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ANGLO ENSINO FUNDAMENTAL ANGLO ano9 º- 2 caderno MANUAL DO PROFESSOR FÍSICA capa_final_ANGLO_SOMOS_MP_FISICA_cad2.indd 3 1/11/19 11:23 AM capa_final_ANGLO_SOMOS_MP_FISICA_cad2.indd 2 1/11/19 11:23 AM 9 o ano Ensino Fundamental Manual do Professor Física Carlinhos Marmo Luiz Carlos Ferrer 2 caderno MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 1 1/11/19 10:51 AM Direção geral: Guilherme Luz Direção executiva: Irina Bullara Martins Lachowski Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas Gestão de conteúdo: Carlos Eduardo Lavor (Caê) Gestão de projetos editoriais: Marcos Moura e Rodolfo Marinho Gestão e coordenação de área: Julio Cesar Augustus de Paula Santos e Juliana Grassmann dos Santos Edição: Helder Santos e Maria Ângela de Camargo (Física) Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Planejamento e controle de produção: Paula Godo (ger.), Adjane Oliveira (coord.), Daniela Carvalho e Mayara Crivari Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Aline Cristina Vieira, Ana Curci, Ana Paula C. Malfa, Brenda T. M. Morais, Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho, Daniela Lima, Danielle Modesto, Diego Carbone, Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade, Hires Heglan, Lilian M. Kumai, Luís M. Boa Nova, Marília Lima, Maura Loria, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula Rubia Baltazar, Paula T. de Jesus, Raquel A. Taveira, Ricardo Miyake, Rita de Cássia C. Queiroz, Tayra Alfonso, Vanessa P. Santos; Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias) Arte: Daniela Amaral (ger.), André Vitale (coord.) e Daniel Hisashi Aoki (edit. arte) Diagramação: JS Design Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Roberto Silva (coord.), Roberta Freire (pesquisa iconográfica) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), Angra Marques (licenciamento de textos), Erika Ramires e Claudia Rodrigues (Analistas Adm.) Tratamento de imagem: Cesar Wolf, Fernanda Crevin Ilustrações: JS Design, Luis Moura Cartografia: Eric Fuzii (coord.) Design: Daniela Amaral (proj. gráfico e capa) Foto de capa: Eric Isselee/Shutterstock/Glow Images Ilustração de capa: D’Avila Studio Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Rua Gibraltar, 368 2 Santo Amaro CEP: 04755-070 2 São Paulo 2 SP (0xx11) 3273-6000 © SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Marmo, Carlinhos N. Ensino fundamental 2 : física 9º ano : cadernos de 1 a 4 : professor / Carlinhos N. Marmo, Luiz Carlos Ferrer. -- 1. ed. -- São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2019. 1. Física (Ensino fundamental). I. Ferrer, Luiz Carlos. II. Título. 2018-0058 CDD: 372.35 Julia do Nascimento – Bibliotecária – CRB-8/010142 2019 ISBN 978 85 468 1850 1 (PR) 1a edição 1a impressão Impressão e acabamento Uma publicação MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 2 1/11/19 10:51 AM SUMÁRIO 8 O Caderno 2 .............................................................................................4 7. Óptica: um universo de formas e cores ................................................................................... 7 8. Cores, sombras e penumbras ............................................................................................... 12 9. Reflexão em espelhos planos e esféricos ............................................................................. 17 10. Refração ............................................................................................................................. 23 11. Lentes ................................................................................................................................. 29 Módulo Interdisciplinar............................................................................................................ 33 MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 3 1/11/19 10:51 AM 8 4 Ensino Fundamental Neste Caderno trataremos dos fenômenos luminosos do ponto de vista da Óptica geométrica. No Caderno 1 foi trabalhado o tema Ondas, com o estudo de algumas características próprias de todas as ondas, com enfoque nas ondas mecânicas. Por estar relacionada a esse assunto, optamos por incluir, no Caderno 2, uma breve discussão da natureza da luz. Isso é feito trabalhando informações mais detalhadas sobre ondas eletromagnéticas, que serão retomadas nos próximos cadernos, quando trataremos dos temas eletricidade e eletromagnetismo. Como de costume, as aulas apresentam Atividades experimentais a serem desenvolvidas com os alunos. O planejamento prévio dessas atividades é crucial para o sucesso da aula. Além da organização dos grupos, é preciso providenciar antecipadamente os materiais para a execução dos experimentos. Veja a seção “Simulações e materiais a serem providenciados neste Caderno” (páginas 5 e 6), organizando-se antecipadamente. Com o material já reservado, a montagem e o desenvolvimento da atividade requerem pouco tempo de aula. Aproveite para instigar, no desenvolvimento dos experimentos, a observação cuidadosa do fenômeno, registrando os possíveis detalhes para posteriormente constatar ou contestar as afirmações dos princípios da Óptica geométrica. Se, por qualquer razão, não houver possibilidade de todos os alunos da classe, em grupos, desenvolve- rem os experimentos, uma boa estratégia é montar seis grupos, encarregando cada grupo da demonstração e explicação/fundamentação de um dos experimentos indicados. Não deixe de, no final da apresentação de cada grupo, envolver a classe toda na elaboração de uma pequena síntese/conclusão do fenômeno trabalhado em cada experimento. Só em último caso demonstre você mesmo os experimentos. Na lista a seguir, indicamos os materiais necessários para cada módulo deste caderno. Não deixe para combinar/orientar os grupos de alunos sobre os materiais necessários no dia/aula da realização do experimento. Isso poderá acarretar atraso na sequência das aulas. Muitos materiais poderão ser “construídos” antecipadamente pelos diferentes grupos de alunos. É preciso que na semana anterior à aula planejada, os alunos, já divididos em grupos, recebam as orientações necessárias. Por exemplo, para o Módulo 7 é necessário que os grupos montem e testem antecipadamente em casa o “projetor de filete de luz”. Verifique também se sua escola possui prismas que serão utilizados para a dispersão da luz branca. Você pode adquirir prismas de acrílico em lojas especializadas através de consulta na internet e comprar por reembolso postal. Você encontrará uma boa quantidade de lojas que trabalham com material “acrílico”. Para o Módulo 8, você deverá providenciar antecipadamente os espelhos planos. Se forem pequenos e retangulares, será melhor já fixá -los na posição correta no fundo da caixa de sapatos (também necessária para o experimento). Assim, os resultados serão mais precisos. Como sugestão, você pode encomendar em uma vidraçaria da cidade (aproveitando retalhos que sobram) pequenos espelhos cortados e lixados nas extremidades (muito importante para evitar ferimentos) de 15 cm de comprimento por 10 cm de altura. Caso isso não seja possível, use qualquer espelho plano pequeno. Para o Módulo 10 será necessário providenciar algumas lentes de bordas finas e de bordas grossas. Servem as lentes usadas para corrigir miopia e hipermetropia. Também há, no comércio em geral, lentes mais simples (lupas) com preços bastante acessíveis, que satisfazem perfeitamente aos objetivos dos experimentos. Não há necessidade de lentes caras e de alta qualidade. Programe-se, no planejamento das aulas, para que as orientações sobre os materiais necessários possam ser comunicadas/discutidas no mínimo com uma semana de antecedência à aula prevista. O CADERNO 2 Neste Caderno trataremos dos fenômenos luminosos do ponto de vista da Óptica geométrica. No MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 4 1/11/19 10:51 AM 85 M a n u a l d o P r o fe s s o r Simulaçõese materiais a serem providenciados neste Caderno Módulo 7 Materiais necessários para a Atividade experimental: Os raios solares são paralelos entre si ou divergentes? • 1 ripa de madeira; • Trena ou fita métrica; • Nível de bolha; • Lápis. Materiais necessários para a Atividade experimental: Princípio da propagação retilínea da luz. • 2 cartões quadrados (com no mínimo 15 cm de lado) feitos de material opaco (pode ser cartolina preta, papel -cartão, papelão, etc.); • Compasso; • 1 vela, fósforos e 1 pratinho de vidro ou de louça para servir de suporte (pode ser substituído por um pequeno abajur que use lâmpadas de filamento “bem fraquinhas”, de potência entre 10 e 20 watts). Materiais necessários para a Atividade experimental: Princípio da independência dos raios de luz. • 2 canetas (ponteira) de laser. Material necessário para a Atividade experimental: Princípio da reversibilidade da luz. • 1 espelho plano. Dica: em lojas de espelhos é possível comprar (com baixo custo) pequenos retalhos de espelhos de 15 cm 3 10 cm já lixados e prontos para uso escolar. Materiais necessários para a Atividade experimental: Pinhole – uma câmera fotográfica sem lentes. • 1 lata de leite em pó ou de achocolatado (a tampa não é necessária); • 1 vela, alguns fósforos e 1 pratinho de vidro ou de louça para servir de suporte para a vela; • 1 folha de papel vegetal A4 (ou papel -manteiga); • 1 alfinete e 1 martelo; • Fita adesiva ou elásticos; • Lixa; • Tesoura; • Tinta preta de secagem rápida e pincel. Se desejar, pode substituir a lata por uma caixa pequena de sapatos (com tampa) e a tinta por cartolina preta ou papel-cartão preto para forrar internamente a caixa. Mesmo na caixa, o furo deve ser feito com o alfinete ou uma ponta bem fina de compasso. Módulo 8 Materiais necessários para a Atividade experimental: Dispersão da luz. Parte 1 – A construção de um projetor de filete de luz (pincel de luz cilíndrico e de pequeno diâmetro). • 1 lanterna com pilhas novas; • 1 régua (de preferência de metal); • 1 cartolina preta ou papel-cartão com um lado preto; • 1 tesoura; • 1 estilete; • 1 compasso; • 1 rolo de fita adesiva; • 1 azulejo (ou outro objeto que sirva de apoio para fazer os cortes com o estilete). Parte 2 – Dispersão da luz branca. • Projetor de filete de luz; MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 5 1/11/19 10:51 AM 8 6 Ensino Fundamental • 1 cartolina branca; • 1 prisma triangular de vidro ou de acrílico. Materiais necessários para a Atividade experimental: Sombra e penumbras. • 2 lanternas coloridas e de igual potência. Para que o efeito visual esperado seja nítido, as lanternas precisam ser de alta potência. Caso não sejam coloridas, é possível envolvê-las com papel celofane colorido. O ideal é que as cores sejam bem diferentes entre si, como azul e vermelha; • 1 anteparo grande e plano de cor branca (serve uma parede bem clara). Módulo 9 Materiais necessários para a Atividade experimental: As leis da reflexão na prática. • O projetor de feixe de luz que foi construído no módulo anterior; • 1 caixa de sapatos em bom estado; • 1 espelho plano retangular (de aproximadamente 12 cm 3 9 cm); • Fita adesiva; • Régua; • Transferidor ou jogo de esquadros; • Papel sulfite branco; • Caneta preta. Material necessário para a Atividade experimental: Características dos espelhos planos. • 1 moldura de quadro ou 1 bambolê. Materiais necessários para a Atividade experimental: O fantasma de Pepper. • 2 velas idênticas; • Fósforos ou isqueiro; • 4 cantoneiras pequenas de metal; • 2 pratinhos ou pires idênticos; • 1 placa de vidro quadrada com cerca de 30 cm de lado; • 2 prendedores de papel. Material necessário para a Atividade experimental: Espelhos esféricos com colher de feijão. • 1 colher grande bem polida. Módulo 10 Materiais necessários para a Atividade experimental: Moeda mágica. • 1 moeda; • Fita adesiva; • 1 recipiente opaco (pode ser um pote de plástico não transparente, uma lata ou uma panela de ferver leite, uma bacia pequena não transparente); • Água. Módulo 11 Materiais necessários para a Atividade experimental: Testando lentes. • 2 pedaços de cartolina, uma de cor branca e outra de cor preta; • 1 folha de papel vegetal enquadrada em um recorte retangular de papelão (essa estrutura poderá ser manuseada com apenas uma das mãos); • 1 lente de bordas finas, ou seja, convergente (lupa ou lente de óculos para hipermetrope); • 1 lente de bordas grossas, ou seja, divergente (lente de óculos para míope); • Régua ou fita métrica. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 6 1/11/19 10:51 AM 87 M a n u a l d o P ro fe ss o r 7. ÓPTICA: UM UNIVERSO DE FORMAS E CORES AULAS 13 a 15 O caderno anterior (Caderno 1) apresentou o tema Ondas, trabalhando algumas características próprias de todas as ondas, tanto mecânicas quanto eletromagnéticas, e fornecendo subsídios para o estudo dos fenômenos lumino- sos. A partir deste módulo e em todo o Caderno 2, os fenômenos luminosos serão trabalhados do ponto de vista da Óptica geométrica. Neste módulo priorizamos os principais conceitos e princípios da Óptica geométrica. São formalizados concei- tos que provavelmente os alunos já conhecem de maneira informal, como as diferenças entre fontes de luz, meios ópticos, raios de luz e feixes de luz. São propostas algumas atividades experimentais bastante simples e de fácil execução. Embora os materiais ne- cessários para os experimentos sejam de fácil acesso, precisam ser providenciados com antecedência. Objetivos • Seriar e definir conceitos básicos, como fonte de luz, pincel de luz e meios ópticos, necessários para entender alguns fenômenos luminosos discutidos em Óptica geométrica. • Caracterizar e diferenciar fontes de luz primária de secundária, fontes de luz extensas de fontes pontuais. • Através de experimento, discutir o possível paralelismo dos raios solares que atingem a superfície da Terra. • Definir e destacar as diferenças entre meios transparentes, translúcidos e opacos. • Constatar através de atividades experimentais as afirmações dos princípios fundamentais da Óptica geométrica. Roteiro de aulas (sugestão) Aula Descrição Anotações 13 Correção da tarefa 3 da Aula 12 (Módulo 6) Fonte primária 3 fonte secundária de luz Atividade 1 Fonte pontual 3 fonte extensa de luz Atividade 2 Tipos de pincel de luz Atividade 3 Orientações para a tarefa 1 (Em casa) 14 Correção da tarefa 1 Meios ópticos Atividade 4 Atividade 5 Atividade experimental 1 Orientações para as tarefas 2 e 3 (Em casa) MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 7 1/11/19 10:51 AM 88 Ensino Fundamental Observação: A seção Rumo ao Ensino Médio pode ser trabalhada em sala ou indicada como tarefa. Noções básicas • Apropriar-se de informações referentes aos conceitos básicos e aos princípios fundamentais da Óptica geométrica. • Através de experimentos simples e rápidos, constatar as afirmações baseadas nos princípios da Óptica geométrica. • Identificar, ao menos qualitativamente, os três princípios fundamentais da Óptica geométrica. Estratégias e orientações Este primeiro módulo de Óptica foi especialmente produzido para que o aluno possa interagir e participar ati- vamente na aquisição de informações, desenvolvendo as atividades e os experimentos propostos na sequência do texto informativo. São experimentos simples e de rápida execução. É extremamente importante que você os oriente na preparação prévia do material que será utilizado em cada experimento. Reserve os minutos iniciais da aula para combinar/orientar/montar os grupos que deverão desenvolver os experimentos propostos neste caderno. São ma- teriais relativamente simples e de fácil aquisição. Com o material já reservado, a montagem e o desenvolvimento da atividade requerem pouco tempo de aula. Por essa razão sugerimos dois a três experimentos por aula. A ideia do primeiro experimento é mostrar que, apesar de os raios de luz solar serem divergentes, por causa da distância Sol-Terra, eles atingem uma pequena área da superfícieda Terra praticamente paralelos entre si. No experimento dos cartões com os furos (desalinhados), ao discuti-lo em classe, se achar necessário, você pode pedir a um aluno que passe um fio por entre os furos, aproximando uma das pontas da chama da vela, para que o outro aluno observe a chama ao mesmo tempo que segura e estica a outra ponta do fio. A chama da vela, os furos e o olho do aluno observador precisam estar alinhados. Insista no alinhamento – vela, furos e olho – em linha reta, permitindo a observação da fonte de luz. Recomende os cuidados necessários nos experimentos em que vai usar velas acesas e as canetas (ponteiras) de laser. O experimento da câmara escura é muito importante para se concretizar os fundamentos dos princípios da Óp- tica geométrica. Alternativamente, você pode substituir a lata de achocolatado por uma caixa de sapatos com tampa. Basta fazer um pequeno furo na parte frontal da caixa e, na parte oposta, fazer um recorte retangular, cerca de 3/4 de toda a parte, e colar papel translúcido cobrindo todo o recorte. É interessante também forrar a parte interna da caixa com cartolina preta. Para projetar uma imagem mais nítida, a sala deverá ser o mais escura possível, e o furo na caixa deverá ter um diâmetro bem pequeno. Dependendo do comprimento da caixa, o furo deve ter, no máximo, diâmetro igual ao de uma agulha de costura. Aproveite para instigar os alunos, durante o desenvolvimento dos experimentos, à observação cuidadosa do fenômeno, registrando os possíveis detalhes para posteriormente constatar ou contestar as afirmações dos princípios da Óptica geométrica. Aula Descrição Anotaç›es 15 Correção das tarefas 2 e 3 Princípios da Óptica geométrica Atividade experimental 2 Atividade experimental 3 Atividade experimental 4 Câmara escura de orifício Atividade experimental 5 Orientações para as tarefas 4 e 5 (Em casa) MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 8 1/11/19 10:51 AM 89 M a n u a l d o P r o fe s s o r Respostas e comentários Atividade 1 (página 423) Tanto Vênus como a Lua são fontes de luz secundária, pois refletem a luz do Sol. O Sol é uma fonte primária, pois emite luz própria. Atividade 2 (página 424) a) Em frente ao computador a tela é uma fonte extensa, e os sanduíches de LCD são fontes pontuais. b) Ao nos aproximarmos muito de um objeto bem peque- no, este objeto se torna relativamente grande. Logo, podemos considerar que os sanduíches de LCD são, ao microscópio eletrônico, fontes extensas. Atividade 3 (página 426) O pincel de luz é cônico divergente, porque, a partir de um “ponto”, a luz só pode sair “divergindo”. Atividade 4 (página 426) O único meio sempre transparente é o vácuo. Atividade 5 (página 427) Para produzir uma imagem mais realista do Sol, os egípcios esculpiram raios de luz, semirretas orientadas com origem no centro do Sol. (Note que eles não existem de fato, mas apenas indicam o caminho percorrido pela luz.) Atividade experimental 1 (página 428) I) Parte teórica Embora os raios sejam divergentes, devido à distância relativa entre o Sol e a Terra, é possível admitir que os raios solares que chegam à Terra sejam aproxima- damente paralelos entre si. II) Parte experimental a) A ripa possui mesmo comprimento que a sua sombra. Esse resultado era esperado, já que os raios solares que atingem a ripa são paralelos entre si. b) Atividade experimental 2 (página 430) C Só é possível observar a chama da vela se o olho, os dois furos dos cartões e a chama estiverem alinhados entre si, isto é, na mesma reta. Atividade experimental 3 (página 431) D Ao se cruzarem, não há interferência de um filete de luz laser sobre o outro. Ambos seguem suas trajetórias como se nada tivesse acontecido. Atividade experimental 4 (página 432) A O raio de luz que sai do rosto do seu colega e chega até você tem a mesma trajetória do raio de luz que sai do seu rosto e chega ao de seu colega, por isso vocês dois podem se ver através do espelho. Atividade experimental 5 (página 433) a) Quando se aproxima a pinhole da chama da vela, a imagem aumenta, e, quando ela é afastada, a imagem diminui. b) Por semelhança de triângulos, concluímos que 5 h H d D . Substituindo-se os dados do enunciado, temos 5 h 2,5 20 100 , ou seja, h 5 0,5 cm. Nível de bolha Ripa Sombra da ripa MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 9 1/11/19 10:51 AM 810 Ensino Fundamental Em casa (página 435) 1. a) Fonte de luz primária, pois emite luz própria. b) Fonte de luz secundária, pois reflete a luz das chamas das velas. c) Fonte de luz extensa, pois é relativamente grande. 2. a) A neblina tende a ser um meio translúcido, porque não permite uma visualização nítida das fontes de luz. b) O automóvel A, porque o pincel de luz é mais baixo, aberto e tem menor alcance. c) O automóvel D, porque o pincel de luz é mais alto, estreito e tem maior alcance. d) Cônicos divergentes, cilíndricos. 3. a) Princípio da propagação retilínea da luz. b) Os raios de luz são praticamente paralelos entre si. 4. a) Cilíndrico, uma vez que a luz é proveniente do Sol. b) Cônico convergente, uma vez que a lupa é uma lente convergente e o pincel de luz incidente é cilíndrico. 5. a) Aumenta. b) Diminui. c) O Sol, apesar de estar muito mais longe do observador que tem o “buraco entre as mãos”, é muito maior. Por isso, o ângulo visual dos dois objetos é o mesmo. Assim, tudo se passa como se suas imagens fossem sobrepostas na retina. Rumo ao Ensino Médio (página 438) 1. C O estudante não enxergaria o “raio de luz” (na verdade, filete de luz) porque não há partículas no ar que possam refletir (espalhar) a luz. O estudante também não enxergaria a “fonte de luz” (na verdade, a imagem da fonte de luz) porque não está posicionado corretamente em relação ao espelho. Para que isso acontecesse, ele deveria estar posicionado mais à direita, conforme mostra a ilustração seguinte. Olho do estudante Fonte de luz Imagem da fonte de luz Raio de luz Espelho MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 10 1/11/19 10:51 AM 811 M a n u a l d o P r o fe s s o r 2. D A figura seguinte mostra o muro, a senhora e suas respectivas sombras: x 6,0 m 1,6 m 4,0 m Por semelhança de triângulos: − 5 ~ 2 5 ~ 5 4 6 1,6 6 x 24 4x 9,6 4x 14,4 x_ 54 x 3,6 m 3. A Primeira situação: 5 ñ 5 ?x H y h H h x y Segunda situação: 5 ñ 5 ?x' H y h' H h' x' y Sugestão de material para consulta Na rede • CHIACCHIO, Branco. Pinhole: como funciona. Fotografia fácil. Disponível em: <http://fotografiafacil.wordpress. com/2010/09/07/pinhole-como-funciona/>. • E-FÍSICA. Óptica geométrica: princípios. IF-USP. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/otica/basico/geometrica/ principios/>. • OPTICKS de Sir Isaac Newton. Disponível em: <http://sirisaacnewton.info/writings/opticks-by-sir-isaac- newton/>. • PROGRAMA EDUC@R. Luz: fundamentos teóricos. CDCC-USP. Disponível em: <http://educar.sc.usp.br/otica/ luz.htm>. • UFMG. Fotografia pinhole. Disponível em: <www.eba.ufmg.br/cfalieri/pinhole.html>. Acesso em: 10 set. 2018. Igualando, vem: h x y h' x' y 6 2 4x' x' 3,0 m ? 5 ? ~ ? 5 _ 5 Portanto: Dx 5 x8 2 x 5 3 2 2 _ Dx 5 1,0 m x y hH MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 11 1/11/19 10:51 AM 812 Ensino Fundamental 8. CORES, SOMBRAS E PENUMBRAS AULAS 16 e 17 O que é, de fato, a cor? Existem cores alegres e cores tristes? Cores calmas e cores agressivas? O que vemos realmente e o que associamos àquilo que vemos? Neste módulo, por meio de experimentos simples, vamos verificar a dispersão da luz branca em suas respectivas cores, sendo possível caracterizar a cor de um corpo/objeto como a luz que ele reflete. Há realmente diferença entre sombra e penumbra? É possível “jogar” com sombra e penumbra para interpretar fenômenos que ocorrem ao nosso redor e na natureza em geral, como eclipses, por exemplo? Objetivos • Observar a decomposição da luz através de um prisma. • Verificar e discutir a conclusão de Newton de quea luz branca é, na realidade, a composição de todas as cores de luz. • Associar a cor de um corpo/objeto com a capacidade de refletir ou absorver a luz que nele incide. • Caracterizar e diferenciar sombra e penumbra. • Aplicar informações sobre luz e sombra para explicar eclipses do Sol e da Lua. Roteiro de aulas (sugestão) Aula Descrição Anotações 16 Correção das tarefas 4 e 5 do Módulo 7 A dispersão das cores Atividade experimental 1 – Parte 1 Atividade experimental 1 – Parte 2 Orientações para as tarefas 1 e 2 (Em casa) 17 Correção das tarefas 1 e 2 As cores que vemos Sombras e penumbras Atividade experimental 2 Eclipses solares e lunares: sombras e penumbra aplicadas à Astronomia Orientações para as tarefas 3 e 4 (Em casa) Observação: As seções Rumo ao Ensino Médio e Texto complementar podem ser trabalhadas em sala ou indicadas como tarefa. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 12 1/11/19 10:51 AM 813 M a n u a l d o P r o fe s s o r Noções básicas • Construir um projetor de filete de luz e visualizar/ observar a decomposição da luz branca através de um prisma. • Associar a cor de um objeto com a cor de luz refle- tida por ele. • Caracterizar sombra e penumbra utilizando atividades experimentais. • Explicar a ocorrência de eclipses solares e lunares. Estratégias e orientações Este módulo é bastante interativo, permitindo intensa participação do aluno no desenvolvimento dos temas propostos e trabalhados. Atente para o fato de que este módulo, relativamente curto, de apenas duas aulas, pos- sibilita tranquilamente a realização dos experimentos e sua discussão/correção, se as orientações no início deste Caderno (quanto a providenciar e/ou testar o material necessários) foram seguidas. Cuide que o projetor de filete de luz montado pelos alunos não deixe passar luz nas emendas das “tampas” com a lanterna e com o tubo. Se necessário, isole com fita adesiva as possíveis saídas de luz lateral. Somente um filete de luz deverá ser projetado pelo canudo. Os prismas ópticos usados comumente são objetos compostos de uma substância transparente, em geral vidro ou acrílico (que tem índice de refração maior que o do ar). Por ser um meio transparente limitado por duas faces planas não paralelas, separa em cores o feixe lumi- noso de luz visível que nele incide, pois há uma primeira dispersão numa face do prisma e, ao emergir da outra face, uma segunda dispersão. Convém observar que a luz monocromática vermelha é a que menos se desvia, e a violeta, a que mais se desvia. Lembre-se de que a banda da luz visível é delimitada por essas duas faixas: a vermelha, de menor frequência e maior comprimento de onda; e a violeta, de maior frequência e menor comprimento de onda. Também é possível verificar “em menor intensidade de cor” a dispersão da luz branca através do corpo plás- tico de uma caneta esferográfica. Basta olhar para uma lâmpada acesa através do cor- po plástico transparente da caneta esferográfica (sem a carga), posicionando-o horizontalmente bem diante dos olhos e girando-o devagar. É possível ver um “colorido”, semelhante ao de um arco-íris. Usando o prisma e o projetor de filete de luz, a vi- são dos componentes da luz branca é mais nítida: cores vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta. Após trabalhar o fenômeno de sombra e penumbra e a discussão sobre eclipses, indique a seus alunos os sites de Astronomia sugeridos ao final deste módulo. Em alguns deles existem animações que permitem “visualizar” eclipses solares e lunares. Para os alunos que demonstram maior interesse em temas de Astronomia, os sites também poderão servir de temas de pesquisa para posterior apre- sentação para a classe ou mesmo na feira cultural que muitas escolas realizam no final do ano letivo. Provocar situações que aumentem a curiosidade e a procura de informações que estão sendo estudadas é muito importante nesse momento. Respostas e comentários Atividade experimental 1 (página 440) Não, porque o laser é monocromático. Atividade experimental 2 (página 444) Esse experimento permite obter as seguintes con- clusões: 1a) Quando somente a lanterna azul está acesa, a parede é visualizada na cor azul, e evidencia-se uma sombra da mão (“mão preta”). 2a) Quando somente a lanterna vermelha está acesa, a parede é visualizada na cor vermelha, e evidencia-se uma sombra da mão (“mão preta”). 3a) Quando as duas lanternas estão acesas, a parede é visualizada na cor rosa (reflexão das cores azul e vermelha) e evidenciam-se duas penumbras da mão, sendo uma azul e outra vermelha. 4a) Com a aproximação das duas lanternas, as duas pe- numbras se intersectam. A região comum às duas penumbras é uma sombra (“preta”). Em casa (página 448) 1. Enxergamos os rostos pretos por exclusão, ou seja, vemos o que não é um vaso branco. (Se olhar fixa- mente para o “branco”, só verá o vaso. Se fixar o olhar no “preto”, verá os dois rostos.) 2. A bandeira brasileira num quarto escuro iluminada por luz monocrática verde seria vista verde e preta. A cor verde e a branca da bandeira refletiriam a luz verde, e as demais cores seriam absorvidas e vistas pretas. Se iluminada por uma luz violeta, a bandeira seria vista nas cores violeta e preta: a parte branca refletiria a luz violeta, e as demais absorveriam a luz violeta, sendo vistas pretas. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 13 1/11/19 10:51 AM 814 Ensino Fundamental 3. a), b) e c): d) A sombra aumenta e a penumbra fica menor. 4. a) Fonte extensa de luz. b) Nas regiões localizadas fora da penumbra e da sombra projetada pela Lua. c) Quando a Lua oculta por completo o disco solar, diz-se que o eclipse é total. Esse fato seria obser- vado em regiões localizadas sob a sombra (umbra) projetada pela Lua. d) Somente na fase de lua nova, quando a Lua transita entre o Sol e a Terra. Comente que não ocorre eclipse em todas as fases da lua nova, isto é, mensalmente. Este assunto foi estudado por eles no Caderno 4 do 6o ano. Então, relembre-os de que os planos das órbitas da Lua em torno da Terra e da Terra em torno da Sol não são coincidentes. O plano da órbita da Lua está inclinado 5,2° em relação ao plano da órbita da Terra. Apenas quando a reta de interseção entre esses dois planos passar pelo Sol poderá ocorrer um eclipse. Portanto, a Lua atravessa o plano orbital da Terra, podendo ocasionar eclipses duas vezes em um mesmo ano. Esses períodos são chamados de períodos de eclipses (justamente por serem os únicos em que os eclipses podem ocorrer ou não). Para que ocorra o eclipse solar, a Lua deverá estar na fase de lua nova. Essas circunstâncias, somadas, fazem que os eclipses solares totais sejam relativa- mente raros. e) Os eclipses lunares podem ocorrer quando a Lua se apresenta na fase de lua cheia e quando a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua. Porém não ocorrem eclipses lunares em todas as fases de lua cheia. Eles ocorrem somente quando os três astros estão alinhados. Rumo ao Ensino Médio (página 449) 1. E Segundo o gráfico, essa substância apresenta maior absorção para comprimentos de onda em torno de 500 nm, o que corresponde à cor verde. De acordo com o enunciado: ... “o comprimento de onda correspon- dente à cor do objeto é encontrado no lado oposto ao comprimento de onda da absorção máxima”. Na roda de cores, nota-se que o comprimento de onda oposto ao da cor verde é o da cor vermelha. 2. A A 1a foto corresponde a um observador próximo ao eclipse total, mas ainda enxergando uma pequena porção do Sol à sua esquerda, isto é, corresponde ao observador III. A 2a foto corresponde a um observador próximo à região de percepção completa do Sol, com a Lua ocultando o seu lado esquerdo, isto é, corresponde ao observador V. A 3a foto corresponde a um observador próximo à região de percepção completa do Sol, com a Lua ocultando o seu lado direito, isto é, corresponde ao observador II. Na estante • CANIATO, Rodolfo. As linguagensda Física. São Paulo: Ática, 1990. • CANIATO, Rodolfo. O céu. São Paulo: Ática, 1993. • FEYNMAN, Richard Phillips. Física em 12 lições. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. • OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Astronomia e Astrofísica. São Paulo: Livraria da Física, 2004. Na rede • ASTRONOMIA no zênite. Disponível em: <www. zenite.nu>. L Verm L Verm Parede branca Parede branca Mão Mão L L P P S S P P L L L Azul L Azul Sugestão de material para consulta MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 14 1/11/19 10:51 AM 815 M a n u a l d o P r o fe s s o r • CDCC-USP. Eclipses solares e lunares. Disponível em: <www.cdcc.usp.br/cda/aprendendo-basico/eclipses- solares-lunares/eclipses-solares-lunares.htm>. • INOVAÇÃO Tecnológica. Geoengenharia pode des- truir azul do céu. Disponível em: <www.inovacao tecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo= geoengenharia-destruir-azul-ceu&id5010125120604>. Acesso em: 12 nov. 2018. • MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Astronomia & As- tronáutica. Disponível em: <www.ronaldomourao.com>. • O INICIANTE em astronomia. Disponível em: <http:// zeca.astronomos.com.br/astronomia>. • OLIVEIRA, Henrique J. Q. et al. Astronomia para professores do Ensino Fundamental. CDCC-USP. Disponível em: <www.cdcc.usp.br/cda/ensino-fun damental-astronomia/index.html>. • OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Eclipses. Astronomia e astrofísica. Disponível em: <http://astro. if.ufrgs.br/eclipses/eclipse.htm>. Texto complementar I Ondas eletromagnéticas, cargas elétricas e cores Quando determinada onda eletromagnética incide sobre uma carga elétrica, ela é obrigada a vibrar na mes- ma frequência da onda. No entanto, os átomos e seus agrupamentos, as moléculas e as redes cristalinas das diversas substâncias não reagem da mesma forma quando postos a vibrar. Têm frequências naturais de vibração, isto é, “prefe- rem” emitir e absorver radiação de determinada frequên- cia. Podem até vibrar em outras frequências, mas o fazem de forma mais eficiente nas frequências naturais. Eficiência, nesse caso, significa oscilar com amplitude máxima. Essa diferença entre os modos de vibração dos componentes da matéria é responsável por todo compor- tamento da luz, ou melhor, da radiação de maneira geral. Quando uma onda de frequência qualquer incide num material, os elétrons absorvem a energia dela e, ao vibrarem, reemitem novas radiações de mesma fre- quência que a da onda incidente. Nesse processo, não há perda de energia, pois a onda absorvida pelo elétron é reemitida num processo de troca, ou remissão. Assim ao vibrar, a carga reemite a onda excitadora em todas as direções, ela é espalhada. Esse fenômeno pode ser chamado de espalhamento. Em geral, a reemis- são de ondas é seletiva. As de maior frequência tendem a ser mais espalhadas que as de menor. Esse fato permite que vejamos o “azul do céu” em boa parte do dia, no período em que o Sol está a uma certa altura no céu. A atmosfera é composta de diversos gases e, entre eles, encontramos o oxigênio e o nitrogênio em abun- dância. A luz branca, partindo do Sol, incide sobre a atmosfera e faz com que os elétrons das moléculas de O 2 e de N 2 vibrem na faixa da luz visível. Como o espa- lhamento é seletivo, esses gases irão espalhar em maior quantidade as ondas situadas na faixa de frequência da cor azul. O espalhamento do azul ocorre ao longo do caminho da luz pela atmosfera e isso nos dá a impres- são que o céu é azul, pois é essa luz que recebemos quando o olhamos. O avermelhado do Sol ao entardecer também é resultado do espalhamento seletivo da radiação solar pela atmosfera. Nesse período do dia, o Sol está próxi- mo ao horizonte, isto é, seus raios atingem a superfície terrestre num ângulo muito agudo, percorrendo um caminho muito maior para chegar até nós e atraves- sando grande parte da atmosfera onde existem muitas partículas em suspensão. A parcela azul do feixe de luz solar é totalmente espa- lhada bem antes de aproximar-se da superfície da Terra. A luz verde, por sua vez, também é bastante atenuada, pois o caminho é longo, chegando até nós em menor intensidade que a luz amarela, a alaranjada e a vermelha. Dessa forma, a luz predominante é uma mistura desses três últimos feixes, que resulta num tom alaranjado. A tonalidade vai se tornando mais avermelhada à medida que o Sol se põe, pois o amarelo e o alaranjado vão sen- do sucessivamente enfraquecidos em nossa direção. Essa luz, refletindo-se nas nuvens mais baixas e nas partículas de poeira em suspensão próximas à superfície da Terra, proporciona o espetáculo colorido do pôr do sol. Sem a atmosfera, nada disso seria possível. Veríamos um céu negro com todas as estrelas visíveis e o Sol como uma bola luminosa. Na realidade, é essa visão que temos do céu a aproximadamente 30 km de altura, onde o ar é muito rarefeito. O que chamamos de dia é, na verdade, o espalhamento e a difusão da luz solar pela nossa atmosfera. As variações de componentes na atmosfera são res- ponsáveis pelas diferentes colorações do céu. A ausên- cia de umidade (vapor de água) e de poeira, propor- cionam um azul intenso. É o que ocorre no alto das montanhas, nas regiões de elevada altitude, nas regiões secas, e no inverno. Quando há muita poeira e/ou vapor d’água, as radia- ções de frequências mais baixas também são espalhadas e o céu torna-se esbranquiçado. FIGUEIREDO, Aníbal; PIETROCOLA, Maurício. Luz e cores. São Paulo: FTD, 1997. (Adaptado.) MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 15 1/11/19 10:51 AM 816 Ensino Fundamental Texto complementar II O disco de Newton O disco de Newton, encontrado praticamente em todos os livros de Ciências, é outra experiência interessante, pois mostra o inverso da decomposição da luz por um prisma. Amarelo Verde Azul Anil Vermelho Laranja Na tentativa de recompor luz a partir das cores do arco-íris, os alunos esperam obter um branco total como resultado da experiência e, na maioria das vezes, obtêm a cor cinza ou ocre. Para que não fiquem decepcionados, convém alertá-los sobre alguns problemas previsíveis: • cada setor do disco é de uma só cor; no espectro, as cores são contínuas; • os pigmentos usados na pintura dos vários setores (6 ou 7) não são de cores puras; além disso, ao pintar, os alunos costumam carregar muito nas cores; • os setores pintados no disco devem ter tamanhos diferentes, sendo o anil e o laranja os menores entre eles; • o disco precisa ser girado com grande velocidade, e para isso deve-se usar um conjunto de polias ou uma fu- radeira elétrica. É inevitável que o efeito visual obtido quando girar o disco com a mão, preso a um lápis ou vareta, fique longe do esperado, nem se aproximando do cinza. Fazer essa experiência em aula, portanto, é uma oportunidade interessante para discutir alguns problemas relacionados a atividades práticas, mostrando que o resultado a que se chega nem sempre é exatamente igual ao esperado. FIGUEIREDO, Aníbal; PIETROCOLA, Maurício. Luz e cores. São Paulo: FTD, 1997. (Adaptado.) MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 16 1/11/19 10:51 AM 817 M a n u a l d o P ro fe ss o r 9. REFLEXÃO EM ESPELHOS PLANOS E ESFÉRICOS AULAS 18 a 20 Como surgiram os espelhos? Que dados históricos temos sobre isso? Por que usar espelhos? Espelhos para “nos divertir”, espelhos para a segurança em geral, espelhos para a pesquisa científica, espelhos para diversas finalida- des... Que princípios físicos os espelhos nos permitem interpretar? E aprofundar nosso conhecimento? E avançar na tecnologia? Quantas (e importantes) funções dos espelhos, não é mesmo? Neste módulo, vamos discutir resumidamente um pouco de cada tema. Objetivos • Conhecer alguns dados históricos sobre os espelhos. • Caracterizar a reflexão especular (regular) nos espelhos. • Verificar experimentalmente as leis da reflexão especular. • Apresentar qualitativamente as características do espelho plano e diferenciar imagem real de imagem virtual. •Determinar geometricamente a imagem virtual de um objeto real em um espelho plano. • Diferenciar reflexão difusa de reflexão especular. • Apresentar qualitativamente algumas características dos espelhos esféricos côncavo e convexo, bem como das imagens produzidas por eles. • Conhecer algumas aplicações práticas dos espelhos planos e esféricos. Roteiro de aulas (sugestão) Aula Descrição Anotações 18 Correção das tarefas 3 e 4 do Módulo 8 Algumas reflexões sobre os espelhos Atividade 1 Reflexão em espelhos planos e esféricos Leis da reflexão Atividade experimental 1 Orientações para as tarefas 1 a 4 (Em casa) 19 Correção das tarefas 1 a 4 Espelhos planos Atividade experimental 2 Atividade experimental 3 Atividade 2 Atividade 3 Orientações para as tarefas 5 a 7 (Em casa) MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 17 1/11/19 10:51 AM 818 Ensino Fundamental Aula Descrição Anotações 20 Correção das tarefas 5 a 7 Espelhos esféricos O foco dos espelhos esféricos Atividade 4 Atividade experimental 4 Atividade 5 Orientações para as tarefas 8 a 10 (Em casa) Observação: A seção Rumo ao Ensino Médio pode ser trabalhada em sala ou indicada como tarefa. Noções básicas • Conhecer um pouco da história e da utilização de espelhos em diferentes épocas. • Constatar as leis da reflexão pela execução de ex- perimentos. • Diferenciar reflexão especular de reflexão difusa. • Enumerar as principais características dos espelhos planos e esféricos. • Associar a formação de imagens virtuais e reais e campos visuais aos espelhos planos e esféricos. Estratégias e orientações Note que todo este caderno é bastante interativo e com diversas atividades experimentais que permitem in- tensa participação do aluno no desenvolvimento da aula. Atente que este módulo também possibilita a realização dos experimentos e sua discussão/correção, se as orien- tações do início deste caderno (quanto a providenciar e/ ou testar materiais necessários) foram seguidas. Na atividade experimental As leis da reflexão na prática, cuide que os “espelhinhos” estejam encaixados corretamente sobre a folha de papel sulfite na parte in- terna inferior da caixa de sapatos, conforme ilustração nos procedimentos do experimento. Os valores obtidos para os ângulos de incidência e de reflexão dependerão de cada equipe e certamente serão diferentes de uma equipe para outra. O importante é que os pares de ân- gulos (de incidência e de reflexão) obtidos por cada uma deverão apresentar valores iguais (ou muito próximos um do outro). Em geral, algumas confusões feitas pelos alunos do Ensino Fundamental em relação a objetos e imagens decorrem da falta de um entendimento claro do que são raios incidentes, raios emergentes (refletidos e/ou refratados efetivos) e os prolongamentos des- ses raios. Por isso, ao trabalhar com espelho plano, por exemplo, é importante desenhar um esquema que represente os raios incidentes e refletidos com linhas cheias e os prolongamentos dos raios refletidos com linhas tracejadas. Um espelho plano de tamanho médio pendurado na lousa ajuda a entender o conceito de campo visual. Peça, por exemplo, a alunos sentados em locais opostos que descrevam o que veem. Outra sugestão é localizar alguns objetos fora do campo de visão de determinado aluno e pedir a ele que os localize no espelho: ele não conseguirá ou mudará de lugar (alterando o campo de visão). O mesmo espelho será útil para o trabalho com simetria, igualdade, imagem reversa, imagem direita, imagem virtual. Dedique o maior tempo possível destas aulas à realiza- ção das atividades práticas. O texto do Caderno do Aluno pode ser lido antecipadamente em casa e explicado rapi- damente em classe. Ao realizar o experimento proposto, explique os elementos de um espelho esférico. Também será mais interessante discutir os dados registrados após as observações dos alunos. O estudo sobre a formação de imagens em espelhos esféricos não será aprofundado neste momento. Esse tema será trabalhado no Ensino Médio. Caso tenha interesse em apresentar aos alunos os princípios básicos de “Construção geométrica e obten- ção de imagens em espelhos esféricos”, entre no site do Anglo Convênio, em Ensino Fundamental II, Física, na pasta Material para Download e no item “Material Com- plementar”. Ali você encontrará uma síntese desse tema. Se optar por uma projeção em PowerPoint sobre formação de imagens em espelhos esféricos, procure no site do Anglo Convênio, Física, Ensino Fundamental II, em “Recursos Multimídia”. Respostas e comentários Atividade 1 (página 455) a) O quartzo, mineral formador de rochas, é mais duro que o metal. Portanto, o polimento se dá através dos microrriscos que a areia produz na superfície metálica, diminuindo as suas irregularidades e, assim, tornan- do-a mais plana. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 18 1/11/19 10:51 AM 819 M a n u a l d o P r o fe s s o r b) O vidro, que pode ser fabricado a partir da areia do deserto, possui características semelhantes às do quart- zo: é duro, frágil, transparente e inoxidável. Trata-se, portanto, de um ótimo material para proteger o metal refletor contra riscos e oxidação, permitindo ainda a passagem da luz necessária à formação das imagens. Atividade experimental 1 (página 456) Embora os resultados obtidos por cada equipe pos- sam ser diferentes, as medidas dos ângulos de incidência e reflexão devem ser iguais (ou muito próximas) para cada equipe. Atividade experimental 2 (página 458) a) Mão esquerda. b) 30 cm. c) Se justapôs a ela (mão e imagem se encostam). d) Também fez o sinal de joia, com o dedão apontando para cima. Atividade experimental 3 (página 460) Porque uma imagem virtual da chama da vela acesa se forma sobre o pavio da vela apagada. Atividade 2 (página 461) r E D O 2 O 3 O 1 A I 1 R 1 R 2 I 2 A' Apenas o observador O 2 , porque somente ele recebe diretamente em seus olhos o pincel de luz refletido no espelho, imaginando onde está o seu vértice, ou seja, a imagem virtual da chama da vela. Lembre-se de que é impossível “enxergar a luz”, mas somente o vértice de um pincel de luz. Quando rece- bemos luz em nossos olhos, nossa mente, sabendo que a luz sempre caminha em linha reta, avalia de onde ela saiu, ou seja, qual é sua origem (vértice de pincel de luz). Atividade 3 (página 462) Quando uma superfície rugosa reflete a luz, esta se difunde, desfazendo a forma original do pincel de luz incidente. Portanto, na reflexão difusa, contrariamente à reflexão especular, não existe um vértice único para a luz que está sendo refletida, ou seja, não há imagem. Atividade 4 (página 465) Arquimedes utilizou um espelho côncavo ou um con- junto de espelhos planos que, associados, compunham um grande espelho côncavo. Somente com esse tipo de espelho é possível convergir a luz do Sol para uma mesma região, ateando fogo nos navios. Atividade experimental 4 (página 466) a) A imagem é invertida. b) A imagem vai ficando cada vez mais ampliada, até se tornar um borrão. Aproximando mais um pouco, a imagem aparece novamente. Nota: no ponto em que se forma o borrão, o dedo (objeto real) se encontra mais ou menos sobre o foco do espelho. O foco está na metade da distância entre o vértice do espelho e o centro de curvatura. c) A imagem é direita e ampliada. d) A imagem é direita e reduzida. e) Não. Como se trata de um “espelho convexo”, a ima- gem será sempre menor e direita em relação ao dedo (objeto real). Atividade 5 (página 467) a) Como se nota, os espelhos convexos proporcionam um campo visual maior do que os espelhos planos. Isso acontece porque as imagens que eles produzem são, além de direitas, menores do que os objetos, ou seja, “cabem mais imagens no mesmo espelho”. b) Quando o motorista observa outro veículo através do retrovisor interno, que é plano, sua mente estima a que distância tal veículo se encontra dele. No entanto, caso eleobserve novamente o mesmo veículo, só que através do espelho retrovisor externo, que é conve- xo, como a imagem é proporcionalmente menor, sua mente lhe dirá que o veículo se distanciou dele nesse intervalo de tempo. Caso isso não tenha acontecido, a chance de o motorista fechar o veículo que vem atrás, provocando um acidente, aumenta. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 19 1/11/19 10:51 AM 820 Ensino Fundamental c) Como esses espelhos são utilizados muito próximo dos objetos, eles produzem imagens direitas e amplia- das, facilitando a visualização. Em casa (página 469) 1. Utilizando a malha quadriculada fornecida para ga- rantir a simetria dos raios incidente e refletido em relação à reta normal n, temos: E i r n Raio incidente Raio refletido 2. PE i = 45° r = 45° Raio incidente n Raio refletido 3. E P i = r = 0° n Raio incidente e raio refletido 4. A medida do ângulo de reflexão é r 5 60°. Justificativa: Como a medida do ângulo entre o raio de incidência e o espelho é de 30°, a medida do ângulo de incidência é i 5 90° 2 30°, ou seja, i 5 60°. Logo, a medida do ângulo de reflexão é r 5 i 5 60°. 5. Conforme o roteiro fornecido, temos a seguinte cons- trução: A AÕ 6. B C D A E B' C'D' A' E' 7. a) O letreiro está escrito invertido. É que os letreiros das ambulâncias foram feitos para ser vistos pelos motoristas através dos espelhos retrovisores dos seus carros. Quando isso acontece, como o espe- lho produz uma imagem invertida do letreiro, ele poderá ser lido na forma correta. E, assim, esses motoristas podem identificar tais veículos, diferen- ciando-os de outros providos de sirene, como os de bombeiros e os de polícia. b) 80 km/h. c) 80 km/h. d) 160 km/h (soma dos valores absolutos das velo- cidades). 8. A superfície espelhada do edifício londrino funcionou como um espelho côncavo (ou parabólico côncavo), convergindo a luz do Sol (cujos raios são paralelos entre si) para uma região focal, onde se encontrava o automóvel em questão. 9. Espelho convexo. A imagem é direita, virtual e menor que o objeto. 10. Neste desenho, a imagem do coelho está ampliada. No entanto, a bola de natal, fazendo o papel de es- pelho convexo, só forma imagens reduzidas. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 20 1/11/19 10:51 AM 821 M a n u a l d o P r o fe s s o r Rumo ao Ensino Médio (página 473) 1. C O ponto P está a 10 m de altura do chão e a 10 m de distância do espelho. Logo, o triângulo PMA é retângulo isósceles, ou seja, a 5 45o, conforme ilus- trado a seguir. P M ir 10 m A 10 m Espelho plano Nascente (0°) Zênite (90°) a Desse mesmo esquema podemos inferir que: r 5 90° 2 a r 5 90° 2 45° _ r 5 45° Lembrando que os ângulos de incidência e reflexão possuem mesma medida: i 5 r _ i 5 45° Portanto, a luz do Sol atingiu o espelho entre 6 h da manhã (0°) e 12 h (90°), ou seja, às 9 h (45°). 2. D Para a situação descrita pelo enunciado, temos o seguinte esquema. E Logo, para que a imagem do relógio corresponda a 8 horas, o relógio deverá estar marcando 4 horas. 3. D Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal de um espelho esférico côncavo reflete pas- sando pelo foco desse espelho. Logo, a figura que representa o funcionamento do espelho descrito pelo enunciado é d. Sugestões de atividades extras Caso disponha de tempo e/ou queira aprofundar um pouco mais o tema “objetos e imagens em espelhos”, utilize os complementos abaixo. 1. Obter a imagem dos seguintes objetos reais. a) Seta u ruu AB A B Dica: Sabemos que a imagem de um ponto A é o simétrico A' em relação ao plano do espelho. Por extensão de raciocínio, a imagem de u ruu AB é u ruuuu A' B'. Para obtê-la graficamente, obtenha a imagem A' de A e a imagem B' de B. Em seguida, mentalmente: se, ligando de B para A, obtenho u ruu AB , ligando de B' para A', obtenho u ruuu A'B'. A A' B'B MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 21 1/11/19 10:51 AM 8 22 Ensino Fundamental b) Seta u ruu AB A B 45¼ A A' B' B 45¼ 2. Você já notou que muitas lanternas possuem um ajuste rosqueável na extremidade onde se encontra a lâmpada? Tal ajuste tem uma finalidade: possibilitar ao usuário produzir um facho mais aberto, para uma iluminação mais ampla, ou então mais fechado, para iluminar mais longe. Suponha que fosse possível posicionar a lâmpada de modo que o pincel fosse cilíndrico. Nesse caso, em que ponto estaria a lâmpada em re- lação ao espelho? No foco. 3. Brincando com reversão de um modo experimental e fácil... E sem espelhos! Material • Régua de 30 cm (se tiver maior, melhor) • Folha de papel sulfite A4 • Lápis Procedimento • Com o auxílio de uma régua, divida transversal- mente uma folha de papel sulfite A4 ao meio. Esta reta é a representação de um espelho em perfil. • Escreva, a lápis e utilizando letras maiúsculas, uma palavra qualquer, como AMBULÂNCIA. Uma pauta bem leve poderá ajudá-lo na caligrafia. • Dobre a folha de papel exatamente na reta que representa o espelho. Após a dobradura, a palavra AMBULÂNCIA deve fazer contato com o papel do outro lado da reta. • Com o lápis, decalque o verso da palavra AMBU- LÂNCIA. • Desdobre a folha e confira o resultado. Conforme será possível observar, a palavra “ambu- lância” deverá aparecer invertida, como se estivesse sendo visualizada através de um espelho plano. A R T U R M A R F IN /S H U T T E R S T O C K MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 22 1/11/19 10:51 AM 823 M a n u a l d o P ro fe ss o r 10. REFRAÇÃO AULAS 21 a 23 Quais são as principais diferenças entre a refração e a reflexão? No Ensino Fundamental esses conceitos ainda são confundidos pelos alunos. Neste módulo daremos ênfase à refração da luz e aos índices de refração. Posteriormente usaremos parte das informações discutidas sobre refração neste Módulo 10 para o estudo das lentes. Objetivos • Definir o fenômeno da refração e diferenciá-lo do fenômeno da reflexão. • Propor uma analogia da refração com uma atividade prática de deslocamento (construir e interpretar um modelo prático para a refração). • Observar experimentalmente a refração de um pincel de luz. • Caracterizar a refração sob o ponto de vista geométrico. • Discutir qualitativamente a formação de imagens por dioptros planos. • Caracterizar refringência e determinar alguns índices de refração. Roteiro de aulas (sugestão) Aula Descrição Anotações 21 Correção das tarefas 8 a 10 do Módulo 9 A refração Uma analogia mecânica para a refração Atividade 1 A refração de um filete de laser Atividade 2 Atividade 3 Orientações para as tarefas 1 e 2 (Em casa) 22 Correção das tarefas 1 e 2 Formação de imagens por dioptros planos Atividade 4 Atividade experimental Orientações para as tarefas 3 e 4 (Em casa) 23 Correção das tarefas 3 e 4 Refringência e índice de refração Atividade 5 Orientações para as tarefas 5 e 6 (Em casa) Observação: A seção Rumo ao Ensino Médio pode ser trabalhada em sala ou indicada como tarefa. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 23 1/11/19 10:51 AM 824 Ensino Fundamental Noções básicas • Caracterizar refração e diferenciá-la de reflexão. • Com o uso de modelos, constatar a alteração da velocidade e a mudança na direção de propagação do pincel de luz, quando a incidência é oblíqua na superfície de separação entre dois meios homogêneos e transparentes. • Verificar o fenômeno da refração, sem alteração na direção de propagação do pincel de luz, mas com diminuição de velocidade, quando a incidência é perpendicular à superfície de separação entre os dois meios homogêneos e transparentes. • Caracterizar refringência e solucionar problemas aplicando/utilizando o índice de refração. Estratégias e orientações As atividades deste módulo são simples e de fácil execução, permitindo melhor entendimento do fenô- meno da refração da luz pelos alunos. Ao realizá-las, é importante destacar a maneira como ocorrea incidência dos raios luminosos numa superfície de separação. O fenômeno do desvio do raio luminoso é característico da incidência oblíqua (inclinada). A atividade inicial deixa clara essa situação proposta. É possível reforçá-la ainda mais recorrendo a um experimento demonstrativo muito simples, feito apenas com copo, água e lápis. Num copo de vidro liso e transparente, com água até um pouco mais que a metade de sua capacidade, coloque um lápis com tamanho suficiente para que uma parte dele fique fora do copo. Peça aos alunos que observem detalhadamente o conjunto lápis, copo e água em três situações diferentes: • de cima para baixo, verticalmente, segurando o copo com uma das mãos e observando o conjunto pela boca do copo; • de baixo para cima, também verticalmente, observan- do o conjunto através do fundo do copo; • lateralmente, com o copo apoiado sobre a mesa. Após as observações, pergunte aos alunos: a) Em quais situações o lápis parece “quebrado” ou “tor- to”, exatamente no ponto da superfície que separa o ar e a água? b) Em quais situações não se observa a “distorção apa- rente” do lápis? c) Que hipóteses você pode propor para justificar suas respostas acima? Justifique esclarecendo que a luz, ao passar de um meio de propagação para outro, modifica sua velocidade sofrendo o fenômeno denominado refração. Dependendo de como a luz incide na superfície de separação entre os dois meios transparentes, pode ocorrer ou não um desvio na trajetória da luz. Quando os raios de luz inci- dem perpendicularmente à superfície de separação entre dois meios diferentes, a refração não é acompanhada por um desvio na trajetória da luz, e as “distorções” não são observadas. Eles podem constatar esse fato ao realizar os itens a e b. Também é possível verificar que a luz sofre um des- vio quando se refrata, incidindo obliquamente (incli- nadamente) à superfície. Por isso o lápis mergulhado no copo d’água parece estar “quebrado” (situação c). Esse efeito não é observado na incidência dos raios paralelos, nem na incidência dos raios perpendiculares à superfície de separação entre os dois meios. Se os alunos tiverem dificuldade em observar o lápis dentro do copo por cima e pelo fundo (perpendicular ao olho), peça a eles que segurem o lápis em pé (posição vertical) dentro do copo com água e observem lateralmente. O efeito será praticamente o mesmo: o lápis não parecerá quebrado, apenas mais grosso, pois a superfície arredon- dada do copo com água funcionará como uma lente de pequeno aumento. Destaque ainda a mudança de velocidade da luz, ao se propagar em meios diferentes, e a mudança de dire- ção de propagação do raio refratado, aproximando-se ou afastando-se da reta normal em função do meio de propagação. Na discussão do índice de refração, consideramos a velocidade da luz de 3 3 105 km/s tanto para sua propa- gação no vácuo como na atmosfera. Por isso trabalhamos apenas com o índice de refração absoluto. Questões que exigem índices de refração relativos (relação entre dife- rentes substâncias e meios), por serem mais específicas, serão trabalhadas no Ensino Médio. Atente para a aula 23, que é relativamente curta. É possível que sobre algum tempinho, assim você poderá começar a introduzir informações sobre lentes (do último módulo). Respostas e comentários Atividade 1 (página 476) Sim, o desvio seria maior ainda, pois a diferença entre as velocidades nos dois meios seria ainda maior. Atividade 2 (página 477) A luz se propaga mais lentamente na água. Para se afirmar isso, basta perceber que a luz, quando passa do ar para a água, desvia-se de sua trajetória original de forma análoga aos soldados marchando do asfalto para a lama. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 24 1/11/19 10:51 AM 825 M a n u a l d o P r o fe s s o r Atividade 3 (página 477) Diminui também. Existe, sim, uma proporcionalidade entre as medidas dos ângulos i e r. No entanto, ela só é direta para os senos desses dois ângulos, o que é conhecido como lei de Snell-Descartes, que será vista com detalhes no Ensino Médio. Atividade 4 (página 479) n E Ar Água M D O P P' A lei de Snell-Descartes e o fenômeno da reflexão total não são abordados em nosso curso. Ainda que tivessem sido, o índice de refração médio da água não foi fornecido. Dessa maneira, a resolução dessa ativi- dade deverá ser qualitativa, ou seja, não é preciso se preocupar com as medidas dos ângulos de incidência e refração, mas apenas com o fato de a medida do ân- gulo de refração ser maior que a medida do ângulo de incidência. Lembre a seus alunos que, quando a luz se propaga do meio mais refringente para o meio menos refringente, ela se “afasta” da normal. a) O peixe. b) Como a imagem está mais próxima, ela parece ser maior do que o peixe realmente é. Atividade experimental (página 480) a) Não, a moeda continua fixa no fundo do recipiente. No entanto, à medida que se coloca água, a imagem vai se formando acima dela, devido ao fenômeno da refração da luz. b) Na refração, os raios luminosos, ao saírem da água para o ar, passam de um meio mais refringente para outro menos refringente. Assim, o raio refra- tado se afasta da reta normal, permitindo a visão da moeda. Atividade 5 (página 481) Ar n n Vidro Ar Laser a b g d Não é preciso se preocupar com medidas. No entanto, fique atento para que a > b e d > g. Em casa (página 484) 1. a) Laser n Ar Acr’lico b) Laser n Ar Acr’lico MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 25 1/11/19 10:51 AM 826 Ensino Fundamental c) Laser n Ar Acr’lico 2. a) O raio incidente é o II, o refletido é o I e o refra- tado é o III. b) Essa cor de luz se propaga mais rapidamente no meio A, dado que, ao refratar para o meio B, o raio “se aproximou da normal”. 3. O lápis parece estar quebrado com a ponta dobrada para cima devido ao fenômeno de elevação aparente da imagem, ou seja, a imagem da parte submersa do lápis é mais alta do que o nosso cérebro imagina que seria para o lápis. 4. 5 ~ 5 ?? _ 5n c v n 3 10 1,7 10 n 1,76 5 5 É interessante lembrar que o índice de refração é adimensional, isto é, não tem unidade. 5. 5 ~ 5 ? _ 5 ?n c v 2,42 3 10 v v 1,25 10 km/s 5 5 6. a), b), c), d) e) A medida do ângulo de incidência é menor do que a medida do ângulo de refração, ou seja, i < r, fato que pode ser verificado diretamente no esquema anterior. f) A água é um meio mais refringente que o ar, e isso significa que a velocidade da luz na água é inferior à velocidade da luz no ar. O fato de i < r corrobora essa afirmação. Rumo ao Ensino Médio (página 487) 1. B I. CORRETA. Os meios transparentes permitem a propagação regular da luz. Em outras palavras, um observador vê um objeto com nitidez através desse meio. II. INCORRETA. A dispersão é devida à refração e não à reflexão. III. INCORRETA. A luz branca é composta de todas as cores do arco-íris. 2. E Conforme a figura seguinte, ao refratar-se da água para o ar, o raio de luz emitido pelo peixe sofre des- vio em sua trajetória. O observador vê a imagem do peixe acima de sua posição real. Peixe Imagem Ar Água Observador 3. D Como a luz aproxima-se da reta normal (b > a), podemos concluir que o meio B é mais refringente que o A, ou seja, n B > n A . Logo, de acordo com a definição de índice de refração, a velocidade de propagação da luz no meio B é menor que no meio A (v B < v A ). Vidro Água Ar Homem (H) Imagem da parte submersa do homem (H') Observador (O), fotógrafo da cena i r x MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 26 1/11/19 10:51 AM 827 M a n u a l d o P r o fe s s o r Sugestões de atividades extras Caso queira aplicar mais exercícios referentes aos temas trabalhados neste módulo, utilize, se considerar perti- nente, os exercícios abaixo. 1. Considerando a velocidade da luz no vácuo 3 ? 105 km/s e o índice de refração absoluto no ar de 1,0003, calcule: a) A velocidadeaproximada da propagação da luz no ar. b) De quanto diminuirá aproximadamente a velocidade da luz ao passar do vácuo para o ar? Respostas: a) av 1 5 3,0 ? 105 km/s v 2 5 v n 1 v 2 5 ? v 2 5 ?3 10 1,0003 5 5 2,9991 ? 105 km/s n 5 1,0003 b) v 1 5 3,0 ? 105 km/s 5 300 000 km/s D 5 v 1 2 v 2 v 2 5 2,9991 ? 105 km/s 5 299 910 km/s D 5 300 000 2 299 910 Diferença 5 ? D 5 90 km/s 2. Olhando um lago com água limpa e transparente, vê-se um peixe. Ele parece estar a certa profundidade e em determinada posição, mas você sabe (pelo que estudou em Física) que elas não correspondem à realidade, pois, em seu percurso, a luz emitida pelo peixe muda a direção de propagação. a) Onde a luz muda sua direção de propagação? Por quê? b) Que nome damos a esse fenômeno? Respostas: a) Na superfície de separação entre o ar e a água. Porque a luz sai de um meio mais refringente (água), para outro menos refringente (ar); com isso, os raios luminosos se afastam da reta normal, mudando sua direção de propagação. b) Refração da luz. 3. Por que, ao atravessar uma lente de vidro ou de acrílico, a luz sofre duas refrações? Resposta: Porque a luz passa do ar para a lente (1a refração) e, depois, da lente para o ar (2a refração). 4. Determine a velocidade de propagação da luz em um líquido homogêneo e transparente com índice de refração absoluto 1,36. Considere a velocidade da luz no vácuo de 3 ? 108 m/s. Resposta: v 1 5 3 ? 108 m/s; n 5 1,36 v 2 5 v n 1 v 2 5 ?3 10 1,36 8 5 2,20 ? 108 m/s 5. A velocidade da luz em certo óleo é igual a 2 3 da velocidade da luz no vácuo. a) Qual é a velocidade de propagação da luz no óleo? b) Qual é o índice de refração do óleo? Respostas: a) v 5 ? ?2 3 10 3 km/s 5 5 2 ? 105 km/s MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 27 1/11/19 10:51 AM 8 28 Ensino Fundamental b) v 1 5 3 ? 105 km/s; v 2 5 2 ? 105 km/s n 5 v v 1 2 n 5 ? ? 3 10 2 10 5 5 5 1,5 Utilize a tabela abaixo para responder às questões 6 a 8. Substância Índice de refração absoluto Gelo 1,31 Água 1,33 Álcool etílico 1,36 Glicerina 1,47 Acrílico 1,49 Vidro 1,5 Diamante 2,42 6. Qual das substâncias mencionadas na tabela acima é mais refringente? Justifique. Resposta: O diamante. O meio ser mais refringente significa que ele oferece maior dificuldade para a propagação do feixe de luz, que se propaga então com menor velocidade, tendo, portanto, maior índice de refração. 7. Em qual substância a velocidade de propagação da luz será maior? Justifique. Resposta: No gelo (água sólida). Quanto menor o índice de re- fração, maior será a velocidade de propagação da luz. 8. Um feixe de luz, inicialmente no ar, incide em um mesmo ângulo sobre cada uma das substâncias da tabela, sofrendo refração. Em qual delas o ângulo de refração será maior? Por quê? Resposta: O gelo, com menor índice de refração entre as subs- tâncias mencionadas na tabela, é o meio que permi- tirá maior velocidade de propagação ao feixe de luz, com o raio refratado afastando-se mais da reta normal e, consequentemente, apresentando maior ângulo de refração em relação às outras substâncias. 9. Um peixe está parado a 1,5 m de profundidade num lago de águas tranquilas e cristalinas. Uma pessoa às margens do lago observa o peixe. A “profundidade aparente” em que se encontra o peixe observado deve ser maior, menor ou igual a 1,5 m? Resposta: Menor que 1,5 m, pois a refração eleva aparentemente a imagem do peixe. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 28 1/11/19 10:51 AM 829 M a n u a l d o P r o fe s s o r 11. LENTES AULA 24 Fechamos o Caderno 2 com algumas informações sobre lentes. No Ensino Fundamental apenas detalhamos algumas características qualitativas das lentes e algumas funções específicas. Todo detalhamento e tratamento quantitativo será realizado no Ensino Médio. Colocamos como leitura com- plementar alguns aspectos interessantes e importantes relativos às funções das lentes convergentes e divergentes associadas ao olho humano. Objetivos • Caracterizar e diferenciar lentes convergentes e divergentes. • Verificar algumas das possíveis funções das lentes convergentes e divergentes. Roteiro de aula (sugestão) Aula Descrição Anotações 24 Correção das tarefas 5 e 6 do Módulo 10 Lentes Lentes convergentes e divergentes Atividade Atividade experimental Mecanismo da visão e ametropias Orientações para as tarefas 1 e 2 (Em casa) Observação: As seções Rumo ao Ensino Médio e Texto Complementar podem ser trabalhadas em sala ou indicadas como tarefa. Noções básicas • Caracterizar e diferenciar lentes convergentes e lentes divergentes. • Reconhecer e associar imagens obtidas por lentes convergentes e lentes divergentes. • Associar o uso de lentes à correção de ametropias. Estratégias e orientações Este módulo aborda qualitativamente os elementos geométricos de uma lente, assim como seu comportamento óptico. Para o estudo do comportamento óptico das lentes esféricas, tratamos as lentes como sendo feitas de vidro e inseridas no ar; logo, classificamos as lentes de bordas grossas como divergentes, e as de bordas finas, como convergentes. A construção de imagens através de lentes esféricas não será aprofundada neste momento. Assim como os espe- lhos, as lentes também devem ser manuseadas pelos alunos na Atividade experimental. Além de tornar a aula mais interessante, ajuda a fixar os conceitos discutidos de forma concreta. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 29 1/11/19 10:51 AM 830 Ensino Fundamental Verifique que a atividade experimental requer pouco tempo da aula e é importante por ser focada na “obser- vação”. As quatro tarefas são questões de respostas objetivas, breves e baseadas nas observações feitas a partir das atividades propostas. Para fechar este módulo, colocamos como leitura complementar uma síntese rápida sobre ametropias associadas à visão que podem ser corrigidas com o uso de lentes convergentes e divergentes. Outro tema interessante associado à Óptica é o fenômeno da ilusão de óptica, nome que se dá a uma interpre- tação visual “enganosa”, isto é, que não coincide com a realidade. Se quiser comentar o assunto, colocamos como sugestão algumas ilustrações interessantes no final deste módulo. Se ainda dispuser de tempo, há uma leitura extra sobre constituintes do olho humano, que pode ser aproveitada para uma breve discussão. Se achar necessário, aprofunde também estes temas: • Elementos de uma lente. • Propriedades ópticas dos raios incidentes em lentes esféricas. • Construção de imagens por meio de lentes esféricas. Entre no site do Anglo Convênio, em Ensino Fundamental II, Física, na pasta Material para Download e no item “Material Complementar”. Ali você encontrará uma síntese desses temas. Respostas e comentários Atividade (página 489) Lente I Bordas finas e. p. Lente II Bordas grossas O F F e. p. O Atividade experimental (página 490) a) Não é possível. b) A medida é variável, conforme a lente que está sendo utilizada. Muitas lupas possuem essa informação na em- balagem ou no cabo. Deverá ser algo em torno de 25 cm. c) Começou a queimar a partir do ponto onde convergiam os feixes de luz. d) As imagens são ampliadas e direitas. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 30 1/11/19 10:51 AM 831 M a n u a l d o P r o fe s s o r e) As imagens são invertidas e reduzidas. Quanto mais distantes estão os objetos, mais reduzidas serão as imagens. f) As imagens são reduzidas e direitas. g) As imagens continuam invertidas e reduzidas. Quanto mais distantes estiverem, mais reduzidas serão as imagens. h) virtual e ampliada; real e projetada; virtual e reduzida. Em casa (página 492) 1. A lente A é convergente, pois faz os filetes de luz convergirem no foco. Já a lente B é divergente, pois faz os filetes incidentes divergirem. 2. As lentes dos óculos de Pedro são divergentes, pois conjugam imagens reduzidas. Já as lentes dos óculos de Helena são convergentes, pois conjugam imagensampliadas. Rumo ao Ensino Médio (página 492) B Observe as figuras abaixo: Olho normal R e t i n a Olho hipermetrope R e t i n a Olho m’ope R e t i n a No olho normal, a luz converge para a retina (lente convergente). No olho míope, a luz converge para antes da retina. Devemos associar uma lente divergente para aproximar a imagem da retina. No olho hipermetrope, a luz converge para depois da retina. Devemos associar uma lente convergente para aproximar a imagem da retina. MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 31 1/11/19 10:51 AM 832 Ensino Fundamental Anotações MP_AngloEFII_Fisica_9.2_01a32.indd 32 1/11/19 10:51 AM Módulo Interdisciplinar Manual do Professor 2 caderno MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 33 1/11/19 10:51 AM 834 Ensino Fundamental MÓDULO INTERDISCIPLINAR A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) As atividades propostas no Módulo Interdisciplinar pretendem mostrar aos alunos que um mesmo assun- to ou tema tem aspectos múltiplos, que podem ser analisados e trabalhados por diferentes componentes curriculares. Orientações gerais • Cada disciplina envolvida deve utilizar uma aula para o desenvolvimento das atividades deste Módulo. • Deve-se evitar o repasse de atividades para casa, pois o Módulo não se pode tornar enfadonho e repetitivo. • É importante que os professores dos componentes curriculares envolvidos conversem entre si, antes, para programar as atividades, e depois, para avaliar os resultados. • O assunto do Módulo Interdisciplinar deste bimes- tre – Segunda Guerra Mundial – permite retomar e aprofundar temas que foram vistos ao longo do curso. • Componentes curriculares envolvidos: Língua Portu- guesa, História, Matemática, Física e Química. LÍNGUA PORTUGUESA Aceitar os refugiados Importante: esta atividade deverá ser realizada após as aulas do Módulo 21. São vários os objetivos da atividade proposta: • Refletir sobre o meio social em que vivemos. • Diferenciar opinião e argumento. • Identificar tema, opinião e argumento em texto lido. • Compreender que o argumento é parte fundamen- tal da dissertação. • Perceber os efeitos de sentido produzidos pela modalização do discurso. • Perceber mecanismos de progressão temática: retomadas anafóricas e catafóricas, e uso de orga- nizadores textuais e de coesivos. • Produzir texto dissertativo argumentativo. • Definir o próprio posicionamento, buscar argu- mentos coerentes e selecionar os mais eficientes para a produção do texto. • Utilizar recursos linguísticos adequados ao gênero, às finalidades e ao contexto da produção. • Utilizar mecanismos de coesão e progressão te- mática estudados nas aulas de Estudo da Língua, percebendo-os em novos textos propostos para análise. • Reescrever o texto, se necessário, adequando-o à norma-padrão da linguagem. Inicie a atividade pela leitura em voz alta dos textos (a ser feita pelo professor) ou peça que os alunos façam leitura silenciosa. Esses textos não fornecerão apenas os temas propostos para a atividade escrita, mas também ideias e argumentos que poderão ser utilizados pelos alunos em sua escrita. Conclua esta etapa incentivando a exposição de impressões e ideias sobre eles. Então, converse com a turma sobre os textos, per- mitindo que os alunos sanem eventuais dúvidas e soli- citando que exponham oralmente o tema de cada texto: • texto 1: a não aceitação de refugiados que fugiam do nazismo; • texto 2: o que fazer com os refugiados; • textos 3 e 4: o mau tratamento dos brasileiros aos refugiados. Ao final desta etapa, faça uma leitura compartilhada da atividade, detendo-se em cada uma das propostas. Permita que os alunos teçam comentários e exponham eventuais dúvidas. O professor pode também fazer per- guntas específicas sobre cada tema. As respostas dos alunos fornecerão pistas do que deve ser reexplicado ou enfatizado. Se houver tempo, depois de todos terem escolhido seus temas e grifado os textos de acordo com sua in- tenção, faça uma rápida conversa para expor possíveis argumentos para cada tese. MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 34 1/11/19 10:51 AM 835 M a n u a l d o P ro fe ss o r Caso tenha mais de uma aula para desenvolver a atividade, sugira aos alunos que façam pesquisas para encontrar mais informações e reflexões sobre o tema que escolheram. Essa seria a 3a fase da etapa 1. E oriente: para essa pesquisa, consultar sites edu- cacionais, de universidades e de jornais e revistas conhecidos. Inserimos a seguir sugestões de critérios para revi- são dos textos. O professor pode apresentá-los ou não aos alunos, mas deve nortear-se por eles caso pretenda avaliar os textos dos alunos. Revisão Verificar se: • o texto aborda um dos temas apresentados; • o texto destina-se a convencer os interlocutores definidos em cada um dos temas; • o aluno apresenta com clareza: − o tema de seu texto; − sua opinião/tese. • há pelo menos três argumentos para defender o ponto de vista escolhido; • todos os argumentos são coerentes com a opi- nião exposta inicialmente; • os argumentos: − são os mais adequados para convencer aque- les interlocutores; − foram organizados de forma a garantir o convencimento dos destinatários (do mais fraco ao mais forte, por exemplo), ou foram inseridos numa sequência qualquer. • o texto contém 3 parágrafos, no mínimo; • a linguagem é adequada aos interlocutores; • os argumentos foram expostos com clareza e o aluno utilizou conectivos que dessem coesão às partes do texto; • a pontuação do texto está correta; • a concordância (nominal e verbal), a grafia e a acentuação de palavras estão corretas; • o título do texto é coerente e foge minimamente do lugar-comum. HISTÓRIA Nesta atividade retomamos o lançamento das bom- bas atômicas estadunidenses sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui na Segunda Guerra Mundial, destacando – em especial – as consequências dessa ofensiva para a população atingida, bem como para as gerações seguintes. Aproveitamos para problematizar as motivações do uso de um meio tão extremo da parte dos americanos para dissuadir seus inimigos japoneses de continuar sua participação na guerra. Para contextualizar esses acontecimentos (o lança- mento das bombas), sugerimos iniciar retomando o que foi estudado a respeito da Segunda Guerra Mundial. Para ilustrar o tema, apresentamos o famoso poema “A rosa de Hiroxima” do poeta brasileiro Vinicius de Moraes (1913-1980). Verifique a possibilidade de exibir para a turma um vídeo do grupo Secos e Molhados, disponível na internet, para que os alunos conheçam a versão musicada do poema. Converse com eles sobre quais sentimentos e refle- xões o poema desperta e também sobre a relação do texto com os fatos que se seguiram após a explosão da bomba, em especial as consequências para a população atingida. Aproveite para questioná-los sobre a diferença entre tomar conhecimento de um fato tão grave como esse por meio de um texto didático e por meio de um poema – Qual forma os mobiliza mais? Pode-se consi- derar que esses textos se completam? Por fim, explore as questões propostas na atividade. Se possível, organize os alunos em grupos e proponha um debate em torno da frase “os fins justificam os meios”, discutida no item c. A ideia é que se extrapole o tema tratado nesta atividade levando a reflexão para outras situações (tanto do cotidiano individual, como da política, economia, etc.) em que a ideia expressa nessa frase pode ser colocada em prática. Questione-os: “Vocês fariam qualquer coisa para alcançar um objetivo? Ou acreditam que os meios utilizados para se alcançar isso podem comprometer a ‘nobreza’ da finalidade?”. Respostas e comentários 1. a) O poeta aborda os impactos a longo prazo da bomba atômica lançada sobre a cidade de Hiro- xima e fala dos sobreviventes e das sequelas psi- cológicas e físicas que estes passaram a carregar: a mudez, a cegueira, a infertilidade,os ferimentos, as doenças hereditárias, etc. b) Resposta pessoal. Como em toda questão que pede uma opinião pessoal dos alunos, as respostas para este item devem ser respeitadas, desde que fun- damentadas com argumentos, atendendo à soli- citação de justificativa da questão. Espera-se que os alunos concordem com a análise: o poema é MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 35 1/11/19 10:51 AM 836 Ensino Fundamental tocante na descrição das consequências da bomba para os sobreviventes e finaliza classificando a bomba como “estúpida”, “inválida”, além sugerir imagens que a desqualificam: “sem cor sem per- fume, sem rosa sem nada”. c) Trata-se de uma questão reflexiva sobre o lançamen- to da bomba atômica sobre as cidades de Hiroxima e Nagasáqui, e também sobre outras situações em que as finalidades ou “boas intenções” são justifi- cadas por ações discutíveis do ponto de vista ético. A questão será mais bem aproveitada se houver possibilidade de um debate na sala de aula a res- peito. As respostas dos alunos podem ser variadas (novamente, pedimos a opinião deles a respeito). Eles podem considerar que o uso de meios tão des- trutivos (como armas atômicas) pode ser justificado pelos fins (busca de um desfecho para o conflito a fim de poupar vidas de ambos os lados). Ou consi- derar que o uso da força nuclear foi desproporcional diante da finalidade (apressar a rendição japonesa). MATEMÁTICA Para este Módulo Interdisciplinar, cujo tema geral é a Segunda Guerra Mundial, caberá à área de Matemática explorar um aspecto que, segundo muitos historiadores, foi decisivo para o resultado do conflito: a criptografia. Mais especificamente, sobre como a capacidade de de- codificar as mensagens cifradas dos inimigos, captadas pelo rádio, proporcionou às forças militares britânicas vantagens importantes contra as tropas alemãs e italianas. Em relação ao conteúdo abordado, serão explorados aspectos de lógica, fundamentais para a compreensão do processo de codificação e decodificação de mensagens, e da álgebra, no contexto das relações entre duas variáveis explicitadas por meio de uma lei algébrica. Trabalhar as relações algébricas com esse foco será muito positivo para o tema que será introduzido no Módulo 27 do Ca- derno 3, as funções. O texto “A arte de criar e decifrar códigos” descreve sobre o papel das cifras para os governos e exércitos ao longo da História, seguido de algumas imagens que fazem referência ao caso específico da Segunda Guerra Mundial. Optamos por trazer poucas informações no Caderno do Aluno para que a proposta tenha mais fle- xibilidade. Assim, você poderá selecionar, entre os di- ferentes pontos que podem ser abordados, aqueles que se encaixam melhor dentro do tempo disponível e das características de suas turmas. Para ajudá-lo nesse pla- nejamento, trazemos várias informações sobre o tema no texto que se encontra após a seção de Resposta e comentários deste manual. Sugerimos que a atividade seja realizada em grupos para que os alunos possam discutir suas ideias e desen- volver estratégias de resolução dos problemas propostos. Trata-se de um tema com bom potencial para engajar os alunos, que se motivam à medida em que vão decodifican- do mensagens com a ajuda dos colegas. Por isso, é possível ampliar a atividade, como proposto ao final desta seção. Respostas e comentários 1. Nos primeiros itens desta questão, são feitas algu- mas codificações simples, de apenas uma letra, para que os alunos compreendam a lógica do processo de codificação apresentado. Se sentir necessidade, proponha outras palavras para serem codificadas, até que os alunos tenham se apropriado do processo. a) Consultando a tabela, vemos que a letra E corres- ponde a N 5 4. Como C 5 3 ? 4 1 1 5 13, que é menor do que 26, R 5 C 5 13 e, portanto, a letra E deve ser codificada como a letra N. b) Novamente consultando a tabela, vemos que a letra K corresponde a N 5 10. Como C 5 3 ? 10 1 1 5 31, que é maior do que 26, devemos dividir 31 por 26 e tomar o resto dessa divisão. Assim, R 5 5 e, portanto, a letra K deve ser codificada como a letra F. c) De forma análoga, a letra X corresponde a N 5 23. Como C 5 3 ? 23 1 1 5 70, que é maior do que 26, devemos dividir 70 por 26 e tomar o resto dessa divisão. Dessa forma, R 5 18 e, portanto, a letra X deve ser codificada como a letra S. d) Usando o mesmo processo descrito nos itens an- teriores, a palavra BRASIL será codificada como EABDZI. 2. É provável que a maioria dos grupos resolva esta ta- refa identificando a codificação de todas as 26 letras do alfabeto. Vamos organizar essas informações na tabela a seguir, em que: • a primeira linha traz todas as letras a serem codi- ficadas; • a segunda linha traz o número correspondente (N); • a terceira linha traz o valor de C associado a cada N, por meio da relação C 5 3N 1 1; • a quarta linha traz o valor de R, que é o resto da divisão de C por 26; • a quinta linha traz a codificação daquela letra. MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 36 1/11/19 10:51 AM 837 M a n u a l d o P r o f e s s o r A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 C 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 R 1 4 7 10 13 16 19 22 25 2 5 8 11 14 17 20 23 0 3 6 9 12 15 18 21 24 B E H K N Q T W Z C F I L O R U X A D G J M P S V Y Para analisar cada letra de uma mensagem codificada, basta localizá-la na última linha da tabela e encontrar a letra correspondente na primeira linha. Assim, temos: R N O H R O G A R D N A B B D K N Y W R A B D O E N C O N T R O S E R A A S D E Z H O R A S Logo, a mensagem cifrada é: O ENCONTRO SERÁ ÀS DEZ HORAS. O exemplo acima mostra que o código proposto é bastante fraco (ou seja, muito fácil de ser decifrado por alguém que não tenha a chave), uma vez que cada letra é sempre codificada com o mesmo símbolo (por exemplo, a letra O é sempre representada pela letra R neste código). A máquina alemã Enigma dificultava muito a quebra do código, pois a mesma letra era representada de diferentes formas ao longo da mensagem. 3. Alternativa D. Para resolver a questão, os alunos poderão testar as diferentes leis fornecidas, verificando qual delas decodifica corretamente uma letra qualquer. Por exemplo, do item 2, sabe-se que a letra Z é codificada como Y. Logo, ao inserir na chave inversa o número correspondente a Y, que é 24, deve-se obter, com o procedimento descrito, o número correspondente a Z, que é 25. Vejamos: (a) C* 5 3N* 2 2 5 3 ? 24 2 2 5 70. Como o resto da divisão de 70 por 26 é 18, esta não é a lei procurada. (b) C* 5 5N* 1 3 5 5 ? 24 1 3 5 123. Como o resto da divisão de 123 por 26 é 19, esta não é a lei procurada. (c) C* 5 7N* 1 4 5 7 ? 24 1 4 5 172. Como o resto da divisão de 172 por 26 é 16, esta não é a lei procurada. (d) C* 5 9N* 2 9 5 9 ? 24 2 9 5 207. Como o resto da divisão de 207 por 26 é 25, por eliminação, essa é a lei procurada. A questão envolve um assunto que só será formalizado na 1a série do Ensino Médio, a função inversa. Conhecendo a relação C 5 3N 1 1, deve-se obter outra relação, que fornece N como função de C. Se isolarmos N na expressão acima, chegamos à expressão: N 5 C 2 1 3 Porém, devido à utilização do procedimento envolvendo o resto da divisão de C por 26 para chegar ao código da letra original, essa expressão não faz sentido no contexto do problema. Note que se trata de um problema de aritmética dos inteiros Módulo 26; para sua referência, mostramos a resolução a seguir: C 5 3N 1 1 Subtraindo 1 de ambos os membros da igualdade, temos: C 2 1 5 3N 1 1 2 1 ~ C 2 1 5 3N Como o resto da divisão de 27 por 26 é 1, vamos multiplicar os dois membros da igualdade acima por 9, de forma a obter 27N no segundo membro: 9 ? (C 2 1) 5 9 ? 3N ~ 27N 5 9C 2 9 Como 1 ä 27 na aritmética dos inteiros, Módulo 26, a expressão acima é equivalente a: 1 ? N 5 9C 2 9 _ N 5 9C 2 9Observação: Nessa fórmula, o cálculo para a letra A pode gerar um pouco de “estranhamento” nos alunos, uma vez que leva à divisão de um inteiro negativo. Caso algum aluno questione esse fato, pode-se dar a seguinte explica- ção: para a letra A, tem-se N* 5 0 e, assim, C* 5 9 ? 0 29 5 29. A divisão de 9 por 26 gera quociente 21 e resto 17 e, assim, temos R 5 17. Portanto, a letra A em uma mensagem cifrada corresponde à letra R na mensagem original. MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 37 1/11/19 10:51 AM 838 Ensino Fundamental Se houver tempo, você pode acrescentar um novo item à atividade, de modo que os alunos tenham de propor uma chave da forma C 5 aN 1 b, com a e b inteiros, e verificar se ela funciona. Para tanto, observe que a deve ser um número ímpar que não seja múlti- plo de 13. Informações adicionais sobre a quebra dos códigos alemães na Segunda Guerra Mundial O telegrama Zimmermann Em 1917, um ano antes do término da Primeira Guerra Mundial, a entrada dos Estados Unidos no conflito foi decisiva para a derrota alemã. O estopim para a decisão do governo norte-americano de lutar ao lado dos ingleses foi a revelação do conteúdo de um telegrama do minis- tro das relações exteriores alemão, Arthur Zimmermann (1864-1940). Além de intensificar a guerra submarina, atacando também navios mercantes, o plano revelado no telegrama previa ataques aos Estados Unidos, pro- movidos pelo Japão e pelo México. O episódio do “telegrama Zimmermann”, como fi- cou conhecido, só foi possível graças ao trabalho dos criptoanalistas britânicos, que conseguiram, pouco depois da interceptação da mensagem, decifrar o seu conteúdo. Conteúdo cifrado do telegrama Zimmermann, em 1917. A “quebra” do código do telegrama Zimmermann e de outras mensagens do governo alemão pelos ingle- ses deixou clara, nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial, a necessidade de substituir os sistemas de criptografia até então utilizados. Foi nessa época que surgiu a tecnologia das máquinas Enigma. Enigma Em 1918, o inventor e engenheiro eletrotécnico ale- mão Arthur Scherbius (1878-1929) decidiu investir seu tempo em um projeto ambicioso que utilizaria as mais recentes tecnologias do século XX para criar novas téc- nicas de cifragem de mensagens. Do seu trabalho surgiu uma máquina criptográfica que ficou conhecida como Enigma. O escritor britânico Simon Singh descreve com mais detalhes o funcionamento da invenção de Scherbius: A máquina Enigma consistia em um certo número de componentes engenhosos, que ele combinou numa máquina de cifras intrincada e formidável. Contudo, se desmontarmos a máquina em suas partes consti- tuintes e a reconstruirmos, por etapas, seus princípios básicos se tornarão aparentes. A forma básica da inven- ção de Scherbius consiste em três elementos conecta- dos por fios: um teclado para a entrada de cada letra do texto original, uma unidade misturadora, que cifra cada letra, transformando-a na letra correspondente da mensagem cifrada, e um mostrador consistindo em várias lâmpadas para indicar as letras do texto cifrado. [...] Para cifrar uma letra do texto original, o operador pressiona a tecla com a letra no teclado, o que envia um impulso elétrico para a unidade misturadora central e de lá para o outro lado, onde o sinal ilumina a letra correspondente ao texto cifrado no painel luminoso. SINGH, S. O livro dos c—digos. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 146. A utilização de circuitos elétricos para controlar o processo de codificação de uma mensagem aumentava dramaticamente a complexidade do código produzido. Para os criptoanalistas, a quantidade de combinações diferentes que podiam ser geradas pelos misturadores da Enigma era tão grande que tornava seu trabalho de decifrar as mensagens cifradas praticamente impossível de ser realizado em um espaço de tempo razoável. Além disso, a partir de 1925, o governo e o exército alemães trocavam as chaves de codificação da máquina diariamente. Assim, mesmo que se conseguisse deci- frar uma mensagem em um dia, no dia seguinte todo o trabalho teria de começar do zero. De acordo com Singh (p. 146): [...] a invenção de Scherbius deu aos alemães o sistema mais seguro de criptografia do mundo. Com ele, no início da Segunda Guerra Mundial, as comunicações estavam protegidas por um nível sem igual de cifragem. S ci e n ce S o u rc e /F o to ar e n a MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 38 1/11/19 10:51 AM 839 M a n u a l d o P r o fe s s o r De fato, ainda que os especialistas britânicos em crip- tografia continuassem monitorando as comunicações alemãs nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial, sua capacidade de colher informações das men- sagens cifradas diminuiu drasticamente com o início da utilização da Enigma. A importância da criptoanálise para o destino da guerra Muitos historiadores defendem que os avanços das descobertas dos especialistas britânicos nos mecanis- mos de criptografia foram um fator decisivo para a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Mes- mo havendo quem argumente que as forças aliadas acabariam cedo ou tarde impondo-se ao Eixo, é pra- ticamente consenso que o trabalho dos especialistas de Bletchley Park – antiga instalação militar inglesa especializada em decifrar códigos – encurtou a guerra de modo significativo. A disputa naval pelo domínio do oceano Atlântico é um exemplo emblemático disso. As mensagens ci- fradas enviadas pela marinha alemã eram ainda mais complexas do que as demais. Ao tomar alguns cuidados adicionais, como a troca mais frequente das chaves de codificação e o uso de mensagens não padronizadas, os comandantes navais da Alemanha tornaram suas comunicações praticamente impenetráveis. O impacto disso para a guerra é descrito por Simon Singh (p. 204): O fracasso de Bletchley em decifrar a Enigma na- val significava que a Kriegsmarine começava a levar vantagem na batalha do Atlântico. O almirante Karl Dönitz tinha desenvolvido uma estratégia em duas etapas altamente eficiente para a guerra naval. Ela começava com os submarinos se espalhando e per- correndo o Atlântico em busca dos comboios aliados. Assim que um deles localizava um alvo, iniciava o passo seguinte de chamar os outros submarinos para o local. O ataque só começava quando uma grande matilha de submarinos fora reunida (os alemães chamavam seus submarinos de “lobos do mar”, daí o termo matilha para designar um grupo). Para que essa estratégia de ataque coordenado tivesse su- cesso, era essencial que a Kriegsmarine possuísse comunicações seguras. A Enigma naval fornecia esse tipo de comunicações e os ataques dos submarinos tiveram um impacto devastador sobre o transpor- te marítimo aliado, que fornecia à Grã-Bretanha a comida e os armamentos de que ela tanto neces- sitava. [...] Entre junho de 1940 e junho de 1941, os aliados perderam uma média de 50 navios por mês, e corriam o risco de não ser capazes de construir novos navios para substituir as perdas. E além da destruição intolerável de navios, também havia um custo humano terrível – 50 mil marinheiros aliados morreram durante a guerra. Ao afundar um navio da Kriegsmarine (Marinha de Guerra), designação da marinha alemã entre 1935 e 1945, e resgatar um conjunto de livros de chaves das comunicações navais alemãs, os militares ingleses ob- tiveram as informações que faltavam aos especialistas de Bletchley para desvendar a Enigma naval. Com isso, passou a ser possível determinar a localização dos sub- marinos alemães e a batalha do Atlântico passou a mu- dar em favor dos aliados. Os comboios eram guiados, afastando-se dos submarinos, e os contratorpedeiros ingleses passaram à ofensiva, procurando e afundando os submarinos. Em várias ocasiões, a marinha britâ- nica, propositalmente, deixou de abater submarinos cuja localização era conhecida graças à interceptação e decodificação das mensagens, para evitar que os co- mandantes germânicossuspeitassem que seu código havia sido quebrado. O trabalho de Alan Turing A equipe de especialistas reunidos em Bletchley Park pelo governo britânico era numerosa e bastante diversi- ficada, contando com linguistas, matemáticos, cientistas, estudantes universitários, entre outros. Segundo Singh (p.186), nesse grupo: [...] houve muitos criptoanalistas notáveis e muitos avanços significativos, e precisaríamos de vários livros grossos para descrever em detalhes as contribuições de cada indivíduo. Entretanto, existe uma figura que deve ser destacada: foi Alan Turing quem identificou a maior fraqueza da Enigma e a explorou sem piedade. Graças a Turing, tornou-se possível quebrar a cifra da Enigma mesmo sob as circunstâncias mais difíceis. Ao estudar minuciosamente o funcionamento da Enigma, Turing concebeu o projeto de um conjunto de máquinas conectadas eletricamente, que receberam o nome de “bombas”. A partir da identificação de padrões nas mensagens enviadas pelos alemães todas as manhãs, como a previsão meteorológica, as “bombas” conseguiam simular diferentes combinações de chaves em um curto espaço de tempo, tornando viável a “quebra” diária do código alemão gerado pela Enigma. O projeto das “bombas” de Alan Turing foi concluído no início de 1940 e entregue a uma fábrica para ser exe- cutado. Depois de alguns protótipos, a unidade completa, que tinha 2 m de altura, por 2 m de comprimento e 1 m de largura, começou a funcionar em agosto do mesmo ano. Nos dias em que as informações necessárias para o seu funcionamento eram interceptadas pelos britânicos, MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 39 1/11/19 10:51 AM 840 Ensino Fundamental • 1 transferidor e uma régua por aluno. Para a atividade 1, um aquário de tamanho mé- dio, cheio de água e com algumas gotas de leite (para que a passagem do raio de luz seja mais vi- sível). É importante não turvar demasiadamente a água, sob o risco de dificultar a propagação da luz do laser. O aquário pode estar apoiado em duas mesas planas e horizontais de mesma altura. Para conseguir a incidência normal deve haver um pe- queno vão entre as duas mesas, sob o aquário. Para a atividade 2, uma garrafa PET transparente, com um furo circular (cerca de 2 mm de diâmetro) em uma região mais próxima do fundo, mas mantendo a verticalidade, para que o jato saia na horizontal, con- forme a fotografia no Caderno do Aluno. Para fazer esse furo, você pode utilizar um espeto circular de churrasco (atenção, não encoste o espeto na chama). Para melhor observação do fenômeno, evite deixar rebarbas no furo. Tape o furo com uma fita adesiva, encha completamente a garrafa com água e adicione algumas gotas de leite. Depois, feche a garrafa com a tampa. Não se esqueça de providenciar um balde para coletar a água que sairá da garrafa. Panos tam- bém serão úteis para enxugar o que for necessário. as “bombas de Turing” conseguiam determinar a chave da Enigma em uma hora. Com isso, todas as mensagens interceptadas eram decifradas no mesmo dia. Versão norte-americana feita com base na máquina projetada pelo matemático inglês Alan Turing, conhecida como “bomba”. Antes da guerra, Turing já havia desenvolvido um im- portante trabalho teórico sobre máquinas capazes de reali- zar operações matemáticas, ou algoritmos. Essa construção abstrata, que lançou as bases da computação moderna, forneceu a ele a estrutura mental necessária para conceber uma máquina com utilidade prática capaz de resolver o desafio concreto de “quebrar” o código da Enigma. FÍSICA Esta atividade dá continuidade ao tema comunicação, iniciado no Módulo Interdisciplinar do Caderno 1. Naquele momento, enfatizamos as telecomunicações via radiofre- quência, satélite e fibras ópticas que foram desenvolvidas, principalmente, com finalidades militares, durante e após as guerras mundiais. Nosso objetivo agora é ampliar e aprofundar os conceitos sobre reflexão e refração da luz que foram trabalhados no Caderno 2 para explicar o prin- cípio de funcionamento dos cabos de fibra óptica. N A TI O N A L SE C U R IT Y A G EN C Y/ SP L/ FO TO A R EN A Para desenvolver as atividades propostas é ne- cessário preparar (e, em alguns casos, pedir aos alunos) com antecedência os materiais e as monta- gens descritas a seguir. • 1 apontador a laser (preferencialmente laser verde, pois é mais visível do que o vermelho); Respostas e comentários 1. No experimento do aquário, inicie com o ângulo nulo e aumente progressivamente o ângulo de incidência, pas- sando por todas as situações descritas pelo enunciado. Insista para que os alunos observem atentamente o que está acontecendo com a luz ao passar pela superfície. Acompanhe-os na resolução dos itens solicitados. a) b) c) d) e) Ar (–) i 1 r 1 r 2 r 3 r 4 n 1 n 2 n 3 n 4 n 5 i 2 i 2 i 3 i 3 i 4 i 4 i 5 i 5 Água (+) II III IV V I 2. No experimento que simula o efeito Tyndall, insista para que os alunos observem atentamente o que acon- tece do princípio ao fim do experimento. Se necessá- rio, repita o experimento para que todos observem. MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 40 1/11/19 10:51 AM 841 M a n u a l d o P ro fe ss o r a) a > i 4 e b > i 4 , ou seja, os ângulos de incidência são maiores que o ângulo-limite do dioptro ar-água. b) i < i 4 , ou seja, o ângulo de incidência é menor do que o ângulo-limite do dioptro ar-água. QUÍMICA Nesta atividade interdisciplinar abordamos o uso de alguns agentes químicos na Segunda Guerra Mundial e estudamos suas características sob diversos aspectos. A atividade pode ser trabalhada em sala de aula, durante uma aula simples, ou em casa, como tarefa a ser entregue. Para o trabalho em sala de aula, sugerimos que sejam reservados alguns minutos para os alunos fazerem a leitu- ra do texto individualmente. Na sequência, eles deverão trabalhar sobre as questões propostas. Incentive-os a trocar informações e impressões pessoais sobre o texto e, se houver disponibilidade, proponha uma pesquisa em livros ou na internet sobre os assuntos tratados. Durante a correção das questões, você pode propor a alguns alunos que leiam suas respostas, fornecendo subsídios para um debate. A questão 1 é a que possibi- lita uma maior variedade de temas a serem abordados. Conduza a conversa até que seja alcançado um consenso entre os alunos. Fique atento a todo momento para que a discussão técnica sobre as características da substância não afaste a dimensão humana e a crueldade implicada no uso do cianeto de hidrogênio pelos nazistas. A morte provocada pelo cianeto de hidrogênio se deve, principal- mente, ao bloqueio da “produção de energia” (bloqueio na geração de ATP), que, por sua vez, impede a execução de diversos processos celulares. As questões 2 e 3 estão relacionadas ao conteúdo estu- dado até o momento nos cadernos 1 e 2 do curso de Quími- ca do 9o ano. Se possível, proponha uma resolução coletiva dessas questões, conforme as orientações anteriores. Por fim, a questão 4 trabalha a interpretação de texto. Ao final dessa questão, comente com os alunos que o gás de cozinha (GLP) utilizado em nossas casas, encanado ou de botijão, também é inodoro. Para evitar acidentes, são misturados a ele outros gases que apresentam cheiro, facilitando a detecção em caso de vazamentos. Respostas e comentários 1. O agente químico utilizado nos campos de concen- tração foi o cianeto de hidrogênio, substância obtida a partir de um inseticida chamado Zyklon B. Entre os aspectos que motivaram a escolha desse composto, pode-se citar: os alemães já utilizavam o Zyklon B como inseticida, o que facilitou o acesso à subs- tância; trata-se de um agente químico que possui alta letalidade a um baixo custo; é uma substância altamente volátil, servindo aos propósitos nazistas para o extermínio de pessoas em massa. 2. De acordo com o texto, a temperatura de ebulição do cianeto de hidrogênio é 25,7 °C; logo, a 25 °C, elese encontra no estado líquido, que pode ser re- presentado da seguinte maneira: 3. CH 4 (g) 1 NH 3 (g) ñ HCN(g) 1 3 H 2 (g) Substância simples: H 2 Substância composta: CH 4 , NH 3 e HCN 4. O fato de o sarin não ter cheiro dificulta a detecção de sua presença, aumentando as chances de contato e, consequentemente, sua periculosidade. MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 41 1/11/19 10:51 AM 842 Ensino Fundamental Anotações MP_AngloEFII_Fisica_Inter_9.2_33a41.indd 42 1/11/19 1:53 PM Física Autores: Carlinhos N. Marmo Luiz Carlos Ferrer SUMÁRIO 7. Óptica: um universo de formas e cores .........................................422 8. Cores, sombras e penumbras .......................................................439 9. Reflexão em espelhos planos e esféricos .....................................453 10. Refração .......................................................................................474 11. Lentes ...........................................................................................488 AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 421 1/11/19 2:45 PM ÓPTICA: UM UNIVERSO DE FORMAS E CORES7 Além da sua indescritível beleza, a imagem desta página é admirável em muitos ou- tros aspectos: • Cada objeto reflete sua própria cor, apesar de ser iluminado pela mesma luz, prove- niente do Sol. Tente imaginar por quê. • Algumas gotas que estão sobre o caule verde formam uma imagem ampliada do caule. Funcionam como uma lupa! E o que a lupa “faz” com a luz que a atravessa para que seja possível produzir uma ampliação como essa? • Já outras gotas no caule verde formam uma imagem invertida e reduzida da flor que está em segundo plano. Por que, nessa situação, essas gotas não funcionam como uma lupa? • Observe também que a luz se reflete nas gotas de água, que se tornam semelhantes a pequenos espelhos. Por que esse efeito pode ocorrer na superfície da água? Será que ele ocorre na superfície de qualquer corpo? • A luz que parte de todos os objetos atravessa o sistema de lentes da máquina foto- gráfica que produziu a imagem, atinge o sensor digital e faz seu registro. Como isso ocorre? Por que alguns objetos da cena estão fora de foco e outros estão nítidos? • Quando você observa esta fotografia, a luz atravessa suas lentes oculares e projeta uma imagem na sua retina, tal qual uma máquina fotográfica. Lá, células especiali- zadas, sensíveis à luz, enviam impulsos nervosos pelo nervo óptico ao cérebro, que processa e interpreta a imagem. Fantástico, não é mesmo? Ficou curioso e empolgado para responder a essas questões? Pois bem, nesse momento não fique preocupado se não conseguir. Você terá condições de entendê-las e respondê-las nestes próximos módulos reservados ao estudo da Óptica, o ramo da Física dedicado ao estudo da luz, dos fenômenos luminosos e dos sistemas ópticos. A palavra óptica vem do grego optiké, “relativo à visão”. Óptica IVAN MARJANOVIC/SHUTTERSTOCK 8422 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 422 1/11/19 1:21 PM NOÇÕES INICIAIS Quando se inicia o estudo de determinado assunto, sempre há conceitos consi- derados básicos para o entendimento geral. Além disso, é preciso aprender um vo- cabulário técnico mínimo, ou seja, um conjunto de termos que identifica e relaciona os elementos desse estudo, tornando a linguagem mais precisa e concisa. A seguir, construiremos algumas dessas noções iniciais. Fonte de luz Fontes primárias e fontes secundárias Fonte de luz é qualquer corpo que emite luz. Algumas fontes de luz têm luz própria, ou seja, produzem a luz que emitem e por isso são chamadas de fontes primárias. Outras apenas refletem a luz que nelas incide, sendo, portanto, chamadas de fontes secundárias. Depois da Lua, a estrela-d’alva (também denominada Vésper) é o objeto celeste mais brilhante do céu noturno. Como sabemos, trata-se, na verdade, do planeta Vênus, e não de uma estrela. A fotografia a seguir mostra a Lua (maior) e Vênus (menor) despontando acima da montanha na abóboda celeste. Vênus é uma fonte de luz primária ou secundária? E a Lua? Justifique sua resposta. IR IN A K U Z M IN A /S H U T T E R S T O C K ATIVIDADE 1 Fontes pontuais e fontes extensas Algumas fontes são relativamente pequenas, podendo ser representadas por um ponto e, por isso, são chamadas pontuais. Outras, porém, são maiores, sendo denominadas extensas, e podem ser consideradas um conjunto de infinitas fontes pontuais. 8423 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 423 1/11/19 1:21 PM ATIVIDADE 2 Pincel de luz Você já participou de uma excursão ou passeio no meio do mato ou em uma praia deserta, em uma noite sem lua, se guiando com uma lanterna? Você se lembra de ter visualizado um “cone ou facho de luz” saindo da lanterna? Pois bem, o nome técnico para esse cone é “pincel de luz”. Pincel de luz é toda região do espaço iluminada por uma fonte de luz. F A D 8 2 /S H U T T E R S T O C K a) Quando você está de frente para a tela do monitor do computador esta é uma fonte extensa ou pontual? E os san- duíches de LCD? b) Ao observar os sanduíches de LCD no microscópio, eles podem ser considerados fontes de luz pontuais ou extensas? É difícil não se encantar com a tecnologia, não é mesmo? Alguns moni- tores LCD, por exemplo, produzem imagens realmente magníficas! Às vezes elas até parecem mais nítidas e vivas do que a própria realidade. Nos monitores LCD (do inglês Liquid Crystal Display – Tela de Cristal Líquido), por exemplo, a imagem é uma composição de milhões de minúsculos “sanduíches” de um material denominado “cristal líquido”. Ao retroiluminar a tela do monitor, cada um deles funciona como um pontinho de luz. A fotografia abaixo mostra a tela de um monitor e, em destaque, uma imagem em microscópio eletrônico de alguns minúscu- los sanduíches de LCD. POW ER A N D S Y R E D /S P L /F O T O A R E N A 8 424 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 424 1/11/19 1:21 PM Existem apenas três tipos possíveis de pincel de luz: Atenção! O laser poderá danificar a visão de uma pessoa, caso apontemos a caneta diretamente para os olhos dela. No entanto, quando apontamos o laser para uma parede, a quantidade de luz refletida não é suficiente para causar um problema na visão, a não ser que você fique olhando para o borrão de muito perto e por muito tempo. Cônico divergente Cônico convergente Cilíndrico Você sabia? O que vemos quando vemos... Muita atenção nesta afirmação: ninguém vê a luz! Nós só enxergamos vértices de pincel de luz. Para perceber a veracidade desse fato, basta fazer o seguinte experimento, que é muito simples: aponte uma caneta de laser (vermelho) para uma parede branca. Ninguém que esteja ao seu redor conseguirá en- xergar o filete de luz do laser, mas todos conseguirão enxergar um pequeno borrão luminoso vermelho na parede. Isso acontece porque a parede, que é branca e rugosa, reflete o laser que incide nesse ponto para todas as direções, atingindo os olhos de quem estiver no entorno desse ponto. O pequeno borrão na parede é o vértice de um pincel de luz! Para que a trajetória do laser possa ser visualizada, basta dispersar um pouco de talco ou pó de giz batendo um apagador contra outro ou então um pouco de fumaça. Nesse caso, cada uma das infinitas partículas de pó ou de fumaça funcionará como um “espelhozinho” se movimentando no ar, refletindo o laser em todas as direções. Cada partícula será vértice de um pincel de luz! Obs.: Nas fotografias em que exemplificamos os tipos de pincel de luz, sempre há certa quantidade de poeira no ar, o que produz o efeito que acabamos de descrever. M IK L A V /S H U T T E R S T O C K S É R G IO D O T T A J R ./ A R Q U IV O D A E D IT O R A D JG T E C H N O L O G Y /A L A M Y /F O T O A R E N A Um emissor de laser produz um pincel de luz quase cilíndrico. Essa é uma de suascaracterísticas mais apreciadas, pois permite maior alcance. Quando um pincel de luz cilíndrico atravessa uma lupa, ele se torna cônico convergente. O único modo de obter essa forma de pincel é através de um sistema óptico. O farol marítimo produz um pincel cônico divergente para que os navegantes saibam onde está seu vértice. 8425 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 425 1/11/19 1:21 PM Uma das atividades familiares mais prazerosas para as crianças (e também para muitos adultos!) no Natal é o dia de enfeitar a árvore. Dá para reunir toda a família! Atualmente existe uma infinidade de enfeites à disposição, a preços bastante razoáveis. Observe uma linda bola revestida de glitter (purpurina). Qual é a forma do pincel de luz que sai de um minúsculo pontinho de glitter? Justifique sua resposta. ATIVIDADE 3 Meios ópticos Para a Óptica, os meios são classificados como transparentes, translúcidos ou opacos: • Meio transparente é aquele em que a luz se propaga e conseguimos visualizar com nitidez a fonte que emite essa luz depois de ela atravessar o meio. • Meio translúcido é aquele em que a luz se propaga, mas não conseguimos visualizar com nitidez a fonte que emite essa luz depois de ela atravessar o meio. • Meio opaco é aquele em que a luz não se propaga. Como você percebe pelas fotografias, alguns meios podem ser considerados transparentes ou opacos, dependendo das condições que apresentam. Qual é o único meio que pode sempre ser considerado transparente? ATIVIDADE 4 A R T E S U B /L A M Y /F O T O A R E N A H E M IS /A L A M Y /F O T O A R E N A A L E X A N D R E T O K IT A K A /P U L S A R I M A G E N S As límpidas águas do rio Sucuri, em Bonito, MS, são um exemplo de transparência a toda prova, o que atrai turistas de todo o mundo. A poluição do ar na Cidade do México, México, fez com que o ar, habitualmente transparente, se tornasse translúcido nesta fotografia. As poluidíssimas águas do trecho do rio Tietê, que atravessa a cidade de São Paulo, SP, são um exemplo de meio opaco. A N D R E Y S H T A N K O /S H U T T E R S T O C K 8426 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 426 1/11/19 1:22 PM ATIVIDADE 5 Raio de luz e feixe de raios de luz Raio de luz é uma linha, orientada, que indica o caminho percorrido pela luz, desde a sua fonte. Um conjunto de raios de luz cuja fonte é comum denomina-se feixe de raios de luz. O Egito antigo é mesmo fascinante! Até hoje, diversos dos grandiosos feitos dessa antiga civilização continuam envoltos em grande mistério. A seguir, você confere uma fotografia da Estela Amarniana. Trata-se de uma parede de calcário, escul- pida em alto-relevo, onde estão retratados Akhenaton (à esquerda), faraó da XVIII dinastia egípcia, e sua esposa Nefertiti (à direita), em um momento de descontração com as filhas, enquanto são abençoados pelo Sol. Originalmente, essa parede era toda colorida, pintada com tintas produzidas com pigmentos naturais. Assim como para muitas outras civilizações antigas, como os druidas e os astecas, o Sol era considerado uma divindade para os egípcios. É comum encontrar templos e obras de arte inteiramente dedicados ao “deus-Sol”. No entanto, havia certa dificuldade em retratá-lo adequadamente, fazendo jus à sua grandiosidade: Seria suficiente fazer um círculo pintado de amarelo? Que recurso geométrico adicional foi esculpido na Estela Amar niana? 3 6 0 B /A L A M Y /F O T O A R E N A 8427 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 427 1/11/19 1:22 PM Os raios solares são paralelos entre si ou divergentes? I) Parte teórica Observe a fotografia a seguir, que mostra o Sol e a Terra vistos da Estação Espacial Internacional (ISS). É importante esclarecer que as linhas amarelo-esbranquiçadas que partem do Sol não existem de fato. Conforme estudamos, elas não são raios de Sol (que são entidades geométricas) nem são pincéis de luz solar (não há poeira suficiente no espaço para espalhar a luz solar). Trata-se, portanto, apenas de um efeito fotográfico. Apesar disso, elas nos dão uma noção do caminho percorrido pela luz do Sol, ou seja, elas nos permitem concluir que os raios solares são divergentes. Agora, imagine que você, neste momento, se encontre na região indicada pelo ponto vermelho destacado na fotografia. Desenhe dois raios de luz solares incidindo sobre essa região e responda: Esses raios são divergentes ou pratica- mente paralelos entre si? II) Parte experimental Material • 1 ripa de madeira • Trena ou fi ta métrica • Nível de bolha • Lápis ATIVIDADE EXPERIMENTAL 1 V A D IM S A D O V S K I/ S H U T T E R S T O C K 8428 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 428 1/11/19 1:22 PM Procedimento • Meça o compr imento da ripa de madeira com o auxílio da trena. • Dirija-se até uma região ensolarada da sala de aula ou do lado de fora do prédio da sua escola. • Segure a ripa horizontalmente de modo que ela fi que paralela ao chão horizontal. Para garantir que isso seja ver- dade, apoie o nível de bolha em cima da ripa, conforme ilustrado a seguir. • Peça a um colega que meça o comprimento da sombra com o auxílio da trena. Agora, responda: a) Qual é a relação entre a medida do comprimento da ripa e da sua sombra? Esse resultado era esperado? b) Justifique geometricamente a resposta do item a, desenhando, a partir da ilustração acima, os raios de luz que determinam as extremidades da sombra da ripa. Conclusão: A maior parte dos raios solares é divergente. Porém, devido à distância relativa entre o Sol e a Terra, podemos ver que os raios solares que alcançam uma pequena região da superfície da Terra são aproximadamente paralelos entre si. Nível de bolha Ripa Sombra da ripa 8429 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 429 1/11/19 1:22 PM PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA Os primeiros registros de estudos dos fenômenos luminosos no Ocidente são da Grécia antiga, por volta do século 5 a.C. Os antigos pensadores gregos eram conhecidos por sua capacidade de abstração, compilação e organização de estudos de outros povos. E foi assim que eles dividiram o estudo da Óptica em três ramos principais: o filosófico (ou físico), em que se dedicavam a estudar o que é a luz; o médico, em que se dedicavam a estudar a anatomia e a fisiologia do olho humano e o mecanismo de visão; e o geo- métrico, em que se dedicavam a estudar a percepção espacial e as projeções luminosas. Essa divisão se mostrou tão adequada ao estudo da Óptica que até hoje ela é feita mais ou menos dessa maneira. Boa parte dos fenômenos luminosos que abordaremos neste caderno é de Óptica geométrica. Nesse ramo da Óptica, estudamos como obter e caracterizar geometrica- mente as imagens de objetos luminosos que são formadas através de sistemas ópticos. Mas o que garante que você realmente possa desenhar uma linha reta para representar a trajetória da luz? E será mesmo que você pode cruzar dois raios na folha de papel sem que haja alterações nas suas trajetórias? O que garante a correspondência entre a realidade e o mundo das ideias são os prin- cípios, ou leis, físicos. A Óptica geométrica tem três deles. Vamos a eles. Princípio da propagação retilínea da luz Material • 2 cartões quadrados (com, no mínimo, 15 cm de lado) feitos de material opaco (pode ser cartolina preta, papel- -cartão, papelão, etc.) • Compasso • 1 vela, fósforos e pratinho de vidro ou louça para servir de suporte para a vela (pode ser substituído por um pequeno abajur) Procedimento • Com o compasso, faça, em cada cartão, um furo de 2 mm de diâmetro em locais diferentes. Em um cartão, o furo pode ser bem no centro, e no outro cartão faça o furo cerca de 2 cm abaixo ou acima do centro do cartão. • Em um local iluminado somente por uma vela (ou um abajur), segure um cartão em cada mão, posicionando um na frente do outro, distantes entre si cerca de10 cm a 15 cm. • Fique de frente para a vela (ou o abajur) a uma distância aproximada de 60 cm a 80 cm e tente visualizar a chama (ou a lâmpada) através dos orifícios. ATIVIDADE EXPERIMENTAL 2 8430 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 430 1/11/19 1:22 PM Agora, leia as frases abaixo e escolha a que melhor descreve o resultado correto de suas observações. a) Qualquer que seja a posição dos dois cartões, é possível visualizar a chama da vela. b) Só é possível observar a chama da vela com os dois cartões e o olho alinhados entre si. c) Só é possível observar a chama da vela se o olho, os dois furos dos cartões e a chama estiverem alinhados entre si, isto é, na mesma reta. d) Qualquer que seja a posição dos cartões, não é possível observar a chama da vela. ATIVIDADE EXPERIMENTAL 3 Princípio da independência dos raios de luz Material • 2 canetas (ponteiras) de laser Aten•‹o! Nunca aponte o laser para os olhos de uma pessoa ou de um animal! Procedimento • Em um local pouco iluminado, peça a um colega que aponte uma caneta de laser para a parede atravessando seu fi lete de luz à frente da sua visão. Caso seja possível, disperse um pouco de fumaça, pó de giz ou talco em pó no ambiente para visualizar o fi lete mais adequadamente. • Colocando-se ao lado de seu colega, movimente a outra caneta de laser de modo a cruzar o fi lete da sua caneta com o da caneta de seu colega. Agora, leia as frases abaixo e escolha a que melhor descreve o resultado correto de suas observações. a) Depois de se cruzarem, os filetes de luz do laser proporcionam efeitos luminosos multicoloridos. b) Depois de se cruzarem, os filetes de luz do laser mudam suas direções de propagação. c) Depois de se cruzarem, os filetes de luz do laser desaparecem. d) Ao se cruzarem, não há interferência de um filete de luz do laser sobre o outro. Ambos seguem suas trajetórias como se nada tivesse acontecido. 8431 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 431 1/11/19 1:22 PM ATIVIDADE EXPERIMENTAL 4 Princípio da reversibilidade da luz Material • 1 espelho plano Procedimento • Num local bem iluminado, segure o espelho plano à sua frente e levemente à esquerda. • Peça a um colega que fi que atrás de você a mais ou menos 1 m de distância e levemente à esquerda. • Ajuste a posição do espelho de forma que você possa enxergar o rosto de seu colega à esquerda. Verifi que se ele também enxerga seu rosto através do espelho. Agora, leia as frases abaixo e escolha a que melhor descreve o resultado correto de suas observações. a) O raio de luz que sai do rosto do seu colega e chega até você tem a mesma trajetória do raio de luz que sai do seu rosto e chega ao seu colega, e por isso vocês dois podem se ver através do espelho. b) O raio de luz que sai do rosto do seu colega e chega até você não tem a mesma trajetória do raio de luz que sai do seu rosto e chega ao seu colega, e por isso só você pode ver seu colega através do espelho. c) Não existe uma posição para o espelho em que você e seu colega possam se enxergar através dele. d) Em qualquer posição do espelho, você e seu colega poderão se enxergar através do espelho. CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO Um dos equipamentos que, segundo estudos, já eram utiliza- dos desde Aristóteles pelos pensadores gregos para observar os astros era a câmara escura de orifício. Aqui no Brasil essa câmara também ficou conhecida como câmara pinhole. Observe ao lado uma câmara pinhole moderna. pinhole O nome pinhole é um aportuguesamento do termo inglês pin-hole, ou seja, “furo de alfinete”. Leonardo da Vinci fez grande uso desse equipamento para produzir seus quadros. Observe o que ele próprio diz sobre seu princípio básico de funcionamento: “Quando as imagens dos objetos iluminados penetram em um compartimento escuro através de um pequeno orifício e se recebem sobre um papel branco situado a certa distância desse orifício, veem-se no papel os objetos invertidos com as suas formas e cores próprias”. Leonardo da Vinci, Codex Atlanticus, Biblioteca Ambrosiana. Imagem Furo de agulha Caixa Objeto 8432 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 432 1/11/19 1:22 PM Pinhole: uma câmera fotográfi ca sem lentes Material • 1 lata de leite em pó ou de achocolatado (a tampa não é necessária) • 1 vela, alguns fósforos e pratinho de vidro ou de louça para servir de suporte para a vela • 1 folha de papel vegetal A4 (ou papel-manteiga) • 1 alfi nete e 1 martelo • Fita adesiva ou elásticos • Lixa • Tesoura • Tinta preta de secagem rápida e pincel Procedimento • No centro da base da lata, faça um furo com o alfi nete e o martelo. Aten•‹o! Peça a ajuda do professor. O furo deve ter o diâmetro do alfi nete. Se fi car maior, vai comprometer o experi- mento (e a imagem a ser formada perderá a nitidez). Muito cuidado com o alfi nete e o martelo. • Lixe suavemente a região da base da lata onde está o furo para eliminar eventuais rebarbas. • Pinte o interior da lata de preto e espere secar. Passe o alfi nete mais uma vez no furo para garantir que ele não tenha sido obstruído pela tinta. • Fixe, com o auxílio da fi ta adesiva, a folha de papel vegetal na boca da lata. A folha deve fi car bem esticada. Recorte o excesso de papel. ATIVIDADE EXPERIMENTAL 5 8433 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 433 1/11/19 1:22 PM • Acenda a vela, fi xe-a no pratinho e deixe em cima de uma mesa, em local escuro. Direcione o furo da lata para a chama da vela e observe a imagem da vela se formando no papel vegetal. • Aproxime ou afaste a lata, observando o que acontece com a imagem da chama da vela. Caso a imagem não fi que evidente, coloque um pano escuro sobre você e o papel vegetal, cobrindo apenas metade da lata, a fi m de tornar essa região mais escura. Algo semelhante ao que se fazia ao usar aquelas máquinas fotográfi cas bem antigas. Para compreender o funcionamento geométrico desta rudimentar, porém interessante, máquina fotográfica, ob- serve o esquema representativo a seguir. I II Como você sabe, a chama da vela é uma fonte de luz que emite luz em todas as direções. Porém, o único filete de luz que consegue sair dessa região e atingir o papel vegetal, passando pelo furo, é o filete I. Esse é o filete res- ponsável pela formação da imagem da chama no papel vegetal. Analogamente, o mesmo ocorre com o filete II e com qualquer outro que parta da vela como um todo. Como resultado, a imagem formada é invertida horizontal e verticalmente em relação ao objeto. Agora, responda às seguintes questões: a) Quando você aproxima a pinhole da chama da vela, o que acontece com a imagem da chama da vela? E quando afasta? b) Observe novamente o esquema da câmara escura que acabamos de estudar. d D h H Se a altura da chama da vela é H 5 2,5 cm, a distância do furo à vela é D 5 100 cm e o comprimento da lata é d 5 20 cm, qual é o valor da altura h da imagem? Dica: Lembre-se do teorema de Tales e dos casos de semelhança de triângulos. 8 434 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 434 1/11/19 1:22 PM EM CASA 1 O hábito de acender velas em templos ou mesmo em casas é muito difundido entre as diversas religiões e cultos espirituais. a) A chama da vela é uma fonte de luz primária ou secundária? Justifique sua resposta. b) O rosto da moça que está acendendo as velas é uma fonte de luz primária ou secundária? Justi- fique sua resposta. c) O rosto da moça que está acendendo as velas é uma fonte de luz pontual ou extensa? Justifique sua resposta. 2 Muito mais do que simples instrumentos de ilumi- nação, os faróis e as lanternas de um veículo são im- portantes itens de segurança, principalmente em condições adversas, como chuvas e neblina. O veículo deve possuir, além dos tradicionais faróis alto e baixo, o farol de neblina, que é muito útil nessas situações. a) A neblina é um meio composto de ar e gotículas de água em suspensão. Classifiqueopticamente esse meio, justificando sua resposta. Como a luz não se propaga adequadamente através da neblina, espalhando-se e até ofuscando o próprio motorista, a função do farol de neblina é iluminar o chão, principalmente as laterais do veículo. Dessa for- ma o motorista pode se orientar pela linha de sinali- zação, mantendo-se na faixa sem se desviar dela. No esquema seguinte, há dois veículos, A e B, trafegando em uma mesma estrada com os faróis acesos, mas apenas um deles está utilizando o farol de neblina. A L T A N G O C H E R /N U R P H O T O /A G Ê N C IA F R A N C E -P R E S S E B A H A D IR Y E N IC E R I/ S H U T T E R S T O C K A B 8435 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 435 1/11/19 1:22 PM b) Qual dos automóveis, A ou B, está com os faróis de neblina acesos? Justifique sua resposta. Existe outro tipo de farol, denominado farol de milha, que os automóveis mais esportivos possuem (1 milha é igual a 1,6 km). Como a proposta de um automóvel esportivo é alcançar altas velocidades, é importante que os faróis iluminem o mais longe possível, aumentando o alcance da visão do motorista. c) Qual dos automóveis, C ou D, está com os faróis de milha acesos? Justifique sua resposta. d) Complete com os termos “cônicos divergentes” e “cilíndricos”: Os pincéis dos faróis de neblina são tipicamente , enquanto os pincéis dos faróis de milha tendem a parecer mais . 3 A Grand Central Station é uma estação ferroviá- ria e metroviária norte-americana. Ela foi inaugu- rada em 1903, na cidade de Nova York. É consi- derada uma das maiores estações do mundo. A fotografi a ao lado, dos anos 1940, é um registro do seu interior, lindíssimo por sinal. Analisando a fotografia, podemos constatar que: a) Existe um princípio físico sendo verificado. Qual é esse princípio? b) A luz do Sol que alcança a superfície da Terra possui uma característica. Qual é ela? 4 Leia a charge ao lado: a) Qual é a forma do pincel de luz que atinge a lupa? Justifique sua resposta. b) Qual é a forma do pincel de luz que sai da lupa? Justifique sua resposta. U N D E R W O O D P H O T O A R C H IV E S / S U P E R S T O C K /A G B P H O T O L IB R A R Y Tradução: “Você está louco? Vire essa coisa para lá antes que você mate alguém!”. H A G E N /C A R T O N S T O C K C D 8 436 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 436 1/11/19 1:23 PM 5 Observe como esta fotografi a é interessante. É claro que o Sol não está entre as mãos da pessoa fotografada, não é mesmo? Mas, então, como esse efeito visual foi produzido? O esquema seguinte, em perfil, procura explicar esse efeito. Considere, nesse esquema, que: • Por simplifi cação, estamos desconsiderando a existência de lentes ou conjuntos de lentes no olho do observador ou na máquina fotográfi ca, ou seja, estamos considerando o olho uma câmera escura de orifício (a pupila). • O ângulo formado entre os dois raios luminosos tangentes ao Sol e concorrentes na pupila é denominado ângulo visual. • A imagem de S1 na retina, tecido nervoso responsável por transformar luz em impulso nervoso, é O1, e a ima- gem de S 2 é O 2 . O nervo óptico, em associação com o encéfalo, recebe os impulsos provenientes da retina, processando a imagem. Sempre que a distância O 2 O 1 diminui, a mente tende a acreditar que o objeto S 1 S 2 diminuiu de tamanho ou se afastou. a) Se um objeto qualquer aumenta de tamanho, mantendo constante a sua distância até o observador, o ângulo visual aumenta ou diminui? b) Se um objeto qualquer se afasta do observador, mantendo o seu tamanho constante, o ângulo visual aumenta ou diminui? c) Por que o Sol cabe no “buraco entre as mãos” para um observador? Personagem Sol B 1 S 1 S 2 Ângulo visual Olho do observador ou máquina fotográfica Retina O 2 O 1 Raios de luz Desenho fora de escala. Raios de luz B 2 Você sabia? Acuidade visual Quanto menor for a distância entre dois objetos pontuais e quanto mais longe eles estiverem de nós, mais difícil será enxergá-los, não é mesmo? Isso acontece porque a retina tem um limite para diferenciar as imagens desses dois pontos. Quando as imagens estão muito próximas uma da outra, não diferenciamos um objeto do outro. De quanto é essa distância? Em uma visão perfeita, é aquela que corresponde a um ângulo visual de 0,083°, algo de dar inveja a qualquer jogador de golfe ou astrônomo! J I D E W E T /S H U T T E R S T O C K 8437 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 437 1/11/19 1:23 PM 1 (Unesp-SP) Um professor de física propôs aos seus alunos que idealizassem uma experiência relativa ao fenômeno luminoso. Pediu para que eles se imaginassem numa sala completamente escura, sem qualquer material em suspensão no ar e cujas paredes foram pintadas com uma tinta preta ideal, capaz de absorver toda a luz que incidisse sobre ela. Em uma das paredes da sala, os alunos deveriam imaginar uma fonte de luz emitindo um único raio de luz branca que incidisse obliquamente em um extenso espelho plano ideal, capaz de refl etir toda a luz nele incidente, fi xado na parede oposta àquela na qual o estudante estaria encos- tado (observe a fi gura). Espelho Raio de luz Fonte de luz Olho do estudante Se tal experiência pudesse ser realizada nas condições ideais propostas pelo professor, o estudante dentro da sala a) enxergaria somente o raio de luz. b) enxergaria somente a fonte de luz. c) não enxergaria nem o espelho, nem o raio de luz. d) enxergaria somente o espelho em toda sua extensão. e) enxergaria o espelho em toda sua extensão e também o raio de luz. 2 (PUC-RJ) A uma certa hora da manhã, a inclinação dos raios solares é tal que um muro de 4,0 m de altura projeta, no chão horizontal, uma sombra de comprimento 6,0 m. Uma senhora de 1,6 m de altura, caminhando na direção do muro, é totalmente coberta pela sombra quando se encontra a quantos metros do muro? a) 2,0 b) 2,4 c) 1,5 d) 3,6 e) 1,1 3 (PUCC-SP) Uma pessoa se coloca na frente de uma câmara escura, a 2 m do orifício dessa câmara, e a sua imagem que se forma no fundo da mesma tem 6 cm de altura. Para que ela tenha 4 cm de altura, essa pessoa, em relação à câmara, deve a) afastar-se 1 m. b) afastar-se 2 m. c) afastar-se 3 m. d) aproximar-se 1 m. e) aproximar-se 2 m. RUMO AO ENSINO MÉDIO 8438 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C07_421a438.indd 438 1/11/19 1:23 PM CORES, SOMBRAS E PENUMBRAS8 Você saberia definir o que é uma “cor”? Será que você enxerga os peixes desse recife de corais do mesmo modo que seu colega? Por que algumas cores nos deixam mais calmos, como o azul do mar, e outras mais alegres e até alertas, como o amarelo e o verde dos peixes? De onde vem um azul tão profundo e intenso se a água do mar desse recife não é, de fato, azul? Por que todos esses seres são tão coloridos? Por que vemos os peixes verdes que estão em segundo plano como brancos se eles são semelhantes àqueles que estão em primeiro plano? Definitivamente, não são perguntas simples de ser respondidas. Esses serão alguns dos assuntos tratados neste módulo. A DISPERSÃO DAS CORES O estudo das cores é bastante antigo. Há mais de 2 000 anos, o filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) já refletia sobre o assunto. Muito tempo depois, o gênio renascentista Leonardo da Vinci (1452-1519) produziu um texto sobre o assunto, denominado “Tratado da pintura e da paisagem – Sombra e luz”, cuja primeira edição só foi publicada 132 anos após sua morte. Um pouco mais tarde, no século XVII, o jovem Isaac Newton (1643-1727), que estava recluso na fazenda de sua mãe devido à peste que assolava a Europa daquela época, produziu a dispersão da luz branca do Sol em uma parede. Por meio de um pequeno furo em uma janela, Newton fez a luz solar incidir em um prisma, projetando um borrão colorido em uma parede branca. Segundo ele, “foi muito agradávelobservar as cores vivas e intensas, mas logo tratei de examiná-las com cuidado”. Newton concluiu que a luz branca era, na verdade, a composição de todas as cores de luz. Seus resultados foram formalizados em seu livro Opticks, publicado somente em 1704. L O T U S _ S T U D IO /S H U T T E R S T O C K Recife de corais. 8439 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 439 1/11/19 1:24 PM Dispersão da luz 1) A construção de um projetor de filete de luz (pincel de luz cilíndrico e de pequeno diâmetro) Material • 1 lanterna com pilhas novas • 1 régua (de preferência de metal) • 1 cartolina preta ou papel-cartão com um lado preto • 1 tesoura • 1 estilete • 1 compasso • 1 rolo de fi ta adesiva • 1 azulejo (ou outro objeto que sirva de apoio para fazer os cortes com o estilete) Procedimento • Para que não haja desperdício, numa extremidade da cartolina, recorte um círculo do tamanho da parte frontal da lanterna, como indica a fi gura: • Determine o centro do círculo recortado e desenhe um retângulo de 2 mm de largura, deixando apenas 5 mm em cada uma das extremidades. Coloque o círculo de cartolina apoiado sobre o azulejo e, com o auxílio de uma régua, corte com o estilete o retângulo desenhado. Cuidado para não se ferir com essa operação e para que o tamanho do retângulo não ultrapasse as medidas indicadas. Se isso ocorrer, seu fi lete de luz não funcionará corretamente. 5 mm 5 mm 2 mm ATIVIDADE EXPERIMENTAL 1 8440 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 440 1/11/19 1:24 PM • Prenda o círculo de cartolina na parte frontal da lanterna com fi ta adesiva. • Aproveitando a mesma cartolina preta, construa um tubo de comprimento maior que o de sua lanterna. Prenda a cartolina com fi ta adesiva para que não desenrole. O diâmetro do tubo deve permitir que a lanterna seja movimen- tada para a frente e para trás. • Em outro pedaço da cartolina, desenhe e recorte outro círculo de diâmetro igual ao do tubo. Depois, corte com o estilete uma fenda de apenas 1 mm, bem no centro. Observe os detalhes. 5 mm 1 mm • Prenda esse último círculo recortado no tubo e ajuste a lanterna de tal modo que as duas fendas fi quem paralelas. Isso pode ser feito observando, em um ambiente escuro, o fi lete de luz projetado em uma parede clara ou olhando através das fendas. • Teste seu projetor de fi lete de luz em um ambiente bem escuro. Se você quiser fazer um projetor de fi lete de luz colorida, por exemplo, verde, basta sobrepor ao último disco recortado um papel celofane verde ou um plástico transparente verde. Esse tipo de recurso recebe o nome de fi ltro de cores. 8441 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 441 1/11/19 1:24 PM 2) Dispersão da luz branca Material • Projetor de fi lete de luz • 1 cartolina branca • 1 prisma triangular de vidro ou de acrílico Procedimento • Projete o fi lete de luz em uma das faces do prisma conforme a ilustração a seguir. O conjunto está apoiado sobre a cartolina branca. • Observe a decomposição da luz branca em suas cores constituintes, ou seja, a dispersão da luz branca. Veja um es- quema para essa montagem em vista superior. Apesar de o espectro eletromagnético ser contínuo, ou seja, “não há buracos”, existe o costume de dividir o arco-íris em 7 cores, observáveis neste experimento por um indivíduo com visão “normal”: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. • Anote em seu caderno suas conclusões. Note que, se quisermos ser rigorosos na linguagem científica, sempre que dizemos “luz branca” estamos cometendo um erro. Afinal, não existe uma luz de cor branca. Quando todas as cores de luz, caminhando juntas, atingem nossos olhos, interpretamos tal estímulo visual como sendo uma “luz branca”. O laser (abreviação do inglês Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, ou seja, Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação) é uma fonte de luz que apresenta propriedades muito especiais. Uma delas está no fato de que emite luz monocromática, ou seja, de uma só cor. Agora, responda: Caso você repita o experimento do prisma com uma caneta de laser vermelha, será possível dispersar sua luz? Justifique sua resposta. 8442 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 442 1/11/19 1:24 PM AS CORES QUE VEMOS Considere o seguinte “experimento imaginário”: em uma sala bem escura coloca-se uma bola de bilhar vermelha sobre uma grande cartolina branca. A cartolina está apoiada em uma mesa pintada de preto fosco. Todos esses objetos estão iluminados apenas por uma lanterna que emite “luz branca”, ou seja, todas as cores de luz juntas. Por que a cor da bola nos parece vermelha? Porque a luz vermelha sai da bola e alcança nossos olhos. Mas a bola não produz luz vermelha! Ela apenas reflete a luz que nela incide. De fato, a luz branca da lanterna contém a luz vermelha. E a cartolina, por que é branca? Porque luzes de todas as cores (luz branca) saem da cartolina, alcançan- do nossos olhos. Tais luzes são emitidas pela lanterna e refletidas na cartolina. Agora observe a mesa pintada na cor preta. Como sua superfície tende a absorver toda a luz que nela incide, ela não emite nenhuma luz e, portanto, não a enxergamos de verdade. No entanto, detectamos que existe uma mesa preta nesse ambiente. Como? Por compa- ração com outros objetos menos escuros que estão ao seu redor, como a folha branca, que conseguimos visualizar indiretamente. Mas o que aconteceria se o mesmo cenário fosse iluminado por uma lanterna que emitisse luz de cor verde? Observe como seria. Analisemos este novo caso. Por que a bola ficou preta? A bola, sendo vermelha, só pode refletir luz vermelha. E, para isso, uma luz vermelha (ou branca, que contém luz vermelha) deve incidir nela. E isso não está acontecendo nessa situação. Já a cartolina ficou verde-claro porque, por ser branca, tem condições de refletir luz de qualquer cor, inclusive a luz verde que a lanterna está emitindo. E a mesa? Continua preta... Afinal, ela absorve toda a luz que nela incide, não importando a cor dessa luz. SOMBRAS E PENUMBRAS Com certeza, você sabe o que é uma sombra. E uma penumbra? Quando alguém diz a palavra “penumbra”, não dá a ideia de suspense? Isso ocorre porque a maior parte dos filmes de terror e suspense é filmada em situações de baixa luminosidade, que muitas vezes são referidas como situações de penumbra. Será que é isso que acontece? Vamos entender melhor o que é penumbra e qual é a diferença entre sombra e penumbra executando o experimento proposto a seguir. 8443 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 443 1/11/19 1:24 PM Sombras e penumbras Material • 2 lanternas de luzes coloridas e de igual potência • 1 anteparo grande e plano de cor branca (serve uma parede bem clara) Para que o efeito visual esperado seja nítido, as lanternas precisam ser de alta potência. Caso não sejam coloridas, é possível envolvê-las com papel celofane colorido. O ideal é que suas cores sejam bem diferentes entre si, como azul e vermelha. Procedimento • Um colega, sentado no chão, deverá segurar a lanterna azul (LAzul), e um outro, também sentado no chão, deverá segurar a lanterna vermelha (L Verm ). Cada colega deverá fi car a cerca de 3 m da parede. A distância entre eles deverá ser de aproximadamente 2 m. Um terceiro colega deverá se sentar no chão, entre seus colegas e a parede, esticando o braço e acenando com uma das mãos para o alto. Acompanhe esse esquema na ilustração a seguir. • Acenda apenas a lanterna azul e verifi que o surgimento da sombra I na parede. Note que a parede fi ca azul, exceto na região onde há sombra. ATIVIDADE EXPERIMENTAL 2 LVerm LVerm LAzul LAzul I 8444 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 444 1/11/19 1:24 PM • Apague a lanterna azul (LAzul) e deixe apenas a vermelha (LVerm) acesa. Verifi que o surgimento da sombra II na parede. Note que a parede fi ca vermelha,com exceção da região onde existe sombra. • Acenda as duas lanternas ao mesmo tempo e verifi que o surgimento de duas “sombras coloridas” na parede (I e II). Na verdade, não se trata de sombras, mas de penumbras. Note que a parede está rosada, com exceção da região onde existem as penumbras. A cor rosada vem da reflexão simultânea das luzes de cor azul e vermelha pela parede branca. • Aproxime uma lanterna da outra e verifi que que as “sombras coloridas” também se aproximam. Continue fazendo isso até que uma sombra colorida se sobreponha parcialmente à outra (III). • Anote no caderno suas conclusões. LVerm LVerm LVerm LAzul LAzul LAzul II II I I III II 8445 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 445 1/11/19 1:24 PM ECLIPSES SOLARES E LUNARES: SOMBRAS E PENUMBRAS APLICADAS À ASTRONOMIA No 6o ano você aprendeu um pouco sobre Astronomia, um dos mais fascinantes ramos da Ciência. Como você já conhece as fases da Lua e agora um pouco sobre sombras e penumbras, estudaremos os famosos eclipses. A palavra “eclipse” vem do grego ékleipsis, “ação de abandonar, desaparecimento”. Existem dois tipos de eclipse: o solar, quando o Sol é que está desaparecido, e o lunar, quando é a Lua que desaparece. Eclipse solar A sequência de fotografias a seguir mostra a formação de um eclipse solar: Quem está escondendo nossa visão do Sol em um eclipse solar? É a Lua! Para entender como isso ocorre, observe o esquema seguinte, que está fora de escala: Sombra Lua Penumbra Sol Terra Eclipse solar: Quem está escondido? É o Sol! J B C O R L /S H U T T E R S T O C K Cuidados ao observar um eclipse Jamais observe diretamente um eclipse solar, sob o risco de danificar seriamente sua visão. O uso de óculos escuros e chapas de raios X e outros filmes escuros não oferecem proteção adequada aos olhos e, portanto, não devem ser utilizados. Há filtros especiais adequados recomendados por especialistas e astrônomos profissionais que devem ser utilizados na ocasião do eclipse. Outra forma bastante segura de se observar um eclipse solar é projetar em um anteparo a imagem do Sol eclipsado com o auxílio de telescópios ou mesmo de espelhos ou lupas. No caso das lupas, a imagem ficará invertida, como veremos mais adiante. N A S A P H O T O /A L A M Y /F O T O A R E N A A seguir, você confere um registro fotográfico desse fenômeno obtido pela Estação Espacial Internacional (ISS) em agosto de 2017. Em geral, é possível observar um eclipse solar total somente em uma pequena região circular do planeta, com cerca de 270 km de diâmetro, onde a Lua provoca uma sombra na Terra. Já a região de penumbra costuma ser bem mais extensa. Note que nessa foto- grafia a região de sombra, circundada por sua penumbra, aparece com a forma alongada devido ao efeito da perspectiva. 8446 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 446 1/11/19 1:24 PM Eclipse lunar A fotografia a seguir mostra um dos momentos de um eclipse lunar: Quem está escondendo nossa visão da Lua em um eclipse lunar? Nós mesmos, ou seja, a Terra! Para visualizar como isso ocorre, observe o esquema seguinte, fora de escala: LuaTerra Sombra Penumbra Sol Eclipse lunar: Quem está escondido? É a Lua! Note que, ao contrário do eclipse solar, o eclipse lunar pode ser observado de qual- quer lugar do planeta em que seja noite. Um último questionamento: como sabemos, é necessário que a Terra, a Lua e o Sol estejam alinhados para que ocorra um eclipse. Então, por que não ocorrem dois eclipses por mês, ou seja, por que não ocorre eclipse solar no período da lua nova (quando a Lua está entre a Terra e o Sol) e eclipse lunar em toda lua cheia (quando a Terra está entre o Sol e a Lua)? A explicação está no fato de que o plano da órbita da Terra forma um ângulo de cerca de 5° com o plano da órbita da Lua. Para que você visualize melhor o que acontece, observe o esquema a seguir em perspectiva, fora de escala: Eclipse solar Eclipse solar Eclipse lunar Eclipse lunar Lua cheia Lua cheia Lua nova Lua nova O esquema acima sugere que os eclipses ocorrem a cada meio ano. Na verdade, caso estudássemos um modelo mais completo, cálculos mais precisos mostrariam que ocorre pelo menos um eclipse (solar ou lunar) a cada 173 dias. S P R A B B IT O /S H U T T E R S T O C K 8447 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 447 1/11/19 1:24 PM EM CASA 1 Você conhece a ilusão de óptica denominada vaso-rosto? Ela pode ser produzida com desenhos ou tridimen- sionalmente, utilizando um ou dois vasos, conforme a imagem seguinte. O mais interessante nesse tipo de ilusão é que, se você vê o vaso, não vê os rostos. E, se vê os rostos, não vê o vaso. Considerando que você esteja resolvendo essa tarefa em uma sala iluminada por luz branca, explique como é possível enxergar o vaso branco e os rostos pretos. 2 Se a bandeira do Brasil estiver em um quarto escuro e for iluminada apenas com uma lanterna cuja luz é mono- cromática verde, de que cor a veremos? E se a luz for violeta? 3 Vamos esquematizar, geometricamente, o experimento com sombras e penumbras da aula? Observe a fi gura seguinte, que mostra em vista superior as duas lanternas, a mão e a parede. Mão Parede branca L Verm L Azul a) Desenhe os dois raio s de luz azul que partem da lanterna azul (L Azul ) e passam pelas extremidades esquerda e direita da mão, respectivamente. b) Desenhe os dois raios de luz vermelha que partem da lanterna vermelha (L Verm ) e passam pelas extremidades esquerda e direita da mão, respectivamente. c) Indique por L as regiões iluminadas da parede, por S a região de sombra e por P as regiões de penumbra. d) Se a mão se aproximar bastante da parede, mantendo-se o paralelismo em relação à parede, o que acontece com o tamanho da sombra e da penumbra, considerando que as lanternas não mudam de lugar? 4 Observe novamente os esquemas das páginas 446 e 447, que mostram respectivamente um eclipse solar e um lunar, e responda às seguintes questões: a) Durante um eclipse, o Sol se comporta como fonte luminosa pontual ou extensa? b) Em que lugar da Terra as pessoas não veem o eclipse parcial ou total do Sol? c) O que significa eclipse total do Sol? Para “quem” isso aconteceria no esquema? d) Em que fase da Lua pode ocorrer eclipse solar? Explique sua resposta. e) Quando e como ocorre o eclipse lunar? Explique sua resposta. IS T O C K P H O T O /G E T T Y I M A G E S 8 448 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 448 1/11/19 1:24 PM 1 (Enem) Para que uma substância seja colorida ela deve absorver luz na região do visível. Quando uma amostra absorve luz visível, a cor que percebemos é a soma das cores restantes que são refl etidas ou transmitidas pelo objeto. A Figura 1 mostra o espectro de absorção para uma substância e é possível observar que há um compri- mento de onda em que a intensidade de absorção é máxima. Um observador pode prever a cor dessa substân- cia pelo uso da roda de cores (Figura 2): o comprimento de onda correspondente à cor do objeto é encontrado no lado oposto ao comprimento de onda da absorção máxima. 400 600 Comprimento de onda (nm) In te n si d a d e d e l u z a b so rv id a 500 700 Vermelho Amarelo VerdeVioleta 650 nm 750 nm 400 nm 560 nm 580 nm 490 nm430 nm Se a substância absorve nesta região Ela apresentará essa corLaranja Azul Figura 1 Figura 2 Qual a cor da substância que deu origem ao espectro da Figura 1? a) Azul. b) Verde. c) Violeta. d) Laranja. e) Vermelho. 2 (Enem) A fi gura abaixo mostra um eclipse solar no instante em que é fotografado em cinco diferentes pontos do planeta. I II III IV Sol V Três dessas fotografias estão reprodu zidas abaixo. As fotos poderiam corresponder, respectivamente, aos pontos: a) III, V e II. b) II, III e V. c) II, IV e III. d) I, II e III. e) I, II e V. RUMO AOENSINO MÉDIO 8449 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 449 1/11/19 1:24 PM O espetáculo oculto no céu O texto que você vai ler a seguir foi publicado na Revista Ciência Hoje, em 17 de junho de 2011. No final da tarde e início da noite de 15 de junho aconteceu um dos mais belos espetáculos celestes que podemos observar. A Lua apareceu por volta das 18h, mas mal podia ser vista. Aos poucos, à medida que foi escurecendo, era possível vê-la envolvida por uma coloração levemente avermelhada. Por volta das 18h20, a Lua começou a brilhar novamente, parecendo estar em sua fase crescente. Já por volta das 20h, ela estava totalmente reluzente no céu. Provavelmente, muitas pessoas nas grandes cidades nem perceberam o que acontecia, pois quando escureceu de fato a Lua já estava totalmente coberta pela sombra da Terra. O que aconteceu foi um eclipse total da Lua. Esse fenômeno ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua ficam alinhados, estando a Terra no meio, de tal forma que a Lua atravessa a sombra projetada pelo nosso planeta. O evento que aconteceu no dia 15 de junho foi um dos mais longos dos últimos 11 anos, durando aproxi- madamente duas horas. Etapas de um eclipse lunar. O fenômeno ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua ficam alinhados, estando a Terra no meio, de tal forma que a Lua atravessa a sombra projetada pelo nosso planeta. Embora a Lua complete uma volta ao redor da Terra a cada 28 dias, aproximadamente, os eclipses lunares e solares não acontecem todos os meses, porque a órbita da Lua está em um plano com inclinação de apro- ximadamente 5° em relação ao plano da órbita da Terra ao redor do Sol. Por isso, somente quando ocorre a coincidência desse alinhamento é que acontecem os eclipses. Dessa forma, temos eclipse lunar na lua cheia, quando a Terra fica entre a Lua e o Sol, e o eclipse solar na lua nova, quando a Lua se coloca entre a Terra e o Sol. Temor e sacrifícios Há milhares de anos, povos primitivos costumavam ficar preocupados ao observar esse tipo de fenômeno. Para eles, era assustador imaginar que, de repente, a Lua (ou o Sol) “desapareceria” do céu. No caso do eclipse lunar, ocorre um espalhamento da luz do Sol devido às partículas de poeira que estão em suspensão na atmosfera. Isso faz com que parte da Lua fique avermelhada, produzindo um efeito seme- lhante ao do pôr do sol. L E E N A R O B IN S O N /S H U T T E R S T O C K TEXTO COMPLEMENTAR 8450 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 450 1/11/19 1:24 PM Para esses povos, era como se um poderoso ser fizesse a Lua sangrar. Temendo esse tipo de situação e suas consequências, ofereciam sacrifícios, inclusive humanos, para aplacar a fúria desse ser capaz de escurecer a Lua ou o Sol. Contudo, ao longo de anos de busca pela compreensão da natureza foi possível começar a se entender melhor fenômenos desse tipo, perceber que eles não tinham origem sobrenatural. Os caldeus, povo que viveu na Mesopotâmia cerca de 2.000 anos antes da nossa era e dominou as regiões da Babilônia e Assíria até o ano 539 a.C., registravam de maneira cuidadosa as datas de todos os eclipses e perceberam que a sequência de eclipses se repetia sucessivamente após cerca de 6.585 dias, ou seja, apro- ximadamente 18 anos e 11 dias. Os caldeus batizaram esse período de um Saros, que, no idioma caldeu, é um derivado da palavra “repe- tição”. Durante cada um desses períodos ocorrem 41 eclipses solares e 29 lunares. Raios e cálculos Os antigos filósofos gregos compreendiam de maneira detalhada os fenômenos celestes, utilizando apenas o cuidado e a observação atenta da natureza. Eratóstenes (276-194 a.C.), que viveu em Alexandria, no Egito, tomou conhecimento, através da leitura de um pergaminho, de que em Siena, localizada cerca de 800 km ao sul da cidade, havia um poço no qual um dia por ano, e apenas nesse dia, era possível ver a imagem do Sol refletida em suas águas. Isso significava que, nesse dia, os raios solares incidiam perpendicularmente à superfície da água. O filósofo imaginou que, se esses raios fossem prolongados continuamente, eles passariam pelo centro da Terra (como mostra a figura). Raios solares β Comprimento da sombra Esquema dos resultados obtidos por Eratóstenes ao observar a incisão dos raios solares em um poço no qual um dia por ano era possível ver a imagem do Sol refletida em suas águas. O experimento levou o filósofo a concluir que a Terra é esférica. No entanto, num desses dias, a hipótese de Eratóstenes foi testada e o fato não foi verificado, ou seja, os raios solares não incidiam de forma perpendicular sobre a superfície da Terra. Uma vara colocada sobre uma superfície plana projetou uma sombra que permitiu observar que os raios incidiam com uma inclinação de aproximadamente 7°. Eratóstenes então concluiu que isso somente poderia acontecer se a superfície da Terra fosse encurvada e que, portanto, o planeta deveria ter uma forma esférica. Com um pouco de geometria, ele determinou o raio da Terra. O resultado que obteve tinha um erro menor que 15% do valor real. Contudo, um feito notável para a época. Com base em seus dados, inferiu também o tamanho da Terra. Por esse motivo, quando Cristóvão Colombo (1451-1506) quis empreender a sua viagem para a Índia pelo Oceano Atlântico, poucos deram crédito a ele, pois, se a estimativa de Eratóstenes estivesse correta, Colombo não conseguiria realizar a viagem, já que a distância a ser percorrida seria na ordem de dezenas de milhares de quilômetros. Felizmente, para ele, havia o continente americano no caminho. 8451 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 451 1/11/19 1:24 PM Novo papel O astrônomo grego Hiparco estimou a distância entre a Terra e a Lua. Os eclipses foram também muito importantes para podermos estimar as dimensões do Sistema Solar. Hiparco (190-126 a.C.), um grande astrônomo da Antiguidade, foi capaz de estimar a distância Terra-Lua no século 2 a.C. utilizando um eclipse total da Lua. Basicamente, Hiparco marcou o tempo do início e do fim do eclipse e estimou o ângulo que alguém que estivesse no Sol veria um raio solar atingir a Terra. Dessa maneira, utilizando a medida do raio da Terra (rea- lizada por Eratóstenes um século antes) e um pouco de geometria, foi possível calcular a distância Terra-Lua. O resultado dos cálculos sugeria que a distância Terra-Lua era de aproximadamente 80 raios terrestres, um pouco menor do que o valor que conhecemos atualmente, na ordem de 380 000 km. Com a medida de Hiparco, Isaac Newton, por sua vez, pôde calcular a força que a Terra exerce sobre a Lua (e vice-versa) por meio da gravidade. Centenas de anos depois, em maio de 1919, um eclipse total do Sol que ocorreu na cidade de Sobral, no Ceará, foi decisivo para comprovar a teoria da relatividade geral do físico alemão Albert Einstein (1879-1955), que propunha uma nova forma de entender a gravidade. Os astrônomos que integraram a expedição a Sobral mediram o desvio que a luz das estrelas próximas ao Sol sofriam devido ao efeito da atração gravitacional. Esse tipo de observação somente pôde ser feita durante o eclipse, pois momentaneamente o céu fica escuro, tornando possível fotografar a posição das estrelas para depois compará-la a sua posição quando o Sol não está próximo. Atualmente os eclipses não têm mais grande relevância científica, mas servem com certeza para estimular a curiosidade, principalmente das crianças e dos jovens, pelo funcionamento da natureza e levá-los a entender um pouco mais da ciência por trás de fenômenos do tipo. Nesse último eclipse, foi muito bom poder ver o espanto e a admiração da minha filha quando olhou através do telescópio e viu os detalhes do eclipse. Isso realmente não tem preço. Adilson de Oliveira Departamento de Física Universidade Federal de São Carlos Nota dos autores: O eclipse lunar mais longo do século ocorreu no dia 27 de julho de 2018, com o fenômeno todo durando aproximadamente3 horas e 14 minutos, com a fase total (a Lua na Umbra) com duração de 1 hora e 45 minutos, observada em várias regiões do planeta. Fonte: Ciência Hoje Online. Disponível em: <http://cienciahoje.org.br /coluna/o-espetaculo-oculto-no-ceu/>. Acesso em: 15 ago. 2018. R E P R O D U ‚ Ì O /W IK IM E D IA C O M M O N S 8 452 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C08_439a452.indd 452 1/11/19 1:24 PM REFLEXÃO EM ESPELHOS PLANOS E ESFÉRICOS9 Você já se divertiu olhando sua própria imagem, a de seus familiares e a de seus amigos em uma sala de espelhos de parques de diversão ou feiras de Ciências? Sabemos que esses espelhos devem ser curvos para que tais efeitos sejam produzidos. E, como se nota, efeitos como esses são diversão garantida para qualquer criança, de 0 a 100 anos! Além da momentânea diversão sensorial, existe a curiosidade intelectual, mais duradoura e igualmente divertida... Por isso, como aprendizes de Ciências, poderemos nos fazer as seguintes perguntas a respeito destes curiosos fenômenos: • Qual é a relação entre a curvatura de um espelho e o tipo de imagem que ele produz, ou seja, mais alongada, mais curta e assim por diante? • Essa relação é alterada pela distância que o objeto está do espelho? • Por que algumas superfícies, como os metais polidos e a água, refletem a luz como espelhos e outras, como nossa pele e a parede, não? • Quais são as aplicações práticas, cotidianas e tecnológicas dos espelhos? Pois bem. Estes serão os temas deste módulo: os espelhos planos e os espelhos esféricos, côncavos e convexos. G A IL M O O N E Y /M A S T E R F IL E /L A T IN S T O C K 8453 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 453 1/11/19 1:25 PM ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE OS ESPELHOS Muito provavelmente a primeira coisa que o ser humano viu por reflexão foi a imagem de si mesmo na superfície da água, em um lago de águas claras e cristalinas. Escavações no planalto da Anatólia, atual Turquia, sugerem que, em 6000 a.C., os seres humanos já produziam espelhos a partir do polimento manual de uma rocha vulcânica denominada obsidiana, um pouco semelhante a um vidro leitoso escuro. A partir de 3000 a.C., época conhecida como Idade do Bronze, povos antigos, como os egípcios e sumérios, começaram a produzir artefatos polidos que eram placas de bronze polidas com areia. Por volta do ano 300 a.C., o matemático grego Euclides começou a estudar a reflexão dos raios de luz. No século I d.C., o matemático e construtor grego Hierão de Alexandria, na tentativa de estabele- cer alguns princípios da Óptica geométrica, construiu espelhos que provocavam ilusões, formando imagens deformadas de objetos. Se- gundo o historiador romano Caio Plínio, o Velho (23 d.C.-79 d.C.), os primeiros espelhos de vidro revestidos por metal, mais precisa- mente ouro, foram feitos em Sídon, no Líbano, durante o século I. Foi somente por volta do século XI que o matemático Alhazen formulou princípios que descreviam o comportamento dos raios de luz ao atingirem superfícies de espelhos e de outros sistemas ópticos. Espelhos semelhantes aos atuais surgiram por volta do ano 1300, em Veneza. Eram fabricados com vidro transparente e, como os espelhos de hoje, tinham uma de suas faces coberta por uma fina camada de metal para refletir a luz. A partir de então, a técnica de manufatura foi sendo aperfeiçoada, e no início do Renascimento, no século XIV, na Europa, os primeiros espelhos de vidro revestidos por uma espécie de amálgama de estanho e mercúrio foram produzidos. No entanto, foi somente em 1835 que o químico Justus von Liebig (1803-1873) inventou o processo de deposição de nitrato de prata em placas de vidro, resultando na época em espelhos de qualidade superior e bastante semelhantes aos de hoje. Qual terá sido o motivo que levou o ser humano primitivo a fazer um espelho? Espelho egípcio de bronze, provavelmente da XVIII-XIX dinastia (1570 a.C.-1350 a.C.). REPR O D U Ç Ã O /A R Q U IV O D A E D IT O R A D E A G O S T IN I/ G E T T Y I M A G E S 8454 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 454 1/11/19 1:25 PM Todo material sólido possui certa resistência ao risco, característica tecnicamente denominada “dureza”. Em geral, materiais duros são mais frágeis, ou seja, tendem a se quebrar com facilidade. É o caso do diamante, o material mais duro que existe e que é bastante frágil. Contrariamente, outros materiais, como os metais, são bem menos duros e, também por isso, menos frágeis e mais maleáveis. a) Os egípcios faziam o polimento do bronze com areia do deserto, que é composta basicamente do mineral quartzo. Explique por que isso é possível. b) Explique por que os espelhos são feitos a partir de uma placa de vidro revestida com metal em uma de suas faces. Afinal, não é o metal que reflete? Então, para que serve o vidro? ATIVIDADE 1 LEIS DA REFLEXÃO Para entendermos a reflexão da luz em qualquer tipo de superfície, vamos começar observando, nas fotografias seguintes, um filete de laser vermelho incidindo e refletindo em um pequeno espelho: I II S C IE N C E S O U R C E /G E T T Y I M A G E S S C IE N C E S O U R C E /G E T T Y I M A G E S 8455 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 455 1/11/19 1:25 PM A partir de observações como essas, podemos concluir que existe uma simetria no fenômeno da reflexão. Quando, em relação ao espelho, o filete de laser incide mais “de pé” (I), ele também reflete mais “de pé” (I) e, quando ele incide mais “deitado” (II), ele também reflete mais “deitado” (II). No entanto essa caracterização não é mui- to precisa. Para tanto, foram criadas duas medidas de posição para esses raios, além de um vocabulário técnico, próprio da Óptica. Para compreender isso, acompanhe o esquema a seguir, em perfil, que traduz geométrica e genericamente o fenômeno da reflexão do laser em um espelho: Raio incidente Raio refletido r Espelho plano n i Ponto de incidência Laser Denomina-se: • Raio incidente: aquele que indica o caminho da luz que atinge o espelho no ponto de incidência. • Raio refletido: aquele que indica o caminho da luz que emerge do espelho a partir do ponto de incidência. • Reta normal: aquela que é perpendicular (ou seja, normal) ao plano que contém o espelho no ponto de incidência. • Ângulo de incidência i: aquele que o raio incidente forma com a reta normal. • Ângulo de reflexão r: aquele que o raio refletido forma com a reta normal. Agora, com base nessas informações, será muito mais simples caracterizarmos o fenômeno da reflexão. É o que faremos a seguir, experimentalmente. As leis da refl exão na prática Material • O projetor de fi lete de luz construído no Módulo 8 • Caixa de sapatos em bom estado • Espelho plano retangular (de aproximadamente 12 cm por 9 cm) • Fita adesiva • Régua • Transferidor ou jogo de esquadros • Papel sulfi te branco • Caneta preta ATIVIDADE EXPERIMENTAL 1 8456 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 456 1/11/19 1:25 PM Procedimento • Com a régua e a caneta, trace uma reta de modo a dividir a folha de sulfi te ao meio, longitudinalmente. Ela será a reta normal n. Dica: Obtenha os pontos médios dos lados de menor medida da folha. Depois, basta traçar a reta que passa por esses pontos, como mostra a fi gura ao lado: • Prenda a folha na parte de dentro da caixa de sapatos com pedaços bem peque- nos de fi ta adesiva nas extremidades. Aten•‹o! Coloque algumas folhas embaixo da folha de sulfi te para deixá-la no nível da caixa de sapatos. • Na parte de trás do espelho, coloque pedaços de fi ta adesiva de modo que possa prendê-lo no fundo da caixa de sapatos. Centralize o espelho usando como referen- cial a linha traçada na folha de sulfi te. Espelho Folhas de papel • Com o conjunto montado, pegue a lanterna que você preparou para as Atividades experimentais do módulo anterior, apague as luzes dasala, ligue sua lanterna e faça incidir um fi lete de luz na extremidade da reta normal. Marque alguns pontos do trajeto desse fi lete sobre a folha, identifi cando o raio correspondente como I 1 . Peça a um colega que marque, sobre o lado direito da folha, alguns pontos do fi lete de luz refl etido pelo espelho. Identifi que- -o como R 1 . • Faça incidir outro fi lete de luz, mas diminuindo o ângulo de incidência I1. Repita o passo anterior, identifi cando o novo raio incidente como I 2 e o raio refl etido como R 2 . • Repita uma última vez o passo anterior para um terceiro fi lete, diminuindo um pouco mais o ângulo de incidência. • Finalmente, faça incidir um quarto raio exatamente sobre a reta normal, isto é, perpendicular à superfície do espelho. O n 8457 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 457 1/11/19 1:25 PM • Volte a iluminar totalmente a sala da experiência, retire o papel da caixa e, com a régua, acerte o trajeto dos raios inci- dentes e dos raios refl etidos. Indique com setas os sentidos desses raios. Observe o modelo na ilustração a seguir. R 1 R 2 R 3 R 4 I 4 O n I 3 I 2 I 1 • Com o transferidor, meça os ângulos i1, i2, i3 e i4 formados pelos raios incidentes I1, I2, I3 e I4 com a reta normal. Meça também os ângulos r 1 , r 2 , r 3 e r 4 formados pelos raios R 1 , R 2 , R 3 e R 4 com a reta normal. Anote os valores na tabela a seguir. Medida do ângulo de incidência (em graus) Medida do ângulo de reflexão (em graus) i 1 = r 1 = i 2 = r 2 = i 3 = r 3 = i 4 = r 4 = O experimento que acabamos de fazer nos permite chegar a duas conclusões, conhecidas como leis da reflexão: 1a lei: O raio incidente, o raio refletido e a reta normal à superfície refletora estão contidos no mesmo plano, de- nominado plano de incidência. 2a lei: Os ângulos de incidência e de reflexão têm sempre a mesma medida, ou seja, i = r. Essas leis são válidas para qualquer tipo de reflexão, seja em superfícies planas, seja em curvilíneas. ESPELHOS PLANOS Vamos abordar alguns aspectos qualitativos sobre o processo de formação de ima- gens por espelhos planos. Por incrível que pareça, o melhor modo de se fazer isso não é realizando um experimento com um espelho propriamente dito, mas com um espelho imaginário, conforme a atividade seguinte. Características dos espelhos planos Fique de frente para um colega de mesma altura que você, que vai imitá-lo fazendo o papel de sua imagem. Suponha que entre você e seu colega haja um espelho imaginário. Esse espelho pode ser representado por uma moldura de um quadro ou um bambolê. Peça a outro colega que segure o “espelho” entre você e seu “colega imagem”. ATIVIDADE EXPERIMENTAL 2 8458 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 458 1/11/19 1:25 PM A partir de agora, é importante que seu “colega imagem” acompanhe rápida e precisamente todos os seus gestos: a) Levante sua mão direita, por exemplo. Dê tchau para o “espelho”! Com qual das mãos sua imagem deu tchau para você? b) Aproxime e afaste sua mão do “espelho”. Se a distância entre sua mão e o “espelho” for de 30 cm, qual é a distância entre sua ”imagem” e o “espelho”? c) Encoste sua mão no “espelho”. O que aconteceu com a “imagem” da sua mão? d) Faça o sinal de joia, ou seja, apontando o dedão para cima. O que aconteceu com a “imagem” da sua mão? A partir de uma experiência tão simples como essa, podemos concluir qualitativamente que: • A imagem é revertida em relação ao objeto, ou seja, a imagem de uma mão direita corresponde à mão esquerda. A Física chama esse fenômeno de enantiomorfismo. • Objeto e imagem são simétricos em relação ao plano do espelho, ou seja, a distância entre o objeto e o espelho é igual à distância entre a imagem e o espelho. • Objeto e imagem têm as mesmas dimensões. • A imagem é direita em relação ao objeto, ou seja, tem a mesma orientação espacial que o objeto. Além dessas características, há uma última, muito interessante, e cuja motivação é a seguinte: Você percebeu que alguns animais não conseguem identificar a si próprios em espelhos ou vidros de janelas que funcionam como espelhos? Muitos chegam inclusive a atacar a própria imagem! Até mesmo nós, seres humanos, de- moramos no mínimo 10 meses após o nascimento para conseguirmos nos iden- tificar no espelho. Imagens desse tipo, ou seja, formadas por espelhos planos, são denominadas imagens virtuais. Já a imagem formada na câmera escura de orifí- cio, que é invertida, é denominada imagem real. Imagens reais são aquelas que podem ser projetadas em uma superfície. Ao longo dos nossos estudos de Óptica, veremos outros exemplos de imagens reais. Enantiomorfismo tem origem no grego, enantios, “oposto”, e morphé, “forma, aspecto”. enantiomorfismo virtuais A palavra virtual vem do latim virtualis e significa “aquilo que existe como faculdade, mas não existe como realidade”. O virtual ainda não existe, mas é possível de se realizar. Virtual também pode significar algo que equivale a outra coisa, em virtude ou atividade, e que pode servir como substituto a essa outra coisa. 8459 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 459 1/11/19 1:25 PM O fantasma de Pepper Você conhece o fantasma de Pepper? Talvez não com esse nome, mas você provavelmente o co- nhece com o nome de show da Monga. Alguns parques apresentam esse antigo espetáculo de ilusionismo, em que uma linda moça de biquíni se transforma na terrível Monga, um gorila que “ataca” a plateia. Tal façanha foi concebida há cer- ca de 150 anos por John Henry Pepper (1821- -1900), professor de Química da London’s Royal Polytechnic Institution e grande divulgador de ciência recreativa. Recentemente, em 2012, essa mesma “tec- nologia moderna” foi utilizada para que o rapper Tupac Shakur, assassinado em 1996, pudesse “cantar” junta- mente com seus amigos, Snoop Dog e Dr. Dre, em um mesmo palco, no festival Coachella, na Califórnia. Vamos fazer uma versão em escala menor desse truque para entender como ele funciona? Material • 2 velas idênticas • 2 prendedores de papel • Fósforos ou isqueiro • 4 cantoneiras pequenas de metal • 2 pratinhos ou pires idênticos • 1 placa de vidro quadrada com cerca de 30 cm de lado Procedimento • Prenda as cantoneiras no vidro com os prendedores de modo que o vidro, quando apoiado na mesa, fi que na vertical. • Fixe de modo idêntico cada vela em um pratinho. • Coloque cada vela em um lado do vidro, simetrica- mente. • Acenda uma das velas e observe que o vidro refl ete par- cialmente a luz dessa vela. Agora, responda: Se a vela atrás do vidro está apagada, por que ela parece acesa? A seguir, vamos determinar geometricamente a imagem de uma vela formada por um espelho plano. ATIVIDADE EXPERIMENTAL 3 Vela apagada Vela acesa C H R IS T O P H E R P O L K /G E T T Y I M A G E S 8460 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 460 1/11/19 1:25 PM O esquema a seguir mostra uma vela acesa diante de um espelho de extremidades E (esquerda) e D (direita). r E A D O 2 O 3 O 1 AAAAAAAAAAAAAAA Note ainda que há três observadores, O 1 , O 2 e O 3 , diante do espelho. Eles procuram visualizar a chama A através do espelho. Será que eles conseguem? • Obtenha a imagem A' de A, ou seja, o simétrico de A em relação ao plano do espelho, representado pela reta r. Lembre-se: Dois pontos são simétricos em relação a uma reta quando estão na mesma reta perpendicular a essa reta, à mesma distân- cia dela e em lados opostos. • Trace, com linha cheia, o raio de luz I1 que sai da chama A e incide na extremidade E do espelho. • Trace, bem de leve, uma reta que sai da imagem A' da chama A e passa na extremidade E do espelho. Reforce a linha de modo que ela seja tracejada na região atrás do espelho e cheia na região à frente do espelho. A linha cheia representa o raio de luz R 1 que emerge do espelho em E. •Trace, com linha cheia, o raio de luz I2 que sai da chama A e incide na extremidade D do espelho. • Trace, bem de leve, uma reta que sai da imagem A' da chama A e passa na extremidade D do espelho. Reforce a linha de modo que ela seja tracejada na região atrás do espelho e cheia na região à frente do espelho. A linha cheia representa o raio de luz R 2 que emerge do espelho em D. • Pinte com o lápis, bem de leve, a região interna do ângulo formado pelos raios I1 e I2, representando o pincel de luz incidente no espelho. • Pinte com o lápis, bem de leve, a região interna do ângulo formado pelos raios R1 e R2, representando o pincel de luz emergente do espelho. Atenção! Os raios estão à frente do espelho. Agora, responda: Qual observador consegue ver a chama A através do espelho, ou seja, a imagem A' da chama? Veja que interessante: Não há espelho entre o objeto A e sua imagem A'. Por isso diz-se que objeto e imagem são simé- tricos em relação ao plano do espelho, e não em relação ao espelho. ATIVIDADE 2 8461 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 461 1/11/19 1:25 PM Você já notou que muitos utensílios domésticos, como os talheres de aço, perdem o brilho com o tempo? Como vimos, os metais não têm boa resistência ao risco e acabam passando por um processo de abrasão devido ao manuseio diário. Nesse processo, a superfície do metal, apesar de refletir a luz incidente, torna-se rugosa e perde a ca- pacidade de formar imagens como uma superfície metálica lisa. Por quê? Para responder a essa pergunta, observe um “zoom” da superfície plana de um talher novinho e de um bem usado, em que estão representados alguns raios de luz incidentes e refletidos. Superfície lisa Reflexão regular Reflexão difusa Superfície rugosa Quando raios incidentes paralelos entre si incidem em uma superfície lisa, eles são refletidos paralelamente entre si. Esse fenômeno é denominado reflexão especular, ou seja, aquela que é produzida por um espelho de fato. Já na rugosa, os raios são refletidos em direções variadas, difundindo-se. Esse fenômeno é denominado reflexão difusa ou difusão. Por que na reflexão difusa não há formação de imagens? H A L Y N A K R O K H T IA K /S H U T T E R S T O C K O L E N A Z A S K O C H E N K O /S H U T T E R S T O C K ATIVIDADE 3 8 462 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 462 1/11/19 1:25 PM ESPELHOS ESFÉRICOS Até agora, estudamos apenas os espelhos planos. Neste caso, as imagens são sempre virtuais, direitas, revertidas, têm o mesmo tamanho que o objeto e são simétricas em re- lação ao plano do espelho. E se quiséssemos produzir imagens ampliadas ou reduzidas? Como faríamos para produzir imagens invertidas? Ora, seria necessário um espelho não plano, ou seja, curvo. Em uma vasta gama de superfícies diferentes possíveis, estudare- mos apenas os espelhos esféricos, que são os mais simples. Espelhos esféricos são aqueles obtidos pelo corte plano de uma superfície esférica. A figura obtida a partir desse corte é denominada calota esférica (a casca da tampa de uma laranja pode ser imaginada como uma calota esférica!). Caso essa calota esteja espe- lhada pelo lado de dentro, transforma-se num espelho, que, nesse caso, é denominado espelho côncavo, e, se estiver espelhada pelo lado de fora, transforma-se num espelho, que nesse caso é denominado espelho convexo. Espelho côncavo Espelho convexo Devido à dificuldade em desenhar superfícies esféricas no papel, é costume representar apenas cortes de espelhos esféricos, em perfil. A seguir, observe um desses desenhos, em que destacamos alguns dos elementos geométricos de um desses espelhos, seja ele côncavo ou convexo. C Espelho V e.s. e.s. Vista em perspectiva Calota Vista de um corte em perfil e.p. e.p. CV a a 8463 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 463 1/11/19 1:25 PM No esquema anterior, atente aos seguintes elementos: • Centro de curvatura (C). É o centro da superfície esférica da qual se extraiu a calota. • Vértice (V). É o centro geométrico da esfera e da calota. • Raio de curvatura (R). Raio da superfície esférica da qual se extraiu a calota. É a medida da distância entre os pontos C e V. • Eixo principal (e.p.) e eixos secundários (e.s.). Qualquer reta que passe pelo centro e intercepte a calota esférica pode ser denominada, genericamente, eixo. O único entre todos os eixos que passa pelo vértice V é denominado eixo principal (e.p.), eixo de simetria da calota. Todos os outros eixos não são principais, ou seja, são secundários. Note que todo eixo é perpendicular à calota. Por isso, todo eixo é uma reta normal ao espelho. • Abertura do espelho (α). O maior ângulo possível formado entre dois eixos. O FOCO DOS ESPELHOS ESFÉRICOS Uma primeira e importante propriedade dos espelhos esféricos é revelada ao inci- dirmos um pincel de luz cilíndrico sobre eles (ou um conjunto de filetes), de modo que os raios sejam paralelos aos seus eixos principais: Espelho convexo F S C IE N C E S T O C K P H O T O G R A P H Y /P H O T O R E S E A R C H E R S /L A T IN S T O C K S C IE N C E S T O C K P H O T O G R A P H Y /S P L /F O T O A R E N A Espelho côncavo F 8464 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 464 1/11/19 1:25 PM Durante a Segunda Guerra Púnica, a cidade de Siracusa se associou a Cartago, cidade que disputava com Roma o controle do Mediterrâneo. Por esse motivo, Siracusa foi atacada pelos romanos em 214 a.C., sob o comando do general Marcellus. Segundo relatos de J. Zonaras, cronista bizantino do século XII, o grande Arquimedes participou dessa guerra ajudando a defender, engenhosamente, sua cidade natal, Siracusa. Leia um trecho do seu relato: “Finalmente, de maneira incrível, Arquimedes ateou fogo em toda a frota romana; ao girar uma espécie de espelho para o Sol, ele concentrou os raios do Sol sobre ela. E, devido à espessura e lisura do espelho, ele inflamou o ar a partir desse feixe e ateou um grande fogo, que direcionou totalmente sobre os navios que estavam ancorados no caminho do fogo, até que consumiu todos eles”. ATIVIDADE 4 Em ambas as figuras, o ponto F indicado é denominado foco do espelho. No espelho côncavo, foco é o ponto para o qual a luz converge, quando os raios in- cidentes são paralelos ao eixo principal. De outro modo: de acordo com o princípio da reversibilidade, caso uma fonte de luz pontual seja colocada nesse ponto, os raios refletidos serão paralelos ao eixo principal. Caso o espelho esteja corretamente posicionado para o Sol, uma imagem real do Sol se formará nesse ponto. Ela é tão real que existe a possibilidade de um objeto comburente pegar fogo se estiver nessa região, como uma folha de papel preta. Já no espelho convexo, foco é o ponto a partir do qual a luz diverge, quando os raios incidentes são paralelos ao eixo principal. Caso o espelho esteja corretamente posicionado para o Sol, uma imagem virtual do Sol se formará nesse ponto. Tanto no caso do espelho côncavo quanto no do convexo, o foco está na metade da distância entre o vértice e o centro de curvatura do espelho. foco A palavra foco vem do latim focus, cujo significado é “fogo”. Em outra versão, descrita pelo geômetra bizantino Antêmio de Trales (c. 474-c. 534), Arquimedes teria ordenado que os soldados que defendiam Siracusa dispusessem seus escudos, bem polidos e limpos, de modo que formassem um grande espelho esférico, cujo foco seria a vela de um navio, como ilustrado a seguir. 8465 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 465 1/11/19 1:25 PM Espelhos esféricos com colher de feijão Para compreendermos as diferenças de utilização dos espelhos côncavo e convexo, vamos fazer um experimento muito simples. Para isso, basta uma colher nova. Veja que interessante! Material • Colher de sopa bem polida Procedimento • Segure a colhercom a parte côncava voltada para você. • Coloque seu dedo em frente e um pouco afastado da colher, de modo que forme uma imagem dele. a) Quando o objeto (dedo) está bem afastado em relação ao espelho côncavo (colher), qual é a principal caracte- rística da imagem? • Agora vá aproximando lentamente seu dedo da colher, procurando perceber alguma alteração na imagem formada. b) O que acontece com a imagem do seu dedo à medida que você o aproxima da colher? • Continue aproximando lentamente seu dedo da colher até deixá-lo bem próximo a ela. c) Quando o objeto (dedo) está bem próximo em relação ao espelho côncavo (colher), quais são as principais carac- terísticas da imagem? ATIVIDADE EXPERIMENTAL 4 Durante séculos, muitas foram as tentativas de se repetir a façanha de Arquimedes, a maior parte delas sem grande sucesso. Por esse motivo, a comunidade científica é mais propensa a acreditar que tudo não passou de uma lenda. Considere que o “raio da morte” de Arquimedes realmente tenha ocorrido. Forneça um modelo de explicação plausível para essa incrível lenda. 8466 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 466 1/11/19 1:25 PM Os espelhos convexos são muito utilizados como espelhos de segurança em portões de entrada e saída de veículos; em cruzamentos de avenidas e ruas movimentadas, para evitar acidentes; nas portas dos elevadores, para que o ascensorista possa ver, de dentro do elevador, os possíveis usuários que se encontrem no saguão; nas portas de entrada e saída de ônibus; e em supermercados, para diminuir o índice de furtos. a) Explique por que os espelhos convexos são utilizados como espelhos de segurança. IS T O C K P H O T O /G E T T Y I M A G E S ATIVIDADE 5 • Agora vire a colher de modo que a parte convexa fi que voltada para você. • Coloque seu dedo em frente da colher e bem próximo dela e responda: d) Quando o objeto (dedo) está bem próximo do espelho convexo (colher), quais são as principais características da imagem? e) Afaste e aproxime algumas vezes e devagar seu dedo da colher. Em algum momento você verá uma imagem maior e/ou invertida em relação ao seu dedo? Como você já consegue distinguir algumas características dos espelhos esféricos experimentalmente, vamos en- tender quais são suas principais aplicações práticas. 8467 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 467 1/11/19 1:25 PM Os espelhos convexos também são utilizados como espelhos retrovisores externos de veículos. b) Nos Estados Unidos (e em alguns outros países), existe uma lei que obriga as montadoras de veículos a gravar nos es- pelhos retrovisores externos (convexos) a seguinte frase: “Objects in mirror are closer than they appear”, ou seja, “Objetos vistos no espelho estão mais próximos do que eles parecem estar”. No entanto, tal frase não está gravada no espelho retrovisor interno (plano). Qual é a motivação do governo estadunidense ao impor essa lei? Os espelhos côncavos são muito utilizados em estojos de maquiagem, em lojas especializadas na venda de óculos e armações e pelos dentistas. Em todos esses casos, a visualização dos objetos é melhorada. c) Explique por que os espelhos côncavos são utilizados como espelhos de maquiagem e de dentista. B R IG H T /S H U T T E R S T O C K M A R ID A V /S H U T T E R S T O C K O C S K A Y B E N C E /S H U T T E R S T O C K 8 468 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 468 1/11/19 1:26 PM EM CASA 1 A fi gura seguinte mostra um raio de luz incidindo em um espelho plano E. E Desenhe, na figura anterior, a reta normal ao espelho E no ponto de incidência e o raio refletido. Indique os ângulos de incidência e de reflexão. 2 Desenhe, na fi gura seguinte, um raio incidente no ponto P sob ângulo de incidência i = 45°. Desenhe também o raio refl etido e a reta normal ao espelho E, no ponto de incidência P. Indique os ângulos de incidência e de refl exão. E P 3 Desenhe, na fi gura seguinte, um raio incidente no ponto P sob ângulo de incidência i = 0°. Desenhe também o raio refl etido e a reta normal ao espelho E, no ponto de incidência P. Indique os ângulos de incidência e de refl exão. E P 4 Imagine que um raio de luz incida em um espelho plano E formando um ângulo de 30° com o espelho. Qual é a medida do ângulo de refl exão? Justifi que sua resposta. 8469 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 469 1/11/19 1:26 PM 5 Observe a linda fotografi a de um tranquilo lago gelado canadense: A figura seguinte representa, de forma esquemática, a superfície desse lago, um fotógrafo e alguns pinheiros. A O Esse fotógrafo visualiza, além do ponto A, a sua imagem A', que é formada pelo espelho-d'água. Esboce a construção geométrica correspondente a esse processo de formação de imagem. Para isso, siga o roteiro de construção seguinte: I. Obter A', simétrico de A em relação ao plano do espelho-d'água. II. Traçar duas semirretas com origem em A', de modo que formem uma região angular estreita e em sentido à câmera fotográfica; III. Traçar dois segmentos de reta de modo que cada um deles tenha uma extremidade em A e a outra no ponto de cruzamento das semirretas obtidas no item anterior com o plano do espelho. G A L A K H O V A O K S A N A /S H U T T E R S T O C K 8 470 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 470 1/11/19 1:26 PM 6 Obtenha a imagem do objeto (letra F) que está em frente ao espelho, representado em perfi l. B C D A E 7 Em geral, o tempo de sobrevida de uma pessoa que tenha sofrido um infarto tende a ser tão maior quanto mais rapidamente ela for atendida. Por isso, as ambulâncias se locomovem muito rapidamente no trânsito. Para que isso seja possível, os motoristas dos outros veículos que estão em circulação devem dar passagem para a am- bulância o mais rapidamente possível, assim que a observarem pelos espelhos retrovisores. Agora, observe a fotografia frontal de uma ambulância. P U R P L E M A R B L E S /A L A M Y /F O T O A R E N A a) Não há algo de estranho no letreiro desse veículo? Explique por que as letras estão invertidas. Digamos que você estivesse observando, parado no trânsito, uma ambulância se aproximando do seu carro a 80 km/h em relação à Terra: b) Qual seria a velocidade dessa ambulância, em valores absolutos, em relação ao seu espelho retrovisor? c) Qual seria a velocidade da imagem dessa ambulância, em valores absolutos, em relação ao seu espelho retrovisor? d) Qual seria a velocidade da imagem dessa ambulância, em valores absolutos, em relação à ambulância? 8 O texto seguinte foi extraído do portal de notícias G1. Leia-o com atenção. Prédio “derrete” Jaguar com reflexo do sol na Inglaterra O edifício conhecido como “Walkie talkie”, em Londres, na Inglaterra, foi capaz de derreter pe- ças de um Jaguar com o reflexo do Sol. O inglês Martin Lindsay havia estacionado seu Jaguar XJ no distrito financeiro da cidade, mas, quando voltou para pegar o carro, descobriu que um retrovisor e o emblema da marca haviam derretido e uma das laterais do veículo estava deformada. “Não conseguia acreditar”, disse Lindsay, destacando que o prédio pagou o conserto do veículo, que custou 946 libras (R$ 3 490). Na semana passada, a administração do prédio informou que estava investigando o episódio e que havia solicitado à cidade de Londres para não permitir o estacionamento em áreas afetadas pelo reflexo do Sol. Disponível em: <http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/09/predio-derrete- jaguar-com-reflexo-do-sol-na-inglaterra.html>. Acesso em: 11 jun. 2018. 8471 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 471 1/11/19 1:26 PM Explique, fisicamente, como a superfície espelhada do edifício londrino conseguiu derreter partes do automóvel estacionado a sua frente. Caso queira, produza um esboço para auxiliar na sua explicação. 9 Observe a fotografi a de um olho humano vistobem de perto. Observe a imagem do fotógrafo que tirou tal fotografia no filme lacrimal que reveste a superfície dos olhos. Que tipo de espelho é esse? Caracterize essa imagem. 10 O desenho seguinte mostra um coelhinho observando-se em uma bola de Natal. Sob o ponto de vista da Óptica, há um erro nesse desenho. Qual? Explique sua resposta. L E O N N E A L /A G Ê N C IA F R A N C E -P R E S S E Z U R IJ E T A /S H U T T E R S T O C K 8 472 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 472 1/11/19 1:26 PM 1 (UFMG) Observe a fi gura a seguir: P M 10 m 10 m Espelho plano Nascente (0°) Zênite (90°) Em um dia de céu claro, o Sol estava no horizonte (0°) às 6h da manhã. Às 12h ele se encontrava no zênite (90°). A luz do Sol, refletida no espelhinho M, atingiu o ponto P às: a) 7h b) 8h c) 9h d) 10h e) 11h 2 (PUC-MG) Num relógio de ponteiros, cada número foi substituído por um ponto. Uma pessoa, ao observar a imagem desse relógio refl etida em um espelho plano, lê 8 horas. Se fi zermos a leitura diretamente no relógio, verifi caremos que ele está marcando: a) 6 h b) 2 h c) 9 h d) 4 h e) 10 h 3 (Unesp-SP) Isaac Newton foi o criador do telescópio refl etor. O mais caro desses instrumentos até hoje fabricado pelo homem, o telescópio espacial Hubble (1,6 bilhão de dólares), colocado em órbita terrestre em 1990, apre- sentou em seu espelho côncavo, dentre outros, um defeito de fabricação que impede a obtenção de imagens bem defi nidas das estrelas distantes (O Estado de S. Paulo, 1o ago. 1991, p. 14). Qual das fi guras a seguir represen- taria o funcionamento perfeito do espelho do telescópio? a) b) c) d) e) 8473 F ís ic a RUMO AO ENSINO MÉDIO AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C09_453a473.indd 473 1/11/19 1:26 PM REFRAÇÃO10 Realmente, ainda existem lugares paradisíacos no nosso planeta! E, muitas vezes, o que não está diretamente ao alcance dos olhos pode ser ainda mais surpreendente e belo. É o caso da fotografia dessa ilha do Pacífico, metade acima, metade abaixo do nível da superfície da água do mar. Note, além da beleza, o efeito interessante que o fotógrafo conseguiu produzir em seu trabalho: Não lhe parece estranho que os peixes e corais possam estar tão próximos da câmera? Afinal, os peixes costumam ser tão ariscos! Não parece até uma montagem fotográfica? Pois não é! Esse efeito é criado quando a luz que é refletida pelos objetos dentro da água passa para o ar dentro da câmera estanque que abriga a câmera fotográfica. Quando a luz se propaga em um meio com certa ve- locidade e atravessa a fronteira de separação com outro meio, mudando de velocidade, dizemos que está ocorrendo o fenômeno da refração. A refração da luz entre dois meios opticamente diferentes, como água e ar, será o principal objeto de estudo deste módulo. UMA ANALOGIA MECÂNICA PARA A REFRAÇÃO Estudar o comportamento da luz não é algo fácil. Afinal, ela continua sendo um dos grandes mistérios da natureza e, portanto, da Física. Para facilitar o nosso entendimen- to, faremos uma analogia mecânica para o fenômeno da refração. Mas lembre-se: uma analogia é apenas uma analogia! D A M S E A /S H U T T E R S T O C K 8474 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 474 1/11/19 1:26 PM Imagine que você está em um balão, observando superiormente o treinamento de um pelotão de soldados. Estão todos marchando de braços intercruzados, inicialmente em um terreno firme, como o asfalto. Para nós, essa fileira de soldados representará a frente de uma onda luminosa. 1 2 3 4 5 6 7 AsfaltoPegadas Soldados 8 Lama A cada passada dada, os soldados deixam suas pegadas no chão, como mostra o de- senho. Note que os soldados marcham obliquamente em relação à fronteira de separação entre o asfalto e outro terreno coberto de lama. A direção de propagação dos soldados está representada nesse esquema por uma seta. Essa seta é, na nossa analogia, o raio de luz, que é perpendicular à frente de onda. Mas o que acontecerá quando o primeiro soldado chegar à lama? Ele passará a ca- minhar mais devagar, sem, entretanto, se desgarrar dos outros. Os outros soldados, que ainda estão no asfalto, continuarão marchando na mesma velocidade que estavam. No entanto, em algum momento, o soldado 2 também passará a marchar na lama, depois o soldado 3 e assim sucessivamente. A próxima figura mostra o instante em que todos os soldados já estão marchando na lama. Pegadas Soldados 6 passadas Lama (velocidade menor) 2 1 2 3 4 5 6 7 8 1 3 4 5 6 7 8 6 passadas Asfalto (velocidade maior) Como os soldados permanecem sempre de braços cruzados e aqueles que já estão na lama tendem a atrasar os outros que ainda estão no asfalto, a direção de propagação da marcha dos soldados acaba sendo alterada quando eles mudam de meio. Segundo a imagem, essa direção é representada pelo raio de luz perpendicular à frente da onda. 8475 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 475 1/11/19 1:26 PM E o que aconteceria se a marcha de todo o pelotão, em vez de oblíqua, fosse perpen- dicular à fronteira de separação entre o asfalto e a lama? Asfalto (velocidade maior) Lama (velocidade menor) 1 2 3 4 5 76 8 1 2 3 4 5 76 8 Conforme a ilustração, com certeza haveria diminuição de velocidade, porém sem desvio da trajetória. Moral da história: Quando a luz passa de um meio para outro opticamente diferente, ela sofre uma mudança na sua velocidade de propagação. Esse fenômeno é denomina- do refração. Se a luz incidir perpendicularmente à superfície de separação entre os dois meios, a refração ocorre sem mudança de direção. Caso contrário, ou seja, se a luz incidir obliquamente à superfície de separação entre os dois meios, ocorre mudança na direção de propagação. Será que o desvio na trajetória dos soldados seria diferente caso o meio “lama” fosse ainda mais denso e lamacento, ou seja, se a marcha dos soldados fosse ainda mais lenta nesse meio? ATIVIDADE 1 REFRAÇÃO DE UM FILETE DE LASER Para compreendermos o fenômeno da refração da luz em geral, vamos começar observando a refração de um filete de laser entre o ar e a água em um aquário. Filete incidente Filete refletido Filete refratado Ar Água Filete incidente Filete refletido Filete refratado Ar Água 8476 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 476 1/11/19 1:27 PM Tendo por base a analogia mecânica anterior, em qual meio a luz se propaga mais lentamente: no ar ou na água? Justifique sua resposta. Agora, vamos caracterizar a refração sob o ponto de vista geométrico, assim como fizemos na reflexão. Novamente, indicaremos, em um desenho, os ângulos que os raios incidente, refletido e refratado formam com a reta normal. Observe na figura a seguir como se faz isso: 90100 110 12 0 13 0 1 4 0 1 5 0 1 6 0 1 7 0 1 8 0 0 1 0 2 0 3 0 4 0 50 60 70 80 270 280 290 300 310 3 2 0 3 3 0 3 4 0 3 5 0 1 9 0 2 0 0 2 1 0 2 2 0 23 0 24 0 250 260 1 8 0 270 2 280 0 290 300 0 310 3 2 0 3 3 0 3 3 0 3 4 0 3 5 0 1 9 0 2 0 0 2 1 0 2 1 0 2 2 0 23 0 2 24 0 250 2 260 Ar i i r Água Raio incidente n Raio refratado Raio refletido Laser Costuma-se chamar de r o ângulo de refração. Por isso, nessa figura, o ângulo de reflexão também é indicado por i, dado que sua medida é igual à medida do ângulo de incidência. Quando o ângulo de incidência i diminui, o que acontece com o ângulo de refração r? ATIVIDADE 2 ATIVIDADE 3 Nesse experimento, para que fosse possível observarmos a trajetória do laser, foi colocado um pouco de fumaça no ar e alguns pingos de leite na água. Note que parte da luz que incide na fotografia é refletida na superfície da água. Outra parte refrata, passando a se propagar dentro da água. Perceba ainda que as leis da reflexão continuam valendo nessa situação. Em Óptica, o sistema composto de dois meios transparentes opticamente diferentes e separados por uma interface planaé denominado dioptro plano. 8477 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 477 1/11/19 1:27 PM 90100 110 12 0 13 0 1 4 0 1 5 0 1 6 0 1 7 0 1 8 0 0 1 0 2 0 3 0 4 0 50 60 70 80 270 280 290 300 310 3 2 0 3 3 0 3 4 0 3 5 0 1 9 0 2 0 0 2 1 0 2 2 0 23 0 24 0 250 260 1 8 0 270 2 280 0 290 300 0 310 3 2 0 3 3 0 3 3 0 3 4 0 3 5 0 1 9 0 2 0 0 2 1 0 2 1 0 2 2 0 23 0 2 24 0 250 2 260 Ar i i r Água Raio incidente n Raio refratado Raio refletido Laser Resumindo: • Quando a luz refrata diminuin- do de velocidade, como acon- tece quando passa do ar para a água, seu desvio é tal que o ângulo de refração é menor que o ângulo de incidência. Grossei- ramente, diz-se, então, que “a luz se aproxima da reta normal”. • Quando a luz refrata aumen- tando de velocidade, como acontece quando passa da água para o ar, seu desvio é tal que o ângulo de refração é maior que o ângulo de incidência. Gros- seiramente, diz-se, então, que “a luz se afasta da reta normal”. D E L F IM M A R T IN S /P U L S A R I M A G E N S D E L F IM M A R T IN S /P U L S A R I M A G E N S O mais curioso nisso tudo é que, quando uma pessoa observa um peixe de fora da água, ele realmente não está onde parece estar. Mas, então, como os indígenas acertam o peixe? Segundo a tradição indígena, o que se vê é a alma do peixe – o peixe de ver- dade está um pouco mais para baixo. De fato, o que acontece é que instintivamente os indígenas levam em consideração os efeitos da refração durante a prática da pesca. Para compreender opticamente esse fenômeno, faremos uma atividade. FORMAÇÃO DE IMAGENS POR DIOPTROS PLANOS O peixe é um alimento fundamental para muitos povos indígenas. Por isso, muitos deles se tornaram exímios pescadores. Devido à importância desse nutritivo alimento na sua dieta, em muitas tribos os meninos têm de provar que são bons pescadores como uma espécie de ritual de passagem para a vida adulta. O que aconteceria se o apontador de laser estivesse submerso? Pelo princípio da re- versibilidade da luz, a trajetória do filete de laser, na refração, seria idêntica! Observe na figura seguinte como seria. 8478 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 478 1/11/19 1:27 PM Imagine que um indígena O esteja tentando pescar o peixe P com seu arco e flecha, conforme esquematizado a seguir. n P E Ar Água M D O Nesse esquema, o ponto M é o ponto de interseção da reta normal n, que contém o peixe P, com a superfície da água. Os pontos E e D são equidistantes da reta n. Agora, siga os seguintes passos: • Desenhe um raio de luz que, ao partir do peixe P, atinja a superfície da água em E. Depois disso, desenhe o raio de luz refratado, considerando um pequeno desvio em relação à direção original de propagação. Para auxiliá-lo no desenho, não se esqueça de desenhar a reta normal. • Desenhe um raio de luz que, ao partir do peixe P, atinja a superfície da água em D. Depois disso, desenhe o raio de luz refratado. Note que o desvio deverá ser o mesmo do item anterior. Afi nal, se o ângulo de incidência é o mesmo, o de refração também é. E não se esqueça de mais uma vez desenhar a reta normal. • Desenhe um raio de luz que, ao partir do peixe P, atinja a superfície da água em M. Depois disso, desenhe o raio de luz refratado. Note que, nesse caso, os ângulos de incidência e de refração têm a mesma medida, ou seja, i 5 r 5 0°. • Obtenha o vértice do pincel de luz que incide no olho do indígena. Esse ponto é a interseção dos três raios de luz refratados que você desenhou nos itens anteriores. Desenhe, com linha tracejada, o prolongamento desses raios até que eles se encontrem em P', a imagem do peixe P, ou seja, onde o indígena vê o peixe. Agora, responda: a) Compare as distâncias entre o peixe e o indígena e entre a imagem do peixe e o indígena. Quem está mais distante? b) O peixe parece ser maior ou menor do que ele realmente é? Justifique sua resposta. ATIVIDADE 4 8479 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 479 1/11/19 1:27 PM Material • 1 moeda • Fita adesiva • 1 recipiente opaco (pode ser um pote de plástico não transparente, uma lata ou uma panela de ferver leite) • Água Procedimento • Faça um rolinho com a fi ta adesiva, fi xe-o no fundo do recipiente seco bem na parte central e pressione a moeda sobre ele. Certifi que-se de que a moeda esteja bem presa. • Coloque o recipiente com a moeda sobre uma mesa onde você possa visualizá-la bem. • Afaste-se devagar, sempre olhando para a moeda, até que a borda do recipiente impeça a visualização dela. • Pare nesse local e peça a alguém que coloque água no recipiente, aos poucos, com cuidado para não deslocar a moeda. • Quando você estiver enxergando novamente a moeda, peça à pessoa que pare de colocar água. Espere alguns segundos, observe a moeda inteira e, a partir desse ponto, afaste-se aos poucos até que a visão da moeda seja novamente obstruída pela borda do recipiente. • Peça à pessoa que volte a colocar água aos poucos. Novamente a moeda fi cará visível. Dependendo do recipiente, você pode ir se afastando e colocando água até preenchê-lo completamente e ter a visão da moeda inteira. • Verifi que quanto você se afastou desde a primeira posição em que a moeda desapareceu até a última posição em que é possível enxergar a moeda toda. Agora, responda: a) A moeda “subiu” no recipiente quando a água foi colocada nele? O que pode ter acontecido? b) Como explicar o fato de você continuar vendo a moeda mesmo se afastando cada vez mais do recipiente? ATIVIDADE EXPERIMENTAL 8 480 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 480 1/11/19 1:27 PM REFRINGÊNCIA E ÍNDICE DE REFRAÇÃO Para que um lapidador consiga extrair todo o potencial de um diamante, é preciso muita técnica, habilidade e conhecimentos de gemologia. O brilho de um diamante depende de vários fatores, entre os quais a forma geométrica da pedra após a sua lapidação e o índice de refração dela, que costuma ser bastante alto. Mas o que é “índice de refração”? Trata-se de uma característica óptica dos materiais que será estudada a partir de agora, com uma atividade. Os diamantes possuem propriedades notáveis. Quando corretamente lapidados e adequadamente iluminados, o brilho e as matizes de cores que podem aparecer são surpreendentes. Além disso, o diamante é muito duro e quebradiço. De fato, o diamante é o material mais duro que existe, ou seja, ele risca e corta qualquer coisa. Mesmo os diamantes produzidos artificialmente, que são pouco brilhantes, possuem grande dureza, sendo, por esse motivo, utilizados em pontas de brocas. No Módulo 8, dispersamos a luz branca por meio de um experimento muito semelhante àquele realizado por Newton há mais de 300 anos. Agora que já conhecemos um pouco sobre refração, vamos estudá-la fisicamente. Para isso, suponha que refizéssemos tal experimento utilizando, por exemplo, um filete de luz de laser vermelho. Produza um esboço quali- tativo do percurso do filete de laser desde sua incidência, atravessando o prisma e emergindo dele na face oposta à de incidência, sabendo que a luz se propaga mais lentamente no vidro do que no ar. Não é preciso se preocupar com a me- dida dos ângulos, pois este exercício é qualitativo. Não se esqueça de sempre representar, em cada refração, a reta normal à face no ponto de incidência para auxiliá-lo em seus desenhos. Ar Vidro Ar Laser ATIVIDADE 5 B J O E R N W Y L E Z IC H /S H U T T E R S T O C K R O Y A L T Y S T O C K P H O T O .C O M /S H U T T E R S T O C K Imagens fora de proporção. 8481 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 481 1/11/19 1:27 PM Observe mais uma vez o desenho que representa o fenômeno da dispersão da luz branca ao atravessar o prisma. Note que a luz violeta é a que sofre o maior desvio em relação à direção original de propagação, e a luz vermelha, o menor.Lembre-se da analogia mecânica que fizemos no início deste módulo. Suponha que as luzes vermelha e violeta fossem soldados. Você é capaz de propor uma explicação para o fato de os “soldados” violeta terem desviado mais que os “soldados” vermelhos? Isso acontece porque a velocidade de propagação de uma luz monocromática de de- terminada cor em certo meio óptico não depende somente do tipo de material do qual é feito o meio, mas também da própria cor da luz. Ou seja, cada cor de luz tem sua própria velocidade, mesmo quando todas estão se propagando no mesmo meio. No vácuo, dado que não existe coisa alguma que atrapalhe a propagação da luz, todas as cores de luz atingem a mesma velocidade, a maior já observada na natureza, cerca de 300 000 km/s. A tabela a seguir apresenta a velocidade de propagação das cores da luz em diferen- tes meios. Luz Velocidade no vácuo (km/s) Velocidade no vidro (km/s) Velocidade na água (km/s) Vermelha 300 000 240 000 290 000 Laranja 300 000 220 000 270 000 Amarela 300 000 200 000 250 000 Verde 300 000 190 000 230 000 Azul 300 000 180 000 200 000 Anil 300 000 170 000 190 000 Violeta 300 000 150 000 180 000 8 482 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 482 1/11/19 1:27 PM Agora, finalmente podemos definir índice de refração n de um meio óptico para uma dada cor de luz como: 5n c V em que c é a velocidade da luz no vácuo e V é a velocidade dessa cor de luz nesse meio. Note que ambas as velocidades devem estar nas mesmas unidades para que o índice de refração seja um número adimensional, o que, de fato, caracteriza um “índice”. No Sistema Internacional (SI), c 5 3 ? 108 m/s. De modo simples, o índice de refração mostra quantas vezes uma cor de luz é mais rápida no vácuo que em determinado meio considerado. Veja na tabela a seguir alguns valores de índice de refração. Luz Índice de refração da água para a cor considerada Índice de refração do vidro para a cor considerada Vermelha 1,03 1,25 Laranja 1,11 1,36 Amarela 1,20 1,50 Verde 1,30 1,57 Azul 1,50 1,66 Anil 1,58 1,76 Violeta 1,67 2,00 Você sabia? A luz é tão rápida que leva pouco mais de 8 minutos para sair do Sol e chegar até a Terra, a cerca de 150 milhões de quilômetros de distância! Em qualquer outro meio que não seja o vácuo, a luz se propaga menos rapida- mente. Apesar de não se saber muito bem por quê, a presença de matéria, de alguma forma, dificulta a propagação da luz. É possível que você esteja curioso para saber por que e como a matéria retarda a luz... Infelizmente, a ciência só consegue responder a essas perguntas para casos muito específi- cos. Como dissemos anteriormente, há cientistas que passam a vida inteira estudando tais fenômenos. É bastante comum crer que a luz se propaga mais lentamente em materiais mais densos. Cuidado, pois tal fato não é necessaria- mente verdade. Apesar de a interação da luz com a matéria ser um evento pouco conhecido, sabe-se que ela não depende somente do grau de compac- tação dos átomos de um meio óptico, mas também da forma como eles estão associados; por exemplo, o tipo de ligação química que se formou entre eles. Portanto, não podemos comparar substâncias diferentes levando em conta apenas sua densidade. Por exemplo, a luz se propaga mais lentamente no óleo de cozinha do que na água, apesar de a água ser mais densa que o óleo. No entanto, para um mesmo material, como “água pura” ou “ar comum”, é possível afirmar que, quanto menor a temperatura desse material, maior será sua densidade e menor será a velocidade da luz ao percorrê-lo. 8483 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 483 1/11/19 1:27 PM EM CASA 1 Sabendo que a luz vermelha se propaga mais lentamente no acrílico do que no ar, esboce qualitativamente o fi lete de luz refratado em cada uma das situações a seguir: a) Laser n Ar Acr’lico b) Laser n Ar Acr’lico c) Laser n Ar Acr’lico Antes de finalizarmos este tópico, vejamos algumas conclusões úteis sobre o índice de refração: • O índice de refração do vácuo para qualquer cor de luz é igual a 1. Como vvácuo 5 c, conclui-se que ⇒5 5n c v n c c , ou seja, n vácuo 5 1. • O índice de refração do ar para qualquer cor de luz é, para fins práticos, aproxima- damente igual a 1. Para aplicações ópticas cotidianas, não há diferença significativa entre o ar e o vácuo. • Uma vez que v < 1, temos n > 1. • Quanto menor a velocidade de uma cor de luz para determinado meio, maior o índice de refração dessa cor de luz para esse meio. Esquematicamente, temos: ↑ ↓ 5n c v • Assim, quando, por exemplo, comparamos dois meios para uma mesma cor de luz, o meio que possui o maior índice é denominado meio mais refringente. Assim, cuidado: quanto menor é a velocidade, mais refringente é o meio. 8 484 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 484 1/11/19 1:27 PM 2 Observe a fi gura a seguir, que mostra um fi lete de luz incidindo em um dioptro plano. Os meios A e B são desconhecidos. Raio IRaio II Raio III Meio A Meio B Dioptro plano a) Quais são os raios incidente, refletido e refratado? b) Em qual meio essa cor de luz se propaga com maior velocidade? Justifique sua resposta. 3 A fotografi a a seguir mostra um lápis, não quebrado, parcialmente imerso em um copo com água. Por que o lápis parece estar quebrado, com a parte submersa na água dobrada para cima? 4 Admitindo que a luz se propaga no vácuo com uma velocidade de 3 ? 105 km/s, qual é o índice de refração de um tipo de vidro para determinada cor de luz em que a velocidade de propagação dessa cor de luz nesse vidro é de 1,7 ? 105 km/s? 5 Admitindo que a luz se propaga no vácuo com uma velocidade de 3 ? 105 km/s e que o índice de refração do diamante para a luz azul é 2,4, qual é a velocidade de propagação da luz azul através dele? J A N V A N D E R H O E V E N /S H U T T E R S T O C K 8485 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 485 1/11/19 1:27 PM 6 A imagem seguinte mostra um professor de Física dentro de uma piscina cuja parede é de vidro transparente. Até parece que ele está segurando a própria cabeça, não é mesmo? Mas é claro que isso não está acontecendo de fato, e tudo não passa de uma ilusão de óptica! Para entender como ele fez esse truque, observe o esquema seguinte, que mostra essa mesma situação em vista superior. a) Desenhe, no esquema anterior, o raio de luz que parte da cabeça do homem (H) e atinge os olhos do observa- dor (O), em linha reta. Note que esse raio de luz se propaga no ar. b) Desenhe, no esquema anterior, o segmento cujas extremidades são o observador (O) e a imagem da parte submersa do homem (H'). Esse segmento intercepta o plano do vidro no ponto X, que também deve ser indicado na figura. c) Desenhe, no esquema anterior, o raio de luz que parte do homem (H), refrata na superfície de separação (vidro) entre a água da piscina e o ar e atinge os olhos do observador (O). O ponto de incidência desse raio de luz no dioptro plano é o ponto X. d) Desenhe, no esquema anterior, a reta n, normal ao plano do vidro, no ponto X. e) Indique o ângulo de incidência i e o ângulo de refração r. Qual desses ângulos possui a maior medida? f) Qual meio é mais refringente: a água ou o ar? Explique sua resposta. R E P R O D U ‚ Ì O /< H T T P :/ /H P S S O C IE T Y .I N F O > A tradução do cartaz “Physics is phun” é “Física é divertida”. Para brincar com a palavra Physics, a palavra fun foi propositadamente grafada com “ph” em vez de “f”, como é o correto. seguinte, que mostra essa mesma situação em vista superior. Desenhe, no esquema anterior, o raio de luz que parte da cabeça do homem (H) e atinge os olhos do observa- Vidro Água Ar Homem (H) Imagem da parte submersa do homem (H') Observador (O), fotógrafo da cena 8 486 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 486 1/11/19 1:27 PM RUMO AO ENSINO MÉDIO 1 (Udesc) Com relação aos fenômenosda refl exão e da refração da luz branca, analise as proposições. I. A transparência dos vidros é explicada pelos fenômenos de refração e reflexão. II. A dispersão da luz branca em um prisma de vidro é devida à reflexão na face de incidência do prisma. III. A luz branca dispersa em um prisma é composta somente pelas cores primárias vermelho, verde e azul. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. b) Somente a afirmativa I é verdadeira. c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. d) Somente a afirmativa III é verdadeira. e) Todas afirmativas são verdadeiras. 2 (Enem) Alguns povos indígenas ainda preservam suas tradições realizando a pesca com lanças, demonstrando uma notável habilidade. Para fi sgar um peixe em um lago com águas tranquilas o índio deve mirar abaixo da posição em que enxerga o peixe. Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilínea no interior da água. b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória quando passam do ar para a água. c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da água. d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados pela superfície da água. e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando passam da água para o ar. 3 (Mack-SP) A B a b Considere dois meios refringentes A e B separados por uma superfície plana, como mostra a figura acima. Uma luz monocromática propaga-se no meio A com velocidade V A e refrata-se para o meio B, propagando-se com velocidade V B . Sendo o índice de refração absoluto do meio A, n A e do meio B, n B e b . a, pode-se afirmar que a) n A . n B e V A . V B b) n A . n B e V A , V B c) n A , n B e V A , V B d) n A , n B e V A . V B e) n A 5 n B e V A 5 V B 8487 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C10_474a487.indd 487 1/11/19 1:27 PM Os óculos, as câmeras fotográficas, os telescópios, os microscópios e o globo ocular humano são apenas alguns dos exemplos de sistemas ópticos compostos de lentes. Neste módulo, retomamos os conceitos desenvolvidos no estudo da refração para compreender o funcionamento das lentes. Quais são os tipos de lente mais utilizados? O que são lentes convergentes e lentes divergentes? Quais são as características mais importantes desses tipos de lente? Como elas formam imagens e quais são as suas prin- cipais aplicações? É o que veremos neste módulo. LENTES CONVERGENTES E DIVERGENTES Observe a imagem de dois tipos diferentes de lente: Face convexa Face côncava Face convexa Face côncava O que elas têm em comum? As duas faces de cada lente são superfícies esféricas, ambas as lentes são feitas de vidro (ou de acrílico) e estão imersas no ar. No entanto, elas possuem uma grande diferença: a lente II, por ter duas faces côncavas, tem bordas grossas e seu comportamento óptico é divergente; já a lente I, por ter duas faces conve- xas, tem bordas finas e seu comportamento óptico é convergente. A atividade seguinte esclarece essas diferenças. M A U R IT IU S I M A G E S G M B H /A L A M Y /F O T O A R E N A A N Y A IV A N O V A /S H U T T E R S T O C K LENTES M A U R IT IU S I M A G E S G M B H /A L A M Y /F O T O A R E N A 11 D O T T A 2 /A R Q U IV O D A E D IT O R A D O T T A 2 /A R Q U IV O D A E D IT O R A 8 488 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 488 1/11/19 1:28 PM Os esquemas mostram, em perfil, as lentes I e II, exemplificadas anteriormente, sendo atingidas na região das suas bor- das por dois filetes de laser vermelho, representados pelos seus raios. Ao analisá-los, relembre, utilizando o conceito de refração estudado no módulo anterior, o que acontece com os raios de luz ao atravessarem meios diferentes. Lente I Bordas finas e. p. Lente II Bordas grossas O e. p. O Assim como para os espelhos esféricos, também definimos o eixo principal de uma lente (e. p.) como a reta que é perpendicular ao plano da lente. A interseção do e. p. com esse plano é o centro óptico O da lente. Considerando que, conforme esquematizado, a borda de cada lente funcione como um prisma: a) Desenhe as trajetórias dos filetes de laser depois de atravessarem as lentes. Note que o raio acima do e. p. é simétrico em relação ao que está abaixo. b) Obtenha, graficamente, o ponto F, o ponto comum ao par de raios em cada caso. Note que esse ponto pertence ao e. p. No caso da lente de bordas grossas, será necessário prolongar os raios com linha tracejada. Conclusão: • Quando uma lente esférica, composta de material mais refringente que o meio em que ela se encontra, possui bordas fi nas, dizemos que ela é uma lente convergente. Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal de uma lente convergente converge em um ponto denominado foco. • Quando uma lente esférica, composta de material mais refringente que o meio em que ela se encontra, possui bordas grossas, dizemos que ela é uma lente divergente. Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal de uma lente divergente diverge a partir de um ponto denominado foco. ATIVIDADE 8489 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 489 1/11/19 1:28 PM ATIVIDADE EXPERIMENTAL Você sabia? Outros formatos de lentes convergentes e divergentes Caso tenha ficado curioso, confira outros exemplos de lentes de borda fina (1, 2, 3) e de borda grossa (4, 5, 6), feitas de vidro ou acrílico, representadas em perfil: Lentes divergentes Bicôncava Plano-côncava Convexo- -côncava 4 5 6 Lentes convergentes Biconvexa Plano-convexa Côncavo- -convexa 1 2 3 Testando as lentes Material • 2 pedaços de cartolina, uma de cor branca e outra de cor preta • 1 folha de papel vegetal enquadrada em um recorte retangular de papelão • 1 lente de bordas fi nas, ou seja, convergente (lupa ou lente de óculos de hipermetrope) • 1 lente de bordas grossas, ou seja, divergente (lente de óculos de míope) • Régua ou fi ta métrica Procedimento • Segure em uma das mãos a folha de papel vegetal e na outra uma lente convergente. Aproxime-se de uma janela bem iluminada, mantendo a lente entre a folha de papel vegetal e a janela. Tente projetar na folha uma imagem da paisagem lá fora, afastando e aproximando a lente da folha ou afastando e aproximando o conjunto da janela. Você deve conseguir projetar uma imagem na folha de papel vegetal. a) É possível fazer o mesmo utilizando a lente divergente? Experimente. • Sob a luz solar direta, posicione a lente convergente a uma distância em que seja possível concentrar os raios refrata- dos numa pequena região circular da cartolina branca. A lupa formará uma sombra sobre a folha, com um ponto luminoso no centro. Quanto menor o ponto, mais concentrados estarão os raios solares. Esse ponto é denominado foco F da lente. Peça a um colega que meça a distância entre a lente convergente e o ponto em que se concentram os raios refratados no papel. Ela é a distância focal dessa lente. b) Qual é a distância focal da sua lente convergente? 8490 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 490 1/11/19 1:28 PM • Mantenha a lente nessa posição por 2 a 3 minutos e substitua a cartolina branca pela de cor preta. c) O que aconteceu com a cartolina preta? • Pegue novamente a lente convergente e aproxime-a de uma folha escrita ou com ilustrações, como este caderno. d) Caracterize qualitativamente as imagens formadas. • Agora observe objetos mais distantes através da lente convergente. e) Caracterize qualitativamente as imagens formadas. • Pegue novamente a lente divergente e aproxime-a de uma folha escrita ou com ilustrações, como, por exemplo, este caderno. f) Caracterize qualitativamente as imagens formadas. • Agora observe objetos mais distantes através da lente divergente. g) Caracterize qualitativamente as imagens formadas. h) Complete a conclusão seguinte. •Quando um objeto está próximo a uma lente convergente, a imagem é e . • Quando um objeto está afastado de uma lente convergente, a imagem é e pode ser . • Independentemente da posição do objeto, a imagem formada por uma lente divergente é sempre e . 8491 F ’ s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 491 1/11/19 1:28 PM 1 Nas imagens seguintes, podemos observar alguns fi letes de luz atravessando dois perfi s diferentes de lente. B Qual lente é convergente? E divergente? Justifique sua resposta. 2 Pedro e Helena são dois adolescentes que necessitam utilizar óculos para enxergar com nitidez. Sabe-se que eles possuem, cada um, o mesmo tipo de ametropia, em ambos os olhos. Certo dia, no intervalo entre duas aulas, eles deixaram seus óculos apoiados sobre os seus livros, conforme ilustrado a seguir. Quais óculos possuem lentes convergentes? E divergentes? Explique sua resposta. A B B R E P R O D U Ç Ã O /A R Q U IV O D A E D IT O R A R E P R O D U Ç Ã O /A R Q U IV O D A E D IT O R A (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas no fim do enunciado que segue, na ordem em que aparecem. O olho humano é um sofisticado instrumento óptico. Todo o globo ocular equivale a um sistema de lentes capaz de focalizar, na retina, imagens de objetos localizados desde distâncias muito grandes até distâncias mínimas de cerca de 25 cm. O olho humano pode apresentar pequenos defeitos, como a miopia e a hipermetropia, que po- dem ser corrigidos com o uso de lentes externas. Quando raios de luz paralelos incidem sobre um olho míope, eles são focalizados antes da retina, enquanto a focalização ocorre após a retina, no caso de um olho hipermetrope. Portanto, o globo ocular humano equivale a um sistema de lentes . As lentes corre- tivas para um olho míope e para um olho hipermetrope devem ser, respectivamente, e . a) convergentes – divergente – divergente b) convergentes – divergente – convergente c) convergentes – convergente – divergente d) divergentes – divergente – convergente e) divergentes – convergente – divergente EM CASA RUMO AO ENSINO MÉDIO 8492 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 492 1/11/19 1:28 PM TEXTO COMPLEMENTAR Mecanismo da visão Coroide Esclerótica Câmara posterior Câmara anterior Córnea Pupila Cristalino Canal hialoideo Humor vítreo Íris Músculos ciliares Retina Mácula e fóvea Nervo óptico Vasos sanguíneos Ponto cego Músculo Corte sagital de olho humano Nossos olhos fornecem uma visão tridimensional do mundo, rica em detalhes e constantemente renova- da. Os raios luminosos penetram na córnea, atravessam uma série de meios homogêneos e transparentes e são detectados numa camada rica em células fotossensíveis: a retina. A retina é o tecido responsável por transformar luz em sinais nervosos, enviando-os através do nervo óptico a determinadas regiões do cérebro, especializadas em auxiliar no processamento de tais impulsos. A partir daí, nossa mente identifica detalhes, contornos, formatos, tons e cores, posições e movimentos. Por isso se cunhou a velho ditado: “Vemos com os olhos, mas enxergamos com a mente”. Quando você vai a um oftalmologista, normalmente ele procede a um exame de fundo de olho, para avaliar a sua retina em busca de anomalias que poderiam comprometer a sua visão. Observe a fotografia de um desses exames. S P L /F O T O A R E N A Papila óptica (ponto cego) Retina 8493 F í s i c a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 493 1/11/19 1:28 PM A retina contém pouco mais de 130 milhões de estruturas celulares – os receptores luminosos, denomina- dos cones e bastonetes, que têm esse nome devido aos seus formatos característicos. A figura seguinte mostra essas células, vistas em microscópio eletrônico. Os 6 milhões de cones são responsáveis pela detecção das cores e os 125 milhões de bastonetes, embora muito mais sensíveis à luz que os cones, fornecem ao cérebro apenas informações em preto e branco. À noite, nossa visão depende muito mais dos bastonetes, que detectam a quantidade de luz. As cores ficam esmaeci- das, acinzentadas, pois os cones ficam praticamente inativos com baixa luminosidade. Daí vem outro ditado popular: “À noite, todos os gatos são pardos”. A distribuição dos cones e bastonetes pela retina é heterogênea. Na região central, chamada fóvea, há grande predominância de cones, enquanto em volta dela, de bastonetes. Por isso, quando temos de recortar figuras, pintar ou fazer qualquer atividade que exija precisão, focalizamos a visão na fóvea. As imagens formadas são decodificadas em detalhes, com a vantagem da distinção precisa das cores. Ao olharmos para uma paisagem, ao largo, ou para o horizonte, lançamos um olhar mais geral sobre uma cena. Com isso, perdemos os detalhes, pois nesse caso a imagem recobre quase toda a retina. Existe também uma região da retina de onde sai o nervo óptico, chamada de ponto cego, onde não há células fotossensíveis. Quando a imagem projetada pelo cristalino está nessa região, não há identificação da imagem. Comprove esse fato fazendo o teste a seguir. X Feche o olho esquerdo e, com o direito, olhe fixamente para o X. Com o braço esticado ao máximo, segure o caderno à sua frente, de modo que o X fique alinhado ao seu olho direito. Aproxime devagar o caderno do seu rosto, mantendo essa direção e olhando fixamente para o ponto X. Continuando a aproxi- mação, sempre com o olho direito fixado no X, você vai notar o desaparecimento do ponto. Aproximando- -se mais ainda, o ponto volta a aparecer. Essas figuras (o X e o ponto) não são vistas quando suas imagens caem exatamente sobre o ponto cego do olho. Identifique-o na ilustração do início deste texto, que mostra partes do olho humano. S T E V E G S C H M E IS S N E R /S P L /F O T O A R E N A S C IE N C E V U V IS U A L S U N L IM IT E D /S P L /F O T O A R E N A Bastonetes Cones 8 494 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 494 1/11/19 1:28 PM Mas por que não percebemos, ao olhar os objetos à nossa volta, o ponto cego? Primeiro, porque nossa visão é estereoscópica ou binocular, isto é, enxergamos com os dois olhos. A imagem que cai no ponto cego de um olho costuma ser vista pelo outro. Cada campo visual cobre uma área ligeiramente diferente; portanto, cada olho vê o objeto em ângulos diferentes. O cérebro recebe as duas visões sobrepostas do objeto, combinando-as e formando uma só imagem. Outro fato interessante da visão binocular é que os vários ângulos e superfícies da imagem combinada e em três dimensões fornecem informações quanto à distância do objeto ou entre objetos. Segundo, porque nossos olhos movimentam-se continuamente e poucas vezes se fixam na mesma cena por tempo suficiente para o cérebro perceber o vazio do ponto cego. Por fim, porque, à medida que crescemos, nosso cérebro aprende a preencher as partes da imagem que faltam. Nossos olhos possuem, basicamente, duas lentes fixas: a córnea e o cristalino. A córnea possui um poder de convergência muito grande, quase quatro vezes maior do que o cristalino. Pela associação de ambas, uma imagem invertida é projetada em nossa retina. Mas, então, como fazer para focalizar objetos a diferentes distâncias? Nos ins- trumentos ópticos, como em muitas máquinas fotográficas, tal ajuste pode ser feito, por exemplo, através da variação da distância entre a lente e a superfície de projeção. Como isso não é possível de ser feito nos nossos olhos, fica a cargo do cristalino mudar de forma, promovendo tais ajustes. Os agentes responsáveis por comprimir perifericamente o cristalino, tornando-o mais convergente, são os músculos ciliares. Tal processo é denominado acomodação visual. Músculos ciliares relaxados Acomodação visual Músculos ciliares contraídos e cristalino mais abaulado Imagem projetada na retina Imagem projetada na retina Objeto próximo Objeto infinitoAmetropias Em um olho humano de visão “normal” (emetrope), a acomodação visual permite a visão nítida de objetos situados desde pontos muito distantes (“infinito”) até objetos situados a aproximadamente 25 cm. Segure uma caneta ou qualquer objeto a 30 cm na direção de seus olhos. Fixe o olhar no objeto e aproxime-o do seu rosto. 8495 F ís ic a AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 495 1/11/19 1:28 PM Observe que, a partir de certa distância (aproximadamente 25 cm para olho emetrope), a imagem fica desfocada. O ponto mais próximo que uma pessoa consegue enxergar com nitidez é chamado de ponto próximo (PP), e o ponto mais distante é o ponto remoto (PR). Córnea Cristalino Retina Olho normal O olho míope, em geral, é um olho longo, comprido, com comprimento axial maior. Por isso a miopia ocorre quando há um “alongamento” do globo ocular e/ou quando as lentes oculares são excessivamente convergentes para o globo. Assim, mesmo com acomodação máxima, o conjunto de lentes – córnea/cristalino – não consegue focar os raios de luz na retina. Ao visar um objeto distante, o olho míope conjuga uma ima- gem real situada antes da retina, que, por isso, se apresenta desfocada, “embaçada”, sem nitidez. Entretanto, a miopia favorece a visão de objetos muito próximos, pois o ponto próximo (PP) é mais próximo que o de uma pessoa com visão normal. A correção da miopia é feita com lentes divergentes. Olho míope Correção de miopia O olho hipermetrope, em geral, é um olho pequeno, com pequeno comprimento axial. Por isso a hiper- metropia ocorre quando há um “encurtamento” do globo ocular e/ou quando as lentes oculares são pouco convergentes para o globo. O ponto próximo (PP) do olho hipermetrope situa-se mais distante do olho que o normal. Isso faz com que os raios luminosos se cruzem atrás da retina. A correção é feita com lentes con- vergentes, com os raios luminosos convergindo sobre a retina. Olho hipermetrope Correção de hipermetropia A presbiopia tem início, na maioria das pessoas, a partir dos 40 anos de idade. Supõe-se que ela ocorra pelo enrijecimento progressivo do cristalino e pela diminuição da capacidade de contração da musculatura ciliar. Assim, para visualizar objetos próximos, a pessoa com presbiopia não consegue uma curvatura ideal do cristalino e precisa fazer um grande esforço para a acomodação visual. Um comportamento interessante das pessoas com início de presbiopia é que elas procuram afastar cada vez mais os objetos dos olhos na tentativa de “focalizá-los” melhor, tentando melhorar a leitura ou a visão dos objetos. A presbiopia é corrigida da mesma forma que a hipermetropia, ou seja, com o uso de lentes convergentes. 8 496 Ensino Fundamental AngloEF2_FIS_9ano_CAD2_C11_488a496.indd 496 1/11/19 1:28 PM Módulo Interdisciplinar 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 549 1/11/19 3:09 PM 8550 Ensino Fundamental W O R L D H IS T O R Y A R C H IV E / A L A M Y /F O T O A R E N A Em muitas cidades ocupadas pelos nazistas, pessoas judias e outros grupos foram isolados em locais chamados guetos ou levadas para campos de concentração, onde eram assassinadas. con eraa AGÊNCIA FRANCE-PRESSE Muitas pessoas tentaram fugir das regiões que viriam a ser invadidas pelos nazistas. Não tendo para onde ir, tornaram-se refugiadas e tentaram pedir asilo em outros países, mas nem sempre foram aceitas. Ensino Fundamental F P G /H U L T O N A R C H IV E /G E T T Y I M A G E S WORLD HISTORY ARCHIVE/ALAMY/FOTOARENA W O R L D H IS T O R Y A R C H IV E / A L A M Y /F O T O A R E N A R IA N O V O S T I/ A G Ê N C IA F R A N C E -P R E S S E nc am cen am Em muitas cidades ocupadas pelos nazistas, pessoas judias e outros grupos foram isolados em locais chamados guetos ou levadas para campos de concentração, onde eram assassinadas. 8550 A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 550 1/11/19 3:09 PM 8551 Muitas tecnologias foram desenvolvidas durante a guerra. Exemplo disso foi a máquina decodificadora criada por Alan Turing, essencial para traduzir mensagens secretas dos nazistas. USIS-DITE/LEEMAGE/ AGÊNCIA FRANCE-PRESSE Armas químicas, especialmente gases altamente tóxicos, foram utilizadas pelos nazistas, tanto em campos de batalha como contra pessoas presas em campos de concentração. 8551 SSPL/GETTY IMAGES S S P L /G E T T Y I M A G E S CORBIS/GETTY IMAGES M P /P O R T F O L IO /L E E M A G E /A G Ê N C IA F R A N C E -P R E S S E 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 551 1/11/19 3:09 PM 8552 Ensino Fundamental8552 Ensino Fundamental Língua Portuguesa Leia os textos a seguir. Texto 1 Os refugiados judeus que EUA e Cuba rejeitaram em 1939 Gerald Granston tinha apenas seis anos quando fugiu da Alemanha nazista a bordo do navio S.S. St Louis, em 1939, junto com mais de 900 passageiros, em sua maioria judeus alem‹es e do Leste Europeu. O destino dele e de seu pai era Cuba, um dos poucos países que, segundo Granston, aceitavam os ju- deus na época, ainda que mediante pagamento. “Cuba era um meio para che- garmos aos Estados Unidos”, conta Granston, hoje com 81 anos. Mas a jornada não saiu conforme o planejado. “Quando chegamos a Havana, a imigração subiu ao navio. Eles foram muito educados e gentis. Mas aprendi minha primeira e única palavra em espanhol: ‘mañana’ (“amanhã”). Tudo era amanhã”, diz. Nos sete dias seguintes, o capitão do navio tentou persuadir as autori- dades cubanas a autorizar a entrada dos passageiros, em vão. Depois disso, “o capitão navegou para cima e para baixo da costa da Flórida, praticamente certo de que atracaríamos (nos EUA)”, acrescenta Granston. No entanto, segundo Granston, o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, estava concorren- do à reeleição e não queria dar munição aos críticos ao aceitar uma nova leva de judeus. “Para evitar que seus inimigos políticos o criticassem, Roosevelt decidiu proibir nossa entrada e nos deixou à própria sorte”, relembra. A alternativa para o S.S. St Louis seria regressar à Europa. “Teríamos de voltar a uma Alemanha onde não havia nenhuma esperança para os judeus. Meu pai não era de esconder seus sentimentos muito facilmente e, mais de uma vez, chorou.” Havia quatro países que possivelmente poderiam receber os mais de 900 passageiros: Holanda, Bélgica, França e Reino Unido. Mas as pessoas que foram a Holanda, Bélgica e França – cerca de 250 – acabaram mortas pelos nazistas. Granston conta que, na viagem de volta à Europa, via pessoas chorando compulsivamente. Um dos passageiros, segundo ele, cortou os pulsos e se jogou do navio por puro desespero. “Se fechar meus olhos, ainda posso ouvir seus gritos e ver o sangue”, diz. “Por sorte”, conta Granston, ele e seu pai foram parar no Reino Unido. “Se não tivéssemos vindo para cá, não estaria aqui agora”, conclui. Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/internacional-39903925>. Acesso em: 7 dez. 2018. R E P R O D U Ç Ã O /M U S E U M E M O R IA L D O H O L O C A U S T O D O S E S T A D O S U N ID O S , W A S H IN G T O N , D C , E U A . O navio S. S. St Louis atracado no porto de Hamburgo, na Alemanha, com cerca de 900 refugiados judeus embarcados, em 1939. 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 552 1/11/19 3:09 PM 85538553 Texto 2 Refugiados e a roda-gigante [...] Segundo relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – Acnur em 2017, em todo o mundo, as deslocações forçadas causadas por guerras, violência e perseguições atingiram em 2016 o número mais alto já registrado. A nova edição do relatório “Tendências Globais” revela que ao final de 2016 havia cerca de 65,6 milhões de pessoas forçadas a deixar os seus locais de origem por diferentestipos de conflitos – mais de 300 mil em relação ao ano anterior. Esse total representa um vasto número de pessoas que precisam de proteção no mundo inteiro, cerca de 65,6 milhões. O número de refugiados, ao alcançar a marca de 22,5 milhões, tornou-se o mais alto de todos os tempos. [...] [...] Todos esses números evidenciam o imenso custo humano decorrente das guerras e perseguições a nível global: 65,6 milhões significam que, em média, uma em cada 113 pessoas em todo mundo foi for- çada a deslocar-se. As crianças, que representam a metade dos refugiados de todo o mundo, continuam a carregar um fardo desproporcional de sofrimento, principalmente devido à sua elevada vulnerabilidade. [...] Com efeito, a roda-gigante de violações sistemáticas de direitos humanos e materializadas em per- seguições étnicas, religiosas, políticas é persistente e foi mais uma vez perpetuada num ciclo sem fim. [...] Só travaremos estas crises e dramas humanos se soubermos gerir e prevenir os conflitos armados e as violações aos mais elementares direitos fundamentais, pois enquanto persistirem continuaremos a ter fluxos massivos de refugiados que buscam proteção interna- cional porque o seu país não garante essa proteção ou é ele próprio agente de perseguição. Por seu turno, uma vez acolhidos os refugiados em países seguros e na Europa em particular, há que assegurar a sua integração. [...] [...] A vida e a liberdade são direitos imanentes e intrínsecos ao indi- víduo e constituem garantias fundamentais do ser humano, assim o proclama a Declaração Universal dos Direitos Humanos [...]. AMADOR, Susana. Disponível em: <www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/ interior/refugiados-e-a-roda-gigante-9027972.html>. Acesso em: 7 dez. 2018. Texto 3 Um Brasil que n‹o acolhe refugiados Uma multidão no extremo norte do Brasil expulsou refugiados venezuelanos com paus, pedras e fogo. Mas o problema vai muito além desse ataque. É do governo estadual e do governo federal. Um Brasil que tem no seu DNA a imigração e se mostra incapaz de lidar com o fluxo de refugiados. 1. Roraima é o estado mais a norte do Brasil. Tanto que a sua sinuosa parte de cima está entalada entre Venezuela, à esquerda, e Guiana, à direita. [...] Um Brasil muito remoto para a esmagadora maioria dos brasileiros, a milhares de quilômetros, e a muitas horas de vários transportes, das metrópoles. Pacaraima fica nessa sinuosa parte de cima de Roraima, do lado que faz fronteira com a Venezuela. Ganhou povoação nordestina na febre do garimpo. A migração está no seu DNA. Mas foi pela violência contra gente de fora que fez manchetes [...]. Nesse lugar [...], habitantes locais expulsaram, com paus, pedras e fogo mais de mil refugiados venezuelanos. O ataque foi organizado pelas redes sociais. Primeiro, a turba bloqueou a estrada de acesso a Pacaraima durante cinco horas, e depois incendiou acampamentos, barracos, pertences, até os refugiados fugirem num êxodo, uma coluna de retirantes, incluindo crianças, grávidas e recém-nascidos. Este ataque em massa seria supostamente resposta ao que aconteceu com o comerciante local Raimun- do Nonato de Oliveira, assaltado sexta-feira à noite, hospitalizado com uma lesão na cabeça. Familiares relataram à polícia que os suspeitos do assalto eram venezuelanos. [...] Refugiada síria e seus filhos desembarcam no porto de Pireu, na Grécia, em 29 de setembro de 2018. G IA N N IS A L E X O P O U L O S /N U R P H O T O / A G æ N C IA F R A N C E -P R E S S E 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 553 1/11/19 3:09 PM 8 554 Ensino Fundamental8 554 Ensino Fundamental 4. “Existem forças políticas tenebrosas que se empenham em passar por cima das dificuldades do povo e aproveitar a xenofobia, que a cada dia é mais forte [...]”, diz agora o pároco de Pacaraima à Radio France International. [...] [...] 5. Acima de dois milhões de venezuelanos deixaram o país. Um dos maiores êxodos do continente, senão o maior, num breve espaço de tempo. Quase um milhão está na Colômbia. Mais de meio milhão no Equa- dor. No Peru, 380 mil. E o Brasil, o gigante da América do Sul, recebeu nem cem mil. Conforme escreveu recentemente um ex-refugiado a morar no Brasil, como é possível que a Colômbia, com menos do que um quarto da população e um terço do PIB, tenha doze vezes mais refugiados venezuelanos do que o Brasil? Uma das principais portas de entrada é Pacaraima. Será certamente difícil a um município tão peque- no lidar com um fluxo de muitas centenas de refugiados por dia. Para isso existe um governo estadual, e um governo federal. Só o estado pode determinar o rumo das coisas [...]. E num país como o Brasil, que acolheu tantos milhões de imigrantes de tantas partes do mundo, só um rumo devia ser evidente: acolhimento, de facto. [...] COELHO, Alexandra Lucas. Disponível em: <https://24.sapo.pt/opiniao/artigos/um-brasil-que-nao-acolhe-refugiados>. Acesso em: 7 dez. 2018. Texto 4 Refugiados no Brasil sofrem com racismo e falta de políticas públicas [...] O Brasil tem atualmente 10 264 refugiados reconhecidos e quase 86 mil solicitantes de refúgio, que, somados a estrangeiros que receberam outro tipo de proteção – como a permissão temporária de resi- dência – somam quase 150 mil pessoas. Com 17 900 solicitações, os venezuelanos ocupam o primeiro lugar na lista de nacionalidades que pedi- ram refúgio em terras brasileiras. Em seguida estão cubanos (2 373), haitianos (2 362) e angolanos (2 036). Segundo a Acnur, esse aumento exponencial ao redor do mundo está ocorrendo devido a continuidade de graves conflitos, crises e guerras. A agência cita a guerra na Síria que, até o fim de 2017, obrigou 12,6 milhões de pessoas a se deslocarem forçadamente, e a limpeza étnica da minoria rohingya, em Mianmar, que fez com que mais de 600 mil pessoas se refugiem em Bangladesh. Conflitos na República Democrática do Congo, no Afeganistão, no Sudão do Sul e na Somália também estão entre as principais causas do aumento do número de pessoas forçadas a deixar suas casas por conta dos próprios conflitos, violência ou perseguição política. [...] Preconceito A nigeriana Mate Sunday, atualmente com 38 anos, precisou sair de seu país para fugir dos atentados do Boko Haram, grupo fundamentalista islâmico considerado terrorista pela ONU. Ela chegou ao Brasil em 2014, grávida, e passou por algumas casas de acolhida até se encontrar com seu marido, também refugiado, e conseguir reunir a família em São Paulo. “Foi muito difícil”, diz Mate. “Primeiro, é o problema da língua, segundo é um país que não conheço. Tudo é mudança. Cultura diferente, língua diferente, comida diferente. Eu sofri bastante com essas coisas”. O preconceito também fez com que a adaptação na vida da nigeriana fosse ainda mais complicada. “Antes, era difícil. Às vezes, quando entrava no ônibus, não queriam sentar perto. Em São Paulo está melhor, o preconceito não acabou ainda mas está melhorando… Mas em outras cidades, meu Deus, não é fácil”, conta Mate. “Até agora eles não veem a gente como iguais a eles, falam como se fôssemos escra- vos. Querem incomodar, mandar a gente fazer tudo. Não têm respeito. Não respeitam a gente”, desabafa. Com o caçula nascido no Brasil, a nigeriana conseguiu o status de imigrante com permanência defi- nitiva por filho brasileiro. Mate sobreviveu com o apoio de organizações não governamentais desde que chegou, inclusive para conseguir trazer seus outros três filhos que, para uma maior proteção, estavam com familiares em estados diferentes da Nigéria. Mate e sua família ainda vivem em condições precárias, e, após fazer um curso profissionalizante, conseguiu um trabalho como auxiliar de cozinha, mas segue dependendo da ajuda de ONGs e de pessoas que se solidarizam com sua história. [...] SUDRÉ, Lu. Disponível em: <www.brasildefato.com.br/2018/06/20/refugiados-no-brasil-sofrem -com-racismo-demora-de-documentacao-e-falta-de-politicas/>. Acesso em: 7 dez. 2018. 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd554 1/11/19 3:09 PM 85558555 Como você notou, esses textos abordam: I. o problema dos refugiados, dos judeus que precisaram sair da Alemanha imediatamente antes ou durante a Segunda Guerra Mundial, até os sírios, líbios, afegãos, sudaneses, entre outros, que, em pleno século XXI, ainda buscam lugares seguros onde viver. II. a forma como os brasileiros têm, nos últimos anos, recebido os refugiados. Reflita sobre o que leu para produzir uma dissertação argumentativa. Escolha uma das propostas a seguir: Proposta 1 Escreva uma dissertação para convencer os governantes das nações europeias e norte-americanas a aceitar e auxi- liar os refugiados que chegam a seus países. Proposta 2 Escreva uma dissertação para convencer o governo brasileiro a aceitar e apoiar os refugiados. Proposta 3 Escreva uma dissertação para convencer os brasileiros a aceitar e apoiar os refugiados que chegam ao país. ROTEIRO 1a etapa: Planeje seu texto. • Escolha uma das propostas e anote-a em seu caderno. • Releia os textos desta atividade e grife argumentos e ideias que possam ser utilizados para influenciar o interlocutor que escolheu. Anote os três ou quatro mais apropriados, sem copiá-los. • Defina e anote a sequência em que tais argumentos poderão ser inseridos em seu texto. 2a etapa: Escreva a primeira versão do texto. Você pode organizá-lo assim: • 1o §: apresentação do tema e da tese. • 2o §, 3o § e 4o §: apresentação dos argumentos. • 5o §: retomada da tese exposta inicialmente, para concluir o texto. 3a etapa: Atribua um título ao texto e revise-o. Para isso, recorra aos critérios (relativos a conteúdo, estrutura e linguagem) utilizados nos Módulos 15 e 21. 4a etapa: Elabore a versão definitiva do texto de acordo com as orientações de seu professor. História Hiroxima: “não se esqueçam” Um dos desfechos da Segunda Guerra Mundial se deu quando os Estados Unidos lançaram sobre o Japão duas bombas atômicas. Em 6 de agosto de 1945, a cidade de Hiroxima foi destruída pela força nuclear da bom- ba chamada de Little Boy (garotinho) por seus criadores. Três dias depois, foi a vez de a cidade de Nagasáqui sofrer um bombardeio similar, desta vez pela bomba, também nuclear, denominada Fat Man (homem gordo). Centenas de milhares de pessoas morreram nas duas cidades durante esses acontecimentos. Entre os sobre- viventes, uma dolorosa “herança” se estendeu por décadas: surdez, cegueira, queimaduras, câncer, entre outras consequências da explosão e da exposição à radiação nuclear. A devastação ambiental também se fez presente com a destruição da vegetação natural e a formação de uma chuva ácida, a partir da nuvem de poeira radioativa da explosão, que contaminou os rios, as plantações, os reservatórios de água e o solo. 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 555 1/11/19 3:09 PM 8 556 Ensino Fundamental8 556 Ensino Fundamental O governo estadunidense justificou o lançamento das bombas afirmando que seria uma forma de apressar a rendição japonesa, poupando as vidas que seriam perdidas de ambos os lados caso o conflito se prolongasse. Críticos da ação dos estadunidenses alertaram sobre o uso desproporcional da força de destruição que eles detinham, uma vez que o Japão já se mostrava enfra- quecido no conflito. Para esses mesmos críticos a ofensiva foi um ato de retaliação pelo ataque à base naval estadunidense de Pearl Harbor, em 1941, e também uma demonstração de força em um momento em que a Guerra Fria se prenunciava. Em 1954, nove anos após os episódios de Hiroxima e Nagasá- qui, o poeta brasileiro Vinicius de Moraes (1913-1980) escreveu um poema que abordava a dimensão humana da tragédia que se abateu sobre o Japão: “A rosa de Hiroxima”. Posteriormente, o poema foi musicado em parceria com o músico e compositor Gérson Conrad e gravado pelo conjunto Secos e Molhados, em 1973. Leia a seguir o poema de Vinicius de Moraes. A rosa de Hiroxima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada. MORAES, Vinicius de. A rosa de Hiroxima. Rio de Janeiro, 1954. Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/ poesias-avulsas/rosa-de-hiroxima>. Acesso em: 23 out. 2018. Após a leitura do texto e do poema, responda às questões a seguir. a) Como o poeta descreve o impacto da bomba atômica sobre os habitantes de Hiroxima? b) Muitas pessoas consideram o poema um manifesto pacifista e antinuclear. Você concorda com essa análise? Por quê? c) Releia o trecho do texto em que são reproduzidos argumen- tos favoráveis ao lançamento da bomba. Considerando o que você estudou sobre o assunto, responda: Na sua opinião, “os fins justificam os meios”? “os fins justificam os meios” “Os fins justificam os meios”: frase que argumenta em favor da ideia de que qualquer iniciativa é válida para se alcançar um objetivo considerado importante. Em Hiroxima e Nagasáqui a explosão das bombas atômicas causou inicialmente um grande deslocamento de ar que destruiu construções e arremessou pessoas a uma grande distância. O calor irradiado por uma bola de fogo incinerou o que restou na área atingida, provocando graves queimaduras nos sobreviventes. Na sequência, ondas de choque se propagaram e o ar aquecido pela explosão subiu rapidamente para a atmosfera, arrastando os destroços da superfície e formando uma nuvem de poeira radioativa em forma de cogumelo. A fotografia mostra Hiroxima devastada após a explosão da bomba, em 1945. Vinicius de Moraes comparou a bomba a uma rosa que, lançada, “desabrocha” em fumaça e destruição. Na fotografia, a nuvem de fumaça em formato de cogumelo que se formou sobre Nagasáqui, após a explosão da bomba em 9 de agosto de 1945. K E Y S T O N E /G E T TY IM A G E S C H A R LE S L E V Y /F O R Ç A S A É R E A S D O E X É R C IT O D O S E S T A D O S U N ID O S /D O M ÍN IO P Ú B LI C O 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 556 1/11/19 3:09 PM 85578557 Matemática Criptografia: o conhecimento que mudou os rumos da Segunda Guerra Mundial A serviço do governo britânico, o matemático inglês Alan Turing (1912-1954) foi o principal responsável por decifrar as mensagens das forças alemãs codificadas pela máquina Enigma. Ele projetou outra máquina capaz de realizar milhares de operações matemáticas em curto intervalo de tempo, considerada uma precursora dos computadores modernos. A máquina Enigma foi amplamente utilizada pelo exército alemão para codificar suas mensagens durante a Segunda Guerra Mundial. Os nazistas consideravam impossível que os códigos gerados pela máquina fossem “quebrados”. T H E G R A N G E R C O L L E C T IO N /A L A M Y /F O T O A R E N A E V E R E T T H IS T O R IC A L /S H U T T E R S T O C K A arte de criar e decifrar c—digos Durante milhares de anos, reis, rainhas e generais dependeram de comunicações eficientes de modo a governar seus países e co- mandar seus exércitos. Ao mesmo tempo, todos estavam cientes das consequências de suas mensagens caírem em mãos erradas, revelando segredos preciosos a nações rivais ou divulgando in- formações vitais para forças inimigas. Foi a ameaça da intercep- tação pelo inimigo que motivou o desenvolvimento de códigos e cifras, [conhecido como criptografia]: técnicas para mascarar uma mensagem de modo que só o destinatário possa ler seu conteúdo. Esta busca pelo segredo levou as nações a criarem departa- mentos para a elaboração de códigos, responsáveis por garanti- rem a segurança das comunicações inventando e utilizando os melhores códigos possíveis. Ao mesmo tempo, os decifradores de códigos inimigos tentavam quebrar esses códigos, para roubarseus segredos. [...] A batalha contínua entre os criadores e os decifradores de códi- gos inspirou toda uma série de notáveis descobertas científicas. [...] Em seus esforços para preservar ou destruir o sigilo, ambos os lados se apoiam numa grande variedade de disciplinas e tecnologias, da matemática à linguística, da teoria da informação à teoria quântica. E, em troca, os criadores e decifradores de códigos enriqueceram estas áreas, acelerando com seu trabalho o desenvolvimento tec- nológico, principalmente no caso do computador moderno. [...] SINGH, S. O livro dos c—digos. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 11-12. N E F T A L I/ S H U T T E R S T O C K Selo britânico do ano de 2012 comemorativo do centenário do nascimento de Alan Turing, retratando a máquina usada para decifrar as mensagens do exército alemão na Segunda Guerra Mundial. Tradução: Alan Turing 1912-1954 Matemático e quebra-código da Segunda Guerra Mundial. Alan Turing 1912-1954 Mathematician and WWII code breaker 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 557 1/11/19 3:09 PM 8 558 Ensino Fundamental8 558 Ensino Fundamental No texto “A arte de criar e decifrar códigos” da página anterior, você viu como o trabalho dos criptoanalistas britânicos foi decisivo para a vitória dos aliados sobre as forças nazistas da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Agora, para entender um pouco da lógica dos códigos, você vai codificar e decodificar mensagens curtas usando os princípios básicos da criptografia. Considere a tabela a seguir, que associa um número inteiro a cada letra do alfabeto. A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Usando a tabela e uma chave C, representada por uma expressão algébrica, é possível codificar uma mensagem, conforme o procedimento a seguir. Para este caso, vamos utilizar a chave C 5 3N 1 1. I. Encontre, na tabela, o número N correspondente à letra que deseja codificar. II. Calcule o valor de C 5 3N 1 1. III. Determine o resto R da divisão de C por 26 (observe que, se C for menor do que 26, então R 5 C). IV. Encontre, na tabela, a letra correspondente ao número R. V. Pronto! A letra obtida no passo anterior é a codificação da letra original. 1 Considerando o procedimento descrito acima e a chave C 5 3N 1 1, encontre a codificação: a) da letra E; b) da letra K; c) da letra X; d) da palavra BRASIL. 2 Tão importante quanto codificar uma mensagem para transmiti-la com segurança é o processo inverso, de decodi- ficação. Ao receber uma mensagem cifrada, o receptor, de posse da chave, deve ser capaz de reconstituir a men- sagem original. Considere que você tenha recebido a mensagem abaixo, produzida pela chave C 5 3N 1 1. R NOHROGAR DNAB BD KNY WRABD. Discuta com seu grupo uma estratégia para decodificar essa mensagem. 3 A decodificação que você investigou no item 2 pode ser feita por uma chave inversa, isto é, uma expressão algé- brica que relaciona o número N* correspondente à letra codificada com um número C*. Seguindo o mesmo pro- cedimento descrito antes, em que se calcula o resto da divisão do número C* por 26, pode-se obter a letra original. Entre as expressões abaixo, qual é a inversa da chave C 5 3N 1 1? Explique o seu raciocínio. a) C* 5 3N* 2 2 b) C* 5 5N* 1 3 c) C* 5 7N* 1 4 d) C* 5 9N* 2 9 Para manter o segredo da mensagem, apenas o emissor e o receptor devem conhecer a chave utilizada! 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 558 1/11/19 3:09 PM 85598559 Física O desenvolvimento das telecomunicações via fibra óptica a partir da Segunda Guerra Mundial Com a criação da transmissão telegráfica por fios, pelo físico estadunidense Samuel Morse (1791-1872), e por radiofrequência, pelo físico italiano Guglielmo Marconi (1874-1937), a comunicação a distância entre as pessoas, principalmente com finalidade militar, foi se tornando cada vez mais rápida e eficiente, espalhando- -se por todo o mundo. No período após a Segunda Guerra Mundial, paralelamente ao processo de desenvolvimento da rede interplanetária de satélites, organizações privadas e militares desenvolveram uma rede mundial de cabos terrestres e submarinos, muitos dos quais produzidos com fibra óptica. A transmissão de informações por pulsos de luz através de fibras ópticas oferece uma série de vantagens em relação às demais modalidades. Entre elas, a garantia de mais segurança na transmissão de dados, menos suscetibilidade a interferências, maior largura de banda (quantidade de dados transmitidos) e maior velocidade de transmissão. Por esses motivos, cerca de 99% de toda a comunicação mundial atual é realizada por cabos ópticos. O objetivo desta atividade é compreender o princípio de funcionamento desse importante modo de transmis- são de dados, que se iniciou, em 1870, com o lendário experimento do físico britânico John Tyndall (1820-1893), passando pela criação da fibra óptica com finalidades médicas pelo físico indiano Narinder Singh Kapany (1927), em 1952, e chegando às aplicações da fibra óptica nas telecomunicações pelo físico chinês Charles Kao (1933-2018), na década 1960, que pelo feito foi laureado com o Prêmio Nobel de Física do ano de 2009. Leia o texto a seguir. Inventada há mais de 50 anos, a fibra óptica é capaz de transportar dados na velocidade da luz Em 1870, o físico inglês John Tyndall provou para uma plateia de incrédulos que a luz não era algo “indobrável”, retilíneo e constante até a eternidade, como era pensado por todos até aquele ano. John quebrou um paradigma ao demonstrar o princípio de guiamento de luz, através de uma experiência muito simples: com uma lanterna dentro de um recipiente opaco furado e com água, ele provou que a luz podia, sim, fazer curvas. O conhecimento, de tão avançado à época, de nada serviu, e só voltou a aparecer 100 anos depois. Foi quando o físico Narinder Singh Kapany começou a estudar, em seu doutorado em óptica, sobre as singularidades da reflexão total interna. Ele buscava um material que tivesse o menor índice de refra- ção para, assim, conseguir algo que funcionasse como um espelho. Quanto maior a diferença entre os índices de refração, menor o ângulo limite, dessa forma, toda luz que entrasse seria refletida em todos os ângulos possíveis. Mas ele precisava aprisionar a luz dentro desse material, para que ela só saísse na outra extremidade, independentemente do formato do tubo. Então a luz agiria da mesma forma sempre, com milhares de reflexões sucessivas. Pronto, estava formulada a teoria que resultaria na nossa internet. Com as fibras de vidro, que já vinham sendo usadas como isolante térmico desde o século XVIII, e os outros materiais readaptados até chegar nas dimensões de um fio de cabelo e no estágio perfeito, Narinder Kapany cunhou a expressão fibra óptica e patenteou a invenção. Mas ele só enxergava sua criação com utilidade para o campo da Medicina. Foi então que o físico chinês Charles Kao teve a ideia de usar as fibras ópticas para a transmissão de chamadas telefônicas. Ele conseguiu provar que os recém-inventados cabos de fibras ópticas, embora muito menores que os cabos convencionais, tinham uma capacidade enorme de transmitir dados, tanto de voz quanto de televisão, computador, internet, e que custariam muito menos. Cabos compostos de dezenas de fibras ópticas. PHILLIP HAYSON/SCIENCE SOURCE/FOTOARENA 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 559 1/11/19 3:09 PM 8 560 Ensino Fundamental8 560 Ensino Fundamental Produzida desde os anos 1960, a primeira rede telefônica com esta tecnologia foi inaugurada em 1973, nos EUA, e desde então começou a se disseminar. Três anos depois veio o primeiro link de TV a cabo, no Reino Unido, e em 1988 o primeiro cabo oceânico foi instalado, dando início à era da supervelocidade da informação. O cabo intercontinen- tal tinha capacidade para 40 mil conversas telefônicas simultâneas, usando tecnologia digital.Atualmente, os cabos submarinos têm ca- pacidade para 200 milhões de circuitos telefônicos. Tecnologias como WDM (CWDM e DWDM) fazem a multiplexação (transmitir várias comunicações diferentes ao mesmo tempo, através de um único canal físico) de vários comprimentos de onda em um único pulso de luz, chegando a taxas de transmissão de 1,6 Terabits por segundo em um único par de fibras. Sem esses cabos pelo oceano afora, você não se comunicaria com pessoas de outro país ou conti- nente e a nossa comunicação seria restrita a uma área física muito pequena, em comparação ao alcance da fibra óptica. HISTÓRIA da fibra óptica. Inforrede Blog. Disponível em: <http://inforrede.com.br/historia-da-fibra-optica/>. Acesso em: 18 dez. 2018. Agora, responda aos itens que se seguem. 1 A figura abaixo mostra um apontador laser produzindo filetes de luz sentido à superfície de separação do dioptro plano ar-água. Ar (2) i 1 i 2 i 3 III III IV V i 4 i 5 n 1 n 2 n 3 n 4 n 5 Água (1) Agora, resolva as questões a seguir. a) O raio de luz (I) incide perpendicularmente à superfície, com ângulo de incidência i 1 5 0°. Qual é a medida do ângulo de refração r 1 ? Represente, graficamente, os raios de luz refletido e refratado. b) O raio de luz (II) incide obliquamente à superfície, com ângulo de incidência i 2 . Sabendo que a medida do ângulo de refração é r 2 5 45°, represente, graficamente, os raios de luz refletido e refratado. Utilize o transferidor. c) O raio de luz (III) incide obliquamente à superfície, com ângulo de incidência i 3 . Sabendo que a medida do ângulo de refração é r 3 5 60°, represente, graficamente, os raios de luz refletido e refratado. Utilize o transferidor. d) O raio de luz (IV) incide obliquamente à superfície, com ângulo de incidência i 4 . Sabendo que a medida do ângu- lo de refração é r 4 5 89,9°, represente, graficamente, os raios de luz refletido e refratado. Utilize o transferidor. A partir dos desenhos feitos nos itens a, b, c e d, é possível perceber que: • como a luz está refratando do meio mais refringente para o menos refringente, o ângulo de refração é maior do que o ângulo de incidência; • à medida que o ângulo de incidência aumenta, o ângulo de refração também aumenta; • sempre que ocorrer refração, ocorrerá também reflexão parcial. Observe que foram representados 5 filetes de luz, cada um com um ângulo de incidência diferente do outro. O físico Charles Kao (1933-2018) trabalhando em seus experimentos com fibra óptica na década de 1960. N O R T E L /E M IL IO S E G R E V IS U A L A R C H IV E S , H E C H T C O L L E C T IO N 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 560 1/11/19 3:09 PM 85618561 e) O raio de luz (V) incide obliquamente à superfície, com ângulo de incidência i 5 . Nesta situação, o ângulo de refração teria que ser maior que 90°. Como isso não é possível, o raio de luz não refratará, ocorrendo apenas reflexão. Esse fe- nômeno é denominado reflexão total interna. Represente, graficamente, o raio de luz refletido. Utilize o transferidor. Com base na sequência desenvolvida nesta atividade, é possível perceber que só ocorrerá refração, com reflexão parcial, até que o ângulo de incidência atinja determinado valor, a partir do qual só ocorrerá reflexão total. Por esse motivo, esse ângulo é denominado ângulo limite e sua medida depende dos índices de refração dos meios envolvidos. 2 Nesta atividade, reproduziremos o lendário experimento de Tyndall, que inspirou Kapany a conceber a fibra óptica cerca de 100 anos mais tarde. Reprodução do experimento do Tyndall. Como é possível observar, depois que o laser atravessa a garrafa, ele entra no jato de água que sai pelo furo, sendo conduzido por ele como numa fibra óptica. Os esquemas a seguir ilustram o que ocorre nesse experimento. Garrafa de ‡gua Laser Jato de água n 1 n 2 a a b b Garrafa de ‡gua Laser Jato de água n r i i a) Conforme se percebe em A, o laser é conduzido pelo jato de água porque ocorrem sucessivas reflexões totais internas ao jato. Explique por que isso acontece. b) Depois de um tempo, o nível da água dentro da garrafa diminui; por isso, o jato de água terá um alcance menor, como pode ser visto em B. Nessa nova situação, o laser refrata logo na primeira incidência, sendo refletido apenas parcialmente. Explique por que isso acontece. D O T T A 2 /A R Q U IV O D A E D IT O R A A B 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 561 1/11/19 3:09 PM 8562 Ensino Fundamental8562 Ensino Fundamental Química Agentes químicos na Segunda Guerra Mundial O emprego de agentes químicos em contextos militares pode ser di- vidido em três grandes categorias: uso de gases contra pessoas e animais com o objetivo de causar baixas, sinalização de alvos militares por meio de fumaça e destruição de materiais. Substâncias disseminadas em razão dos efeitos tóxicos provocados em plantas, animais e seres humanos são classificadas como agentes químicos de guerra, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Esses agentes provocam danos diferentes das armas convencionais, pois seus efeitos destrutivos não são decorrentes de forças explosivas, mas, sim, de sua toxicidade. Considerando seu custo de produção, os agentes químicos utilizados como armas podem causar um número muito maior de baixas do que as armas convencionais baseadas em explosivos; por esse motivo, as armas químicas foram chamadas ironicamente de “bomba atômica dos pobres”, em referência ao alto custo de produção de armas nucleares. Além disso, muitas substâncias utilizadas na indústria química também podem ser empregadas na fabricação desses agentes, o que dificulta o controle de sua produção. Outro problema está nos equipamentos usados na produção, uma vez que são os mesmos ou semelhantes aos utilizados nas indústrias químicas e farmacêuticas, dificultando o controle e a proibição de importação e exportação desses aparelhos. Vários agentes químicos podem ser produzidos com uma infraestrutu- ra relativamente simples, o que coloca alguns países em desenvolvimento na lista dos principais produtores e exportadores desses compostos. Durante a Segunda Guerra Mundial, o uso de agentes químicos contra tropas militares foi restrito; porém, nessa mesma época, os nazistas utilizaram um composto dessa classe para promover o extermínio em massa de civis: o cianeto de hidrogênio. Também nessa época foi criado outro perigoso agente químico de destruição com ação neurológica: o sarin. Cianeto de hidrogênio Em uma das maiores tragédias da história, os alemães utilizaram um inseticida denominado Zyklon B, que continha em sua composição áci- do cianídrico (HCN), para exterminar em suas câmaras de gás judeus e outros povos considerados inimigos da Alemanha nazista. Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas tenham morrido desse modo. O ácido cianídrico é um composto extremamente volátil (ponto de ebulição: 25,7 °C) e, quando puro, é conhecido como cianeto de hidrogênio. Os sais do ácido cianídrico são chamados cianetos, sendo que os mais comuns são o cianeto de potássio (KCN) e o cianeto de sódio (NaCN). Os cianetos são extremamente tóxicos para vários seres vivos, inclusive os seres humanos, daí sua utilização como arma química. NCH Fórmula estrutural do cianeto de hidrogênio. Depois de décadas de negociações, foi assinado em 13 de janeiro de 1993, em Paris, um tratado que determina a proibição total do uso de armas químicas, bem como sua fabricação e seu armazenamento. Latas de Zyklon B encontradas pelas tropas aliadas no local onde funcionava um campo de concentração nazista. IW M /G E T T Y I M A G E S S E R G IO A Z E N H A /A L A M Y /F O T O A R E N A 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 562 1/11/19 3:09 PM 85638563 Atualmente, seu método de produção baseia-se em uma reação entre metano (CH 4 ) e amônia (NH 3 ) que ocorre emfase gasosa a, aproximadamente, 1200 °C na presença de catalisador. Nessa reação são obtidos o cianeto de hidrogênio e o gás hidrogênio (H 2 ). Sarin Ainda durante a Segunda Guerra Mundial, outros compostos tóxicos foram sintetizados e testados. Entre eles, destacam-se os agentes nervosos, ou seja, que afetam o sistema nervoso central. O sarin foi descoberto em 1937 pelo químico alemão Gerhard Schrader (1903-1990), que trabalhava em um conglomerado de indústrias químicas testando compostos de fósforo com propriedades inseticidas. Devido à alta toxicidade dessa substância, os nazistas tornaram a descoberta altamente secreta, e realizaram testes in- clusive em prisioneiros dos seus campos de concentração. Esse fato veio ao conhecimento público durante o Julgamento de Nuremberg. OPF O CH 3 CH 3 CHCH 3 Apesar de a substância ter sido sintetizada durante a Segunda Guerra Mundial, seu uso em batalha não foi intenso. A atenção do público se voltou para essa arma química em abril de 1995, após um ataque terrorista ao metrô de Tóquio no momento em que trabalhadores e estudantes retornavam para casa. Esse acon- tecimento provocou 12 mortes, deixou 50 pessoas hospitalizadas em estado grave e atingiu outras 5 mil pessoas de forma leve. O número de mortes não foi maior porque apenas duas horas depois de a primeira vítima ser hospitalizada, um médico militar fez o diagnóstico correto. O sarin não é um gás em condições ambientes, mas um líquido incolor com ponto de ebulição igual a 147 °C, suficientemente volátil para se espalhar pelo ar atmosférico em níveis letais. Quando puro é inodoro, o que aumenta sua periculosidade. 1 O assassinato em massa de milhões de judeus promovido pela Alemanha nazista é conhecido como Holocausto. Parte desse genocídio aconteceu nos campos de concentração por meio do uso de um agente químico. De acordo com o texto, cite o nome dessa substância e os aspectos que motivaram sua escolha pelos alemães. 2 Qual o estado físico do cianeto de hidrogênio a 25 °C? Desenhe o estado escolhido utilizando esferas para represen- tar as moléculas de cianeto de hidrogênio. 3 O texto descreve de forma sucinta a reação de obtenção do cianeto de hidrogênio. Escreva a equação balanceada que representa essa reação e classifique as substâncias envolvidas em simples ou compostas. 4 Analise a seguinte frase sobre o sarin: “Quando puro é inodoro, o que aumenta sua periculosidade”. Por que o aumento da periculosidade do sarin está associado ao fato de ele não ter cheiro? Julgamento de Nuremberg Fórmula estrutural do sarin. Julgamento de Nuremberg: tribunais militares promovidos pelos Aliados, entre 20 de novembro de 1945 e 1o de outubro de 1946, para responsabilizar os nazistas por seus crimes de guerra. Treinamento antiterrorismo que simulou um ataque com sarin no metrô de Saitama, Japão, em 2017. J U N K O K IM U R A /G E T T Y I M A G E S 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 563 1/11/19 3:09 PM Anotações 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 564 1/11/19 3:09 PM Anotações 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 565 1/11/19 3:09 PM Anotações 549a568_ANGLO_EF2_9ano_CAD2_Interdisciplinar.indd 566 1/11/19 3:09 PM capa_final_ANGLO_SOMOS_MP_FISICA_cad2.indd 3 1/11/19 11:23 AM A força do leão está presente na coleção de Ensino Fundamental do Sistema Anglo de Ensino. O desenvolvimento de competências e habilidades imprescindíveis para o aluno em sua vida pessoal e profissional é o principal objetivo do material. Em espírito colaborativo, a nova edição traz mudanças construídas a partir das sugestões de professores, pais e alunos da rede. Há mais propostas interdisciplinares, testes de múltipla escolha e novas seções: recursos que enriquecem a aula e mantêm o interesse do jovem. Por isso, desejamos valiosos momentos com a coleção. Bons estudos! 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