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Educação Especial no Brasil: Contexto Histórico

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EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: Contexto Histórico
Cristiane Lima de Amorim Silva- cristiane_amorim@ymail.com[footnoteRef:1] [1: Acadêmica do Curso de Especialização em Psicopedagogia por meio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Boa Esperança-FAFIBE, Especialista em Atendimento Educacional Especializado-AEE pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Boa Esperança-FAFIBE. Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Boa Esperança-FAFIBE e em Administração Publica pela Universidade Estadual do Maranhão-UEMA.
2 Mestre em Ensino e Pesquisa pela Universidade do Vale do Taquari-UNIVATES/RS. Graduado em Licenciatura em Filosofia e Pedagogia e Especialista em Filosofia. ] 
Frairon César Gomes Almeida-fc.cesar@hotmail.com 2
Resumo:
A educação especial ao longo de sua história sofreu significativas mudanças em sua concepção, sendo gradativamente reformulada em seus conceitos e paradigmas. Deste modo o presente artigo ocupa-se do acompanhamento histórico bem como legislativo que ampara e respalda a educação especial, apresentando uma sucinta síntese dos principais fatos históricos da educação especial no Brasil, relatando as principais fases (exclusão segregação e integração, e inclusão), demonstrando os avanços alcançados ao longo dos séculos consequente da conscientização humana e da legislação que equipara atualmente a todos em um processo igualitário e sem discriminação.
Palavras-chave: Educação Especial, Avanços, Contexto Histórico. 
Abstract:
Special education throughout its history has undergone significant changes in its conception, being gradually reformulated in its concepts and paradigms. Thus, this article deals with the historical as well as legislative accompaniment that supports and supports special education, presenting a succinct synthesis of the main historical facts of special education in Brazil, reporting the main phases (exclusion, segregation and integration, and inclusion), demonstrating the advances achieved over the centuries as a result of human awareness and legislation that currently equates everyone in an equal and non-discriminatory process.
Keywords: Special Education, Advances, Historical Context.
INTRODUÇÃO
Nas ultimas décadas a educação especial tem sido o tema central de muitas pesquisas e eventos científicos, é grande o interesse social em conhecer e entender o processo evolutivo desta temática. Visto que no decorrer da evolução humana a perspectiva social relacionada aos deficientes seja física ou mental não foram os mesmos, desde modo estas vem sofrendo alterações paralelamente a evolução humana e da própria sociedade. 
No Brasil essa discursão ganhou espaço em meados da década de 80 aonde desde então o tema vem sendo discutido, leis e decretos vêm sendo reformulados, em busca de alavancar e modificar a perspectiva social em relação aos deficientes.
Deste modo, levando-se em consideração a necessidade de conhecer o percurso da educação especial e o anseio pelo conhecimento acerca dos avanços na Educação Especial no Brasil e seu contexto Histórico, a referida pesquisa tem como objetivo acompanhar cronologicamente os acontecimentos legais que marcaram a evolução no processo educacional brasileiro voltado para a educação especial e apontar quais foram os avanços ocorrido no decorrer dos anos. Mais o que é e quando surgiu a educação especial?
Buscando responder tal pergunta e considerando o anseio pelo conhecimento do mencionado tema, iniciaram-se as leituras e interpretações dos textos/livros, onde foram realizados os apontamentos e resumos necessários para uma boa organização do trabalho.
 Esta etapa de pesquisas contribuiu para aprofundar os conhecimentos sobre o assunto investigado. Na qual a metodologia utilizada ocorreu através de pesquisa bibliográfica, por está coerente com o problema em questão, recorrendo, sobretudo a publicações de especialista no assunto, baseando-se em materiais já publicados, compostos especialmente por livros, revistas, artigos científicos, tese e por informações especializadas em sites embasadas no parecer de autores como: Mendes (2006), Santana (2010), Anjos e Silva (2012) Dechichi e Silva. (2009) e Campos e Martins (2008), além da própria legislação brasileira. O tratamento dos dados se deu de forma qualitativa, por meio de interpretações dos apontamentos dos especialistas do tema, procurando atender aos objetivos destacados inicialmente.
1 HISTORICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Para contextualizar a história da Educação Especial é necessário inicialmente entender sobre o tratamento destinado às pessoas com deficiência na antiguidade em todo o mundo, pois quando se fala hoje em educação especial é porque durante muito tempo pessoas que não enxergavam, não ouviam ou não se locomoviam era excluída socialmente. Apesar de não se ter relatos documentados de como os primeiros grupos humanos da terra se portavam diante das pessoas com deficiência, a história mostrar que nem sempre a relação social com pessoas deficientes foi cordial e sociável. Já que se por um lado há evidências arqueológicas de que no Egito antigo as pessoas com deficiência ocupava o lugar na sociedade, por outro lado na Antiguidade Clássica, na Grécia, em Antenas e na Roma Antiga as pessoas nascidas com alguma deficiência sofriam prática de abandono, negligência e de extermínio. Mesmo na Idade Média com a concepção do homem como criatura divina, oriunda do cristianismo as pessoas com necessidades especiais eram isoladas em instituições especializadas, asilos ou conventos, onde eram acolhidas como pecadoras ou como consequência de pecados. Frente a esse contexto histórico e social quando surgiram as primeiras praticas que poderiam ser correlacionadas a educação especial? 
Ao realizar uma excursão histórica é perceptível que desde a antiguidade à educação para as pessoas com deficiência foi construída com luta, lágrimas, tortura, exclusão, piedade, reparação e segregação. 
De acordo com estudos de Mendes (2006, p. 387) os primeiros relatos da história da educação especial no mundo surgem no início do Século XVI:
Com médicos e pedagogos que, desafiando os conceitos vigentes da época acreditaram nas possibilidades de indivíduos até então considerados ineducáveis. Centrados no aspecto pedagógico, numa sociedade em que a educação formal era direito de poucos, esses precursores desenvolveram seus trabalhos em bases tutoriais, sendo eles próprios os professores de seus pupilos. 
Nesta perspectiva, diversas alternativas foram desenvolvidas buscando alfabetizar e inserir esses deficientes no convívio social e no ensino regular mundial. O monge Pedro Ponce de Leon a exemplo é um destes precursores da educação especial, onde tornou-se historicamente reconhecido como o primeiro professor a ensinar língua de sinais a filhos surdos da aristocracia espanhola no Mosteiro de Valladolid em Oña em meados do século XVI.
Para além, pode ser citado como importantes nomes na historia da educação especial o abade Charles-Michel de L’épée que fundou a primeira escola pública de surdos em Paris em 1771; Louis Braille- jovem cego que no século XVIII através da adaptação de um código militar de comunicação noturna constitui depois de muitos estudos o sistema braile, nome dado em sua homenagem; Jean Marc Gaspard Itard médico francês que ficou conhecido mundialmente por ter tido a experiência na recuperação e reintegração social de Vitor de Aveyron, um menino que vivia na selva em meio aos animais no sul da França, através desta e de inúmeras experiências logo mais Itard cria instituições para ensinar crianças com deficiências sensoriais e físicas; e Maria Tecla Artemisia Montessori que desenvolveu um programa de treinamento com ênfase na autoaprendizagem para crianças com deficiência intelectual em internatos de Roma.
Podemos identificar que o acesso à educação das pessoas com deficiências foi um processo muito lento em comparação ao desenvolvimento educacional das 1demais pessoas. A educação especial apresentou uma ascensão na contemporaneidadecom a luta pela igualdade social e responsabilizando o estado, a escola e a família o dever de construir uma educação para todos.
2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
No Brasil o atendimento a pessoas com deficiências teve inicio no período imperial com a Constituição de 1824 que em seu contexto garantia o direito de todos à educação, todavia para as pessoas com deficiência à educação ainda estava no campo do assistencialismo da acolhida nas santas casas de Misericórdia, asilos e em outras instituições. 
 Deste modo nesta época surge à fundação de duas importantes instituições no estado do Rio de Janeiro, O Imperial Instituto Dos Meninos Cegos, criado em 1854 pelo decreto nº. 1.428, de 12 de setembro, hoje conhecido como Instituto Benjamin Constant IBC, onde seu projeto foi idealizado pelo jovem cego de nascimento José Álvares de Azevedo, que após estudar por seis anos na renomada Institution Imperiale des Jeunes Aveugles, em Paris volta ao Brasil com o intuito de melhorar a educação para os deficientes visuais; e o Instituto Dos Surdos-Mudos, inaugurado em 1º de janeiro de 1856, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos surdos INES, na qual teve sua data de fundação registrada de 26 de setembro do mesmo ano em virtude do dia da promulgação da lei n. 939, que concedia a subvenção anual e pensões aos alunos surdos pobres. (Brasil, 1857, p. 70). Este foi criado com a finalidade de proporcionar educação intelectual, religiosa e moral aos surdos de ambos os sexos.
Já no século XX é fundado no sul do país o primeiro Instituto Pestalozzi 1926 inspirado no trabalho e biografia do pedagogo suíço, Johann Heinrich Pestalozzi a instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; realizou em 1954 por intermédio da educadora Helena Antipoff o primeiro atendimento educacional especializado as pessoas com superdotação. Para atender esse publico ainda em 1954 surge a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais APAE, nascida no Rio de Janeiro tendo como seus idealizadores o casal americano Beatrice e George Bemis, aonde proporcionava atendimento educacional especializado às crianças excepcionais.
 Segundo Tavares (2005) apud Santana (2010 p. 8), 
 A Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (...) acabam predominando no Brasil, em virtude do despreparo da escola pública para atender as necessidades individuais dos alunos deficientes. Com apoio governamental e, sobretudo, da comunidade, estas instituições passaram difundir metodologias e materiais educacionais específicos.
Embora a iniciativa fosse apoiada pelo governo tal medida contribuiu para o afastamento das crianças deficientes das salas de aulas regulares.
 Contudo não diferente de boa parte do mundo a legislação brasileira que defende os interesses das pessoas com deficiência e sua inclusão no âmbito educacional teve seus primeiros passos apenas no final dos anos 50 e início da década de 60 do século XX. Mais especificadamente em 1961 com a Lei de Diretrizes e Bases (LDBEN) que teve um pequeno trecho dedicado aos “excepcionais” (Forma como eram tratadas as pessoas com deficiência na época) na qual afirmava que: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade” (Brasil 1961). Ainda que muito vaga essa lei se tornaria um importante passo na historia da defesa dos direitos paras deficientes em nosso país.
Após dez anos já em 1971 durante a ditadura militar é formulada a segunda Lei de Diretrizes e Bases-LDB Lei de nº 5.692 de 11 de agosto de 1971. Essa nova contendo com algumas modificações substituiria a anterior. Ela deixava claro que alunos com deficiência física ou mental que se encontrasse em atraso quanto à idade regular de matricula e também os superdotados deveriam receber tratamento diferenciado. Fator esse que não fazia da lei um modelo de inclusão, pois evidenciava o direcionamento dado a essas crianças para as escolas especiais. A mesma também ressaltava que as normas deveriam estar de acordo com as adotadas pelos conselhos de educação.
Foi a partir da década de 70 que se intensificaram as discussões sobre a educação desta população e a partir da década de 80 se iniciaram experiências mais sistematizadas com o objetivo de integrar estas pessoas ao sistema regular de ensino. Assim com o passar dos anos e a busca incessante da sociedade como também de grandes pesquisadores em 1972 a educação especial ganha o novo capitulo onde de acordo com Mendes (2010 p. 100)
Em 1972 a educação especial foi estabelecida como uma das prioridades do I Plano Setorial de Educação e Cultural (1972-1974) e foi neste contexto que surgiu em junho de 1973, o Decreto 72.425, de 3 de julho de 1973, que criou o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp), junto ao Ministério de Educação; que iria se constituir no primeiro órgão educacional do governo federal, responsável pela definição da política de educação especial.
No I Plano Nacional para a Educação Especial era nítido a propensão para o privilegio da iniciativa privada em detrimento dos serviços públicos de ensino especial.
Em 1988 depois de criada a nova constituição brasileira esta em seu artigo 208 dispôs de trata da educação básica e ressalta as obrigações do estado frente à garantia do atendimento especializado aos portadores de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino tanto no artigo 205 como 206 da mesma é levantada a afirmação de que a educação é um direito de todos assegurando também a permanência de pessoas com deficiência na mesma. 
A Constituição Federal Brasileira de 1988 traçou as linhas mestras visando à democratização da educação brasileira, e trouxe dispositivos para tentar erradicar o analfabetismo, universalizar o atendimento escolar, melhorar a qualidade do ensino, implementar a formação para o trabalho e a formação humanística, científica e tecnológica do país (MENDES 2010 p. 100)
Esta propõe a democratização da educação no país, instituindo dispositivos na tentativa de tornar universal o atendimento escolar e erradicar o analfabetismo, aprimorando a qualidade do ensino oferecido no Brasil. 
No ano de 1989 é aprovada a Lei de nº 7.853 que determina crime o preconceito bem como “dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, (...) institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, e dá outras providências”. Brasil (1989). Mas esta Lei só é regulamentada após dez anos, 1999. Logo em seguida, no ano de 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é criado sob a Lei Nº 8.069 onde assegura a prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de proteção e prevenção para famílias com crianças e adolescentes deficientes bem como o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Pois este é um direito universal, todos devem ter acesso à educação.
Em 1994 a educação especial brasileira sofre influencia externa, com a Conferência Mundial de Educação Especial que aconteceu em Salamanca, deste evento resultou em um dos mais importantes documentos voltados para a educação especial a Declaração de Salamanca que define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas políticas públicas da Educação, “defendendo o enfoque da escolarização integradora além de apoiar programas de ensino que facilitem a educação de alunos e alunas com necessidades educacionais especiais” (Brasil 2003). Diante desta declaração, a Política de Educação Especial publicada em 1994 condiciona o acesso ao Ensino Regular àqueles que possuem condições de acompanhar “os alunos ditos normais”. Já em 1996 a LDB de nº 9.394/96, é sancionada e nesta nova Lei, na qual atribui dentre tantas medidas as redes de ensino o dever de assegurar currículo, métodos, recursos e organização para atender as necessidades dos alunos. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59,preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). (BRASIL 2007 p.3) 
Esta institui ainda que é de responsabilidade do poder público, a matrícula preferencial na rede regular de ensino e atendimento especializado necessário aos deficientes. 
É valido destacar que inúmeras foram as leis e decretos criados desde a década de 80 quando a educação especial ganhou espaço e visibilidade diante da sociedade, dos quais destacou-se alguns, principais;
· Decreto nº 3.298 de 1999 que regulamenta a Lei nº 7.853/89, onde dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
· Lei nº 10.172, de 2001 – Aprova o Plano Nacional de Educação. Decreto nº 6.094/07;
· Resolução CNE/CEB nº 2 de 2001– Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica;
· Lei Nº 10.436/02 de 2002 dispõe sobre a legalidade da Língua Brasileira de Sinais - Libras
· Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos de 2006, dentre algumas metas está à inclusão de temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos escolares. 
· Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) de 2007 na qual trata sobre outras a questão da infraestrutura escolar arquitetônica e profissional. 
· Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva em 2008 que visa políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os alunos
· Resolução Nº 4 CNE/CEB de 2009, onde Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.
· Lei nº 12.764 de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
· Plano Nacional de Educação (PNE) em 2014, onde estabelece diretrizes, metas e estratégias para os próximos dez anos (2014 a 2024) da Educação brasileira. 
· Plano Nacional de Educação (PNE) em 2014, onde estabelece diretrizes, metas e estratégias para os próximos dez anos (2014 a 2024) da Educação brasileira. 
· LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
2.1 Progressos na Educação Especial no Brasil por Intermédio da Legislação Brasileira 
A educação especial ao longo do seu desenvolvimento foi envolvida por uma série de estágios nos quais os estabelecimentos de ensino encaravam de forma distinta as crianças deficientes ou com dificuldades de aprendizagem. Ainscow (2009) apud Anjos e Silva (2012 p. 3). Ao analisar cronologicamente a história da educação especial é possível identificar nitidamente quatro fases marcantes desta, todas destacadas por características relevantes.
A primeira fase identificada na era pré-cristã é conhecida como a fase da exclusão social onde a "sociedade simplesmente ignorava, rejeitava, perseguia, explorava ou eliminavam as pessoas com qualquer tipo de deficiência" Dechichi e Silva. (2009, p. 49). Essa fase é marcada pela omissão totalitária de atendimento educacional e social aos deficientes, pois estes eram vistos pela sociedade primitiva como um pensamento mágico-religioso, supersticioso e com malignidade, enxergados como uma ameaça (Campos e Martins 2008).
Logo mais este pensamento foi modificado e em meados do século XVIII início do século XIX surgiu a segunda a fase, conhecida como a fase da institucionalização/segregação, estas por alguns estudiosos são classificadas como distintas em contrapartida alguns as consideram únicas, devido à semelhança, pois "é nesta fase da história que se fundaram asilos e hospitais, onde se colocavam os deficientes numa atitude marcadamente proteccionista face a sociedade (...) com o intuito de evitar que a sociedade se confrontasse com a deficiência" Campos e Martins (2008 p. 225). Estes recebiam nestas instituições apenas alimentos e vestimentas, nenhum acompanhamento ou tratamento era oferecido aos usuários. “Pois o paradigma da institucionalização fundamentava-se na ideia de que a pessoa deficiente estaria melhor protegida e cuidada em ambiente segregado e por consequência a sociedade estaria protegida destes" (Batalha, 2009 p. 1067 apud Anjos e Silva 2012, p. 4).
Com o passar dos anos no final da década de 60 e início da década de 70 o pensamento com relação a estes indivíduos começou a mudar, onde esses não são mais visto como uma ameaça social e passam a serem integrados na sociedade e na educação, ofertando a esse direito a convivência social com os demais, surgindo assim à terceira fase, denominada integração social. 
A integração escolar retirou as crianças e os jovens em situação de deficiência das instituições de ensino especial, em defesa da sua normalização, o que lhes permitiu o usufruto de um novo espaço e novos parceiros de convívio, de socialização e de aprendizagem (a escola regular). Sanches e Teodoro (2006, p. 66):
Esta fundamenta-se na ideia de que o indivíduo deveria ser educado até o limite de sua capacidade, tendo este que adaptar-se ao contexto no qual estava inserido. Assim com o constante anseio social em busca de melhorias igualitárias aos deficientes a partir da década de 80 a fase da inclusão social começa a ganhar espaço e força no âmbito educacional, onde o individuo não deveria ser apenas integrado ao meio, ele deveria fazer parte, ser incluído. Pois a “educação inclusiva é permeada pelo princípio da igualdade que reconhece as diferenças, aceita a diversidade e trabalha na heterogeneidade.” (ANJOS E SILVA 2012, P. 14).
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O processo de evolução legislativo que cerca o cenário educacional voltado para a educação especial como visto, foi lento e traumático para a parte minoritária em questão. De bom grado seria falar que essa lentidão ocorreu devido à falta de necessidade na regulação, ocasionada por um natural funcionamento da inclusão baseado no senso comum. Porém, a história mostra que a explicação para essa demora foi totalmente avesso, oriunda de preconceito, negligência, crendices religiosas, abandono, segregação e praticas de extermínio.
Contudo no decorrer dos anos a busca incessantes destes em serem aceitos e incluídos em sociedade vem ganhando força, no último século houve uma relativa evolução quanto às leis, onde anteriormente predominava o descaso, o desinteresse; seguido pelo acolhimento, à institucionalização, a integração e posteriormente o movimento da inclusão. Na qual o individuo legalmente têm direitos e deveres assegurados. Embora que lentamente, o processo de aceitação, reconhecimento e de inclusão do deficiente na sociedade esta avançado, deixado de ser visto como concepção de pecado (era- pré-cristã) para ser aceito e tratado como um cidadão comum em suas especificidades (século XXI). Muito ainda precisa ser feito, a sociedade precisa ser conscientizada, corpo docente das escolas capacitados e o próprio deficiente se enxergar como um individuo normal em sua peculiaridade. Pois o primeiro passo para a inclusão é a auto aceitação de suas limitações e o reconhecimento de sua capacidade em meio às adversidades. 
REFERÊNCIAS
ANJOS, Meire Aparecida Mendes e SILVA, Luciana de Araújo Mendes. Breve resumo do itinerário histórico da educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponível em:< https://doi.galoa.com.br/sites/default/files/10.21745/ac06-04.pdf>, acesso em 30 de setembro 2020.BRASIL. Declaração de Salamanca: Recomendações para a construção de uma escola inclusiva, disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie3.pdf > acesso em 23 de outubro de 2020.
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_______. LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002, disponível em:<> acesso em 01 de outubro de 20209.
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