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A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA DETECÇÃO DE ERROS E FRAUDES Carla Geane Braz Coelho Stephanie Kalynka Rocha Silveira RESUMO O presente trabalho forneceu um estudo teórico sobre a importância da auditoria interna na detecção de erros e fraudes. Para tal foi realizada uma revisão bibliográfica nos buscadores “Scielo” e “Google Acadêmico” A importância administrativa da auditoria e as implicações da prestação de serviços são imensuráveis. Considerando que a auditoria visa a um exame detalhado e descritivo da controladoria de uma corporação, contemplando aspectos fiscais, contábeis e também administrativos, a matéria assume relevância basilar, fundamental à sobrevivência da empresa a longo prazo. Por conta disso, é de grande relevância a sua atuação para a detecção de erros e fraudes no âmbito empresarial. Nesta perspectiva, optou-se pela pesquisa bibliográfica, e, para concretizá-la, será realizada uma avaliação dialética das posições de teóricos competentes acerca dos assuntos em questão. Almeja-se com o presente trabalho ajudar a preencher lacunas teóricas no entendimento acerca da importância da auditoria interna, através do fornecimento de conclusões fáticas que, além de seu interesse geral e específico no âmbito da Contabilidade, podem servir de base para futuros trabalhos. O impacto da auditoria interna na detecção de fraudes e erros nas empresas comerciais de monte aprazível, tal como qualquer outra área do ramo contábil, acompanha as profundas mudanças do cenário socioeconômico, histórico, político e cultural das nações. Neste sentido, é claro que as estratégias e instrumentos das auditorias internas, embora partam sempre de uma base comum, apresentarão grandes variações ao longo do curso do tempo. Palavras-chaves: Auditoria; Erros; Fraudes. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo fornecer um estudo descritivo e teórico acerca do impacto da auditoria interna na detecção de fraudes e erros nas empresas comerciais de monte aprazível. Justifica-se pela grande importância que tem a auditoria interna ao reparar equívocos nas empresas, em diversos ramos e subáreas das Ciências Contábeis (como na Controladoria, Auditoria e Perícia) em âmbito prático e teórico, além do acadêmico. Far-se-á um esforço para promover uma conceituação sólida, após o que se dará uma descrição de aspectos indispensáveis ao estudo do impacto da auditoria interna na detecção de fraudes e erros nas empresas comerciais de monte aprazível: o que são e como se caracterizam as auditorias internas, seu histórico evolutivo, principais correntes teóricas e desafios enfrentados para seu estudo. Devido à natureza da proposta que ora se apresenta, recorrer-se-á metodologicamente à revisão bibliográfica para a promoção de um estudo descritivo fundamentado em artigos científicos, obras completas e demais produções científico-acadêmicas que se mostrem úteis e pertinentes à pesquisa em tela. Como revisão crítica, o foco se dará no impacto da auditoria interna e sua importância para a Ciências Contábeis. A metodologia consiste em uma variedade de parâmetros a partir da qual se viabiliza a realização de pesquisa científica de modo organizado, bem delimitado e criterioso. Isto é indispensável para que o trabalho seja considerado academicamente válido, gerando soluções para os problemas levantados, hipóteses confirmadas/refutadas e objetivos sólidos, pertinentes e que se adequem ao estado da questão em que o problema se insere. 2. AUDITORIA INTERNA E PARTICULARIDADES 2.1. Definição de auditoria interna e origem histórica De acordo com o dicionário Priberam, a Auditoria, no contexto da contabilidade, significa “análise e avaliação do estado contábil de uma empresa ou instituição feita por um especialista em assuntos financeiros e econômicos”. A Auditoria Interna caracteriza-se por um conjunto de processos referentes ao controle interior que as empresas devem buscar obter, tendo em vista o seu crescimento e manutenção ao decorrer dos anos. Trata-se de uma gestão administrativa, em que o auditor confere e observa o conjunto de documentos que comprovam o trabalho realizado, observando, fazendo indagações e checando se realmente os dados estão de acordo, se não houve nenhum erro ou fraude, entre outros problemas. Segue a sequência, no figura abaixo, do processo de auditoria interna: Figura 1. A sequência do processo de auditoria interna Fonte: https://image.slidesharecdn.com/slidescursoonlineunieducarauditoriacontbilinter na-121025111018-phpapp01/95/slides-curso-online-unieducar-auditoria-contbil- interna-12-638.jpg?cb=1351163478 Como se pode observar no quadro 1, o primeiro passo a ser tomado é a pesquisa ambiental, e logo após partir para o planejamento estratégico e, em seguida, ao controle interno. Após esses passos, aplicam-se testes. Após os testes, com o resultado em mãos, o auditor deve aplicar o teste de observância e, seguidamente, o substantivo. No fim, ele dá o seu parecer de auditor do que pode recolher de dados. De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 12, aprovada pela Resolução CFC nº 780, de 24.03.95, citada por ARAÚJO (1998, p. 21), o conceito de auditoria interna se dá pelo “o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações fiscais, contábeis, financeiras e operacionais da entidade”. Segundo FRANCO e MARRA (2001, p. 219), A auditoria interna é aquela exercida por um funcionário da própria empresa, em caráter permanente. Apesar de seu vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe cabem. Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o vínculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à administração da empresa deve ser apenas sob o aspecto funcional. Já Attie (2000, p.25) explicita que é possível entender o conceito de auditoria conforme “uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”. Isto é, segundo o autor, o principal cargo do auditor seria a fiscalização do patrimônio, expressando seu ponto de vista, como profissional, dos dados internos de extrema importância para a empresa. De acordo com Boletim IOB- Temática Contábil e Balanços (2003, p.37), o sistema de controle interno, no qual faz parte a auditoria interna, deve ter possuir algumas características, e elas são: • Ser confiável; • Estar adequado à realidade, complexidade e porte da empresa; • Ser estável para propiciar um adequado ambiente de controle, e flexível o suficiente para permitir modificações que contribuam para a rápida adaptação da empresa ao novo ambiente de negócios; • Possibilitar o acompanhamento e o controle tempestivo das atividades, processos de negócios e ciclos de transações; • Propiciar a salvaguarda dos ativos; • Permitir a otimização no uso dos recursos; • Prevenir e detectar roubos e fraudes. Os estudos de Crepaldi (2002, p.23) sobre o assunto trazem ainda grandes contribuições ao estado da questão, salientando alguns aspectos fundamentais, à medida que define a auditoria interna como “ (...) o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas das demonstrações financeiras de uma entidade”, simplificando, de forma objetiva e direta, a conceituação do estudo. Soares (2005, Pg. 58) explicita que o trabalho da auditoria interna “consiste num fluxo de atividades desenvolvidas segundo princípios, técnicas e metodologias específicos com o fim de obter evidências suficientes e adequadasà formação de juízo.” Dessa forma, o autor ainda diz que “envolve uma apreciação global das transações praticadas pela empresa auditada e uma aferição de grau de confiança na fidedignidade de seus registros.” Attie (1998, p.29) elenca os objetivos da auditoria interna da seguinte forma: • Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar estas informações; • Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas, planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e relatórios, e determinar se a organização está em conformidade com as diretrizes; • Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário, comprovar sua existência real; • Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica; • Examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com os planos e se estas operações e estes programas são executados de acordo com o que foi planejado; e • Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as providências necessárias a respeito de suas descobertas. Podemos observar que segundo Attie (1998), a auditoria interna tem como objetivo a observação, por parte de exames e verificações, dos de informações e documentos importantes para a gestão empresarial, ligado à contabilidade. Sá (1998, p.25), por outro lado, explica que a Auditoria Interna [...] é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorrido, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados. O mesmo autor diz ainda que, apesar de historicamente não existir uma data exata que marque o início do cargo de auditor, embora existam vários sinais que existiam em outras épocas e culturas anteriores, devido a “provas arqueológicas de inspeções e verificações de registros realizadas entre a família real de Urukagina e o templo sacerdotal sumeriano e que datam de mais de 4.500 anos antes de Cristo”. Ainda segundo o autor, observa-se que “nas cartas de Trajano (97-117 d.C.) escritas por Plínio (61- 112 d.C.), o jovem, relatam práticas de auditoria realizadas nas províncias romanas”. A história da auditoria alude ao século XV/XVI na Itália, logo após o apogeu das ciências contábeis, o que torna os italianos pioneiros na área contábil. Era comum desses tempos que o clero administrasse os empreendimentos europeus. O reconhecimento oficial da auditoria também se cruza com a história da Itália, pois foi lá, em Veneza, que se constituiu a primeira escola de contadores, em 1581. Para fins de esclarecimento, é bom diferenciar a auditoria interna da auditoria externa, que é conceituada por Attie (1998, p.174), como: “aquela realizada por profissional liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego com a entidade auditada, e que poderá ser contratado para auditoria permanentemente ou eventualmente”. Dessa forma, a figura abaixo explicitará as principais diferenças entre auditoria interna e auditoria externa: Figura 2. Comparação entre auditoria interna e externa Num todo, o histórico auditorial tem, de forma geral, seus princípios interligados à contabilidade e seus registros, pois é através da verificação de outra pessoa que se confirma se está havendo, ou não, uma técnica útil, justa, correta e coerente de validar os lançamentos empresarias, ligados a gestão de uma empresa com montante significativo, como é o caso em questão nesta pesquisa acadêmica. Figura 3. História da auditoria Como se pode ver na figura 1, Attie (1998, p.28) elencou datas que constituem um caráter histórico da auditoria. Neste sentido, pode-se observar que em 1314 foi a primeira data em que marca a criação do cargo de auditor, na Inglaterra. Passaram-se mais de 600 anos entre essa primeira data existente até a criação do SEC (Security and Exchange Commission) nos Estados Unidos da América, mostrando que este oficio sempre esteve em constante mutação e aperfeiçoamento ao decorrer dos anos, até onde podemos acompanhar na atualidade. 2.2 Auditoria interna no Brasil Em nosso país, Brasil, segundo FRANCO e MARRA (2001, p.45), em relação ao ofício do contador, “pouca coisa existia (...) antes de 1931, a não ser os escritórios estrangeiros de auditores, todos de origem inglesa”. Tal fato nos mostra que esta área da contabilidade é bastante recente por aqui, num ponto de vista histórico, tendo em vista que só a partir do ano de 1931 começou a ter um número significativo de profissionais que trabalhavam com os instrumentos oriundos da Contabilidade. Nesta perspectiva, a Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965 foi a demarcação legal que instituiu o oficio do auditor como profissional no Brasil, como podemos observar abaixo: Art. 50. Os fundos em condomínio de títulos ou valores mobiliários poderão converter-se em sociedades anônimas de capital autorizado, a que se refere à Seção VIII, ficando isentos de encargos fiscais os atos relativos à transformação. § 3º Será obrigatória aos fundos em condomínio a auditoria realizada por auditor independente, registrado no Banco Central. A partir de então, várias outras leis e emendas foram criadas em prol da consolidação do cargo de auditor no país, principalmente através das Leis 6.385 de 07/12/1976 e 6.404/76 que criaram a CVM, Comissão de Valores Imobiliários, que trouxeram esse órgão fiscalizador externo e a obrigatoriedade de auditorias em empresas abertas. A auditoria autônoma foi introduzida no Brasil no fim do século 19, como foi observado, devido aos investimentos dos países do exterior trazidos para cá por gestores que aqui observaram muitas oportunidades para suas empresas, aplicando seus recursos em infraestrutura, que é a base da industrialização No país, temos o Instituto dos auditores independentes do Brasil – IBRACON teve inicio com a união de dois institutos que congregavam contadores que trabalhavam com auditoria independente: o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil (ICPB) e o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibai), que se uniram para a obtenção de uma melhor estrutura e representatividade em benefício da profissão. (IBRACON, 2013) O instituto tem como objetivo unir todos os profissionais de ciências contábeis, já formados e estudantes, que trabalham nas mais diversas áreas da formação, para que juntos possam reestruturar e se unir em prol de seus trabalhos. 2.3. Definição de Erro e Fraude de acordo com a Auditoria Interna Pensando de acordo com a realidade brasileira e extraindo das Normas Brasileiras de Contabilidade (1997, p. 3), pode-se definir fraude como ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; e erro, o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. Isto é, o principal atributo de um auditor interno é observar se há fraude nos documentos da empresa. É possível entender ainda o conceito de fraude, segundo La Rocque (1999, p. 51), “se constitui em prática perniciosa prejudicial à empresa”, trazendo demonstrações que há pessoas envolvidas em um esquema para corromper a gestão empresarial em questão. Ainda, em concordância com o Dicionário Jurídico (2002, p.141), a fraude “é o ato de má-fé, artifício malicioso usado para prejudicar, dolosamente, o direito ou os interesses de terceiros”. Rasmussen (1988, p. 1) explicita que Desde os tempos remotos da história da civilização do homem, nas épocasdo classicismo, pré-colombiano, idade média até a época atual, os homens que possuem poderes, em certas circunstâncias, têm abusado destes poderes para se enriquecer e lesar as instituições das quais obtiveram confiança e poder. Apesar de parecer recente, atos fraudulentos já eram observados na antiguidade, desde o começo da civilização, em que os mais poderosos se aproveitavam dessa posição para tirar proveito e vantagens em cima daqueles que menos podiam. Atualmente, podemos observar que tal prática continua em voga, tendo em vista os escândalos que estamos acostumados a observar na política brasileira e internacional, o que nos faz questionar o porquê de não existir uma auditoria eficiente para checar as informações importantes sobre a gestão das empresas importantes para as nações. Segundo Maranguape (2001, p.30), "no Brasil, a fraude é uma doença, que se alastra cada vez mais como se fosse uma epidemia perante a vulnerabilidade e fragilização dos sistemas que deveriam coibi-la". Isto é, no nosso país, infelizmente, a fraude parece ser contagiosa. O fato da falta de uma auditoria eficaz, trazendo uma gestão transparente, mostra que de fato ainda estamos muito atrás no que imaginamos para o futuro, que parece, às vezes, regredir ao invés de progredir, o que é bem triste para as nações em geral, ainda mais para todos nós, envolvidos com o mundo contábil. De acordo com o diretor da Control Risk, James Wygand, a fraude “é um problema muito mais freqüente do que se imagina e, no Brasil, atinge 80 % das empresas” (apud CHAIM, 2002). Esse dado ratifica o que já estamos acostumados a assistir nos noticiários, infelizmente. É possível entender ainda o conceito de fraude de acordo com Antonio de Lourenço Gil (1999, p. 22): Fraudes, pirataria e conivência são ingredientes inseparáveis/indissolúveis dos negócios, em uma sociedade em que o progresso é estimulado/buscado como um dever moral com ouso do potencial criativo disponibilizado na raça humana Mortimer Dittenhofer (apud TCE BA, 1995, p. 69) explicita que “a fraude e/ou desvio de fundos, é conhecido como, provavelmente, o maior causador de despesas não registradas do governo e de negócios”, ratificando o que já imaginávamos sobre o assunto. O autor continua, dizendo que “os registros parecem indicar que estes crimes podem ser feitos por quase todo o tipo de empregado.” Isto é, para o autor, aquele que comete a fraude “não parece ter um tipo específico (...) Não existe um perfil característico. Todo tipo de gente pode cometer esse tipo de crime”. Alguns tipos mais famosos de fraudes estão listados na figura abaixo: Figura 4: Exemplos de fraudes Fonte: Gramling e colaboradores (2011) Como se pode observar na figura supracitada, corrupção, apropriação indébita de ativos e DFs fraudulentas compõe a tríade principal das fraudes em empresas, cada uma com suas particularidades e interesses por detrás, seja suborno, esquemas de desvio de caixa, sobrevalorização de ativos, receitas, etc. As fraudes costumam vir encobertas como dividas contábeis, a fim de que o auditor seja enganado com a maneira como são cobrados seus débitos. De acordo com a GBE Peritos & Investigadores Contábeis (1997), os tipos mais encontrados de fraudes nas contas referentes as empresas são as que estão elencadas no figura abaixo: Figura 5: CONTAS UTILIZADAS PARA ESCONDER FRAUDES Como se pode observar, o conjunto de contas mais visados pelos fraudadores são caixas e bancos e estoque, seguido de contas a receber e despesas de viagem. Para um auditor interno atento, é bom que se certifique que as contas referentes a esses títulos estejam corretas. Quando se trata de erro, La Rocque (1999, p. 51) conceitua que esse tipo de prática “consciente ou não levam a empresa para má situação, levando a penalidade do fisco e acarretando muitas perdas. Os erros são injustificáveis, uma vez que feita auditoria por pessoas qualificadas”. Apesar de inadmissível, no ponto de vista do autor, o erro ainda é mais aceitável que a fraude, já que pode não ter a intenção de desfalcar o patrimônio como é visto quando há processos fraudulentos. Algumas falhas, de acordo com Florentino (1975, p. 136), acontecem: Por ocasião dos registros contábeis poderão ocorrer as seguintes falhas: a) má classificação da conta a debitar ou da conta a creditar; b) classificação correta das contas, porém registro em outra conta ou subconta; c) lançamento a débito incorretamente registrado a crédito, ou vice-versa; d) valor do registro lançado errado nas duas contas ou apenas em uma das duas contas. Após o lançamento poderão continuar a serem cometidos erros, tais como: a) erros na obtenção dos saldos das contas; b)estornos feitos inadequadamente ou também com erros; c) esquecimentos de baixas em contas de controle (...) Dessa forma, é bom ficar atento pois esses erros podem ser advindos de fraudes, então é bom que se tome nota dessas situações em que ocorrem. Em contrapartida, na tentativa de diferenciar o erro da fraude, no aspecto contábil, esclarece Serpa (2002) que É preciso fazer distinção entre fraude e erro, em contabilidade. Fraude é uma ação premeditada para lesar alguém. O erro é uma ação involuntária, sem o intuito de causar dado. Embora possam ocorrer sobre os mesmos fatos e documentos (balanços, balancetes, livros comerciais etc.) são de características diferentes. Já Franco e Marra (2001, p. 215) dizem que “ Muitos erros e fraudes são dissimulados na escrituração enquanto outras irregularidades, praticadas contra o patrimônio, não são contabilizadas”. Dessa forma, ainda segundo os autores, esses tipos de erros e fraudes podem “ser apurados por ocasião da conferência física dos valores patrimoniais”, demonstrando a importância do profissional da auditoria. A NBC T 12, Resolução CFC Nº 986/03, traz informações sobre o assunto que geram grandes contribuições ao estado da questão, salientando alguns aspectos fundamentais, à medida que conceitua erro como “atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis” e também explica que se incluem, também, “transações e operações da Entidade, tanto em termos físicos quanto monetários”. Os exemplos mais frequentes de erros e fraudes são: contabilização de operações que nunca existiram; uso de documentos fiscais falsos; caixa dois, também conhecido como omissão de receita; transações super/subfaturadas, realizadas no interesse exclusivo daquele que detém o poder majoritário. 2.4. A atitude do auditor perante erros e fraudes: o que esperar? De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade NCBT 11 (2003, p.180), “o auditor não é responsável nem pode ser responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros.’. Porém, de acordo com a mesma, o auditor deve “planejar seu trabalho avaliando o risco de sua ocorrência, de forma a ter grande probabilidade de detectar aquele que impliquem defeitos relevantes nas demonstrações contábeis”. A comunicação de que algum erro existiu, seja ele fraude ou apenas um erro sem gravidade, é de total responsabilidade do auditor. É ele que deve comunicar à empresa em questão do que está ocorrendo e evitar que aconteça mais prejuízos, sugerindo correções a serem adotadas. A avaliação do sistema também é de responsabilidade auditorial, levando em consideração alguns pontos como a situação atual da empresa, interesse de outrem envolvidos com a administração, falência, pressão por capital e todos os pormenores referentes a profissão. De acordo com o Conselho Regional de Contabilidade – CRC (p. 298): Um ambiente de controle inadequado à natureza, ao vulto e a complexidade das operações do cliente, ou em que haja indicação de que a administração pode estar inclinada a distorcer as demonstrações financeiras, cria risco paraauditoria a que devemos dar resposta, portanto faz-se necessário à revisão dos negócios, que: • Permite identificar fatores indicativos de haver um aumento do risco de erro. Ou do risco da firma de Auditoria, e apresenta um contexto para se desenvolver uma resposta de auditoria adequada. • Habilita o desenvolvimento de objetivo especifico de serviços a serem prestados ao cliente (...) Esses objetivos permite: • Apresentar recomendações valiosas aos clientes, e, • Aproveitar as oportunidades para proporcionara assistência adequada aos clientes na solução de problemas significativos dos seus negócios. Dessa forma, a auditoria acaba sendo, também, uma consultora, pois além de conferir se as contas, no fim, estão batendo, a auditoria também trabalha através de sugestões para sua clientela, isto é, as empresas, para que eles não sejam pegos de surpresa em atos fraudulentos ou erros considerados bobos para o meio contábil e da gestão. De acordo com a RBC (Revista Brasileira de Contabilidade), Lopes de Sá define a corrupção como algo que “difici lmente se prova diretamente, mas, muito raramente resiste a metodologia do indício e da prova indireta”. Isto é, de acordo com o autor, quando há desconfiança, pode-se pensar que há algo ruim. O autor entende que “o Indício tem como ponto de partida a análise e está pode iniciar-se quer por critérios “dedutivo”, como “indedutivo”, quer da análise do balanço, quer das demonstrações, (...) quer “qualitativa”, quer “quantitativamente”. Ao afirmar que a corrupção ocorre como uma brecha, apenas um indicio, como nas palavras do texto, observa-se que, para que ela ocorra, costuma ser bem amparada pelas leis ou por aqueles que tem interesse em meios corruptos, pois não costumam ser fáceis de serem descobertas e tem como intuito enganar mesmo aqueles que possam ser iscas ou futuros “laranjas” nesses esquemas. Por isso, o autor não exagera ao afirmar da necessidade da desconfiança como um sentimento intrínseco aquele que trabalha com fiscalização de documentos importantes, como é o caso do auditor. Detectar fraudes não é nada simples, pois, normalmente, são planejadas por pessoas que estão fora de suspeita e com grande nível de inteligência e poder aquisitivo, que acaba facilitando o processo fraudulento e tornando-o mais difícil de ser detectado pelo auditor. Já o erro é deveras simplificado, pois deve-se a falhas, evidenciando que foi devido a um ato errôneo do desenvolvedor. 2.5. Determinantes de sucesso na auditoria interna Após discutirmos as atitudes do auditor perante os erros e fraudes, vamos reservar esse subcapitulo para a discussão das determinantes de sucesso na auditoria interna, pois para que o auditor faça um bom trabalho, é necessário que ele leve em consideração essas determinantes de sucesso. Sendo assim, para darmos início a discussão acerca das determinantes de sucesso na auditoria interna, observemos o figura o 4, abaixo, para fazermos algumas considerações, baseadas nos estudos aprofundados dos teóricos Arena e Azzone (2009): Figura 6 – Determinantes da eficiência da auditoria interna Como se pode reparar, há algumas regras a serem seguidas para que se obtenha sucesso na auditoria interna, as elencadas foram: 1. O tamanho da equipe de auditoria, 2. Competências dos auditores internos, 3. Envolvimento dos auditores internos na gestão de riscos e 4. Relação entre auditoria interna e comitê de auditoria. Para o número 1, é imprescindível que o número de auditores contratado tenha coerência com o capital de empregados da empresa, para uma auditoria sem sobrecarregar o profissional. A competência dos auditores, número 2, é indiscutível pois uma empresa gerida por bons profissionais tem muito mais chances de conseguir obter sucesso. O número 3 e 4 demonstram o comprometimento necessário para que o auditor consiga exercer seu cargo com coerência, pois deve ter um bom relacionamento para com os empregados e empresa. O número 3 pede a consideração da avaliação de riscos, fator importante e decisivo no destino empresarial, enquanto o número 4 é mais focado no relacionamento entre auditor-empregados- empresa. No ponto de vista de Franco e Marra (2001, p. 267), esses fatores determinantes para a auditoria são Todos os instrumentos da organização destinados a vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzem reflexos em seu patrimônio. Sendo assim, observamos que o equilíbrio entre esses fatores é fundamental para o sucesso da gestão empresarial, este controle interno. O controle interno, nas palavras de Waddel (1982, p.15) compreende “os organogramas e correspondentes fluxogramas e todos os métodos, procedimentos e medidas coordenados adotados em uma empresa.”. Como exemplo, o autor elenca alguns fatores primordiais para a organização desses processos: a) assegurar os ativos; b) possibilitar uma administração condigna de suas operações; c) assegurar o correto registro de suas transações; d) promover maior eficiência operacional de registro e de custodia; e) ensejar a adequada e tempestiva divulgação dos resultados econômicos alcançados e da situação contábil/financeira no fim de cada exercício; f) prevenir ou facilitar a revelação de enganos, fraudes, etc por meio do incremento da aderência as normas e procedimentos preestabelecidos pela empresa. 3. O PAPEL DA AUDITORIA NA DETECÇÃO DE FRAUDES E ERROS: O IMPACTO NAS EMPRESAS COMERCIAIS DE MONTE APRAZÍVEL 3.1. O que são empresas comerciais de monte aprazível De acordo com o dicionário Priberam, a palavra empresa significa, no sentido de economia, “sociedade ou companhia que explora qualquer ramo de indústria ou comércio”. Sendo assim, empresas comerciais são aquelas que praticam a compra e venda de produtos/serviços por meio de comércio e tem como objetivo o lucro. As empresas comerciais de monte aprazível são aquelas que movem uma quantia significativa de dinheiro, isto é, empresas comerciais de grande porte, como, por exemplo: Ambev, grupo pão de açúcar, Casas Bahia, etc. 3.2. Impacto da auditoria na detecção de fraudes e erros Antes de começarmos a discussão sobre o impacto da auditoria na detecção de fraudes e erros, se deve deixar claro que, segundo Attie (1992, p.215-216), a fraude não tem apenas uma modalidade, ela assume múltiplas. No contexto histórico da classificação de fraudes já realizadas, o autor as divide em: a) Não encobertas: consideradas, pelo autor, sem necessidade de serem mascaradas, pois seriam realizadas em empresas onde o controle interno é muito fraco. Exemplo: Tirar dinheiro do caixa sem maiores explicações. b) Encobertas temporariamente: aquelas feitas de forma que não afete os registros da contabilidade. Exemplo: Tirar dinheiro de cobranças, omitindo seu registro de forma que o monte que sobra possa ser acobertado por registro de cobranças que venham depois, e assim, praticando esse ato de forma continua. c) Encobertas permanentemente: aquelas em que os fraudulentos se preocupam em alterar as informações dos registros e arquivos, para que, dessa forma, consigam esconder a trapaça. Exemplo: Retirada sem permissão de montante monetário de clientes de forma encoberta, a partir da falsificação da soma dos processos de cobrança. Segundo Rasmussen (1988, p. 14), "os roubos e fraudes sempre começam em quantidade pequena e aumentam sucessivamente com a confiança do delinquente”. Isto é, de acordo com o autor, “não existem sistemas de controles internos, auditoria e naturalmente uma justiça severa que puna estes atos". Em empresas comerciais com monte aprazível, esses roubos e fraudes que começam pequenos, podem acabar gerando prejuízos enormes se não forem paradas a tempo. E é exatamente aí que entra o papeldo auditor ao evitar que isso aconteça. De acordo com os estudos de Serpa (2002), “o fraudador é um tipo específico e nem sempre comete a fraude sozinho, mas com a ajuda de terceiros.” Isto é, a fraude raramente ocorre de uma pessoa só, ela vem acompanhada de um grupo delinquente. O autor continua dizendo que “a prática tem comprovado que sempre são praticados por quem tem autoridade, ou seja, por quem decide ou comanda a instituição pública ou privada.” Figura 7 – Medidas para evitar futuros atos fraudulentos Fonte: http://www.kpmg.com.br/publicacoes/forensic/Fraudes_2009_port.pdf De acordo com o relatório da pesquisa acima, de 2009, da Fraude no Brasil, realizada pela KPMG Forensic, a melhoria dos controles internos é a melhor alternativa para evitar futuros atos fraudulentos. Podemos destacar, também, que o aumento de recursos no departamento de revisão/auditoria interna tem seu destaque nessa pesquisa, com 24% dos entrevistados citando essa medida como um ato importante para evitar futuras fraudes, o que mostra a importância da auditoria interna nas grandes empresas. Ainda de acordo com a pesquisa da Fraude no Brasil de 2009, foi observado que as fraudes foram detectadas, em sua maioria, por controles internos. Ou seja, pela auditoria interna, entre outros aspectos envolvidos. Segue abaixo, na figura, os gráficos que comprovam essa informação: FIGURA 8 – COMO AS FRAUDES FORAM DETECTADAS Fonte: http://www.kpmg.com.br/publicacoes/forensic/Fraudes_2009_port.pdf Os controles internos, de acordo com as empresas pesquisadas, foram a principal via de descobrimento das fraudes que vinham ocorrendo. Como já se sabe, a auditoria interna faz parte dos controles internos, o que comprova o impacto dela na detecção dessas fraudes, pois, é através do trabalho do auditor interno que se checa, com exatidão, os documentos importantes da gestão da empresa que podem estar sofrendo algum tipo de fraude. De acordo com Gonçalves (1968, p. 37 e 44), “a verdade é uma só, mas as falsidades dela são numerosas. Variam com as vantagens ilícitas pretendidas, com as resistências ou vigilâncias, com os recursos intelectuais do fraudador”. Dessa forma, o autor explica o motivo das fraudes acontecerem de forma ilimitada e variante de acordo com as épocas. A linha de raciocínio de Gonçalves é importante, pois ressalta o que estamos observando nesse capitulo. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio do estudo aqui realizado, foi possível constatar que a auditoria interna é de fato um importante aliado não só para a prevenção de fraudes dentro da empresa, mas também como uma excelente ferramenta de gestão voltada para a qualidade e melhoria continua. Sendo assim, é bom ressaltar que a qualidade dos serviços de auditoria, atualmente, muito se deve ao fato da normatização e avanço tecnológico, que tornou possível a padronização desse universo, trazendo um novo modo de elaborar os trabalhos de auditoria, tornando-os mais práticos, rápidos e eficazes para os profissionais da área. Além desse aspecto, o meio empresarial vê com bons olhos o uso da auditoria interna, pela praticidade e facilidade do controle gerencial, que mostra que é possível utiliza-la em larga escala e com menos gasto, tendo mais benefícios para a empresa. Assim, por meio dos estudos aqui feitos, pode-se perceber a evidência benéfica do uso das técnicas e ferramentas de auditoria, aliadas as tecnologia que permitiu aos profissionais auditores alcançar uma boa resolução para os problemas existentes nesse ramo, com a excelência e precisão almejadas no exercício de sua função. Por fim, ressalta-se a importância do tema para a área de auditoria e espera-se que esse tema influencie outras pesquisas na área sobre a mesma temática, criando assim uma maior consciência de importância destes assuntos, relacionados ao uso e valorização da auditoria interna como uma ferramenta de gestão e controle anti-fraudes. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS AUDIBRA - INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL. Procedimentos de auditoria interna - Organização básica. São Paulo: Biblioteca Técnica de Auditoria Interna, 1992. ATTIE, William. Auditoria Conceitos e Aplicações. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2000.______Auditoria Interna. 1. Ed. São Paulo: Atlas, 1987. 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