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SUMÁRIO
1. TEMA.....................................................................................................02
2. JUSTIFICATIVA....................................................................................02
3. PROBLEMA..........................................................................................04
4. HIPÓTESE.............................................................................................05
5. OBJETIVO.............................................................................................06
6. REFERÊNCIAS.....................................................................................08
 
1. TEMA
A criança é um ser histórico cultural e possui como principal atividade o brincar, trazendo para o ambiente escolar brincadeiras próprias, manifestando habilidades interpessoais diversas ao interagir com outros alunos e professores.
Antes das novas formas de pensar nascidas do Romantismo, nossa cultura parece ter designado como “brincar” uma atividade que se opõe a “trabalhar” (ver Aristóteles e Santo Tomás sobre o assunto), caracterizada por sua futilidade e oposição ao que é sério. Foi nesse contexto que a atividade infantil pôde ser designada com o mesmo termo, mais para salientar os aspectos negativos (oposição às tarefas sérias da vida) do que por sua dimensão positiva, que só aparecerá quando a revolução romântica inverter os valores atribuídos aos termos dessa oposição. (KISHIMOTO, 2002, p.21).
O tema abordado, o brincar na Educação Infantil, proporciona a atividade criativa de construção e formação individual ou coletiva da criança, que propicia a descoberta do novo, da convivência social e do lúdico.
A brincadeira e o brincar interativo, propicia a criança se conectar com o mundo, se reconhecer como indivíduo participante da sociedade. A criança quando brinca não estipula regras, é um momento divertido de alegria e descontração.
2. JUSTIFICATIVA.
O brincar é uma atividade ampla e necessária, pois a brincadeira possibilita novos aprendizados ao descobrir um mundo novo de possibilidades e experiências. Ao brincar a criança se desenvolve por meio da interação com o ambiente, adquire autonomia e constrói sua identidade.
Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia das crianças.
Na Educação Infantil o brincar se faz presente a todo momento, é esse agir que as crianças transportam significados diversos em relação à sua identidade e formam as suas próprias histórias, compreendem melhor os seus medos e iniciam todo o processo de questionamento do mundo externo para possibilitar mais facilmente a compreensão também do mundo interno. É por meio desses momentos que o lúdico se manifesta e auxilia suas habilidades cognitivas e sociais por meio das diferentes convivências e resolução de problemas diversos que aparecem de forma fantasiada, formando suas bases para apropriação no contexto do letramento e alfabetização, por isso se anteciparmos a alfabetização, no lugar das brincadeiras, estaremos interrompendo essas bases.
[...] a brincadeira é a atividade mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo - da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo...A criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode-se certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto sacrifício para a promoção do seu bem e de outros...Como sempre indicamos o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação. (FROEBEL, 1912c, p.55, apud KISHIMOTO,1998, p.68)
A criança é um ser em constante fase de crescimento capaz de agir, interagir, descobrir e transformar o mundo com habilidades, limitações e potencialidades.
Com base no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Brasil, (1998, p.21):
A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar.
Segundo Kishimoto (2001), a infância é também a idade do possível, pode-se projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e renovação moral.
Sabe-se a importância do brincar na educação infantil, onde as crianças possam conviver em ambientes que permitam manipular objetos, brinquedos e interagir com outras crianças e principalmente aprender, pois o brincar é uma importante forma de comunicação.
Essa fase importante na vida criança é por vezes prejudicada por métodos tradicionais que introduzem atividades de alfabetização de forma mecânica, desconsiderando o tempo de desenvolvimento de cada criança na sala de aula.
Existem fatores psicológicos de cada idade que se aliam às questões sensório motoras, além da própria subjetividade de cada criança, não havendo distinção em relação às práticas propostas para o grupo. Desta forma, o foco não está mais na criança como responsável por seu desenvolvimento cognitivo, mas no método mecânico de aula tradicional que preza mais especificamente a aula ou o professor, como centralizadores da proposta aplicada e cumprida pelo homogêneo grupo de crianças, os considerando como uma tábula rasa.
Não é somente transmitir conteúdos e sim construir conhecimentos juntos, no entanto o papel do professor na educação infantil é muito importante para o desenvolvimento da criança, pois é preciso que ele seja a favor do lúdico, entendendo o brincar da criança, favorecendo e promovendo a interação com outras crianças, facilitando a aprendizagem, ajudando-a a se comunicar, a expressar sentimentos de alegria, tristeza, angústia, sempre partindo do brincar, pois é através do brincar que a criança desenvolve habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas e cognitivas.
3. PROBLEMA.
Hoje em dia a redução dos espaços disponibilizados para as crianças brincarem vem diminuindo cada vez mais na Educação Infantil, mostrando que a principal preocupação dessas instituições é preparar as crianças para que as mesmas cheguem alfabetizadas no Ensino Fundamental.
O brincar foi substituído por apostilas, materiais e instrumentos diminuindo o tempo e o espaço das brincadeiras, atividades como contar histórias e cantar músicas também estão sofrendo grande redução na educação infantil. 
As crianças são a todo tempo estimuladas no contexto da alfabetização, muitas vezes repreendidas de brincar, cantar e sorrir, deste modo os pareceristas da primeira versão do RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil) divulgaram certa preocupação:
A educação infantil é tratada no documento como ensino, trazendo para área a forma de trabalho do ensino fundamental, o que representa um retrocesso em relação ao avanço já encaminhado na educação infantil de que o trabalho com crianças pequenas em contextos educativos deve assumir a educação e o cuidado enquanto binômio indissociável e não o ensino. (CERISARA, apud FARIA & PALHARES, 2001, p.28).
Na tentativa de fortalecer a alfabetização e promover a leitura e a escrita mais eficaz e competentes, temos uma antecipação da alfabetização, diminuindo assim o tempo do brincar. Vemos hoje crianças de 4 anos sendo alfabetizadas, aprendendo a ler e a escrever. Não é necessário alfabetizar a criança tão precocemente, devemos dar um suporte para que essa habilidade seja tranquilamente aprendida na hora certa e de uma maneira lúdica em que a criança aguce sua curiosidade e se abre para novos conhecimentos por meio do brincar, como contação de histórias, teatros e brincadeiras coletivas propostas pelo professor.
4. HIPÓTESE.
As crianças de 0 a 5 anos precisam de estímulos e ambientecriativo, pois nessa idade ocorre processos de desenvolvimento únicos, que não ocorrerão em outras etapas da vida, portanto dar a elas o direito de brincar, de ter experiências lúdicas, para atingir um nível de maturidade, é essencial.
No entanto, o letramento é importante nesse período, porém não deve ser o foco na educação infantil, e sim associar brincadeiras com aprendizado, sem que isso interfira nos momentos de diversão da criança, dessa forma é importante que o educador faça mediações entre as crianças e o mundo, proporcionando a elas, novas experiências através do brincar, que é um de seus direitos sendo respeitada e ouvida. 
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.21):
As crianças pequenas são encorajadas a explorar seu ambiente e a expressar a si mesmas através de todas as suas “linguagens” naturais ou modos de expressão, incluindo palavras, movimentos, desenhos e pinturas, montagens, esculturas, teatro de sombras, colagens, dramatização e música.
Utilizar as atividades nos cantinhos, contos, brincadeiras aos ar livre de maneira contextualizada com sua faixa etária, pode proporcionar a criança descobertas do mundo letrado e numérico de uma maneira lúdica.
5. OBJETIVO.
5.1 OBJETIVO GERAL.
· Compreender o brincar como atividades realizadas dentro e fora da sala de aula, por meio das brincadeiras e desenvolvendo a curiosidade, identidade e autonomia.
5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.
· Apresentar atividades lúdicas para inserção no processo de letramento e alfabetização das crianças da Educação infantil, de uma maneira prazerosa, criativa e que permita a ela aprender brincando.
· Inserir brincadeiras desenvolvidas para as crianças no ambiente escolar, tenham uma intencionalidade pedagógica para que ao mesmo tempo em que ela se diverte, ela desenvolva outras habilidades e a interação social.
· Proporcionar ambiente criativo para que a criança crie seu próprio laboratório de descobertas sobre o mundo que a circunda, havendo o espanto, a curiosidade, a ação, a reação, a fantasia e o mundo interno da criança pode ser exposto de forma que possibilite a melhor compreensão de si mesma em relação ao grupo e sua própria identidade que está ainda no cerne de sua construção.
6. METODOLOGIA
O trabalho utilizará como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica, com base em livros, teses, monografias, artigos e textos de autores que discutem a importância do brincar e suas contribuições ao processo de desenvolvimento da criança.
7. REFERENCIAL TEÓRICO
A brincadeira é um sistema que integra a vida social das crianças; faz parte do patrimônio lúdico – cultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamento e ensinamentos. A caracterização da brincadeira se dá de forma expressiva de uma geração a outra ou aprendida nos grupos infantis, na rua, nos parques, escolas, festas e demais lugares que promovam o convívio social da criança de forma espontânea.
De acordo com os estudos de Friedmann (1998) a atividade lúdica possui alguns aspectos importantes a serem destacados:
· As características do brincar de cada grupo infantil serão definidas em função do tempo e do espaço existentes para a brincadeira acontecer;
· As interações sociais que a criança estabelece no decorrer da atividade lúdica são fundamentais para o seu desenvolvimento;
· Os objetos com os quais a criança brinca aparecem em diversos contextos no cotidiano infantil: na família, nas instituições educacionais, no contexto psicológico;
· Os brinquedos são meios para brincar e vínculos da inteligência e da atividade lúdica.
O brincar se faz importante na vida da criança e enquanto indivíduo em formação, suas descobertas, a maneira que se relaciona com o mundo e consigo mesma são temas dos mais renomados autores estudados por futuros psicólogos e pedagogos, pois relatam em sua literatura a contribuição do brincar e sua relevância no desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo da criança. 
Psicólogos contemporâneos (Piaget, Wallon, Vygotsky,) também deram destaque ao brincar da criança, atribuindo-lhe papel decisivo na evolução dos processos de desenvolvimento humano (maturação e aprendizagem);embora os enfoques tenham diferenças significativas, seja na dimensão que cada um atribui ao jogo, seja em relação ao seu surgimento no processo evolutivo humano.(SANTA MARLI, 2001, p.18)
Para Piaget (apud BEE; BOYD, 2011) no estágio pré-operatório, idade entre dois a seis anos, a criança adquire esquemas simbólicos como linguagem e a fantasia, e assim se comunicar e pensar com o mundo ao seu redor. Ele classifica esse brincar das crianças de acordo com cada faixa-etária desse período pré-operatório, tais como, brincar construtivo, brincar imaginativo inicial, brincar imaginativo substituto, brincar sociodramático e por fim o brincar regido por regras. 
Vygotsky (apud BEE; BOYD, 2011), utiliza sua teoria sociocultural, e afirma que as crianças necessitam de interação social para formar pensamentos complexos, geralmente tendo um adulto ou criança mais velha como mediador do processo de aprendizagem de novas habilidades e desenvolvimento social e cognitivo.
Para Wallon (2009, p.36) “são as atividades de exploração do mundo objetivo que desenvolvem na criança a capacidade de diferenciar os objetos dos seres humanos, destacar-se deles, apropriar-se deles e também de si própria.”
Os autores demostram em suas teorias o brincar como atividade principal da infância e sua importância no processo de construção do conhecimento, das habilidades motoras, cognitivas e afetivas, para promoção de seu desenvolvimento social, seja na família ou escola.
Segundo Santa Marli (2011), a criança ao executar uma atividade, propõe diversas finalidades, como, servir como reforço às habilidades já adquiridas, imitar aquilo que o outro realiza, testar suas habilidades ou adquirir novas, ou atrair os outros para a atividade que realiza. Essas habilidades reforçam a firmação do “eu” e importância em seu processo de desenvolvimento e de aprendizagem.
A criança na Educação Infantil precisa de um ambiente rico em materiais para exploração, adequados a sua faixa etária, e com objetivo pedagógico claro, pois não podemos reduzir o brincar a atividades despretensiosas, livres em todo seu tempo e sem acompanhamento do professor como mediador.
Também não é adequado uma proposta precipitada em fazer do espaço do brincar um lugar autoritário, com atividades maçantes, com propostas da alfabetização precoce.
É indispensável que o educador tenha uma intencionalidade pedagógica ao oferecer um brinquedo para a criança. Ele deve estimular e propiciar as brincadeiras, pois é através do brincar que as crianças desenvolvem habilidades motoras e cognitivas, experimentando sensações de raiva e alegria, vitória e frustrações.
REFERÊNCIAS 
BARROS, FCOM. Cadê o brincar?: Da educação infantil para o ensino fundamental. São Paulo: Editora UNESP; 2009.
CERISARA, apud Faria & Palhares, Referencial Curricular Nacional da Educação Infatil. Brasil, 2001. 
GELLES,Solange Depera, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (RCNEI), Brasil,1998.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias. 1998.
TEIXEIRA, Carla Hélita; VOLPINI, Maria Neli.Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 1 (1): 76-88, 2014.
PIRES DOS SANTOS, Santa Marli. Brinquedoteca, a criança o adulto e o lúdico, Petrópolis-RJ, Ed. Vozes, 2011.
FRIEDMANN, Adriana, O Direito de Brincar, 4ª edição, São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998.
http://www.ideiacriativa.org/2017/10/como-surgem-as-brincadeiras-das-criancas.html acesso em: Ver com Mayara, e a qual parágrafo pertence, se entrou nesse PPAP ou se são de citações que ficarão para o próximo.
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