Prévia do material em texto
Matéria: Direito Tributário Professor: Cadu Carrilho C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 2 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Vamos ver hoje os detalhamentos sobre os impostos da União e os impostos dos Municípios. Os dispositivos constitucionais, os regramentos previstos no CTN, quando for o caso, e os comentários doutrinários, além, é claro, dos entendimentos jurisprudenciais mais importantes para provas. 4. Dos Impostos da União 6. Dos Impostos dos Municípios. 24. Lei Complementar nº 116/03: Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. SUMÁRIO 1 – Impostos da União ........................................................................3 1.1- Imposto sobre a Importação - II ........................................................ 3 1.2 - Imposto sobre a Exportação - IE....................................................... 7 1.3 - Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza ..................... 8 1.4 - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI................................... 13 1.5 - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro e Relativos a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF ................................................................... 17 1.6 - Imposto Territorial Rural - ITR ........................................................ 20 1.7 - Imposto Sobre Grandes Fortunas - IGF ............................................ 23 2 – Impostos dos Municípios ............................................................. 24 2.1 - Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU ...................................... 24 2.2 - Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis - ITBI ........... 29 2.3 - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS .......................... 32 3 – Questões Comentadas ................................................................. 44 4 – Lista de Exercícios ....................................................................... 87 5 – Gabarito .................................................................................... 109 Aula – Impostos da União e Impostos dos Municípios C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 3 de 109 www.exponencialconcursos.com.br De tanto mencionarmos esses impostos em outras aulas, creio que de alguma maneira você já está familiarizado com eles. É sempre muito importante saber exatamente a competência que cada ente possui em relação a qual imposto pode criar. A União pode instituir várias contribuições, pode instituir taxas, pode também criar empréstimos compulsórios, há inclusive permissivo constitucional para a União instituir impostos residuais e extraordinários. Perceba que a União tem um enorme poder em matéria tributária, não é à toa que possui a maior competência tributária em relação a número de impostos também. Ordinariamente a União possui competência para instituir 7 impostos. Lembre-se sempre que, para isso, deve respeitar as limitações constitucionais ao poder de tributar, princípios e imunidades, as exceções a esses limites, além de se submeter às regras gerais de direito tributário previstas em lei complementar, no caso, o CTN. Aprenderemos agora, portanto, as características e peculiaridades dos sete impostos de competência privativa da União, sendo eles: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Vamos aprender e entender quais são os elementos que identificam o imposto como quem deve pagar (contribuinte), qual o fato que configura a hipótese de incidência (fato gerador), além dos elementos numéricos (base de cálculo e alíquota). E, como sempre, as jurisprudências. A União institui o imposto sobre importação de produtos estrangeiros, previsto no inciso I do Art. 153 da CF e com dispositivos no CTN que vão do Artigo 19 ao 22. 1 – Impostos da União 1.1- Imposto sobre a Importação - II C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 4 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Fato Gerador do II O fato gerador do II é a entrada do produto no território nacional. Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional. Observação: os termos “mercadorias” e “produtos” apesar de diferentes em sua essência, são considerados sinônimos para efeito do II. O conceito de mercadoria estrangeira para efeito de incidência do imposto de importação baseia-se na origem da mercadoria e não no local de sua fabricação. Por essa razão, o Regulamento Aduaneiro determina que o imposto incida sobre mercadoria nacional ou nacionalizada exportada que retorne ao país. Outro detalhe, STJ entende que entrada de mercadoria estrangeira em território nacional precisa ter uma fixação do tempo em que isso acontece, concluindo que essa entrada se aperfeiçoa com o registro da Declaração de Importação, caracterizando o despacho aduaneiro. Doutrina e jurisprudência entendem que a simples entrada física do produto não configura necessariamente o II, já que há casos de entrada temporária, então, a entrada deve ser, além de física, econômica de maneira que o bem seja incorporado na economia interna. Contribuintes do II O contribuinte do II é o importador, ou pessoa equiparada ao importador. O importador é toda pessoa física ou jurídica que promova a entrada de produtos estrangeiros destinados a permanecer de forma definitiva em território nacional ou quem a lei a ele equiparar. A legislação tributária federal prevê um regime especial de admissão temporária em que o II não incide se cumpridos certos prazos e exigências. Também é contribuinte do II, de acordo com o CTN, o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. Caso alguns produtos sejam apreendidos ou abandonados de maneira que sejam vendidos em leilão, quem arrematar esses produtos será considerado contribuinte do II. Art. 22. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re prod uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 5 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Os impostos precisam ser instituídos por lei, seguindo assim o princípio da legalidade, com a instituição do II não é diferente. Além disso as alterações referentes aos impostos também precisam ser feitas por lei, porém em relação ao II existe a possibilidade de a União, por ato do Poder Executivo alterar as alíquotas desse imposto, mudando um elemento sem a necessidade de lei, sendo uma exceção ao princípio da legalidade. Nesse mesmo raciocínio, podemos afirmar que o II é um imposto que configura exceção aos princípios da anterioridade anual e da nonagesimal. A explicação para que o imposto de importação seja exceção a esses princípios está no caráter extrafiscal do tributo. O Executivo deve ter o poder de alterá-lo de imediato para atuar efetivamente na regulação do comércio exterior. A alteração das alíquotas deve respeitar os limites legais, que, segundo o STF, podem ser fixados por lei ordinária. O II é um imposto extrafiscal, ou seja, a União usa esse imposto para intervir na economia de maneira que fica sem importância a questão arrecadatória ou fiscal desse imposto. É utilizado como mecanismo de controle do comércio internacional e proteção de setores da indústria nacional. Art. 153 - § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I (II), II, IV e V. Alíquotas e base de cálculo do II As alíquotas do imposto de importação podem ser de dois tipos: específicas ou ad valorem. A base de cálculo variará de acordo com o tipo de alíquota adotada. Alíquota específica é aquela medida pela quantidade de bens em determinada unidade de medida. A base de cálculo será o valor obtido pela unidade de medida definida na lei. II Contribuintes: Importador e arrematante de produtos apreendidos ou abandonados Fato gerador: entrada do produto estrangeiro no teritório nacional. Considera-se ocorrido na data do despacho aduaneiro Caráter predominantemente extrafiscal Exceção à legalidade, à anterioridade anual e nonagesimal Alíquotas ad valorem e específica C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 6 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Alíquota ad valorem é aquela que incide sobre um valor em moeda corrente, nesse caso a base de cálculo será o preço do produto. A base de cálculo de produto apreendido ou abandonado será o preço da arrematação. CTN Art. 20. A base de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. Para efeito do cálculo do imposto, os valores em moeda estrangeira devem ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente no momento da ocorrência do fato gerador da obrigação. Alíquotas ad valorem Aplicação de um percentual sobre determinado valor de operação Base de cálculo: preço normal que o produto, ou similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, p/ entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País. Ex: 20% de R$ 10.000. Alíquotas específicas Fixada num valor em moeda, nacional ou estrangeira, por unidade de medida do produto. Base de cálculo: quantidade de mercadoria mensurada pela unidade de medida adotada pela lei tributária. Ex: R$ 30 por tonelada. Quando se tratar de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão A base de cálculo será o preço da arrematação. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 7 de 109 www.exponencialconcursos.com.br A União institui o imposto sobre exportação de produtos estrangeiros, previsto no inciso II do Art. 153 da CF e com dispositivos no CTN que vão do Artigo 23 ao 28. Fato Gerador do IE Fato gerador do IE é a saída do território nacional para o estrangeiro dos produtos nacionais ou nacionalizados. Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional. É um imposto extrafiscal, a União atua no comércio exterior por meio desse imposto. As características do Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados são muito semelhantes as do Imposto de Importação. Ambos são exceções aos princípios da legalidade e anterioridade, apresentam caráter predominantemente extrafiscal e podem ter alíquotas ad valorem e específica. Contribuinte do IE Contribuinte do IE é o exportador ou pessoa que a lei equiparara exportado. Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar. IE Contribuintes: Exportador - qualquer pessoa que promova a saída do território nacional de produto nacional ou nacionalizado Fato gerador: saída do território nacional de produtos nacionais ou nacionalizados Caráter predominantemente extrafiscal Exceção à legalidade, à anterioridade anual e nonagesimal Alíquotas ad valorem e específica 1.2 - Imposto sobre a Exportação - IE C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 8 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Alíquotas e Base de Cálculo do IE As definições da base de cálculo do IE são muito semelhantes as do II: Conforme o STF, na base de cálculo adotada quando a alíquota é ad valorem, o Fisco não está vinculado ao valor consignado na fatura comercial. Ou seja, não importa por quanto o negócio foi fechado, pois o imposto será calculado com base na legislação vigente na data do registro da exportação. Esse imposto é instituído pela União, previsto no inciso III do Artigo 153 e § 2º e no CTN dos Artigos 43 a 45. É o que chamamos de Imposto de Renda (IR). O imposto de renda é fiscal ou arrecadatório. É o que mais arrecada para União. Incide sobre a renda e sobre os proventos. Deve respeitar o princípio da legalidade e da anterioridade anual, mas configura exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Fato Gerador do IR O fato gerador do IR é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de rendas e de proventos. Vamos ver o que é essa disponibilidade e qual a diferença entre renda e provento. Art. 43. O imposto, de competência da União,sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; Alíquotas ad valorem Aplicação de um percentual sobre determinado valor de operação Base de cálculo: preço normal que o produto, ou similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência. Ex: 20% de R$ 10.000. Alíquotas específicas Fixada num valor em moeda, nacional ou estrangeira, por unidade de medida do produto. Base de cálculo: quantidade de mercadoria mensurada pela unidade de medida adotada pela lei tributária. Ex: R$ 30 por tonelada. 1.3 - Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza - IR C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 9 de 109 www.exponencialconcursos.com.br II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. É importante saber a diferença entre renda e provento (art. 43, CTN). Renda é o resultado do capital, do trabalho ou dos dois juntos. Provento é o acréscimo patrimonial que não é renda. Exemplo de renda é o salário mensal do trabalhador ou o valor recebido de aplicação financeira. Exemplo de provento é o prêmio de loteria. Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica A respeito do fato gerador do IR, interessante a seguinte lição de Hugo de Brito Machado: “O FATO GERADOR do imposto de que se cuida NÃO É A RENDA mas a AQUISIÇÃO DA DISPONIBILIDADE DA RENDA, ou DOS PROVENTOS de qualquer natureza. Assim, não basta para ser devedor desse imposto, auferir renda ou proventos. É preciso que se tenha adquirido a disponibilidade, que não se configura pelo fato de ter o adquirente da renda ação para sua cobrança. Não basta ser credor da renda se esta não está disponível, e a disponibilidade pressupõe ausência de obstáculos jurídicos a serem removidos.”1 1 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário, 29 ed. Renda é o produto do capital (juros, lucros, alugueis, etc), do trabalho (salários, honorários, aposentadorias) ou da combinação de ambos Provento é qualquer outro acréscimo patrimonial que não seja renda, como prêmio de loteria, herança, etc. DISPONIBILIDADE ECONÔMICA JURÍDICA Significa o EFETIVO RECEBIMENTO dos rendimentos e a possibilidade de usar, gozar e dispor da renda ou provento. Significa a AQUISIÇÃO DO DIREITO DE RECEBIMENTO do rendimento, representada por títulos ou documentos dotados de liquidez e certeza. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 10 de 109 www.exponencialconcursos.com.br O nome dado ao tipo de receita que a pessoa recebe ou o tipo de rendimento, ou outras características como localização, nacionalidade, origem dessa fonte ou até mesmo a maneira que esse recurso foi recebido, não importam para a incidência do imposto. Exemplo: na verba indenizatória não cabe incidência de IR, mas se alguém recebe um salário, mas chama de “indenização pelo trabalho realizado”, ainda assim, terá que pagar o IR, já que a denominação, nesse caso, não vai importar para a incidência do imposto. Art. 43 - § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. Com relação a rendimentos oriundos do exterior, o CTN, art. 43, § 2º, determina que a lei estabeleça as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade para fins de incidência do imposto referido. § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo Contribuinte do IR Contribuinte do IR é o titular da renda ou do provento. Nem todo ingresso financeiro representa renda ou provento. A jurisprudência entende que as verbas de natureza indenizatória, que recompõem um patrimônio jurídico ou econômico desfalcado, estão fora do campo de incidência do imposto. O pagamento de aviso prévio ou de férias não gozadas por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, por exemplo, não estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda. Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. O CTN, art. 45, parágrafo único, prevê a possibilidade de lei atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. No entanto, o contribuinte continua a ser o titular da renda ou provento relacionados. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 11 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Base de Cálculo do IR A base de cálculo do IR será o montante da renda ou dos proventos, sendo que esse valor recebido pode ser real, arbitrado ou presumido. Essas situações de real ou arbitrado acontecem muito no cálculo do IR para determinados tipos e situações de pessoas jurídicas. Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Montante real, arbitrado ou presumido da renda ou proventos tributáveis A especificação dos conceitos relacionados à base de cálculo do IR é feita no Regulamento do Imposto de Renda. Sem nos alongarmos muito, vejamos o que significam: Lucro real → apurado por meio do cotejo entre receitas, custos e despesas da pessoa jurídica (é o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões e compensações permitidas pela lei). Lucro presumido → apurado somente a partir das receitas da pessoa jurídica (aplicação de um percentual legal) nos casos em que a legislação autoriza. Lucro arbitrado → aplicável nas hipóteses em que o contribuinte não mantém corretamente a escrituração a que estava obrigado ou opta indevidamente pelo lucro presumido. IR Contribuintes: Pessoa Física ou Jurídica, titular de renda ou provento de qualquer natureza Fato gerador: aquisição da disponibilidade ECONÔMICA ou JURÍDICA de renda ou proventos de qualquer natureza Base de Cálculo: montante real, arbitrado ou presumido da renda ou proventos tributáveis Respeitará os critérios da generalidade, universalidade e progressividade Exceção à anterioridade nonagesimal C óp ia r eg is tr ad a para J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 12 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Generalidade, universalidade e progressividade do IR O IR deve obedecer aos princípios da generalidade, universalidade e progressividade. Art. 153 § 2º O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; A universalidade constitui no fato de que a incidência do imposto deve ser universal, ou seja, sobre todas as rendas e proventos da pessoa. A generalidade aduz a incidência do imposto a todas as pessoas. Podemos considerar a Universalidade um aspecto objetivo e a Generalidade um aspecto subjetivo do mesmo princípio, a isonomia. A progressividade, conforme já estudamos, é uma das formas de aplicação do princípio da capacidade contributiva – quem apresenta maior renda pagará mais imposto por apresentar maior base de cálculo e por ser aplicada uma alíquota superior. Vale destacar que a Jurisprudência do STF é consolidada no sentido de que não cabe ao Poder Judiciário autorizar a correção monetária da tabela progressiva do IR na ausência de previsão legal. Exceção à anterioridade nonagesimal O Imposto de Renda deve respeitar a anterioridade anual, mas é exceção à anterioridade nonagesimal. IR será informado pelos critérios da: (CF, art. 153, § 2º) Progressividade Alíquotas variam em proporção direta com o valor da base de cálculo. Ou seja, quanto maior a renda, maior será a alíquota incidente Universalidade TODOS os RENDIMENTOS e proventos do contribuinte estão sujeitos ao imposto, independentemente de sua denominação, origem e forma de percepção Generalidade TODAS as PESSOAS estão sujeitas ao imposto, independentemente do cargo ou função que exerçam C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 13 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Sobre esse assunto, importante o conhecimento da Súmula 584 do STF: “Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração”. Isso significa que se for editada uma lei majorando o IR em 31 de dezembro de 2014, ela produzirá efeitos em relação aos rendimentos obtidos ao longo do ano, pois a declaração deles só ocorrerá em 2015. É o que a doutrina chama de retroatividade imprópria. Essa súmula, que é muito questionada, costuma ser justificada pelo fato gerador do IR apenas se aperfeiçoar ao final do período-base – por ficção jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador em 31 de dezembro de cada ano, mas o aspecto material, a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, começa a se formar no início do ano. Muitos doutrinadores acreditam que, ainda assim, a súmula viola a Constituição e tende a ser cancelada. Entende o STJ que o servidor público que queira proporá ação de restituição do IR, deve fazê-lo contra o ente, já que o Estado ou DF são considerados partes legítimas nesse tipo de ação. A Súmula 447 do STJ diz assim: “Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores”. Esse imposto está previsto no inciso IV, art. 153 da CF, além dos parágrafos 1º e 3º desse artigo e dos dispositivos no CTN do Artigo 46 ao 51. O IPI foi durante muito tempo considerado um imposto extrafiscal, entretanto, a arrecadação desse imposto tornou-se relevante, o que tem trazido um caráter fiscal. Apesar disso, esse imposto ainda é utilizado pelo ente tributante como um influenciador na economia, tanto é que esse imposto é exceção ao princípio da legalidade no que tange a alteração das suas alíquotas nos limites da lei. O IPI também é exceção ao princípio da anterioridade anual, mas deve respeitar o princípio dos noventa dias. Considera-se industrializado, para fins de incidência do IPI, o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Art. 46 - Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 1.4 - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 14 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Seletivo e Não Cumulativo A seletividade em função da essencialidade do produto é uma determinação constitucional, não é uma faculdade. Trata-se de um mecanismo de regulação do mercado para onerar mais intensamente artigos supérfluos ou nocivos à saúde por meio de alíquotas mais elevadas. A Constituição também determina que o IPI seja não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Isso é feito por meio de registro contábil dos créditos do IPI relativos à entrada de mercadorias. Paralelamente, registram-se os débitos de IPI referentes à saída de produtos industrializados. No final do período, caso os débitos superem os créditos, o imposto será recolhido. Caso contrário, o saldo credor é transferido para o período seguinte. Art. 153 - § 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI): I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; A CF prevê a imunidade do IPI em relação a exportação de produtos industrializados. O IPI terá seu impacto reduzido sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte, de acordo com os dizeres da lei. Trata-se de um incentivo e proteção à industrialização nacional. Art. 153 - § 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI): III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. Fato Gerador do IPI O fato gerador do IPI pode variar de acordo com a situação. Produto industrializado que vem de fora do país terá como fato gerador o desembaraço aduaneiro. A saída do estabelecimento de contribuinte autônomo também é fato gerador e, por fim, a arrematação de produtos em leilão. Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; (Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante). C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .208 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 15 de 109 www.exponencialconcursos.com.br III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Contribuinte do IPI O contribuinte desse imposto pode ser o importador, o industrial, o comerciante e o arrematante. Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. IPI Contribuintes importador industrial comerciante de produtos industrializados que os forneça a industriais arrematantes de produtos apreendidos ou abandonados e levados a leilão Será SELETIVO, NÃO CUMULATIVO e não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior Terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei Considerado extrafiscal, mas com importante função arrecadatória Exceção à legalidade e à anterioridade anual (deve respeitar a anterioridade nonagesimal) Fatos Geradores Desembaraço Aduaneiro, quando de procedência estrangeira; Saída do produto do estabelecimento industrial (ou equiparado) Arrematação, quando apreendido ou abandonado em leilão C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 16 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Base de Cálculo do IPI Existem algumas regras sobre a base de cálculo do IPI. No caso de importação esse valor será o preço normal utilizado para o II, acrescido do II, mais as taxas, mais os encargos cambiais. No caso de saída do estabelecimento, a base de cálculo será o valor da operação de saída, ou na falta desse valor o preço corrente da mercadoria ou similar que exista e esteja sendo vendido no mercado atacadista do local. No caso de arrematação, o cálculo será o preço de arrematação. Art. 47. A base de cálculo do imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação; b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II - no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. Base de Cálculo do IPI Desembaraço Aduaneiro Preço normal + II + taxas cobradas para entrada do produto no país + encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigidos Saída de produto de estabelecimento industrial Valor da operação Arrematação em leilão Preço de arrematação C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 17 de 109 www.exponencialconcursos.com.br O imposto da União sobre as operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, comumente chamado de imposto sobre operações financeiras, ou IOF, está previsto na CF, inciso V, Art. 153 e parágrafo 5º, além dos artigos 63 a 67 do CTN. A sua natureza extrafiscal se dá pela possibilidade que a União tem de intervir no mercado financeiro com as mudanças desse imposto, já que as alíquotas dele podem ser alteradas por ato do Poder Executivo, ou seja, sem necessidade de lei, e além disso, a criação ou aumento desse imposto não precisa esperar a anterioridade para valerem. Vamos ver um detalhe constitucional em relação ao IOF sobre o ouro. Ouro pode ser negociado como mercadoria, ou como meio de pagamento. No primeiro caso estará sujeito ao ICMS ou outros impostos sobre mercadorias. Quando o ouro for usado como ativo financeiro, que é o segundo caso, ou como instrumento cambial, só poderá incidir IOF, não podendo incidir outros impostos. Esse IOF incidirá sobre a operação de origem, não podendo incidir sobre operações posteriores. Nesses casos, a alíquota será mínima de 1%. § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, (...) Fato Gerador do IOF São várias possibilidades de casos ensejadores do imposto, configurando fato gerador do IOF. Cada situação terá um fato gerador. As situações são as operações de crédito, as operações de câmbio, operações de seguro e operações relativas a títulos e valores mobiliários. IOF Caráter eminentemente extrafiscal Exceção à legalidade, à anterioridade anual e à anterioridade nonagesimal. Incide com exclusividade sobre o ouro ativo financeiro ou instrumento cambial - isto é, quando o ouro não for mercadoria. 1.5 - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro e Relativos a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF Incidirá somente na operação de origem e será devido pelas instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a efetuarem a primeira aquisição do ouro. A alíquota mínima é de 1%. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 18 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador: I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ouresgate do título representativo de uma mesma operação de crédito. Base de Cálculo do IOF Em cada uma dessas operações ensejadoras do fato gerador do imposto também teremos na lei uma maneira de calcular a base de cálculo. Art. 64. A base de cálculo do imposto é: I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; c) no pagamento ou resgate, o preço. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 19 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Contribuinte do IOF Contribuinte do IOF é qualquer um na relação da operação financeira, de acordo com o que dispuser a lei. Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Na tabela abaixo, temos as informações relacionadas ao fato gerador e à base de cálculo das demais hipóteses de incidência do imposto: FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO Operações de Crédito Entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado. Montante da obrigação = principal + juros Operações de Câmbio Entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado. Montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição. Operações de Seguro Emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável. Montante do prêmio Operações relativas a títulos e valores mobiliários Emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. Na emissão: valor nominal + ágio Na transmissão: preço ou valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; No pagamento ou resgate: o preço C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 20 de 109 www.exponencialconcursos.com.br ITR é o imposto sobre a propriedade territorial rural, previsto na CF, Art. 153, inciso VI e no CTN do Art. 29 a 31. Uma característica constitucional do ITR é a de que pode ser progressivo e ter alíquotas fixadas de maneira que essa progressividade seja utilizada para desincentivar as propriedades improdutivas. Art. 153 - § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; O ITR tem caráter extrafiscal. Segue todos os princípios constitucionais, não sendo exceção em nenhum caso. A instituição é pela União, mas existe a possibilidade de delegação da capacidade tributária ativa aos Municípios. Fato Gerador do ITR O ITR tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse do imóvel rural, sendo que o imposto incide apenas sobre a parte territorial do imóvel. Referem-se aos imóveis localizados fora da zona urbana do Município. Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. Base de Cálculo do ITR A base de cálculo do imposto é o valor fundiário. Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. Contribuinte do ITR Contribuinte do ITR é o proprietário, titular do domínio útil ou o possuidor. Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 1.6 - Imposto Territorial Rural - ITR C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 21 de 109 www.exponencialconcursos.com.br O ITR é de competência da União, mas a CF, art. 153, § 4º, III, determina que este imposto “será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer forma de renúncia fiscal”. Trata-se de possibilidade de delegação da capacidade tributária ativa. Nesse caso, caberá aos municípios a totalidade da receita arrecadada com o ITR. III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. Apesar de apresentar caráter eminentemente extrafiscal, o ITR deve respeitar os princípios da legalidade e anterioridade. Além disso, determina a CF que as alíquotas sejam fixadas de forma a desestimular a manutenção das propriedades improdutivas. Também é mandamento constitucional que as alíquotas sejam progressivas, variando conforme a capacidade contributiva manifestada. ITR Competência: União (Capacidade Tributária Ativa delegável aos municípios) Caráter eminentemente extrafiscal NÃO é exceção à legalidade e à anterioridade Fato Gerador: PROPRIEDADE, DOMÍNIO ÚTIL ou a POSSE de imóvel com localização fora da zona urbana do Município Deve ser progressivo Houve delegação da capacidade tributária ativa ao Município? NÃO Arrecadação ITR 50% da União 50% do Município Arrecadação ITR 100% do Município SIM C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 22 de 109 www.exponencialconcursos.com.br O fato gerador pode ser a propriedade, posse ou domínio útil de imóvel rural. Em caso de concomitância dos fatos ou contribuintes - por exemplo, terreno com proprietário e posseiro ao mesmo tempo – o STJ tem considerado todos contribuintes solidários. A definição de um imóvel como rural – portanto sujeito à cobrança de ITR e não de IPTU – depende da avaliação de alguns critérios legais que consideram a localização e a utilização econômica do imóvel, conforme o esquema a seguir: Os critérios são analisados na ordem apresentada no esquema. Ou seja, se o imóvel não for usado na exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, nem estiver em área urbanizável ou de expansão urbana prevista em lei municipal, constante de loteamento aprovadopelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, será preciso avaliar se existem pelo menos dois melhoramentos CONSTRUÍDOS OU MANTIDOS pelo Poder Público indicados no CTN. Em caso afirmativo, estarão atendidos os requisitos mínimos para zona urbana e cobrança de IPTU. São os seguintes os incisos do art. 32, § 1º: Imóvel utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial? (DL 57/1966) Integra áreas urbanizáveis ou de expansão urbana previstas em lei municipal, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio? (CTN, art. 32, § 2º) A área onde o imóvel se localiza apresenta pelo menos dois dos melhoramentos públicos indicativos de urbanização apontados pelo CTN, art. 32, § 1º? Não Não Não ITR IPTU ITR IPTU Sim Sim Sim C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 23 de 109 www.exponencialconcursos.com.br CUIDADO: • Exceto nas hipóteses do CTN, art. 32, § 2º, para que uma área seja considerada urbana, é preciso que exista DOIS dos melhoramentos supracitados construídos ou mantidos pelo Poder Público. • "meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais": essa expressão consiste em um único melhoramento. Imunidade do ITR A CF estabelece um caso em que não poderá ser instituído ITR. A imunidade em relação ao ITR ocorre sobre a propriedade de pequenas glebas rurais, definidas essas glebas na lei, quando o proprietário do imóvel explore esse imóvel e não tenha outro imóvel. § 4º O imposto previsto no inciso VI (ITR) do caput: II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; A CF atribui à União a competência para instituição do IGF, por meio de lei complementar. No entanto, esse imposto, até o presente momento, não foi instituído pela União. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Requisitos mínimos para zona urbana e cobrança de IPTU (pelo menos dois) meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais abastecimento de água sistema de esgotos sanitários rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado 1.7 - Imposto Sobre Grandes Fortunas - IGF C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 24 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Já estudamos nas aulas 00 e 01 que os Municípios possuem competência para instituição de taxas e contribuição de melhoria (competência comum de todos os entes federativos). Além disso, são competentes para instituição de Contribuição de Iluminação Pública - COSIP (competência privativa dos Municípios e do DF) e de Contribuição social para custeio do Sistema de Previdência e Assistência Social (competência privativa de cada ente). Nesse momento, detalharemos os impostos inseridos na competência privativa dos Municípios e DF. São três impostos, o IPTU, o ITBI e o ISS. Vamos aprender os ditames constitucionais sobre esses três, e os dispositivos que estão no CTN, e no caso do ISS vamos ver também o que dispõe a LC 116 que trata de regras gerais do ISSQN. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana (IPTU); II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI); III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS). Os Municípios têm a competência de instituir o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. Diferenças em relação ao ITR, enquanto o ITR é só territorial, o IPTU é territorial e predial. O ITR é rural e o IPTU é urbano. ITR é da União e IPTU é do Município. A CF admite a possibilidade de que o IPTU seja progressivo em razão do valor do imóvel, ou seja, conforme for aumentando a base de cálculo, pode-se aumentar a alíquota. Exemplo: Um imóvel com valor venal de 50.000 com alíquota de 1% e imóvel com valor venal de 200.000 tendo alíquota de 2%. Além do mais, as alíquotas do IPTU podem ser diferentes em relação a localização de um imóvel e diferentes em relação ao uso do imóvel. Exemplo: imóvel em uma determinada região da cidade pode ter alíquotas 0,5% e em outra região de 1,5%. Outro exemplo, imóvel residencial pode ter alíquota de 1% e imóvel comercial alíquota de 1,5%. 2 – Impostos dos Municípios 2.1 - Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 25 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Art. 156 - § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. A CF ainda elegeu outra forma de progressividade do IPTU. O Município pode fazer uma lei sobre o aproveitamento do solo urbano de maneira que o imóvel que não estiver sendo devidamente utilizado poderá sofrer uma medida que pune esse proprietário, para que, de forma coercitiva, ele passe a aproveitar melhor seu imóvel. Imóvel urbano não utilizado ou subutilizado pode ter IPTU progressivo no tempo. É a chamada progressividade no tempo. Ou seja, conforme o tempo for passando o Município pode aumentar a alíquota sobre esses imóveis. O STF chama essa situação de progressividade extrafiscal em baseada na função social da propriedade. Art. 182 - § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; Progressividade do IPTU Valor Venal do Imóvel No Tempo Alíquotas Diferentes Localização Uso Não edificado Subutilizado Não utilizado C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questõescomentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 26 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Fato Gerador do IPTU O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel seja por natureza, seja por acessão física. “Por natureza” quer dizer o solo, sua superfície e seus acessórios. “Por acessão física” quer dizer tudo aquilo que o homem incorporar permanentemente ao solo, como as construções. O imposto incide sobre a parte predial e territorial do imóvel urbano. Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. A lei definiu critérios para que um determinado imóvel seja considerado urbano e se submeta à cobrança do IPTU. O CTN apresenta os melhoramentos que devem existir para que a zona será considerada urbana quando possuir pelo menos dois dentre os melhoramentos elencados. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. Requisitos mínimos para zona urbana e cobrança de IPTU (pelo menos dois) meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais abastecimento de água sistema de esgotos sanitários rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 27 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Base de Cálculo do IPTU A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. Entende-se como valo de mercado, mas nem sempre é possível aferir esse valor de acordo com a realidade do mercado, então, a maioria dos municípios tenta chegar perto desse valor usando cálculos de acordo com as características dos imóveis, como área construída, medida do terreno, dentre outros fatores. Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Os bens móveis que estão no imóvel não são considerados no cálculo do valor venal do imóvel para efeito de IPTU. Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Contribuinte do IPTU Contribuinte do IPTU é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título. Atenção a questão da posse, a lei diz que o possuidor é contribuinte do imposto, mas entende-se que essa posse precisa ser com animus domini, ou seja, com a intenção de agir como dono. Esse esclarecimento é importante para entendermos que o locatário e o comodatário não são considerados contribuintes do IPTU, enquanto o promitente comprador é possuidor com esse requisito. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 28 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Reproduzo abaixo algumas súmulas do STF e STJ sobre o IPTU e que podem ser objeto de prova. Súmulas STF: Nº 539: É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. Nº 589: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte. Súmulas STJ: Nº 160: “É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”. Nº 397: “O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.” Nº 399: “Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU”. Nº 614: “O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos”. ITPU Fato Gerador: DOMÍNIO ÚTIL, POSSE OU PROPRIEDADE de bem imóvel por natureza ou acessão física localizado na zona urbana do município Base de cálculo: valor venal do imóvel - inclui terreno e edificações, não inclui valor dos bens móveis mantidos em caráter permanente ou temporário Pode ser PROGRESSIVO no tempo caso não haja adequado aproveitamento do solo urbano Pode ser PROGRESSIVO em razão do valor do imóvel Pode ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 29 de 109 www.exponencialconcursos.com.br O ITBI é um imposto municipal diferente em diversos aspectos do ITCMD que é estadual. ITBI é entre vivos, ITCMD é entre vivos em caso de doação e é causa mortis. O ITBI é por ato oneroso, enquanto ITCMD é a título gratuito. ITBI é só para bens imóveis e seus direitos, ITCMD é para qualquer tipo de bem, tanto móvel como imóvel. Fato gerador do ITBI Os Municípios podem instituir imposto sobre a transmissão de bem imóveis, sendo que essa transmissão tem que ser onerosa e entre pessoas que estão vivas. A transmissão de direitos reais sobre os imóveis também enseja a cobrança do ITBI, a não ser nos casos de direito real de garantia, esses estão excluídos do imposto. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; Existe uma estipulação constitucional quanto ao Município competente para instituir e cobrar ITBI, a CF determina que o ITBI será devido ao Município onde estiver localizado o bem imóvel. Ademais, temos a imundade quanto ao ITBI. Não cabe ITBI na transmissão de bens ou de direitos dos imóveis quando esse imóvel estiver sendo utilizado na incorporação do patrimônio da empresa em decorrência de realização de capital, ou de fusão, incorporação, cisão ou extinção da pessoa jurídica. Caberá ITBI sim quando essa empresa tiver como atividade preponderante a compra e venda dessesbens ou direitos, ou locação de bens imóveis ou arrendamento marcantil. § 2º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II - compete ao Município da situação do bem. 2.2 - Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis - ITBI C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 30 de 109 www.exponencialconcursos.com.br No CTN não há regras específicas para o ITBI, no entanto, é possível aproveitarmos alguns regramentos do CTN (Arts. 35 a 42), referentes ao antigo imposto sobre a transmissão estadual. Esse imposto sobre a transmissão, com a CF/88, foi substituído por dois outros impostos: (1) imposto sobre transmissões gratuitas, causa mortis e doação, de qualquer bem ou direito (ITCMD estadual) e (2) imposto sobre transmissões onerosas de bens imóveis, por natureza ou por acessão física (ITBI municipal). Para efeito de análise do que vem a ser atividade preponderante, temos a previsão legal. Essa análise é importante, já que caracterizando a preponderância caberá ITBI nas transmissões para patrimônio das empresas. Atividade preponderante é aquela em que mais de 50% da receita operacional da pessoa jurídica decorre de transações com imóveis. Essa receita é apurada nos 2 anos anteriores e nos 2 anos posteriores ao fato gerador do ITBI. Em caso de início recente de empresa leva-se em conta os 3 primeiros anos seguinte à aquisição. CTN - Art. 37 - § 1º: Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 anos anteriores e nos 2 anos subsequentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo. § 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 primeiros anos seguintes à data da aquisição. § 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data. § 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante. Conforme o parágrafo único do art. 36 do CTN, o imposto também não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos objeto de realização de capital, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos. Ou seja, assim como na incorporação não incide ITBI, na desincorporação também não há ITBI. Art. 36 - Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 31 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Base de Cálculo do ITBI A base de cálculo do ITBI será o valor venal do bem imóvel ou do direito transmitido. Sendo considerado o valor de mercado da transmissão. Importante entender nesse ponto que apesar de o termo utilizado pelo CTN para definir base de cálculo do ITBI e do IPTU ser o mesmo, qual seja, “valor venal”, esses valores, na prática não são iguais e os tribunais entendem inclusive que pode ser feita essa diferenciação pelo Município na hora de cobrar os impostos. Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Contribuinte do ITBI Geralmente é a própria lei do ITBI instituída pelo Município que define quem serão os contribuintes do imposto, o CTN diz que qualquer das partes da relação de transmissão de bens ou direitos pode ser considerado contribuinte pela lei. Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Súmulas STF: Nº 108: “É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre o valor do imóvel ao tempo da alienação e não da promessa, na conformidade da legislação local”. Nº 656: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão "inter vivos" de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel”. Embora esta súmula não tenha sido cancelada, é preciso que nos lembremos da decisão do STF no RE 562.045, em 2013, considerando constitucional a progressividade do ITCMD, o que, em princípio, revelaria uma mudança de entendimento da Corte. ITBI Incide na transmissão "inter vivos", por ato oneroso, de bens IMÓVEIS, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia Base de Cálculo: valor venal do imóvel, que nesse caso é o valor de mercado, não é necessariamente o preço de venda constante na escritura CTN determina que contribuinte do ITBI é qualquer das partes na operação tributada, conforme dispuser a lei municipal C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 32 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Compete aos municípios instituir o imposto sobre serviços de qualquer natureza. Dentre esses serviços, não serão objeto do ISS os serviços devidos ao campo de incidência do ICMS, que seriam os serviços de transporte interestadual, intermunicipal e os serviços de comunicação. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. Para esse imposto temos a previsão de que a lei complementar deve estabelecer a não incidência em relação às exportações. Essa mesma lei deve regular a forma e condições em que serão concedidos e revogados os benefícios fiscais, incentivos e isenções sobre o ISS. Essa lei complementar existe, é a LC 116 de 2003. CF - Art. 156 - § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Temos um dispositivo na LC 116 estabelecendo que não caberá o ISS em caso de exportação de serviços. A mesma LC estabelece que o ISS incidirá sobre as importações, ou seja, sobre os serviços que venham do exterior. LC 116 – Art. 2oO imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços para o exterior do País; Art. 1º - § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior (importação) do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. Há mais casos previstos em lei que não caberá incidência do ISS, é o que chamamos de não incidência. O ISS não deve incidir sobre serviços em relação de emprego, nem de trabalhador avulso e também sobre diretores e membros do conselho de sociedades e fundações, e ainda sobre sócios-gerentes e gerentes-delegados. 2.3 - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 33 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Art. 2o O imposto não incide sobre: II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados; O ISS não incidirá também sobre valor intermediado em mercado de valores mobiliários, nem sobre depósitos bancários e muito menos sobre operações de crédito realizadas por instituição financeira. Art. 2o O imposto não incide sobre: III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras. Fato gerador do ISS Fato gerador do ISS é a prestação de serviços de qualquer natureza, é uma gama gigantesca de possibilidades de serviços que poderiam estar sujeitos a esse imposto, então, para dirimir dúvidas quanto a saber quais serviços seriam objeto do imposto, o legislador achou por bem fazer uma lista elencando taxativamente os serviços de qualquer natureza que seriam abrangidos pelo ISS. Então, o fato gerador do ISS é a prestação de serviço constante da lista anexa da LC 116. as exportações de serviços para o exterior do País prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 34 de 109 www.exponencialconcursos.com.br Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. O ISS será devido quando for prestado serviço conforme descrito na lista em anexo, mesmo que o contribuinte ou prestador, ou quem quer que seja resolva dar outro nome ao serviço, ainda assim, configurado o serviço como descrito na lista cabe o ISS, pois, para a lei a incidência do imposto independe da denominação dada ao serviço prestado. § 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado. Contribuinte do ISS Contribuinte do ISS, em regra, é o prestador do serviço. No entanto, há autorização na LC para que os Municípios, por ocasião da instituição do imposto por meio de lei, atribuam responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa diferente da prestadora de serviço. Desde que, é claro, essa terceira pessoa esteja de alguma maneira vinculada ao fato gerador. Essa terceira pessoa, chamada de responsável tributário será obrigada a recolher o ISS. A lei elenca alguns tipos de pessoas que devem ser considerados responsáveis pelo ISS, como o tomador, o intermediário de serviço que venha de fora, pessoa jurídica tomadora em alguns tipos específicos de serviço. Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço. Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais. § 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte. § 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 35 de 109 www.exponencialconcursos.com.br I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa. III - a pessoa jurídica tomadora ou intermediária de serviços, ainda que imune ou isenta, na hipótese prevista no § 4o do art. 3o desta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) Base de Cálculo do ISS A base de cálculo do ISS será o preço do serviço. Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. Serviços que por sua natureza são prestados ao longo de uma grande extensão geográfica e que, por isso, muitas vezes passam por mais de um município, serão calculados proporcionalmente de acordo com a extensão que passa por cada município. § 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município. 3.04 – Locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza. Na hora de calcular o valor devido do imposto em relação ao serviço de obras como empreitada ou construções de um modo geral, além das reparações e reformas, autoriza-se que esse cálculo do imposto seja feito de maneira que se abata o valor do material fornecido pelo prestador do serviço. § 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta