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Odontologia Legal

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
ODONTOLOGIA LEGAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP:79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842o Odontologia legal / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 
2012. 
 263 p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-66104-52-3 
 1. Odontologia legal. 2. Odontologia - Ética. 3. Dentes. I. Portal Educação. 
II. Título. 
 CDD 617.60026 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO À ODONTOLOGIA LEGAL ............................................................................................ 6 
2 REGULAMENTAÇÃO DA ODONTOLOGIA LEGAL NO BRASIL .......................................................... 8 
3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ODONTOLOGIA LEGAL NO MUNDO ................................................. 10 
4 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ODONTOLOGIA LEGAL NO BRASIL .................................................. 12 
5 REGULAMENTAÇÃO DA ODONTOLOGIA NO BRASIL ...................................................................... 13 
6 EXERCÍCIO ILÍCITO DA ODONTOLOGIA NO BRASIL ........................................................................ 21 
6.1 Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica ............................................................. 21 
7 ÉTICA PROFISSIONAL ODONTOLÓGICA ........................................................................................... 31 
7.1 Documentos e prontuários odontológicos ......................................................................................... 35 
7.1.1 Identificação do paciente ...................................................................................................................... 37 
7.1.2 Registro da anamnese .......................................................................................................................... 38 
7.1.3 Exame físico extra e intrabucal ............................................................................................................ 40 
7.1.4 Ficha clínica ........................................................................................................................................... 42 
7.1.5 Plano de tratamento, previsão de gastos e controle de pagamento ................................................ 44 
7.1.6 Procedimentos realizados .................................................................................................................... 46 
7.1.7 Documentos anexos ............................................................................................................................. 48 
7.1.8 Prescrições ............................................................................................................................................ 49 
7.1.9 Do Receituário ....................................................................................................................................... 49 
7.1.10 Atestados ............................................................................................................................................... 50 
7.1.11 Modelos odontológicos ........................................................................................................................ 50 
8 INTRODUÇÃO À PERÍCIA .................................................................................................................... 52 
8.1 Conceito e atuação do perito ............................................................................................................... 52 
 
 
3 
8.2 Papel do assistente técnico e do perito do juiz .................................................................................. 53 
9 PERÍCIA EM ODONTOLOGIA: ÁREA CRIMINAL, CÍVEL, TRABALHISTA OU 
ADMINISTRATIVA ............................................................................................................................................. 55 
9.1 Perícia na área civil ............................................................................................................................... 55 
9.2 Perícia na área criminal ........................................................................................................................ 56 
9.3 Perícias na área trabalhista .................................................................................................................. 59 
9.4 Perícias administrativas........................................................................................................................ 59 
9.5 Outros tipos de perícias ....................................................................................................................... 60 
10 DECÁLOGO ÉTICO DO PERITO ........................................................................................................... 61 
11 EXAME PERICIAL EM LOCAL DE CRIME ............................................................................................ 64 
11.1 Armazenamento e transporte de materiais coletados na cena do crime ......................................... 68 
11.2 Fotografia da cena do crime ................................................................................................................. 70 
12 INTRODUÇÃO À IDENTIFICAÇÃO HUMANA ....................................................................................... 74 
13 NOÇÕES DE BIOTIPOLOGIA ................................................................................................................ 76 
14 NOÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL ................................................................ 77 
14.1 Breve histórico da identificação judiciária .......................................................................................... 77 
15 NOÇÕES DE PAPILOSCOPIA E DACTILOSCOPIA ............................................................................. 82 
16 IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL E ODONTOLEGAL ........................................................................ 89 
17 INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA E IDENTIFICAÇÃO ANTROPOLÓGICA ..................................... 90 
17.1 Antropologia = anthropos (homem) + logos (ciência, estudo) .......................................................... 90 
18 ESTIMATIVA DO SEXO POR MEIO DO ESTUDO DO CRÂNIO .......................................................... 105 
19 ESTIMATIVA DA ESTATURA POR MEIO DO ESTUDO DO CRÂNIO E DOS DENTES ..................... 107 
20 ESTIMATIVA DA IDADE POR MEIO DO ESTUDO DO CRÂNIO E DOS DENTES ............................. 109 
21 ESTIMATIVA DO FENÓTIPO E COR DA PELE POR MEIO DO ESTUDO DO CRÂNIO E DOS 
DENTES ............................................................................................................................................................ 114 
 
 
4 
22 IDENTIFICAÇÃO HUMANA PELOS DENTES ...................................................................................... 116 
22.1 Anomalias dentárias de interesse pericial ......................................................................................... 120 
22.2 Manifestação de doenças profissionais ............................................................................................. 130 
22.3 Identificaçãopelos arcos dentários .................................................................................................... 131 
23 RUGOSCOPIA PALATINA .................................................................................................................... 132 
24 RADIOLOGIA FORENSE - RADIOGRAFIAS ANTE E POST-MORTEM .............................................. 134 
25 CRIMES DE LESÕES CORPORAIS ..................................................................................................... 140 
26 TRAUMATOLOGIA FORENSE ............................................................................................................. 143 
27 AGENTES MECÂNICOS PRODUTORES DE LESÕES ........................................................................ 145 
27.1 Agentes físicos mecânicos .................................................................................................................. 145 
27.2 Agente perfurante ................................................................................................................................. 146 
27.3 Agentes cortantes ................................................................................................................................ 148 
27.4 Agentes contundentes ......................................................................................................................... 152 
27.5 Formas mistas ...................................................................................................................................... 153 
27.6 Agentes perfurocortantes .................................................................................................................... 153 
27.7 Agentes cortocontundentes ................................................................................................................ 154 
27.8 Agentes perfurocontundentes ............................................................................................................ 155 
28 AGENTES FÍSICOS PRODUTORES DE LESÕES ............................................................................... 159 
29 AGENTES QUÍMICOS PRODUTORES DE LESÕES ........................................................................... 168 
30 AGENTES BIOLÓGICOS PRODUTORES DE LESÕES ....................................................................... 171 
31 AGENTES MISTOS E OUTROS AGENTES CAUSADORES DE LESÕES .......................................... 174 
32 TÓPICOS SOBRE ASFIXIA POR CONSTRIÇÃO DO PESCOÇO (ENFORCAMENTO, 
ESTRANGULAMENTO E ESGANADURA), ASFIXIA POR SUFOCAÇÃO E POR MONÓXIDO DE 
CARBONO ........................................................................................................................................................ 175 
 
 
5 
33 PERÍCIAS ODONTOLÓGICAS DAS LESÕES DO APARELHO ESTOMATOGNÁTICO – 
AVALIAÇÃO MÉDICO-LEGAL DAS LESÕES DO COMPLEXO MAXILOMANDIBULAR .............................. 179 
33.1 Lesão corporal de natureza grave ...................................................................................................... 179 
34 NOÇÕES DE TANATOLOGIA ............................................................................................................... 190 
34.1 Meios complementares de diagnóstico .............................................................................................. 198 
35 LESÕES IN VITAM E POST MORTEM ................................................................................................. 210 
36 ESTUDO DO MECANISMO DE AÇÃO DAS MARCAS DE MORDIDAS E O PROCESSO DE 
IDENTIFICAÇÃO DAS IMPRESSÕES DENTÁRIAS ........................................................................................ 212 
37 NOÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA PELO DNA ......................................................................... 219 
38 BREVE HISTÓRICO .............................................................................................................................. 221 
39 FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA MOLECULAR ................................................................................... 222 
40 MARCADORES DE VARIAÇÃO GENÉTICA ........................................................................................ 225 
41 ESTUDO DA METODOLOGIA APLICADA À IDENTIFICAÇÃO HUMANA ......................................... 227 
42 COLETA DO MATERIAL BIOLÓGICO ................................................................................................. 228 
42.1 Extração e quantificação de ácidos nucleicos .................................................................................. 228 
42.2 Análise do perfil genético .................................................................................................................... 229 
42.3 Colaboração da odontologia legal à identificação humana pelo DNA ............................................ 236 
43 ANEXO ................................................................................................................................................... 240 
43.1 Odontologia legal em concursos públicos ........................................................................................ 240 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................. 254 
 
 
 
 
 
 
 
6 
FIGURA 1 - CRÂNIO MAIA DATADO DO SÉCULO 9 a.C. (ANTES DE CRISTO) COM 
INCRUSTAÇÕES DE JADE E TURQUESA 
 
Museu Nacional de Antropologia - Cidade do México. (FONTE: Ring, 2003, p. 2) 
 
 
1 INTRODUÇÃO À ODONTOLOGIA LEGAL 
 
 
A identificação humana é o assunto mais conhecido quando as pessoas são 
questionadas acerca da medicina legal, e consequentemente da odontologia legal. No entanto, 
será observado ao longo do curso que a área de atuação do cirurgião-dentista na odontologia 
legal é vasta, abrangendo inclusive a deontologia odontológica e a orientação profissional. 
O curso a seguir dará uma ênfase maior à identificação humana, englobando algumas 
noções em responsabilidade profissional em odontologia e prontuários nesse primeiro módulo. 
 
 
7 
Seu melhor detalhamento e estudo será tema de outro curso em razão da grande quantidade de 
informações. 
Segundo Ernani Simas Alves (1965), a “identidade é o conjunto de caracteres físicos, 
funcionais, normais ou patológicos, que individualizam determinada pessoa” e a “identificação é 
o emprego de técnicas especiais para determinar a identidade de alguém”. Ainda acrescenta que 
a identificação “é o ato mediante o qual se estabelece a identidade de uma pessoa”. Dessa 
maneira, serão estudadas técnicas especiais para a individualização das pessoas, dando ênfase 
àquelas que podem ser utilizadas pelo cirurgião-dentista ou odontolegista. 
Outro ramo de grande atuação do perito-odontólogo é a realização de perícias para 
identificação de lesões presentes no sistema estomatognático decorrentes de traumas diversos, 
que serão estudados no tópico de traumatologia e marcas de mordida. Lesões no sistema 
estomatognático também são estudadas para a avaliação de danos resultantes de erro 
profissional, sejam eles decorrentes de imperícia, imprudência ou negligência. 
E finalmente, será realizado o estudo da identificação humana pelo DNA, que é a 
tecnologia mais comentada e divulgada pela mídia na atualidade, além de ser uma das técnicas 
mais recentes para o estabelecimento da identidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
2 REGULAMENTAÇÃO DA ODONTOLOGIA LEGAL NO BRASIL 
 
 
A odontologia legal faz parte do elenco de especialidades odontológicas dispostas na 
Resolução CFO – 63/2005 – Consolidação das normas para procedimentos nos Conselhos de 
Odontologia (no passado: Resolução CFO 185/93 de 26 de abril de 1993), sendo que na seção 
VIII, artigos 63 e 64 é disposta a sua definição e as áreas de competência do especialista: 
 
Art. 63. Odontologia Legal é a especialidadeque tem como objetivo a pesquisa de 
fenômenos psíquicos, físicos, químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o homem, 
vivo, morto ou ossada, e mesmo fragmentos, vestígios, resultando lesões parciais, totais, 
reversíveis ou irreversíveis. 
Parágrafo único. A atuação da Odontologia Legal restringe-se a análise, perícia e 
avaliação de eventos relacionados com a área de competência do cirurgião-dentista podendo, se 
as circunstâncias o exigirem estender-se a outras áreas, se disso depender à busca da verdade, 
no estrito interesse da justiça e da administração. 
Art. 64. As áreas de competência para atuação do especialista em Odontologia Legal 
incluem: 
a) identificação humana; 
b) perícia em foro civil, criminal e trabalhista; 
c) perícia em área administrativa; 
d) perícia, avaliação e planejamento em infortunística; 
e) tanatologia forense; 
f) elaboração de: 1) autos, laudos e pareceres; 2) relatórios e 
atestados; 
g) traumatologia odontolegal; 
 
 
9 
h) balística forense; 
i) perícia logística no vivo, no morto, íntegro ou em suas partes em fragmentos; 
j) perícia em vestígios correlatos, inclusive de manchas ou líquidos oriundos da 
cavidade bucal ou nela presentes; 
l) exames por imagem para fins periciais; 
m) deontologia odontológica; 
n) orientação odontolegal para o exercício profissional; 
o) exames por imagens para fins odontolegais. 
 
O exercício da odontologia no Brasil é regulamentado pela Lei 5.081 de 24 de agosto 
de 1966. De maneira geral, todos os procedimentos odontológicos que o cirurgião-dentista pode 
realizar estão dispostos nessa lei. As perícias odontolegais estão elencadas nos procedimentos 
que o cirurgião-dentista devidamente habilitado pode realizar. No entanto, é necessário adquirir 
esse conhecimento prévio, seja no próprio curso de graduação (regular) ou em cursos de pós-
graduação. Isso demonstra a importância da disciplina de Odontologia Legal e Deontologia no 
currículo das faculdades de Odontologia. 
 
Art.6 - Compete ao cirurgião-dentista: 
I - praticar todos os atos pertinentes à Odontologia, decorrentes de conhecimentos 
adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação; 
(...) 
IV - proceder à perícia odontolegal em foro civil, criminal, trabalhista e em sede 
administrativa; 
(...) 
IX - utilizar, no exercício da função de perito-odontólogo, em casos de necropsia, as 
vias de acesso do pescoço e da cabeça. 
 
 
10 
3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ODONTOLOGIA LEGAL NO MUNDO 
 
FIGURA - 2 
 
Mandíbula encontrada em 1931 com três peças de conchas no lugar dos dentes 
incisivos inferiores. Datada de aproximadamente 600 a.C., o fragmento demonstra o sucesso de 
um implante em pessoas vivas. Universidade de Harvard, Cambridge, Massachussets. (FONTE: 
RING, 2003, p 17). 
Diversos registros já foram encontrados ao redor do mundo acerca do exercício da 
odontologia, como demonstra as figuras, 1 e 2. Ring (2003) descreve detalhadamente com fotos 
todos os achados arqueológicos e históricos da odontologia no mundo. 
A odontologia legal teve sua primeira publicação oficial em 1898, sendo oficialmente 
reconhecida como uma ciência que auxilia a medicina legal. No entanto, o termo utilizado na 
época foi “L´art dentaire em Médicine Legal” – “A arte dentária da medicina legal”, e foi publicado 
por Oscar Amöedo (Figura 3), que era um dentista cubano de nascimento, mas radicado em 
Paris. Em sua obra, relatou detalhes da identificação dos corpos pela comparação dos 
tratamentos odontológicos ante e post-mortem (antes e depois da morte) de indivíduos 
carbonizados em um grande acidente. 
Em 1897, aconteceu um incêndio de grandes proporções em Paris em um local 
denominado Bazar da Caridade, que era frequentado pela alta sociedade parisiense, resultando 
 
 
11 
na morte de mais de 100 pessoas, sendo que todas se encontravam carbonizadas. Na época, o 
cônsul do Paraguai na França sugeriu que as arcadas dentárias presentes nos corpos fossem 
comparadas com os tratamentos dentários documentados pelos cirurgiões-dentistas da época, 
resultando em cerca de 90% de corpos identificados (ROSENTHAL, 2001; VANRELL, 2002). 
 
FIGURA 3- OSCAR AMÖEDO 
 
FONTE: RODRIGUEZ EXPÖSITO César «Dr. Oscar Amoëdo y Valdes, una figura de 
la odontologia universal ». Cuadernos de Historia de la Salud Publica. La Habana, Cuba 1969, 
apud. Disponível em: <http://www.bium.univ-paris5.fr/sfhad/vol10/article04.htm>. Acesso em: 03 
de março de 2010. 
 
 
 
 
 
12 
4 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ODONTOLOGIA LEGAL NO BRASIL 
 
 
No Brasil, muito antes da criação da disciplina de odontologia legal, Tanner de Abreu 
inaugurou o curso de medicina legal aplicada à arte dentária em 1920 para os alunos de 
odontologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Mas somente em 1934 que o 
Congresso Nacional de Identificação reconheceu a importância do estudo da fórmula dentária 
como um dos meios auxiliares da identificação datiloscópica, incentivando os dentistas a 
possuírem fichas odontológicas completas para possível identificação (ARBENZ, 1959). 
O ensino da odontologia legal no Brasil foi instituído em 1931, na Universidade do Rio 
de Janeiro, e em 1935, foi autorizado o funcionamento das dependências de Antropologia 
Criminal e Odontologia Legal, no Serviço de Investigação do Gabinete de Investigações da 
Polícia de São Paulo. Mas foi somente em 1951 que a Lei nº. 1314, que regulamentava o 
exercício profissional dos cirurgiões dentistas, acrescenta também as perícias odontolegais 
como uma das suas atribuições (Arbenz, 1959). Mas em 1964, houve a substituição dessa pela 
Lei 5.081, que regulamenta o exercício da odontologia no Brasil. 
Um dos primeiros livros a ser escrito aqui no Brasil, data de 1924, por Luiz Silva, 
seguido de Guilherme Oswaldo Arbenz, em 1959. Atualmente, os livros de odontologia legal, 
mais conhecidos possuem como autores principais: Moacyr da Silva e sua equipe de professores 
da Universidade de São Paulo, como Rogério Nogueira de Oliveira, Ida P. T. Calvielli, Hilda 
Ferreira, Dalton Ramos e Rodolfo Haltenholf (1997); Luis Carlos Cavalcante Galvão (2007) e 
Jorge Paulete Vanrell (2003), que apesar de serem médicos, possuem vasta experiência em 
medicina legal, com conhecimentos da odontologia legal. Isso, sem menosprezar outros diversos 
autores que publicam pesquisas nacionais e internacionais dentro da Odontologia Legal e 
Deontologia. 
 
 
 
 
 
 
13 
5 REGULAMENTAÇÃO DA ODONTOLOGIA NO BRASIL 
 
 
EXERCÍCIO LÍCITO DA ODONTOLOGIA NO BRASIL 
A odontologia no Brasil foi regulamentada pela primeira vez no Brasil com a Lei n°1314 
de janeiro de 1951: 
LEI N. 1.314 - DE 17 DE JANEIRO DE 1951 
 Regulamenta o exercício profissional dos Cirurgiões Dentistas 
 O Presidente da República: 
 Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 Art. 1º O exercício da profissão de odontologista, no território nacional, só será permitido aos que se acharem habilitados por título obtido em 
Escola de Odontologia, oficial ou legalmente reconhecida, devidamente registrado na Diretoria do Ensino Superior e anotado, sucessivamente, no 
Serviço Nacional da Fiscalização da Medicina e na repartição sanitária estadual competente. 
 Art. 2º Os cirurgiões dentistas diplomados por Escolas estrangeiras só poderão exercer a profissão no território nacional, apôs revalidação do 
diploma, de acôrdo com a leis federais em vigor e respectivo registro na Diretoria do Ensino Superior e posterior anotação no Serviço Nacional da 
Fiscalização da Medicina e na repartição sanitária estadual competente. 
 Art. 3º Aquêle que mediante anúncio ou qualquer outro meio se propuser ao exercício da odontologia, sem titulo devidamente registrado, está 
sujeito ás penas aplicáveis ao exercício ilegal da profissão. 
 Art. 4º Constituem atribuições e direitos do cirurgião dentista: 
 I - praticar todos os processos terapêuticosou intervenções cirúrgicas, ou as próteses dentárias e buco-máxilo-facial, de sua responsabilidade 
profissional; 
 II - prescrever e administrar anestesia local e troncular; prescrever medicamentos de uso externo e especialidades farmacêuticas de uso interno 
indicados em odontologia, devidamente licenciados pelo Departamento Nacional de Saúde: 
 III - prescrever e administrar medicação de urgência, quando houver necessidade de evitar ou combater acidentes graves que comprometam a 
vida de seu paciente; 
 IV - comunicar á autoridade competente, com a devida urgência, os casos de doenças consideradas de notificação compulsória; 
 V - manter, anexo ao consultório, laboratório de prótese, aparelhagem e instalação adequadas a pesquisas e análises clinicas relacionadas com 
os casos específicos de sua especialidade; 
 VI - atestar estados mórbidos e outros, no setor de sua atividade, profissional; 
 VII - proceder á perícia odonto-legal em fôro civil, criminal ou trabalhista. 
 Art. 5º E' vedado ao cirurgião-dentista anunciar: 
 I - cura radical ou atestado de cura de determinadas doenças para as quais não haja tratamento seguro, segundo os atuais conhecimentos 
científicos, 
 II - exercício de mais de duas especialidades; 
 III - consultas por meio de correspondência pela imprensa, caixa postal, radio ou processos análogos; 
 IV - prestação de serviços gratuitos em consultórios particulares; 
 V - agradecimentos manifestados, sistematicamente, por clientes; 
 VI - preços e outras formas de concorrência desleal: ou 
 VII - expor á apreciação pública, seja onde for, trabalhos odontológicos em vitrines ou quaisquer outros meios de propaganda, que atentem 
contra a ética profissional. 
 PENALIDADES 
 § 1º Se fôr encontrado anúncio que contrarie as disposições desta lei, a autoridade sanitária encarregada da fiscalização do exercício da 
odontologia intimará o anunciante a observá-las dentro do prazo de 8 (oito) dias. 
 § 2º Se decorridos os 8 (oito) dias, continuar a ser publicado o anúncio, será imposta ao infrator pela autoridade que o intimará ao cumprimento 
da lei a multa de Cr$ 100.00 (cem cruzeiros) a Cr$ 1.000.00 (mil cruzeiros), elevada ao dôbro na reincidência. 
 § 3º Dentro daquele prazo poderá o interessado pedir reconsideração, sôbre a qual a autoridade decidirá no prazo de 8 (oito) dias. 
 DOS PROTÉTICOS 
 Art. 6º Os protéticos, cujo exercício profissional se acha regulamentado pela Portaria nº 25 baixada pelo Departamento Nacional de Saúde, em 
1943, e, posteriormente pelo Decreto-lei nº 8 345, de 10 de dezembro de 1945, não podem anunciar seus trabalhos profissionais na imprensa 
leiga, só lhes sendo permitido fazê-lo junto aos cirurgiões-dentistas, através de publicações especializadas. 
 Art. 7º Aos protéticos aplicar-se-á, no que fôr possível, o disposto no art. 6º desta lei. 
 DOS DENTISTAS PRÁTICOS LICENCIADOS 
 Art. 8º Os dentistas práticos licenciados, de acôrdo com os Decretos ns. 20.862, de 28 de dezembro de 1931, 21.073, de 22 de fevereiro de 
1932 e 22.501, de 27 de fevereiro de 1933 poderão fazer qualquer trabalho dentário, sendo-lhe, porém, terminantemente vedadas tôdas as 
intervenções sangrentas, que não foram simples exodontias na região gengivo-dentária. 
 Art. 9. Os dentistas práticos licenciados são obrigados a mencionar em seus impressos, anúncios ou placas, o seu nome e a sua qualidade de 
dentista pratico (ilegível) em letras uniformes e destacadas. 
 Art. 10. Relativamente a outras formas de propaganda, ao dentista prático licenciado aplicar-se-á o disposto no art. 5º desta lei. 
 Art. 11. É vedado ao dentista prático licenciado: 
 I - prescrever e administrar outro gênero de anestesia que não seja a local; 
 II - prescrever e administrar medicamentos de uso interno; 
 III - prescrever e administrar medicamentos de uso externo injetável: 
 IV - ocupar como profissional a partir da data sua publicação desta lei, cargos públicos ou outros em instituições assistências como associações, 
fundações, preventórios, asilos, casas de saúde, colégios e fábricas. 
 Art. 12. A infração de qualquer dos dispositivos desta lei, excetuados os do art. 5º, será punida com a multa de Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros 
a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros), conforme a sua natureza, a critério da autoridade autuante e sem prejuízo da ação penal. 
 DISPOSIÇÕES GERAIS 
 Art. 13. Os processos criminais, de que trata esta lei, cabem, por denúncia ao Ministério Público. mediante solicitação do Serviço Nacional da 
Fiscalização de medicina do Departamento Nacional de Saúde e, nos Estados, da autoridade sanitária competente. 
 Art. 14 Será apreendido e remetido ao Depósito Público o material existente em consultório odontológico, cujo emprego se verifique por quem 
não tenha diploma registrado ou pessoa que não esteja devidamente autorizada pela autoridade sanitária competente. 
 Art. 15. As especialidades farmacêuticas para uso em odontologia e os metais ou agas não preciosos, destinados á confecção de aparelhos 
protéticos, só poderão ser postos a venda depois de licenciados pelo Departamento Nacional de Saúde. 
 Art. 16. As autoridades federais só poderão receber impôsto relativo ao exercício da profissão de odontologista, mediante a apresentação da 
prova de achar-se o contribuinte com o diploma registrado e anotado, na forma desta lei. 
 Art. 17. As carteiras fornecidas pelo sindicato de odontologistas, depois de visadas pelo Serviço Nacional da Fiscalização da Medicina e na 
repartição sanitária estadual competente, constituem prova de registro do diploma. 
 Parágrafo único. Nenhuma carteira será visada sem que dela constem o número, data e fôlha do registro feito na Diretoria do Ensino Superior. 
 Art. 18. O Ministério da Educação e Saúde, dentro de 120 (cento e vinte dias) baixara por intermédio do Departamento Nacional de Saúde, 
instruções reguladoras da presente lei, nas quais serão estabelecidos os requisitos, exigências e emolumentos para o funcionamento dos 
consultórios odontológicos e as penalidades cabíveis nos casos de infração. Cabe-lhe aprovar, dentro do mesmo prazo, as instruções elaboradas 
pelos Departamentos Estaduais de Saúde e resolver os casos omissos, por analogia com as instruções relativas às profissões correlatas. 
 Art. 19. A presente lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 
 Rio de Janeiro 17 de Janeiro de 1951; 130º da Independência e 63º da República. 
 Eurico G. Dutra. 
 Pedro Calmon. 
Guilherme da Silveira. 
 
 
14 
Mesmo não fazendo menção à revogação da Lei n° 1.314, ocorreu a sua substituição 
pela Lei nº 5.081, de 24 de agosto de 1966. Publicada no Diário Oficial da União em 16 de 
agosto de 1966 e “regula o exercício da odontologia no Brasil” e nela determina que “exercício 
da Odontologia no território nacional é regido pelo disposto na presente Lei” (CALVIELLI, 1997): 
 
LEI Nº 5.081, DE 24 DE AGÔSTO DE 1966 
 Regula o exercício da Odontologia 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 Art. 1º. O exercício da Odontologia no território nacional é regido pelo disposto na presente Lei. 
Do Cirurgião-Dentista 
 Art. 2º. O exercício da Odontologia no território nacional só é permitido ao cirurgião-dentista habilitado por escola ou faculdade oficial ou 
reconhecida, após o registro do diploma na Diretoria do Ensino Superior, no Serviço Nacional de Fiscalização da Odontologia sob cuja jurisdição, 
se achar o local de sua atividade. 
 Parágrafo único. VETADO. 
 Art. 3º Poderão exercer a Odontologia no território nacional os habilitados por escolas estrangeiras, após a revalidação do diploma e satisfeitas 
as demais exigências do artigo anterior. 
 Art. 4º É assegurado o direito ao exercício da Odontologia, com as restrições legais, ao diplomado nas condições mencionadas no Decreto-Leinº 7.718, de 9 de julho de 1945, que regularmente se tenha habilitado para o exercício profissional, sòmente nos limites territoriais do Estado onde 
funcionou a escola ou faculdade que o diplomou. 
 Art. 5º É nula qualquer autorização administrativa a quem não fôr legalmente habilitado para o exercício da Odontologia. 
 Art. 6º Compete ao cirurgião-dentista: 
 I - praticar todos os atos pertinentes a Odontologia, decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação; 
 II - prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia; 
 III - atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros; 
 IV - proceder à perícia odontolegal em fôro civil, criminal, trabalhista e em sede administrativa; 
 V - aplicar anestesia local e truncular; 
 VI - empregar a analgesia e a hipnose, desde que comprovadamente habilitado, quando constituírem meios eficazes para o tratamento; 
 VII - manter, anexo ao consultório, laboratório de prótese, aparelhagem e instalação adequadas para pesquisas e análises clínicas, relacionadas 
com os casos específicos de sua especialidade, bem como aparelhos de Raios X, para diagnóstico, e aparelhagem de fisioterapia; 
 VIII - prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente; 
 IX - utilizar, no exercício da função de perito-odontólogo, em casos de necropsia, as vias de acesso do pescoço e da cabeça. 
 Art. 7º. É vedado ao cirurgião-dentista: 
 a) expor em público trabalhos odontológicos e usar de artifícios de propaganda para granjear clientela; 
 b) anunciar cura de determinadas doenças, para as quais não haja tratamento eficaz; 
 c) exercício de mais de duas especialidades; 
 d) consultas mediante correspondência, rádio, televisão ou meios semelhantes; 
 e) prestação de serviço gratuito em consultórios particulares; 
 f) divulgar benefícios recebidos de clientes; 
 g) anunciar preços de serviços, modalidades de pagamento e outras formas de comercialização da clínica que signifiquem competição desleal. 
Dos Peritos-Ondontológicos Oficiais 
 Art. 8º. VETADO. 
 I - VETADO. 
 II - VETADO. 
Dos Dentistas Práticos Licenciados 
 Art. 9º VETADO. 
 a) VETADO. 
 b) VETADO. 
 c) VETADO. 
 d) VETADO. 
 e) VETADO. 
 Art. 10 VETADO 
 Parágrafo único. VETADO. 
 Art. 11. VETADO. 
Disposições Gerais 
 Art. 12. O Poder Executivo baixará decreto, dentro de 90 (noventa) dias, regulamentando a presente Lei. 
 Art. 13. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogados o Decreto-Lei nº 7.718, de 9 de julho de 1945, a Lei nº 1.314, de 17 de 
janeiro de 1951, e demais disposições em contrário. 
 Brasília, 24 de agôsto de 1966; 145º da Independência e 78º da República. 
 H. Castello Branco 
 Raymundo Moniz de Aragão 
 L. G. do Nascimento e Silva 
 Raymundo de Britto 
RET01+++ 
LEI Nº 5.081, DE 24 DE AGôSTO DE 1966 
 Regula o exercício da Odontologia 
(Públicada no Diário Oficial - Seção I - Parte I - de 26 de agôsto de 1966 e retificado no Diário Oficial de 4 de setembro de 1966) 
Retificação 
 Na página 9.843, 1ª coluna, no artigo 2º, 
 ONDE SE LÊ: 
 ... de Fiscalização da Odontologia, sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade. 
 LEIA-SE: 
 ... de Fiscalização da Odontologia, na repartição sanitária estadual competente e inscrição no Conselho Regional de Odontologia sob cuja 
jurisdição se achar o local de sua atividade. 
 
 
 
15 
Como é possível observar, nessa Lei estão dispostas de maneira generalizada todas 
as exigências legais para o exercício da odontologia no Brasil. A primeira delas, refere-se à 
habilitação legal para o exercício da odontologia: 
 
Art. 2º. O exercício da Odontologia no território nacional só é permitido ao cirurgião-
dentista habilitado por escola ou faculdade oficial ou reconhecida, após o registro do diploma na 
Diretoria do Ensino Superior, no Serviço Nacional de Fiscalização da Odontologia, na repartição 
sanitária estadual competente e inscrição no Conselho Regional de Odontologia, sob cuja 
jurisdição se achar o local de sua atividade. 
Art. 3º Poderão exercer a Odontologia no território nacional os habilitados por escolas 
estrangeiras, após a revalidação do diploma e satisfeitas às demais exigências do artigo anterior. 
Calvielli (1997) descreve que “a Lei n° 5081/66, ao mesmo tempo em que assegurou o 
direito ao exercício da odontologia aos beneficiários pelo Decreto-Lei n°7718/45, revogou-os 
expressamente”, pois esse Decreto-Lei concedia habilitação legal aos profissionais com 
diplomas adquiridos antes de 1944. Dessa maneira, atualmente, após mais de 70 anos, não há 
nenhum profissional que esteja nessas condições. 
As competências do cirurgião-dentista são dispostas resumidamente no artigo 6°, 
sendo que de acordo com os avanços tecnológicos e científicos, recomenda-se a discussão 
pelos órgãos competentes (Conselhos regionais e federais de odontologia, Associações e 
Sindicatos) e a constante atualização, análise e arguição da categoria odontológica para a sua 
melhor interpretação. 
 
Art. 6º Compete ao cirurgião-dentista: 
I - praticar todos os atos pertinentes a Odontologia, decorrentes de conhecimentos 
adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação; 
II - prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, 
indicadas em Odontologia; 
III - atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros; 
 
 
16 
IV - proceder à perícia odontolegal em foro civil, criminal, trabalhista e em sede 
administrativa; 
V - aplicar anestesia local e troncular; 
VI - empregar a analgesia e a hipnose, desde que comprovadamente habilitado, 
quando constituírem meios eficazes para o tratamento; 
VII - manter, anexo ao consultório, laboratório de prótese, aparelhagem e instalação 
adequadas para pesquisas e análises clínicas, relacionadas com os casos específicos de sua 
especialidade, bem como aparelhos de Raios X, para diagnóstico, e aparelhagem de fisioterapia; 
VIII - prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que 
comprometam a vida e a saúde do paciente; 
IX - utilizar, no exercício da função de perito-odontólogo, em casos de necropsia, as 
vias de acesso do pescoço e da cabeça. 
 
O Conselho Federal e Regional de Odontologia são os responsáveis por fiscalizar o 
exercício da profissão de odontologia, como disposto na Lei 4324, de 14 de abril de 1964: 
 
 
17 
LEI 4.324 DE 14/04/1964 
 
Institui o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Odontologia, e dá outras providências. 
ART.1 - Haverá na Capital da República um Conselho Federal de Odontologia e em cada capital de 
Estado, de Território e no Distrito Federal um Conselho Regional de Odontologia, denominado segundo a 
sua jurisdição, a qual alcançará, respectivamente, a do Estado, a do Território e a do Distrito Federal. 
ART.2 - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Odontologia ora instituídos constituem em seu 
conjunto uma autarquia, sendo cada um deles dotado de personalidade jurídica de direito público, com 
autonomia administrativa e financeira, e têm por finalidade a supervisão da ética profissional em toda a 
República, cabendo-lhes zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da odontologia e pelo prestígio e 
bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente. 
(...) 
ART.4 - São atribuições do Conselho Federal: 
a) organizar o seu regimento interno; 
(...) 
ART.11 - Aos Conselhos Regionais compete: 
a) deliberar sobre inscrição e cancelamento, em seus quadros de profissionais registrados na forma desta 
lei; 
b) fiscalizar o exercício da profissão, em harmonia com os órgãos sanitários competentes; 
c) deliberar sobre assuntos atinentes à ética profissional, impondo a seus infratores as devidas 
penalidades;(...) 
g) dirimir dúvidas relativas à competência e âmbito das atividades profissionais, com recurso suspensivo 
para o Conselho Federal; 
h) expedir carteiras profissionais; 
i) promover por todos os meios ao seu alcance o perfeito desempenho técnico e moral de odontologia, da 
profissão e dos que a exerçam; 
j) publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados; 
(...) 
ART.13 - Os cirurgiões-dentistas só poderão exercer legalmente a odontologia após o registro de seus 
diplomas na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura, no Serviço Nacional de 
Fiscalização da Odontologia do Ministério da Saúde, no Departamento Estadual de Saúde e de sua 
inscrição no Conselho Regional de Odontologia sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade. 
(...) 
Art. 14 - Aos profissionais registrados de acordo com essa lei será entregue uma carteira profissional que 
os habilitará ao exercício da odontologia. 
(...) 
ART.15 - A carteira profissional de que trata o artigo anterior valerá como documento de identidade e terá 
fé pública. 
ART.16 - Todo aquele que, mediante anúncios, placas, cartões ou outros meios quaisquer se propuser ao 
exercício da odontologia fica sujeito às penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da profissão, se não 
estiver devidamente registrado. 
ART.17 - O poder disciplinar de aplicar penalidades aos cirurgiões-dentistas compete ao Conselho 
Regional em que estavam inscritos ao tempo do fato punível. 
Parágrafo único. A jurisdição disciplinar estabelecida neste artigo não derroga a jurisdição comum quando 
o fato constitua crime punido em Lei. 
ART.18 - As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais aos cirurgiões-dentistas inscritos 
são as seguintes: 
a) advertência confidencial, em aviso reservado; 
b) censura confidencial, em aviso reservado; 
c) censura pública, em publicação oficial; 
d) suspensão do exercício profissional até 30 dias; 
e) cassação do exercício profissional, "ad referendum" do Conselho Federal. 
(...) 
ART.31 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 
(
*
) Publicada no D.O.U. em 15/04/1964 
 
 
 
 
18 
Com isso, só é legalmente habilitado o profissional que possuir inscrição no Conselho 
Federal de Odontologia, pois cabe ao mesmo fiscalizar sobre o exercício legal, expedindo 
carteiras profissionais aos mesmos. 
A expedição de carteiras profissionais pelo CFO deverá cumprir certos requisitos: 
 
Art. 5º. Para se habilitar ao registro e à inscrição, o profissional deverá atender a um 
dos seguintes requisitos: 
a) ser diplomado por curso de Odontologia reconhecido pelo Ministério da Educação e 
Desportos; 
b) ser diplomado por escola estrangeira, cujo diploma tenha sido revalidado e/ou 
obrigatoriamente registrado para a habilitação ao exercício profissional em todo o território 
nacional; 
c) ser diplomado por escola ou faculdade estadual, que tenha funcionado com 
autorização de governo estadual, (...) 
(...) 
e) ter colado grau há menos de 2 (dois) anos da data do pedido, desde que seja 
possuidor de uma declaração da instituição de ensino, firmada por autoridade competente e da 
qual conste expressamente, por extenso: nome, nacionalidade, data e local do nascimento, 
número da cédula de identidade, e data da colação de grau. 
(...) 
Art. 6º. Está obrigado ao registro e inscrição o cirurgião-dentista no desempenho: 
a) de sua atividade na condição de autônomo; 
b) de cargo, função ou emprego público, civil ou militar, da administração direta ou 
indireta, de âmbito federal, estadual ou municipal, para cuja nomeação, designação, contratação, 
posse e exercício seja exigida ou necessária a condição de profissional da Odontologia; 
c) do magistério, quando o exercício decorra de seu diploma de cirurgião-dentista; 
 
 
19 
d) de qualquer outra atividade, por meio de vínculo empregatício ou não, para cujo 
exercício seja indispensável à condição de cirurgião-dentista, ou de graduado de nível superior, 
desde que, neste caso, somente possua aquela qualificação. 
 
O Código de Ética Odontológica, aprovado pela resolução CFO 42 de 20 de maio de 
2003, com atualizações até 2006 (última atualização), descreve os direitos e deveres 
fundamentais dos profissionais inscritos: 
 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Art. 3º Constituem direitos fundamentais dos profissionais inscritos, segundo suas 
atribuições específicas: 
I - diagnosticar, planejar e executar tratamentos, com liberdade de convicção, nos 
limites de suas atribuições, observados o estado atual da ciência e sua dignidade profissional; 
II - resguardar o segredo profissional; 
III - contratar serviços profissionais de acordo com os preceitos deste Código; 
IV - recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as condições 
de trabalho não sejam dignas, seguras e salubres; 
V - direito de renunciar ao atendimento do paciente, durante o tratamento, quando da 
constatação de fatos que, a critério do profissional, prejudiquem o bom relacionamento com o 
paciente ou o pleno desempenho profissional. Nesses casos tem o profissional o dever de 
comunicar previamente ao paciente ou seu responsável legal, assegurando-se da continuidade 
do tratamento e fornecendo todas as informações necessárias ao cirurgião-dentista que lhe 
suceder; 
VI - recusar qualquer disposição estatutária ou regimental de instituição pública ou 
privada que limite a escolha dos meios a serem postos em prática para o estabelecimento do 
 
 
20 
diagnóstico e para a execução do tratamento, salvo quando em benefício ou à livre escolha do 
paciente. 
 
CAPÍTULO III 
DOS DEVERES FUNDAMENTAIS 
 
Art. 4º A fim de garantir o acatamento e cabal execução deste Código, cabe ao 
cirurgião-dentista e demais inscritos comunicar ao CRO, com discrição e fundamento, fatos de 
que tenha conhecimento e caracterizem possível infringência do presente Código e das Normas 
que regulam o exercício da Odontologia. 
Art. 5º Constituem deveres fundamentais dos profissionais e entidades de Odontologia: 
I - zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Odontologia e pelo prestígio e 
bom conceito da profissão; 
II - assegurar as condições adequadas para o desempenho ético-profissional da 
Odontologia, quando investido em função de direção ou responsável técnico; 
III - exercer a profissão mantendo comportamento digno; 
IV - manter atualizados os conhecimentos profissionais, técnico-científicos e culturais, 
necessários ao pleno desempenho do exercício profissional; 
V - zelar pela saúde e pela dignidade do paciente; 
VI - guardar segredo profissional; 
VII - promover a saúde coletiva no desempenho de suas funções, cargos e cidadania, 
independentemente de exercer a profissão no setor público ou privado; 
VIII - elaborar e manter atualizados os prontuários de pacientes, conservando-os em 
arquivo próprio; 
IX - apontar falhas nos regulamentos e nas normas das instituições em que trabalhe, 
quando as julgar indignas para o exercício da profissão ou prejudiciais ao paciente, devendo 
dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes. 
 
 
21 
6 EXERCÍCIO ILÍCITO DA ODONTOLOGIA NO BRASIL 
 
 
O exercício ilegal da odontologia está disposto no Decreto-Lei 2848, de 7 de dezembro 
de 1940, o Código Penal Brasileiro: 
 
 
6.1 Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica 
 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Segundo Calvielli (1997), entende-se exercer “sem autorização legal”, quando um 
indivíduo pratica os atos da odontologia sem estar graduado por faculdade de odontologia 
reconhecida. Esse reconhecimento das faculdades de odontologiano Brasil atualmente é 
realizado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Calvielli (1997) ainda acrescenta que 
exceder o limite em odontologia só pode ocorrer quando um médico ou um farmacêutico o 
realiza, fazendo com que exceda os limites de competência de sua própria profissão. 
Há profissionais que exercem funções auxiliares a odontologia, como os técnicos e 
auxiliar em próteses dentárias, os técnicos em higiene dentária e atendente de consultório 
dentário. Tais profissionais não podem exercer atos pertinentes ao cirurgião-dentista habilitado 
legalmente, como descrito anteriormente, caso contrário, poderão responder criminalmente pelo 
exercício ilegal da odontologia. Quais seriam os limites de atuação dessas profissões? 
A regulamentação da profissão de técnico em prótese dentária está disposta na Lei 
n°6710, de 5 de novembro de 1979, sendo regulamentada pelo Decreto nº 87.689, de 11 de 
 
 
22 
outubro de 1982 e suas competências descritas na Consolidação das Normas para 
Procedimentos nos Conselhos de Odontologia, aprovada pela resolução 63 de 2005: 
Art. 7º. O exercício das atividades privativas do técnico em prótese dentária só é 
permitido com a observância do disposto na Lei 6.710, de 05 de novembro de 1979; no Decreto 
87.689, de 11 de outubro de 1982; e, nestas normas. 
§ 1º. Compete ao técnico em prótese dentária: 
a) executar a parte mecânica dos trabalhos odontológicos; 
b) ser responsável, perante o Serviço de Fiscalização respectivo, pelo cumprimento 
das disposições legais que regem a matéria; 
c) ser responsável pelo treinamento de auxiliares e serventes do laboratório de prótese 
odontológica. 
§ 2º. É vedado aos técnicos em prótese dentária: 
I - prestar, sob qualquer forma, assistência direta a clientes; 
II - manter, em sua oficina, equipamento e instrumental específico de consultório 
dentário; 
III - fazer propaganda de seus serviços ao público em geral. 
§ 3º. Serão permitidas propagandas em revistas, jornais ou folhetos 
especializados, desde que dirigidas aos cirurgiões-dentistas, e acompanhadas do nome da 
oficina, do seu responsável e do número de inscrição no Conselho Regional de Odontologia. 
Art. 8º. Para se habilitar ao registro e à inscrição, como técnico em prótese dentária, o 
interessado deverá atender a um dos seguintes requisitos: 
a) possuir diploma ou certificado de conclusão de curso de Prótese Dentária, em 
nível de 2º grau, conferido por estabelecimento oficial ou reconhecido; 
b) possuir diploma ou certificado, devidamente revalidado e registrado no País, 
expedido por instituições estrangeiras de ensino, cujos cursos sejam equivalentes ao 
mencionado na alínea anterior; 
 
 
23 
c) possuir registro no Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional, em data 
anterior a 06 de novembro de 1979; 
d) possuir prova de que se encontrava legalmente autorizado ao exercício 
profissional, em 06 de novembro de 1979. 
Art. 9º. O técnico em prótese dentária deverá, obrigatoriamente, colocar o número de 
sua inscrição no Conselho Regional nas notas fiscais de serviços, nos orçamentos e nos recibos 
apresentados ao cirurgião-dentista sob pena de instauração de Processo Ético. 
 
Os técnicos de higiene dental também possuem atribuições específicas, dispostas na 
mesma resolução do CFO: 
 
CAPÍTULO IV Atividades Privativas do Técnico em Higiene Dental 
 
Art. 10. O exercício das atividades privativas do técnico em higiene dental só é 
permitido com a observância do disposto nestas normas. 
Art. 11. Para se habilitar ao registro e à inscrição, como técnico em higiene dental, o 
interessado deverá ser portador de diploma ou certificado que atenda, integralmente, ao disposto 
no Parecer nº 460/75, aprovado pela Câmara de 1º e 2º graus, do Conselho Federal de 
Educação. 
§ 1º. Poderá exercer, também, no território nacional, a profissão de THD, o portador de 
diploma ou certificado expedido por escola estrangeira, devidamente revalidado. 
§ 2º. A inscrição de cirurgião-dentista em Conselho Regional, como THD somente 
poderá ser efetivada mediante apresentação de certificado ou diploma que comprove a 
respectiva titulação. 
Art. 12. Compete ao técnico em higiene dental, sempre sob supervisão com a 
presença física do cirurgião-dentista, na proporção máxima de 1 (um) CD para 5 (cinco) THD's, 
além das de atendente de consultório dentário, as seguintes atividades: 
 
 
24 
a) participar do treinamento de atendentes de consultórios dentários; 
b) colaborar nos programas educativos de saúde bucal; 
c) colaborar nos levantamentos e estudos epidemiológicos como coordenador, monitor 
e anotador; 
d) educar e orientar os pacientes ou grupos de pacientes sobre prevenção e 
tratamento das doenças bucais; 
e) fazer a demonstração de técnicas de escovação; 
f) responder pela administração de clínica; 
g) supervisionar, sob delegação, o trabalho dos atendentes de consultório dentário; 
h) fazer a tomada e revelação de radiografias intraorais; 
i) realizar teste de vitalidade pulpar; 
j) realizar a remoção de indutos, placas e cálculos supragengivais; 
k) executar a aplicação de substâncias para a prevenção da cárie dental; 
l) inserir e condensar substâncias restauradoras; 
m) polir restaurações, vedando-se a escultura; 
n) proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após os atos 
cirúrgicos; 
o) remover suturas; 
p) confeccionar modelos; 
q) preparar moldeiras. 
Art. 13. É vedado ao técnico em higiene dental: 
a) exercer atividade de forma autônoma; 
b) prestar assistência, direta ou indiretamente, a paciente, sem a indispensável 
supervisão do cirurgião-dentista; 
 
 
25 
c) realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados nos 
incisos do artigo 20 destas normas; e, 
d) fazer propaganda de seus serviços, mesmo em revistas, jornais ou folhetos 
especializados da área odontológica. 
Art. 14. O técnico em higiene dental poderá exercer sua atividade, sempre sob a 
supervisão com a presença física do cirurgião-dentista, na proporção de 1 (um) CD para cada 5 
(cinco) THD's, em clínicas ou consultórios odontológicos, em estabelecimentos públicos e 
privados. 
Art. 15. O tempo de duração e as disciplinas do curso de THD, para fins de habilitação 
profissional, nos termos dessas normas serão compatível com o cumprimento da carga horária, 
na dependência do curso integral, suplência ou qualificação, de acordo com a Lei e os pareceres 
460/75 e 699/72, do Conselho Federal de Educação. 
Art. 16. A carga horária mínima do curso de técnico em higiene dental é de 2.200 
horas incluindo o núcleo comum integral de 2º grau (Educação Geral) e a parte especial 
(Matérias Profissionalizantes), e estágio, dispondo-se os estudos de forma a obedecer ao que 
prescreve a Lei. 
Art. 17. O mínimo de disciplinas profissionalizantes, para o curso de técnico em 
higiene dental, é: 
a) Higiene Dental; 
b) Odontologia Social; 
c) Técnicas Auxiliares de Odontologia; 
d) Materiais, Equipamentos e Instrumental; 
e) Fundamentos de Enfermagem. 
 
Em relação ao atendente de consultório dentário, sempre sob a supervisão do 
cirurgião-dentista legalmente habilitado: 
 
 
 
26 
CAPÍTULO V 
Atividades privativas do Atendente de Consultório Dentário 
Art. 18. O exercício das atividades privativas do atendente de consultório dentário só é 
permitido com a observância do disposto nestas normas. 
Art. 19. Para se habilitar ao registro e à inscrição, como atendente de consultório 
dentário, o interessado deverá ser portador de certificado expedido por curso ou exames que 
atendam integralmente aos dispostos na Lei e nos pareceres 460/75 e 699/72 do CFE. 
Parágrafo único. Poderá exercer, também, no território nacional, a profissão de 
atendente de consultório dentário, o portador de diploma expedido por escola estrangeira, 
devidamente revalidado. 
Art. 20. Compete ao atendente de consultório dentário, sempre sob a supervisãodo 
cirurgião-dentista ou do técnico em higiene dental: 
a) orientar os pacientes sobre higiene bucal; 
b) marcar consultas; 
c) preencher e anotar fichas clínicas; 
d) manter em ordem arquivo e fichário; 
e) controlar o movimento financeiro; 
f) revelar e montar radiografias intraorais; 
g) preparar o paciente para o atendimento; 
h) auxiliar no atendimento ao paciente; 
i) instrumentar o cirurgião-dentista e o técnico em higiene dental junto à cadeira 
operatória; 
j) promover isolamento do campo operatório; 
k) manipular materiais de uso odontológico; 
l) selecionar moldeiras; 
 
 
27 
m) confeccionar modelos em gesso; 
n) aplicar métodos preventivos para controle da cárie dental; 
o) proceder à conservação e à manutenção do equipamento odontológico. 
Art. 21. É vedado ao atendente de consultório dentário: 
a) exercer a atividade de forma autônoma; 
b) prestar assistência, direta ou indiretamente, a paciente, sem a indispensável 
supervisão do cirurgião-dentista ou do técnico em higiene dental; 
c) realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados nos 
incisos do artigo 20 destas normas; 
d) fazer propaganda de seus serviços, mesmo em revistas, jornais ou folhetos 
especializados da área odontológica. 
Art. 22. O atendente de consultório dentário poderá exercer sua atividade, sempre sob 
a supervisão do cirurgião-dentista ou do técnico em higiene dental, em consultórios ou clínicas 
odontológicas, em estabelecimentos públicos ou privados. 
Art. 23. O curso de atendente de consultório dentário cobrirá parte do currículo de 
formação do técnico em higiene dental, com carga horária nunca inferior a 300 horas, após o 1º 
grau completo. 
Os auxiliares em prótese dentária também possuem competências e devem estar 
sempre sob a supervisão do técnico em prótese dentária: 
 
CAPÍTULO VI 
Atividades Privativas do Auxiliar de Prótese Dentária 
 
Art. 24. O exercício das atividades privativas do auxiliar de prótese dentária, só é 
permitido com a observância do disposto nestas normas. 
 
 
28 
Art. 25. Para se habilitar ao registro e à inscrição, como auxiliar de prótese dentária, o 
interessado deverá ser portador de certificado expedido por curso que atenda integralmente ao 
disposto no Parecer nº 540/76 do Conselho Federal de Educação. 
Art. 26. O exercício profissional do auxiliar de prótese dentária ficará restrito aos limites 
territoriais da jurisdição do Conselho Regional que deferir a inscrição, sendo vedada a 
transferência para a jurisdição de outro Conselho Regional. 
Art. 27. Compete ao auxiliar de prótese dentária, sob a supervisão do técnico em 
prótese dentária: 
a) reprodução de modelos; 
b) vazamento de moldes em seus diversos tipos; 
c) montagem de modelos nos diversos tipos de articuladores; 
d) prensagem de peças protéticas em resina acrílica; 
e) fundição em metais de diversos tipos; 
f) casos simples de inclusão; 
g) confecção de moldeiras individuais no material indicado; 
h) curetagem, acabamento e polimento de peças protéticas. 
Os estudantes de odontologia ou os chamados estagiários em odontologia que não 
são formados não possuem habilitação legal para o exercício da odontologia, fato que ocorrerá 
somente após a sua graduação e a sua inscrição no Conselho Federal, como disposto na 
mesma resolução do CFO: 
 
CAPÍTULO VII 
Estágio de Estudante de Odontologia 
 
Art. 28. É lícito o trabalho de estudante de Odontologia, obedecida à legislação de 
ensino e, como estagiário, quando observados, integralmente, os dispositivos constantes na Lei 
 
 
29 
6.494, de 07 de dezembro de 1977, no Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982, e, nestas 
normas. 
Art. 29. O exercício de atividades odontológicas por parte de estudantes de 
Odontologia, em desacordo com as disposições referidas no artigo anterior, configura exercício 
ilegal da Odontologia, sendo passíveis de implicações éticas os cirurgiões-dentistas que 
permitirem ou tolerarem tais situações. 
Art. 30. Os estágios curriculares dos estudantes de Odontologia são atividades de 
competência, única e exclusiva, das instituições de ensino de graduação, às quais cabe regular a 
matéria e dispor sobre: 
a) inserção do estágio curricular no programa didático-pedagógico; 
b) carga horária, duração e jornada do estágio curricular, que não poderá ser inferior a 
um semestre letivo; 
c) condições imprescindíveis para caracterização e definição dos campos de estágios 
curriculares referidos na Lei 6.494, de 07 de dezembro de 1977; 
d) sistemática de organização, orientação, supervisão e avaliação de estágio curricular. 
Art. 31. As atividades do estágio curricular poderão ser realizadas, na comunidade em 
geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e 
coordenação direta da instituição de ensino na qual esteja o aluno matriculado, atendidas as 
exigências contidas no art. 5º do Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982. 
§ 1º. O estágio somente poderá verificar-se em unidades que tenham condições de 
proporcionar experiência prática na linha de formação, devendo o estudante, para esse fim, estar 
em condições de estagiar. 
§ 2º. A realização do estágio curricular, por parte do estudante, não acarretará vínculo 
empregatício de qualquer natureza. 
Art. 32. A jornada de atividade em estágio, a ser cumprida pelo estudante, deverá 
compatibilizar-se com o seu horário escolar e com o horário da parte em que venha a ocorrer o 
estágio. 
 
 
30 
Art. 33. Somente poderá exercer a atividade, como estagiário, o aluno que esteja apto 
a praticar os atos a serem executados, e, no mínimo, cursando regularmente o 5º semestre letivo 
de curso de Odontologia. 
Art. 34. A delegação de tarefas ao estagiário somente poderá ser levada a efeito por 
meio do responsável pelo estágio perante a instituição de ensino. 
Art. 35. Para efeito de controle e fiscalização do exercício profissional com referência 
aos estagiários de Odontologia, as instituições de ensino deverão comunicar, ao Conselho 
Regional da jurisdição, os nomes dos alunos aptos a estagiarem, de conformidade com estas 
normas. 
§ 1º. As instituições de ensino deverão comunicar, também, ao Conselho Regional, os 
locais de estágios conveniados. 
§ 2º. A pedido do interessado, o Conselho Regional, sem qualquer ônus, fornecerá um 
documento de identificação de estagiário, renovável anualmente, e que somente terá validade 
para estágio, na forma dessas normas, e nos locais que mantenham convênio com as 
instituições de ensino. 
§ 3º. O documento a que se refere o parágrafo anterior será de modelo padronizado 
pelo Conselho Federal de Odontologia. 
 
Dessa maneira, pode-se observar o limite de atuação dos diversos profissionais que 
auxiliam o cirurgião-dentista, com a finalidade de não exercer a profissão ilegalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
7 ÉTICA PROFISSIONAL ODONTOLÓGICA 
 
 
A odontologia é uma profissão que tem o seu objetivo principal a manutenção da 
saúde, com isso é de extrema importância a manutenção da ética do cirurgião-dentista em sua 
atuação profissional. Segundo Ramos (1997), nos códigos de ética odontológica “sempre se 
procurou descaracterizar a odontologia como uma profissão voltada para o lucro, condenando-se 
posturas mercantilistas ou mesmo os excessos das propagandas odontológicas, frisando-se, isto 
sim, a responsabilidade dos profissionais para com a saúde do seu paciente e da coletividade 
(...)”. Segundo o Código de Ética Odontológica: 
 
Seção I 
Com o Paciente 
 
Art. 7º Constitui infração ética: 
I - discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto; 
II - aproveitar-se de situações decorrentes da relação profissional/paciente para obter 
vantagem física, emocional, financeira ou política; 
III - exagerar em diagnóstico, prognóstico ou terapêutica; 
IV - deixar de esclarecer adequadamente os propósitos, riscos, custos e alternativas dotratamento; 
V - executar ou propor tratamento desnecessário ou para o qual não esteja capacitado; 
VI - abandonar paciente, salvo por motivo justificável, circunstância em que serão 
conciliados os honorários e indicado substituto; 
VII - deixar de atender paciente que procure cuidados profissionais em caso de 
urgência, quando não haja outro cirurgião-dentista em condições de fazê-lo; 
 
 
32 
VIII - iniciar tratamento de menores sem a autorização de seus responsáveis ou 
representantes legais, exceto em casos de urgência ou emergência; 
IX - desrespeitar ou permitir que seja desrespeitado o paciente; 
X - adotar novas técnicas ou materiais que não tenham efetiva comprovação científica; 
XI - fornecer atestado que não corresponda à veracidade dos fatos ou dos quais não 
tenha participado; 
XII - iniciar qualquer procedimento ou tratamento odontológico sem o consentimento 
prévio do paciente ou do seu responsável legal, exceto em casos de urgência ou emergência. 
Outros cuidados a serem tomados pelo cirurgião-dentista, e que são extremamente 
comuns de acontecer nos consultórios, são aqueles relacionados à contratação de protéticos, 
auxiliares de consultório ou higienistas não inscritos no Conselho Federal de odontologia, pois 
constitui infração ética: 
Art. 8º No relacionamento entre os membros da equipe de saúde serão mantidos o 
respeito, a lealdade e a colaboração técnico científica. 
Art. 9º Constitui infração ética: 
(...) 
IX - utilizar-se de serviços prestados por profissionais não habilitados legalmente ou 
por profissionais da área odontológica, não regularmente inscritos no Conselho Regional de sua 
jurisdição. 
Outro aspecto extremamente relevante está relacionado com as propagandas em 
odontologia. Atualmente, muitas propagandas vêm, principalmente, aliciando pacientes, 
anunciando técnicas de tratamento ou equipamentos, induzindo a opinião pública que possuem 
reserva em atuação clínica para determinados procedimentos (como por exemplo, implantes de 
última geração, raios X, etc.), dão consultas por jornal, televisão, internet e outros meios de 
comunicação. E constantemente anunciam preços e modalidades de pagamento (“em 10 vezes 
sem juros”, “consulta grátis”, etc.), constituindo grave infração ética, como disposto a seguir: 
 
 
 
33 
CAPÍTULO XIV 
DA COMUNICAÇÃO 
 
Art. 31 A comunicação em Odontologia obedecerá ao disposto neste capítulo e às 
especificações dos Conselhos Regionais, aprovadas pelo Conselho Federal. 
§ 1º É vedado aos profissionais auxiliares, como os técnicos em prótese dentária, 
atendente de consultório dentário, técnico em higiene dental, auxiliar de prótese dentária, bem 
como aos laboratórios de prótese dentária fazer anúncios, propagandas ou publicidade dirigida 
ao público em geral. 
§ 2º Serão permitidas propagandas em revistas, jornais ou folhetos especializados, 
desde que dirigidas aos cirurgiões-dentistas, e acompanhadas do nome do profissional ou do 
laboratório, do seu responsável técnico e do número de inscrição no Conselho Regional de 
Odontologia. 
 
Seção I 
Do Anúncio, da Propaganda e da Publicidade 
 
Art. 32 Os anúncios, a propaganda e a publicidade poderão ser feitos por meio dos 
veículos de comunicação, obedecidos os preceitos deste Código como da veracidade, da 
decência, da respeitabilidade e da honestidade. 
Art. 33 Nos anúncios, placas e impressos deverão constar: 
- o nome do profissional; 
- a profissão; 
- o número de inscrição no Conselho Regional. 
Parágrafo único. Poderão ainda constar: 
I - as especialidades nas quais o cirurgião-dentista esteja inscrito; 
 
 
34 
II - os títulos de formação acadêmica stricto sensu e do magistério relativos à profissão; 
III - endereço, telefone, fax, endereço eletrônico, horário de trabalho, convênios, 
credenciamentos e atendimento domiciliar; 
IV - logomarca e/ou logotipo; 
V - a expressão "CLÍNICO GERAL", pelos profissionais que exerçam atividades 
pertinentes à Odontologia decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso de graduação ou 
em cursos de pós-graduação. 
Art. 34. Constitui infração ética: 
I - anunciar preços e modalidade de pagamento; 
II - anunciar títulos que não possua; 
III - anunciar técnicas de tratamento, equipamentos e instalações; 
IV - criticar técnicas utilizadas por outros profissionais como sendo inadequadas ou 
ultrapassadas; 
V - dar consulta, diagnóstico ou prescrição de tratamento por meio de qualquer veículo 
de comunicação de massa, bem como permitir que sua participação na divulgação de assuntos 
odontológicos deixe de ter caráter exclusivo de esclarecimento e educação da coletividade; 
VI - divulgar nome, endereço ou qualquer outro elemento que identifique o paciente, a 
não ser com seu consentimento livre e esclarecido, ou de seu responsável legal; 
VII - aliciar pacientes; 
VII - induzir a opinião pública a acreditar que exista reserva de atuação clínica para 
determinados procedimentos; 
IX - anunciar especialidade odontológica não regulamentada pelo Conselho Federal de 
Odontologia; 
X - divulgar ou permitir que sejam divulgadas publicamente observações 
desabonadoras sobre a atuação clínica ou qualquer manifestação relativa à atuação de outro 
profissional; 
 
 
35 
XI - oferecer trabalho gratuito com intenção de autopromoção ou promover campanhas 
políticas oferecendo trocas de favores. 
Art. 35. Caracteriza infração ética se beneficiar de propaganda irregular ou em 
desacordo com o previsto neste capítulo, ainda que aquele sujeito às Normas deste Código de 
Ética não tenha sido responsável direto pela veiculação da publicidade. 
Art. 36. Aplicam-se, também, as normas deste Capítulo a todos aqueles que exerçam 
a Odontologia, ainda que de forma indireta, sejam pessoas físicas ou jurídicas, clínicas, 
policlínicas, cooperativas, planos de assistência à saúde, convênios de qualquer forma, 
credenciamentos, administradoras, intermediadoras, seguradoras de saúde, ou quaisquer outras 
entidades. 
Todas essas infrações são passíveis de processos éticos, caso ocorra alguma 
denúncia, seja ela realizada pelos pacientes, por outro profissional ou por qualquer pessoa. Tais 
infrações éticas estão principalmente relacionadas à mercantilização da odontologia, muitas 
vezes, até eliminando o foco principal “profissão da saúde”, como citado anteriormente por 
Ramos (1997). 
 
7.1 Documentos e prontuários odontológicos 
 
 
Toda documentação acerca de um paciente pode constituir um prontuário 
odontológico. 
Segundo o dicionário eletrônico Houaiss (2001), a palavra prontuário deriva do latim 
promptuarìum, que significa “lugar em que guardam as coisas que devem estar à mão, 
despensa, armário”, derivou-se a promptus “manual de informações úteis”. O mesmo dicionário 
ainda define prontuário como “lugar onde são guardadas coisas de que se pode precisar a 
qualquer momento”, “manual de informações úteis” e “ficha que contém os dados pertinentes de 
uma pessoa”. 
Além de ser imprescindível para a elaboração de um tratamento odontológico 
adequado, o prontuário odontológico deve ser bem realizado, sendo de responsabilidade do 
 
 
36 
cirurgião-dentista, e segundo Silva (1997), engloba aspectos sociais, clínicos, administrativos e 
legais: 
 Aspecto social: prontuário bem elaborado pode auxiliar na identificação humana 
pelos dentes, por meio da descrição dos tratamentos realizados na ficha clínica do paciente, 
radiografias e outros documentos que podem servir de método comparativo ante-mortem (antes 
da morte) com aqueles adquiridos post-mortem (depois da morte). Como será detalhado 
posteriormente em outros capítulos desse curso. 
 Aspecto clínico: A formação adquirida nos cursos de graduação em odontologia 
fornece os subsídios necessários para a elaboração dessa documentação. 
 Aspecto administrativo: Associado à elaboração do plano de tratamento 
adequado para cada paciente 
 Aspecto legal: A falta do documentoou a inadequada elaboração poderá 
comprometer a sua validade sob o aspecto legal. 
 
Didaticamente, é possível dividir as partes do prontuário em: 
1. Identificação do paciente; 
2. Registro da anamnese; 
3. Exame físico extra e intrabucal; 
4. Ficha clínica; 
5. Plano de tratamento; 
6. Previsão de gastos e controle de pagamento; 
7. Procedimentos realizados; 
8. Documentos anexos (radiografias, prescrições, atestados, modelos, exames 
complementares, orientações ao paciente, etc.). 
 
Cada parte do prontuário deve ser realizada respeitando-se aspectos éticos e legais 
diversos, resultando em uma ampla discussão, justificando a necessidade de realizá-lo em outro 
curso semelhante a esse. No entanto, resumidamente, o prontuário odontológico deve ser 
elaborado com o seguinte conteúdo: 
 
 
 
 
37 
7.1.1 Identificação do paciente 
 
 
 Nome completo; 
 Número do Registro Geral (identidade civil); 
 Número do cadastro individual de contribuinte (CIC); 
 Data de nascimento; 
 Naturalidade; 
 Nacionalidade; 
 Estado civil; 
 Sexo; 
 Endereço residencial e profissional completos; 
 Indicação (quem indicou o paciente: convênio, outro cirurgião-dentista, um paciente, 
etc.); 
 Responsável legal e seu cônjuge (Para menores de 18 anos); 
 
 
Modelo sugerido: 
Dr. (nome do dentista) CRO-SP (número) 
Nome: Sexo: ( ) masc; ( ) fem 
End. Res.: CEP Tel.: 
End. Com.: CEP Tel.: 
Ocupação: Data de nasc.: 
______/______/_______ 
E. Civil: 
CPF RG Indicado por: 
Natural de: Nacionalidade: 
Observações: 
 
 
 
 
 
 
38 
7.1.2 Registro da anamnese 
 
 
 Queixa principal; 
 História da doença atual; 
 História odontoestomatológica; 
 História médica; 
 Antecedentes mórbidos familiares; 
 Outras informações pertinentes (em relação à saúde do paciente); 
 Aconselha-se realizar a medida da pressão arterial, principalmente na primeira 
consulta, ou pedir avaliação médica para avaliar possíveis alterações cardiovasculares ou outros 
tipos de alterações sistêmicas. 
 Sugere-se o modelo recomendado pela equipe do Prof. Titular do Departamento 
de Odontologia Social da Faculdade de Odontologia da USP, Moacyr da Silva (1997), com 
algumas adaptações que a autora achou relevante. 
 
 
39 
INVENTÁRIO DE SAÚDE 
 
Nome Tel. 
CPF RG Data Nasc Sexo 
M ( ) Fem ( ) 
Est. Civil 
End. Residencial CEP 
Em caso de emergência, nome e telefone de familiar que pode ser contatado 
Nome Tel. 
Nome e telefone de seu médico 
Dr. Tel. 
 
 O presente questionário tem a finalidade de ajudar o seu dentista a conhecer os aspectos de sua saúde geral que 
podem influir no seu tratamento ou na medicação a ser receitada. É CONFIDENCIAL e deve ser entregue 
PESSOALMENTE ao seu dentista. 
 
INVENTÁRIO DE SAÚDE DO PACIENTE 
 SIM NÃO NÃO SEI 
01. No momento está em tratamento médico ? 
02. Está tomando alguma medicação no momento ? 
03. Tem ou teve doença como hepatite, sífilis ou outra ? 
04. Você é hemofílico ? 
05. Às vezes, sente o coração bater muito rapidamente ? 
06. Sofre alguma doença do coração ? 
07. Sente falta de ar com freqüência ? 
08. Costuma ter os pés ou as pernas inchados ? 
09. Tem tosse persistente com freqüência ? 
10. Alguma vez escarrou sangue ? 
11. Você é diabético ? 
12. Costuma sentir muita sede ? 
13. Quando se fere, as feridas demoram a cicatrizar ? 
14. Sangra muito quando se fere ou extrai dentes ? 
15. Tem algum tipo de alergia ? 
16. Alguma vez precisou tomar transfusão de sangue ? 
17. Alguma vez tomou penicilina (Benzetacil) ? 
18. Tem gastrite, úlcera etc. ? 
19. Você está grávida ? 
20. Faz uso de Aspirina, Melhoral etc. ? 
21. Tem ou teve sinusite ? 
22. Range os dentes ao dormir ? 
23. É fumante ? 
24. Tem sangramento de gengiva ? 
25. Já recebeu orientação sobre técnica de escovação ? 
26. Quando foi a última vez que esteve no dentista ? 
 
Outras informações que julgar importante referir: 
 
 
 
Declaro que todas as informações aqui prestadas são verdadeiras e que nenhum fato foi omitido. 
 
São Paulo, _____/ ______/ ________ _______________________________________________ 
 Assinatura do paciente ou responsável 
 
 
 
40 
 
QUEIXA PRINCIPAL 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA ODONTOESTOMATÓGICA 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA MÉDICA E ANTECEDENTES MÓRMIDOS FAMILIARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.1.3 Exame físico extra e intrabucal 
 
 
 Extrabucal: 
 Apalpação ganglionar; 
 
 
41 
 Avaliação da ATM. 
 Intrabucal: 
 Tecidos moles; 
 Dentes; 
 Periodonto; 
 Oclusão; 
 Mucosa labial e jugal; 
 Língua; 
 Palato duro e mole; 
 Orofaringe. 
 
Modelo sugerido: 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
7.1.4 Ficha clínica 
 
 
 Não é simplesmente ficha para “orçamento”, e sim um documento odontolegal, 
que servirá de prova em processos cíveis, penais e éticos, além de servir de documentação 
ante-mortem em casos de identificação humana. 
 Registro de todos os tratamentos odontológicos realizados anteriormente. 
 Realização de legendas adequadas para cada tipo de procedimento para que 
qualquer pessoa consiga identificar as descrições. 
 Descrição das condições pós-tratamento (qual a condição bucal que o paciente 
saiu do seu consultório). 
 Modelo sugerido de acordo com Silva (1997): 
 
 
43 
Nome do paciente: RG: 
 Condições Dentárias Pré – Tratamento Data: / / 
 18 17 16 15 14 13 12 11 
 55 54 53 52 51 
 21 22 23 24 25 26 27 28 
 61 62 63 64 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 85 84 83 82 81 
 48 47 46 45 44 43 42 41 
 71 72 73 74 75 
 31 32 33 34 35 36 37 38 
Observações:___________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
 
 
 Condições Dentárias Pós– Tratamento Data: / / 
 18 17 16 15 14 13 12 11 
 55 54 53 52 51 
 21 22 23 24 25 26 27 28 
 61 62 63 64 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 85 84 83 82 81 
 48 47 46 45 44 43 42 41 
 71 72 73 74 75 
 31 32 33 34 35 36 37 38 
Observações:___________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
 
 
 
Legenda utilizada: 
 Faces restauradas; próteses ou exodontias; 
 Material utilizado ou cárie; 
 Canais

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