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APREDIZAGEM E CONTROLE MOTOR richard maguill

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Prévia do material em texto

Sobral/2016
APRENDIZAGEM E 
CONTROLE MOTOR
Sheila Moreira Alves
Stela Lopes Soares
Lilian de Vasconcelos Carneiro Aguiar
Márcio Aguiar Penha
Aprendizagem e Controle Motor 5
INTA - Instituto Superior de Teologia Aplicada
PRODIPE - Pró-Diretoria de Inovação Pedagógica
Diretor-Presidente das Faculdades INTA 
Dr. Oscar Rodrigues Júnior 
Pró-Diretor de Inovação Pedagógica 
Prof. PHD João José Saraiva da Fonseca 
Coordenadora Pedagógica e de Avaliação 
Profª. Sonia Henrique Pereira da Fonseca 
Professores Conteudistas
Sheila Moreira Alves
Stela Lopes Soares
Lilian de Vasconcelos Carneiro Aguiar
Márcio Aguiar Penha
Assessoria Pedagógica 
Sonia Henrique Pereira da Fonseca 
Transposição Didática
Adriana Pinto Martins
Cileya de Fátima Neves Moreira
Evaneide Dourado Martins 
Design Instrucional
Sonia Henrique Pereira da Fonseca
Revisora de Português 
Neudiane Moreira Félix
Revisora Crítica/Analista de Qualidade 
Anaisa Alves de Moura
Diagramadores
Fábio de Sousa Fernandes
Fernando Estevam Leal
Diagramador Web 
Luiz Henrique Barbosa Lima
Produção Audiovisual
Francisco Sidney Souza de Almeida (Editor)
Operador de Câmera 
José Antônio Castro Braga
Pesquisadora Infográfica
Anacléa de Araújo Bernardo 
Sumário
1
2
3
Palavra do Professor-autor ................................................................................... 09
Sobre os autores ..................................................................................................... 11
Ambientação ........................................................................................................... 13
Trocando ideias com os autores ........................................................................... 15
Problematizando ... ................................................................................................ 19
APRENDIZAGEM E CONTROLE MOTOR
Introdução ............................................................................................................................................24
Conceituações .....................................................................................................................................24
Histórico ................................................................................................................................................26
Fases do Desenvolvimento Motor. ..............................................................................................27 
TEORIAS E ESTÁGIOS DE APRENDIZAGEM MOTORA
Principais teorias ................................................................................................................................36
Estágios da aprendizagem motora ............................................................................................40
ASPECTOS DA APRENDIZAGEM MOTORA E 
MECANISMOS DO MOVIMENTO
Aspectos anatômicos .......................................................................................................................45
Mecanismos subjacentes a aquisição do movimento .........................................................46
Leitura Obrigatória...........................................................................................55
Revisando............................................................................................................57
Autoavaliação....................................................................................................59 
Bibliografia.........................................................................................................61
Bibliografia Web...............................................................................................63
Aprendizagem e Controle Motor 9
Palavra do Professor
Caro estudante, 
É com satisfação que apresentamos a disciplina de Aprendizagem e Controle 
Motor do curso de Educação Física. Durante o estudo dessa disciplina, você terá a 
possibilidade de compreender os principais conceitos, as etapas de desenvolvimen-
to motor pelas quais o ser humano vai passando, as principais teorias, os estágios 
de aprendizagem, dentre outros assuntos sobre Aprendizagem e Controle Motor.
Pensando em fornecer uma visão geral sobre o assunto a ser estudado, elabo-
ramos este material para estimular seu raciocínio, seu espírito crítico e sua preocu-
pação com as questões relativas à aprendizagem e controle motor do ser humano, 
desde o nascimento até a fase da adolescência. Utilizamos uma linguagem clara 
e acessível, dosando o aprofundamento científico pertinente e compatível com as 
propostas curriculares estabelecidas para sua formação como Educador Físico. 
Nosso engajamento em oferecer-lhe um excelente material de estudo foi mui-
to relevante. Almejamos que o material didático possibilite a compreensão dos con-
teúdos, resultando em uma aprendizagem prática e significativa.
 
 Os autores
Aprendizagem e Controle Motor 11
Sobre os Autores
Sheila Moreira Alves. Mestre em Ciências da Saúde pela Uni-
ver¬sidade Federal do Ceará (UFC). Graduada em Educação Física (li-
cenciatura) pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Graduanda 
em Educação Física (bacharelado) pelo Centro Universitário Claretiano. 
Professora do Curso de Educação Física (EAD) e Farmácia das Faculdades 
INTA. Possui experiência nas áreas de Educação Física escolar (Esporte, 
Recreação, Dança) e Personal Trainner.
Stela Lopes Soares. Mestranda em Ensino na Saúde pela Univer-
sidade Estadual do Ceará-UECE. Graduada em Educação Física (licen-
ciatura) pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Graduada em 
Fisioterapia (Bacharelado) pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada-
-INTA. Possui especialização em Docência no Ensino na Saúde pela UFR-
GS, 2015 e em Saúde da Família pela UVA, 2015. Professora do Curso de 
Educação Física (EAD) pelo INTA. Possui experiência em Educação Física 
Escolar, Atividade Física e Saúde e Formação Docente.
Lilian de Vasconcelos Carneiro Aguiar. Pós-Graduando em Me-
todologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação 
Básica (cursando), pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. Gra-
duada em Letras Português (licenciatura) pela Universidade Federal do 
Ceará – UFC virtual / UAB – Universidade Aberta do Brasil com Pólo em 
Ubajara-Ce. Coordenadora de Projetos pela Secretaria de Esportes, Lazer 
e Juventude da Prefeitura Municipal de São Benedito-Ce. Ampla experi-
ência em Palestras, Cursos, Fóruns e Seminários na área de Educação à 
distância e Avaliações externas.
Márcio Aguiar Penha. Especialista em Educação Física Escolar 
pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Graduado em Educa-
ção Física (Licenciatura Plena) pela (UVA). Professor de Educação Física 
nos anos finais do Ensino Fundamental. Coordenador de Projetos pela 
Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude pela Prefeitura Municipal de 
São Benedito-Ce. Ampla experiência em Palestras, Cursos, Fóruns e Se-
minários na área de Educação Física Escolar e Avaliações externas.
aAMBIENTAÇÃO À DISCIPLINAEste ícone indica que você deverá ler o texto para ter uma visão panorâmica sobre o conteúdo da disciplina.
Aprendizagem e Controle Motor 13
Seja bem-vindo estudante!
O estudo e o conhecimento sobre Aprendizagem e Controle Motor são fundamentais, 
principalmente para todos os estudantes e profissionais das áreas pedagógicas e da saúde, 
sendo indispensável para um bom exercício da profissão. 
A disciplina aborda um conteúdo básico, didaticamente elaborado de maneira obje-
tiva e sistemática. Um dos objetivos centrais da concepção desse material é fornecer uma 
visão geral sobre o assunto a ser estudado, preparando o leitor para compreender as cor-
relações dos sistemas e conhecer todos os aspectos relevantes sobre a aprendizagem e 
controle motor. 
O material didático trata-se de um conteúdo de apoio que, para os que buscam um 
aprendizado mais aprofundado em relação à complexidade do assunto, torna-se necessário 
a leitura dos livros sugeridos no decorrer do estudo do material.Indicamos para esse momento inicial o livro Anatomia Humana Básica. A obra abor-
da discussões que se destacam pela riqueza de detalhes e por um texto extremamente 
didático, proporcionando ao leitor vários recursos visuais para ensino e aprendizagem do 
assunto.
Bons estudos!
tiTROCANDO IDEIASCOM OS AUTORESA intenção é que seja feita a leitura das obras indicadas pelos(as) professores(as) autores(as), numa tentativa de dialogar com os teóricos sobre o assunto. 
Aprendizagem e Controle Motor 15
Agora é o momento em que você vai trocar ideias com os autores das obras 
indicadas. 
 Sugerimos a leitura do livro, Avaliação Motora em Educação 
Física Adaptada: Teste Ktk, onde procura reunir informações a 
respeito do teste de coordenação motora, construção do 
equipamento, formas de análises além de um referencial teórico 
sobre o assunto. A partir desta obra, o profissional terá 
condições de entender os princípios que permeiam a técnica 
de avaliação da coordenação motora para pessoas com 
deficiência intelectual. Além de manter a originalidade do teste 
ktk, este livro apresenta equações generalizadas para a predição 
do quociente motor de crianças e adolescentes com deficiência intelectual. Este livro 
é uma importante ferramenta de avaliação motora para auxiliar os profissionais da 
área de Educação Física e principalmente aqueles que já atuam o que certamente 
contribuirá para o planejamento das atividades com mais critério.
GORLA, José Irineu; ARAÚJO, Paulo Ferreira; RODRIGUES, José Luiz. Avaliação 
motora em educação física adaptada: teste ktk, editora: PHORTE, 2° ed, 2009.
 Propomos também o livro Aprendizagem e Performance 
Motora: uma abordagem baseada na situação. O autor 
oferece a oportunidade de entender como os seres humanos 
utilizam as habilidades necessárias ao movimento. A obra 
inclui oportunidades para ‘aprender praticando’. Os 
princípios da aprendizagem e performance motora são 
aplicados numa variedade de contextos, incluindo ensino, 
treinamento, reabilitação e ergonomia.
WRISBERG, Craig A.; SCHMIDT, Richard A. Aprendizagem e Performance Motora: 
uma abordagem da aprendizagem baseada na situação. 4. ed. Porto Alegre, RS: 
Artmed, 2010. 
Aprendizagem e Controle Motor16
GUIA DE ESTUDOGUIA DE ESTUDO
Após a leitura destas importantes obras, sugerimos a realização de uma resenha 
crítica sobre um dos livros apontados. Aproveite também para compartilhar a 
mesma no ambiente virtual.
Aprendizagem e Controle Motor 17
PLPROBLEMATIZANDOÉ apresentada uma situação problema onde será feito um texto expondo uma solução para o problema abordado, articulando a teoria e a prática profi ssional.
Aprendizagem e Controle Motor 19
A aprendizagem motora é entendida como as alterações no interior do corpo que 
motivam à competência da pessoa na produção de uma ação. Vale salientar que o grau 
de aprendizagem motora do indivíduo evolui com o treino e é, induzido pela análise 
de níveis seguros da performance motora do sujeito. Como por exemplo, quando um 
sujeito caminha, salta, lança uma bola, toca piano, chuta uma bola ou ainda dança. Com 
essa atividade, o mesmo estará realizando uma ou mais habilidades motoras. Assim, a 
aprendizagem inicial é diferenciada por práticas do indivíduo de obter um conceito do 
movimento ou perceber o modelo de coordenação.
Deste modo, não é aceitável que aconteça a aprendizagem de fato, caso o que 
se almeja obter, não tenha passado pela vivência pessoal do aprendiz. Por este feito, 
a aprendizagem adota um caráter pessoal, de forma singularizada e individual, se 
tornando, intransferível, isto é, a aprendizagem motora não passa de um indivíduo para 
outro e ninguém pode aprender se não for por si próprio.
Por isso, o professor de Educação Física durante suas vivências práticas pode 
encontrar estudantes adultos, com inúmeras falhas, não tendo aprendido vários 
repertórios motores que precisariam ter sido vivenciados em fases anteriores. Assim, 
questiona-se, por qual motivo, os indivíduos adultos possuem mais dificuldade na 
aprendizagem motora em relação às crianças? 
Para responder este questionamento, devemos refletir que o processo de 
aquisição de habilidades surge em virtude das interações entre fatores ambientais e 
biológicos. E a infância pode ser considerada uma fase determinante para esse processo, 
primeiro devido ao ritmo acelerado de alterações biológicas, mas também pela alta 
capacidade de adequação aos estímulos ambientais. É possível que a quantidade e a 
qualidade dos estímulos presentes nessa fase infiram diretamente o desenvolvimento 
em idades posteriores. 
Na adolescência, o ritmo de maturação biológica, concomitante com as vivências 
anteriores, culmina em uma grande diversificação no desempenho motor. Essas 
alterações ocorrem por intermédio do amadurecimento dos diversos sistemas, desde 
os primeiros anos de vida até a fase adulta, por volta dos 25 anos. Posteriormente, em 
fases mais avançadas, os mesmos sistemas iniciam um declínio no efeito das funções, 
sendo acentuada com a chegada da terceira idade. Percebe-se, dessa maneira, que a 
idade é capaz de influenciar na aprendizagem motora.
Joana
Realce
Joana
Realce
Joana
Realce
Aprendizagem e Controle Motor20
GUIA DE ESTUDOGUIA DE ESTUDO
Baseado no texto acima, sugerimos que faça uma refl exão a partir do 
questionamento: Por qual motivo, os indivíduos adultos possuem mais 
difi culdades na aprendizagem motora em relação às crianças Compartilhe sua 
refl exão no ambiente virtual.
Aprendizagem e Controle Motor 21
ApAPRENDENDO A PENSARO estudante deverá analisar o tema da disciplina em estudo a partir das ideias organizadas pelos professores autores do material didático.
Aprendizagem e Controle Motor 23
1
APRENDIZAGEM E CONTROLE 
MOTOR
CONHECIMENTOS
Compreender os principais termos relacionados à área estabelecendo relações 
entre eles com o campo de estudo da Educação Física.
HABILIDADES
Identifi car as fases e os estágios do desenvolvimento motor nas atividades 
práticas.
ATITUDES
Valorizar as aplicações adequadas dos termos nas diferentes situações propostas 
em aula.
Aprendizagem e Controle Motor24
Introdução
Como área de estudo, a Aprendizagem Motora (AM) é entendida como um 
conjunto de processos cognitivos e motores que estão associados à experiência e 
à prática, que resultam em mudanças relativamente definitivas no comportamento 
motor, ou seja, esta área procura explicar o que acontece com o indivíduo quando 
passa, por exemplo, de um estado em que não sabia andar de bicicleta para um 
estado em que o faz com muita proficiência. 
Conceituações
Vejamos alguns termos imprescindíveis da Aprendizagem e Controle Motor: 
Aprendizagem Motora, Desempenho Motor, Movimento, Habilidade Motora, 
Habilidade Motora Grossa, Habilidade Motora Fina, Controle Motor. 
Aprendizagem Motora
 
 Relaciona-se aos processos e mecanismos envolvidos na aquisição de 
habilidades motoras e os fatores que a influenciam, ou seja, como o indivíduo se 
torna eficiente na execução de movimentos para alcançar uma meta desejada, com a 
prática e a experiência. Assim, a aprendizagem motora pode ser definida como uma 
mudança no estado interno do indivíduo, entendida a partir da melhora permanente 
ou não, no desempenho motor como resultado da prática.
Desempenho Motor
 
 Refere-se à capacidade de realização de tarefas motoras, que agrupam 
componentes da aptidão física relacionados à saúde (força muscular, resistência 
muscular, resistência aeróbica, flexibilidade articular e composição corporal) e ao 
desempenho (velocidade de movimento, agilidade, coordenação, equilíbrio e 
energia) (MAGILL, 1984).
Joana
Realce
Aprendizagem e Controle Motor 25
Movimento
 
 Trata-se da capacidade de deslocamento e/ou comportamento de um membro 
específico ou de uma combinação de membros. São partes que compõem as habilidades. 
(Ex.: deslocar-se em diferentes direções e superfícies).
Habilidade Motora 
Tarefa com finalidade específica que exigemovimentos voluntários do corpo 
e/ou membros para alcançar um objetivo (ex.: correr, lançar bola, tocar piano, dançar, 
etc) (MAGILL, 2000). De acordo com a definição dada por Schmidt (1988), habilidade 
motora é o movimento voluntário realizado de forma a atingir uma meta com máxima 
certeza e o mínimo de esforço e tempo.
Habilidade Motora Grossa 
São habilidades motoras fundamentais que utilizam um grupo muscular maior 
para que haja uma produção de ação ou ações, que necessitem de uma menor precisão 
na execução dos movimentos (ex.: caminhar, pular, saltar, arremessar, etc.).
Habilidade Motora Fina 
Requer maior controle de músculos menores, principalmente os envolvidos na 
coordenação das mãos e dos olhos, pois esses movimentos necessitam de um alto grau 
de precisão (ex.: desenhar utilizando as mãos de maneira livre, a técnica da digitação, 
o ato de pintar, costurar, e o fino movimento de abotoar, etc.).
Controle Motor
Reporta-se sobre como os movimentos são produzidos e controlados, dando 
ênfase na relação entre o Sistema Nervoso Central e a coordenação de músculos e 
articulações, facilitando os movimentos e proporcionando informações sensoriais do 
meio ambiente e do próprio corpo, que são utilizadas na coordenação e controle dos 
mesmos.
Aprendizagem e Controle Motor26
Histórico
Os primeiros estudos sobre aprendizagem motora deu-se no final do 
século XIX, a partir da Psicologia. Destacam-se as pesquisas realizadas por Bryan 
e Harter (1897), sobre a aquisição de habilidades no manuseio do código Morse, e 
Woodsworth (1899), sobre a relação entre velocidade e precisão em movimentos 
manuais. Outro pesquisador de evidência foi Franklin M. Henry, um Phd em 
psicologia experimental, que realizava suas pesquisas na Universidade de Califórnia, 
em Berkeley, e trabalhava no departamento de Educação Física. Henry (1964) foi 
considerado o pai da pesquisa em habilidades motoras, pois introduziu uma nova 
tradição de experimentação laboratorial no campo de habilidades motoras. Suas 
pesquisas estavam voltadas, principalmente, para habilidades motoras amplas, que 
agrupavam ações de todo o corpo, como por exemplo, as tarefas vistas em campos 
de jogos e em ginásios. 
Nas décadas de 1970 e 1980 surgiram diversos discípulos de Henry (1964), 
tais como Dick Schmidt e Craig Wrisberg, visto que a influência direta e indireta de 
Henry no campo da Educação Física e da Cinesiologia estava disseminada, fato que 
contribuiu para que ele fosse intitulado como o pai da pesquisa em habilidades 
motoras. 
Atualmente, entre os estudos realizados, algumas problemáticas têm sido 
enfatizadas, como os mecanismos responsáveis pela produção de movimento, os 
processos subjacentes as mudanças no comportamento motor, provenientes da 
prática (processo de aquisição de habilidades motoras) e a influência de fatores, 
além do estudo das mudanças que ocorrem no comportamento motor de um 
indivíduo ao longo do seu ciclo de vida. É pertinente ressaltar que cada uma dessas 
problemáticas são objetos de estudo de diferentes campos de investigação, visto 
que, esta área do conhecimento é considerada multidisciplinar, pois reúne saberes 
e métodos de diversas ciências, tais como, a Educação Física, a Neurofisiologia, a 
Neurociência Cognitiva, a Biomecânica, a Psicologia Experimental e a Bioengenharia.
Aprendizagem e Controle Motor 27
Fases do Desenvolvimento Motor
 Seja na realização de atividades diárias ou na execução de performances de 
alto nível, nosso corpo é regido pelos movimentos, que podem ser involuntários 
ou voluntários. Os movimentos voluntários estão relacionados a habilidade motora 
inerente a cada indivíduo. Portanto, através da prática, o ser humano, seleciona os 
movimentos que irá realizar levando em conta principalmente sua idade e maturação 
motora. 
Vale ressaltar que, a aquisição de uma habilidade não depende da instrução ou 
iniciação precoce, mas correlaciona-se com a prática e aprendizagem no momento 
oportuno (período crítico). O conceito de período crítico em aprendizagem está 
baseado na noção de que certos períodos, durante o crescimento e desenvolvimento, 
são ótimos para infl uenciar o comportamento e promover a aprendizagem, visto 
que, este é determinado pela idade cronológica e ainda pelo estado maturacional 
do sistema nervoso central.
Estudos realizados por Gallahue (2005) observou-se que o desenvolvimento 
motor se divide em quatro fases que seguem a uma sequência, tendo como referência 
o avanço da idade cronológica. Para um profi ssional que trabalha com indivíduos 
em formação é necessário e indispensável à compreensão desses estágios ou fases, 
pois a partir desses conhecimentos adquiridos, o mesmo pode perceber melhor 
o processo de desenvolvimento que o ser humano sofre durante sua formação, 
facilitando assim, a realização de uma avaliação mais acertada dos estudantes.
Você conhece as etapas do desenvolvimento motor? Para você entender melhor, 
vamos aprender no próximo tópico essas fases bem como a sua importância.
Aprendizagem e Controle Motor28
 Veja a fi gura abaixo:
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=ampulheta+de+gallahue&sa
Fase motora refl exiva
Inicia-se ainda no útero, aproximadamente, na décima oitava semana de 
gestação e encerra-se até o décimo segundo mês de idade. Os movimentos refl exos 
são involuntários, preparando o indivíduo para as fases do desenvolvimento motor. 
O interessante é que os bebês conseguem adquirir informações sobre o ambiente 
a partir da atividade de refl exos, esses movimentos involuntários são de suma 
importância na sobrevivência da criança.
Agora você terá a oportunidade de entender os estágios que fazem parte da fase 
motora refl exiva.
Aprendizagem e Controle Motor 29
Estágio de codificação de informações (Nascimento – 4 meses):
Nesse estágio, as atividades motoras são involuntárias e servem de canais 
primários, possibilitando ao bebê desenvolver a capacidade de agrupar informações, 
como a busca de alimento e encontrar proteção durante o movimento.
Estágio de decodificação de informações (4 meses a 1 ano):
Nesse período, há uma gradual inibição de muitos reflexos, ou seja, o 
desenvolvimento do controle voluntário dos movimentos.
 
Fase motora rudimentar
 As primeiras formas de movimentos voluntários são rudimentares, fator 
percebido ao se observar os bebês, desde o momento do nascimento até, por 
volta dos dois anos de idade. Sendo que o “aparecimento” destes movimentos 
pode mudar de criança para criança e dependem de fatores biológicos, 
ambientais e da tarefa executada. Veja agora os estágios da referida fase. 
Estágio de inibição de reflexos (nascimento – 1 ano):
 Inicia-se no nascimento, onde os reflexos dominam o repertório de 
movimentos do bebê, fazendo com que os reflexos primitivos e posturais sejam 
substituídos por comportamentos motores voluntários. Porém, os movimentos, 
embora com objetivos, são descontrolados e grosseiros.
Estágio de pré-controle (entre 1 e 2 anos):
Com um ano de idade, as crianças entram no estágio muito importante para 
o seu desenvolvimento, pois é nessa fase que buscam aprimorar e controlar os 
movimentos realizados. Nesse período, as crianças conseguem aprender e manter 
seu equilíbrio ao manusear objetos e a se movimentar pelo ambiente com um nível 
aceitável de proficiência e controle, levando em conta o curto espaço que tiveram 
para desenvolver essas habilidades.
Aprendizagem e Controle Motor30
A fase dos movimentos fundamentais e básicos
Pode ser caracterizada pelo surgimento de muitos padrões fundamentais 
de movimento, tais como: correr, saltar, arremessar, chutar, receber, entre 
outros. Essa fase do desenvolvimento motor é um período em que as crianças 
se encontram bastante ativas e envolvidas na busca pelas respostas sobre a sua 
capacidade de movimentar-se. Contudo, isso só é possível através da exploração 
e da experimentação das capacidades motoras de seus corpos, visto que, um erro 
bastante observado é a visão de que essashabilidades são determinadas somente 
através do processo maturacional, sofrendo pouca infl uência das tarefas práticas e 
dos fatores ambientais. Embora o amadurecimento esteja diretamente ligado ao 
desempenho básico no desenvolvimento de padrões de movimentos fundamentais, 
não deve ser considerado como a única infl uência. 
Além disso, as condições do local onde o indivíduo se encontra desempenham 
um papel de fundamental importância ao atingir o ápice do desenvolvimento.
Estágio inicial (2-3 anos):
Nessa fase são observadas e registradas as primeiras tentativas orientadas 
para que a criança consiga alcançar o objetivo de desempenhar uma habilidade 
fundamental. É interessante observar que algumas crianças podem desenvolver um 
nível maior no desempenho de alguns padrões de movimento, mas de modo geral, 
a maioria está no estágio inicial.
Estágio elementar (4-5 anos):
Nesse período, ocorre a melhoria das habilidades fundamentais do movimento, 
pois ocorre um controle mais efi ciente e a visível melhora na coordenação rítmica 
desses movimentos. Aprimora-se a organização dos elementos temporais e espaciais 
Neste momento você terá a oportunidade de compreender os estágios dessa fase.
Aprendizagem e Controle Motor 31
do movimento, mas é muito importante que se observe os padrões de movimento 
nesse estágio, pois, os mesmos são geralmente vistos e realizados de forma restrita 
ou exacerbada, embora com um nível de coordenação mais expressiva.
Estágio maduro (6-7 anos):
Esse é caracterizado pelo desempenho mecanicamente efi ciente, coordenado 
e controlado. As habilidades manipulativas que requerem acompanhamento e 
interceptação de objetos em movimento (apanhar, derrubar, rebater) desenvolvem-se 
um pouco mais tarde devido as exigências visuais e motoras que se apresentam com um 
grau mais sofi sticado dessas tarefas. Embora algumas crianças consigam desenvolver e 
chegar ao estágio maduro, através da maturação existe uma preocupação, pois a grande 
maioria necessita de oportunidades para vivenciar a prática, o estímulo, a instrução 
correta e direcionada, envolvendo um ambiente que proporcione o aprendizado. 
A fase dos movimentos especializados
Relaciona-se com a etapa de aprimoramento dos movimentos 
fundamentais, que passam por um processo de refi namento, de forma combinada 
e elaborada. São tipicamente dominados no fi nal da infância. O movimento 
passa a ser um instrumento que pode ser aplicado a muitas atividades motoras 
complexas, presentes no cotidiano dos indivíduos, na atividade recreativa e nos 
objetivos esportivos. Nessa fase, as habilidades fundamentais são gradativas e 
progressivamente refi nadas, unidas e elaboradas para o uso em situações de 
crescente exigência. Os movimentos fundamentais de saltar em um pé só e 
pular, por exemplo, podem agora ser aplicados de uma maneira mais complexa.
•	 Estágio transitório (7-10 anos):
Nesse período, o indivíduo consegue associar, combinar e aplicar habilidades 
motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas no esporte. 
Essa associação de movimentos, planejada no córtex pré-frontal torna-se cada vez 
Você conhece os estágios dessa fase? Ela é composta por estágios como: transitório, 
estágio de aplicação e estágio de aplicação permanente.
Aprendizagem e Controle Motor32
mais refinada pela prática e amadurecimento das áreas corticais, processo que 
possibilita uma aprendizagem motora mais eficiente. (KOLB e WHISHAW, 2002). Já as 
habilidades transitórias podem ser entendidas como simples aplicações de padrões 
de movimentos fundamentais, sendo realizadas de forma específica e complexa. 
Estágio de aplicação (11-13 anos):
Nesse estágio, os indivíduos começam a buscar a participação em atividades 
específicas. Observa-se uma crescente forma, na habilidade, na precisão e nos fatores 
quantitativos do desempenho motor. É nesse estágio que ocorre a exploração 
das habilidades mais complexas que serão aplicadas em atividades avançadas, 
fortalecendo as ações de liderança e a participação em esportes que exigem uma 
precisão nos movimentos.
Estágio de utilização permanente (a partir dos 14 anos): 
Representa o ápice do processo de desenvolvimento motor, sendo marcado 
pelo uso da diversidade de movimentos adquiridos pelo indivíduo ao longo da vida. 
Contudo, ao se pensar em conteúdo para as aulas de um determinado esporte, 
principalmente para as crianças, torna-se imprescindível que o profissional tenha 
as informações necessárias sobre a fase de desenvolvimento em que as mesmas 
se encontram, bem como o estímulo para que elas consigam atingir o estágio, 
lembrando que cada indivíduo se desenvolve em diferentes ritmos.
Destaca-se ainda, que esta divisão realizada para ordenar o desenvolvimento 
motor, não pode ser entendida como uma medida rígida, pois a mudança de 
um estágio para outro, depende de muitos fatores, já que o ser humano tem seu 
desenvolvimento em diferentes ritmos, dependendo de suas próprias características 
e das experiências vividas.
Para um profissional que trabalha com indivíduos em formação é necessário 
e indispensável a compreensão desses estágios ou fases, pois a partir desses 
conhecimentos adquiridos, o mesmo pode perceber melhor o processo de 
desenvolvimento que o ser humano sofre durante sua formação. Facilitando assim, 
a realização de uma avaliação mais acertada dos estudantes.
Aprendizagem e Controle Motor 33
Dessa forma, devem-se aproximar as atividades empregadas da realidade 
física do educando, a fim de tornar as aulas mais adequadas às necessidades de 
cada fase, proporcionando momentos mais prazerosos ou mesmo atender às 
especificidades de cada estudante. Podemos citar como exemplo, um estudante que 
tem entre 8 e 10 anos de idade, nessa fase ele geralmente se encontra em um período 
de combinação de habilidades motoras básicas, por isso, é muito importante que 
seja oferecido a oportunidade de vivenciar uma vasta variedade de movimentos, o 
que não impede que a especialização desse jovem ocorra em uma única habilidade.
A partir das informações supracitadas, o professor poderá elencar 
que atividades deverão ser propostas para que ocorra a aprendizagem e o 
aperfeiçoamento das ações motoras em cada faixa etária. Dessa forma, se torna 
indispensável conhecer também as principais teorias de aprendizagem na área do 
comportamento motor.
Aprendizagem e Controle Motor34
Aprendizagem e Controle Motor 35
2
TEORIAS E ESTÁGIOS DE 
APRENDIZAGEM MOTORA 
CONHECIMENTOS
Compreender as principais teorias e estágios relacionados 
à aprendizagem motora.
HABILIDADES
Identifi car as fases e os estágios do desenvolvimento motor nas 
atividades práticas.
ATITUDES
 Destacar as aplicações adequadas dos termos nas diferentes situações 
propostas em aula.
Aprendizagem e Controle Motor36
Principais teorias
 O aprendizado dos indivíduos é explicado por diversas teorias, que possuem 
diferentes padrões existentes sobre o processo do desenvolvimento humano. 
Para explicação das teorias de aprendizagem, alguns autores como Fitts e Posner 
(1967) entendem que estas, devem estar atreladas aos estágios submergidos na 
aprendizagem de uma nova habilidade. Vejamos estes estágios:
 O aprendiz: compreende o objetivo da tarefa, desenvolvendo estratégias que 
possam ser utilizadas para executá-la e determinar como a tarefa deve ser avaliada. 
Esse estágio da aprendizagem é chamado de estágio cognitivo, pois exigem grandes 
níveis de atividade cognitiva como é o caso da atenção.
O associativo: o indivíduo já selecionou a melhor estratégia para a tarefa 
e começa a refinar a habilidade. Aqui, a concentração está mais virada para o 
aperfeiçoamento de um determinado padrão. 
O autônomo: os autores Fitts e Posner (1967) definem-no pelo automatismo 
da habilidade e pelo baixo grau de atenção que é exigido para o seu desempenho. O 
indivíduo pode dar mais atenção a diversos aspectos da habilidade, como procurar 
no ambiente, obstáculos que possam impedir o desempenho,ou conversar com 
uma pessoa enquanto realiza uma tarefa.
Apesar dessas teorias, existem outros estudos que afirmam que o processo 
de aprendizagem foi ampliado da forma encontrada atualmente, a partir das ideias 
de Jean Piaget e Lev Vygotsky. Esta, conhecida como Epistemologia Genética 
em que o foco é a vivência infantil, no período do nascimento até a juventude, 
tendo como argumento a circunstância em que o saber, é difundido quando existe 
relação do sujeito com o meio em que vive, por intermédio de subsídio já existente 
(PIAGET, 1974). Agora, nos esboços de Vygotsky se norteiam na lógica das trocas do 
indivíduo com o outro e com o ambiente no sentido de que aconteça o incremento 
sociocognitivo (VYGOTSKY, 1999).
Aprendizagem e Controle Motor 37
A Biologia e Filosofi a norteiam a teoria cognitiva de Piaget, pois esta, afi rma 
que a adequação da criança com o meio, facilita a sobrevivência no local onde 
vive, tal fato ocorre por intermédio da busca da compreensão sobre o seu local de 
convívio. Transformando a criança em alguém que almeja entender o mundo, sendo 
parte operativa do processo. Dessa maneira, o que a criança tem de conhecimento 
sobre as pessoas, eventos, situações e objetos, entre outras coisas, é crucial para se 
entender sobre o processo de aprendizagem humana. 
Deste modo, facilita para que o homem tenha estrutura e compreenda o 
mundo. E assim, no processo de aquisição de habilidades motoras, a demonstração 
de um movimento, exercício ou atividade, é envolvente como uma das formas 
de fornecer instrução antecipada à execução da habilidade motora e tem sido 
reconhecida como essencial fonte de informação, já que possibilita ao aprendiz 
a obtenção de instruções sobre a natureza da atividade a ser realizada, focando 
na informação sobre o “como fazer”. Todavia, a aprendizagem envolve processos 
cognitivos intrinsecamente relacionados à estrutura e ao funcionamento do sistema 
nervoso. 
Adams (1970), em seus estudos, aponta uma teoria denominada de sistema 
de circuito fechado, baseada em princípios que dão importância às informações 
sensoriais no controle do movimento, destacando dois tipos de memória muito 
importantes: traço de memória, utilizado na seleção e na iniciação do movimento 
e traço perceptivo, que é desenvolvido durante a prática, tornando-se referência 
(dicas) interna da exatidão (correção).
Após o movimento ser iniciado pelo traço da memória, o traço perceptivo entra 
em ação e executa um movimento, levando a possibilidade de detectar possíveis 
erros. A prática contínua de um movimento específi co leva a um fortalecimento 
do traço perceptivo. Assim, a teoria do circuito fechado indica que para o treino 
Para maiores informações leia o artigo abaixo:
Disponível em:
http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Forma%C3%A7%C3%A3o%20
Cont inuada/Art igos%20Diversos/PRINCIPAIS%20TEORIAS%20DE%20
APRENDIZAGEM%20.pdf
Aprendizagem e Controle Motor38
das habilidades motoras é de extrema importância instruir o indivíduo a insistir 
na prática de um mesmo movimento repetidamente, até que o mesmo consiga 
executar com atenção. Nessa teoria, quanto mais vezes o movimento for praticado, 
melhor será a sua aprendizagem, visto que a aquisição de uma nova habilidade de 
movimento, como pegar uma bola, por exemplo, desenvolve-se de forma gradativa 
com a prática, além do traço perceptível para o movimento, que serve de referência 
para movimentos que serão trabalhados posteriormente. Quanto mais o estudante 
praticar o movimento específico, mais forte se torna o traço perceptivo.
Outra teoria foi proposta por Schmidt (1988), denominada teoria do esquema 
da aprendizagem motora, a qual se equipara à teoria da aprendizagem do controle 
motor. No centro destas teorias, encontramos o programa motor generalizado, 
que defende as normas para criar os padrões espaciais e temporais da atividade 
muscular, para realizar determinado movimento. Segundo Schimdt (1988), após um 
indivíduo executar um movimento, ele armazena quatro aspectos na memória – as 
condições iniciais do movimento (posição do corpo, peso do objeto manipulado); 
os parâmetros utilizados no programa motor generalizado; o efeito do movimento, 
levando em conta o conhecimento dos resultados; e as consequências sensoriais 
do movimento (som, aparência e sensações que produz). Essas informações são 
adquiridas de forma abstrata e armazenadas como forma de esquema: de lembrança 
(motor) e de reconhecimento (sensorial).
O esquema de lembrança é utilizado de forma eficiente para selecionar 
informações, gerando uma resposta específica. Quando uma pessoa executa um 
determinado movimento, é interessante que o profissional esteja atento as condições 
iniciais para que o objetivo esperado no movimento, possa ser utilizado como 
informações para o esquema de lembrança. Outro ponto fundamental do esquema 
é a percepção da memória abstrata e das características específicas de respostas 
prévias, em tarefas consideradas semelhantes. Dessa forma, foi constatado que, as 
consequências e os resultados sensoriais de movimentos prévios semelhantes são 
associados com as condições iniciais correntes, criando assim, condições para que 
haja uma representação das consequências sensoriais esperadas.
 Quando se pensa em aprendizagem, devemos entender que a mesma ocorre 
através de um processo contínuo de atualização, dos complexos de reconhecimento 
e memória, onde cada movimento realizado ocorre a variação das atividades e 
Aprendizagem e Controle Motor 39
experiências práticas, proporcionando melhoras na aprendizagem motora. Schmidt 
(1988) defende a hipótese de que a aprendizagem também seria afetada pela 
variabilidade. Logo, quanto maior for a quantidade e diversificação de atividades 
práticas realizadas pelo indivíduo, melhores são as chances do programa motor ser 
eficiente.
Podemos citar como exemplo, um indivíduo destro que esteja a aprender 
um novo movimento como chutar a bola com a perna esquerda, a aprendizagem 
ideal seria se o indivíduo praticasse em diversas condições, para que ele possa 
desenvolver uma série de normas para alcançar o alvo. Ao final de um determinado 
período de tempo, ele será capaz de arranjar estratégias para chutar a bola com 
menor probabilidade de errar o alvo. 
Outro exemplo, que podemos mencionar de modo genérico é o que 
se compreende por aprendizagem e a aptidão que o indivíduo demonstra. 
Hoje, o aprendizado é entendido como dinâmico, global, individual, gradativo 
e cumulativo. No âmbito escolar, faz-se necessário que o estudante seja um ser 
ativo do conhecimento que lhe é transmitido, não somente um receptor passivo de 
informação, pois ele necessita decodificar o que lhe é ensinado e assim, absorver 
este conhecimento. 
Para este fim, Papalia, Olds, Feldman (2006) contribuem comentando 
sobre mais duas teorias da aprendizagem: a Teoria da aprendizagem social, o 
Behaviorismo e ainda atrelados a estas, o Construtivismo.
Para o Behaviorismo os comportamentos do ser humano são estudados, e a 
partir daí, a aprendizagem é ressaltada. O meio tem ação fundamental, pois o sujeito 
é produto deste. No ensino, ao se seguir as características dessa teoria, é preciso 
aprontar e arrumar as reservas de reforço que irão facilitar a obtenção dos planos e 
dos distintos tipos de condutas desejadas. Assim, a organização e o planejamento 
das cotas ficam na função do professor. As pesquisas comportamentais concentram-
se na aprendizagem associativa, em que se forma uma ligação mental entre dois 
fatos.
Em contrapeso surge a Teoria da Aprendizagem Social, caracterizada por 
considerar que crianças se adaptam às condutas sociais a partir da observação e 
Aprendizagem e Controle Motor40
repetição de padrões, isto é, o indivíduo é sujeito ativo no processo, atuando neste, 
até certo ponto, criando dessa forma o seu ambiente.
Então, a última teoria abordada pelos autores é o Construtivismo, entendido 
como o fl uxo teórico da educação que tenta explanar como a inteligênciahumana 
se amplia. Neste sentido, seus diálogos são construídos a partir de uma relação 
mútua entre indivíduo e meio.
Vale destacar que, no âmbito profi ssional do educador na sala de aula, as teorias 
apresentadas dão subsídios para que os mesmos organizem desde o planejamento 
de ensino até a estruturação da aprendizagem, auxiliando no entendimento sobre 
os objetivos operacionais e instrucionais, assim como na continuidade das vivências 
que nortearão os objetivos traçados e os reforços a serem utilizados.
Desse modo, a função do professor é valorizada. Ele pode compreender 
melhor como deve ou não motivar seus estudantes, assim como todo o processo 
pelo qual os mesmos passam.
Estágios da Aprendizagem Motora
A aprendizagem motora tem como características principais: os estágios a 
qual ela passa, os fatores como qualidade e quantidade de erros que devem ser 
levados em consideração e ainda os fatores de automatização dos componentes 
da habilidade, consistência de desempenho, autonomia de analisar e aperfeiçoar os 
próprios erros. Ela se modifi ca desde o estágio cognitivo até o estágio autônomo 
de aprendizagem. 
Para ampliar melhor seus conhecimentos sobre, A Teoria da Aprendizagem, acesse 
os links. Disponível em:
http://www.nelsonreyes.com.br/Ensino_Aprendizagem_Aulas_Mest_2015.pdf
http://www.uniriotec.br/~pimentel/disciplinas/ie2/infoeduc/aprconstrutivismo.html
Joana
Realce
Aprendizagem e Controle Motor 41
É importante destacar que, o estudo dos diversos estágios de aprendizagem 
motora é relevante, visto que, a partir da análise do comportamento motor do 
estudante, pode-se identifi car em que fase o aprendiz se encontra. 
As características físicas, o conhecimento que o indivíduo traz consigo, assim 
como suas experiências motoras, também devem ser levadas em consideração. 
Os estágios da aprendizagem são encontrados nos principais modelos 
teóricos pesquisados e propostos pelos estudiosos do comportamento motor. O 
número de estágios varia em função da ênfase dada à automatização que pode 
ocorrer como resultado da prática frequente. Numa visão geral, o comportamento 
no decorrer do processo da aprendizagem pode ser dividido em:
Inexperiente
Nesse período, são realizados movimentos descoordenados, sem muita 
efi ciência e fl uência. O estudante consegue descrever a tarefa de forma oral, mas 
não o faz de forma a descrever o movimento de maneira detalhada.
Intermediário
Após inúmeras tentativas de realizar a tarefa proposta, os movimentos que 
não são julgados necessários desaparecem. O nível do padrão motor se torna mais 
estabilizado, e as ações relacionadas ao movimento, mais coordenadas.
Avançado
Os movimentos que são realizados tornam-se cada vez mais efi cientes, 
minimizando o gasto energético e o indivíduo que executa o movimento tem a 
Como podem ser identifi cados os estágios de aprendizagem? Qual a melhor forma 
do professor de Educação Física perceber o seu estudante e que mecanismos estão 
embutidos nesse processo? 
Fique atento e faça suas refl exões!
Aprendizagem e Controle Motor42
noção clara de como alcançar o objetivo da atividade proposta. O educando executa 
os movimentos de maneira automática, de forma simples e em menos tempo, sem 
ser necessário prestar muita atenção às mesmas.
Estágio Cognitivo: exigência da atenção para tal atividade. Etapa em que a 
pessoa que está aprendendo, compreenderá o objetivo da atividade, criando 
métodos de como realizar e ainda avaliá-la.
Estágio Associativo: após a seleção do método, o sujeito inicia purifi cação da 
habilidade. Nesse momento, a concentração está mais voltada para o aprimoramento 
de um modelo.
Estágio Autônomo: os diversos aspectos da habilidade são levados em 
consideração, procura-se dessa forma, limitações na realização da atividade.
De modo geral, ponderamos que o processo de aprendizagem acontece a partir 
do domínio dos graus de liberdade excessivo. Assim, a utilização da nomenclatura 
de estágios de aprendizagem remonta a ideia de que as modifi cações são seriais. 
Entretanto, Gentile (1972) afi rma que os processos subjacentes a esses estágios 
acontecem concomitantes a este, e em diferentes tempos. Este autor refl ete sobre 
a obtenção de habilidades por meio de uma gama de processos importantes, 
inclusive a sensibilização do sujeito. Essas técnicas são controladas por distintos 
centros neuronais, proporcionando o surgimento de diferentes exemplares internos 
e, logo, causam alterações em distintas velocidades, de acordo com a carga horária 
aplicada.
Fique atento! 
Você vai conhecer a classifi cação dos estágios. 
Aprendizagem e Controle Motor 43
Aprendizagem e Controle Motor44
3
ASPECTOS DA APRENDIZAGEM 
MOTORA E MECANISMOS DO 
MOVIMENTO 
CONHECIMENTOS
Compreender os principais termos relacionados às estruturas anatômicas da 
aprendizagem motora, assim como a utilização em situações de exploração 
e orientação espaço-tempo nos mecanismos envolvidos no processo de 
aprendizagem motora.
HABILIDADES
Identifi car os movimentos das duas partes do cérebro e suas funções motoras, 
bem como os mecanismos subjacentes a aquisição do movimento nas atividades 
práticas.
ATITUDES
 Potencializar as aplicações adequadas dos termos nas diferentes situações 
propostas em aula.
Aprendizagem e Controle Motor 45
Aspectos anatômicos
 Buscando compreender como as pessoas adquirem as habilidades motoras 
e ainda como elas desenvolvem e as utilizam em várias situações como: dançar, 
dirigir, correr, dentre outras ações. Faz-se necessário compreender quais estruturas 
estão envolvidas anatomicamente no procedimento de aprendizagem motora. 
 Assim, uma das áreas do sistema nervoso que parecem participar efetivamente 
no processo de aprendizagem motora são os hemisférios cerebrais. Estudos em 
humanos indicaram um envolvimento signifi cativo do lobo frontal, incluindo a área 
motora suplementar, no aprendizado motor, sem preponderância de um ou de 
outro hemisfério. 
 Outros estudos demonstraram a ativação do córtex motor primário, 
somatossensorial e córtex pré-motor, também envolvidos na aprendizagem motora. 
Além disso, pesquisas tem evidenciado a relevância do para a aprendizagem 
motora, durante a adaptação, por trabalhar como um auxílio de comparação entre 
os movimentos exigidos e os destacados. Pois, o cerebelo prepara as sequências 
de músculos a serem contraídos para se conseguir executar um movimento fi no e 
coordenado. Pesquisas sugerem ainda que, o cerebelo contribui de forma crítica 
no processo de aquisição das habilidades motoras, provavelmente na modulação 
sináptica do impulso nervoso. Portanto, a integridade cerebelar é essencial para o 
desempenho motor efi caz, executado no tempo e espaço ideal. 
 Os núcleos da base também parecem colaborar decisivamente para o 
aprendizado motor. Os maiores achados assinalam para uma participação na 
aprendizagem de sequências de movimentos, gerando os parâmetros internos que 
dirigem os movimentos. 
Dessa forma, a base anatômica para a compreensão da coordenação do 
movimento se dá em duas partes diferentes do cérebro (o córtex e o sub-córtex), 
subdivididos funcionalmente em três tipos de funções motoras. Temos nesse sentido:
Aprendizagem e Controle Motor46
•	 Córtex é a camada mais externa do cérebro, originária na atividade motora 
arbitrária e realiza movimentos isolados. O seu caminho é o sistema piramidal 
que ajusta a atividade motora consciente. A predominância inicial dos 
estímulos sub-corticais sobre a inibição cortical recua gradativamente para 
um estado de homeostase, admitindo uma economia da atividade em função 
das necessidades do intuito principal das ações motoras periféricas.
•	 Sub-Córtex é a região em que as consequências da escassez coordenativas, 
devem ser atentadas no nível do sistema extra-piramidal, que entusiasma 
qualitativamente o movimento. As vias do sistema extra-piramidal, 
contrariamente ao sistema piramidal são multineurais na sua estrutura. O 
sistema extrapiramidal encurtaa atividade motora inconsciente (autônoma), 
como, por exemplo: a respiração e funções viscerais, bem como adéqua e 
distribui a ação do sistema piramidal.
•	 O Cérebro que é o principal órgão e centro do sistema nervoso. Lado a lado 
ao sistema extrapiramidal, é um importante núcleo funcional na perspectiva 
de uma importante diferenciação dos episódios de adaptação e coordenação, 
já que é ele, pela sua dupla ligação sensorial e motora, que ajusta e encaixa o 
delineamento dos impulsos musculares dinâmicos.
Mecanismos subjacentes a aquisição do movimento
 Existem diversas etapas e mecanismos envolvidos no processo de aquisição 
de uma nova habilidade motora. A primeira etapa consiste na identificação do 
estímulo que desencadeou o processo e envolve a decodificação dos seus diversos 
parâmetros, que são analisados pelo sistema nervoso central, onde são traduzidos 
em sinais adequados. 
 Na segunda etapa, esse estímulo, já devidamente identificado e decodificado 
é comparado com as informações prévias armazenadas na memória, buscando 
um referencial anterior para elaboração da próxima etapa, que consiste na escolha 
da resposta motora mais eficiente para aquele estímulo inicial. Após a escolha 
da resposta mais adequada, ocorre a programação dessa resposta, organizando 
Aprendizagem e Controle Motor 47
os padrões de ativação da área motora primária. Nessa etapa, a realimentação 
do processo é fundamental, permitindo novamente a comparação do modelo de 
ativação com as informações contidas na memória, aprimorando a programação da 
resposta e atualizando as informações de outros sistemas e, além da organização dos 
movimentos, ocorrem ajustes posturais e vegetativos (sistema nervoso autônomo) 
necessários para dar suporte ao movimento. 
 A última etapa é a execução do movimento, ou seja, ocorre uma resposta 
cujo papel é fundamental, pois corrige possíveis inadequações de programação, 
bem como atualiza a programação prévia as possíveis alterações do meio.
 Durante o processo e após o seu término, os mecanismos intrínsecos e 
extrínsecos correlacionados com a aprendizagem motora são fundamentais para 
a correção e a fixação da resposta. Já que os processos internos constituem a 
ferramenta fundamental que pode esclarecer a importância da repetição para as 
formas de aprendizagem implícita, e as extrínsecas podem potencializar e reforçar a 
aprendizagem. 
 Assim, se a resposta for adequada será fixada para uma eventual reativação 
frente à repetição do estímulo, e caso não seja adequada, a experiência poderá 
auxiliar uma nova resposta frente ao mesmo estímulo. Essa avaliação final dos 
resultados é a essência da aprendizagem motora.
 Entender a aprendizagem motora necessita-se a compreensão de alguns 
processos básicos como: memória, feedback, motivação, percepção, atenção, dentre 
outros. Para este fim, a seguir, abordaremos mais detalhado sobre cada um. 
Memória
É um sistema complexo. Embora sua enorme capacidade e importância 
assegura a adaptação ao meio ambiente e gere a atribuição subjetiva de significações 
às nossas vivências. A memória não tem um único lócus, pois diferentes estruturas 
cerebrais estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas 
informações adquiridas na aprendizagem.
Aprendizagem e Controle Motor48
Memória de curto prazo
Dependerá do sistema límbico, envolvido nos processos de retenção e 
consolidação de informações novas. Atualmente, supõe-se que a consolidação 
temporária da informação envolve estruturas como o hipocampo, a amígdala, o 
córtex entorrinal e o giro para-hipocampal, sendo depois transferida para as áreas 
de associação do neocórtex parietal e temporal. As vias que chegam e que saem do 
hipocampo também são importantes para o estudo da anatomia da memória. 
Memória de trabalho
Entendido como um sistema de controle de atenção, amparado por dois 
sistemas de apoio que auxiliam no armazenamento temporário e na manipulação 
das informações. O executivo central tem capacidade limitada e função de selecionar 
estratégias e planos, tendo sua atividade relacionada ao funcionamento do lobo 
frontal, que supervisiona as informações. Também o cerebelo está envolvido no 
processamento da memória operacional, atuando na catalogação e manutenção 
das sequências de eventos, o que é necessário em situações que requerem o 
ordenamento temporal de informações. 
O sistema de suporte visuo-espacial tem um componente visual, relacionado 
à região occipital e um componente espacial, relacionado às regiões do lobo 
parietal. Já no sistema fonológico, a articulação subvocal auxilia na manutenção 
da informação, lesões nos giros supramarginal e angular do hemisfério esquerdo 
geram dificuldades na memória verbal auditiva de curta duração. Esse sistema está 
relacionado à aquisição de linguagem.
Memória de longo prazo: Divide-se em duas: Memória explícita e a Memória 
implícita
Memória explícita
Depende de estruturas do lobo temporal medial (incluindo o hipocampo, 
o córtex entorrinal e o córtex para-hipocampal) e do diencéfalo. Além disso, 
o septo e os feixes de fibras que chegam do prosencéfalo basal ao hipocampo 
também parecem ter importantes funções. Embora tanto a memória episódica 
Aprendizagem e Controle Motor 49
como a semântica dependam de estruturas do lobo temporal medial, é importante 
destacar a relação dessas estruturas com outras. Por exemplo, pacientes idosos com 
disfunção dos lobos frontais têm mais dificuldades para a memória episódica do que 
para a memória semântica (memória coletiva). Já lesões no lobo parietal esquerdo 
apresentam prejuízos na memória semântica.
Memória implícita
A aprendizagem de habilidades motoras depende de aferências corticais de 
áreas sensoriais de associação para o corpo estriado ou para os núcleos da base. 
Os núcleos caudados e putâmen recebem projeções corticais e enviam-nas para 
o globo pálido e outras estruturas do sistema extra-piramidal. Constituindo uma 
conexão entre estímulo e resposta, o condicionamento das respostas da musculatura 
esquelética depende do cerebelo, enquanto o condicionamento das respostas 
emocionais depende da amígdala. Já foram descritas alterações no fluxo sanguíneo, 
aumentando o do cerebelo e reduzindo o do estriado no início do processo de 
aquisição de uma habilidade. Ao longo desse processo, o fluxo do estriado é que 
foi aumentado. O neo-estriado e o cerebelo estão envolvidos na aquisição e no 
planejamento das ações. Constituindo, então, através de conexões entre o cerebelo 
e o tálamo e entre o cerebelo e os lobos frontais, elos entre o sistema implícito e o 
explícito.
Na emissão de uma conduta podemos distinguir dois elementos: os ajustes 
neurovegetativos e o comportamento motor responsável por organizar as respostas 
pelas quais os organismos agem sobre o ambiente. Dessa maneira, definimos 
aprendizagem como o processo pelo qual os animais adquirem informação a 
respeito do meio. A memória é o processo de retenção ou armazenamento dessas 
informações. Este processo só faz sentido quando existe uma entidade que recebe, 
processa e transforma a informação, isto é, que aprende.
Feedback
No desenvolvimento da aprendizagem motora, naturalmente, alguma forma 
de feedback é essencial para que a aprendizagem ocorra. Descreveremos os tipos de 
feedback disponíveis para o executor, expondo de forma clara as suas colaborações 
Aprendizagem e Controle Motor50
para a aprendizagem motora. Feedback pode ser definido, como todas as informações 
sensoriais presentes nas atividades como resultado de um movimento. É produzido 
pela resposta, sendo normalmente dividido em duas subclasses: intrínseco e 
extrínseco (SCHMIDT, 1993).
O feedback Intrínseco
É aquele que é entendido pelo indivíduo de forma simples, chegando 
através dos vários sistemas sensoriais, sendo responsável pela produção normal do 
movimento. Inclui alguns fatores como as informações visuais, relacionadas à precisão 
ou não com que o movimento foi executado, e as informações somatosensitivas,referentes ao posicionamento dos membros no momento em que o estudante está 
executando o movimento. 
O feedback extrínseco
Tem relação direta com as informações que suplementam o feedback intrínseco. 
Por exemplo, se o professor orienta o estudante a realizar a atividade elevando 
um pouco mais a perna para sobrepor um determinado objeto enquanto caminha, 
está oferecendo um feedback extrínseco. Esse tipo de feedback pode ser oferecido 
paralelo à tarefa e ao término da mesma. Quando ocorre no final, podemos chama-
lo de feedback terminal. Um exemplo de feedback simultâneo, é informar e orientar 
de forma clara através da fala ou gestos, a forma correta do estudante realizar o 
movimento de alcançar um objeto. Um exemplo de feedback terminal, é orientar ao 
estudante que não conseguiu se erguer da cadeira na tentativa inicial, que ele deve 
arranjar um meio de impulsionar mais o corpo da próxima vez, utilizando os braços 
para criar mais força para ficar em pé. 
Percepção
Percepção é a função cerebral que nos atribui significado a estímulos 
sensoriais. A partir de históricos de vivências passadas, ela vai sendo difundida por 
diversos fatores, tais como: a seletividade perceptiva, disposição para rebater, a 
experiência prévia, o condicionamento e os fatores contemporâneos ao fenômeno 
perceptivo. Destaca-se ainda que, a seletividade perceptiva pode ser consciente e/
Aprendizagem e Controle Motor 51
ou inconsciente. A experiência prévia é um fator importante na percepção, isto é, 
alcançamos melhor algo que já conhecemos previamente. O condicionamento é 
uma experiência prévia de forma mais contínua. 
Motivação
 
A motivação age como um dos facilitadores do processo ensino-aprendizagem. 
Para que o aprendizado ocorra é de grande relevância a existência de um contexto, 
onde a criança sinta-se motivada a realizar uma atividade proposta, resultando na 
obtenção do aprendizado com prazer.
Schmidt e Wrisberg (2001) esclarecem a ideia que um indivíduo para executar 
determinada tarefa em comparação com outros executantes é necessária direção 
e intensidade do esforço. A importância da motivação em meio ao processo de 
ensino-aprendizagem é bastante elevada e pode ser considerada determinante para 
um desempenho esportivo muito elevado.
O profissional de Educação Física deve sempre pensar em como motivar o 
estudante, como proporcionar uma atividade mais interessante, como dar significado 
à prática proposta. A inserção de atividades lúdicas nas aulas é fundamental para 
manter o nível de motivação em alta. Portanto, o uso de jogos e brincadeiras são 
fator preponderante que atraem uma melhor participação das aulas.
Atenção
Atenção é a habilidade que temos de escolher e manter o controle sobre 
a entrada de informações externas em nosso cérebro para a realização de um 
determinado procedimento. Também está relacionada ao controle de informações 
geradas internamente, a chamada interpretação ou predição de um determinado 
assunto.
Influencia diretamente no processo de aquisição de habilidades motoras. O 
aprendiz deve selecionar a atividade a que se propõe e potencializar sua atenção 
para o movimento, a fim de dar eficiência ao processamento das informações. 
Aprendizagem e Controle Motor52
O profi ssional deve dar ênfase no desenvolvimento da atenção seletiva das 
crianças, pois, se as mesmas não conseguirem por completo essa atenção, sua 
performance na tarefa poderá ser prejudicada pelas inúmeras distrações ambientais. 
Vale ressaltar que, apesar da literatura comprovar o desenvolvimento 
da atenção seletiva com a idade, a individualidade tem grande infl uência nessa 
capacidade. A educação recebida em casa, os estímulos oferecidos para as crianças, 
fatores genéticos e a presença de transtornos como o défi cit de atenção podem ser 
fatores com grande infl uência no desenvolvimento da atenção seletiva.
Portanto, a partir dos conhecimentos apresentados, o profi ssional de 
Educação Física deve utilizar de forma efi ciente, as ferramentas necessárias para 
garantir que o processo de aprendizagem motora aconteça de acordo com 
as fases de desenvolvimento e maturação adequada do indivíduo. Tal fato deve 
ocorrer, para que os estudantes conheçam o verdadeiro sentido do movimento no 
desenvolvimento humano, e não apenas, reduzi-lo a um deslocamento no espaço 
e tempo, favorecendo o seu entendimento. Sugerindo atividades diferenciadas, 
coerente e com as características individuais de cada estudante. 
Com essa compreensão, talvez os valores do movimento serão realmente 
incorporados. Pretendendo considerar as limitações e as características individuais 
dos estudantes, com isso o planejamento das atividades viabilizando uma 
metodologia em ascendência é indispensável, pois as habilidades básicas são 
trabalhadas no período da educação infantil até os primeiros anos do ensino 
fundamental, utilizando-se do ensino de movimentos adequados de acordo com a 
faixa etária pretendida. De modo geral, essas habilidades básicas, adquiridas nesse 
período, facilitariam a aprendizagem futura das habilidades específi cas e até as mais 
complexas.
Leia o artigo Aprendizagem motora: tendências, perspectivas e 
aplicações. Disponível em: http://www.cpaqv.org/aprendizagem/
aprendizagemmotoratendencias.pdf
Aprendizagem e Controle Motor 53
LLEITURA OBRIGATÓRIAEste ícone apresenta uma obra indicada pelos(as) professores(as) autores(as) que será indispensável para a formação profi ssional do estudante. Le
Aprendizagem e Controle Motor 55
GUIA DE ESTUDOGUIA DE ESTUDO
Após a leitura do livro, faça uma autoanálise crítica sobre o material e em seguida 
realize uma postagem no ambiente virtual, através de participação no fórum.
 Sugerimos a leitura do livro Comportamento Moto: 
Aprendizagem e Desenvolvimento, no qual os temas 
tratados são aprofundados, com dados empíricos 
obtidos pelas pesquisas desenvolvidas no LACOM - 
Laboratório de Comportamento Motor. O livro está 
dividido em duas partes. Na primeira, encontram-se as 
proposições teóricas, as ideias e as linhas de pesquisa 
do LACOM. Na segunda parte do livro, são apresentados 
os principais desafi os de investigação atualmente 
enfrentados pela área e algumas das realizações 
concretas do LACOM, em termos de pesquisa 
experimental. Este livro está também disponível na biblioteca online https://issuu.
com/guanabarakoogan/docs/taniamostra
TANI, GO (EDIT.). Comportamento motor: aprendizagem e desenvolvimento. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 333 p. ISBN 978-85-277-0976-7 (b.
RsREVISANDOÉ uma síntese dos temas abordados com a intenção de possibilitar uma oportunidade para rever os pontos fundamentais da disciplina e avaliar a aprendizagem.
Aprendizagem e Controle Motor 57
Nesta disciplina, você pode verificar as reflexões e registros acerca da 
aprendizagem e desenvolvimento motor em que a prática ou experiência conduz a 
um ganho relativamente permanente na capacidade de desempenho.
Compreendemos assim, que aprendizagem é o centro de toda educação. 
Qualquer que seja o objetivo sempre estará ocorrendo interação entre professor e 
estudante. Essa interação dependerá da forma como o professor estrutura o local ou 
ambiente de aprendizagem. Para o professor, torna-se fundamental a compreensão 
de como a pessoa aprende os aspectos do comportamento humano, envolvidos na 
aprendizagem e ainda o ponto em que a aprendizagem é semelhante para todos os 
tipos de comportamentos, ou muito diferenciada para cada tipo de comportamento.
Assim, para determinar, didaticamente, os tipos de aprendizagem podem 
ocorrer em cada um desses domínios, não se pode esquecer que na realidade 
concreta tudo se relaciona e é inseparável.
É possível propor uma compreensão técnico-científica das teorias e estágios 
das habilidades motoras, as metodologias aplicadas para o desenvolvimento das 
atividades adequadas para cada um deles, o tipo de atividade, a frequência semanal, 
descanso entre os estímulos, aspectos relacionados a segurança dopraticante, 
enfim, todo o processo que envolve a atividade física e o desenvolvimento motor.
AvAUTOAVALIAÇÃOMomento de parar e fazer uma análise sobre o que o estudante aprendeu durante a disciplina.
Aprendizagem e Controle Motor 59
1. Dentro do contexto, cite e defina alguns conceitos imprescindíveis sobre 
Aprendizagem e Controle Motor.
2. Sobre o desenvolvimento motor, cite as principais fases relatando a 
relevante contribuição desse assunto para a Educação Física.
3. Durante o processo de aprendizagem motora, podem ser observadas, 
na performance dos indivíduos, certas distinções que caracterizam as fases da 
aprendizagem motora. Cite-as e caracterize-as:
BbBIBLIOGRAFIAIndicação de livros e sites que foram utilizados para a construção do material didático da disciplina.
Aprendizagem e Controle Motor 61
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