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Cloração DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA 1 Cloração (carbocloração e oxicloração) Introdução O uso do cloro na metalurgia extrativa foi encorajado a partir dos trabalhos realizados na antiga URSS e nos USA (1930-1940). Certas propriedades dos cloretos metálicos, tais como baixo ponto de fusão, alta volatilidade e elevada 2 baixo ponto de fusão, alta volatilidade e elevada reatividade do cloro com os óxidos metálicos na presença de um agente redutor, propiciaram a base para esse desenvolvimento. A alta reatividade do cloro, mesmo em baixas temperaturas, leva os metalurgistas a visar à utilização desse reagente para a extração de metais. Além disso, a diminuição das reservas de alto teor e a necessidade de desenvolvimento de rotas para o tratamento de minérios complexos e resíduos industriais acabam por motivar o estudo e desenvolvimento de novas formas de processamento. 3 Uma revisão da literatura, 2011, mostra que durante décadas alguns autores tentam desenvolver técnicas para o tratamento de diversas matérias primas e resíduos industriais utilizando-se do cloro como reagente. (An overview study of chlorination reactions applied to the primary extraction and recycling of metals and to the synthesis of new reagents – Thermochimica Acta (42-50)) Os principais estudos de cloração publicados recentemente tratam, principalmente, dos seguintes temas: 1. Recuperação de Ta e Nb de resíduos. 2. Recuperação de Co, Ni, Mo e V de catalisadores usados. 4 2. Recuperação de Co, Ni, Mo e V de catalisadores usados. 3. Melhorias na concentração de cromita e/ou extração de elementos de valor. 4. Descontaminação de resíduos em processos aplicados à metalurgia dos não-ferrosos. 5. Reciclagem de sulfato de ferro II. Introdução A cloração é uma operação pirometalúrgica que visa à obtenção de um cloreto metálico. A cloração de um óxido metálico pode ser descrita pela seguinte equação química: MexOy + 1/2xzCl2� xMeCl2 + 1/2yO2 5 onde x e y são coeficientes estequiométricos e z a valência do metal. Aplicações: TiO2 e V2O5 Em linhas gerais, a cloração pode ser feita de uma das seguintes maneiras: 1. Cloração sem volatilização onde o cloreto obtido pode ser recuperado de duas maneiras: a) por lixiviação (a cloração é feita entre 100-600oC). b) como uma fase fundida (a cloração é feira à 900oC). 6 b) como uma fase fundida (a cloração é feira à 900oC). 2. Cloração com volatilização a cloração é feita entre 600-1000oC tal que o metal desejado é volatilizado, como cloreto, e recuperado por condensação (Ex. Titânio, Zircônio e Nióbio). Considerações Termodinâmicas Como já foi dito, a reação de cloração dos óxidos metálicos pode ser representada, em sua forma mais simples, pela seguinte equação geral: MO(s) + Cl2(g) = MCl2(g) + 0,5O2(g) 7 A variação da energia livre padrão de Gibbs dessa reação é positiva para uma família apreciável de óxidos metálicos (TiO2, ZrO2, Ta2O5, Nb2O5, V2O5, Al2O5). No entanto, o processo é viabilizado termodinamicamente pela incorporação de um agente redutor, que seja capaz de combinar-se com o O2 liberado, deslocando o equilíbrio no sentido da formação dos produtos desejados. O principal agente redutor utilizado é o carbono, surgindo daí o conceito de carbocloração: As reações de cloração (de óxidos) que envolvem a presença de carbono na reação, em qualquer de suas formas – C(s), CO(g), CCl4(g), C2Cl6(g) – são conhecidas como reações de carbocloração. 8 como reações de carbocloração. TiO2 + Cl2 + C���� TiCl4 + CO2Pigmento para tintas Alguns agentes de cloração para óxidos metálicos. 9 Cloração Al2O3 + 3/2Cl2� 2AlCl3 + 3/2O2 ∆Go(700oC)(kJ/mol Cl2) = 99,4 Exemplo para o alumínio. 10 Carbocloração 1/3Al2O3 + Cl2 + CO � 2/3AlCl3 + CO2 ∆Go(700oC)(kJ/mol Cl2) = -45,5 1/3Al O + Cl � 2/3AlCl + 1/2CO 1/3Al2O3 + Cl2 + CO � 2/3AlCl3 + CO2 ∆Go(700oC)(kJ/mol Cl2) = -45,5 11 1/3Al2O3 + Cl2� 2/3AlCl3 + 1/2CO2 ∆Go(700oC)(kJ/mol Cl2) = 99,4 Alumina é inerte em Cl2 puro até 1000oC. Essa pode ser utilizada como material para a construção de reatores para cloração. 12 Cloração 13 Carbocloração 0 200 400 600 800 TiO2 + 2Cl2(g) + 2C = TiCl4 + 2CO(g) Nb2O5 + 4Cl2(g) + 5C = 2NbCl4 + 5CO(g) ZrO2 + 2Cl2(g) + 2C = ZrCl4 + 2CO(g) TiO2 + 2Cl2(g) = TiCl4 + O2(g) Nb2O5 + 4Cl2(g) = 2NbCl4 + 2.5O2(g) ZrO2 + 2Cl2(g) = ZrCl4 + O2(g) E n e r g i a L i v r e ( k J ) 14 0 500 1000 1500 2000 2500 -800 -600 -400 -200 0 E n e r g i a L i v r e ( k J ) Temperatura (K) carbocloração cloração 2CO+O2=2CO2 C+O2= CO2 Aplicação para metais reativos! PQ? 15 2C+O2 =2CO Formação do Rutílo. -1000 -800 -600 -400 -200 0 200 E n e r g i a L i v r e ( k J ) Zr + O2(g) = ZrO2 2Nb + 2.5O2(g) = Nb2O5 Ti + O2(g) = TiO2 Ti + 2Cl2(g) = TiCl4 Nb + 2Cl2(g) = NbCl4 Zr + 2Cl2(g) = ZrCl4 16 0 500 1000 1500 2000 -2000 -1800 -1600 -1400 -1200 -1000 E n e r g i a L i v r e ( k J ) Temperatura (K) Os óxidos são mais estáveis que os cloretos. A cloração de sulfetos é termodinamicamente Uma vantagem do processo de cloração é o baixo ponto de fusão e ebulição dos cloretos gerados, bem como a diferença entre a pressão de vapor dos produtos de cloração em uma determinada temperatura. A cloração como uma operação de purificação 17 termodinamicamente favorável a 300oC. Pode-se fazer a separação dos cloretos de metais de valor (CuCl2, PbCl2 e ZnCl2) do cloreto de ferro e de enxofre. A cloração como uma operação de purificação. A oxicloração do ZnO a 750oC (Cl2/O2 = 1) vai dar origem a ZnCl2(g) 18 dar origem a ZnCl2(g) como fase predominante enquanto a hematita presente no minério estará estável nessas condições. (Recuperação de zinco de jarosita) Essa propriedade mostra grande potencial para o tratamento de resíduos contendo óxido de zinco. Agentes de cloração e propriedades dos cloretos Gasosos: cloro, ácido clorídrico e fosgênio. Líquido: CCl4,cloreto de enxofre. Sólido: cloreto de cálcio e sódio. Hidrolise 19 Muitos cloretos sofrem hidrólise quando expostos à umidade: TiCl4 + H2O � TiOCl2 + 2HCl TiCl4 + 3H2O � TiO(OH)2 + 4HCl Reações, normalmente, muito exotérmicas Liberação de ácido clorídrico Volatilização Com exceção dos cloretos de metais alcalinos e alcalinas terrosos, muitos cloretos volatilizam a temperaturas relativamen- te baixas: Adiciona-se Fe ao meio reacional de forma que o FeCl3 seja reduzido à FeCl2 e, dessa forma o cloreto do metal desejado seja volatilizado. 20 Dissociação Alguns cloretos dissociam em altas temperaturas: CuCl2� CuCl + 0,5Cl2 FeCl3� FeCl2 + 0,5Cl2 Desproporção Alguns cloretos sofrem desproporção ao serem aquecidos 21 Alguns cloretos sofrem desproporção ao serem aquecidos e são convertidos a dois cloretos: um com maior e um com menor valência: 2TiCl3� TiCl2 + TiCl4 (450oC) 2UCl5� UCl4 + UCl6 Polimerização Alguns cloretos são vaporizados como dimêros ou trimêros. A altas temperaturas os mesmos se decompõem. 22 Estudo de caso Estudaremos a cloração, a carbocloração e a oxicloração dos seguintes materiais: - Pentóxido de Nióbio e Pentóxido de Tântalo. - Óxido de Cromo (III). 23 - Óxido de Cromo (III). - Óxido de Magnésio. Nb Ta Cr Mg Cinética da Cloração e Carbocloração de Pentóxido de Tântalo e Pentóxido de Nióbio Puros Os principais minerais de Ta e Nb são o pirocloro, microlita, columbita e columbita tantalita. Esses minerais normalmente estão associados com cassiterita (SnO2). O processamento mineral da cassiterita (SnO2) produz concentrados contendo até 2% de Ta e Nb. Durante a 24 concentrados contendo até 2% de Ta e Nb. Durante a extração de estanho os óxidos de Ta e de Nb podem concentrar em até 25% na escória. O método convencional para tratamento da escória é a dissolução da mesma em HF ou a fusão em forno elétrico. No entanto, esses processos são limitados economicamente e ambientalmente. Estudaremos aqui ensaiosfeitos em laboratório que visam à extração de Ta e Nb dessas escórias. A Formação de TaO2Cl e NbO2Cl é termodimamicamente favorável A formação dos cloretos de Ta e Nb não são termodinamicamente favoráveis sem a presença de um redutor. Não existem evidências na 25 Não existem evidências na literatura que comprovem a existência desses dois compostos. A carbocloração é termodinâmicamente favorável para a formação de todos os cloretos e oxicloretos de Ta e Nb. As reações mais favoráveis levam a formação de NbO2Cl e TaO2Cl. No entanto, a baixa pressão de O2 na mistura gasosa de carbocloração leva a formação de NbCl5 e TaCl5 como os principais produtos. 26 pO2 = 10-4pO2 = 10 -28 27 As pressões parciais de O2 foram calculadas a 500oC levando em conta a presença de impurezas no Cl2 utilizado. Os valores foram de 10-4 e 10-28 para as misturas de N2 + Cl2 e N2 + Cl2 + CO, respectivamente. Comparação da reatividade do Nb2O5 e Ta2O5 (Cloração e Carbocloração) As setas indicam o início da cloração. Pode-se observar a maior reatividade do Nb2O5. Cloração A perda de massa para o Nb2O5 foi de 12% a 1000oC Carbocloração 28 Carbocloração Na presença de CO a reação de cloração para os dois óxidos começou em temperaturas inferiores. A perda de massa foi consideravelmente maior. O que indica uma maior conversão. Influência da velocidade de fluxo da mistura gasosa Para garantir a presença de reagentes na superfície dos óxidos e minimizar os efeitos de transferência de massa. Utilizou-se das vazões gasosas indicadas com setas nas figuras abaixo nos estudos cinéticos. 29 Como o óxido de nióbio é mais reativo os estudos com esse material foram feitos em menores temperaturas. Influência da temperatura na cloração Cloração do Nb2O5 (700oC – 1000oC) Cloração do Ta2O5 (925oC – 1000oC) 30 Os resultados mostram que a velocidade de cloração do Nb2O5 foi maior que a do Ta2O5. E que para os dois óxidos o aumento na temperatura provocou um aumento na velocidade de reação. Influência da temperatura na carbocloração Carboloração do Nb2O5 (385oC – 1000oC) 31 Carbocloração do Ta2O5 (385oC – 1000oC) Arrhenius (Cloração) A maior energia de ativação do Ta2O5 justifica a menor velocidade de reação. Essa mudança na Ea se deve a transição de fase (T�M) sofrida pelo Nb2O5. 32 Arrhenius (Carbocloração) As curvas de Arrhenius mostram esse comportamento para a carbocloração de vários óxidos 33 Estudos mostram que a espécie responsável pela cloração é o COCl2 (fosgênio). Como pode ser visto, essa espécie é degradada acima de 550oC. . A maiores temperaturas a ausência de COCl2 leva à mudanças no mecanismo de carbocloração e, consequentemente, na Ea do processo. Gráficos de Arrhenius para diferentes óxidos mostrando o mesmo comportamento encontrado para o Nb e Ta. 34 A cinética das reações de cloração e carbocloração desses óxidos é caracterizada por: 1. Utilização de pó fino, não poroso e uma alta porosidade intergranular. 2. Efeitos de transferência de massa despresível (alta 35 2. Efeitos de transferência de massa despresível (alta velocidade do gás e pouca massa de amóstra no cadinho). 3. Produto de reação volátil (diminuição do tamanho das partículas). 4. Alta energia de ativação. Determinação do mecanismo que controla a cinética da reação. Cloração 36 Para os dois óxidos, a cinética da reação de cloração possuí controle químico na faixa de temperatura estudada. Carbocloração 37 Para os dois óxidos, a cinética da reação de carbocloração possuí controle químico na faixa de temperatura estudada. • Conclusões • A reação de cloração e carbocloração dos óxidos de Ta e Nb possui controle químico. 38 Ta2O5mostrou-se menos reativo. Considerações Termodinâmicas e Cinéticas na Carbocloração do Óxido de Cromo (III) O principal mineral de cromo é a cromita (FeCr2O4). A substituição de átomos de Fe2+ por Mg2+ e de Cr3+ por Al3+ e Fe3+ é comum o que permite a seguinte representação desse pela seguinte fórmula geral: (Mg, Fe2+)(Cr, Al, Fe)23+O4. Cercade 75% da cromita é utilizada para a produção de ferro- cromo. Além disso, esse mineral pode ser utilizado para a produção de refratários e reagentes químicos. A razão Cr/Fe e o conteúdo de P, SiO2, Al2O3 e MgO são 39 A razão Cr/Fe e o conteúdo de P, SiO2, Al2O3 e MgO sãofatores importantes na determinação da aplicabilidade da cromita bem como para a determinação do seu preço de mercado. Sendo assim, a cromita destinada à aplicações metalúrgicas é caracterizada por um alto teor de cromo e razão Cr/Fe > 2. A cloração não é termodinamicamente favorável. Não é possível modificar a composição da cromita Os seguintes slides mostramos resultados obtidos por um 40 composição da cromita através de técnicas de processamento mineral. No entanto, os teores de Cr podem ser alterada através da utilização de métodos químicos ou térmicos. os resultados obtidos por um grupo de pesquisa que tentou “concentrar” um concentrado de cromita utilizando a carbocloração. Concentrado estudado Carbocloração do óxido de cromo. 41 Mais uma vez , a carbocloração é termodinamicamente favorável e a cloração não. Efeito da temperatura e do tempo de reação na carbocloração de um concentrado de cromita. Retirada do Fe (~80%) da cromita. Isto é, aumento na razão Cr/Fe. 42 Pouca perda de cromo. A oxicloração surge como outra possibilidade para o processamento da cromita. Nesse caso utiliza-se de ar (mais barato) e cloro. 43 Extração de Fe (80%) e Cr (20%) para um tempo de reação de 2h. 44 Valor teórico para a cloração de todo o Fe2O3 e FeCr2O4 presentes no concentrado. A diferença mostra que alguma outra coisa está sendo clorada. A retirada do Mg da estrutura é mais lenta pois possui uma Ea mais elevada. Como normalmente os cloretos são voláteis.O controle da cinética de cloração, normalmente, não é por transporte A velocidade de vaporização do CrCl3 é maior que a velocidade da reação de formação do mesmo. Os mesmos autores estudaram a carbocloração do óxido de cromo (Nesse caso foi um reagente analítico e não um concentrado contendo ferro ) 45 A cinética da reação de carbocloração de um óxido de cromo analítico possuí controle químico na faixa de temperatura estudada. Cloração,Oxicloração e Carbocloração do MgO. (Termodinâmica e Cinética) Magnésio metálico é produzido principalmente pela eletrólise ígnea de MgCl2 (água do mar) purificado ou por silicotermia. A cloração surge como uma possibilidade de eliminar impurezas como Fe2O3 e CaO, através da carbocloração seletiva de 46 como Fe2O3 e CaO, através da carbocloração seletiva de magnesita calcinada. Vale destacar aqui que o MgO não é facilmente clorado e que as principais impurezas encontradas no MgO são: Fe, Si e Ca. A cloração possui também potencial para ser utilizada na melhoria da qualidade de concentrado de cromitas. Como já foi dito, o Mg pode substituir o Fe na rede desse mineral (FeCr2O4) e assim, como o Fe, piorar a qualidade do concentrado. ∆G°(T) para a cloração de MgO e seus contaminantes mais comuns A cloração do MgO e SiO2 não é termodinamicamente favorável. 47 favorável. 48 Perda de massa do MgO em função da temperatura e da mistura gasosa O ponto de ebulição do MgCl2 é 1412oC. Sendo assim, a massa da amostra aumenta. Além disso, o cloreto de magnésio funde na superfície da partícula e impede a continuidade da reação. 49 Ganho de massa!!! Ganho de massa!!! Mudança na velocidade da reação!!! Considerações Cinéticas Para temperaturas baixas o MgCl2 não funde. Daí, torna-se possível obter melhores valores de conversão apesar da diferença de volume molar (MgO e MgCl2). 50 Para maiores temperaturas, a fusão do MgCl2 impede que a reação continue. O pf do MgCl2 é de 712oC. É importante destacar que a cloração é exotermica e que aumentos de temperaturas pontuais podem ocorrer. 51 Ea = 49kJ/mol. Esse resultado mostra que a cinética de carbocloração do MgO é afetada por fenômenosdifusionais. Estudo do Mecanismo de Carbocloração de 52 Óxidos Metálicos. O oxigênio é mais eletronegativo (3.5eV) do que o cloro (3.0eV). Sendo assim, o cloro torna-se incapaz de deslocar o oxigênio ligado ao metal. 53 Na primeira reação ocorre a cloração do óxido e o carbono apenas desloca o equilíbrio para a direita através da reação com o O2. A literatura e os dados termodinâmicos mostram que a cloração direta não é favorável. Alguns autores atribuem ao CO a redução do óxido. 54 Nesse caso, a cloração ocorre com a participação do CO (7). O C serve apenas para gerar CO (8). Formação de fosgênio. Explica apenas para baixas temperaturas. 55 baixas temperaturas. Alguns autores mostram que radicais livres (Cl-, Cl2- ...) podem ser formados na superfície do carbono. Redução carbotérmica seguida da cloração do metal. 56 Esse mecanismo pode ser válido para a cloração de óxidos de fácil redução e.g. NiO (523K), MoO3 (673K) e Fe2O3 (723K). No entanto, para óxidos de difícil redução (Al2O3, TiO2 e Cr2O3) outro mecanismo deve ser proposto. Acredita-se que a cloração de óxidos metálicos se dá através da formação de oxi-cloretos. 57 Acredita-se que a carbocloração de óxidos metálicos se dá através da formação de carbo- oxi-cloretos. • Referências • N. KANARI, B.R. REDDY, and I. GABALLAH (1998)- Kinetics of Carbochlorination of Chromium (III) Oxide - METALLURGICAL AND MATERIALS TRANSACTIONS B - V29B. • N. KANARI, I. GABALLAH, and E. ALLAIN (1999) - Kinetics of Oxychlorination of Magnesium Oxide - METALLURGICAL AND MATERIALS TRANSACTIONS B – V30B. • N. KANARI and I. GABALLAH (1999) - Chlorination and Carbochlorination of Magnesium Oxide - METALLURGICAL AND MATERIALS TRANSACTIONS B - V30B. 58 V30B. • E. ALLAIN, M. DJONA, and I. GABALLAH (1997) - Kinetics of Chlorination and Carbochlorination of Pure Tantalum and Niobium Pentoxides - METALLURGICAL AND MATERIALS TRANSACTIONS B – V28B. • N.V. MANUKYAN, V.H. MARTIROSYAN (2003) - Investigation of the chlorination mechanism of metal oxides by chlorine - JOURNAL OF MATERIALS PROCESSING TECHNOLOGY - V142. • N. KANARIA, E. ALLAIN, R. JOUSSEMET, J. MOCHÓN, I. RUIZ-BUSTINZA, I. GABALLAH (2009) - An overview study of chlorination reactions applied to the primary extraction and recycling of metals and to the synthesis of new reagents - THERMOCHIMICA ACTA - V495 Cloração DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA 59 Cloração (Processo Kroll) • Aplicações da cloração (Titânio) Industrialmente a operação de cloração aplica-se na produção de titânio. TiO2 + 2Cl2 + C� TiCl4 + CO2 ∆H(1300K)= -227,11kJ 60 A cloração do dióxido de titânio torna-se necessária uma vez que: • Esse óxido mostra valores muito negativos de energia livre. • O titânio tem a capacidade de dissolver uma grande quantidade de O2 em solução sólida. 61 Matérias Primas IlmenitaIlmenita (FeTiO(FeTiO22)) ocorrência mais comum e abundante, ocorrência mais comum e abundante, cor preta do ferro, possui 53% de TiOcor preta do ferro, possui 53% de TiO22e 47% de e 47% de FeOFeO. É um . É um mineral opaco, brilho submetálico.mineral opaco, brilho submetálico. RutiloRutilo (TiO(TiO22)) éé umum mineralmineral escasso,escasso, corescores vermelhavermelha ee castanhocastanho avermelhadoavermelhado aa preta,preta, temtem brilhobrilho adamantinoadamantino aa 62 castanhocastanho avermelhadoavermelhado aa preta,preta, temtem brilhobrilho adamantinoadamantino aa submetálico,submetálico, compostocomposto quasequase queque essencialmenteessencialmente dede TiOTiO22,, contémcontém atéaté 1010%% dede impurezasimpurezas.. Anatásio (TiOAnatásio (TiO22)) importantes ocorrências no Brasil. importantes ocorrências no Brasil. O anatásio, é um produto de alteração do rutilo e da O anatásio, é um produto de alteração do rutilo e da brookita, coloração castanha no estado natural,brookita, coloração castanha no estado natural, 63 64 65 Produção do pigmento TiO2 a) Processo Sulfato A Ilmenita ou escória titanífera é atacada com ácido sulfúrico, sendo cristalizada e removida a porção de sulfato de ferro formada, enquanto o hidróxido de titânio é precipitado por hidrólise, filtrado e calcinado. 66 precipitado por hidrólise, filtrado e calcinado. b) Processo Cloreto O rutilo ou material com teor elevado de TiO2 é convertido a TiCl4 por cloração na faixa de 800 a 1000ºC, em reator de leito fluidizado, na presença de um agente redutor. Processo Cloreto: Esse processo, utilizando alimentação de rutilo, gera cerca de Processo Sulfato: Esse processo, utilizando ilmenita, gera cerca de 3,5 toneladas de rejeito X 67 0,2 toneladas de rejeito por tonelada de TiO2 produzido. por tonelada de TiO2 produzido. X • Aplicações da cloração (Zircônio) A principal aplicação de zircônio metálico metálico, aproximadamente 90%, consiste de revestimentos em reatores nucleares, devido sua baixa seção de captura de nêutrons. É, também, usado em ligas de níquel para melhorar resistência à corrosão. E devido sua boa biocompatibilidade pode ser usado para próteses. É aplicado em tubos de vácuo, trocadores de calor e filamentos de lâmpadas. A liga com o nióbio apresenta supercondutividade e pode ser usada para obtenção de ímãs 68 supercondutividade e pode ser usada para obtenção de ímãs supercondutores. O zircônio é o 11º elemento mais encontrado na crosta terrestre. O óxido em sua forma impura pode ser usado para confecção de refratários na indústria cerâmica e do vidro. Além do processo Kroll, o zircônio pode ser produzido através do processo Van Arkel de Boer, onde se obtém pequenas quantidades de metal de altíssima pureza. O zircônio purificado por esse processo é conhecido como crystal-bar. 69 Matérias Primas O zircão é a principal fonte mineral (ZrSiO4) e pode ser encontrado, principalmente, na Austrália, Estados Unidos, Rússia, Índia e Brasil. É um subproduto da mineração de rutilo, ilmenita e do estanho. 70 ilmenita e do estanho. O Zr também pode ser encontrado em sua forma oxidada no minério conhecido por badeleita (ZrO2). Pode-se observar nesse diagrama que reduções diretas de ZrO2 por carbono só são termodinamicamente estáveis a temperaturas muito elevadas e que mesmo chegando a tais temperaturas temos que 71 temperaturas temos que o ZrC é mais estável que o Zr metálico. O processo mais utilizado em escala industrial para a produção de zircônio é o processo Kroll. Purificação do ZrCl4 Para a reduzção do ZrCl4 utiliza-se de atmosfera de hidrogênio. Esse ambiente é usado, pois a atmosfera de hidrogênio é capaz de reduzir o cloreto de ferro III (FeCl3) para cloreto de ferro II (FeCl2). Como FeCl2 tem ponto de fusão menor que o FeCl3 a separação do ZrCl4 gasoso do processo é facilitada. Redução do ZrCl4 por Mg Nessa etapa, o ZrCl é borbulhado em magnésio líquido formando uma Processo Kroll (Zircônio): 72 Nessa etapa, o ZrCl4 é borbulhado em magnésio líquido formando uma esponja de Zr metálico e cloreto de magnésio. Como o zircônio é altamente reativo com oxigênio e nitrogênio, utiliza-se uma atmosfera inerte de argônio e hélio em um forno fechado. Destilação da Esponja de Zr Nessa etapa, o magnésio e cloreto de magnésio (que possuem ponto de fusão de 650ºC e 718ºC, respectivamente) são fundidos e separados do Zr que está sólido (1852ºC). Esse procedimento é feito em alto vácuo para evitar a que ocorra reação do Zr com o ar atmosférico. O Hf é encontrado junto com o Zr e deve ser retirado do processo pois possui alta seção de captura de nêutrons 73 captura de nêutrons (105 barns). Processo Kroll (Titânio): – Faz-se a redução metalotérmica do tetracloreto de titânio pelo magnésio a 800-850oC; (TiCl4 + 2Mg � Ti + 2MgCl2 ∆H(1173K)= -32,963kJ). O reator deve possuir recobrimento de molibidênio. – O titânio obtido na forma de esponja é separado dos sais de magnésio por lavagem com água ou 74 sais de magnésio por lavagem com água ou destilação a vácuo; – A seguir o metal é fundidoem forno a arco, em atmosfera controlada e vazado em lingoteiras de cobre resfriadas com água; – As ligas de titânio são fabricadas através das adições dos metais diretamente na esponja, antes da fusão. 75 76 77