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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE Campus Apodi RESENHA CRÍTICA DO FILME “A REVOLUÇÃO DOS BICHOS” TURMA 4.8026.1V Apodi - RN 2020 Resenha crítica sobre o filme Revolução dos Bichos O filme “A Revolução dos Bichos” é uma adaptação da obra atemporal de George Orwell, de 1945, sendo tal adaptação dirigida por John Stephenson e lançada em 1999. Semelhante a uma sociedade capitalista moderna, na qual existem trabalhadores e operários maltratados e explorados por seu patrão, como podemos observar facilmente nas mídias sociais, os bichos da fazenda feudo também eram oprimidos, desta vez, pelos seus donos, ou seja, em paralelo a essa oposição entre classes, os que possuem o poder de inicio (homens), representando a burguesia, e os dominados, menos favorecidos (os animais), representam o proletariado que geram lucro, nesse caso, com sua própria morte, exploração ou força de trabalho para os humanos e, em troca, recebiam apenas pouca comida. Sendo assim, podemos perceber que a mais-valia entre o que os animais geram e recebem é bastante expressiva, já que garantem a renda do explorador e não recebiam quase nada. Concomitantemente, estes, de forma radical, liderados por um chefe, que seria um dos porcos (Velho Major), se revoltam contra aqueles que causavam seu sofrimento (o homem), julgando todos eles como inimigos. Ao final do discurso da Revolução, o líder vai a óbito e, isso fez com que a ideologia pregada aos bichanos se fortalecesse ainda mais. Dessa forma, impulsionados pela grande vontade do grande líder e instigados pela vontade de se tornarem livres, deslumbrados por uma vida sem divisão de classes, os animais resolvem atacar os seus donos e tomar a fazenda, isso, claro, causa medo e receio às pessoas e dá-se início a uma nova era, a era do animalismo. Porém, ao ficarem sós, os bichos perceberam que dependiam dos seres humanos para sobreviver, pois não estavam conseguindo realizar todas as atividades, como ordenhar as vacas, por exemplo. Além disso, a liderança do porco Napoleão, o sucessor do porco Major, é marcada por inúmeros imbróglios e contradições, pois este tentou alienar (assim como a burguesia faz com o proletariado) os demais animais, buscando apenas o melhor para si mesmo e enganando os outros, fazendo com que eles acreditassem que estavam lutando por aquilo que deveriam, o que acarretou conflitos entre os bichos que residiam na Granja do Solar. Outrossim, é possível ver uma relação de um modo de produção escravista, mesmo com a rebelião e sendo liderados por um líder animal, os demais animais da fazenda continuam sendo explorados de maneira injusta. Após a queda do moinho com a tempestade, Napoleão começa a exigir mais trabalho dos animais e passa a racionar a comida, mantendo os mesmo em uma situação pior do que os mesmos estavam quando em domínio dos humanos. Frederick explode o moinho e novamente os animais são obrigados a trabalhar e dessa vez sem comida, o descaso quando o cavalo sansão adoece também reflete um pouco na forma em que muitas vezes a saúde dos trabalhadores era afetada com o trabalho excessivo. Dessa maneira, cabe destacar que essa obra, apesar de narrar fatos de um tempo retrógrado, pode ser comparada com fatos ainda vividos na contemporaneidade, ou seja, sendo algo atemporal. Portanto, a temática de política e poder é bastante presente no filme, sendo as ideias fundamentadas pelo sociólogo Karl Marx presentes de maneira contínua no decorrer da trama. Por exemplo, assim como Marx pregava a tomada de poder pelos oprimidos, o porco Major também fazia apologia da mesma ideia, isto é, a forma como o líder da revolução dos bichos vê a exploração dos animais causada pelos humanos entra em paralelo com o modo que o revolucionário Marx vê no capitalismo a origem dos problemas do proletariado. Ademais, a revolução liderada pelos animais exemplifica o conceito de luta de classes formulado por tal sociólogo, uma vez que essa ideia concerne à expressão dos conflitos entre as distintas classes sociais, portadoras de interesses inteiramente antagônicos e incongruentes entre si. Portanto, conforme essa ideia, os bichos podem ser classificados como a classe oprimida que se rebelou contra os donos da fazenda, a classe opressora. https://www.infoescola.com/sociologia/classes-sociais/ Referências A REVOLUÇÃO dos bichos. Produção de John Stephenson. Estados Unidos: TNT, 1999. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2ygQBkmMfqY&feature=emb_title. Acesso em: 10 de dez. de 2020. Barros, Natacha. A Revolução dos bichos. Educação.Literatura. Disponível em: http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-revolucao-dos-bichos.html# :~:text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20dos%20Bichos%2C%20de,que%20anda%20s obre%20duas%20pernas. Acesso em: 10 de dez. de 2020. https://www.google.com/search?q=john+stephenson&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LSz9U3MDI3yS6LVwKzk9KzqiwrtcSyk6300zJzcsGEVUpmUWpySX7RIlb-rPyMPIXiktSCjNS84vy8HayMAF9AKK9HAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjj0P3g_M3tAhXHGbkGHTGbBnYQmxMoATATegQIFxAD