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Direito Tributário - Aula 5

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Matéria: Direito Tributário 
Professor: Cadu Carrilho 
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Vamos ver hoje os detalhamentos sobre os impostos da União e os 
impostos dos Municípios. Os dispositivos constitucionais, os regramentos 
previstos no CTN, quando for o caso, e os comentários doutrinários, além, é 
claro, dos entendimentos jurisprudenciais mais importantes para provas. 
 
4. Dos Impostos da União 6. Dos Impostos dos Municípios. 24. Lei 
Complementar nº 116/03: Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer 
Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras 
providências. 
SUMÁRIO 
1 – Impostos da União ........................................................................3 
1.1- Imposto sobre a Importação - II ........................................................ 3 
1.2 - Imposto sobre a Exportação - IE....................................................... 7 
1.3 - Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza ..................... 8 
1.4 - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI................................... 13 
1.5 - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro e Relativos a Títulos 
ou Valores Mobiliários - IOF ................................................................... 17 
1.6 - Imposto Territorial Rural - ITR ........................................................ 20 
1.7 - Imposto Sobre Grandes Fortunas - IGF ............................................ 23 
2 – Impostos dos Municípios ............................................................. 24 
2.1 - Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU ...................................... 24 
2.2 - Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis - ITBI ........... 29 
2.3 - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS .......................... 32 
3 – Questões Comentadas ................................................................. 44 
4 – Lista de Exercícios ....................................................................... 87 
5 – Gabarito .................................................................................... 109 
 
 
 
Aula – Impostos da União e Impostos dos Municípios 
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 De tanto mencionarmos esses impostos em outras aulas, creio que de 
alguma maneira você já está familiarizado com eles. É sempre muito importante 
saber exatamente a competência que cada ente possui em relação a qual 
imposto pode criar. A União pode instituir várias contribuições, pode instituir 
taxas, pode também criar empréstimos compulsórios, há inclusive permissivo 
constitucional para a União instituir impostos residuais e extraordinários. 
Perceba que a União tem um enorme poder em matéria tributária, não é à toa 
que possui a maior competência tributária em relação a número de impostos 
também. Ordinariamente a União possui competência para instituir 7 impostos. 
Lembre-se sempre que, para isso, deve respeitar as limitações constitucionais 
ao poder de tributar, princípios e imunidades, as exceções a esses limites, além 
de se submeter às regras gerais de direito tributário previstas em lei 
complementar, no caso, o CTN. 
 Aprenderemos agora, portanto, as características e peculiaridades dos 
sete impostos de competência privativa da União, sendo eles: 
II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados; 
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários; 
VI - propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
 
Vamos aprender e entender quais são os elementos que identificam o 
imposto como quem deve pagar (contribuinte), qual o fato que configura a 
hipótese de incidência (fato gerador), além dos elementos numéricos (base de 
cálculo e alíquota). E, como sempre, as jurisprudências. 
 
 
A União institui o imposto sobre importação de produtos estrangeiros, 
previsto no inciso I do Art. 153 da CF e com dispositivos no CTN que vão do 
Artigo 19 ao 22. 
1 – Impostos da União 
1.1- Imposto sobre a Importação - II 
 
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Fato Gerador do II 
O fato gerador do II é a entrada do produto no território nacional. 
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de 
produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território 
nacional. 
 
Observação: os termos “mercadorias” e “produtos” apesar de diferentes 
em sua essência, são considerados sinônimos para efeito do II. 
O conceito de mercadoria estrangeira para efeito de incidência do 
imposto de importação baseia-se na origem da mercadoria e não no local 
de sua fabricação. Por essa razão, o Regulamento Aduaneiro determina que o 
imposto incida sobre mercadoria nacional ou nacionalizada exportada que 
retorne ao país. 
Outro detalhe, STJ entende que entrada de mercadoria estrangeira em 
território nacional precisa ter uma fixação do tempo em que isso acontece, 
concluindo que essa entrada se aperfeiçoa com o registro da Declaração de 
Importação, caracterizando o despacho aduaneiro. 
Doutrina e jurisprudência entendem que a simples entrada física do 
produto não configura necessariamente o II, já que há casos de entrada 
temporária, então, a entrada deve ser, além de física, econômica de maneira 
que o bem seja incorporado na economia interna. 
 
Contribuintes do II 
O contribuinte do II é o importador, ou pessoa equiparada ao importador. 
O importador é toda pessoa física ou jurídica que promova a entrada de 
produtos estrangeiros destinados a permanecer de forma definitiva em 
território nacional ou quem a lei a ele equiparar. A legislação tributária federal 
prevê um regime especial de admissão temporária em que o II não incide se 
cumpridos certos prazos e exigências. Também é contribuinte do II, de acordo 
com o CTN, o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. Caso 
alguns produtos sejam apreendidos ou abandonados de maneira que sejam 
vendidos em leilão, quem arrematar esses produtos será considerado 
contribuinte do II. 
Art. 22. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. 
 
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Os impostos precisam ser instituídos por lei, seguindo assim o princípio da 
legalidade, com a instituição do II não é diferente. Além disso as alterações 
referentes aos impostos também precisam ser feitas por lei, porém em relação 
ao II existe a possibilidade de a União, por ato do Poder Executivo alterar as 
alíquotas desse imposto, mudando um elemento sem a necessidade de lei, 
sendo uma exceção ao princípio da legalidade. 
Nesse mesmo raciocínio, podemos afirmar que o II é um imposto que 
configura exceção aos princípios da anterioridade anual e da nonagesimal. 
A explicação para que o imposto de importação seja exceção a esses 
princípios está no caráter extrafiscal do tributo. O Executivo deve ter o poder 
de alterá-lo de imediato para atuar efetivamente na regulação do comércio 
exterior. A alteração das alíquotas deve respeitar os limites legais, que, segundo 
o STF, podem ser fixados por lei ordinária. 
O II é um imposto extrafiscal, ou seja, a União usa esse imposto para 
intervir na economia de maneira que fica sem importância a questão 
arrecadatória ou fiscal desse imposto. É utilizado como mecanismo de controle 
do comércio internacional e proteção de setores da indústria nacional. 
Art. 153 - § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e 
os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos 
enumerados nos incisos I (II), II, IV e V. 
 
 
Alíquotas e base de cálculo do II 
As alíquotas do imposto de importação podem ser de dois tipos: 
específicas ou ad valorem. A base de cálculo variará de acordo com o tipo 
de alíquota adotada. Alíquota específica é aquela medida pela quantidade de 
bens em determinada unidade de medida. A base de cálculo será o valor obtido 
pela unidade de medida definida na lei. 
II
Contribuintes: Importador e arrematante de 
produtos apreendidos ou abandonados
Fato gerador: entrada do produto estrangeiro no
teritório nacional. Considera-se ocorrido na data 
do despacho aduaneiro
Caráter predominantemente extrafiscal
Exceção à legalidade, à anterioridade anual e 
nonagesimal
Alíquotas ad valorem e específica
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Alíquota ad valorem é aquela que incide sobre um valor em moeda 
corrente, nesse caso a base de cálculo será o preço do produto. A base de cálculo 
de produto apreendido ou abandonado será o preço da arrematação. 
CTN Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei 
tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou 
seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada 
do produto no País; 
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a 
leilão, o preço da arrematação. 
 
 
 
 
 
Para efeito do cálculo do imposto, os valores em moeda estrangeira 
devem ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente no 
momento da ocorrência do fato gerador da obrigação. 
 
 
Alíquotas ad valorem
Aplicação de um percentual 
sobre determinado valor de 
operação
Base de cálculo: preço normal 
que o produto, ou similar, 
alcançaria, ao tempo da 
importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, 
p/ entrega no porto ou lugar de 
entrada do produto no País.
Ex: 20% de R$ 10.000.
Alíquotas específicas
Fixada num valor em moeda, 
nacional ou estrangeira, por 
unidade de medida do 
produto.
Base de cálculo: quantidade de 
mercadoria mensurada pela 
unidade de medida adotada pela 
lei tributária.
Ex: R$ 30 por tonelada. 
Quando se tratar de produto 
apreendido ou abandonado, 
levado a leilão
A base de cálculo será o 
preço da arrematação.
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A União institui o imposto sobre exportação de produtos estrangeiros, 
previsto no inciso II do Art. 153 da CF e com dispositivos no CTN que vão do 
Artigo 23 ao 28. 
 
Fato Gerador do IE 
Fato gerador do IE é a saída do território nacional para o estrangeiro dos 
produtos nacionais ou nacionalizados. 
Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o 
estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato 
gerador a saída destes do território nacional. 
É um imposto extrafiscal, a União atua no comércio exterior por meio 
desse imposto. As características do Imposto sobre a Exportação de produtos 
nacionais ou nacionalizados são muito semelhantes as do Imposto de 
Importação. Ambos são exceções aos princípios da legalidade e anterioridade, 
apresentam caráter predominantemente extrafiscal e podem ter alíquotas ad 
valorem e específica. 
 
Contribuinte do IE 
Contribuinte do IE é o exportador ou pessoa que a lei equiparara 
exportado. 
Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele 
equiparar. 
 
IE
Contribuintes: Exportador - qualquer pessoa que 
promova a saída do território nacional de produto 
nacional ou nacionalizado
Fato gerador: saída do território nacional de 
produtos nacionais ou nacionalizados
Caráter predominantemente extrafiscal
Exceção à legalidade, à anterioridade anual e 
nonagesimal
Alíquotas ad valorem e específica
1.2 - Imposto sobre a Exportação - IE 
 
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Alíquotas e Base de Cálculo do IE 
As definições da base de cálculo do IE são muito semelhantes as do II: 
 
Conforme o STF, na base de cálculo adotada quando a alíquota é ad 
valorem, o Fisco não está vinculado ao valor consignado na fatura comercial. 
Ou seja, não importa por quanto o negócio foi fechado, pois o imposto será 
calculado com base na legislação vigente na data do registro da exportação. 
 
 
Esse imposto é instituído pela União, previsto no inciso III do Artigo 153 
e § 2º e no CTN dos Artigos 43 a 45. É o que chamamos de Imposto de Renda 
(IR). O imposto de renda é fiscal ou arrecadatório. É o que mais arrecada 
para União. Incide sobre a renda e sobre os proventos. Deve respeitar o 
princípio da legalidade e da anterioridade anual, mas configura exceção 
ao princípio da anterioridade nonagesimal. 
 
Fato Gerador do IR 
 O fato gerador do IR é a aquisição de disponibilidade econômica ou 
jurídica de rendas e de proventos. Vamos ver o que é essa disponibilidade e 
qual a diferença entre renda e provento. 
Art. 43. O imposto, de competência da União,sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica: 
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da 
combinação de ambos; 
Alíquotas ad valorem
Aplicação de um percentual 
sobre determinado valor de 
operação
Base de cálculo: preço normal 
que o produto, ou similar, 
alcançaria, ao tempo da 
exportação, em uma venda em 
condições de livre concorrência.
Ex: 20% de R$ 10.000.
Alíquotas específicas
Fixada num valor em moeda, 
nacional ou estrangeira, por 
unidade de medida do 
produto.
Base de cálculo: quantidade de 
mercadoria mensurada pela 
unidade de medida adotada pela 
lei tributária.
Ex: R$ 30 por tonelada. 
1.3 - Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
- IR 
 
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II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
É importante saber a diferença entre renda e provento (art. 43, CTN). 
Renda é o resultado do capital, do trabalho ou dos dois juntos. Provento é o 
acréscimo patrimonial que não é renda. Exemplo de renda é o salário mensal 
do trabalhador ou o valor recebido de aplicação financeira. Exemplo de provento 
é o prêmio de loteria. 
 
 
Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica 
A respeito do fato gerador do IR, interessante a seguinte lição de Hugo de Brito 
Machado: 
“O FATO GERADOR do imposto de que se cuida NÃO É A RENDA mas a 
AQUISIÇÃO DA DISPONIBILIDADE DA RENDA, ou DOS PROVENTOS de 
qualquer natureza. Assim, não basta para ser devedor desse imposto, auferir 
renda ou proventos. É preciso que se tenha adquirido a disponibilidade, que não 
se configura pelo fato de ter o adquirente da renda ação para sua cobrança. Não 
basta ser credor da renda se esta não está disponível, e a disponibilidade 
pressupõe ausência de obstáculos jurídicos a serem removidos.”1 
 
 
1 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário, 29 ed. 
Renda é o produto do
capital (juros, lucros, 
alugueis, etc), do trabalho
(salários, honorários, 
aposentadorias) ou da
combinação de ambos
Provento é qualquer 
outro acréscimo 
patrimonial que não seja
renda, como prêmio de 
loteria, herança, etc.
DISPONIBILIDADE
ECONÔMICA JURÍDICA 
Significa o EFETIVO 
RECEBIMENTO dos 
rendimentos e a possibilidade 
de usar, gozar e dispor da 
renda ou provento. 
Significa a AQUISIÇÃO DO 
DIREITO DE RECEBIMENTO 
do rendimento, representada 
por títulos ou documentos 
dotados de liquidez e certeza. 
 
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 O nome dado ao tipo de receita que a pessoa recebe ou o tipo de 
rendimento, ou outras características como localização, nacionalidade, origem 
dessa fonte ou até mesmo a maneira que esse recurso foi recebido, não 
importam para a incidência do imposto. Exemplo: na verba indenizatória não 
cabe incidência de IR, mas se alguém recebe um salário, mas chama de 
“indenização pelo trabalho realizado”, ainda assim, terá que pagar o IR, já que 
a denominação, nesse caso, não vai importar para a incidência do imposto. 
Art. 43 - § 1o A incidência do imposto independe da denominação da 
receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou 
nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. 
 
Com relação a rendimentos oriundos do exterior, o CTN, art. 43, § 2º, 
determina que a lei estabeleça as condições e o momento em que se dará 
sua disponibilidade para fins de incidência do imposto referido. 
§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei 
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua 
disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo 
 
Contribuinte do IR 
Contribuinte do IR é o titular da renda ou do provento. Nem todo 
ingresso financeiro representa renda ou provento. A jurisprudência entende que 
as verbas de natureza indenizatória, que recompõem um patrimônio jurídico ou 
econômico desfalcado, estão fora do campo de incidência do imposto. O 
pagamento de aviso prévio ou de férias não gozadas por ocasião da rescisão do 
contrato de trabalho, por exemplo, não estão sujeitos à incidência do Imposto 
de Renda. 
Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se 
refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, 
a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos 
tributáveis. 
 
O CTN, art. 45, parágrafo único, prevê a possibilidade de lei atribuir à fonte 
pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável 
pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. No entanto, o 
contribuinte continua a ser o titular da renda ou provento relacionados. 
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos 
proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja 
retenção e recolhimento lhe caibam. 
 
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Base de Cálculo do IR 
A base de cálculo do IR será o montante da renda ou dos proventos, 
sendo que esse valor recebido pode ser real, arbitrado ou presumido. Essas 
situações de real ou arbitrado acontecem muito no cálculo do IR para 
determinados tipos e situações de pessoas jurídicas. 
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou 
presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. 
 
Montante real, arbitrado ou presumido da renda ou proventos 
tributáveis 
A especificação dos conceitos relacionados à base de cálculo do IR é feita 
no Regulamento do Imposto de Renda. Sem nos alongarmos muito, vejamos o 
que significam: 
Lucro real → apurado por meio do cotejo entre receitas, custos e despesas da 
pessoa jurídica (é o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões e 
compensações permitidas pela lei). 
Lucro presumido → apurado somente a partir das receitas da pessoa jurídica 
(aplicação de um percentual legal) nos casos em que a legislação autoriza. 
Lucro arbitrado → aplicável nas hipóteses em que o contribuinte não mantém 
corretamente a escrituração a que estava obrigado ou opta indevidamente pelo 
lucro presumido. 
 
 
IR
Contribuintes: Pessoa Física ou Jurídica, titular 
de renda ou provento de qualquer natureza
Fato gerador: aquisição da disponibilidade 
ECONÔMICA ou JURÍDICA de renda ou proventos 
de qualquer natureza
Base de Cálculo: montante real, arbitrado ou 
presumido da renda ou proventos tributáveis
Respeitará os critérios da generalidade, 
universalidade e progressividade
Exceção à anterioridade nonagesimal
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Generalidade, universalidade e progressividade do IR 
O IR deve obedecer aos princípios da generalidade, universalidade e 
progressividade. 
Art. 153 § 2º O imposto previsto no inciso III: 
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei; 
 
A universalidade constitui no fato de que a incidência do imposto deve 
ser universal, ou seja, sobre todas as rendas e proventos da pessoa. A 
generalidade aduz a incidência do imposto a todas as pessoas. 
Podemos considerar a Universalidade um aspecto objetivo e a 
Generalidade um aspecto subjetivo do mesmo princípio, a isonomia. 
A progressividade, conforme já estudamos, é uma das formas de 
aplicação do princípio da capacidade contributiva – quem apresenta maior 
renda pagará mais imposto por apresentar maior base de cálculo e por ser 
aplicada uma alíquota superior. Vale destacar que a Jurisprudência do STF é 
consolidada no sentido de que não cabe ao Poder Judiciário autorizar a 
correção monetária da tabela progressiva do IR na ausência de previsão 
legal. 
 
 
 
Exceção à anterioridade nonagesimal 
 O Imposto de Renda deve respeitar a anterioridade anual, mas é 
exceção à anterioridade nonagesimal. 
IR será 
informado pelos 
critérios da:
(CF, art. 153, § 2º)
Progressividade
Alíquotas variam em 
proporção direta com o 
valor da base de cálculo. 
Ou seja, quanto maior a 
renda, maior será a alíquota 
incidente
Universalidade
TODOS os RENDIMENTOS e 
proventos do contribuinte 
estão sujeitos ao imposto,
independentemente de sua 
denominação, origem e forma 
de percepção
Generalidade
TODAS as PESSOAS estão 
sujeitas ao imposto, 
independentemente do cargo 
ou função que exerçam
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Sobre esse assunto, importante o conhecimento da Súmula 584 do STF: “Ao 
imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei 
vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a 
declaração”. 
Isso significa que se for editada uma lei majorando o IR em 31 de 
dezembro de 2014, ela produzirá efeitos em relação aos rendimentos obtidos 
ao longo do ano, pois a declaração deles só ocorrerá em 2015. É o que a doutrina 
chama de retroatividade imprópria. Essa súmula, que é muito questionada, 
costuma ser justificada pelo fato gerador do IR apenas se aperfeiçoar ao final 
do período-base – por ficção jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador em 
31 de dezembro de cada ano, mas o aspecto material, a aquisição da 
disponibilidade econômica ou jurídica, começa a se formar no início do ano. 
Muitos doutrinadores acreditam que, ainda assim, a súmula viola a Constituição 
e tende a ser cancelada. 
Entende o STJ que o servidor público que queira proporá ação de 
restituição do IR, deve fazê-lo contra o ente, já que o Estado ou DF são 
considerados partes legítimas nesse tipo de ação. 
A Súmula 447 do STJ diz assim: “Os Estados e o Distrito Federal são partes 
legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta 
por seus servidores”. 
 
 
Esse imposto está previsto no inciso IV, art. 153 da CF, além dos 
parágrafos 1º e 3º desse artigo e dos dispositivos no CTN do Artigo 46 ao 51. 
O IPI foi durante muito tempo considerado um imposto extrafiscal, 
entretanto, a arrecadação desse imposto tornou-se relevante, o que tem trazido 
um caráter fiscal. Apesar disso, esse imposto ainda é utilizado pelo ente 
tributante como um influenciador na economia, tanto é que esse imposto é 
exceção ao princípio da legalidade no que tange a alteração das suas alíquotas 
nos limites da lei. O IPI também é exceção ao princípio da anterioridade anual, 
mas deve respeitar o princípio dos noventa dias. 
Considera-se industrializado, para fins de incidência do IPI, o produto que 
tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou 
finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 
Art. 46 - Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se 
industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação 
que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o 
consumo. 
 
1.4 - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI 
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Seletivo e Não Cumulativo 
A seletividade em função da essencialidade do produto é uma 
determinação constitucional, não é uma faculdade. Trata-se de um mecanismo 
de regulação do mercado para onerar mais intensamente artigos supérfluos ou 
nocivos à saúde por meio de alíquotas mais elevadas. 
A Constituição também determina que o IPI seja não cumulativo, 
compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado 
nas anteriores. Isso é feito por meio de registro contábil dos créditos do IPI 
relativos à entrada de mercadorias. Paralelamente, registram-se os débitos de 
IPI referentes à saída de produtos industrializados. No final do período, caso os 
débitos superem os créditos, o imposto será recolhido. Caso contrário, o saldo 
credor é transferido para o período seguinte. 
Art. 153 - § 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI): 
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação com o montante cobrado nas anteriores; 
A CF prevê a imunidade do IPI em relação a exportação de produtos 
industrializados. O IPI terá seu impacto reduzido sobre a aquisição de bens de 
capital pelo contribuinte, de acordo com os dizeres da lei. Trata-se de um 
incentivo e proteção à industrialização nacional. 
Art. 153 - § 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI): 
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. 
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo 
contribuinte do imposto, na forma da lei. 
 
Fato Gerador do IPI 
 O fato gerador do IPI pode variar de acordo com a situação. Produto 
industrializado que vem de fora do país terá como fato gerador o desembaraço 
aduaneiro. A saída do estabelecimento de contribuinte autônomo também 
é fato gerador e, por fim, a arrematação de produtos em leilão. 
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos 
industrializados tem como fato gerador: 
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do 
artigo 51; (Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte 
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, 
comerciante ou arrematante). 
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III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a 
leilão. 
 
Contribuinte do IPI 
 O contribuinte desse imposto pode ser o importador, o industrial, o 
comerciante e o arrematante. 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos no inciso anterior; 
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a 
leilão. 
 
IPI
Contribuintes
importador
industrial
comerciante de produtos 
industrializados que os forneça a 
industriais
arrematantes de produtos 
apreendidos ou abandonados e 
levados a leilão
Será SELETIVO, NÃO CUMULATIVO e não incidirá sobre 
produtos industrializados destinados ao exterior
Terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de 
capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei
Considerado extrafiscal, mas com importante função 
arrecadatória
Exceção à legalidade e à anterioridade anual (deve respeitar 
a anterioridade nonagesimal)
Fatos 
Geradores
Desembaraço Aduaneiro, quando de 
procedência estrangeira;
Saída do produto do estabelecimento 
industrial (ou equiparado)
Arrematação, quando apreendido ou 
abandonado em leilão
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Base de Cálculo do IPI 
Existem algumas regras sobre a base de cálculo do IPI. No caso de 
importação esse valor será o preço normal utilizado para o II, acrescido do 
II, mais as taxas, mais os encargos cambiais. 
No caso de saída do estabelecimento, a base de cálculo será o valor da 
operação de saída, ou na falta desse valor o preço corrente da mercadoria ou 
similar que exista e esteja sendo vendido no mercado atacadista do local. 
No caso de arrematação, o cálculo será o preço de arrematação. 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no 
inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele 
exigíveis; 
II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; 
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da 
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; 
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
 
 
Base de Cálculo do IPI 
Desembaraço Aduaneiro Preço normal + II + taxas cobradas para 
entrada do produto no país + encargos 
cambiais efetivamente pagos pelo importador 
ou dele exigidos 
Saída de produto de 
estabelecimento industrial 
Valor da operação 
Arrematação em leilão Preço de arrematação 
 
 
 
 
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O imposto da União sobre as operações de crédito, câmbio e seguro, 
ou relativas a títulos ou valores mobiliários, comumente chamado de 
imposto sobre operações financeiras, ou IOF, está previsto na CF, inciso V, 
Art. 153 e parágrafo 5º, além dos artigos 63 a 67 do CTN. 
A sua natureza extrafiscal se dá pela possibilidade que a União tem de 
intervir no mercado financeiro com as mudanças desse imposto, já que as 
alíquotas dele podem ser alteradas por ato do Poder Executivo, ou seja, 
sem necessidade de lei, e além disso, a criação ou aumento desse imposto não 
precisa esperar a anterioridade para valerem. 
Vamos ver um detalhe constitucional em relação ao IOF sobre o ouro. 
Ouro pode ser negociado como mercadoria, ou como meio de pagamento. No 
primeiro caso estará sujeito ao ICMS ou outros impostos sobre mercadorias. 
Quando o ouro for usado como ativo financeiro, que é o segundo caso, ou 
como instrumento cambial, só poderá incidir IOF, não podendo incidir outros 
impostos. Esse IOF incidirá sobre a operação de origem, não podendo incidir 
sobre operações posteriores. Nesses casos, a alíquota será mínima de 1%. 
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o 
inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota 
mínima será de um por cento, (...) 
 
 
Fato Gerador do IOF 
 São várias possibilidades de casos ensejadores do imposto, configurando 
fato gerador do IOF. Cada situação terá um fato gerador. As situações são as 
operações de crédito, as operações de câmbio, operações de seguro e 
operações relativas a títulos e valores mobiliários. 
IOF
Caráter eminentemente extrafiscal
Exceção à legalidade, à anterioridade anual e à 
anterioridade nonagesimal.
Incide com exclusividade sobre o
ouro ativo financeiro ou instrumento cambial - isto é, 
quando o ouro não for mercadoria.
1.5 - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro e 
Relativos a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF 
Incidirá somente na operação de origem e será devido 
pelas instituições financeiras autorizadas pelo Banco 
Central a efetuarem a primeira aquisição do ouro. 
A alíquota mínima é de 1%. 
 
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Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, 
câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários 
tem como fato gerador: 
I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou 
parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou 
sua colocação à disposição do interessado; 
II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de 
moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua 
colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda 
estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; 
III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da 
apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma 
da lei aplicável; 
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a 
emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei 
aplicável. 
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso 
IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ouresgate do título 
representativo de uma mesma operação de crédito. 
 
Base de Cálculo do IOF 
Em cada uma dessas operações ensejadoras do fato gerador do imposto 
também teremos na lei uma maneira de calcular a base de cálculo. 
Art. 64. A base de cálculo do imposto é: 
I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, 
compreendendo o principal e os juros; 
II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda 
nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; 
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; 
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: 
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; 
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em 
Bolsa, como determinar a lei; 
c) no pagamento ou resgate, o preço. 
 
 
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Contribuinte do IOF 
Contribuinte do IOF é qualquer um na relação da operação financeira, 
de acordo com o que dispuser a lei. 
Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação 
tributada, como dispuser a lei. 
 
Na tabela abaixo, temos as informações relacionadas ao fato gerador e à 
base de cálculo das demais hipóteses de incidência do imposto: 
 
FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO 
Operações de 
Crédito 
Entrega total ou parcial 
do montante ou do valor 
que constitua o objeto da 
obrigação ou sua 
colocação à disposição 
do interessado. 
Montante da 
obrigação = 
principal + juros 
Operações de 
Câmbio 
Entrega de moeda 
nacional ou estrangeira, 
ou de documento que a 
represente, ou sua 
colocação à disposição 
do interessado. 
Montante em 
moeda nacional, 
recebido, entregue ou 
posto à disposição. 
Operações de 
Seguro 
Emissão da apólice ou do 
documento equivalente, ou 
recebimento do prêmio, 
na forma da lei aplicável. 
Montante do 
prêmio 
Operações 
relativas a 
títulos e 
valores 
mobiliários 
Emissão, transmissão, 
pagamento ou resgate 
destes, na forma da lei 
aplicável. 
Na emissão: valor 
nominal + ágio 
 
Na transmissão: 
preço ou valor 
nominal, ou o valor 
da cotação em 
Bolsa, como 
determinar a lei; 
 
No pagamento ou 
resgate: o preço 
 
 
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 ITR é o imposto sobre a propriedade territorial rural, previsto na CF, Art. 
153, inciso VI e no CTN do Art. 29 a 31. 
 Uma característica constitucional do ITR é a de que pode ser progressivo 
e ter alíquotas fixadas de maneira que essa progressividade seja utilizada para 
desincentivar as propriedades improdutivas. 
Art. 153 - § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular 
a manutenção de propriedades improdutivas; 
 
O ITR tem caráter extrafiscal. Segue todos os princípios constitucionais, 
não sendo exceção em nenhum caso. A instituição é pela União, mas existe a 
possibilidade de delegação da capacidade tributária ativa aos Municípios. 
 
Fato Gerador do ITR 
 O ITR tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse 
do imóvel rural, sendo que o imposto incide apenas sobre a parte territorial do 
imóvel. Referem-se aos imóveis localizados fora da zona urbana do Município. 
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade 
territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a 
posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora 
da zona urbana do Município. 
 
Base de Cálculo do ITR 
A base de cálculo do imposto é o valor fundiário. 
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. 
 
Contribuinte do ITR 
Contribuinte do ITR é o proprietário, titular do domínio útil ou o possuidor. 
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 
1.6 - Imposto Territorial Rural - ITR 
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O ITR é de competência da União, mas a CF, art. 153, § 4º, III, determina 
que este imposto “será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim 
optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou 
qualquer forma de renúncia fiscal”. Trata-se de possibilidade de delegação da 
capacidade tributária ativa. Nesse caso, caberá aos municípios a totalidade 
da receita arrecadada com o ITR. 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra 
forma de renúncia fiscal. 
 
 
 Apesar de apresentar caráter eminentemente extrafiscal, o ITR deve 
respeitar os princípios da legalidade e anterioridade. Além disso, determina a 
CF que as alíquotas sejam fixadas de forma a desestimular a manutenção 
das propriedades improdutivas. Também é mandamento constitucional que 
as alíquotas sejam progressivas, variando conforme a capacidade contributiva 
manifestada. 
ITR
Competência: União 
(Capacidade Tributária Ativa delegável aos municípios)
Caráter eminentemente extrafiscal
NÃO é exceção à legalidade e à anterioridade
Fato Gerador: PROPRIEDADE, DOMÍNIO ÚTIL ou a 
POSSE de imóvel com localização fora da zona urbana 
do Município
Deve ser progressivo
Houve delegação da 
capacidade tributária 
ativa ao Município?
NÃO 
Arrecadação ITR 
50% da União 
50% do Município 
Arrecadação ITR 
100% do Município 
SIM 
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 O fato gerador pode ser a propriedade, posse ou domínio útil de imóvel 
rural. Em caso de concomitância dos fatos ou contribuintes - por exemplo, 
terreno com proprietário e posseiro ao mesmo tempo – o STJ tem considerado 
todos contribuintes solidários. 
A definição de um imóvel como rural – portanto sujeito à cobrança de 
ITR e não de IPTU – depende da avaliação de alguns critérios legais que 
consideram a localização e a utilização econômica do imóvel, conforme o 
esquema a seguir: 
 
 Os critérios são analisados na ordem apresentada no esquema. Ou seja, 
se o imóvel não for usado na exploração extrativa vegetal, agrícola, 
pecuária ou agroindustrial, nem estiver em área urbanizável ou de 
expansão urbana prevista em lei municipal, constante de loteamento 
aprovadopelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao 
comércio, será preciso avaliar se existem pelo menos dois melhoramentos 
CONSTRUÍDOS OU MANTIDOS pelo Poder Público indicados no CTN. Em 
caso afirmativo, estarão atendidos os requisitos mínimos para zona urbana e 
cobrança de IPTU. São os seguintes os incisos do art. 32, § 1º: 
Imóvel utilizado em 
exploração 
extrativa vegetal, 
agrícola, 
pecuária ou 
agroindustrial?
(DL 57/1966)
Integra áreas urbanizáveis
ou de expansão urbana
previstas em lei municipal, 
constantes de loteamentos 
aprovados pelos órgãos 
competentes, destinados à 
habitação, à indústria ou 
ao comércio?
(CTN, art. 32, § 2º)
A área onde o 
imóvel se localiza 
apresenta pelo 
menos dois dos 
melhoramentos 
públicos
indicativos de 
urbanização 
apontados pelo 
CTN, art. 32, § 1º?
Não Não 
Não 
ITR 
IPTU 
ITR 
IPTU 
Sim 
Sim Sim 
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CUIDADO: 
• Exceto nas hipóteses do CTN, art. 32, § 2º, para que uma área seja 
considerada urbana, é preciso que exista DOIS dos melhoramentos 
supracitados construídos ou mantidos pelo Poder Público. 
• "meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais": essa 
expressão consiste em um único melhoramento. 
 
Imunidade do ITR 
 A CF estabelece um caso em que não poderá ser instituído ITR. A 
imunidade em relação ao ITR ocorre sobre a propriedade de pequenas glebas 
rurais, definidas essas glebas na lei, quando o proprietário do imóvel explore 
esse imóvel e não tenha outro imóvel. 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI (ITR) do caput: 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as 
explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
 
 
A CF atribui à União a competência para instituição do IGF, por meio de lei 
complementar. No entanto, esse imposto, até o presente momento, não foi 
instituído pela União. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
 
 
 
Requisitos 
mínimos para 
zona urbana e 
cobrança de IPTU
(pelo menos dois)
meio-fio ou calçamento, com canalização de águas 
pluviais
abastecimento de água
sistema de esgotos sanitários
rede de iluminação pública, com ou sem 
posteamento para distribuição domiciliar
escola primária ou posto de saúde a uma distância 
máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado
1.7 - Imposto Sobre Grandes Fortunas - IGF 
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Já estudamos nas aulas 00 e 01 que os Municípios possuem competência 
para instituição de taxas e contribuição de melhoria (competência comum 
de todos os entes federativos). Além disso, são competentes para instituição de 
Contribuição de Iluminação Pública - COSIP (competência privativa dos 
Municípios e do DF) e de Contribuição social para custeio do Sistema de 
Previdência e Assistência Social (competência privativa de cada ente). 
Nesse momento, detalharemos os impostos inseridos na competência 
privativa dos Municípios e DF. 
São três impostos, o IPTU, o ITBI e o ISS. Vamos aprender os ditames 
constitucionais sobre esses três, e os dispositivos que estão no CTN, e no caso 
do ISS vamos ver também o que dispõe a LC 116 que trata de regras gerais do 
ISSQN. 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana (IPTU); 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI); 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, 
definidos em lei complementar (ISS). 
 
 
 Os Municípios têm a competência de instituir o imposto sobre a 
propriedade predial e territorial urbana. Diferenças em relação ao ITR, 
enquanto o ITR é só territorial, o IPTU é territorial e predial. O ITR é rural e o 
IPTU é urbano. ITR é da União e IPTU é do Município. 
A CF admite a possibilidade de que o IPTU seja progressivo em razão do valor 
do imóvel, ou seja, conforme for aumentando a base de cálculo, pode-se 
aumentar a alíquota. Exemplo: Um imóvel com valor venal de 50.000 com 
alíquota de 1% e imóvel com valor venal de 200.000 tendo alíquota de 2%. 
Além do mais, as alíquotas do IPTU podem ser diferentes em relação a 
localização de um imóvel e diferentes em relação ao uso do imóvel. Exemplo: 
imóvel em uma determinada região da cidade pode ter alíquotas 0,5% e em 
outra região de 1,5%. Outro exemplo, imóvel residencial pode ter alíquota de 
1% e imóvel comercial alíquota de 1,5%. 
 
2 – Impostos dos Municípios 
2.1 - Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU 
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Art. 156 - § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere 
o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: 
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e 
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. 
 
A CF ainda elegeu outra forma de progressividade do IPTU. O Município 
pode fazer uma lei sobre o aproveitamento do solo urbano de maneira que o 
imóvel que não estiver sendo devidamente utilizado poderá sofrer uma medida 
que pune esse proprietário, para que, de forma coercitiva, ele passe a aproveitar 
melhor seu imóvel. Imóvel urbano não utilizado ou subutilizado pode ter IPTU 
progressivo no tempo. É a chamada progressividade no tempo. Ou seja, 
conforme o tempo for passando o Município pode aumentar a alíquota sobre 
esses imóveis. O STF chama essa situação de progressividade extrafiscal em 
baseada na função social da propriedade. 
Art. 182 - § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei 
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei 
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não 
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, 
sucessivamente, de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no 
tempo; 
 
 
Progressividade 
do IPTU 
Valor Venal do Imóvel 
No Tempo 
Alíquotas Diferentes 
Localização Uso 
Não edificado 
Subutilizado 
Não utilizado 
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Fato Gerador do IPTU 
O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse 
de bem imóvel seja por natureza, seja por acessão física. “Por natureza” quer 
dizer o solo, sua superfície e seus acessórios. “Por acessão física” quer dizer 
tudo aquilo que o homem incorporar permanentemente ao solo, como as 
construções. O imposto incide sobre a parte predial e territorial do imóvel 
urbano. 
 Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade 
predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio 
útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como 
definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. 
A lei definiu critérios para que um determinado imóvel seja considerado 
urbano e se submeta à cobrança do IPTU. O CTN apresenta os melhoramentos 
que devem existir para que a zona será considerada urbana quando possuir pelo 
menos dois dentre os melhoramentos elencados. 
 
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a 
definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de 
melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, 
construídos ou mantidos pelo Poder Público: 
 I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; 
 II - abastecimento de água; 
 III - sistema de esgotos sanitários; 
 IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para 
distribuição domiciliar; 
 V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) 
quilômetros do imóvel considerado. 
Requisitos 
mínimos para 
zona urbana e 
cobrança de IPTU
(pelo menos dois)
meio-fio ou calçamento, com canalização de águas 
pluviais
abastecimento de água
sistema de esgotos sanitários
rede de iluminação pública, com ou sem 
posteamento para distribuição domiciliar
escola primária ou posto de saúde a uma distância 
máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado
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Base de Cálculo do IPTU 
A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. Entende-se como 
valo de mercado, mas nem sempre é possível aferir esse valor de acordo com a 
realidade do mercado, então, a maioria dos municípios tenta chegar perto desse 
valor usando cálculos de acordo com as características dos imóveis, como área 
construída, medida do terreno, dentre outros fatores. 
 Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. 
Os bens móveis que estão no imóvel não são considerados no cálculo do 
valor venal do imóvel para efeito de IPTU. 
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o 
valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, 
no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou 
comodidade. 
 
Contribuinte do IPTU 
 Contribuinte do IPTU é o proprietário, o titular do domínio útil ou o 
possuidor a qualquer título. 
 Atenção a questão da posse, a lei diz que o possuidor é contribuinte do 
imposto, mas entende-se que essa posse precisa ser com animus domini, ou 
seja, com a intenção de agir como dono. Esse esclarecimento é importante 
para entendermos que o locatário e o comodatário não são considerados 
contribuintes do IPTU, enquanto o promitente comprador é possuidor com esse 
requisito. 
Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 
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 Reproduzo abaixo algumas súmulas do STF e STJ sobre o IPTU e que 
podem ser objeto de prova. 
Súmulas STF: 
Nº 539: É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial 
urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não 
possua outro. 
Nº 589: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto 
predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte. 
 
 
Súmulas STJ: 
Nº 160: “É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em 
percentual superior ao índice oficial de correção monetária”. 
Nº 397: “O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê 
ao seu endereço.” 
Nº 399: “Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU”. 
Nº 614: “O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação 
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para 
repetir indébito desses tributos”. 
 
 
ITPU
Fato Gerador: DOMÍNIO ÚTIL, POSSE OU 
PROPRIEDADE de bem imóvel por natureza ou 
acessão física localizado na zona urbana do município
Base de cálculo: valor venal do imóvel - inclui 
terreno e edificações, não inclui valor dos bens 
móveis mantidos em caráter permanente ou 
temporário
Pode ser PROGRESSIVO no tempo caso não haja 
adequado aproveitamento do solo urbano
Pode ser PROGRESSIVO em razão do valor do 
imóvel
Pode ter alíquotas diferentes de acordo com a 
localização e o uso do imóvel
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O ITBI é um imposto municipal diferente em diversos aspectos do ITCMD 
que é estadual. ITBI é entre vivos, ITCMD é entre vivos em caso de doação e é 
causa mortis. O ITBI é por ato oneroso, enquanto ITCMD é a título gratuito. ITBI 
é só para bens imóveis e seus direitos, ITCMD é para qualquer tipo de bem, 
tanto móvel como imóvel. 
 
Fato gerador do ITBI 
Os Municípios podem instituir imposto sobre a transmissão de bem 
imóveis, sendo que essa transmissão tem que ser onerosa e entre pessoas 
que estão vivas. A transmissão de direitos reais sobre os imóveis também 
enseja a cobrança do ITBI, a não ser nos casos de direito real de garantia, 
esses estão excluídos do imposto. 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; 
 
Existe uma estipulação constitucional quanto ao Município competente 
para instituir e cobrar ITBI, a CF determina que o ITBI será devido ao 
Município onde estiver localizado o bem imóvel. 
Ademais, temos a imundade quanto ao ITBI. Não cabe ITBI na 
transmissão de bens ou de direitos dos imóveis quando esse imóvel estiver 
sendo utilizado na incorporação do patrimônio da empresa em decorrência 
de realização de capital, ou de fusão, incorporação, cisão ou extinção da pessoa 
jurídica. Caberá ITBI sim quando essa empresa tiver como atividade 
preponderante a compra e venda dessesbens ou direitos, ou locação de bens 
imóveis ou arrendamento marcantil. 
§ 2º O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao 
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão 
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, 
locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
II - compete ao Município da situação do bem. 
2.2 - Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis - 
ITBI 
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No CTN não há regras específicas para o ITBI, no entanto, é possível 
aproveitarmos alguns regramentos do CTN (Arts. 35 a 42), referentes ao antigo 
imposto sobre a transmissão estadual. Esse imposto sobre a transmissão, com 
a CF/88, foi substituído por dois outros impostos: (1) imposto sobre 
transmissões gratuitas, causa mortis e doação, de qualquer bem ou direito 
(ITCMD estadual) e (2) imposto sobre transmissões onerosas de bens imóveis, 
por natureza ou por acessão física (ITBI municipal). 
Para efeito de análise do que vem a ser atividade preponderante, temos 
a previsão legal. Essa análise é importante, já que caracterizando a 
preponderância caberá ITBI nas transmissões para patrimônio das empresas. 
Atividade preponderante é aquela em que mais de 50% da receita operacional 
da pessoa jurídica decorre de transações com imóveis. Essa receita é apurada 
nos 2 anos anteriores e nos 2 anos posteriores ao fato gerador do ITBI. Em 
caso de início recente de empresa leva-se em conta os 3 primeiros anos 
seguinte à aquisição. 
CTN - Art. 37 - § 1º: Considera-se caracterizada a atividade preponderante 
referida neste artigo quando mais de 50% da receita operacional da pessoa 
jurídica adquirente, nos 2 anos anteriores e nos 2 anos subsequentes à 
aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo. 
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a 
aquisição, ou menos de 2 anos antes dela, apurar-se-á a preponderância 
referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 primeiros anos 
seguintes à data da aquisição. 
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido 
o imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do 
bem ou direito nessa data. 
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou 
direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio 
da pessoa jurídica alienante. 
 
Conforme o parágrafo único do art. 36 do CTN, o imposto também não 
incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos objeto 
de realização de capital, em decorrência da sua desincorporação do 
patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos. Ou seja, assim como 
na incorporação não incide ITBI, na desincorporação também não há ITBI. 
Art. 36 - Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos 
mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I 
deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da 
pessoa jurídica a que foram conferidos. 
 
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Base de Cálculo do ITBI 
 A base de cálculo do ITBI será o valor venal do bem imóvel ou do direito 
transmitido. Sendo considerado o valor de mercado da transmissão. Importante 
entender nesse ponto que apesar de o termo utilizado pelo CTN para definir 
base de cálculo do ITBI e do IPTU ser o mesmo, qual seja, “valor venal”, esses 
valores, na prática não são iguais e os tribunais entendem inclusive que pode 
ser feita essa diferenciação pelo Município na hora de cobrar os impostos. 
Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos 
transmitidos. 
 
Contribuinte do ITBI 
Geralmente é a própria lei do ITBI instituída pelo Município que define 
quem serão os contribuintes do imposto, o CTN diz que qualquer das partes 
da relação de transmissão de bens ou direitos pode ser considerado contribuinte 
pela lei. 
Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação 
tributada, como dispuser a lei. 
Súmulas STF: 
Nº 108: “É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre 
o valor do imóvel ao tempo da alienação e não da promessa, na 
conformidade da legislação local”. 
Nº 656: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas 
para o imposto de transmissão "inter vivos" de bens imóveis - ITBI com base 
no valor venal do imóvel”. Embora esta súmula não tenha sido cancelada, é 
preciso que nos lembremos da decisão do STF no RE 562.045, em 2013, 
considerando constitucional a progressividade do ITCMD, o que, em princípio, 
revelaria uma mudança de entendimento da Corte. 
 
ITBI
Incide na transmissão "inter vivos", por ato oneroso, 
de bens IMÓVEIS, por natureza ou acessão física, e de 
direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia
Base de Cálculo: valor venal do imóvel, que nesse 
caso é o valor de mercado, não é necessariamente o 
preço de venda constante na escritura
CTN determina que contribuinte do ITBI é qualquer 
das partes na operação tributada, conforme dispuser 
a lei municipal
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Compete aos municípios instituir o imposto sobre serviços de qualquer 
natureza. Dentre esses serviços, não serão objeto do ISS os serviços devidos 
ao campo de incidência do ICMS, que seriam os serviços de transporte 
interestadual, intermunicipal e os serviços de comunicação. 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, 
definidos em lei complementar. 
 
Para esse imposto temos a previsão de que a lei complementar deve 
estabelecer a não incidência em relação às exportações. Essa mesma lei 
deve regular a forma e condições em que serão concedidos e revogados os 
benefícios fiscais, incentivos e isenções sobre o ISS. Essa lei complementar 
existe, é a LC 116 de 2003. 
CF - Art. 156 - § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III 
do caput deste artigo, cabe à lei complementar: 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. 
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios 
fiscais serão concedidos e revogados. 
 
Temos um dispositivo na LC 116 estabelecendo que não caberá o ISS em 
caso de exportação de serviços. A mesma LC estabelece que o ISS incidirá 
sobre as importações, ou seja, sobre os serviços que venham do exterior. 
LC 116 – Art. 2oO imposto não incide sobre: 
I – as exportações de serviços para o exterior do País; 
Art. 1º - § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do 
exterior (importação) do País ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior do País. 
 
Há mais casos previstos em lei que não caberá incidência do ISS, é o que 
chamamos de não incidência. O ISS não deve incidir sobre serviços em relação 
de emprego, nem de trabalhador avulso e também sobre diretores e 
membros do conselho de sociedades e fundações, e ainda sobre sócios-gerentes 
e gerentes-delegados. 
 
2.3 - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS 
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Art. 2o O imposto não incide sobre: 
II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores 
avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho 
fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos 
gerentes-delegados; 
 
O ISS não incidirá também sobre valor intermediado em mercado de 
valores mobiliários, nem sobre depósitos bancários e muito menos sobre 
operações de crédito realizadas por instituição financeira. 
Art. 2o O imposto não incide sobre: 
III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o 
valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios 
relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras. 
 
 
 
Fato gerador do ISS 
Fato gerador do ISS é a prestação de serviços de qualquer natureza, 
é uma gama gigantesca de possibilidades de serviços que poderiam estar 
sujeitos a esse imposto, então, para dirimir dúvidas quanto a saber quais 
serviços seriam objeto do imposto, o legislador achou por bem fazer uma lista 
elencando taxativamente os serviços de qualquer natureza que seriam 
abrangidos pelo ISS. Então, o fato gerador do ISS é a prestação de serviço 
constante da lista anexa da LC 116. 
as exportações de serviços para o exterior do País
prestação de serviços em relação de emprego, dos 
trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de 
conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades 
e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos 
gerentes-delegados
o valor intermediado no mercado de títulos e valores 
mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, 
juros e acréscimos moratórios relativos a operações de 
crédito realizadas por instituições financeiras
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Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência 
dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação 
de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam 
como atividade preponderante do prestador. 
 
O ISS será devido quando for prestado serviço conforme descrito na lista 
em anexo, mesmo que o contribuinte ou prestador, ou quem quer que seja 
resolva dar outro nome ao serviço, ainda assim, configurado o serviço como 
descrito na lista cabe o ISS, pois, para a lei a incidência do imposto 
independe da denominação dada ao serviço prestado. 
§ 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço 
prestado. 
 
Contribuinte do ISS 
Contribuinte do ISS, em regra, é o prestador do serviço. No entanto, 
há autorização na LC para que os Municípios, por ocasião da instituição do 
imposto por meio de lei, atribuam responsabilidade pelo crédito tributário a 
terceira pessoa diferente da prestadora de serviço. Desde que, é claro, essa 
terceira pessoa esteja de alguma maneira vinculada ao fato gerador. 
 Essa terceira pessoa, chamada de responsável tributário será obrigada a 
recolher o ISS. A lei elenca alguns tipos de pessoas que devem ser considerados 
responsáveis pelo ISS, como o tomador, o intermediário de serviço que 
venha de fora, pessoa jurídica tomadora em alguns tipos específicos de serviço. 
Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço. 
 
Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de 
modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, 
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter 
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive 
no que se refere à multa e aos acréscimos legais. 
 
§ 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao 
recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, 
independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte. 
 
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são 
responsáveis 
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I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do 
País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; 
II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou 
intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 
7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da 
lista anexa. 
III - a pessoa jurídica tomadora ou intermediária de serviços, ainda 
que imune ou isenta, na hipótese prevista no § 4o do art. 3o desta Lei 
Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) 
 
Base de Cálculo do ISS 
A base de cálculo do ISS será o preço do serviço. 
Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. 
 
Serviços que por sua natureza são prestados ao longo de uma grande 
extensão geográfica e que, por isso, muitas vezes passam por mais de um 
município, serão calculados proporcionalmente de acordo com a extensão que 
passa por cada município. 
§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem 
prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será 
proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e 
condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número 
de postes, existentes em cada Município. 
3.04 – Locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou 
permissão de uso, compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, 
dutos e condutos de qualquer natureza. 
 
Na hora de calcular o valor devido do imposto em relação ao serviço de 
obras como empreitada ou construções de um modo geral, além das 
reparações e reformas, autoriza-se que esse cálculo do imposto seja feito de 
maneira que se abata o valor do material fornecido pelo prestador do serviço. 
§ 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de 
Qualquer Natureza: 
I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos 
nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta