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Leia o texto a seguir, intitulado “Pandemia e acessibilidade: Entenda a 
importância da inclusão e os novos desafios causados pela Covid-
19”, de Brenda Xavier, publicado em 18/02/2021. 
A pandemia causada pelo novo coronavírus espalhou-se pelo mundo 
de forma rápida e impactante, fazendo com que muitas pessoas se 
isolassem. Antes de tudo isso, quem é cego, surdo, cadeirante ou tem 
algum tipo de deficiência física ou intelectual já enfrentava vários 
desafios e, com a pandemia, novas barreiras surgiram para a 
acessibilidade. 
Agora, um deficiente visual, que precisa tocar em superfícies ou ter o 
apoio de outras pessoas, está mais vulnerável do que nunca. Tocando 
em diferentes superfícies ou falando com pessoas que ele não sabe se 
estão usando máscara, como evitar a contaminação pela Covid-19? 
Quais são os impactos da pandemia na acessibilidade e no direito de ir 
e vir? 
Thays Martinez, advogada, responsável pela Lei estadual N° 10.784 
(atualizada pela Lei Nº 12.907, de 15 de abril de 2008), que garante 
que cães-guia possam entrar em transporte público, compartilha sua 
experiência. Ela explica que as pessoas que têm deficiência visual 
estão mais vulneráveis à Covid-19, devido à necessidade de contato 
com pessoas e, sobretudo, superfícies. “Com a pandemia, as compras 
online aumentaram, mas muitos aplicativos e sites tornam inviável o 
uso por pessoas deficientes visuais”, relata. 
Com a visão comprometida, o tato é um dos principais sentidos 
utilizados por pessoas com deficiência visual. O contato físico se faz 
necessário sempre, e é justamente isso que os deixa mais expostos à 
Covid-19. De acordo com dados do IBGE no Censo 2010 (gráfico 1), 
1.203.353 pessoas têm deficiência visual no estado de São Paulo. O 
que equivale a 40% do total de moradores com algum tipo de 
deficiência. 
Sobre as vulnerabilidades que pessoas deficientes enfrentam, Martinez 
ressalta a importância da consciência de quem oferece um produto ou 
serviço – uma reflexão que demanda revisão. “As empresas precisam 
pensar na inclusão e deixar que seus serviços sejam acessíveis para 
todos. A consciência sobre isso precisa ser desenvolvida, e a pandemia 
nos mostrou isso”, comenta. 
Disponível em <https://aupa.com.br/pandemia-e-acessibilidade/>. Acesso em 02 ago. 
2021. 
 
 
Gráfico 1. Porcentagem da população, de acordo com o tipo de deficiência. (Brasil-2010). 
 
IBGE, Censo Demográfico, 2010. 
 
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. A análise do gráfico confirma que são os portadores de deficiência auditiva os mais 
prejudicados pelas dificuldades de acessibilidade durante a pandemia do coronavírus. 
PORQUE 
II. As vulnerabilidades da acessibilidade são características presentes na vida dos 
portadores de deficiência e elas se acentuaram durante o período de pandemia. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: d. 
A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira. 
 
 
 Pergunta 2 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o meme e o texto a seguir. 
 
 
Disponível em <https://pt.dopl3r.com/memes/engra%C3%A7ado/as-pessoas-deveriam-
antes-de-compartilhar-pesquisar-se-as-frases-atribuidasa-pessoasfamosas-realmente-
pertencem-a-elas-d-pedro/102625/>. Acesso em 21 jul. 2021. 
 
 
Fake news são notícias e informações falsas — ou modificadas — veiculadas na internet 
com o propósito de manipular pessoas e eventos. Elas também estão ligadas ao 
sensacionalismo, que visa a chamar a atenção e a obter “likes” para gerar lucro. 
Segundo pesquisa do Instituto Reuters para o estudo do Jornalismo, as redes sociais são a 
maior fonte de notícias para os brasileiros. E isso só aumenta, já que o percentual de pessoas 
que usam as redes sociais como fonte de notícias foi de 47% em 2013 para 72% em 2016. 
Isso mostra que a repercussão de uma notícia falsa pode atingir inúmeras pessoas em 
poucos minutos e acarretar prejuízos morais e até mesmo financeiros. 
Algumas pessoas acreditam que as fake news prejudicam apenas pessoas públicas, mas isso 
não é uma regra. É o caso de uma mulher em São Paulo que foi espancada até a morte 
depois de ter sido acusada de sequestrar e matar crianças para fazer magia negra. Os 
boatos associavam seu nome e sua imagem ao crime; só após sua morte a verdade apareceu. 
Outra situação envolvendo fake news foi a da vereadora Marielle Franco, que teve seu nome 
vinculado a mentiras com o intuito de desqualificar sua imagem. Uma das notícias foi a de 
que ela seria casada com um traficante e eleita por uma das maiores facções criminosas do 
país, o Comando Vermelho. Contudo, tais informações eram inverídicas. 
 
 
Disponível em <https://foconoenem.com/fake-news-redacao-enem/>. Acesso em 20 jan. 
2019. 
 
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. 
 
I. O meme, para criticar a propagação de fake news, apoia-se, ironicamente, em uma 
citação falsa. 
II. O meme e o texto apresentam discursos antagônicos, pois o primeiro mostra que as 
notícias falsas podem ser simples brincadeira. 
III. O texto alerta para a necessidade de se checar a fonte das informações, pois as fake 
news podem trazer prejuízo à sociedade. 
 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: c. 
I e III. 
 
 
 Pergunta 3 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
Capoeira 
Gustavo Pereira Côrtes 
Dança, luta ou jogo de origem negra, a capoeira foi introduzida no Brasil 
pelos escravos bantos de Angola, tendo se difundido com grande 
intensidade no Nordeste do Brasil, especialmente nas capitanias da Bahia 
e de Pernambuco, durante o período colonial. Marcada por movimentos 
que imitavam animais, era utilizada como instrumento de defesa pessoal. 
Seu nome refere-se às antigas roças, conhecidas por capoeiras, onde os 
negros realizavam seus treinos. Após a abolição, a capoeira foi 
marginalizada, sendo reprimida pela polícia da época. 
Em Recife e, também, no Rio de Janeiro, não há um estilo sincronizado, 
sendo considerada um jogo de rua, uma malandragem. Na Bahia, assume 
um caráter especial, uma vez que é marcada pala presença de cantigas 
de roda e pelo uso de berimbaus e pandeiros, o que lhe confere um 
aspecto amigável e menos ofensivo. 
Atualmente, vulgarizou-se e pode ser encontrada em todo o país, 
relacionada a atividades ligadas ao esporte e à educação. A indumentária 
é simples, com calças largas e cordões amarrados na cintura, que indicam 
o estágio no qual o participante se insere. 
CORTES, Gustavo. Dança, Brasil: festas e danças populares. Belo Horizonte: Leitura, 2000. 
 
Com base no texto e nos seus conhecimentos, assinale a alternativa 
correta. 
 
Resposta 
Selecionada: 
c. 
No passado, a prática da capoeira era reprimida, por ser associada a 
populações que viviam à margem da sociedade. 
 
 
 Pergunta 4 
0,5 em 0,5 pontos 
Leia a charge. 
 
 
 
 
O objetivo da charge é 
Resposta 
Selecionada: 
c. 
criticar os discursos propagados em redes sociais que 
se opõem à ciência. 
 
 
 Pergunta 5 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge a seguir. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas e a relação proposta entre elas. 
I. A charge mostra, metaforicamente, que, quanto maior o degrau, mais 
valoroso é o sucesso alcançado. 
PORQUE 
II. Os talentos são diferentes e inatos, o que valida a ideia de ascensão 
social natural. 
Assinale a alternativa correta. 
 
Resposta Selecionada: c. 
As asserções I e II são falsas. 
 
 
 Pergunta 6 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir, publicado em 5 de agosto de 2021. 
Baixo nível de empatia aumenta estresse do brasileiro durante 
a pandemia 
A incapacidade de se colocar no lugar do outro associada ao desgaste 
emocional e à falta de infraestrutura durante a pandemia elevou os níveis 
de sofrimento entre os brasileiros neste período — e nos colocou entre 
os povos mais estressados do mundo. A constatação veio com o resultado 
da primeira fase da pesquisa "Adaptação social em estresse
na pandemia 
de covid-19: um estudo transcultural", coordenada pela UERJ 
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em parceria com mais 24 
países. 
O estudo revelou que houve uma percepção de aumento do 
individualismo por causa das medidas de isolamento e distanciamento 
social. Em contrapartida, governos que oferecem uma infraestrutura 
coletiva melhor reduzem o impacto emocional nos indivíduos. 
A ideia é que o trabalho contribua para o desenvolvimento de 
intervenções no campo da saúde mental e ajude a sociedade a lidar com 
esse tipo de problema em crises futuras. 
Brasileiro e o mito da alegria contagiante 
 
À primeira vista, o resultado do estudo pode parecer contraditório. Afinal, 
o brasileiro não é aquele povo alegre, sempre disposto a sorrir e ajudar 
o próximo na adversidade? Pois a realidade parece não ser bem essa. 
"Nós estamos habituados a estarmos juntos na festa, no futebol, é uma 
cultura baseada na celebração, na sensação de prazer", afirma a 
professora Edna Ponciano, do Instituto de Psicologia da UERJ e 
coordenadora da pesquisa. 
Segundo ela, não somos acostumados a dividir a dor, o sofrimento com 
os outros, e isso pode ser um problema. "Nossa maneira de lidar é se 
distrair para esquecer, mas, com isso, deixamos de lidar com os 
problemas e transformamos esses sentimentos em ansiedade, depressão 
e estresse", acredita a especialista. 
Cultura coletivista é mais resiliente 
Ponciano lembra ainda que o Brasil pontuou muito alto no individualismo 
— o que também parece ser um contrassenso, já que o brasileiro tem 
fama de ser solidário e prestativo. "De fato, o brasileiro é solidário, mas 
muito mais direcionado às pessoas que ele conhece, ao seu círculo social 
e familiar", avalia. "O outro desconhecido não nos toca tanto", acredita. 
Por outro lado, a pesquisadora lembra que as sociedades que estão 
passando pela crise sanitária de forma coletiva estão conseguindo lidar 
melhor com o sofrimento. Em outras palavras, a coletividade permite a 
construção de pessoas mais resilientes e satisfeitas. 
Para Gustavo Arns, especialista em felicidade e bem-estar, o aumento do 
estresse tem relação direta com o individualismo. "Essa falta de empatia 
nos deixa fechados para o outro, fechados em nós mesmos e isolados", 
afirma ele, que é idealizador do primeiro Congresso Brasileiro de 
Felicidade e professor da pós-graduação em psicologia positiva da PUCRS 
(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). 
Para ele, a pandemia não vai solucionar todas as nossas relações e 
problemas sociais, mas é uma boa oportunidade para começarmos a 
solucionar essas questões. "Nunca se falou tanto em saúde mental e 
qualidade de vida", afirma. "Acredito que é o momento ideal para 
começarmos a refletir sobre como podemos começar a construir a nossa 
felicidade." 
Disponível em <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/08/05/baixo-nivel-de-empatia-
aumenta-estresse-do-brasileiro-durante-a-pandemia.htm>. Acesso em 9 ago. 2021. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O Brasil é o país da festa e do futebol, e o brasileiro, por 
ser naturalmente cordial e alegre, tem se estressado de maneira 
moderada com o isolamento social. 
II. Os resultados da pesquisa apontam que o brasileiro é 
individualista, apesar da fama de solidário. 
III. A capacidade de se colocar no lugar do outro, ou seja, a 
empatia, pode auxiliar as pessoas a lidar melhor com o sofrimento. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
II e III, apenas. 
 
 Pergunta 7 
0 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
Duas exigências comparecem no discurso científico: 
I) precisa ser lógico, não conter contradições, apresentar-se formalmente 
bem-feito, ordenado, com um texto bem tecido, sobretudo bem 
argumentado; 
II) precisa ser experimental, espelhar-se na realidade empírica, girando 
em torno de dados mensuráveis, comprováveis e retestáveis. 
(...) 
De fato, ciência é, substancialmente, questão de método: o que torna 
um discurso científico é o modo como é elaborado, metodicamente, 
analiticamente, ordenadamente, criticamente, muito diferente do que 
seria o discurso do senso comum. 
DEMO, Pedro. Praticar Ciência. Metodologias do Conhecimento Científico. São Paulo: Saraiva, 2011, p.26. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Não basta que os dados científicos sejam mensuráveis, 
comprováveis e possam ser testados, é preciso também que a 
apresentação dos resultados tenha lógica, um bom texto e 
argumentos válidos. 
II. Os resultados dos estudos científicos estão sujeitos à 
interpretação de quem os recebe e às convicções pessoais de cada 
um; por isso, podem ser aceitos ou rejeitados. 
III. O senso comum não é constituído por análise crítica, 
método e possibilidade de comprovação. 
IV. Para duvidar de modo irrefutável de resultados científicos, 
é preciso apenas ter uma opinião diferente daquela que o 
pesquisador exprimiu. 
É correto apenas o que se afirma em 
 
Resposta Selecionada: a. 
I. 
 
 
 Pergunta 8 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a imagem e o texto a seguir. 
 
 
A rápida disseminação do novo coronavírus por todo o mundo, as 
incertezas sobre como controlar a doença e sobre sua gravidade, além 
da imprevisibilidade acerca do tempo de duração da pandemia e dos seus 
desdobramentos, caracterizam-se como fatores de risco à saúde mental 
da população geral (Zandifar & Badrfam, 2020). Esse cenário parece 
agravado também pela difusão de mitos e informações equivocadas 
 
sobre a infecção e as medidas de prevenção, assim como pela dificuldade 
da população geral em compreender as orientações das autoridades 
sanitárias (Bao, Sun, Meng, Shi, & Lu, 2020). Nesse sentido, videoclipes 
e mensagens alarmantes sobre a Covid-19 têm circulado em mídias 
sociais, por meio de smartphones e computadores, frequentemente 
provocando pânico (Goyal et al., 2020). Da mesma forma, notícias falsas 
vêm sendo compartilhadas (Barros-Delben et al., 2020; Shimizu, 2020), 
por vezes contrariando as orientações de autoridades sanitárias e 
minimizando os efeitos da doença. Isso parece contribuir para condutas 
inapropriadas e exposição a riscos desnecessários, pois os 
comportamentos que as pessoas apresentam estão ligados à 
compreensão que têm acerca da severidade da Covid-19 (Shojaei & 
Masoumi, 2020). Pessoas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus 
podem desenvolver sintomas obsessivo-compulsivos, como a verificação 
repetida da temperatura corporal (Li et al., 2020b). A ansiedade em 
relação à saúde também pode provocar interpretação equivocada das 
sensações corporais, fazendo com que as pessoas as confundam com 
sinais da doença e se dirijam desnecessariamente a serviços hospitalares, 
conforme ocorreu na pandemia de influenza H1N1, em 2009 (Asmundson 
& Taylor, 2020). Ademais, medidas como isolamento de casos suspeitos, 
fechamento de escolas e universidades e estabelecimento de 
distanciamento social de idosos e outros grupos de risco, bem como 
quarentena, acabam por provocar diminuição das conexões face a face e 
das interações sociais rotineiras, o que também pode consistir em um 
estressor importante nesse período (Brooks et al., 2020; Zandifar & 
Badrfam, 2020; Zhang, Wu, Zhao, & Zhang, 2020b). 
Disponível em <https://www.scielo.br/j/estpsi/a/L6j64vKkynZH9Gc4PtNWQng/?lang=pt>. Acesso em 03 
ago. 2021. 
 
Com base na figura e no texto apresentados, avalie as afirmativas. 
I. A difusão de fake news e de informações incoerentes sobre 
o processo pandêmico do Covid-19 colaboram para o 
acometimento da saúde física e mental da população. 
II. A suspeita de infecção pelo coronavírus pode favorecer o 
desenvolvimento de comportamentos obsessivo-compulsivos, 
como a verificação quase contínua da temperatura corporal. 
III. A redução do contato interpessoal, observado pelo 
fechamento de escolas e universidades e pelo isolamento social, 
tem contribuído para o aumento do estresse na população em 
geral. 
IV. O objetivo
da figura é mostrar as atividades que podem 
melhorar a saúde mental, que foi afetada pela pandemia. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: e. 
I, II e III. 
 
 
 Pergunta 9 
0 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto. 
O último paradoxo da vida moderna: por que ficamos presos ao celular, mas odiamos falar por telefone? 
Não deixe uma ligação rápida arruinar uma longa e confusa série de mensagens de WhatsApp 
Sílvia Lopez – 01/06/2019 
Para iniciar um texto, Hemingway dizia a si mesmo: “Escreva a frase mais verdadeira que você conhece”. Neste caso, seria: a 
psicóloga Cristina Pérez, do Siquia, respondeu por meio de mensagens de áudio às perguntas que lhe enviamos por e-mail. Essa 
curiosidade metajornalística não tem importância nem altera a qualidade de suas respostas, só ilustra a variedade e a fluidez de 
opções com as quais podemos nos comunicar hoje. Recebemos um e-mail? Respondemos com um áudio. Chegou um áudio 
de WhatsApp? Respondemos com um texto. Recebemos um telefonema? Não respondemos. Esperamos. Esperamos. E escrevemos: 
“Você me ligou? Não posso falar, é melhor me escrever”. O paradoxo do grande vício do século XXI é que estamos presos ao 
celular, mas temos fobia das ligações telefônicas. 
VOTO DE SILÊNCIO 
É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias: só na Espanha, o uso diário de 
aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger é quase o dobro do uso de ligações por 
telefone fixo e celular, segundo o Relatório da Sociedade Digital na Espanha de 2018, da Fundação Telefónica. Não só preferimos 
as mensagens instantâneas aos telefonemas, como também preferimos essas mensagens a interagir com outras pessoas. Ou pelo 
menos foi o que 95,1% da população espanhola disse preferir (o cara a cara só tem 86,6% de popularidade). A ligação telefônica 
− que, até não muito tempo atrás, esperávamos com alegria ou tolerávamos com resignação, mas nunca evitávamos com uma 
rejeição universal – tornou-se uma presença intrusiva e incômoda, perturbadora e tirânica, mas por quê? “Uma das razões é que 
quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos fazendo, ou simplesmente não temos vontade de falar nesse 
momento”, explica a psicóloga Cristina Pérez. “Por outro lado, também exige de nós uma resposta imediata, ao contrário do que 
ocorre na comunicação escrita, que nos permite pensar bem no que queremos dizer. E a terceira razão seria o fato de não poder 
saber de antemão qual será a duração do telefonema”, acrescenta. 
INTROVERTIDOS E ENTREGUES ÀS TELAS 
Perder tempo em um telefonema é uma perspectiva assustadora. No entanto, segundo um relatório mundial da Deloitte, 
consultamos nossas telas mais de 40 vezes ao dia, e uma de cada quatro pessoas faz isso entre 100 e mais de 200 vezes. 
Talvez a coisa mais valiosa que nosso interlocutor exija em uma ligação não seja o tempo, e sim a concentração. Será que o ódio 
de falar por telefone poderia ser sintoma de um problema mais profundo, como um distúrbio de déficit de atenção? “Em princípio 
não”, responde a psicóloga. Mas “sim, é possível que uma pessoa com déficit de atenção tenha dificuldade para manter uma longa 
conversa telefônica e até mesmo que às vezes perca o fio da meada e volte sua atenção para outra coisa, assim como lhe ocorreria 
em uma conversa frente a frente, mas isso não quer dizer que desenvolva um ódio de falar por telefone”. 
Cristina Pérez alerta: “Sim, pode ser sinal de uma personalidade introvertida. O imediatismo de um telefonema faz com que as 
pessoas introvertidas não se sintam confortáveis neles. São pessoas que dependem muito da observação e, por telefone, não 
podem examinar a expressão do interlocutor. Se uma interação social já é incômoda para elas, é muito pior quando não têm essa 
ajuda visual que utilizam tanto. De fato, esse tipo de personalidade prefere a comunicação escrita à falada”. 
COMO CORTAR A LIGAÇÃO 
Infelizmente, para esses introvertidos, não há uma fórmula que os libere de todos os telefonemas, embora o identificador do 
número que está ligando lhes dê certa autoridade. “Quando você recebe uma ligação, é você que decide se é o momento de 
atendê-la ou de deixá-la para mais tarde”, assinala a psicóloga. “Se você decidir atendê-la e precisar cortá-la, a melhor maneira de 
fazer isso é de forma assertiva (estabelecendo limites, embora inicialmente isso nos custe um pouco, já que podemos pensar que 
a outra pessoa ficará chateada, mas é questão de treinamento e paciência), só que você também deve detectar qual é o momento 
certo para cortar”. 
O problema não é apenas que nosso interlocutor queira falar ad infinitum. Ele muitas vezes quer de nós uma resposta rápida, se 
for, por exemplo, um telefonema de trabalho. O terror de não ter tempo para pensar o que devemos responder também nos impede 
de atender o telefone. A psicóloga também tem um truque para esses casos: “Se pedem uma resposta imediata que nesse momento 
você não pode dar, uma frase muito útil é ‘vou pensar com calma e amanhã conversamos’, já que se não temos certeza quanto a 
uma resposta, o melhor é adiá-la, porque o imediatismo nos faz agir impulsivamente e é possível que depois nos arrependamos da 
resposta dada”. 
ADEUS À DIALÉTICA? 
A aversão à conversa da chamada “geração muda” poderia ter mais consequências do que apenas evitar as reuniões sociais. “O 
preço a pagar por nascer nesta geração é, muitas vezes, a falta de habilidade na hora de iniciar ou manter uma conversa, embora 
essas pessoas possam passar horas e horas no celular, porque estão mais concentradas naquilo que seu dispositivo lhes pode 
oferecer (o que às vezes será uma conversa com outra pessoa, mas não frente a frente). São gerações nas quais o vício por novas 
tecnologias está na ordem do dia, e o problema não é apenas que não valorizem o quanto uma boa conversa pode ser 
enriquecedora. Os efeitos do uso excessivo do celular afetam também sua personalidade, já que são pessoas com baixa tolerância 
à frustração e com necessidade de um reforço social contínuo, que ocorre através das curtidas. Em suma, a tecnologia é boa desde 
que seja usada de forma compatível com a vida cotidiana da pessoa, ou seja, quando não interferir em sua vida social, trabalhista 
ou pessoal”, destaca a psicóloga. 
Disponível 
em <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/01/tecnologia/1559392400_168692.html?utm_source=Facebook&ssm=FB_BR_CM&fbclid=IwAR0tUqfDyfynJW1aheWqEnGYU1GxGvsGbJmdxD63FnvmY-
jCT7CAkjKswWs#Echobox=1625268988>. Acesso em 06 jul. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com a pesquisa, falar ao telefone ou encontrar alguém pessoalmente são ações indesejadas pela maioria da 
população. 
II. O paradoxo apontado no texto refere-se ao fato de as pessoas alternarem diversos formatos de respostas às mensagens do 
dia a dia. 
III. De acordo com a psicóloga, o telefonema apresenta, para muitas pessoas, a desvantagem de exigir uma resposta imediata 
e de interromper o que se está fazendo no momento. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: e. 
I e II, apenas. 
 
 Pergunta 10 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
As falhas do ensino da matemática expostas pela pandemia do 
coronavírus. 
Nossa dificuldade em lidar com modelos e projeções evidencia 
'analfabetismo de dados', diz especialista; como podemos 
melhorar o ensino de estatísticas, raciocínio lógico e de temas 
do cotidiano do século 21? 
BBC - 06/06/2020. 
Desde projeções de novos casos de coronavírus até o chamado 
"achatamento da curva" de contágio, conceitos e modelos matemáticos 
entraram no noticiário e nas discussões da pandemia e, para alguns 
especialistas, a nossa dificuldade em entender e aplicar esses conceitos 
é mais uma evidência de que a forma como aprendemos matemática na 
escola está muito longe de nos preparar para usar a disciplina na vida 
real. 
Esse foi um dos assuntos debatidos no seminário on-line
"Como ensinar 
a matemática do futuro?", realizado pelo Instituto Sidarta (dedicado a 
projetos e políticas no ensino da matemática) em 28 de maio. 
 
"Estamos ensinando a matemática do século 19 nas nossas escolas, e 
isso cria uma lacuna na formação que damos aos jovens para o exercício 
de profissões e para munir as crianças com ferramentas para entender o 
mundo à nossa volta, que é o objetivo da matemática", afirmou no 
encontro virtual Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática 
Pura e Aplicada (Impa). 
E quais são essas ferramentas? 
Viana citou algumas: estatística e probabilidades, por exemplo, essenciais 
para entendermos o comportamento do novo coronavírus e o impacto 
das medidas de prevenção, são temas que o matemático acredita que 
"estavam até há pouco tempo praticamente ausentes de sala de aula", 
embora ele ache que isso esteja mudando com a adoção da nova Base 
Nacional Curricular Comum, documento que traçou novas diretrizes para 
o ensino público e privado do país. 
Para além da pandemia, estatística e probabilidades têm infinitos usos 
cotidianos, dos mais simples (como entender a probabilidade de chuva 
em um dia qualquer) aos mais complexos (como identificar padrões de 
infecções em hospitais para adotar medidas de prevenção). 
"Outra área que custa para chegar à sala de aula é a combinatória, base 
da ciência da computação e da tecnologia da informação", agregou Viana. 
A análise combinatória permite que se analisem quantas combinações 
diferentes podem ser feitas com um conjunto de elementos. Por exemplo, 
com as 26 letras do alfabeto e dez números, quantas combinações de 
senhas de 8 dígitos eu consigo fazer? 
(A resposta é 2,8 trilhões de senhas). 
Viana citou, por fim, o estímulo ao raciocínio lógico como algo 
"absolutamente negligenciado (no ensino da matemática), o que é 
trágico", por se tratar de uma habilidade considerada essencial para 
formar trabalhadores e cidadãos para o século 21. 
'Alfabetismo de dados' 
No Brasil, só 16% dos alunos concluem o ensino fundamental (9° ano) 
com aprendizado adequado em matemática, segundo os dados da Prova 
Brasil 2017. 
[...] 
Ser alfabetizado em dados significa ser capaz de entender números, 
gráficos, probabilidades ou questões lógicas, por exemplo, e conseguir 
usar esses dados para entender padrões ou mesmo tomar decisões. 
"São ensinados alguns conceitos (relacionados ao uso de dados), mas, 
no geral, é um tópico negligenciado", prossegue Dieckmann. Embora se 
ensinem conceitos básicos, como média e mediana, ele diz que falta, em 
geral, trazer uma "abordagem exploratória" para dentro da sala de aula, 
fazendo a conexão entre esses conceitos e os padrões, as conexões e os 
usos para eles na vida real dos alunos. 
[...] 
O que vai ser do ensino no pós-pandemia 
Embora haja a percepção de que a pandemia vai mudar a dinâmica das 
escolas e o ensino da matemática, a forma como isso vai acontecer ainda 
é uma interrogação. 
Como promover o ensino colaborativo da matemática e a resolução 
conjunta de problemas, se os alunos provavelmente terão de manter o 
distanciamento entre si, mesmo dentro de sala de aula, por um bom 
tempo? 
[...] 
"Na volta às aulas (presenciais) vai ser difícil, sem dúvida, de fazer com 
que os alunos se sintam seguros, estáveis e prontos para entender a nova 
realidade. No momento ainda não vemos luz no fim do túnel, mas temos 
uma oportunidade de olhar para o que pode ser melhorado e para criar 
um novo normal, em vez de voltar para o normal de antes, que não 
estava funcionando". 
Disponível em <https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/06/06/as-falhas-do-ensino-da-matematica-
expostas- pela-pandemia-do-coronavirus.ghtml>. Acesso em 30 jun. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O analfabetismo de dados ocorre, por exemplo, porque são 
ensinados alguns conceitos, como média e mediana, sem que se 
estabeleça relação do conteúdo com o cotidiano do aluno. 
II. No Brasil, a pandemia de coronavírus tornou o ensino de 
matemática descontextualizado e impediu os alunos de realizarem 
abordagens exploratórias. 
III. A dificuldade de aprendizagem de índices e conceitos 
matemáticos é a responsável pela expansão do contágio de covid-
19, uma vez que as projeções da doença não são compreendidas 
pelos estudantes. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: d. 
I, apenas. 
 
 
 Pergunta 11 
0 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
O que é desemprego 
O desemprego, de forma simplificada, refere-se às pessoas com idade 
para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão 
disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para alguém ser 
considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. 
Veja alguns exemplos de pessoas que, embora não possuam um 
emprego, não podem ser consideradas desempregadas: 
 um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos; 
 uma dona de casa que não trabalha fora; 
 uma empreendedora que possui seu próprio negócio. 
De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, o estudante e a dona 
de casa são pessoas que estão fora da força de trabalho; já a 
empreendedora é considerada ocupada. 
 
A PNAD Contínua é a nossa pesquisa que mostra quantos desempregados 
há no Brasil. Nela, o que é conhecido popularmente como “desemprego” 
aparece no conceito de “desocupação”. Confira, no gráfico a seguir, os 
dados de ocupação, desocupação e outras divisões do mercado de 
trabalho no Brasil, de acordo com os últimos resultados da PNAD 
Contínua. 
 
 
 
Considerando o texto, as informações apresentadas nos gráficos e seus 
conhecimentos, assinale a alternativa correta. 
Resposta 
Selecionada: 
a. 
O maior número de desempregados do Brasil está na Região 
Nordeste. 
 
 
 Pergunta 12 
0 em 0,5 pontos 
 
Leia a reportagem a seguir, publicada pela agência de notícias da 
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Agência 
FAPESP). 
De cada quatro imperadores romanos do Ocidente, apenas um 
morreu de causas naturais 
De Otávio Augusto (63 a.C. - 19 d.C.) a Constantino XI Paleólogo (1405 
- 1453), o Império Romano teve 175 imperadores. Nesse número, estão 
computados os governantes do Império unificado e os governantes do 
Ocidente e do Oriente, depois da divisão definitiva em 395 d.C. E estão 
excluídos aqueles que, sendo menores ou compartilhando o trono, não 
chegaram a governar por conta própria, embora possuíssem o título. 
Dos 69 imperadores do Império Romano do Ocidente, apenas 24,8% 
chegaram tranquilamente ao final do reinado e morreram de causas 
naturais. Os outros 75,2% morreram de forma violenta, no campo de 
batalha ou em conspirações palacianas. Considerando todos os 175 
imperadores, 30% sofreram morte violenta antes do fim do reinado. 
Estudo realizado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação 
da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), em São Carlos, investigou o 
padrão matemático subjacente às trajetórias dos imperadores. E mostrou 
que elas seguem aquela que, em estatística, é chamada de “lei de 
potência”. 
“Apesar de parecer aleatória, essa distribuição de probabilidade é 
encontrada em muitos outros fenômenos associados a sistemas 
complexos, como o tamanho das crateras lunares, a intensidade dos 
terremotos, a frequência com que as palavras aparecem em um texto, o 
valor de mercado das empresas e até o número de ‘seguidores’ que as 
pessoas têm nas mídias sociais”, diz à Agência FAPESP o cientista de 
dados Francisco Rodrigues, professor do ICMC-USP e coordenador do 
estudo. 
 
Todos esses fenômenos obedecem a um padrão que, genericamente, é 
chamado de “regra 80/20”. Isso significa que, em qualquer um deles, a 
chance de ocorrer um evento comum é de 80%, enquanto a chance de 
ocorrer um evento raro é de 20%, aproximadamente. Assim, por 
exemplo, 80% das crateras lunares são relativamente pequenas, 
enquanto apenas 20% são de fato grandes.
O mesmo acontece nas 
mídias sociais: 80% das pessoas têm, quando muito, algumas dezenas 
de seguidores, enquanto 20% têm milhares ou até mesmo milhões. No 
caso dos imperadores romanos, o evento raro era não ser assassinado. 
“O primeiro a observar esse tipo de relação foi o economista italiano 
Vilfredo Pareto (1848-1923), ao estudar a distribuição da riqueza na 
Europa. Ele constatou que 80% dos recursos financeiros estavam nas 
mãos de 20% da população. Ou seja, enquanto a maioria das pessoas 
detinha poucos recursos, uma minoria concentrava grande parte da 
riqueza”, informa Rodrigues. 
Além de obedecerem aproximadamente à relação 80/20, as trajetórias 
dos imperadores romanos do Ocidente apresentaram também outro tipo 
de padrão. “Ao examinar o tempo transcorrido até a morte dos 
imperadores, observamos que o risco é alto quando o imperador assume 
o trono. Isso poderia estar relacionado a dificuldades para lidar com as 
demandas que o cargo exige e à falta de habilidade política. Depois, o 
risco diminui sistematicamente, até os 13 anos de governo. Em seguida, 
apresenta um súbito aumento”, conta Rodrigues. 
Se a relação 80/20 corresponde a um padrão conhecido, essa mudança 
brusca na curva de sobrevivência por volta dos 13 anos de governo foi 
um achado novo do estudo. “Levantamos várias hipóteses para explicar 
esse ponto de inflexão. Pode ser que, após o ciclo de 13 anos, os rivais 
do imperador tenham se desalentado diante da dificuldade de chegar 
naturalmente ao poder; ou que os antigos inimigos tenham se 
reagrupado; ou que novos desafetos tenham surgido; ou que todos esses 
fatores tenham se combinado para produzir uma conjuntura crítica. O 
interessante é que o estudo mostra também que, após esse ponto de 
mudança, o risco volta a diminuir”, afirma Rodrigues. 
A inflexão aos 13 anos ainda é uma questão a ser respondida. Mas, dando 
sequência a toda uma linha de história quantitativa, o estudo mostrou 
que a análise estatística pode ser um recurso complementar importante 
no estudo dos fenômenos históricos. “As formações históricas são 
sistemas complexos, compostos por agentes que interagem, colaboram 
e competem por poder e recursos. E as ações imprevisíveis dos indivíduos 
podem produzir padrões de comportamento coletivos previsíveis – 
portanto, sujeitos à investigação matemática”, conclui Rodrigues. 
 
 
O gráfico mostra o tempo de reinado dos imperadores romanos do 
Ocidente. E posiciona na curva a probabilidade acumulada (soma das 
probabilidades) de sobrevivência de quatro imperadores bem conhecidos. 
Note-se que a chance de morte violenta é muito alta assim que um 
imperador assume o trono. Decresce progressivamente até o 13º ano de 
governo. Apresenta um ponto de inflexão nessa data. E volta a diminuir 
ainda mais rapidamente. Calígula e Nero tiveram reinados curtos, 
sofrendo uma morte violenta. Augusto governou por mais de 40 anos e 
morreu de forma natural. A partir de Marcus Aurélio, como a curva não 
aumenta, a chance de sofrer uma morte violenta será quase nula, como 
ocorre com Augusto. 
Disponível em <https://agencia.fapesp.br/de-cada-quatro-imperadores-romanos-do-ocidente-apenas-um-
morreu-de- causas-naturais/36643/>. Acesso em 23 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura e nos dados apresentados, avalie as afirmativas. 
 . Segundo o texto, aproximadamente 52 imperadores do 
Império Romano do Ocidente que governaram por conta própria 
morreram por causas violentas. 
I. A regra 80/20, observada pelo economista italiano Vilfredo 
Pareto, estipula que a chance de acontecer um evento raro é 80%. 
II. O estudo revela que 80% dos imperadores romanos 
morriam antes de completar 13 anos de governo. 
III. O estudo revela que, após os 20 anos de governo, a 
probabilidade de morte violenta de um imperador romano cresce 
indefinidamente. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: [Sem Resposta] 
 
 
 Pergunta 13 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o poema. 
Porta do armário aberta 
Marina Colassanti 
Abro a porta do armário 
como abro um diário, 
a minha vida ali 
dependurada 
meu frusto cotidiano 
sem segredos 
intimidade exposta 
que os botões não defendem 
nem se veda nos bolsos, 
espelho mais real que todo espelho 
entregando à devassa 
as medidas do corpo. 
Armário 
tabernáculo do quarto 
que abro de manhã 
como à janela 
para sagrar o ritual do dia. 
Sala de Barba Azul 
 
coalhada de pingentes 
longas saias e véus 
emaranhados sem que sangue goteje. 
Corpos decapitados 
ausentes minhas mãos 
dos murchos braços. 
Do armário minhas roupas 
me perseguem 
como baú de herança ou 
maldição. 
Peles minhas pendentes 
em repouso 
silenciosas guardiãs 
dos meus perfumes 
tessituras de mim 
mais delicadas 
que a luz desbota 
que o tempo gasta 
que a traça rói 
ainda assim durarão nos seus cabides 
muito mais do que eu sobre meus ossos. 
Nenhuma levarei. 
Irei despida 
deixando atrás de mim 
a porta aberta. 
COLASSANTI, Marina. Rota de colisão. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . O objetivo do poema é questionar a necessidade de substituição 
das roupas no guarda-roupa de acordo com os ditames da moda. 
I. Metaforicamente, o poema tem por objetivo revelar, por meio do 
armário e de suas roupas penduradas, a perda de um amor. 
II. A questão central do poema é o ressentimento da mulher pelo fato 
de que suas roupas estão desbotadas e roídas pelas traças. 
III. A poetisa compara o armário a um diário: as roupas penduradas 
revelam aspectos da sua vida. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: d. 
IV. 
 
 
 Pergunta 14 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia as informações a seguir. 
 
 
Ética 
 
Substantivo feminino 
1. parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que 
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, 
refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, 
prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. 
2. conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um 
indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. 
Disponível em <https://www.abecbrasil.org.br/eventos/meeting_2019/palestras/segunda/rui.pdf>. Acesso 
em 27 set. 2021. 
 
Com base na leitura, assinale a alternativa correta. 
Resposta 
Selecionada: 
e. 
A imagem circular representa melhor a ética ambiental porque 
considera o ser humano no mesmo nível dos demais seres, mostrando 
que somos parte do meio ambiente e merecemos respeito tanto quanto 
qualquer ser vivo. 
 
 
 Pergunta 15 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Para realizar pesquisas sobre o desemprego no Brasil, o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divide a população total do 
país em dois grupos: os que têm e os que não têm idade para trabalhar. 
O grupo da população em idade para trabalhar, posteriormente, é 
subdividido em mais algumas categorias. As principais classificações do 
mercado de trabalho utilizadas pelo IBGE podem ser observadas no 
organograma a seguir. 
 
 
 
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 
é a pesquisa do IBGE que visa a acompanhar as flutuações trimestrais e 
a evolução da força de trabalho brasileira, assim como outras 
informações necessárias para o estudo do desenvolvimento 
socioeconômico do país. O gráfico a seguir mostra os dados de ocupação, 
desocupação e outras divisões do mercado de trabalho brasileiro no 1º 
trimestre de 2021, de acordo com resultados da PNAD Contínua. 
 
 
 
De acordo com as informações apresentadas no gráfico, avalie as 
afirmativas. 
 . A população total do Brasil é composta por mais de 210 
milhões de pessoas. 
I. Há, aproximadamente, 100 milhões de pessoas com 14 
anos ou mais no país. 
 
II. Quase metade da população do Brasil é formada por 
pessoas que fazem parte da força de trabalho. 
III. Os aposentados não foram incluídos no gráfico por não 
fazerem mais parte da força
de trabalho. 
É correto apenas o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
I e III. 
 
 
 Pergunta 16 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge e o trecho a seguir e avalie as afirmativas. 
 
 
Algo muito estranho está acontecendo no mundo atual. Vivemos melhor 
do que qualquer outra geração anterior. Pessoas são saudáveis graças às 
ciências da saúde. Moram em residências robustas, produto da 
engenharia. Usam eletricidade, domada pelo homem devido ao seu 
conhecimento de química e física. Paradoxalmente, essas mesmas 
pessoas ligam seus computadores, tablets e celulares para adquirir e 
disseminar informações que rejeitam a mesma ciência que é tão presente 
em suas vidas. Vivemos num mundo em que pessoas usam a ciência para 
negar a ciência. 
KOWALTOWSKI, Alicia. Usando a ciência para negar a ciência. 2019. Disponível 
em https://www.nexojornal.com.br/ (com adaptações). Acesso em 02 ago. 2021. 
 
 . A charge ilustra o paradoxo que se afirma no texto: novas 
tecnologias, frutos do desenvolvimento científico, são usadas 
para negar a ciência. 
I. A charge tem por objetivo contrapor um professor arcaico com as 
novas tecnologias, que permitem assimilar o conhecimento de 
forma mais rápida. 
II. De acordo com o texto, é paradoxal que as pessoas atualmente, 
com o desenvolvimento científico contemporâneo, ainda fiquem 
doentes e não tenham moradias robustas. 
É correto o que se afirma apenas em 
 
Resposta Selecionada: a. 
I. 
 
 
 Pergunta 17 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge do cartunista Adão Iturrusgarai e a notícia publicada no 
portal Bahia Notícias. 
 
 
 
 
Brasil chega a 152 mi de pessoas com acesso à internet; país 
tem aumento de 7% em relação a 2019 
No Brasil, tem crescido, ano a ano, o número de pessoas com acesso à 
internet, e a pandemia acelerou esse processo. Pesquisa promovida pelo 
Comitê Gestor da Internet do Brasil revelou que, em 2020, o país chegou 
a 152 milhões de usuários - aumento de 7% em relação a 2019. Com 
isso, 81% da população com mais de 10 anos têm internet em casa. 
Segundo a Agência Brasil, o coordenador da pesquisa, Fábio Storino, 
destaca que a pandemia fez com que os indicadores de acesso à internet 
apresentassem os maiores crescimentos dos 16 anos da série histórica. 
O crescimento do total de domicílios com acesso à internet ocorreu em 
todos os segmentos analisados. As residências da classe C com acesso à 
internet passaram de 80% para 91% em um ano. Já os usuários das 
classes D e E com internet em casa saltaram de 50% para 64% na 
pandemia. 
Porém Fábio Storino explica que esse acesso à internet é desigual, uma 
vez que cerca de 90% das casas das Classes D e E se conectam à rede 
exclusivamente pelo celular. 
A desigualdade de acesso à internet no Brasil reflete-se também no 
ensino básico. O censo escolar de 2020 revelou que apenas 32% das 
escolas públicas do ensino fundamental têm acesso à internet para os 
alunos, porcentagem que chega a 65% no caso das escolas públicas do 
ensino médio. 
Além de aumentar os investimentos em infraestrutura para internet nas 
escolas, o diretor executivo da ONG D3e, Antonio Bara Bresolin, que atua 
na produção de pesquisas para orientar políticas de educação, afirma que 
é necessário também capacitar os profissionais da área. 
O governo federal espera aumentar a infraestrutura da internet nas 
escolas a partir do leilão do 5G (...). Segundo o ministro das 
Comunicações, Fabio Faria, 6,9 mil escolas públicas urbanas que hoje não 
têm acesso à internet receberão a infraestrutura nos primeiros anos da 
instalação do 5G no Brasil. O edital do 5G prevê investimentos para levar 
internet de alta velocidade para todas as escolas em locais com mais de 
600 habitantes até 2029. 
Disponível em <https://www.bahianoticias.com.br/noticia/261360-brasil-chega-a-152-mi-de-pessoas-com-
acesso-a-internet-pais-tem-aumento-7-em-relacao-a-2019.html>. Acesso em 23 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura e nos dados apresentados, avalie as afirmativas. 
 . O número de residências da classe C com acesso à internet 
aumentou 11% entre 2020 e 2021. 
I. A charge ilustra o problema de falta de acesso à internet 
enfrentado por muitas pessoas. 
II. Um pouco menos de 107 milhões de pessoas tinham acesso 
à internet em 2019. 
III. O percentual de usuários das classes D e E com internet em 
casa cresceu 28% durante o período da pandemia. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: c. 
II e IV. 
 
 
 Pergunta 18 
0 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir, retirado do artigo publicado no site da Fiocruz, 
complementado pelo artigo do Instituto Butantan. 
Entenda como acontece o estudo clínico de uma vacina 
(...) 
O processo de pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina é 
constituído de diversas etapas, tratando-se, portanto, de um processo de 
alto investimento. A primeira etapa corresponde à pesquisa básica e é 
onde as novas propostas de vacinas são identificadas. Na segunda etapa, 
há a realização dos testes pré-clínicos (in vitro e/ou in vivo), que têm por 
objetivo demonstrar a segurança e o potencial imunogênico da vacina. 
Por fim, há a terceira etapa, composta pelos ensaios clínicos (fases I, II, 
III e IV). 
A fase I é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por 
objetivo principal demonstrar a segurança da vacina. A fase II tem por 
objetivo estabelecer a sua imunogenicidade (capacidade que a vacina 
tem de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos). A 
imunogenicidade, frequentemente, é medida por coletas de sangue, 
utilizando metodologias de análise adequadas, para avaliar a resposta 
imunológica à vacina administrada. A fase III é a última fase de estudo 
antes da obtenção do registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a 
sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção 
do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para 
a população. A fase IV é o estudo pós comercialização, em que é 
analisado o que ocorre já com a vacina disponível às pessoas. 
Os critérios para seleção dos participantes do ensaio dependem 
fundamentalmente do objetivo do estudo. De modo geral, os 
participantes devem representar o grupo de indivíduos/população para 
os quais o produto foi desenvolvido e aqueles que mais poderiam se 
beneficiar da intervenção. Além disso, é necessário selecionar áreas de 
maior transmissão onde o número esperado de casos é suficiente para a 
realização do estudo e interpretação dos resultados. 
Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/ /index.php/br/noticias/1992-entenda-como-acontece-o-estudo-
clinico-de-uma-vacina>. Acesso em 31 jul. 2021 (com adaptações). 
 
 
Ensaios clínicos 
(...) 
A Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan 
(IB) coordena todos os ensaios clínicos, desde a fase I até a fase IV, para 
os imunobiológicos produzidos pelo instituto incluindo as vacinas. Com 
isso, ela garante a internalização do conhecimento adquirido com a 
realização desses estudos e contribui para a integração de todas as 
etapas do processo de pesquisa e desenvolvimento. Cabe ressaltar ainda 
que esta Divisão também realiza atividades de farmacovigilância para 
 
todos os soros e vacinas produzidas pelo IB, ou seja, realiza 
monitoramento contínuo da segurança desses produtos quando eles já 
se encontram disponibilizados e em uso pela população. 
Disponível em <https://butantan.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos>. Acesso em 31 jul. 2021 (com 
adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . Uma nova vacina só pode ser disponibilizada à população 
após o registro sanitário, que ocorre após a fase IV dos ensaios 
clínicos, os quais compõem a terceira etapa do processo de sua 
pesquisa e seu desenvolvimento. 
I. As atividades de Farmacovigilância para vacinas são 
realizadas durante a fase IV dos ensaios clínicos. 
II. A avaliação da capacidade de o organismo produzir 
anticorpos contra um microrganismo
como o coronavírus e o 
monitoramento da segurança das vacinas em uso pela população 
são efetuados durante as fases II e IV dos ensaios clínicos, 
respectivamente. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: a. 
I, apenas. 
 
 
 Pergunta 19 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia os textos 1 e 2. 
 
Texto 1 
Com -2,3ºC no extremo sul, cidade de São Paulo registra menor 
temperatura em uma região em 17 anos 
Bairros mais gelados, segundo o CGE, foram Marsilac e Capela 
do Socorro, no Extremo Sul. Temperatura média na cidade foi 
de 5,4ºC. Foram 224 pessoas acolhidas das ruas da cidade na 
madrugada desta terça (20) por causa do frio, segundo a 
prefeitura. 
Por G1 SP – 20.07.2021. 
A cidade de São Paulo registrou nesta terça-feira (20) a temperatura mais 
baixa em uma região da cidade desde 2004, quando o Centro de 
Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura, começou a coletar 
os dados. 
Em Engenheiro Marsilac, no extremo Sul, os termômetros chegaram a -
2,3ºC nesta madrugada. Capela do Socorro, na Zona Sul, também teve 
temperatura negativa, e a estação meteorológica do CGE marcou -1,3ºC. 
Essas temperaturas não fazem parte do recorde da cidade como um todo, 
que é feito a partir de uma média de todas as 29 estações 
meteorológicas. Em todo o município, a rede de estações meteorológicas 
do CGE da Prefeitura de São Paulo registrou a média de 5,4ºC nesta 
terça, disse o órgão. 
 
Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/20/cge-registra-frio-intenso-e-com-
temperaturas-negativas-em-sao-paulo.ghtml>. Acesso em 02 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Texto 2 
Treze moradores de rua morreram de frio apenas neste ano na 
cidade de SP, diz movimento 
Movimento Estadual da População em Situação de Rua pede 
por políticas públicas mais eficazes para essa parcela da 
população. Prefeitura de São Paulo nega que hipotermia tenha 
sido causa das mortes registradas das pessoas em situação de 
rua 
Moniele Nogueira, SP1 e G1SP – 19.07.2021 
O Movimento Estadual da População em Situação de Rua afirma que 13 
pessoas já morreram vítimas do frio nas ruas da capital paulista somente 
neste ano. 
O último caso ocorreu nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro II, no 
Centro da capital, nesta segunda-feira (19). O corpo de um homem, de 
aproximadamente 60 anos, foi encontrado por pessoas que passavam na 
região, em torno das 5h, e acionaram o Samu. Assim que chegaram ao 
local, os socorristas registraram o óbito da vítima. A ocorrência foi 
registrada no 1º Distrito Policial da Sé. 
Segundo a Polícia Militar, só a perícia poderá atestar o motivo da morte, 
mas a principal hipótese é que o homem tenha sofrido problemas 
relacionados ao frio, já que a cidade de São Paulo enfrentou uma 
madrugada de temperaturas muito baixas. 
A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da capital, Berenice 
Giannella, diz que o número de óbitos de moradores em situação de rua 
está incorreto e nega que hipotermia, ou seja, a queda excessiva da 
temperatura corporal, tenha sido a causa das mortes registradas. 
"O que a gente teve foi há três semanas, foram três mortes. Uma foi 
homicídio, e as outras duas ainda estão sob investigação. Nós não 
sabemos se foi em decorrência do frio ainda", disse Giannella. "Esta noite 
também tivemos essa morte, e a pessoa não foi identificada ainda, não 
sabemos se foi em decorrência do frio ou não, estamos aguardando o 
IML". 
Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/19/13-moradores-de-rua-foram-
vitimas-fatais-do-frio-apenas-neste-ano-na-cidade-de-sp-diz-movimento.ghtml>. Acesso em 22 set. 2021. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . Se, no dia 20 de julho de 2021, a menor temperatura 
registrada pelo CGE foi de -2,3ºC e a média foi de 5,4ºC, então, é 
possível afirmar que a máxima temperatura registrada por uma 
das estações do CGE foi de 13,1ºC. 
I. A onda de frio em São Paulo provocou mortes de dezenas 
de moradores de rua, mesmo com as políticas públicas 
consideradas suficientemente eficazes pelo Movimento Estadual 
da População em Situação de Rua. 
II. No momento da redação da notícia, a hipótese de a morte 
do homem nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro II ter 
sido provocada por hipotermia ainda não havia sido confirmada. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: e. 
III, apenas. 
 
 
 Pergunta 20 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o trecho a seguir, extraído do Atlas da Violência 2020, uma 
publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 
Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da 
Saúde (SIM/MS), houve 57.956 homicídios no Brasil em 2018, o que 
corresponde a uma taxa de 27,8 mortes por 100 mil habitantes – o menor 
nível de homicídios em quatro anos. Essa queda no número de casos 
remete ao patamar dos anos entre 2008 e 2013, em que ocorreram entre 
50 mil e 58 mil homicídios anuais. 
O gráfico abaixo mostra que a diminuição das taxas de homicídio 
aconteceu em todas as regiões, com maior intensidade no Nordeste. 
Desde 2016, esse índice de violência vinha diminuindo nas regiões 
Sudeste, Centro-Oeste e Sul. No gráfico, chama a atenção a reversão da 
tendência de aumento das mortes no Norte e Nordeste e o aumento da 
velocidade de queda no Sul e Sudeste. 
 
 
Diante do quadro da redução, em 12%, das taxas de homicídio no país, 
entre 2017 e 2018, que passou de 31,6 para 27,8 por 100 mil habitantes, 
fica a pergunta: quais fatores poderiam explicar essa notável diminuição? 
Trata-se de alguma mudança institucional súbita ocorrida a partir de 
2017? Ou a redução das mortes violentas, nesse ano, pode ser explicada 
pela própria dinâmica da criminalidade que já vinha se desenrolando nos 
anos anteriores? 
De outro modo, no Atlas da Violência 2019, já havíamos chamado a 
atenção para a tendência de queda de homicídios que abrangia 
gradualmente cada vez mais Unidades da Federação (UFs), nos dez anos 
anteriores a 2017. Naquele documento, apontamos as principais razões 
que estariam influenciando a queda dos homicídios pelo país afora até 
2017, a saber: i) a mudança no regime demográfico, que fez diminuir 
substancialmente, na última década, a proporção de jovens na 
população; ii) o Estatuto do Desarmamento, que freou a escalada de 
mortes no Brasil e que serviu de mecanismo importante para a redução 
de homicídios em alguns estados, como São Paulo, que focaram 
fortemente na retirada de armas de fogo das ruas; e iii) políticas 
estaduais de segurança, que imprimiram maior efetividade à prevenção 
e ao controle da criminalidade violenta em alguns estados. 
Destacamos ainda, no Atlas da Violência 2019, que um quarto fator que 
conspirou a favor do aumento dos homicídios, entre 2016 e 2017, em 
 
alguns estados, sobretudo do Norte e do Nordeste, foi a guerra 
desencadeada entre as duas maiores facções penais no Brasil (Primeiro 
Comando da Capital – PCC e Comando Vermelho – CV) e seus parceiros 
locais, que eclodiu em meados de 2016, gerando número recorde de 
mortes no Acre, Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do 
Norte. 
Ocorre que uma guerra custosa, imprevisível e duradoura, sem um 
contendor com vantagens ou supremacia clara, é inviável 
economicamente. Depois de cerca de um ano e meio das escaramuças 
em alta intensidade – no eixo do tráfico internacional de drogas, nas rotas 
do alto do Juruá, Solimões e nos estados nordestinos –, em que membros 
das duas maiores facções penais se matavam mutuamente, a intensidade 
dos conflitos diminuiu. O movimento das guerras de facções em 2016 e 
2017 e o subsequente armistício, velado ou não, a partir de 2018, 
explicariam por que os supramencionados estados do Norte e Nordeste 
foram aqueles com maiores aumentos nas taxas de homicídio, em 2017, 
e maiores quedas em 2018. 
Para finalizar, acreditamos que um quinto fator que pode ter contribuído 
para a redução substancial dos homicídios, em 2018, diz respeito à piora 
substancial na qualidade dos dados de
mortalidade, em que o total de 
mortes violentas com causa indeterminada (MVCI) aumentou 25,6%, em 
relação a 2017, fazendo com que tenham permanecido ocultos muitos 
homicídios. Em 2018, foram registradas 2.511 MVCI a mais, em relação 
ao ano anterior, fazendo com que o ano de 2018 figurasse como 
recordista nesse indicador, com 12.310 mortes cujas vítimas foram 
sepultadas na cova rasa das estatísticas, sem que o Estado fosse 
competente para dizer a causa do óbito, ou simplesmente responder: 
morreu por quê? 
Disponível em <https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/3519-
atlasdaviolencia2020completo.pdf>. Acesso em 10 ago. 2021 (com adaptações). 
 
Com base na leitura e em seus conhecimentos, avalie as afirmativas. 
 . Em 2017, o número de homicídios na região Norte foi maior 
do que o número de homicídios da região Sudeste. 
I. Entre 2013 e 2018, todas as regiões apresentam tendência 
de queda da taxa de homicídios. 
II. O texto sugere que o súbito aumento da taxa de homicídio 
entre 2016 e 2017 nas regiões Norte e Nordeste pode ser 
explicado por conflitos entre facções criminosas, que cessaram em 
2018. 
III. A população brasileira em 2018 era maior do que 208 
milhões de habitantes. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: c. 
III e IV.

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