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Kurt Lewin nasceu na Polônia em 1890 e mudou-se para os Estados Unidos em 1947. Ele pesquisou os 
grupos face a face, julgando que não havia técnicas válidas para uma análise científica dos grandes 
conjuntos sociais. Afirmou também que os fenômenos de grupo devem ser trabalhados no próprio 
campo psicológico, em vez de serem artificializados em laboratórios. 
Em sua época (1890-1947), ele acreditava que a Psicologia Social não oferecia subsídios para 
entender o funcionamento das pessoas. Desse modo, ele começa a estudar os grupos, sendo o 
pioneiro no estudo de como os indivíduos afetam e são afetados em suas relações grupais. 
Ele propõe que existe uma influência complexa do indivíduo em relação ao grupo, e do grupo em 
relação ao indivíduo. E, para estudar essa interferência, dois conceitos são criados: campo psicológico 
e campo social, os quais estabelecem uma relação de força em suas constituições, relação essa que 
deve ser lida de forma concreta, e não abstrata. Ou seja, não é porque você não enxerga as forças 
que operam em sociedade que elas não existem. Inclusive, os efeitos dessas forças sobre os nossos 
corpos conseguem ser identificados. 
• Análise de frase: “ninguém nasce mulher, torna-se mulher” (Simone de Beauvoir). Esse “tornar-
se mulher” ocorre devido as forças (das pressões) socialmente constituídas sobre os corpos das 
mulheres, definindo o que é feminino e o que se esperar de uma mulher. 
“Dinâmica” na Física diz respeito às forças que atuam sobre os corpos. E, é partindo deste conceito que 
Kurt Lewin cria a “Dinâmica de Grupos”. 
Um dos grandes méritos do Kurt Lewin foi estabelecer a pesquisa-ação, sendo que tal feito foi realizado 
devido a sua reação à tradição laboratorial da Psicologia. 
Para um psicólogo planejar uma pesquisa-ação, ele precisa ir a campo coletar dados, os quais serão 
analisados com o objetivo de planejar ações, as quais serão implementadas. Uma vez que essas 
etapas são concluídas, chega o momento de avaliar os resultados com o objetivo de gerar um relatório 
que permitirá ao profissional a leitura desses dados e a criação de uma intervenção, quando 
necessária. Com essas etapas, evita-se a ideia de que o pesquisador já tem um pensamento pré-
concebido sobre a realidade. E, assim, a pesquisa será realizada a partir da concretude do real. 
REFERÊNCIA: 
MINICUCCI. A. Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas. 5ª ed. São 
Paulo: ed. Atlas S.A. 2012. 
Se, por exemplo, esse psicólogo fosse trabalhar em uma escola, não adiantaria ele chegar neste 
ambiente com uma intervenção pronta, sem antes saber qual a demanda, como funciona a rotina escolar, 
quais as características da gestão, qual a relação que os alunos estabelecem com a escola etc. Isso 
porque tal intervenção poderia não fazer sentido para as pessoas deste local, pois seria algo criado pela 
cabeça do psicólogo, sem ter muita relação com o que elas vivem. Por isso é tão importante o trabalho 
de campo: para que a ação seja realizada de forma afetiva. 
• Diferentemente do método laboratorial, o qual trazia hipóteses para verificação, a pesquisa-ação 
realiza um trabalho de campo para entender qual é a demanda específica de determinada 
situação, sem pensar de forma universal. 
Quando Kurt realizou sua pesquisa-ação em empresas, ele vai para campo entender quais são os grupos 
de trabalho, quem são as lideranças etc. Mas, ele já sabia que seu objetivo seria aumentar a 
produtividade. Desse modo, ele tem uma relação de saber antecipadamente onde quer chegar, algo que 
será criticado pela pesquisa-intervenção (que surgirá posteriormente nos anos de 1960-80), a qual 
afirma que agir desse modo continua sendo uma forma de responder às demandas sociais dominantes. 
Na pesquisa-intervenção o pesquisador procura entender o porquê do comportamento de determinado 
grupo, sem ditar o que este deve fazer/como devem agir. Pelo contrário, o próprio grupo deve dizer aonde 
quer chegar. A crítica dos anos 60 é que a Psicologia não deve se dobrar aos interesses sociais. 
Psicogrupo: é o grupo de formação, um grupo estruturado, orientado e dirigido em função dos próprios 
membros que o constituem. No cotidiano é o indivíduo e seus amigos, por exemplo. É formado a partir 
dos valores e dos interesses das pessoas que fazem parte. 
Sociogrupo: é o grupo de tarefa, é o grupo organizado e orientado na execução de uma tarefa. No dia 
a dia é o indivíduo e seu grupo de trabalho. É formado a partir de pessoas que se unem para executar 
uma determinada função social. 
Trabalhar com dinâmica de grupo significa analisar as forças que operam em determinado grupo, 
seja entre grupos, seja entre grupo e meio, identificando qual sua origem, quais as condições que as 
modificam, quais suas consequências etc. 
As forças psicológicas não são tangíveis/palpáveis, mas sabe-se que elas existem. São elas: 
coesão; coerção; pressão social; atração; rejeição; resistência à mudança; interdependência; e equilíbrio. 
REFERÊNCIA: 
MINICUCCI. A. Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas. 5ª ed. São 
Paulo: ed. Atlas S.A. 2012. 
Coesão: união; harmonia; associação íntima. Significa o resultado da aderência do indivíduo ao 
grupo, a fidelidade aos seus objetivos e a unidade nas suas ações. Todo grupo só consegue 
sobreviver se mantiver uma atração entre seus membros. Assim, faz-se necessário uma certa 
pressão entre os integrantes para que nele permaneçam. Um grupo pode apresentar maior ou menor 
coesão. Uma maior coesão geralmente é obtida quando o grupo observa que as finalidades estão 
sendo cumpridas e os resultados estão sendo obtidos. Quanto maior a coesão, maior a satisfação 
dos membros e maior a produtividade. Por exemplo: estar dentro da mesma instituição, possuir as 
mesmas crenças etc. 
Coerção: ato de coagir e/ou induzir; repressão. Força imposta a participantes do grupo que os leva 
a agir de determinadas maneiras esperadas pelo grupo ou reprimir seus comportamentos sob a 
ameaça de punição moral ou física. Por exemplo: quando um indivíduo age contra as suas próprias 
crenças para atingir as expectativas de um determinado grupo o qual pertence. 
Pressão social: conjunto de eventos, movimentos e situações promovidos pela iniciativa popular que 
possui alguma intenção sobre um determinado assunto, em geral de ordem pública e política. Diz respeito 
a uma força exercida pelo grupo a todos os participantes, com o intuito de manter seus valores 
ou interesses. Por exemplo: propagandas ideológicas nas escolas que refletem os interesses das 
classes dominantes e exercem influência sobre a comunidade escolar. 
Atração/rejeição: corresponde ao ato de ficar atraído ou rejeitado por um grupo, podendo ter motivos 
emocionais, físicos ou psicológicos. Também podendo ser recíproca. Por exemplo: alunos com perfil 
atlético podem se sentir mais atraídos por atividades físicas na escola, assim como os que têm tendência 
à obesidade ou sedentarismo, possivelmente serão rejeitados pelas equipes esportivas. 
Resistência à mudança: trata-se de um sentimento de ameaça à situação já organizada, conhecida 
e segura, provocando reações diversas, como manifestações fisiológicas, psicológicas e sociais. Por 
exemplo: lapsos de linguagem, esquecimento, pessimismo etc. 
Equilíbrio/desequilíbrio: são tendências nos grupos que refletem as constantes tentativas de 
harmonizar relações, informações e circunstâncias novas. Forças contrárias podem desequilibrar os 
grupos a todo o momento, mas os participantes sempre desejam retomar a estabilidade e 
recuperar ordem, visto que estados desequilibrados dificultam a manutenção dos grupos. 
Condutas desviantes entre alunos adolescentes, frequentemente têm gerado desequilíbrios nas escolas 
e em suas comunidades. Campos de forças existentes dentro dos grupos e que conduzem a processos 
reguladores, um grupo pode compensar a ausência de um colega pela contribuição aumentada por 
outros membros. 
REFERÊNCIA: 
MINICUCCI.A. Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas. 5ª ed. São 
Paulo: ed. Atlas S.A. 2012. 
Dependência/independência/interdependência: as relações pessoais podem ocasionar maior ou 
menor dependência, conforme a concentração de poder e hierarquia que se estabelece no grupo. Quanto 
maior decisão, domínio ou influência decidida pelo grupo, maior a dependência. Quantos menos as 
partes transferem ou cedem às decisões e influências, maior será a independência das partes. A 
independência é o paradigma do eu: eu sei fazer; eu sou responsável etc. A verdadeira independência 
da personalidade nos dá o poder para agir, abandonando a posição passiva. Um grupo coeso é aquele 
que nutre interdependência, cujos participantes dependem um dos outros em pouca medida, e 
participam em nível de igualdade nas decisões e ações. 
“Esforços para mudar o comportamento podem encontrar apoio ou resistência na pressão do grupo sobre 
seus membros. Para usar de modo construtivo essas pressões, devemos utilizar o grupo como 
instrumento de mudança” (CARTWRIGHT, 1951, p.139). 
Princípio nº 01: para que o grupo seja usado eficazmente como instrumento de mudança, as pessoas 
que devem mudar e aquelas que devam exercer sua influência na mudança precisam ter sentimento 
intenso de pertencer ao grupo. 
Princípio nº 02: o grupo será tão mais atraente para seus membros quanto maior for a influência que o 
grupo exerça sobre eles. Exemplo: grupos religiosos. 
Princípio nº 03: nas tentativas de mudar atitudes, valores ou comportamentos, quanto mais relevantes 
esses forem para o grupo, tanto maior será a influência que o grupo exercerá sobre eles. 
Princípio nº 04: quanto maior o prestígio de um membro do grupo aos olhos de outros membros, tanto 
maior a influência que ele pode exercer. 
Princípio nº 05: os esforços para mudar indivíduos ou partes de um grupo que tenham por objetivo 
desviá-los das normas do grupo encontrarão forte resistência. 
“O próprio grupo se torna a meta da mudança. Para mudar o comportamento de indivíduos, pode ser 
necessário mudar os padrões do grupo, seu estilo de liderança, seu ambiente emotivo etc. Embora 
a finalidade seja a mudança do comportamento do indivíduo, o grupo se torna a meta da mudança”. 
(CARTWRIGHT, 1951, p.139). 
Princípio nº 06: podemos provocar forte pressão para mudança no grupo, criando em seus membros 
uma consciência comum da necessidade de mudança, de modo que a fonte de pressão venha a situar-
REFERÊNCIA: 
MINICUCCI. A. Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas. 5ª ed. São 
Paulo: ed. Atlas S.A. 2012. 
se dentro do grupo. Exemplo: um grupo que precisa aumentar a produtividade e as vendas, senão todos 
os membros serão demitidos. 
Princípio nº 07: as informações referentes à necessidade de mudar, os planos de mudança e as 
consequências da mudança, devem ser compartilhados por todas as pessoas importantes do grupo. 
Princípio nº 08: mudanças numa das partes do grupo provocam tensões nas outras partes, que podem 
ser reduzidas somente pela eliminação da mudança ou por reajustes nas outras partes. 
O próprio grupo pode ser sozinho o agente de mudança, “dependendo de seu tipo de organização, 
das satisfações que dê a seus membros, do grau de clareza de suas finalidades e de muitos outros 
fatores” (CARTWRIGHT, 1951, p. 140). Exemplo: sindicatos, coletivos organizados etc. 
“Espaço vital/campo psicológico” é um conceito criado por Lewin que define a totalidade de fatos que 
determinam o comportamento de um indivíduo num certo momento. A totalidade dos fatos também 
é denominado de situação, ou seja, a situação experienciada por uma pessoa influencia em seu 
comportamento. 
Comportamento, por sua vez, inclui ação, pensamento, desejo, busca, valorização, realização, ou 
qualquer espécie de evento mental. O comportamento é visto como resultado de fatores tanto externos 
quanto internos ao sujeito. Este depende das mudanças que ocorrem em seu campo, em seu espaço de 
vida, em determinado momento. Por exemplo: se ocorre um problema familiar, é possível que o indivíduo 
fique totalmente focado na família e deixe de lado os outros campos. 
• “(...) o comportamento é concebido como uma mudança em algum estado de seu campo (espaço 
de vida), e determinada unidade de tempo. Isto quer dizer que seu comportamento depende de 
você (como pessoa) e de seu espaço de vida. (...) o comportamento depende da pessoa e do 
meio onde ele está agora. Se o meio se instabiliza com um problema (...) isto também produz em 
você (pessoa) instabilidade. (MUNICCIN, 2012, p.29) 
Espaço vital é definido como psicológico porque não se trata de um espaço físico, e sim da mente da 
pessoa, como um espaço que têm lugar todos os fatos que influenciam o comportamento da pessoa em 
determinado momento, sejam eles conscientes ou inconscientes. Para influenciar um 
comportamento, não é preciso que um fato exista na realidade física, mas sim que exista na mente da 
pessoa (exemplo: pessoas paranoicas e/ou hipocondríacas). 
REFERÊNCIA: 
MINICUCCI. A. Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas. 5ª ed. São 
Paulo: ed. Atlas S.A. 2012. 
Contemporaneidade: a seleção dos fatos que devem ser considerados parte do espaço vital obedece 
o princípio da contemporaneidade, ou seja, o comportamento em determinado momento só pode ser 
influenciado pelos fatos que existem para o sujeito naquele momento, sejam estes conscientes ou 
não, reais ou não, ligados ao presente, passado (aprendizagem ou fatos que marcaram) ou futura 
(expectativas, planejamentos). Por exemplo: se um trauma de infância de um homem existe para ele no 
momento (contemporaneidade) de um comportamento seu, ao estudar esse comportamento deve-se 
levar em consideração esse trauma. Por outro lado, se esse trauma já foi superado e não existe no 
momento do comportamento, ele não deve ser incluído no espaço vital. 
Campo social: “se você pertencer a um grupo de trabalho e verificar que um evento (ocorrência social) 
está perturbando o trabalho, especialmente por influência de um dos elementos, você poderá notar a 
formação de subgrupos e, em relação ao elemento, o levantamento de barreiras e distorções de 
comunicação” (MINICUCCI, 2012, p.28) 
A influência de cada grupo depende do momento. E, vale lembrar que: o indivíduo tem seus objetivos 
pessoais; os objetivos do indivíduo e do grupo não precisam ser idênticos; as divergências entre 
o grupo e os indivíduos não devem ultrapassar o limite da coesão, sobre o risco de rompimento; 
e que permanecer de acordo com os padrões do grupo confere uma valência positiva ao indivíduo 
dentro do grupo. 
Importante: grupos não são estáveis! “Cada vez que há uma mudança em seu grupo, há um 
balanceamento no equilíbrio, o que o torna semi-estacionário” (MUNICCIN, 2012, p. 33) 
REFERÊNCIA: 
MINICUCCI. A. Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas. 5ª ed. São 
Paulo: ed. Atlas S.A. 2012.