▪ Quando decidimos por fazer uma atividade = volição iminente. 
Ex.: escolhi fazer hidroginástica. 
 
▪ Quando colocamos o ato de escolha em pratica = volição imanente, executiva (executando o ato que 
escolhi) ou imperativa. 
 Ex.: começo a fazer hidroginástica. 
 
▪ Quando uma escolha imanente/executiva controla ou governa (planejamento) uma série de atos 
voluntários = volição predominante ou governante. 
Ex.: escolhi fazer medicina, tomamos varias atitudes para chegar onde estamos. Quando decido 
fazer hidroginásticas, preciso fazer matricula, preciso de transporte, comprar maior, toca, etc. 
(organizando e controlando os atos voluntários para que eu consiga realizar a atividade). 
 
▪ Volição subordinada: são atos de vontades (voluntários) que levam em prática o objetivo desejado pela 
volição predominante/governante. 
Ex: O ato de ir comprar o maio para ir na hidroginástica, ir fazer a matricula, pesquisar o local. 
Estudar para o vestibular, procurar a faculdade, conseguir dinheiro para pagar, todos esses atos com 
o fim de realizar a escolha de passar em medicina. → Cada ato desse está dentro dos atos 
voluntários da volição governante. 
 
UNIÃO: instinto + afeto + intelecto (julgar e decidir). 
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Giovanna Fortes Frota 
Exemplos de volição subordinada: 
- Volição iminente: Individuo deve ter o desejo → Ter um emprego = salário (recompensa). 
- Volição imanente/executiva: Procurar emprego – INÍCIO DO ESTADO DE VOLIÇÃO. 
1. Volição subordinada: montar currículo. 
2. Volição subordinada: imprimir currículo. 
3. Volição subordinada: distribuir o currículo no locar onde quero a vaga. Colocar nas redes sociais. 
4. Volição subordinada: Pesquisar vagas e respostas. 
 
- Fim do estado de volição governante: controlando, organizando, governando a série desses 4 tipos de volição 
subordinada. 
 
 
ETAPAS DO PROCESSO VOLITIVO: 
1) Intenção: fase onde tem a inclinação (eu quero o emprego), notadamente inconsciente. 
2) Deliberação: ponderação consciente colocando críticas se vale a pena ou não, reflexões, analise dos prós e 
contras e as consequências dessa decisão. 
3) Decisão: começo a ação, momento culminante do processo volitivo → início dos atos subordinados. 
4) Execução: quando terminamos o estado de volição predominante, após realizar todos os atos subordinados. 
 
ALTERAÇÕES DA VOLIÇÃO: 
 
• HIPOBULIA: pouca vontade – atitude 
volitiva baixa. 
• ABULIA: não tenho atividade volitiva – incapaz. 
 
ATO IMPULSIVO: não tem a fase de intenção, deliberação e decisão, indo direto para a fazer de execução 
(involuntário). Não tem reflexão e pensamento crítico. O indivíduo não percebe tal ação como inadequada 
(egosintônica). 
Não patológico: não tem agressão. 
Ex.: mania, adolescente, álcool. 
 
ATO COMPULSIVO: paciente tem ações motoras complexas (rituais compulsivos – ato de lavar a mão 5x). O 
paciente reconhece a ação indesejada (egodistônica), o paciente tenta resistir ou evitar porem não consegue. E 
quando realizados causa alivio ao paciente. 
Associado a ideias obsessivas → Não patológico: não deixar o sapato virado para a mão não morrer. Ouve uma 
musica e depois ficamos com ela na cabeça. 
Não patológico: criança coleciona carrinhos, combinação de cores, organização de coisas. 
Patológico: o paciente entra em crise caso não realize a ação. 
Geralmente associado a: apatia, fadiga, 
dificuldade de decisão, anedonia, não tem 
vontade de comer, conversar 
→ transtornos depressivos. 
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Giovanna Fortes Frota 
 
TIPOS DE IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS 
AUTOMUTILAÇÃO: compulsão seguida de autolesão VOLUNTÁRIA, que serve para aliviar angustia. Ex.: perfurações, 
cortar os pulsos, escoriar a pele, arrancar cabelos. → Frequente nos transtornos de Borderline. 
TRICOTILOMANIA: automutilação que envolve arrancar os cabelos. Tricotirofagia: arranca o cabelo e depois come, 
fazendo obstrução intestinal. 
FRANGOFILIA: impulso de destruir objetos a sua volta, associado a estados de excitação ou irritação. Ocorre no 
transtorno de personalidade Borderline (limítrofe), na esquizofrenia e em episódios de mania (psicose). 
PIROMANIA: impulso de atear foto a objetos, lugares, etc. Ocorre no transtorno de personalidade. 
IMPULSO/ATO SUÍCIDA: Associado a humor depressivo, desesperança, ansiedade, dor ou disfunções crônicas. 
Frequente na depressão, distrofia muscular, dependência de álcool, esquizofrenia, transtorno de personalidade. 
 
 
IMPULSOS E COMPULSÕES RELACIONADOS A INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS OU ALIMENTOS: 
Dipsomania: consumir grandes quantidades de álcool: “Binge drinking”. 
Bulimia: grande ingesta de alimento, com culpa após o consumo, induzindo vomito ou evacuações com laxativos. 
Potomania: compulsão por beber água exageradamente sem sede. Se difere da polidipsia, devido alterações 
metabólicas. 
 
ATOS E COMPULSÕES RELACIONADAS AO DESEJO E COMPORTAMENTO SEXUAL: 
Fetichismo: impulso direcionado a vestimentas ou partes do corpo da pessoa desejada (sexual). 
Exibicionismo: impulso de mostrar órgãos genitais contra a vontade da receptora (geralmente so a exibição do órgão 
já o leva ao prazer sem necessidade de sexo). 
Voyeurismo: obtém prazer pela observação visual de uma pessoa tendo relações sexuais ou se despindo sem a 
permissão da pessoa. 
Pedofilia: crono inversão sexual por crianças do sexo oposto. 
Pederastia: perversão sexual (desejo e ato abusivo) por crianças do mesmo sexo. 
Gerontofilia: desejo por pessoas consideravelmente mais velhas. Pessoa de 20 anos se apaixona por uma pessoa de 
70 anos sem envolvimento financeiro. 
Zoofilia: desejo sexual por animais. Não envolve questão cultural. 
Necrofilia: desejo sexual por cadáveres. 
Coprofilia: prazer com uso de excrementos do parceiro (evacuações). Coprofagia: come os excrementos do parceiro. 
Ninfomania: Desejo sexual quantitativamente aumentado em mulheres. 
Satiríase: desejo sexual quantitativamente aumentado em homens. Associado a compulsão a masturbação com 
utilização de roupas intimas do sexo oposto, uso de clisteres e enema. 
 
 
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Giovanna Fortes Frota 
OUTRAS ALTERAÇÕES EM RELAÇÃO A VOLIÇÃO: 
Negativismo: oposição do indivíduo a solicitações. Ativo: faz qualquer coisa, desde que seja oposto ao solicitado. 
Passivo: não realiza nada e nem responde (mutismo) e sitiofobia (recusa alimentos e fica dentro do quarto). 
Obediência automática: parece um robô, tudo que você pede ela faz. Tem perda de autonomia e capacidade de 
conduzir atos. 
Fenômenos em eco: repetição de forma automática os últimos atos voliticos do entrevistador: perda da atividade 
voluntaria e substitui por atos automáticosrelacionados ao ambiente. A pessoa percebe o que faz mas não controla. 
• Ecopraxia: repete atos. 
• Ecolalia: repete silabas. 
• Ecomimia: repete mimicas. 
• Ecografia: repete a escrita. 
 
Poriomania: impulso e comportamento de viajar sem rumo, viajar e desaparecer de casa. Ocorre em: 
esquizofrênicos, quadro psico-organicos. 
Cleptomania: ato compulsivo ou impulsivo de roubar, junto com intensa ansiedade e apreensão, que se alivia 
quando o individuo realiza o roubo. 
Jogo patológico: compulsão por jogos de azar. 
Compulsão por comprar: compra de forma compulsiva sem observar utilidade e necessidade. Após comprar sente 
alivio e depois sente culpa e arrependimento. 
Automatismo: sintomas psicomotores (movimentos de lábios, língua e deglutição, abotoar e desabotoar a roupa), 
associado a crise epilética parcial complexa, no qual tem alteração do nível de consciência, acompanhada de 
automatismo psicomotor.